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BNCC na Alfabetização

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BNCC Ciclo de 
Alfabetização
E s p E c i a l
Veja como desenvolver escrita, 
leitura e oralidade com as turmas 
dos Anos Iniciais e confira boas 
ideias de professores que levaram 
a Base para suas realidades
Índice 
1. como organizar a formação 
continuada ........................................... 4
2. como desenvolver escrita, leitura e 
oralidade no ensino remoto ............ 31
3. como se planejar para 
as aulas e construir atividades 
alinhadas à BNcc ............................. 46
4. Exemplos práticos: atividades 
impressas, Whatsapp e parceria com 
a família .............................................. 68
3
im
ag
em
: a
nd
ré
 a
sa
hi
da
4
Im
ag
em
: G
et
ty
im
ag
es
1. Como planejar a 
formação continuada
Entenda os principais conceitos 
da Base e conheça orientações 
para apoiar os professores do 
1º e 2º ano do Fundamental
camila cecílio | 10 de Março de 2021 Im
ag
em
: G
et
ty
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es
5
a Base Nacional comum curricular 
(BNcc) teve seu primeiro ano de 
aplicação em sala de aula impactada 
pela pandemia do novo coronavírus. 
assim, dúvidas antigas e novas 
associadas a como transpor as 
habilidades e competências do 
documento para o planejamento 
e prática ainda são comuns entre 
os educadores. Neste cenário, a 
formação continuada, conduzida 
pelos coordenadores pedagógicos, 
é um guia importante para auxiliar 
no trabalho da sala de aula.
Fazer a leitura da Base, entender 
quais são as habilidades prioritárias 
considerando o ano letivo de 2020 e 
2021 e ter clareza dos conteúdos e 
objetivos que esperam ser atingidos 
no ano são os primeiros passos 
para planejar de forma alinhada 
https://novaescola.org.br/conteudo/19943/como-fica-a-bncc-no-planejamento-de-2021
https://novaescola.org.br/conteudo/19943/como-fica-a-bncc-no-planejamento-de-2021
https://novaescola.org.br/conteudo/19943/como-fica-a-bncc-no-planejamento-de-2021
https://novaescola.org.br/conteudo/19943/como-fica-a-bncc-no-planejamento-de-2021
https://novaescola.org.br/conteudo/18822/como-alinhar-meu-planejamento-a-bncc
6
ao documento. “É a partir daí 
que o educador poderá planejar 
a sua atividade”, aponta selene 
coletti, vice-diretora da Escola 
Municipal de Educação Básica 
philomena Zupardo, em itatiba 
(sp), formadora de professores e 
colunista do site de NOVa EscOla. 
“Geralmente acontece o contrário: 
pensa-se na atividade e depois 
em quais habilidades se adequam. 
Esse é um ponto importante a 
ser trabalhado, independente 
de qual for o referencial”.
O ponto de partida para que o 
coordenador possa promover o 
trabalho de formação da BNcc 
com a sua equipe de professores 
é identificar o que sabem sobre 
https://novaescola.org.br/conteudo/18822/como-alinhar-meu-planejamento-a-bncc
https://novaescola.org.br/autor/576/selene-coletti
https://novaescola.org.br/autor/576/selene-coletti
https://novaescola.org.br/autor/576/selene-coletti
7
o assunto. Desse modo, vale 
uma recapitulação sobre a BNcc 
do ciclo de alfabetização.
1. O que é a BNCC? 
a Base Nacional comum curricular 
é um documento que determina os 
conhecimentos essenciais que todos 
os alunos da Educação Básica — 
ou seja, da Educação infantil até o 
Ensino Médio — devem aprender, ano 
a ano, independentemente do lugar 
onde moram e estudam. Todos os 
currículos de todas as redes públicas 
e particulares do país deverão ser 
adaptados para contemplar os 
conceitos e as propostas da Base.
2. Base é currículo? 
a BNcc não é o novo currículo. cada 
rede construiu ou reformulou seu 
currículo baseado no documento. 
8
a BNcc estabelece o essencial, ou 
seja, o que todos os currículos, de 
todas as redes, devem contemplar. 
porém, cada rede poderá incluir, além 
do que determina o documento, os 
conhecimentos regionais que julgarem 
pertinentes. O currículo é algo mais 
abrangente se comparado à BNcc.
3. Quais elementos integram 
a estrutura da Base do 
Ensino Fundamental 1?
Objetos do conhecimento, 
unidades temáticas, competências 
e habilidades são elementos 
que estruturam a Base do 
Ensino Fundamental.
4.  O que significa o segundo par 
de letras do código (EF15LP01)?
O segundo par de letras do código 
(EF15lp01) é referente ao nome do 
9
componente curricular. as letras 
"lp" se referem ao componente 
de língua portuguesa".
5.  O que significa o primeiro par de 
números do código (EF15LP01)?
O primeiro par de números se refere 
aos anos do Fundamental. sendo:
15 = 1º ao 5º ano
69 = 6º ao 9º ano
12 = 1º e 2º anos
35 = 3º ao 5º ano
67 = 6º e 7º anos
89 = 8º e 9º anos
6. Quais são os eixos da Base de LP? 
segundo a Base, os eixos são: 
"oralidade, leitura/escuta, produção 
(escrita e multissemiótica) e 
análise linguística/semiótica (que 
envolve conhecimentos linguísticos 
– sobre o sistema de escrita, o 
10
sistema da língua e a norma-
padrão –, textuais, discursivos e 
sobre os modos de organização e os 
elementos de outras semioses)".
7.  Quais são os campos de atuação 
dos Anos Iniciais da BNCC?
Nos anos iniciais, os campos de 
atuação são: da vida cotidiana, 
artístico-literário, das práticas de 
estudo e pesquisa, da vida pública. 
Na Educação infantil existem 
os campos de experiência.
Coloque a equipe para 
refletir a BNCC
Para provocar a reflexão da equipe 
de professores sobre o raciocínio 
e o fluxo por traz do planejamento 
de uma aula alinhada à BNcc, um 
dos caminhos possíveis é analisar 
11
um bom plano de aula (NOVa 
EscOla oferece um acervo de mais 
de 6 mil planos de aula alinhados 
à Base que podem ser usados para 
aplicar esta sugestão – confira 
clicando aqui), sugere selene. O 
coordenador pedagógico pode trazer 
questionamentos no horário de 
trabalho pedagógico coletivo (HpTc) – 
virtual ou presencial – sobre como as 
habilidades indicadas na apresentação 
dos planos se desdobram na atividade 
proposta. Depois de discutido este 
tópico, o time de professores também 
pode ser questionado sobre como 
aqueles objetivos propostos podem 
ser constatados que foram atingidos 
com aquela aula no contexto 
do ensino remoto ou presencial, 
dependendo da realidade que a 
escola se encontra naquele momento.
https://planosdeaula.novaescola.org.br/
https://planosdeaula.novaescola.org.br/
12
Para entender o básico 
da BNCC do Ciclo 
de Alfabetização
ao contrário dos currículos municipais 
e dos parâmetros curriculares 
Nacionais (pcNs), que traziam 
orientações didáticas (o “como 
ensinar”), a BNcc concentra-se no 
desenvolvimento das competências 
e habilidades (trazendo “o que 
ensinar”). Na Base, há habilidades 
específicas previstas em cada 
componente curricular para todos 
os anos da Educação Básica. Há 
também as competências específicas 
das áreas do conhecimento e 
aquelas gerais (também muitas 
vezes chamadas de socioemocionais) 
que são transversais da Educação 
infantil ao Ensino Médio.
https://gestaoescolar.org.br/conteudo/2194/qual-e-a-diferenca-entre-as-competencias-gerais-da-bncc-e-as-socioemocionais
https://gestaoescolar.org.br/conteudo/2194/qual-e-a-diferenca-entre-as-competencias-gerais-da-bncc-e-as-socioemocionais
13
De acordo com a BNCC...
“Competência é definida como a 
mobilização de conhecimentos 
(conceitos e procedimentos), 
habilidades (práticas, cognitivas e 
socioemocionais), atitudes e valores 
para resolver demandas complexas da 
vida cotidiana, do pleno exercício da 
cidadania e do mundo do trabalho”.
“para garantir o desenvolvimento 
das competências específicas, cada 
componente curricular apresenta 
um conjunto de habilidades. Essas 
habilidades estão relacionadas a 
diferentes objetos de conhecimento 
– aqui entendidos como conteúdos, 
conceitos e processos –, que, 
por sua vez, são organizados 
em unidades temáticas.”
14
selene explica que a Base do ciclo 
de alfabetização está pautada na 
centralidade do texto e no trabalho 
com as práticas sociais de leitura 
e escrita, o que implica o uso e 
produção de textos que dialoguem 
com contextos reais (como a 
produção de uma lista de compras 
ou uma receita). além disso,está 
embasada em atividades nas quais 
os alunos precisam refletir sobre 
o sistema de escrita alfabética, 
no trabalho com a consciência 
fonológica e no conhecimento das 
letras para ajudar a criança a evoluir 
em suas hipóteses de escrita.
15
Por onde começar: 
quais são as dúvidas 
dos professores?
O coordenador pedagógico deve 
planejar uma formação continuada 
de acordo com as necessidades 
da sua equipe e realidade de 
desafios enfrentados no ensino 
de suas turmas. Um bom caminho 
para identificar qual é o perfil 
do time é elaborar perguntas 
que ajudem a identificar o que 
os professores sabem sobre a 
BNcc do ciclo de alfabetização. 
para fazer isso com cuidado, é 
recomendável utilizar ferramentas 
como o Google Formulário, em que 
cada um possa responder sem o 
risco de não se sentir à vontade, 
o que pode acontecer em uma 
16
roda de conversa presencial. Outra 
opção é enviar o teste do início 
desta reportagem previamente 
para os docentes fazerem uma 
autorreflexão sobre como estão 
seus conhecimentos sobre a Base 
dos anos que atuam pode ser 
um bom começo de conversa.
a partir de dinâmicas como as 
sugeridas, o coordenador terá 
informações para mapear quais 
conhecimentos sua equipe precisa 
aprofundar e conseguir planejar 
formações mais significativas para o 
desenvolvimento da equipe. É nisso 
que tem apostado simone souza 
da silva cordaro, coordenadora 
pedagógica do Fundamental 1 
da Escola Municipal de Ensino 
Fundamental Eduardo prado, na zona 
norte de são paulo. para a educadora, 
17
o ponto de partida de qualquer 
formação são os saberes do time. 
Recém-chegada à escola, ela conta 
que o primeiro passo foi fazer um 
diagnóstico inicial para saber o que 
os professores sabem, o que vivem 
na rotina de pandemia da covid-19 e 
de quais formações já participaram 
associadas ao tema, por exemplo. 
com essas informações será possível 
nortear o trabalho pedagógico de 
simone, que neste ano, seguirá sendo 
de forma remota. “Nossas formações 
têm olhado para o currículo da 
cidade, elaborado a partir da BNcc, e 
explorado a proposta do documento, 
que enfatiza a linguagem como lugar 
de interlocução, procurando sempre 
se aproximar da tecnologia para 
auxiliar as crianças no processo da 
alfabetização”, explica simone.
18
A experiência na 
minha escola pública
Juliana Rodrigues da Rocha Fattori 
está há quatro anos à frente da 
coordenação pedagógica dos anos 
iniciais e Finais na Escola Municipal 
de Educação Básica philomena salvia 
Zupardo, em itatiba, no interior de 
são paulo. Ela conta que, neste ano, 
a equipe vem realizando um estudo 
aprofundado da BNcc para o ciclo de 
alfabetização. Essa análise da Base é 
feita por meio do currículo municipal 
que foi readequado de acordo com o 
documento e o currículo paulista.
“Diante das necessidades práticas 
das novas professoras em abordar a 
questão da alfabetização, estamos 
apresentando e estudando os 
19
subsídios que a BNcc oferta”, conta 
Juliana. “com isso, a intenção é que 
as professoras reflitam sobre as 
propostas e as atividades a serem 
desenvolvidas em sala de aula”. Os 
estudos teóricos estão ocorrendo 
nas reuniões de HTpc da escola.
Na prática, a coordenadora tem 
buscado mapear as dúvidas e as 
dificuldades dos professores e, com 
isso, elaborar as pautas formativas, 
de acordo com as necessidades dos 
docentes. além do levantamento 
de conhecimentos prévios, ela leva 
para os encontros a parte teórica e 
reflexiva da Base sobre o Ciclo de 
alfabetização. a partir dos estudos, 
discutem e analisam as práticas em 
sala de aula que propiciem condições 
e estímulos para a apropriação do 
sistema de escrita alfabética.
20
Ela explica ainda que a equipe 
está explorando a BNcc, mas a 
proposta é estudar as concepções 
que o documento traz em relação à 
Educação, analisando e discutindo 
como inserir as competências gerais 
nas práticas pedagógicas. com os 
estudos e com os dados da avaliação 
diagnóstica com foco na hipótese de 
escrita, a ideia é explorar modelos e 
sugestões de atividades que sejam 
significativas e desafiadoras. “Assim, 
propiciamos ao aluno não somente o 
avanço no processo da alfabetização, 
mas também contribuímos para o 
seu desenvolvimento integral, sendo 
crítico, autônomo e responsável 
perante as mais diversas situações e 
contextos”, completa a coordenadora.
21
Checklist para apoiar a 
pauta de formação
Confira nove dicas que podem ajudar 
na orientação do planejamento do 
coordenador pedagógico
1. Retome a estrutura do documento 
de forma breve, pois a grande maioria 
dos professores já conhece. Mas, 
caso haja alguém na turma que 
ainda não teve contato com a Base, 
trabalhe de forma individualizada 
os pontos necessários para 
apoiar o desenvolvimento deste 
profissional ou de um grupo.
2. aborde com a equipe a concepção 
que cada um tem sobre alfabetização 
e como a criança aprende e se 
alfabetiza a fim de estabelecer 
ligações com as ideias do documento. 
22
É sabido que a concepção está 
conectada à prática. por isso, propor 
essa reflexão é fundamental e pode 
ajudar a concretizar mais quais são 
as ações necessárias para transpor 
a Base da teoria para a prática.
3. aposte em analisar bons 
modelos e caminhos possíveis para 
planejar uma aula alinhada à BNcc 
e peça para que os professores 
também tragam suas experiências 
pessoais para discutir e construir 
um conhecimento coletivo que 
considere as necessidades do time.
4. Discuta com o grupo como 
a pandemia tem sido um 
complicador da implementação 
da BNcc, buscando alternativas 
23
para mudar este quadro. Ouça o 
grupo, dê sugestões e exemplos 
de como fazê-lo, se for o caso. 
5. Organize a formação conforme 
a necessidade e perfil do grupo 
de professores buscando as 
estratégias formativas que melhor 
se adequem ao mesmo.
6. Identifique como cada professor 
planeja a sua aula. isto é, se pensa 
na habilidade para poder planejar 
a proposta ou se tenta encaixar a 
proposta em uma habilidade, uma 
vez que o recomendável é, primeiro, 
o professor ter claro o que quer 
trabalhar para, então, planejar 
sua aula. Especialmente em 2021, 
será necessário um trabalho de 
planejamento que considere as 
habilidades prioritárias de 2020 e do 
https://novaescola.org.br/conteudo/19772/bncc-como-priorizar-as-aprendizagens-de-2020-e-2021
24
ano atual (saiba mais aqui). para isso, 
analise os semanários ou mesmo 
observe as aulas, dando devolutivas 
para o professor por meio de boas 
perguntas promovendo a reflexão 
sobre a prática em questão.
7. promova momentos nos quais 
o professor faça análise do que 
vem planejando e do como vem 
planejando. É primordial que o 
coordenador crie estes espaços na 
escola. E quando for o caso, planeje 
juntamente com aquele profissional 
que ainda está encontrando 
dificuldades para fazê-lo.
8. combine no início do encontro 
para alguém registrar as principais 
ideias para compartilhar essa 
sistematização com todo o grupo (o 
registro também pode ser feito de 
https://novaescola.org.br/conteudo/19772/bncc-como-priorizar-as-aprendizagens-de-2020-e-2021
25
forma coletiva, especialmente se ele 
for realizado de forma online, em 
que todos podem incluir comentários 
em tempo real num documento 
ou num quadro de post-its). além 
de ser um registro do encontro, 
pode ser consultado no futuro para 
retomar ideias para serem testadas 
no planejamento das atividades.
9. Tematize a prática observada, 
ou seja, traga para reflexão e 
discussão as atividades didáticas 
observadas na sala de aula 
(vídeos, propostas didáticas) 
buscando analisar as concepções 
que estão nelas implícitas e por 
consequência as intervenções que 
permitem o avanço do processo 
de ensino e aprendizagem.
https://cursos.novaescola.org.br/curso/11376/google-drive-como-usar-o-hangouts-e-o-docs/resumo
https://cursos.novaescola.org.br/curso/11376/google-drive-como-usar-o-hangouts-e-o-docs/resumo
26
Em que ponto a equipe 
docente está 
Sugestões para entender o que ogrupo 
sabe e o que ainda precisa aprofundar 
sobre a BNCC
com o objetivo de mapear o nível 
de conhecimento da equipe sobre 
o documento, o coordenador pode 
trazer perguntas que permitam obter 
um perfil do grupo, além de delinear 
ações para estimular a reflexão sobre 
a prática e para promover o avanço 
do processo de ensino. a seguir, 
apresentamos algumas possibilidades 
de perguntas-guia, que podem ser 
respondidas no Google Formulários, 
em dinâmicas online ou presenciais, 
ou que podem, por exemplo, ser 
utilizadas como um guia para elaborar 
uma pauta de reflexão e observação 
27
das próprias aulas dos professores, 
sendo registradas nos semanários 
docentes ou planejamento de aulas 
ou mesmo acompanhadas pelo 
coordenador nas observações de sala.
para mapear o nível de conhecimento 
sobre o documento:
• como você costuma 
planejar suas aulas?
• Você costuma fazer o 
planejamento segundo a BNcc? 
• como você usa a Base para 
planejar suas aulas?
• como você entende os conceitos 
de habilidades, competências e 
eixos temáticos contidos na BNcc?
28
• Você utiliza habilidades, 
competências e eixos temáticos 
da Base na sua prática diária 
(ou ao planejar suas aulas)?
para mapear o nível de 
conhecimento sobre a aplicação 
prática do documento:
• como você usa as habilidades na 
hora de planejar uma atividade?
• como você utiliza os conceitos de 
habilidades, competências e eixos 
temáticos no seu planejamento?
• Você planeja suas aulas a partir 
das habilidades e competências?
• sua aula está focada em 
uma única habilidade?
29
as respostas obtidas serão o norte 
do planejamento das formações e 
intervenções que o coordenador irá 
realizar ao longo de um período.
30
im
ag
em
: a
nd
ré
 a
sa
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da
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Im
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: G
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ty
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ag
es
2. Como desenvolver 
escrita, leitura 
e oralidade no 
ensino remoto
Entenda como planejar atividades 
alinhadas à BNCC e conheça a 
experiência de duas professoras de 
escolas públicas durante a pandemia
paula salas | 24 de Março de 2021 Im
ag
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: G
et
ty
im
ag
es
32
Na Escola Municipal analice Maciel 
de Jesus, em Tartarugalzinho (ap), 
o trabalho durante o ensino remoto 
apenas foi possível com atividades 
impressas, que eram corrigidas e 
devolvidas às famílias. antes da 
pandemia, a professora Tamila 
Tavares conseguiu fazer as atividades 
diagnósticas. "apesar de ser uma 
turma de 1º ano, alguns já liam 
palavras ou conheciam o alfabeto", 
relata. a leitura, escrita e oralidade 
estiveram presentes em todas as 
propostas de atividades, entregues 
quinzenalmente para as famílias. 
O trabalho de Tamila é baseado 
em textos simples - como, por 
exemplo, parlendas, cantigas ou 
poemas - que possam ser lidos para 
ou pelos alunos, dependendo do 
nível de aprendizagem que ele já se 
33
encontra. É a partir de uma história 
ou textos que envolvem situações 
reais (como uma lista de compras 
ou o passo a passo de uma receita 
básica) que a professora desenvolve 
o trabalho com as palavras. "O aluno 
consegue compreender porque está 
trabalhando aquelas letras. Ele vê 
um todo para depois olhar para 
uma palavra", explica. as propostas 
conectam leitura, escrita e oralidade. 
para aquelas famílias que possuem 
acesso ao Whatsapp, ela propôs que 
as crianças contassem histórias que 
foram criadas por eles por áudios. "No 
início eram muito simples, mas depois 
começaram a vir áudios elaborados", 
relata. "Entre os 25 alunos da minha 
turma no ano passado, 22 alunos 
retiraram as atividades impressas. 
Desses, 18 conseguiram avançar". 
34
a Base Nacional comum curricular 
(BNcc) propõe que as atividades de 
leitura, escuta e produção textual 
em várias mídias (como os próprios 
textos em papel ou mesmo os 
áudios de Whatsapp) trabalhem o 
desenvolvimento de habilidades para 
o uso significativo da linguagem e 
de forma a sempre relacionar os 
textos a seus contextos de produção 
e funções sociais. O documento é 
estruturado em campos de atuação 
(vida cotidiana, artístico-literário, 
estudo e pesquisa, e vida pública), 
que representam tipos de textos 
que estão inseridos em cada um 
desses espaços sociais. Em cada 
um, os professores têm uma série 
de habilidades relacionadas a cada 
prática de linguagem (leitura e 
escuta, produção de texto, oralidade, 
e análise linguística/semiótica).
35
Como planejar 
atividades de escrita, 
leitura e oralidade?
"Escrever é mais complicado do que 
completar letras de uma palavra", diz 
Maria José da Nóbrega, formadora de 
professores e consultora pedagógica 
de língua portuguesa. “Eu aprendo 
a escrever imitando outros autores, 
me apropriando de referências", 
complementa. por isso, é importante 
o trabalho de forma contextualizada 
baseado em textos reais – o que 
não impede que o professor faça 
exercícios de sistematização ou de 
trabalhar com “palavras soltas”. 
Dentro dessa perspectiva, a 
especialista explica que o professor 
pode partir de um texto – uma 
36
situação contextualizada – e ir para 
a palavra para fazer uma reflexão 
sobre a escrita, mas não pode 
deixar de voltar para o texto. Em 
um exemplo: se o docente tem a 
intenção de trabalhar a escrita da 
palavra casa, pode fazer a leitura 
do conto dos Três porquinhos ou 
da música a casa, de Vinicius de 
Moraes, e destacar o termo para 
levar a criança a pensar sobre o uso 
das letras. isto é, ele sai do texto 
para estudar a palavra. Mas, depois, 
o professor sempre deve devolvê-
la para seu contexto de forma a 
que a criança possa empregar o que 
aprendeu em uma situação de maior 
complexidade. O professor pode 
voltar para o texto para revisar e ler 
o que foi trabalhado ou colocar um 
problema para que o aluno identifique 
uma regularidade de escrita no texto. 
37
ao planejar uma sequência didática 
sobre determinado gênero textual, 
Maria José recomenda que o docente 
passe por todas as práticas de 
linguagem relacionadas ao campo de 
atuação que está sendo abordado. 
Mas, é possível criar momentos em 
que a atividade proposta mobilize 
unicamente habilidades de leitura, 
por exemplo. O importante é que, na 
sequência completa, o professor não 
deixe nenhuma prática de linguagem 
de fora. "se o professor quer que a 
criança produza um texto, ela precisa 
ser repertoriada sobre esse gênero 
para entender como funciona", explica 
a formadora. por isso, é necessário 
passar por todos os eixos. assim, 
se a expectativa é uma produção de 
texto sobre fábula para desenvolver 
habilidades de escrita, é preciso 
antes ter o momento de leitura, 
38
fazer a análise linguística dentro de 
textos desse gênero, desenvolver 
habilidades específicas do campo 
artístico-literário e trabalhar a 
oralidade para que a criança perceba 
as características do texto. 
Aprender com quem 
faz na prática
Em Tianguá, interior do ceará, 
a professora Emanuela Barbosa 
da silva dá aula para o 2º ano na 
Escola Municipal Frei Gervásio. a 
maioria dos alunos são da zona 
rural. Quando a pandemia começou, 
o diagnóstico tinha sido feito, mas 
muitas crianças ainda não sabiam 
ler. "Ninguém esperava trabalhar 
assim e as crianças não tinham 
acesso à internet, mas, na turma 
de 24 alunos, apenas 3 famílias 
39
não possuíam Whatsapp", conta 
a educadora. Este se tornou o 
principal canal de comunicação para 
as aulas. Diariamente, a professora 
compartilhava uma "agenda 
explicativa", em que eram passadas 
as instruções de cada atividade do 
dia, com a disciplina, o assunto e a 
proposta - geralmente acompanhada 
de um vídeo explicativo. Os 
alunos sem acesso, recebiam em 
casa os roteiros impressos. 
Todos os dias, as crianças enviavam 
vídeos ou faziam uma chamada 
por vídeo com a professora para 
fazer a leitura diária. ao receber 
esses materiais, Emanuela passava 
dicas para melhorar a leitura e 
também ajudava as crianças a 
pensar nos próximos textos que 
poderiam ser enviados. Fotos das 
40
atividades realizadas, as correções 
e o feedback para as famílias 
também entraram na nova rotina.
para planejaras aulas, a professora 
pensa em atividades de fácil 
compreensão para os alunos. 
Geralmente, assim como Tamila, 
ela parte de um texto para depois 
seguir para a atividade. O assunto 
trabalhado numa proposta se 
desdobra em todas as disciplinas. 
Quando o tema foi Tangram, por 
exemplo, Emanuela gravou um vídeo 
em que mostrava uma versão do 
jogo feito de madeira e contava a 
história. Depois, pedia para que 
eles recortassem do livro didático 
as peças do jogo e montassem os 
desenhos. a leitura do dia também 
era associada à história do Tangram.
41
Outra atividade que deu certo em 
2020 foram as sextas literárias, 
em que a professora gravava um 
áudio contando a história de um 
livro. para que os alunos pudessem 
acompanhar a leitura, também 
eram enviados os textos. Depois, 
eles tinham que contar, em áudio, 
o que eles tinham acabado de ouvir 
e fazer a reescrita da história. 
O planejamento para 2021
para continuar com a mesma turma, 
a professora Tamila dará aula para o 
2º ano em 2021. Ela conta que, por 
enquanto, continuarão com o ensino 
remoto em um esquema semelhante 
ao do ano passado. Mas, ela já tem 
planos do que gostaria de fazer 
diferente: "Quero estimular ainda 
mais a leitura e aumentar a produção 
42
textual", conta. Ela diz que até o final 
do ano quer que os alunos consigam 
escrever textos de três parágrafos. 
Depois de um ano de ensino remoto, 
ela também já se sente mais 
confiante para explorar recursos 
digitais e quer gravar mais vídeos para 
os alunos. "Já tenho vídeos de TikTok 
prontos para este ano. O que for 
surgindo de ideia, vou desenvolvendo".
Diferente de Tamila, Emanuela não 
conhece pessoalmente sua turma 
deste ano. as crianças também 
carregam as defasagens do ano 
anterior. "Quando chegam no 2º ano, 
geralmente, são poucas as crianças 
que não sabem ler, mas este ano está 
diferente. Eles vêm com dificuldade 
do 1º ano pela falta de acesso e 
acompanhamento aos conteúdos, 
então são poucos que já leem", 
43
explica a educadora. por isso, além 
da continuidade com os roteiros de 
estudo, foram organizadas aulões 
pelo Google Meets, entre todas as 
turmas do 2º ano, como uma forma 
de reforço. Então, toda semana 
nesses encontros é trabalhado 
um assunto que as educadoras 
identificaram que os alunos têm 
dificuldade, em geral, partindo 
de um gênero textual diferente 
(receita, poema, contos e outros).
Em uma etapa tão desafiadora para 
ser feita a distância, as professoras 
ressaltam a importância da parceria 
com as famílias. a professora 
Emanuela criou uma medalha 
para aqueles que conseguissem 
participar muito das aulas, e as 
famílias também recebiam um cartão 
parabenizando pelo compromisso 
44
com a escola. “Foi uma forma de 
dar confiança para eles. Quando eles 
se sentem confiantes, o retorno é 
bem melhor”, diz a alfabetizadora. 
a professora Tamila também 
destaca o envolvimento dos pais 
e responsáveis: “se não fosse 
pelo comprometimento deles, não 
teria tido o sucesso que tive”.
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3. Como se planejar 
para as aulas e 
construir atividades 
alinhadas à BNCC
A professora Mara Mansani 
compartilha o passo a passo do 
seu planejamento para o ensino 
remoto e para o retorno presencial
Mara Mansani | 17 de Março de 2021 Im
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47
como alfabetizadora, após um ano 
de pandemia cheguei à conclusão 
de que a Base Nacional comum 
curricular (BNcc) foi o principal 
documento orientador dos caminhos 
traçados para o ensino remoto. Em 
meio a tantas dúvidas, incertezas e 
preocupações com a aprendizagem 
dos alunos, uma coisa era certa: 
sabíamos quais habilidades teríamos 
que explorar e desenvolver para 
a alfabetizá-los. Fico pensando 
como teria sido ainda mais difícil 
esse período se não tivéssemos 
nossos currículos construídos a 
partir da Base e da clareza das 
aprendizagens que ela traz.
Mas, se por um lado, sabíamos 
o caminho, por outro, tivemos 
o grande desafio de aprender o 
“como fazer”. Esse foi meu principal 
48
questionamento (mesmo depois 
de mais de 30 anos de vivências 
e experiências em sala de aula) 
e, com certeza, foi também o de 
muitos outros alfabetizadores nesse 
período. penso que não há uma 
única resposta, mas que todas elas 
passam por um bom planejamento. 
Foi também por isso que, durante 
a pandemia, li e estudei ainda 
mais: fiz cursos online, debati com 
colegas de profissão, compartilhei 
e troquei experiências, me inspirei 
em materiais de referência. Nesse 
movimento, descobri que o grande 
desafio que nos foi colocado também 
nos levou a novas possibilidades 
para o desenvolvimento do 
processo de alfabetização.
49
Primeiros passos 
do planejamento 
aplicado na prática
O bom planejamento das nossas 
aulas na alfabetização leva 
em conta alguns elementos 
fundamentais, como:
1. o currículo (competências e 
habilidades previstas para 
o ano em questão);
2. a clareza do objetivo da aula 
(intencionalidade pedagógica);
3. o diagnóstico do que os 
alunos já sabem e o que 
ainda precisam aprender;
50
4. a boa seleção de materiais 
de apoio e de referência;
5. a definição da metodologia 
e de quais instrumentos e 
estratégias são as mais adequadas 
para a aprendizagem;
6. a organização do tempo e 
espaço na rotina de estudos;
7. o conhecimento prévio do 
formato do ensino possível para 
sua turma de acordo com a 
realidade do aluno (ainda mais 
agora em tempos de pandemia).
para começar meu planejamento 
de aula, o primeiro passo é ter em 
mãos o currículo e o diagnóstico da 
turma. É a partir da combinação dos 
dois, baseado nas necessidades de 
51
aprendizagem dos alunos, que defino 
o objetivo das atividades. Quando 
começamos o planejamento a partir 
das atividades que queremos dar – o 
que muitas vezes fazemos –, há uma 
grande chance de acontecer desvios 
e distorções da intencionalidade 
pensada inicialmente. isso acontece 
porque, ao fazer o caminho inverso 
(tentar encaixar uma atividade num 
objetivo de aprendizagem), nem 
sempre atendemos aos elementos 
fundamentais que envolvem 
um planejamento coerente e de 
acordo com as necessidades de 
aprendizagens dos alunos.
Um dos elementos mais importantes 
no planejamento das nossas 
aulas é uma análise cuidadosa do 
diagnóstico da turma para propor 
práticas que atendam os diferentes 
52
níveis de aprendizagem entre os 
alunos. Mesmo quando estamos 
explorando a mesma habilidade com 
todos, a proposta pode variar para 
cada grupo de aluno. Usando um 
exemplo de habilidade da BNcc:
(EF12LP04) ler e compreender, em 
colaboração com os colegas e com 
a ajuda do professor ou já com 
certa autonomia, listas, agendas, 
calendários, avisos, convites, 
receitas, instruções de montagem 
(digitais ou impressos), dentre 
outros gêneros do campo da vida 
cotidiana, considerando a situação 
comunicativa e o tema/assunto 
do texto e relacionando sua forma 
de organização à sua finalidade.
se um determinado grupo já lê com 
autonomia, diferentemente de outro 
53
que ainda precisa do apoio na leitura, 
não é adequado propor a atividade a 
ser feita da mesma forma para todos. 
precisamos pensar em variações na 
complexidade. a própria habilidade 
já vai indicando esse caminho. 
assim, por exemplo, se a proposta 
é que as crianças leiam uma lista 
de compras de supermercado:
• alunos com autonomia leem 
sozinhos e podem, a partir da 
leitura da lista, separar produtos 
alimentícios de outros itens 
(como produtos de limpeza);
• os que tem autonomia média 
podem ler em pares (alunos com 
hipóteses próximas), fazendo 
a mesma separação que a 
proposta para o primeiro grupo;
54
• os ainda sem autonomia na 
leitura, podem ser colocados 
para ler em pares e também 
individualmente, mas com o 
apoio e intervenção pontual e 
mais personalizada do professor 
– que vai ditando palavras da 
lista, ao mesmo tempo que 
vai fazendo perguntas que os 
façam refletir sobre a escrita.
Mas como diagnosticar afase 
da aprendizagem que o aluno 
se encontra no ensino remoto? 
Realmente é um desafio para todos 
nós alfabetizadores. Em 2020, 
fiz a sondagem via Google Meet 
e chamada de Whatsapp com 
alguns alunos. a família apoiava na 
organização e acesso, mas sem fazer 
interferências. Era eu e o aluno. 
Demora muito mais que fazer em 
55
sala de aula presencialmente, mas 
funciona bem. Já no presencial, 
tenho visto professores recebendo 
um aluno a cada hora – de forma 
que não haja aglomeração e seguindo 
os protocolos de segurança – 
para fazer a sondagem.
Minha rotina de 
planejamento
No ensino presencial, planejo minhas 
aulas semanalmente; no remoto, 
quinzenalmente. No semanal, faço 
um quadro de rotinas, com colunas 
de segunda a sexta-feira, em que 
distribuo as atividades de acordo 
com as habilidades selecionadas 
como prioritárias (saiba como 
priorizar as aprendizagens de 
2020 e 2021 clicando aqui).
https://novaescola.org.br/conteudo/16/5-principios-para-a-hora-de-pensar-numa-sondagem-na-alfabetizacao
https://novaescola.org.br/conteudo/19772/bncc-como-priorizar-as-aprendizagens-de-2020-e-2021
https://novaescola.org.br/conteudo/19772/bncc-como-priorizar-as-aprendizagens-de-2020-e-2021
https://novaescola.org.br/conteudo/19772/bncc-como-priorizar-as-aprendizagens-de-2020-e-2021
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No planejamento da rotina de 
alfabetização, todos os dias estão 
previstas atividades de língua 
portuguesa distribuídas entre leitura/
escuta, escrita, oralidade e análise 
linguística/semiótica (bem dentro 
do que explicita a BNcc). Entrego 
as propostas para a coordenação 
pedagógica em formato digital, 
envio nos grupos para as famílias e 
imprimo para seguir durante a aula.
costumo combinar e usar temas 
de História, Geografia e Ciências, 
integrando-os nas práticas de 
língua portuguesa. como, por 
exemplo, o uso de máscaras (tema 
de cuidados de saúde em ciências) 
rendem boas situações de leitura 
e escrita em língua portuguesa. 
Dessa forma, aproveito e organizo 
melhor os tempos na rotina.
57
Tenho muitos cadernos de anotação 
de vários anos. para mim, são 
“tesouros” em que vou registrando 
ideias, descobertas na aprendizagem 
dos alunos, materiais de referência 
inspiradores, possíveis projetos, 
entre tantas outras reflexões que 
surgem no dia a dia docente. Também 
registro links interessantes e outros 
conteúdos que encontro na internet 
em um documento Word. agora estou 
aprendendo a buscar inspirações com 
o Tiktok! Já selecionei 30 conteúdos 
super bacanas para aprimorar minhas 
práticas em sala de aula. Essas 
anotações todas são boas fontes de 
consulta que facilitam meu trabalho 
em sala de aula. para quem busca 
inspiração, os planos de aula NOVa 
EscOla são uma ótima sugestão.
https://planosdeaula.novaescola.org.br/
https://planosdeaula.novaescola.org.br/
58
Na minha rotina estão previstas 
também pelo menos uma sequência 
didática por mês e uma ou duas 
atividades de projetos mais 
especiais – geralmente aqueles 
mais elaborados que são definidos 
em conjunto com meu grupo 
de colegas da alfabetização na 
escola. Neste momento, estamos 
conversando sobre a possibilidade 
de elaborarmos juntas um projeto 
especial de leitura de poemas.
O que estou planejando
para a minha turma do ensino 
remoto neste ano, por enquanto, a 
proposta será de sondagem online. 
Estamos usando o Whatsapp para 
a comunicação e certa interação 
com os alunos. Entretanto, assim 
que voltarmos presencialmente, 
59
eu e minhas colegas faremos 
nossa avaliação diagnóstica 
também presencialmente. Essa 
parceria também está se dando 
na preparação para o retorno 
presencial e na construção da 
nossa proposta de ensino híbrido.
acreditamos que o modelo pode ser 
uma ótima metodologia e estratégia 
para alfabetizar, mas nosso desafio 
será conseguir que todos tenham 
acesso, já que nossa realidade é 
complexa e de muitas desigualdades. 
Não queremos construir algo que 
se resuma a mescla de aulas 
presenciais e aulas online e uso 
de recursos tecnológicos. por isso, 
vamos enviar uma pesquisa para 
as famílias para entendermos mais 
as realidades dos nossos alunos, 
tanto em relação ao acesso digital, 
60
quanto à participação dos estudos 
para pensarmos alternativas.
ainda para o ensino híbrido, estamos 
estudando e compartilhando 
saberes entre os colegas porque 
queremos usar tudo o que 
for possível em nossas aulas: 
podcast, playlists, músicas, 
plataformas, dinâmicas e muito 
mais. Eu, por exemplo, ensinarei 
sobre o uso de murais digitais.
para todas essas atividades, estamos 
dando nosso melhor, em estudos e 
trabalho colaborativo. as palavras de 
ordem para o nosso planejamento 
de alfabetizadores são: prioridades 
no currículo, estudo, flexibilidade, 
colaboração e compartilhamento de 
saberes. para este ano, eu e minhas 
colegas alfabetizadoras, queremos 
61
também consolidar e ampliar as 
parcerias com as famílias de nossos 
alunos principalmente nos projetos, 
para que percebam o quanto são 
importantes para a aprendizagem 
das crianças. para o ensino remoto 
(e depois também no híbrido), 
estamos preparando materiais 
para apoiar o ensino em casa, como 
caixas matemáticas, mala viajante 
de leitura, materiais para criar um 
ambiente alfabetizador na casa das 
crianças com alfabeto móvel, crachás 
de mesa e outros itens. Tudo para 
que os alunos tenham referências 
e suporte para a aprendizagem.
Ideias e sugestões
E como anda seu planejamento? 
Há muito o que explorar com as 
crianças, seja na sala de aula ou a 
62
distância. No ensino remoto, com o 
auxílio da tecnologia em aplicativos, 
principalmente o Whatsapp, é 
possível propor muitas práticas de 
alfabetização. Dá para criar rotinas 
de leitura, de escrita e oralidade, 
possíveis de serem realizadas no 
contexto familiar com vídeos, áudios 
e tutorais escritos de orientações 
para os responsáveis. Na leitura, 
por exemplo, uma possível rotina 
de leitura poderia ser assim:
• segunda-feira: envio de um 
vídeo gravado ou realização de 
uma vídeo-chamada de uma 
leitura feita pelo professor;
• Terça-feira: as crianças 
ouvem um podcast 
de contos tradicionais 
indicado pelo docente;
63
• Quarta-feira: a leitura fica por 
conta da família, que deve 
contar uma história oralmente;
• Quinta-feira: mesmo modelo 
da segunda, com a leitura 
sendo feita pelo docente;
• sexta-feira: a família lê um 
livro enviado pela escola ou por 
meio de um pDF enviado no 
grupo de Whatsapp da turma. 
se o aluno já tiver autonomia, 
ele pode ler para a família.
para o ensino híbrido, no contexto 
familiar com apoio de recursos 
tecnológicos, aumentam ainda mais 
as possibilidades na alfabetização. 
64
Na escrita, gostaria de compartilhar 
uma proposta com sugestões 
que podem ser incluídas em 
uma rotina semanal da turma:
• Em casa: as crianças ouvem 
e participam da leitura de um 
livro de literatura infantil com 
a família, assistem vídeos 
curtos que exploram o tema 
da aula na escrita, participam 
de jogos online relacionados 
à leitura, fazem uma tarefa 
prévia de escrita relacionada 
às atividades anteriores.
• Na sala de aula: usam todo 
repertório adquirido com 
as atividades e referências 
exploradas em casa para então 
participar da atividade principal 
65
de produção textual proposta 
e acompanhada pelo professor. 
Então, fazemos um diagnóstico 
da aprendizagem para ver 
se foi realmente efetiva.
66
Dica para escolher  
bem as atividades
para organizar o estudo e agilizar 
seu tempo na busca de atividades, 
o professor pode criar um banco 
de atividades organizando-as por 
habilidades. assim, por exemplo, 
quando você tiver definido o 
objetivo da aula, é só buscar 
entre os seus materiais, a mais 
adequada para explorar com os 
alunos. para multiplicar as ideias, 
é possível inclusive combinar 
entre os colegas de fazer um 
banco de atividades colaborativo 
(no Google Drive, por exemplo).
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4. Exemplos práticos: 
atividadesimpressas, 
WhatsApp e parceria 
com a família
Conheça a experiência de três 
professoras de escolas públicas 
que buscaram se adaptar dentro de 
suas realidades para avançar com a 
leitura e escrita no ensino remoto
paula salas, camila cecílio | 31 de Março de 2021
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No 1º ano do Ensino Fundamental, 
muitos dos alunos ainda estão 
conhecendo o mundo letrado e se 
familiarizando com ele. a organização 
do espaço na alfabetização, a rotina 
de atividades e o acompanhamento 
que o professor estabelece com as 
crianças visam estimular que elas 
descubram, compreendam e se 
apropriem do sistema de escrita. “Na 
sala de aula, temos um ambiente 
alfabetizador. Em casa, isso faz falta”, 
afirma Elaine Capote, professora de 
1º ano na Escola Municipal presidente 
Vargas, em pariquera-açu (sp).
Entretanto, é com criatividade e 
parceria que muitos professores 
nas escolas públicas brasileiras têm 
conseguido transpor um pouco dessa 
realidade para as casas das crianças. 
“Os pais e responsáveis são meus 
70
parceiros, me ajudaram muito no ano 
passado”, afirma Elaine. Foi devido 
a essa parceria que muitas crianças 
terminaram o ano lendo. “Uma das 
mães teve a ideia de etiquetar a 
casa toda com o nome dos objetos, 
algo que fazemos na escola”.
Mesmo com o material impresso 
sendo a principal estratégia utilizada 
pela escola, foi possível estimular 
que a parceria acontecesse. Elaine, 
por exemplo, para incentivar que 
as famílias criassem momentos 
de leitura, mandava livros junto 
com as atividades impressas e 
gravava contações de histórias 
por áudios compartilhados como 
material extra no Whatsapp. Não 
foi possível utilizar ferramentas 
digitais para além do aplicativo, 
mas, em 2021, ela também utilizou 
71
o recurso para fazer chamadas por 
vídeo com os alunos para realizar 
a sondagem da leitura e escrita.
Os áudios de Whatsapp também 
viraram ferramenta de apoio da 
alfabetização na turma da sonia 
antunes caregnato, professora 
de 1º ano na Escola Municipal 
Jean piaget, em Marechal cândido 
Rondon (pR). sonia gravava áudios 
lendo textos simples que eram 
enviados para as crianças e usados 
para trabalhar a compreensão 
oral e levantar questionamentos 
que instigassem a identificação 
dos padrões da língua (como, por 
exemplo, letras iniciais e finais 
repetidas nas diferentes palavras).
Ela percebeu que atividades com 
rimas, brincadeiras de trava-línguas 
72
ou de aliteração funcionaram 
bem. "É algo mais próximo das 
crianças e é uma forma delas 
se familiarizarem com a escrita 
e oralidade", explica sonia. para 
fazer o acompanhamento, além da 
correção das atividades impressas, 
as famílias faziam registros das 
crianças contando para a professora 
o que havia aprendido ou como 
estava conseguindo escrever e ler.
Sarau a distância para 
incentivar a leitura
com a pandemia, a Escola Municipal 
de Educação Básica professora ngela 
lygia parodi scavone, em itatiba 
(sp), decidiu manter o vínculo com 
os estudantes pelo Whatsapp. 
“Eu compartilhava textos para os 
alunos lerem e discutirem com suas 
73
famílias, mas isso não me satisfazia. 
ainda tinha aquela inquietação 
sobre como eu poderia incentivar 
mais as crianças a lerem”, conta 
a professora Kátia Baptistella. No 
movimento de buscar inspirações, ela 
se deparou com experiências de sarau 
literário, evento que viu potencial 
para instigar a leitura na sua turma 
de 2º ano e como oportunidade 
de dar sequência ao trabalho que 
ela já havia realizado quando a 
mesma turma estava no 1º ano.
a proposta foi apresentada à turma 
e cada aluno teve liberdade para 
escolher o texto que quisesse 
ler, independente do gênero, e se 
preparar para o sarau, que seria 
realizado por vídeos ou áudios 
gravados previamente. a diretora e 
outras professoras da escola também 
74
se envolveram na ação e gravaram 
vídeos com leituras especiais para 
motivar as crianças. Durante o evento 
online foram compartilhados os 
vídeos das leituras das professoras 
e, por fim, a leitura dos estudantes.
“a participação dos alunos me 
surpreendeu muito. aqueles que 
ainda não liam de forma convencional 
também participaram e deu para 
perceber que se prepararam para 
aquele momento”, lembra Kátia. 
“Foi muito gratificante ver até quem 
ainda não sabia ler, lendo a partir 
de um livro ou de um papel”.
além de reforçar a leitura como uma 
importante aliada, o sarau elevou 
a autoestima dos alunos, que se 
prepararam para ler para os colegas. 
“Elas se sentiram valorizadas e 
75
seguras, principalmente aquelas que 
ainda não sabiam ler totalmente e 
viram que podem e conseguem”, diz 
Kátia. a professora lembra, ainda que, 
a literatura é um dos fatores que 
colaboram para o desenvolvimento 
de habilidades socioemocionais. 
“Ela traz uma oportunidade de 
levar a criança a conhecer outros 
mundos, a adentrar lugares 
imaginários, a se colocar no lugar das 
personagens, a vivenciar situações 
como se fossem elas próprias as 
protagonistas”, pondera a professora.
sonia também olhou para o 
emocional das crianças no início 
deste ano. Ela convidou as crianças 
para assistir com as famílias o 
filme Divertida Mente e, a partir 
dele, preparou uma sequência de 
atividades sobre as emoções. Entre 
76
as propostas, as crianças tinham 
que identificar os sentimentos 
relacionados a cada uma das 
situações, como uma forma de 
conseguir dar nome ao que sentiam. 
"É um desafio muito grande 
estar a distância e acompanhar 
o que a criança precisa", afirma 
sonia. por isso, as professoras se 
mantêm conectadas às famílias 
e buscam, cada vez mais, essa 
parceria para garantir um olhar 
integral para os estudantes.
77
4 pontos para considerar 
no uso de tecnologia 
na Alfabetização
Nesta etapa, as crianças ainda 
não desenvolveram autonomia 
para manusear, quando tem 
acesso, celulares ou computadores 
para um uso que não seja 
recreativo. por isso, vale:
• Usar comandos simples. as 
orientações devem ser objetivas 
e a linguagem, simples.
• Explorar áudios e vídeos. Eles 
facilitam a comunicação e 
explicação das atividades e também 
dão autonomia para que as crianças 
ouçam novamente as instruções.
78
• Escolha materiais de fontes 
confiáveis: ao fazer a curadoria 
do que será enviado para a 
turma, considere a confiabilidade 
e qualidade dos materiais.
• Preze pela qualidade e não pela 
quantidade: a comunicação digital 
facilita o envio de informações e 
materiais diversos, mas se considere 
um curador e selecione aquilo 
que será acessível para elas.
79
Edição
Laís Semis
Texto
Camila Cecílio, Paula 
Salas e Mara Mansani
consultoria pedagógica
Selene Coletti
Diagramação
Tiago Araujo
ilustrações
André Asahida
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