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A CONSTITUCIONALIDADE DO ARTIGO 3º-A DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL

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AUTARQUIA EDUCACIONAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO
FACULDADEDE DE CIÊNCIAS APLICADAS E SOCIAIS DE PETROLIA
CURSO DE DIREITO
JOÃO PAULO MACEDO NOGUEIRA
A CONSTITUCIONALIDADE DO ARTIGO 3º-A DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
PETROLINA
 2019
JOÃO PAULO MACEDO NOGUEIRA
A CONSTITUCIONALIDADE DO ARTIGO 3º-A DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado a Autarquia Educacional do Vale do São Francisco, Faculdade de Ciências Aplicadas e Sociais de Petrolina, como parte das exigências para a obtenção do título de Bacharel em Direito. Sob a orientação do(a) professor(a) EDUARDO JOSE FERNANDES DOS SANTOS.
PETROLINA
2019
JOÃO PAULO MACEDO NOGUEIRA
A CONSTITUCIONALIDADE DO ARTIGO 3º-A DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado a Autarquia Educacional do Vale do São Francisco, Faculdade de Ciências Aplicadas e Sociais de Petrolina, como parte das exigências para a obtenção do título de Bacharel em Direito. Sob a orientação do(a) professor(a) EDUARDO JOSE FERNANDES DOS SANTOS.
BANCA EXAMINADORA
________________________________________________
Prof. Eduardo Fernandes
________________________________________________
Prof. Carlos Romeiro
________________________________________________
Prof. Rozemberg Alencar
Petrolina, 21 de julho de 2020.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, pois sem ele eu não seria nada, que me deu a oportunidade de estudar, uma vez que não são todos que tem a mesma sorte. A minha família que teve paciência e me deu a base para que eu construísse minha caminhada. 
Agradeço aos professores, que com seu dom de ensinar me inspiraram a aprender cada vez mais, em especial ao (a) professor (a) EDUARDO JOSE FERNANDES DOS SANTOS que se disponibilizou a me orientar na construção desse trabalho.
RESUMO
A Constituição Federal de 1988 consagra o sistema acusatório como o modelo a ser seguido pelo processo penal brasileiro, porém, devido ao já antiquado Código de Processo Penal, o que não deveria ser fonte de dúvidas acabava por abrir margens para outros tipos de pensamentos. O Código de Processo Penal Brasileiro, que tem perceptível ranço inquisitorial, entrou em vigor em 1941, e teve uma notável inspiração fascista no Código Rocco da Itália. O artigo 3º-A do Código de Processo Penal, que foi introduzido pela Lei nº 13.964, de 24 de dezembro de 2019, é uma acertada tentativa de adequar o Código de Processo Penal ao modelo de processo penal proposto pela Constituição. Porém, com as ADIn's n. 6.298, 6.299, 6.300 e 6.305 o Ministro Luiz Fux suspendeu sine die, a eficácia desse artigo revolucionário, por entender inconstitucional. O método para se provar a constitucionalidade de tal artigo no decorrer do trabalho foi o bibliográfico e documental, com enfoque no que diz a doutrina majoritária. Como resultado se obteve que esse artigo está em total acordo com a Constituição Federal e os princípios decorrentes dela.
Palavras-chave: Processo penal. Pacote Anticrime. Sistema acusatório. Sistema Inquisitorial. Constitucionalidade. 
RESUMEN
La Constitución Federal de 1988 consagra el sistema acusatorio como el modelo a seguir por el proceso penal brasileño, sin embargo, debido al antiguo Código de Procedimiento Penal, lo que no debería ser una fuente de dudas terminó abriendo márgenes para otros tipos de pensamientos. El Código de Procedimiento Penal brasileño, que tiene una notable racha inquisitorial, entró en vigor en 1941 y tuvo una notable inspiración fascista en el Código Rocco de Italia. El artículo 3-A del Código de Procedimiento Penal, que fue introducido por la Ley N ° 13.964, de 24 de diciembre de 2019, es un intento exitoso de adaptar el Código de Procedimiento Penal al modelo de procedimiento penal propuesto por la Constitución. Sin embargo, con ADIn's n. 6.298, 6.299, 6.300 y 6.305 El Ministro Luiz Fux suspendió seno muerto, la efectividad de este artículo revolucionario, como él entiende inconstitucional. El método para probar la constitucionalidad de dicho artículo en el curso del trabajo fue bibliográfico y documental, con un enfoque en lo que dice la doctrina mayoritaria. Como resultado, se obtuvo que este artículo está totalmente de acuerdo con la Constitución Federal y los principios que se derivan de ella.
Palabras clave: Procedimientos criminales. Paquete contra el crimen. Sistema acusatorio. Sistema inquisitivo. Constitucionalidad.
SUMÁRIO RESUMO...................................................................................................................p.5
ABSTRACT...............................................................................................................p.6
INTRODUÇÃO..........................................................................................................p.8
1. Processo: aspecto conceitual..........................................................................p.09
2. Direito Penal x Processo Penal........................................................................p.10
2.1 Direito Penal......................................................................................................p.10
2.2 Processo Penal.................................................................................................p.11
3. “Constitucionalização” do Processo Penal....................................................p.12
3.1. Princípios constitucionais do processo penal...................................................p.13
3.1.1 Jurisdicionalidade – Nulla poena, nulla culpa sine iudicio..............................p.13
3.1.2 Princípio do acusatório...................................................................................p.15
3.1.3 Princípio da Presunção de Inocência.............................................................p.17
3.1.4 Direito de Defesa e o Contraditório................................................................p.21
4. Sistema Inquisitório x Sistema Acusatório....................................................p.23
4.1 Sistema Processual Inquisitório........................................................................p.24
4.2 Sistema Processual Acusatório.........................................................................p.25
4.3 Sistema Processual Brasileiro...........................................................................p.26
5. O Artigo 3º-A do Código de Processo Penal..................................................p.26
6.Decisão do ministro Luiz Fux que suspende o artigo 3º- A ..........................p.27
7. Constitucionalidade do Artigo 3º-A do Código de Processo Penal.............p.28
8. Conclusão..........................................................................................................p.29
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................p.30
3
INTRODUÇÃO
	As mudanças nas dinâmicas sociais e a busca por direitos individuais foram de suma importância para a mudança de paradigmas também no âmbito do Direito Penal e do processo penal ao redor do mundo. E atualmente, para se analisar os fundamentos de democracia ou autoritarismo de determinado país basta que nos debrucemos a estudar a estrutura processual penal do mesmo. Aqui no Brasil, apesar de nossa raiz legal, a Constituição Federal, ter em seus ditames a busca do processo penal acusatório, por meio da separação de poderes, onde foi incumbido para a acusação o Parquet (Ministério Público), a defesa para o réu (por meio de advogado constituído ou Defensor Público) e o Juiz funcionando como um terceiro imparcial se atendo apenas a julgar de acordo com o contraditório gerado pelas partes e sem agir de ofício, o Código de Processo Penal, por ser anterior a criação da Carta Magna, guarda resquícios de um processo penal inquisitório. Fazendo alguns dos dispositivos do referido código irem de encontro com os preceitos acusatórios da nossa lei maior, desse imbróglio surge a Lei nº 13.964.
	Nos meios de comunicação emgeral a Lei nº 13.964, de 24 de dezembro de 2019 ficou popularmente conhecida a “Lei Anticrime” ou “Pacote Anticrime” e trouxe diversas mudanças mais que relevantes nos códigos penal e processual penal brasileiros. Em destaque, temos a introdução do juiz das garantias, que traz consigo importante ajuda no caminho a ser traçado em direção ao arquétipo constitucional acusatório do processo penal, que agora se encontra taxativamente consagrado no Código de Processo Penal em seu Artigo 3º-A.
	Essa referência expressa para a adoção do sistema acusatório, apesar de estar embasada em nossa carta política, foi tema de concessão de Liminar na Medida Cautelar nas ADIn's n. 6.298, 6.299, 6.300 e 6.305 pelo Min. FUX, fazendo com que fique suspensa por tempo indeterminado a eficácia do Art.3º-A do Código de Processo Penal, sua vigência pode ser retomada a qualquer momento, pois se trata de medida liminar. Então, diante disso, continua em voga o sistema anterior enquanto a suspensão não for retirada, mas a relevância do tema é evidente independente disso, pois o Art. 3º-A é “um avanço importante para o processo penal e serve(m) como fundamentação teórica para criticar o superado modelo do CPP.” (LOPES JR., 2020, p.60) e a análise de sua validade tendo como base a constituição é de suma importância, levando em conta o momento de insegurança jurídica que os operadores do direito vivem.
	O método de pesquisa adotado foi consulta à bibliografia técnica – teses, dissertações, livros, legislação – e à bibliografia de divulgação do assunto – jornais, revistas e sites.
1. PROCESSO: ASPECTO CONCEITUAL
O processo surge como verdadeiro instrumento para orientar o estado na persecução de sua pretensão punitiva. Diante dos conflitos, antes resolvidos exclusivamente no âmbito privado, no que se convencionou chamar de “vingança privada”, a evolução do ambiente social evidenciou a complexidade das relações entre as pessoas em suas esferas organizacionais, para utilizar a expressão de Günther Jakobs[footnoteRef:1], bem como das relações entre as pessoas e o Estado, que antes não existia. [1: JAKOBS, Günther. Teoria e prática da intervenção (Estudos de direito penal; v. 8). Tradução de Maurício Antonio Ribeiro Lopes – Barueri, SP: Manole, 2003,p. 01/02] 
A partir desta constatação, o Estado passa a ser detentor do monopólio da Justiça, já que se necessitava de um terceiro desinteressado para a solução dos litígios que surgiam diariamente na convivência entre os seres humanos. 
Deste modo, o Estado, sendo responsável pela prestação jurisdicional, foi levado a editar regras que disciplinassem as “regras do jogo”. Regras estas a que se encontravam submetidas as partes e também o próprio Estado.
Eis, de maneira sintética, um semblante do nascedouro do que hoje chamamos Direito Processual. Esse ramo do direito delimita as regras e princípios garantidos para o cumprimento dos direitos das partes, sendo que o Processo é o meio inerente à atuação do Estado que irá garantir que a pretensão seja resolvida, ou seja, o processo é uma ferramenta que torna possível a devida aplicação das regras contidas na lei.
O processo se materializa no mundo do direito por meio de procedimentos, pois, os procedimentos são a exteriorização do processo, seu aspecto aparente, considerando-se que a noção de processo é teleológica, voltada para a finalidade de exercício da função jurisdicional no caso concreto, enquanto a noção de procedimento é formal, significando essa sucessão de atos com um objetivo final.
2. DIREITO PENAL X PROCESSO PENAL
	
	O Direito Penal e o Processo Penal, embora sejam “ramos” distintos do Direito, possuem em comum o estabelecimento de regras que delimitam os poderes do Estado. 
De um lado, o Direito Penal trata do delito em si, do ponto de vista conceitual, de seus requisitos, da pena inerente à Infração Penal concebida legalmente, exigindo, como corolário do Princípio da Legalidade, que o crime e sua pena decorram de lei prévia.
De outro lado, o Direito Processual Penal, em um viés simplista, estabelece regras procedimentais para verificação da procedência do ius puniendi estatal. 
Evidente que o Direito Processual Penal revela muito mais que isso. Representa verdadeira garantia do indivíduo contra qualquer espécie de abuso estatal. Representa verdadeira ferramenta de tutela da dignidade da pessoa humana, pois é nele que se evidenciarão garantias como contraditório e ampla defesa, no espectro do devido processo legal, obstando que alguém seja privado de qualquer direito ou de seus bens injustamente.
 
2.1 DIREITO PENAL
	O Direito Penal é aquele que trata do crime em seus aspectos gerais e específicos, tem o objetivo de disciplinar qual a pena deve ser aplicada, como também informar sobre o lugar, o momento de efetivação do delito, bem como os elementos do crime. Guilherme de Souza Nucci diz que: 
É o conjunto de normas jurídicas voltado à fixação dos limites do poder punitivo do Estado, instituindo infrações penais e as sanções correspondentes, bem como regras atinentes à sua aplicação. Embora a sua definição se concentre nos limites do poder punitivo, significando um enfoque voltado ao Direito Penal Democrático, não se há de olvidar constituir o ramo mais rígido do Direito, prevendo-se as mais graves sanções viáveis para o ser humano, como é o caso da privação da liberdade. (NUCCI, Guilherme, 2020, p. 73)
No mesmo sentido temos o entendimento de Cezar Roberto Bitencourt, que fala: 
O Direito Penal apresenta-se, por um lado, como um conjunto de normas jurídicas que tem por objeto a determinação de infrações de natureza penal e suas sanções correspondentes — penas e medidas de segurança. Por outro lado, apresenta-se como um conjunto de valorações e princípios que orientam a própria aplicação e interpretação das normas penais. (BITENCOURT, Cezar, 2020, p. 89)
Portanto, Direito Penal é o conjunto de normas que unem o delito, como fato, a sanção como consequência e disciplinam também as relações jurídicas daí resultantes, para constituir a aplicabilidade de medidas de segurança e a tutela do direito de liberdade em face do poder de punir do Estado.
2.2 DIREITO PROCESSUAL PENAL
	No Direito Processual Penal reúnem-se o conjunto de princípios e normas que regulam a aplicação jurisdicional do Direito Penal, bem como as atividades relativas à persecução por parte da polícia judiciária e a organização dos órgãos da função jurisdicional e correspondentes auxiliares.
O Processo Penal é a ferramenta através da qual se tem a possibilidade de ser imposta uma pena como consequência de um delito. De maneira que temos uma íntima relação entre delito, pena e processo, que são complemento um do outro. Assim sendo, o poder de punir somente pode ser cumprido através de um meio corretamente formalizado de exercício do jus persequendi: a instrumentalidade processual penal. Pois se a criminalização primária constitui (em nível abstrato) o estabelecimento jurídico-penal do comportamento desviante, é com a criminalização secundária (aplicação da pena em concreto) que a ameaça de sanção se concretiza, o que só pode ser feito através do devido processo legal. Com efeito, é somente através do devido processo legal que a jurisdição pode ser efetivamente exercida e, verificados os elementos que integram o conceito jurídico de crime, impor uma pena ao autor da transgressão.
É importante ressaltar que não fala em sujeição da esfera formal à esfera material, já que o Direito Processual Penal é detentor autonomia e conteúdo que lhe são particulares, versando do bom emprego do Direito Penal, que só encontra concretização prática através da instrumentalidade processual penal.
O processo penal, em conjunto com sua regulamentação jurídica, é um instrumento para o Direito Penal. Nele efetiva-se o Direito Penal, que lhe determina os objetos que deve investigar e sobre os quais deve se manifestar. Entretanto, a maneira com que o instrumento processual deve materializar essa empreitada não vem tipificada pelo Direito Penal material, ficando a encargo do Direito ProcessualPenal dizer quais métodos seguir. Portanto, ele é autônomo, ainda que subordinado, assim como o Direito Penal, a princípios constitucionais.
3. “CONSTITUCIONALIZAÇÃO” DO PROCESSO PENAL
	
	No Brasil, ao longo dos anos o nosso Processo Penal esteve, indiscutivelmente, mais próximo de sistemas baseados no autoritarismo do que democráticos. Nesse diapasão, o modelo inquisitivo era próspero e os interesses sociais se sobressaiam em detrimento dos direitos e garantias do indivíduo. Porém, a constitucionalização do direito, que aconteceu, principalmente no fim do derradeiro século, acarretou na persecução penal a obrigação de uma revolução muito grande de valores, eis que seu cerne, antigamente totalitário, teve que modificar-se para um padrão acusatório e democrático, de forma que o próprio processo transforma-se em uma garantia ao acusado. 
Contudo, no nosso ordenamento jurídico, a questão é um pouco mais complicada, pois a lei infraconstitucional é fruto de um regime autoritário trazendo consigo resquícios do sistema inquisitório, onde é possível se constatar quando vemos a possibilidade em diversas situações da ação ex officio (sem a necessidade de provocação pelas partes) do magistrado. Posteriormente, a Constituição Federal de 1988 nos trouxe uma gama de garantias e deixou claro que o modelo a ser seguido é realmente o sistema acusatório no processo penal, deixando as funções de acusar, defender e julgar absolutamente separadas.
	Portanto, o fenômeno chamado de constitucionalização do processo penal trata do reforço do juiz com caráter de garantidor dos direitos e garantias fundamentais que encontramos na nossa Constituição Federal, dessa forma, o processo penal passaria por uma profunda filtragem através dos princípios da Constituição, para assim podermos ter garantias mínimas para os jurisdicionados. Oportunas são as palavras de Aury Lopes Júnior sobre tal fenômeno de constitucionalização:
Todo poder tende a ser autoritário e precisa de limites, controle. Então, as garantias processuais constitucionais são verdadeiros escudos protetores contra o (ab)uso do poder estatal.
Como consequência, o fundamento da legitimidade da jurisdição e da independência do Poder Judiciário está no reconhecimento da sua função de garantidor dos direitos fundamentais inseridos ou resultantes da Constituição. Nesse contexto, a função do juiz é atuar como garantidor dos direitos do acusado no processo penal. (LOPES JR., 2020, p.82)
3.1 PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO PROCESSO PENAL
	O processo penal deve seguir as “regras” do jogo, sendo elas o devido processo legal com todos seus desdobramentos, para que o estado tenha legitimidade para atuar. Nessas situações temos em jogo o exercício de poder estatal e a liberdade individual de pessoas. Por isso nossa Constituição Federal vem para proporcionar aos jurisdicionados garantias mínimas, com princípios a serem seguidos, em que eles servirão como auxílio para a identificação de desvios e abusos de poder. Sendo os principais:
3.1.1 JURISDICIONALIDADE – NULLA POENA, NULLA CULPA SINE IUDICIO
	O princípio da jurisdicionalidade está previsto no artigo 5º, inciso LXI, da Carta Maior, que aduz que “ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei” (Constituição Federal, 1988).
	Porém, a garantia de efetiva jurisdição vai além da simples presença de um julgador no processo, pois ela demanda a existência de um juiz imparcial, natural e empenhado com a Constituição buscando sua máxima eficácia. Será representada da mesma forma a exclusividade do poder jurisdicional, direito ao juiz natural, independência da magistratura e exclusiva submissão à lei.
	Em primeiro momento, é necessário que se destaque a garantia de um juiz natural, que vem como consequência do próprio principio da jurisdicionalidade, trazendo verdadeira exclusividade do juiz, instituído por meio de lei, para que exerça a atividade jurisdicional em algum processo, sendo proibida a criação de tribunais de exceção, de acordo com a Constituição Federal em seu Art. 5º XXXVII. Ademais, é de suma importância se proibir da mesma forma a competência post facto, pois não pode acontecer a atribuição de poderes a juízes ou tribunais, depois da ocorrência do fato, para julgar esse determinado crime. Então, temos que a competência é indisponível, não abrindo margem para que haja escolha ou algum tipo de discricionariedade.
	Pode-se afirmar que o princípio do juiz natural não é simples característica do juiz, mas na verdade um pressuposto para sua existência. Ele é, em resumo, o direito que os cidadãos possuem de ter ciência, de forma antecipada, de qual autoridade irá processá-lo e também qual juiz ou tribunal irá julga-lo, caso venha a praticar uma conduta tipificada como crime nas leis do nosso país. Dessa maneira, a garantia de jurisdicionalidade será vista como parte das garantias orgânicas da magistratura, de forma que será orientadora da inclusão do juiz dentro do processo para orientar sai relação com as partes.
	Outra garantia importante de se destacar é a da independência, já que para que se tenha um juiz natural e imparcial e que realmente desempenhe a função de garantidor do processo penal, deve este estar para diante de qualquer forma de pressão ou manipulação política. Dessa forma, buscando-se um juiz com independência, alguém que verdadeiramente possua condições de formar sua livre convicção. Essa liberdade é relacionada com os fatores externos, não tendo o juiz a obrigação de decidir de acordo com a maioria ou ceder a pressões políticas.
	Conforme leciona Aury Lopes Jr. (2020) a independência deve ser enxergada como a exterioridade em relação ao sistema político e, de forma mais geral, como a exterioridade de todo sistema de poderes. Ele ainda continua dizendo que o juiz não tem o objetivo de ser um sujeito representativo, pois nenhum interesse ou aspiração que não seja a tutela dos direitos subjetivos lesados deve servir como condição ao seu juízo, nem ao menos o interesse majoritário, ou até a totalidade dos lesados. De forma contrária ao Poder Executivo ou do Legislativo, os quais são poderes da maioria, o juiz julga em nome do povo, mas não da maioria ou para a maioria, e sim, para a tutela da liberdade das minorias.
	Nesse diapasão, o juiz terá uma posição nova no processo do Estado Democrático de Direito, e sua legitimidade de atuação não é política, mas sim, constitucional, juntamente na função de proteger os direitos fundamentais das massas e de forma individualizada, mesmo que para esse objetivo seja necessário se posicionar de forma diversa a maioria. 
	Entretanto, a garantia de independência não será entendida como liberdade total já que suas decisões serão limitadas pelas provas geradas em processo por meio de contraditório, onde teremos o resguardo total das garantias fundamentais, a exemplo da proibição de provas ilícitas, e fundamentação da decisão. As partes não ficarão expostas a toda sorte de discricionariedade ou arbitrariedade por parte dos magistrados.
3.1.2 PRINCÍPIO DO ACUSATÓRIO
	Inicialmente, é importante esclarecer que na nossa Carta Magna não é possível se encontrar uma previsão expressa a garantia de um processo penal embasada na busca de um sistema acusatório. Porém, não é motivo de dúvida que for seguida uma interpretação sistemática da Constituição, a já citada garantia está consagrada. Para tanto, apenas será necessário levar em consideração que o projeto democrático constitucional assevera que se deve valorizar a pessoa e a dignidade da pessoa humana, que são encontrados, com certeza, nos fundamentos básicos do sistema acusatório.
	É importante saber, que a transição de um modelo inquisitório para um acusatório é, essencialmente, uma mudança de um sistema político autoritário para um modelo democrático. Também, é importante se perceber que as outras garantias encontradas na Constituição da mesma forma fazem o delineado do modeloacusatório, como por exemplo: a titularidade exclusiva da ação penal pública por parte do Ministério Público (art. 129, I); contraditório e ampla defesa (art. 5º, LV); devido processo legal (art.5º, LIV); presunção de inocência (art. 5º, LVII); exigência de publicidade e fundamentação de decisões jurídicas (art. 93, IX). É sabido que tais garantias que formam o sistema acusatório, são de certa forma, inconciliáveis com o sistema inquisitório, e dão contorno ao modelo constitucional.
	Porém temos o problema, já citado, pelo fato de que o nosso Código de Processo Penal é de 1941, contemplando de forma cristalina o sistema inquisitório, de tal maneira que está em desacordo com o modelo constitucional, que é o acusatório. Assim, todos os dispositivos do Código de Processo Penal que venham a ter a natureza inquisitorial são em sua substância inconstitucionais e devem ser afastados.
	É importantíssima a noção de que temos o Ministério Público como agente privativo da acusação na ação penal pública, de forma que garante a imparcialidade do magistrado e submete sua atuação à invocação da ação penal. 
Assim, será o fardo probatório inteiramente apoiado nos ombros do órgão acusador, portanto o juiz não deverá esboçar de nenhuma maneira atividade de ofício a fim de buscar provar algo. É de suma importância, a noção de que a atividade desempenhada pelo julgador não é uma virtude ligada a moral, mas sim de uma estrutura de acusação, melhor dizendo, não é uma qualidade da pessoa do juiz, mas sim uma qualidade derivada do sistema acusatório. É nesse diapasão que a necessidade de mantê-lo longe da iniciativa probatória é encontrada, já que quando o juiz atua de ofício, abre-se margem para a estrutura inquisitória.
	Assim, a manutenção da gestão de provas sempre estará nas mãos das partes, de forma que garanta que o magistrado não poderá se valer da iniciativa probatória, estando assim em uma posição equidistante em relação as partes e guardando assim sua imparcialidade em relação ao fato.
	Temos então, que todos os dispositivos que deem ao juiz poderes de instrução devem ser abolidos do nosso ordenamento ou, pelo menos, que sejam interpretados de forma cuidadosa e com restrições, já que é nítida a quebra de igualdade do contraditório e mesmo da estrutura dialética do processo no momento em que são admitidos dentro dele. É oportuno salientar que a principal garantia da jurisdição é a imparcialidade de quem julga, dessa forma, o sistema acusatório necessita que o juiz seja espectador e não um ator, pois nesse caso seria parte do sistema inquisitório.
	Dessa mesma forma entende Aury Lopes Jr., dizendo:
Dessarte, a gestão da prova deve estar nas mãos das partes (mais especificamente, a carga probatória está inteiramente nas mãos do acusador), assegurando-se que o juiz não terá iniciativa probatória, mantendo-se assim suprapartes e preservando sua imparcialidade. (LOPES JR., 2020, p.134)
	
3.1.3 PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA
	No nosso país, a presunção de inocência está de forma expressa consagrada no texto da Constituição sendo garantido que “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória” (CRFB, art. 5º, LVII). Isso decorre do princípio da jurisdicionalidade, porque se a jurisdição é uma atividade que busca a obtenção da prova de que uma determinada pessoa praticou um delito, até que não se consiga produzir essa prova, por meio de um processo legal, não se pode considerar que alguma infração foi cometida e nenhum indivíduo poderá ser considerado culpado e muito menos ser submetido a uma pena.
	Essa garantia decorre de princípio que tem por base a civilidade, sendo resultado de uma alternativa garantista a favor de tutela pela imunidade de inocentes, ainda que para tal fim pague-se o preço da impunidade de algum que possa ser culpável. Já que, para a sociedade, é mais importante que os culpados sejam algumas vezes punidos, mas que em todas as vezes, sem exceções, os interesses dos inocentes sejam protegidos.
	É perceptível então, que se os cidadãos estão ameaçados pelos delitos, não é incorreta a constatação de estarem também pelas penas arbitrárias, de forma que a presunção de inocência será não só uma garantia à liberdade, ela também será em verdade uma segurança (ou defesa social), proporcionada pelo estado de direito e que se manifestará pela confiança dos cidadãos perante a justiça. Pois ela é uma defesa que se sobrepõe ao arbítrio punitivo. 
		Vale lembrar que mesmo que tenha origem no direito Romano (escritos de Trajano), o referido princípio da inocência, foi obscurecido e até mesmo levado a ser interpretado de forma oposta por meio dos meios inquisitórios criados da Baixa Idade Média. De forma que é necessário apenas que se recorde que em processos medievais a ausência de provas, ainda que existisse a dúvida em relação a culpabilidade, era equivalente a uma “semiprova”, que tinha como resultado um juízo de culpa e “semicondenação” a uma pena mais branda. Presumia-se na verdade uma culpabilidade.
	Só no princípio da idade moderna o princípio em questão volta à tona. Nesse diapasão, é cristalino o entendimento que o indivíduo não deve ser chamado de réu antes que haja uma sentença com trânsito em julgado e a sociedade deve proteger o mesmo até que se tenha a decisão concreta de que ele violou as leis impostas para o convívio naquela sociedade. Logo, a presunção de inocência como também o princípio da jurisdicionalidade foram acolhidos na Declaração dos Direitos do Homem de 1789.
	Porém, no fim do século XIX e princípio do século XX, a presunção de inocência volta a ser maculada por meio de totalitarismo e pelo fascismo, havendo o retrocesso ao autoritarismo da cultura penalista rememorada com regularidade. As metas eram as implicações mais estreitamente garantistas em matéria de liberdade do imputado e constituição da prova. Incontáveis agressões aconteceram, sendo um deles fornecido pela Escola Positivista Italiana, que veio a considerar vazia, absurda e desprovida de lógica a noção de presunção de inocência, sendo exigida em primeiro momento a prisão preventiva obrigatória e geral para os crimes mais gravosos e em segundo momento adotaram o modelo de justiça sumária e substancial e também das provas da culpabilidade. Todavia, o golpe fatal teve origem pela autoria de Vicenzo de Manzini, o qual categorizou a formula como um “estranho absurdo excogitado pelo empirismo francês” e continuou falando que era uma “grosseria e paradoxal irracionalidade”.
	Se apoiando em um argumento absurdo, Manzini chegou a entender que seria necessário estabelecer uma igualdade entre os indícios que justificariam a imputação e a prova de culpabilidade. Entendia que na sua maioria os imputados vinham a ser condenados no final do processo, portanto não seria necessária a proteção e a adoção da presunção de inocência. Tendo como fundamento o Código de Rocco de 1930 que não consagrou a presunção de inocência, pois ela era enxergada como uma extravagância resultante de conceitos antiquados, gerados a partir de princípios que emanaram da Revolução Francesa, os quais transportaram as garantias individuais a um patamar acima do normal e seriam incoerentes exageros.
	Tal princípio teve a oportunidade de se reestabelecer por meio da Constituição Republicana, ainda que com outro modo de ser chamada (presunção de não culpabilidade). Entretanto, seu rebaixamento e não valorização que se estendeu por mais de meio século pela doutrina processualista e a quase interminável demora na reforma processual deixaram marcas. Em que pese à presunção de inocência, mesmo que reavivada por meio dos doutrinadores acabou prejudicada em diversos aspectos garantistas que eram associados a ela: primeiro em seu segmento de regra de tratamento do imputado, o qual elimina, ou ao menos limita ao máximo, a restrição da liberdade pessoal; ou no seu viés de regra de juízo, em razão do qual é imposto o ônus da prova para a acusação e também da absolvição quando não houver certeza.
	Dessa forma, na visão do julgador apresunção de inocência seria um princípio de maior importância, especialmente no tratamento processual em que o magistrado oferece ao acusado. Essa inclinação força o juiz a se manter em uma posição negativa, sem considera-lo culpado, e da mesma forma uma postura positiva, de modo em que o acusado será realmente tratado como inocente até que se prove o contrário.
	Vale lembrar que da presunção de inocência se pode retirar que a criação do convencimento do juiz seja constituída por meio de contraditório, então, que o processo será orientado pelo modelo acusatório que obriga a estrutura dialética processual e que mantém o magistrado em estado alheio e reconhece o juiz como personagem garantidor.
	Nesse sentido, levando em conta a análise constitucional e da mesma forma o art. 9º da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, o doutrinador Aury Lopes Jr.(2020) assinala as três mais importantes manifestações – não excludentes, mas integradoras – da presunção de inocência: em primeiro momento é o princípio fundacional, ao redor do qual se constrói todo o processo penal liberal, sendo estabelecidas de forma essencial as garantias para o imputado diante da atuação punitiva privativa do estado; em segundo momento, é uma postura que está intimamente ligada ao tratamento do imputado no curso do processo penal, segundo o qual existiria de iniciar-se da ideia de ele é inocente e, então, deve diminuir-se ao limite as medidas que diminuem seus direitos no curso do processo (até na fase pré-processual); e em terceiro momento, a presunção de inocência é uma regra expressamente relacionada ao juízo do fato que a sentença penal faz. É sua incidência no âmbito probatório, ligado à obrigação de que a prova completa da culpabilidade do fato seja um fardo do acusador, sendo imposta a absolvição do imputado se a sua culpa não ficar devidamente demonstrada.
	É de grande importância ficar atento para o fato de que não se existirão sujeitos mais presumidos como inocentes e outros menos, já que universalmente todos serão presumidos inocentes, independente de qual fato lhe seja atribuído, isso graças ao principio constitucional da isonomia e também do ubi lex non distinguit nec nos distinguere debemus.
	Nessa toada, não se justifica que um determinado indivíduo apenas pela hediondez do fato que lhe foi imputado será menos merecedor de dignidade que toda pessoa humana faz jus. Nem mesmo se for condenado tal indivíduo será retirado do rol de seres humanos, apesar de que em termos práticos isso nem sempre se demonstre. Assim, qualquer diferenciação, que se deseje realizar em razão da natureza do delito imputado a alguém, que é inocente até então, vai de encontro ao princípio da isonomia, pois nossa Carta Magna não faz diferenciação entre inocência maior e inocência menor.
	Em suma: a presunção de inocência nos traz uma real obrigação de tratamento, isso acontece pois tal princípio faz exigência que o réu seja tratado como inocente, agindo em duas facetas a interna e a externa.
	Na primeira faceta, a interna, será imposto o dever de tratamento em primeiro momento ao juiz, determinando que o fardo probatório seja em sua totalidade de quem acusa, já que se temos o réu inocente ele não precisa provar nada, e que quando há dúvida o resultado será invariavelmente a absolvição; ainda na mesma faceta, implica fortes restrições ao uso abusivo das prisões cautelares.
	Já na segunda faceta, a externa do processo, a presunção de inocência demanda uma garantia para a proteção contra a publicidade abusiva e a estigmatizarão de maneira precoce do réu. Ou seja, esse princípio em acordo com outros constitucionais (direito de imagem, dignidade e privacidade), tem o dever de ser utilizada como real limite democrático à recorrente e abusiva exploração feita por parte da mídia em torno do fato criminoso e do próprio processo judicial. É evidente que o que se almeja com tal circunstância limitante é o afastamento dos shows bizarros criados pelos julgamentos feitos pelos meios de comunicação.
3.1.4 DIREITO DE DEFESA E O CONTRADITÓRIO 
	O encargo da prova que tem por detentor a acusação tem como consequência lógica o direito de defesa por parte do imputado. Essa garantia é condição de origem da prova: a falsificação da hipótese acusatória degustada pelo poder que tem a parte interessada em ir contra a ela, de forma que nenhuma prova seja adequada sem que venham a serem infrutíferas todas as possíveis negações e contraprovas. O imputado, representado pela defesa, que na maioria das vezes não encontra espaço no processo inquisitório, gera, de forma rápida, o mais essencial instrumento de solicitação e controle do método de prova acusatório, tem consistência justamente no contraditório entre hipótese de acusação e hipótese de defesa e entre as provas e contraprovas.
	Esse entendimento de processo como disputa ou discussão remete ao paradigma da disputatio que foi formatado pela tradição retórica clássica e legado ao processo acusatório moderno. Também vem exprimir valores ligados a democracia, do respeito ao indivíduo que venha a ser julgado, da forma igualitária que vão ter as partes e a necessária prática da refutação da pretensão de punir e da seu paralelo ao controle do acusado. É notório que o pressuposto que traz a base da defesa é a taxatividade e a materialidade que tem o tipo penal, ou seja, as hipóteses da acusação devem formar afirmações empíricas que garantam a comissão de um fato encontrado expressamente na lei, não sendo dessa forma verificadas as afirmações de significado sem determinação ou, ainda mais grave, de juízo de valor, a exemplo aquele acusado que veio a cometer maus-tratos ou que é considerado perigoso, pois esses juízos não admitem contestação, o melhor que se pode alcançar é pedido de clemência.
	Portanto, para que a lide ocorra de forma leal e com a muito conhecida paridade de armas, é de suma importância, e contraponto, a verdadeira equidade entre as partes. De forma que, em primeiro momento, deve a parte defensora possuir das mesmas capacidades e dos mesmos poderes da parte acusadora. Já em segundo momento, a função de contraditório venha a ser admitido por todo o Estado e o grau do procedimento e em relação a cada ato para se gerar prova, nos momentos de verificação judiciais e das perícias ao interrogatório do imputado, dos momentos de reconhecimento, testemunhos e até acareações.
	Nessa toada, é obrigatório que o imputado tenha a assistência de um defensor, de forma a competir com o parquet. Dessa forma, tem-se a necessidade de uma defesa técnica emanada da pessoa de um advogado profissional para resguardar a igualdade das duas partes quanto à capacidade e para balancear, por outro lado, as desvantagens relacionadas à condição de imputado. Importante lembrar que foi necessariamente com as reformas ligadas ao iluminismo que a defesa técnica, diminuída nos vários anos de Inquisição a uma arte de baixo nível, veio a assumir na modernidade de patrocínio derivado de lei e ainda por cima obrigatório. Portanto, temos que o direito de uma defesa técnica é um direito importante, não restando dúvida da grande obrigação por parte do Estado de garanti-la de forma gratuita, quanto o acusado não tem condições financeiras de arcar com ela.
	Já em relação a igualdade de poderes, é correto que ela parte de uma suposição que o acusador que é público está sem nenhum poder sobre o imputado, sendo a universalidade dos poderes de uma parte sobre a oposta prejudiciais às liberdades civis, mas seria necessário da mesma forma, de acordo com os pensamentos dos iluministas, a defesa pública de um defensor público, apoiada pela profissional do defensor privado, subordinada as suas táticas defensivas, porém provida dos mesmos poderes de investigação e atribuições do MP.
	Esclarecido isso, tem-se a necessidade ainda mais importante, a segunda condição, que concerne à área de interferência do imputado e seu defensor constituído. As ideias iluministas, levando em conta a opção acusatória processual, tomou para si a presença de um ou de outro emtodos os momentos de atividades probatórias. Torna-se necessário destacar que o contraditório e a ampla defesa são diferentes, pelo menos na esfera teórica. De tal forma, a defesa e o contraditório estão intrinsicamente conectados, já que é do contraditório, do direito a ser informado, germina o exercício de defesa, porém, é esta que é garantia do contraditório. Resumidamente, a defesa é garantia do contraditório, mas da mesma forma por este se manifesta e se torna assegurada.
	Nessa toada, é necessário que não se entenda equivalente o direito ao contraditório e o direito de defesa, já que este último pode ser exercido sem que ao menos haja o contraditório. Então, o contraditório nada mais é que a participação hodierna e contraposta da universalidade de partes encontradas no processo. Também, o contraditório é do cerne da estrutura encontrada na dialética sobre a qual se deve fundamentar o total sistema de processo penal.
	Cumpre ainda falar que, na teoria, é até feita de maneira fácil o apontamento das distinções entres estes institutos. Porém, quando se trata da prática essa distinção por um sem número de vezes é quase imperceptível. Dessa forma, uma parcela da doutrina chega a relacionar intrinsecamente os dois direitos, até em algumas vezes dizendo que a defesa é um elemento do contraditório.
	Assim, o contraditório deve ser entendido, resumidamente, como o direito que o imputado tem de participar, de estabelecer um contraponto em relação ao que foi dito pela acusação e de ser informado de todos os atos que se desenvolvem no decorrer do processo. A efetiva garantia do contraditório no Estado Democrático de Direito encontra apoio no direito de se participar e de informação dos indivíduos na Administração da justiça. Para que venha a participar é essencial que se tenha a informação. Assim, no processo a participação se dá pela consequência enxergada como resistência à pretensão jurídica, acusatória e não punitiva formada por meio da defesa técnica.
4. SISTEMA INQUISITORIAL X SISTEMA ACUSATÓRIO
	Ao decorrer das épocas os sistemas processuais adotados foram mudando a partir das concepções e ideologias adotadas pelas sociedades. A depender do predomínio de determinada ideologia (punitiva ou libertária), podemos observar a materialização da mesma por meio de seu processo penal, e ele será levado como base para sabermos se determinado lugar tem características autoritárias ou democráticas em sua Constituição.
	É interessante notar que em diversos países o primeiro sistema a ser adotado foi o acusatório, que se deu no século XII, e depois esse modelo de processo penal foi mudado gradativamente pelo modelo inquisitório, que teve hegemonia até o século XVIII (sendo que em alguns países até o século XIX). É oportuna a frase de Friedrich Von Hayek, em relação ao “gradativamente” mencionado acima, que diz “A liberdade não se perde de uma vez, mas em fatias, como se corta um salame”. Depois disso, os pensamentos e movimentos sociais levaram o sistema processual a mirar em outras direções.
4.1. SISTEMA PROCESSUAL INQUISITÓRIO
	Esse sistema teve nascimento no Direito Canônico a partir do século XIII e se difundiu pelo velho continente, sendo utilizado pelos tribunais até o século XVIII. Tal sistema tem como característica a falta de contraditório e ampla defesa, onde as funções de acusar, defender e julgar se aglomeram nas mãos de um único individuo ou órgão, chamado de juiz inquisidor. Este adotará a postura de acusar, iniciar o processo criminal com a notitia criminis, produzir as provas e por fim sentenciar.
	Detentor de grande liberdade probatória neste sistema, o juiz conduziria o procedimento na forma escrita e se valendo do sigilo, onde poderia determinar ex officio a produção de provas, independente do momento processual, seja no meio das investigações ou mesmo no curso do processo penal, sem que houvesse requerimento da acusação ou da defesa.
	Aqui o acusado vai ter o tratamento de mero objeto do processo e não como sujeito detentor de direitos, onde é notória a minimização de direitos e garantias do indivíduo, tendo como fundamento a busca da verdade real, sendo aceitável, inclusive, o uso de tortura a fim de que o réu confessasse o crime.
	Nas palavras de Aury Lopes Jr., falando sobre o sistema tratado temos que:
É da essência do sistema inquisitório a aglutinação de funções na mão do juiz e atribuição de poderes instrutórios ao julgador, senhor soberano do processo. Portanto, não há uma estrutura dialética e tampouco contraditória. Não existe imparcialidade, pois uma mesma pessoa (juizator) busca a prova (iniciativa e gestão) e decide a partir da prova que ela mesma produziu. (LOPES JR., 2020, p.56)
	Contudo, com o advento da Revolução Francesa, surgiram pensamentos em que o homem era valorizado, surgindo também movimentos filosóficos que influenciaram o processo penal, fazendo sair de uso o sistema inquisitório. Sobre isso Aury Lopes Jr. fala que:
O sistema inquisitório foi desacreditado – principalmente – por incidir em um erro psicológico19: crer que uma mesma pessoa possa exercer funções tão antagônicas como investigar, acusar, defender e julgar. (LOPES JR., 2020, p.56)
	
	O modelo inquisitivo tem como principais características: a gestão/iniciativa probatória nas mãos do magistrado (juiz funcionando como ator e tendo ativismo judicial); a falta de separação das funções de acusar e julgar (junção das funções nas mãos de um único individuo); violação do ne procedat iudex ex officio, já que o magistrado poderá atuar sem prévia provocação; juiz parcial; contraditório pleno inexistente e a falta de paridade de armas e oportunidades.
4.2 SISTEMA PROCESSUAL ACUSATÓRIO
	O sistema acusatório tem origem no direito grego, nesse modelo é possível notar uma cristalina separação das funções de acusar, defender e julgar, que são conferidas a partes distintas e que possuem igualdade de condições na relação processual. 
	O modelo acusatório tem por características principais: a clara separação entre as atividades de acusar e julgar; a iniciativa probatória será das partes; o juiz será mantido como um terceiro imparcial, onde ficará alheio aos procedimentos de investigação e passivo em relação à coleta de provas; as partes tem tratamento igualitário (paridade de armas e igualdade de oportunidades no processo); o procedimento é em regra oral (ou em sua maioria); todo o procedimento é dotado de publicidade (ou em sua maioria); possui contraditório e possibilidade de defesa; ausência de tarifa probatória, sustentando-se a sentença pelo livre convencimento motivado do órgão julgador; passa a possuir o conceito de coisa julgada, para atender a uma maior segurança jurídica e possui a possibilidade de se impugnar decisões e tem o duplo grau de jurisdição.
	Nesse sistema teremos um juiz aparte das funções de iniciativas probatórias, ficando por conta das partes do processo, pois dessa forma será fortalecida o quesito da imparcialidade do julgador. Nos dizeres de Aury Lopes Jr:
É a separação de funções e, por decorrência, a gestão da prova na mão das partes e não do juiz (juiz-espectador), que cria as condições de possibilidade para que a imparcialidade se efetive. Somente no processo acusatório-democrático, em que o juiz se mantém afastado da esfera de atividade das partes, é que podemos ter a figura do juiz imparcial, fundante da própria estrutura processual. (LOPES JR., 2020, p.58)
	Vale ressaltar que depois da Lei 13.964/2019, em seu Art. 3º-A, o Código de Processo Penal consagrou expressamente que o modelo acusatório deve ser seguido.
4.3 SISTEMA PROCESSUAL BRASILEIRO
	A nossa Constituição Federal de 1988, define nosso processo como acusatório, tendo como fundamentos o contraditório, a ampla defesa, a imparcialidade do juiz e nas demais regras do devido processo penal. Porém, até a mudança introduzida pela lei Lei n. 13.964, de 24 de dezembro de 2019, podia se observar um processo penal inquisitório, já tínhamos a gestão da prova detido indevidamente nas mãos do magistrado. 
Segundo Aury Lopes Jr.(2020) era necessária uma “filtragem constitucional” em relação aos dispositivos incompatíveis com os princípios disciplinados pelo modelo acusatório, pois seriam observados vários resquícios inquisitórios que seriam substancialmente inconstitucionais. Esses dispositivos “infectados” pelo ranço inquisitório passam agora a ser considerados tacitamente revogados pelo Art.3ºA do Código de Processo Penal.
5. O ARTIGO 3º-A DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
	Esse artigo surge como uma forma de sintonizar o Código de Processo Penal com a estrutura acusatória já proposta desde 1988 pela Constituição Federal. Apesar de ser algo antigo, tal mudança no representa uma grande evolução para o nosso já a tempos obsoleto processo penal que seguia padrões inquisitórios. É possível se notar, in verbis “Art. 3º-A. O processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a iniciativa do juiz na fase de investigação e a substituição da atuação probatória do órgão de acusação”.
	Tal artigo tornou a trazer a tona o cuidado com o ne procedat iudex ex officio, onde o juiz volta a ser um espectador e não um juiz-ator. Para Aury Lopes Jr. (2020) a redação desse artigo adota expressamente o sistema acusatório, prevendo duas situações. Em primeiro momento vedaria a atuação do juiz na fase investigatória, o seria medida acertada, proibindo assim que o magistrado atue de ofício para a decretação de prisões cautelares, medidas cautelares reais, busca e apreensão, quebra de sigilo bancário etc. Em segundo momento, vedaria na fase processual a substituição pelo magistrado da atuação probatória do acusador.
	Porém, devido a concessão de Liminar na Medida Cautelas nas ADIn’s n. 6.298, 6.299, 6.300 e 6.305 pelo Min. FUX, está suspensa, sine die, a eficácia do art. 3º-A. Então o processo segue com estrutura inquisitória do Código de Processo Penal, afrontando o que é proposto pela Constituição. Porém, por se tratar de medida liminar a sua eficácia poderá ser reestabelecida a qualquer momento. Como já foi dito, essa mudança apesar da suspensão trata-se de mudança mais que necessária, pois caracteriza um avanço sobre o já ultrapassado modelo inquisitorial.
6. DECISÃO DO MINISTRO LUIZ FUX SUSPENDE QUE O ARTIGO 3º-A
	O Ministro Luiz Fux é Vice-Presidente do Supremo Tribunal Federal e relator das ADIn's n. 6.298, 6.299, 6.300 e 6.305, que por meio da concessão de Liminar nessas Ações Diretas de Inconstitucionalidade, fez com que o artigo 3º-A do Código de Processo Penal ficasse suspenso, sine die. Em suas palavras o Ministro Luiz Fux afirmou que o artigo 3º-A do CPP nada mais é que uma norma de organização judiciária:
Por óbvio, cada Tribunal tem a prerrogativa de decidir como essa reorganização de funções será feita, se for o caso (especialização de varas, criação de núcleos de inquéritos etc), de sorte que é inafastável considerar que os artigos 3º-A a 3º-F consistem preponderantemente em normas de organização judiciária.(STF, 2020)
	Segundo Fux (2020), o entendimento a ser seguido é o presente no artigo 96 da Constituição Federal, onde é possível se destacar que em normas de organização judiciária o Poder Judiciário será detentor de iniciativa legislativa própria.
	Outro argumento utilizado por parte do Ministro Luiz Fux para a suspensão do artigo tratado foi a questão orçamentária, para ele, para que se pudesse ser implantado o disposto nos artigos constantes no “Pacote Anticrime” seria necessária uma reestruturação nas unidades judiciárias e uma grande redistribuição no recursos materiais e da mesma forma nos recursos humanos. Em suas palavras:
No entanto, a evidência que emerge acima de qualquer dúvida razoável é a de que a implantação dos artigos 3º-A a 3º-F do Código de Processo Penal requer, em níveis poucas vezes visto na história judiciária recente, a reestruturação de unidades judiciárias e a redistribuição de recursos materiais e humanos.(STF, 2020)
	Luiz Fux (2020) entendeu que para o exercício da atividade interpretativa não se pode haver um distanciamento de dados empíricos que são de importância em relação a solidificação dos seus efeitos no mundo fenomênico. E que da mesma forma, a jurisdição constitucional deveria ser arquitetada não sendo como uma mera abstração de ideais, em que a interpretação dos textos da norma ocorram de forma separada da realidade de fato. Sendo que para ele a relação de gastos e aumento de orçamento podem ser considerados argumentos pertinentes para frear a evolução do processo penal brasileiro.
	
7. CONSTITUCIONALIDADE DO ARTIGO 3º-A DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
	O princípio do acusatório já encontrava previsão em nossa Constituição, pode se depreender esse entendimento apenas pela interpretação do artigo 129, inciso I da CF, segundo o qual constitui funções institucionais do Ministério Público promover, privativamente, a ação penal pública. Por meio da introdução do texto do artigo 3º-A do Código de Processo Penal que declara que “o processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a iniciativa do juiz na fase de investigação e a substituição da atuação probatória do órgão de acusação”, o sistema acusatório foi devidamente reforçado.
	É notório que o artigo 3º-A não é invasor de normas de organização judiciária, mas sim aborda de maneira específica o processo, ou seja, a relação jurídica processual. Dessa forma, ao ler e interpretar o texto do artigo 3º-A, ao outorgar o modelo acusatório ao processo penal brasileiro, é cristalina a conclusão de que o tratado é o processo e jamais a organização judiciária. Além de que, não se pode frear o desenvolvimento do processo penal do Brasil sob o argumento de que serão necessários investimentos de recursos materiais e humanos para a sua real implantação, já que para toda e qualquer mudança são necessários os devidos investimentos. 
	O dispositivo tratado, nada mais é, que uma tentativa de adequação do Código de Processo Penal, que tem em seu corpo legal vários dispositivos claramente inquisitórios, a nossa Constituição de 1988, que é fundada no contraditório, na ampla defesa, na imparcialidade do juiz e nas restantes regras do devido processo penal (todos que só são possíveis de serem alcançados por meio da adoção do modelo acusatório, e jamais por meio de ranços inquisitórios que insistem em permanecerem em nosso processo). Se a matriz a ser seguida pelas leis e seus respectivos legisladores, que é nossa Carta Magna, segue o padrão de processo acusatório, não se espera outra coisa além de que o nosso processo penal junto com seu código siga o mesmo diapasão.
8. CONCLUSÃO
Diante do exposto, nota-se que o artigo 3º-A do Código de Processo Penal é devidamente constitucional e o que anteriormente era um princípio, amplo e genérico do direito constitucional, torna-se, com a redação do mesmo, norma federal, dotada de especificidade, cogente e passa a ter obrigatoriedade, tornando-se impedido o desempenho de função probatória do juiz, ou seja, a ele estará vedada a iniciativa de procedimentos probatórios. Com o advento desse artigo, também serão afastadas as digressões em relação ao tema de qual modelo processual o Brasil adota. 
Portanto, agora, com a nova redação proposta no dispositivo mencionado acima, é possível se fortalecer normativa e efetivamente o modelo do sistema acusatório que já se encontrava proposto em nossa Constituição. 
Esse artigo que institui o modelo acusatório expressamente e despeja de vez uma pá de cal no antiquado sistema inquisitório, passa a definir o sistema acusatório no cerne do processo penal e deve ser recepcionado com celebração, pois é uma evolução magnifica no nosso sistema processual penal. Ele torna obrigatório o óbvio cumprimento da Constituição Federal e traz reforço a sua exigibilidade, afetando por intermédio de revogação tácita as normas da legislação processual que não seguirem o sistema acusatório. 	
Portanto, com o término da suspensão do artigo 3º-A, do Código de Processo Penal, o juiz será devidamente afastado da iniciativa probatória e por consequência ganhará força a estrutura dialética e, sobretudo, será garantidaa imparcialidade do julgador, pois são a separação de funções e a gestão das provas detida no poder das partes que criam as condições para um processo dotado de imparcialidade e com paridade de oportunidades.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. Vade mecum. São Paulo: Saraiva, 2020.
BRASIL. Código Penal. Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Vade mecum. São Paulo: Saraiva, 2020
BRASIL. Código de Processo Penal. decreto lei nº 3.689, de 03 de outubro de 1941. Vade mecum. São Paulo: Saraiva, 2020
LOPES JR, Aury. Direito Processual Penal.17. ed., São Paulo: Saraiva, 2020.
JAKOBS, Günther. Teoria e prática da intervenção (Estudos de direito penal; v. 8). Tradução de Maurício Antonio Ribeiro Lopes – Barueri, SP: Manole, 2003.
NUCCI, Guilherme. Manual de Direito Penal 16.ed., Rio de Janeiro: Forensse, 2020.
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal volume 1 - 26. ed. SãoPaulo: Saraiva Educação, 2020.

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