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BACHARELADO EM ENFERMAGEM 2º Semestre - Alterações sistêmicas e sequelas no paciente acometido pelo COVID-19 e sua relação com a atuação do profissional da área da saúde



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UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ - UNOPAR 
BACHARELADO EM ENFERMAGEM - 2º SEMESTRE
ADRIANO SOARES DE MELO
ADRIANA FRANCO CUENGA
“PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR”
ALTERAÇÕES SISTÊMICAS E SEQUELAS NO PACIENTE ACOMETIDO PELO COVID-19 E SUA RELAÇÃO COM A ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DA ÁREA DA SAÚDE
CAMPO GRANDE/MS
2021
“PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR EM GRUPO – PTG”
ALTERAÇÕES SISTÊMICAS E SEQUELAS NO PACIENTE ACOMETIDO PELO COVID-19 E SUA RELAÇÃO COM A ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DA ÁREA DA SAÚDE
ADRIANO SOARES DE MELO
ADRIANA FRANCO
JOCILENE ALVES SOUSA
MARIA EDUARDA LEQUE CORBELINO 
Trabalho de Produção Textual Interdisciplinar apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de média bimestral nas disciplinas do semestre.
Professores: 
Prof.ª Ana Paula Scaramal Ricietto;
Prof.ª Cristiane da Mota Leite;
Prof.ª Danieli Juliani Garbuio Tomedi
Orientador: Keila Priscila de Barros Silva
CAMPO GRANDE/MS
2021
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO...................................................................................................4
2. Desafio 1............................................................................................................5
3. Desafio 2............................................................................................................6
4. Desafio 3............................................................................................................7
5. Desafio 4............................................................................................................8
6. Desafio 5..........................................................................................................10
CONCLUSÃO.......................................................................................................11
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................12
1. INTRODUÇÃO
Vários fatores levam os pacientes com COVID-19, principalmente aqueles que se encontram há muito tempo internados, a apresentar alterações no sistema musculoesquelético 28. Em primeiro lugar, a ação do próprio SARS-CoV-2, seja pelo seu efeito direto sobre as células musculares e nervosas, seja pelas consequências dos distúrbios sistêmicos desencadeados (distúrbios imunológicos, hipercoagulabilidade, danos mediados por citocinas). Em segundo lugar, a internação prolongada causa descondicionamento muscular significativo com atrofia (a sarcopenia pode se manifestar em alguns pacientes, com envolvimento muito mais intenso do que o esperado com a imobilização prolongada). E, por fim, o uso de corticosteroides como tratamento pode condicionar o aparecimento de miopatia por corticosteroides. Também as articulações são afetadas, seja por danos diretos ou indiretos do vírus, ou por imobilidade prolongada.
A simultaneidade de distúrbios da neuropatia muscular, articular e periférica pode levar ao desenvolvimento de dor crônica nesses pacientes.
O acompanhamento desses pacientes deve incluir suporte emocional, ensino de regras de higiene e autocuidado e encaminhamento para reabilitação o mais precocemente possível. Alguns métodos simples têm sido propostos para a classificação funcional desses pacientes, como a escala para medir o estado funcional após sofrer COVID-19.
2. DESAFIO 1 - Introdução à Biologia Celular e do Desenvolvimento
· O mecanismo de acoplamento excitação-contração no músculo esquelético
O mecanismo de acoplamento excitação-contração foi definido no músculo esquelético como a sequência de eventos que ocorre desde a geração do potencial de ação na fibra muscular até o início da geração de tensão. A regulação e interação destes eventos entre si tem sido estudada durante os últimos 50 anos através de diferentes técnicas, com as quais se estabeleceu a importância e origem do íon cálcio como ativador contrátil, são conhecidas as principais proteínas envolvidas e o estudo da bases ultraestruturais e de regulação farmacológica; Além disso, há evidências de que o acoplamento excitação-contração é alterado em diferentes situações, como envelhecimento, fadiga muscular e algumas doenças musculares.
Fonte:<Google Imagens>
A sequência de eventos do acoplamento excitação-contração no músculo esquelético envolve: iniciação e propagação de um potencial de ação ao longo da membrana plasmática, propagação do potencial ao longo do túbulo transverso ou sistema do túbulo T, detecção de alterações no potencial de membrana por receptores de diidropiridina (DHPR), transmissão de sinal para os receptores de rianodina (receptores de rianodina, RyR) do retículo sarcoplasmático, liberação de Ca2+ do retículo sarcoplasmático, aumento transitório da concentração de Ca2+ no citoplasma, ativação transitória do sistema tampão de Ca2+ e aparelho contrátil e recaptura de Ca2+ pelo retículo sarcoplasmático.
3. Desafio 2 - Ciências Morfofuncionais dos Sistemas Tegumentar, Locomotor e Reprodutor
· Como os sintomas neurológicos observados no COVID-19 podem resultar em fraqueza muscular
Muitos pacientes com COVID-19 leve ou grave não têm uma recuperação completa e apresentam uma grande variedade de sintomas crônicos por semanas a meses após a infecção, geralmente neurológicos, cognitivos ou psiquiátricos. As evidências epidemiológicas, os critérios diagnósticos e a patogênese da síndrome pós-COVID-19 são revisados.
As manifestações neurológicas da COVID-19 podem ocorrer em situações agudas e podem ser independentes das manifestações respiratórias. Síndromes imunomediadas e complicações cerebrovasculares são comuns. Espera-se que grandes populações de pacientes tenham complicações neurológicas de longo prazo com COVID-19, muitas das quais podem surgir somente após a recuperação da doença aguda.
As complicações neurológicas da infecção por SARS-CoV-2 podem ocorrer durante a fase aguda da doença devido ao envolvimento de múltiplos órgãos que se apresenta como encefalopatia. Esses pacientes frequentemente apresentam um estado pró-trombótico e podem desenvolver oclusão de múltiplas artérias e do sistema venoso simultaneamente. Isso pode ser ainda mais complicado por lesões com sangramento. A encefalite viral é rara; no entanto, alguns podem desenvolver síndromes imunomediadas, como ADEM, mielite transversa, GBS ou miosite. Alguns pacientes estão desenvolvendo uma constelação de sintomas crônicos, chamados COVID de longa duração., que se assemelha à encefalomielite miálgica / síndrome da fadiga crônica. Embora a maioria das crianças desenvolva sintomas leves com a infecção, uma síndrome inflamatória multissistêmica está sendo reconhecida e inclui manifestações neurológicas. O reconhecimento e o tratamento precoces são essenciais para o manejo eficaz desses pacientes.
4. Desafio 3 - Ciências Morfofuncionais dos Sistemas Digestório, Endócrino e Renal
· Como ocorre a ligação entre o novo coronavírus e as células humanas?
A estrutura da proteína ACE2 é sequestrada para entrar nas células humanas ligadas a uma proteína na membrana celular. Este conhecimento de como o SARS-CoV2 se liga à superfície celular pode fornecer uma base para o desenvolvimento terapêutico, observam os autores do estudo. Quando o coronavírus infecta uma pessoa, a primeira etapa do processo começa com uma proteína do vírus, a proteína spike (S), que se liga ao receptor humano para uma enzima conversora de angiotensina 2 (ACE2).
Fonte: <Google Imagem>
· Qual receptor é reconhecido pelo vírus para que possa ocorrer a penetração deste na célula?
A ACE2 é uma proteína transmembrana expressa na superfície de diversas células do corpo, como o epitélio do sistema respiratório. Certamente, vários estudos já demonstraram a relação entre a proteína ACE2 com os mecanismos de entrada de alguns coronavírus, como o HCoV-NL63, o SARS-CoV e o novo SARS-CoV-2 (causador da COVID-19).
· Qual a relação desse receptor com o sistema renal?
ACE2é uma glicoproteína, um exopeptidase ou enzima da peptide-fenda anexada à superfície exterior da maioria de pilhas no corpo humano. Sua expressão mais alta está no rim, no endothelium, nos pulmões, e no coração.
5. Desafio 4 - Ciências Morfofuncionais dos Sistemas Imune e Hematológico
Podemos considerar a inflamação como um processo bom ou ruim para o organismo humano?
A inflamação é uma resposta dos organismos a diferentes agressões endógenas ou exógenas. Tanto a resposta imune inata quanto a adquirida estão envolvidas nesse processo, que tem inúmeros efeitos locais e sistêmicos. Dependendo do tempo de evolução, pode ser agudo ou crônico, embora às vezes os padrões convencionais não consigam detectar um evento anterior.
Apesar desses sintomas perturbadores, existe uma boa razão que provoca seu aparecimento: a inflamação exerce uma função importante, atuando como um mecanismo de defesa.
Quais são os sinais cardinais da inflamação e suas causas?
Existem quatro sinais cardinais de inflamação:
· Vermelhidão ou rubor: é principalmente devido à vasodilatação que ocorre na área inflamada.
· Edema ou tumor: aumento do líquido intersticial e formação de edema.
· Calor: aumento da temperatura na área inflamada. É devido à vasodilatação e ao aumento do consumo local de oxigênio.
· Dor: surge como consequência da liberação de substâncias capazes de causar a ativação de nociceptores.
· A perda de função e a dor ocorrem como resultado da síntese de mediadores e lesão mediada por leucócitos.
Em toda inflamação temos a presença de todos os sinais cardinais?
Sim, pois existem alguns fenômenos básicos comuns a qualquer tipo de inflamação e não importando qual seja o agente inflamatório. Apesar de esses fenômenos estarem divididos em cinco fases todos eles acontecem como um processo único e conjunto, o que faz da inflamação um processo dinâmico.
6. Desafio 5 – Saúde Pública
A incidência, mortalidade e velocidade de expansão desta pandemia são diferentes entre os países e até mesmo entre suas regiões. Daí a importância da estrutura e capacidade dos sistemas de saúde. Sendo a vigilância epidemiológica um dos grandes instrumentos que os sistemas de saúde devem aplicar, pois contribui para o desenho de estratégias de prevenção da propagação de doenças e para o planejamento de recursos que levem à elevação do estado de saúde da população.
Testes diagnósticos, rastreamento de contatos e seus resultados são fundamentais na vigilância epidemiológica desta pandemia, sendo esta uma ferramenta primária para o controle e disseminação da doença. 
A vigilância epidemiológica é a coleta sistemática e constante de dados sobre um determinado problema de saúde. Sua análise, interpretação e planejamento ajudam a criar programas de saúde. Estes ajudam a identificar problemas em duas esferas, individuais (detecção precoce, gestão de casos, suscetíveis) e colectiva (diagnóstico da situação de saúde e detecção de novos riscos). Também auxilia no planejamento da ação preventiva, estabelecendo as prioridades de ação e as ações a serem realizadas, e na avaliação das medidas preventivas, servindo de alerta para qualquer problema e avaliando a eficácia do plano de prevenção, favorecendo a utilização de métodos de ação mais eficazes.
A vigilância epidemiológica é a comparação e interpretação das informações resultantes dos programas de vigilância ambiental e de saúde com o objetivo de proteger a saúde humana, detectando mudanças adversas no estado de saúde da população. Tudo isso é útil para uma intervenção eficaz.
O SARS-CoV-2 é passível de vigilância por se constituir em um real problema de saúde em todo o mundo, portanto, a criação de um sistema de vigilância epidemiológica é imprescindível.
Neste sentido os componentes fundamentais de um sistema de vigilância são os seguintes: 
Componente de diagnóstico e vigilância clínica; Componente de diagnóstico e vigilância laboratorial; Análise estatística; Diagnóstico e vigilância epidemiológica propriamente dita; Serviços e fornecimento técnico de materiais.
CONCLUSÃO
A COVID-19 tem múltiplas manifestações, não apenas respiratórias, mas em todos os sistemas do corpo humano. Alguns deles persistirão após a superação da fase aguda da doença, dando origem ao chamado COVID prolongado. O que propõe a atuação da atenção básica nesses pacientes.
Para os profissionais da atenção básica, é um desafio identificar essas manifestações e gerenciá-las de forma adequada. Isso requer uma boa articulação com os serviços hospitalares, mas acima de tudo é um desafio desenvolver com eficiência um trabalho em equipe que envolva não só os profissionais de saúde, mas também o próprio paciente, sua família e seu meio social.
Por fim concluímos que fatores virais (mutações em genes específicos que aumentam a virulência do SARS-CoV-2) e fatores associados ao hospedeiro (idade avançada, comorbidades, imunossupressão), bem como a interação entre vírus e hospedeiro, são as condições adequadas que podem explicar os diferentes níveis de neurotropismo, invasão do SNC e neurovirulência de SARS-CoV-2 em humanos. A incidência real de complicações neurológicas e seu tipo e gravidade são incertos, portanto, futuros estudos epidemiológicos e de pesquisa devem esclarecer essas lacunas em nosso conhecimento atual.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALBERTS, B. Fundamentos da biologia celular. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise em Saúde e Doenças não Transmissíveis. Guia de vigilância epidemiológica Emergência de saúde pública de Importância nacional pela Doença pelo coronavírus 2019 – covid-19. Brasília: Ministério da Saúde, 2021. Disponível em: <https://bit.ly/3xRYBjF>. Acesso em: 19 set. 2021.
CARVALHO, H. F. A célula. 4. ed. Barueri, SP: Manole, 2019.
CURI, R.; PROCÓPIO, J. Fisiologia básica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEN. SARS-CoV-2 e o Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona (SRAA). Albert Einsten Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa. Disponível em <https://www.einstein.br/Documentos%20Compartilhados/SARS_CoV_2-e-Sistema-Renina- Angiotensina-Aldosterona.pdf.> Acesso em 19 set. 2021.
NORRIS, T. L. Porth: fisiopatologia. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021.
SIVERTHORN, D.U. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
VANPUTTE, C.; REGANM, J.; RUSSO, A. Anatomia e fisiologia de Seeley. 10. ed. Porto Alegre: AMGH Editora, 2016.