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3 2 - Desafio - Introdução à biogeografia - UNINABUCO

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Desafio
Um fragmento de floresta se difere de uma amostra da original por sofrer muito mais o chamado Efeito
de Borda. O Efeito de Borda ocorre quando há o isolamento de uma área e ela passa a ter espaços
vazios em suas bordas. A partir daí, as bordas do fragmento florestal sofrem alterações
microclimáticas. Quanto menor o fragmento, mais suscetível ao efeito de borda ele está. 
Veja a situação a seguir: uma Unidade de Conservação, do município de Carazinho sofreu um incêndio
florestal e você, como gestor ambiental, foi solicitado para ajudar no problema dessa UC.
O seu desafio é apresentar uma maneira de reduzir/ amenizar o efeito de borda
para que a mata primária se restabeleça e, com o tempo, ocorram sucessões
ecológicas até que o PRAD alcance seu objetivo. 
Fique atento! Você deve resolver o desafio sem aumentar o tamanho da área.
Sua resposta
 Amenizar/reduzir o efeito borda a fim de recuperar a mata nativa, devido incêndio, está 
relacionada a diversos aspectos ambientais, como manter a diversidade biológica e os 
recursos energéticos, protegendo e restaurando a diversidade de ecossistemas naturais e 
promovendo a sustentabilidade do uso dos recursos naturais. 
Quando falamos em restauração e conservação da vegetação nativa, é essencial olharmos 
para toda a paisagem. É muito importante que observemos os remanescentes florestais, sua 
possível conectividade e, claro, seu grau de degradação. 
Após a identificação dos principais fatores de degradação que detêm ou limitam a sucessão 
a ser 
restaurada, deve-se realizar seu isolamento. O isolamento da área e o controle dos fatores 
de 
perturbação são primordiais para aumentar as chances de sucesso da restauração e 
potencializar a capacidade de auto recuperação. As ações podem variar desde a construção 
de aceiros, para diminuir as chances de incêndios, e a instalação de cercas, para impedir o 
acesso de animais. A retirada dos fatores de degradação deve ser a primeira etapa. O não 
isolamento da área afeta o desenvolvimento do projeto, aumentando os custos e diminuindo 
a efetividade. Em paisagens altamente modificadas, no entanto, existem inúmeros fatores de 
degradação que comprometem a biodiversidade e limitam o potencial de regeneração 
natural e de auto recuperação dos remanescentes, como o regime de distúrbios, a 
disponibilidade de propágulos e as características da paisagem. 
O adensamento é uma técnica comumente utilizada em projetos de restauração ecológica. 
Ela visa ao restabelecimento possibilitando a construção de uma estrutura inicial favorável à 
continuidade da dinâmica florestal. O restabelecimento da estrutura do remanescente 
degradado é uma etapa fundamental na restauração de uma comunidade florestal. Essa 
reestruturação visa conter e reverter o processo. 
O adensamento pode ser obtido de duas formas: Pelo uso do banco de sementes do solo; 
pelo plantio de mudas ou sementes. No caso de remanescentes florestais degradados, a 
área a ser restaurada (por exemplo, uma borda ou uma clareira antrópica) pode guardar 
várias espécies que, à primeira vista, encontram-se ocultas, na forma de um banco de 
sementes. Esse banco é formado pela chuva de sementes, recente ou antiga, e seu 
potencial pode ser aproveitado para a restauração da comunidade florestal. Se 
adequadamente induzido, o banco de sementes pode levar à germinação e ao
estabelecimento de uma alta densidade de indivíduos, composta por diversas espécies. O 
aproveitamento do banco de sementes evita a introdução de espécies e genótipos não 
regionais (por meio de mudas, por exemplo), que talvez tenham menor probabilidade de 
sobrevivência. Ao mesmo tempo, evita a introdução de plantas invasoras no remanescente 
florestal, o que seria uma falha grosseira no caso de um plantio mal executado. Em áreas 
onde não há resiliência do banco de sementes, o adensamento deve ser feito pelo plantio de 
mudas ou sementes de espécies que apresentem crescimento rápido e formação de copa 
densa e ampla – as chamadas espécies recobridoras. Essa operação tem como objetivo 
aumentar o número de indivíduos em áreas com falhas na regeneração natural, fechar 
rapidamente clareiras abertas e sombrear áreas em plantios já em andamento ou em 
áreas de regeneração natural escassa. Com a introdução dessas espécies, esperam-se a 
recuperação da fisionomia florestal inicial da área, a melhoria das condições de microclima 
para germinação e do desenvolvimento de espécies. 
Assim, alguns estudos testaram o plantio de adensamento como metodologia para introduzir 
espécies de rápido crescimento e boa cobertura de copa, a fim de cicatrizar clareiras 
florestais com baixa resiliência e de difícil recuperação. 
A escolha correta das espécies de recobrimento é fundamental. Elas devem ser definidas 
com base na flora local e adaptadas ao tipo de solo e ao regime de umidade do sítio, 
correspondendo às espécies arbustivo-arbóreas de rápido crescimento e ampla cobertura de 
copa, logo nos primeiros meses após o plantio. A observação local dirá quais são as 
espécies recobridoras mais adequadas na região. Métodos específicos estão baseados na 
resiliência ecológica das florestas e têm como objetivo recuperar a estrutura como primeira 
etapa, para, em seguida, restabelecer as funções ecossistêmicas e os processos ecológicos 
típicos de florestas tropicais de alta diversidade No entanto, o diagnóstico do estado de 
conservação e da resiliência florestal não é uma tarefa trivial: as florestas são sistemas 
dinâmicos em múltiplas escalas espaciais e temporais e o diagnóstico se refere a uma 
“fotografia” da área ou de um conjunto de áreas em um determinado tempo/espaço. Dessa 
forma, somente com acompanhamento da vegetação ao longo do tempo podemos chegar à 
conclusão de que o ecossistema se encontra em rota de degradação ou regeneração. 
 
Enviado em: 10/10/2021 11:15
Padrão de resposta esperado
Para amenizar o efeito de borda, em um PRAD pode ser prevista a introdução de espécies
exóticas de rápido crescimento ao redor da área alvo - é preciso cuidar para não utilizar
espécies muito invasivas como, por exemplo, Pinus. Esse cordão de espécies exóticas
criará sombra para o estabelecimento dos primeiros vegetais, mas é importante prever no
PRAD que, durante a manutenção do sistema, sejam inspecionados e removidos brotos
dessa espécie exótica no núcleo do local a ser recuperado. Além da solução descrita acima,
outra possibilidade é a criação de sombras através de outros métodos, como a utilização de
sombrites, mas o custo para implementação, neste caso, é bem mais elevado.

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