Buscar

Revolução Industrial – Wikipédia a enciclopédia livre

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Um motor a vapor de Watt, o motor a vapor,
alimentado principalmente com carvão, impulsionou
a Revolução Industrial no Reino Unido e no mundo.
Revolução Industrial
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Primeira Revolução Industrial)
A Revolução Industrial consistiu em um conjunto de
mudanças tecnológicas com profundo impacto no
processo produtivo em nível econômico e social.
Iniciada no Reino Unido em meados do século XVIII,
expandiu-se pelo mundo a partir do século XIX.
Ao longo do processo (que de acordo com alguns
autores se registra até aos nossos dias), a era da
agricultura foi superada, a máquina foi superando o
trabalho humano, uma nova relação entre capital e
trabalho se impôs, novas relações entre nações se
estabeleceram e surgiu o fenômeno da cultura de massa,
entre outros eventos. Essa transformação foi possível
devido a uma combinação de fatores, como o
liberalismo econômico, a acumulação de capital e uma
série de invenções, tais como o motor a vapor. O
capitalismo tornou-se o sistema econômico vigente.
A Revolução Industrial é comumente dividida em 3 partes : primeira (1780-1830), segunda (1860-1945),
conhecida chamada de Revolução Tecnológica, e terceira (1970-), também chamada de Revolução Digital. A
atribuição de datas varia muito de autor pra autor.
Índice
1 Contexto histórico
2 O pioneirismo do Reino Unido
3 O liberalismo de Adam Smith
4 Principais avanços tecnológicos
4.1 Século XVII
4.2 Século XVIII
4.3 Século XIX
5 O motor a vapor
6 A classe trabalhadora
6.1 Movimentos de trabalhadores
6.1.1 Movimento Ludista (1811-1812)
6.1.2 Movimento Cartista (1837-1848)
6.1.3 Os sindicatos
7 A industrialização na Europa: a partir de 1815
8 De 1830 a 1929 : A Expansão pelo mundo
8.1 A industrialização no Brasil
8.2 A industrialização em Portugal
9 As consequências da Revolução Industrial
[1]
Parte da série sobre
Capitalismo
 Portal Filosofia
 Portal Política
 Portal Economia
 
O escocês James Watt.
10 Referências
11 Bibliografia
12 Ver também
13 Referências
14 Ligações externas
Contexto histórico
Antes da Revolução Industrial,
a atividade produtiva era
artesanal e manual (daí o termo
manufatura), no máximo com
o emprego de algumas
máquinas simples.
Dependendo da escala, grupos
de artesãos podiam se
organizar e dividir algumas
etapas do processo, mas
muitas vezes um mesmo
artesão cuidava de todo o
processo, desde a obtenção da
matéria-prima até à
comercialização do produto
final. Esses trabalhos eram
realizados em oficinas nas
casas dos próprios artesãos e
os profissionais da época
dominavam muitas (se não todas) etapas do processo produtivo.
Com a Revolução Industrial os trabalhadores perderam o controle do
processo produtivo, uma vez que passaram a trabalhar para um patrão (na qualidade de empregados ou
operários), perdendo a posse da matéria-prima, do produto final e do lucro. Esses trabalhadores passaram a
controlar máquinas que pertenciam aos donos dos meios de produção os quais passaram a receber todos os
lucros. O trabalho realizado com as máquinas ficou conhecido por maquinofatura.
Esse momento de passagem marca o ponto culminante de uma evolução tecnológica, econômica e social que
vinha se processando na Europa desde a Baixa Idade Média, com ênfase nos países onde a Reforma
Protestante tinha conseguido destronar a influência da Igreja Católica: Inglaterra, Escócia, Países Baixos,
Suécia. Nos países fiéis ao catolicismo, a Revolução Industrial eclodiu, em geral, mais tarde, e num esforço
declarado de copiar aquilo que se fazia nos países mais avançados tecnologicamente: os países protestantes.
De acordo com a teoria de Karl Marx, a Revolução Industrial, iniciada na Grã-Bretanha, integrou o conjunto
das chamadas Revoluções Burguesas do século XVIII, responsáveis pela crise do Antigo Regime, na passagem
do capitalismo comercial para o industrial. Os outros dois movimentos que a acompanham são a Independência
dos Estados Unidos e a Revolução Francesa que, sob influência dos princípios iluministas, assinalam a transição
da Idade Moderna para a Idade Contemporânea. Para Marx, o capitalismo seria um produto da Revolução
Industrial e não sua causa.
Com a evolução do processo, no plano das Relações Internacionais, o século XIX foi marcado pela hegemonia
mundial britânica, um período de acelerado progresso econômico-tecnológico, de expansão colonialista e das
Movimentos [Expandir]
Variantes [Expandir]
Escolas de pensamento [Expandir]
Origens [Expandir]
Pessoas [Expandir]
Teorias [Expandir]
Ideias [Expandir]
Tópicos [Expandir]
Tópicos relacionados [Expandir]
Coalbrookdale, cidade britânica,
considerada um dos berços da
Revolução Industrial.
primeiras lutas e conquistas dos trabalhadores. Durante a maior parte do período, o trono britânico foi ocupado
pela rainha Vitória (1837-1901), razão pela qual é denominado como Era Vitoriana. Ao final do período, a
busca por novas áreas para colonizar e descarregar os produtos maciçamente produzidos pela Europa produziu
uma acirrada disputa entre as potências industrializadas, causando diversos conflitos e um crescente espírito
armamentista que culminou, mais tarde, na eclosão, da Primeira Guerra Mundial (1914).
A Revolução Industrial ocorreu primeiramente na Europa devido a três fatores: 1) os comerciantes e os
mercadores europeus eram vistos como os principais manufaturadores e comerciantes do mundo, detendo
ainda a confiança e reciprocidade dos governantes quanto à manutenção da economia em seus estados; 2) a
existência de um mercado em expansão para seus produtos, tendo a Índia, a África, a América do Norte e a
América do Sul sido integradas ao esquema da expansão econômica européia; e 3) o contínuo crescimento de
sua população, que oferecia um mercado sempre crescente de bens manufaturados, além de uma reserva
adequada (e posteriormente excedente) de mão-de-obra.
O pioneirismo do Reino Unido
O Reino Unido foi pioneiro no processo da Revolução Industrial
por diversos fatores:
Pela aplicação de uma política econômica liberal desde
meados do século XVIII. Antes da liberalização econômica, as
atividades industriais e comerciais estavam cartelizadas pelo
rígido sistema de guildas, razão pela qual a entrada de novos
competidores e a inovação tecnológica eram muito limitados.
Com a liberalização da indústria e do comércio ocorreu um
enorme progresso tecnológico e um grande aumento da
produtividade em um curto espaço de tempo.
O processo de enriquecimento britânico adquiriu maior impulso
após a Revolução Inglesa, que forneceu ao seu capitalismo a estabilidade que faltava para expandir os
investimentos e ampliar os lucros.
A Grã-Bretanha firmou vários acordos comerciais vantajosos com outros países. Um desses acordos foi
o Tratado de Methuen, celebrado com a decadência da monarquia absoluta portuguesa, em 1703, por
meio do qual conseguiu taxas preferenciais para os seus produtos no mercado português.
A Grã-Bretanha possuía grandes reservas de ferro e de carvão mineral em seu subsolo, principais
matérias-primas utilizadas neste período. Dispunham de mão-de-obra em abundância desde a Lei dos
Cercamentos de Terras, que provocou o êxodo rural. Os trabalhadores dirigiram-se para os centros
urbanos em busca de trabalho nas manufaturas.
A burguesia inglesa tinha capital suficiente para financiar as fábricas, adquirir matérias-primas e máquinas
e contratar empregados.
Para ilustrar a relativa abundância do capital que existia na Inglaterra, pode se constatar que a taxa de juros no
final do século XVIII era de cerca de 5% ao ano; já na China, onde praticamente não existia progresso
econômico, a taxa de juros era de cerca de 30% ao ano.
O liberalismo de Adam Smith
As novidades da Revolução Industrial trouxeram muitas dúvidas. O pensador escocês Adam Smith procurou
responder racionalmente às perguntas da época. Seu livro A Riqueza das Nações (1776) é considerado uma
das obras fundadoras da ciência econômica. Ele dizia que o individualismo é útil para a sociedade. Seu
raciocínioera este: quando uma pessoa busca o melhor para si, toda a sociedade é beneficiada. Exemplo:
[2]
Adam Smith.
O PIB per capita mudou muito pouco
durante a parte da história da humanidade
anterior a Revolução Industrial. (As áreas
vazias significam ausência de dados, e não
de níveis muito baixos. Não há dados para
os anos 1, 1000, 1500, 1600, 1700, 1820,
1900 e 2003).
quando uma cozinheira prepara uma deliciosa carne assada, você saberia
explicar quais os motivos dela? Será porque ama o seu patrão e quer vê-lo
feliz ou porque está pensando, em primeiro lugar, nela mesma ou no
pagamento que receberá no final do mês? De qualquer maneira, se a
cozinheira pensa no salário dela, seu individualismo será benéfico para ela e
para seu patrão. E por que um açougueiro vende uma carne muito boa para
uma pessoa que nunca viu antes? Porque deseja que ela se alimente bem ou
porque está olhando para o lucro que terá com futuras vendas? Graças ao
individualismo dele o freguês pode comprar boa carne. Do mesmo jeito, os
trabalhadores pensam neles mesmos. Trabalham bem para poder garantir
seu salário e emprego.
Portanto, é correto afirmar que os capitalistas só pensam em seus lucros.
Mas, para lucrar, têm que vender produtos bons e baratos. O que, no fim, é
ótimo para a sociedade.
Então, já que o individualismo é bom para toda a sociedade, o ideal seria
que as pessoas pudessem atender livremente a seus interesses individuais. E, para Adam Smith, o Estado é
quem atrapalhava a liberdade dos indivíduos. Para o autor escocês, "o Estado deveria intervir o mínimo possível
sobre a economia". Se as forças do mercado agissem livremente, a economia poderia crescer com vigor. Desse
modo, cada empresário faria o que bem entendesse com seu capital, sem ter de obedecer a nenhum
regulamento criado pelo governo. Os investimentos e o comércio seriam totalmente liberados. Sem a
intervenção do Estado, o mercado funcionaria automaticamente, como se houvesse uma "mão invisível"
ajeitando tudo. Ou seja, o capitalismo e a liberdade individual promoveria o progresso de forma harmoniosa.
Principais avanços tecnológicos
Século XVII
1698 - Thomas Newcomen, em Staffordshire, na Grã-
Bretanha, instala um motor a vapor para esgotar água em
uma mina de carvão.
Século XVIII
1708 - Jethro Tull (agricultor), em Berkshire, na Grã-
Bretanha, inventa a primeira máquina de semear puxada a
cavalo, permitindo a mecanização da agricultura.
1709 - Abraham Darby, em Coalbrookdale, Shropshire,
na Grã-Bretanha, utiliza o carvão para baratear a
produção do ferro.
1733 - John Kay, na Grã-Bretanha, inventa uma
lançadeira volante para o tear, acelerando o processo de
tecelagem.
1740 - Benjamin Huntsman, em Handsworth, na Grã-
Bretanha, descobre a técnica do uso de cadinho para
fabricação de aço.
1761 - Abertura do Canal de Bridgewater, na Grã-Bretanha, primeira via aquática inteiramente artificial.
1764 - James Hargreaves, na Grã-Bretanha, inventa a fiadora "spinning Jenny", uma máquina de fiar
rotativa que permitia a um único artesão fiar oito fios de uma só vez.[3]
1765 - James Watt, na Grã-Bretanha, introduz o condensador na máquina de Newcomen, componente
que aumenta consideravelmente a eficiência do motor a vapor.
1768 - Richard Arkwright, na Grã-Bretanha, inventa a "spinning-frame", uma máquina de fiar mais
avançada que a "spinning jenny".
1771 - Richard Arkwright, em Cromford, Derbyshire, na Grã-Bretanha, introduz o sistema fabril em sua
tecelagem ao acionar a sua máquina - agora conhecida como "water-frame" - com a força de torrente
de água nas pás de uma roda.
1776 - 1779 - John Wilkinson e Abraham Darby, em Ironbridge, Shrobsihire, na Grã-Bretanha,
constroem a primeira ponte em ferro fundido.
1779 - Samuel Crompton, na Grã-Bretanha, inventa a "spinning mule", combinação da "water frame"
com a "spinning jenny", permitindo produzir fios mais finos e resistentes. A mule era capaz de fabricar
tanto tecido quanto duzentos trabalhadores, apenas utilizando alguns deles como mão-de-obra.
1780 - Edmund Cartwright, de Leicestershire, na Grã-Bretanha, patenteia o primeiro tear a vapor.
1793 - Eli Whitney, na Geórgia, Estados Unidos, inventa o descaroçador de algodão.
1800 - Alessandro Volta, na Itália, inventa a bateria elétrica.
Século XIX
1803 - Robert Fulton desenvolveu uma embarcação a vapor na Grã-Bretanha.
1807 - A iluminacão de rua, a gás, foi instalada em Pall Mall, Londres, na Grã-Bretanha.
1808 - Richard Trevithick expôs a "London Steam Carriage", um modelo de locomotiva a vapor, em
Londres, na Grã-Bretanha.
1825 - George Stephenson concluiu uma locomotiva a vapor, e inaugura a primeira ferrovia, entre
Darlington e Stockton-on-Tees, na Grã-Bretanha.
1829 - George Stephenson venceu uma corrida de velocidade com a locomotiva "Rocket", na linha
Liverpool - Manchester, na Grã-Bretanha.
1830 - A Bélgica e a França iniciaram as respectivas industrializações utilizando como matéria-prima o
ferro e como força-motriz o motor a vapor.
1843 - Cyrus Hall McCormick patenteou a segadora mecânica, nos Estados Unidos.
1844 - Samuel Morse inaugurou a primeira linha de telégrafo, de Washington a Baltimore, nos Estados
Unidos.
1856 - Henry Bessemer patenteia um novo processo de produção de aço que aumenta a sua resistência
e permite a sua produção em escala verdadeiramente industrial.
1865 - O primeiro cabo telegráfico submarino é estendido através do leito do oceano Atlântico, entre a
Grã-Bretanha e os Estados Unidos.
1869 - A abertura do Canal de Suez reduziu a viagem marítima entre a Europa e a Ásia para apenas seis
semanas.
1876 - Alexander Graham Bell inventou o telefone nos Estados Unidos (em 2002 o congresso norte-
americano reconheceu postumamente o italiano Antonio Meucci como legítimo invetor do telefone)
1877 - Thomas Alva Edison inventou o fonógrafo nos Estados Unidos.
1879 - A iluminação elétrica foi inaugurada em Mento Park, New Jersey, nos Estados Unidos.
1885 - Gottlieb Daimler inventou um motor a explosão.
1895 - Guglielmo Marconi inventou a radiotelegrafia na Itália.
O motor a vapor
As primeiras máquinas a vapor foram construídas na Inglaterra durante o século XVIII. Retiravam a água
acumulada nas minas de ferro e de carvão e fabricavam tecidos. Graças a essas máquinas, a produção de
Um motor a vapor.
mercadorias aumentou muito. E os lucros dos burgueses donos de
fábricas cresceram na mesma proporção. Por isso, os empresários
ingleses começaram a investir na instalação de indústrias.
As fábricas se espalharam rapidamente pela Inglaterra e provocaram
mudanças tão profundas que os historiadores atuais chamam aquele
período de Revolução Industrial. O modo de vida e a mentalidade de
milhões de pessoas se transformaram, numa velocidade espantosa. O
mundo novo do capitalismo, da cidade, da tecnologia e da mudança
incessante triunfou.
As máquinas a vapor bombeavam a água para fora das minas de carvão. Eram tão importantes quanto as
máquinas que produziam tecidos.
As carruagens viajavam a 12 km/h e os cavalos, quando se cansavam, tinham de ser trocados durante o
percurso. Um trem da época alcançava 45 km/h e podia seguir centenas de quilômetros. Assim, a Revolução
Industrial tornou o mundo mais veloz. Como essas máquinas substituiam a força dos cavalos, convencionou-se
em medir a potência desses motores em HP (do inglês horse power ou cavalo-força).
A classe trabalhadora
A produção manual que antecede à Revolução Industrial conheceu duas etapas bem definidas, dentro do
processo de desenvolvimento do capitalismo:
O artesanato foi a forma de produção industrial característica da Baixa Idade Média, durante o
renascimento urbano e comercial, sendo representado por uma produção de caráter familiar, na qual o
produtor (artesão) possuía os meios de produção (era o proprietário da oficina e das ferramentas) e
trabalhava com a família em sua própria casa, realizando todas as etapas da produção, desde o preparo
da matéria-prima, até o acabamento final; ou seja não havia divisão do trabalho ou especializaçãopara a
confecção de algum produto. Em algumas situações o artesão tinha junto a si um ajudante, porém não
assalariado, pois realizava o mesmo trabalho pagando uma “taxa” pela utilização das ferramentas.
É importante lembrar que nesse período a produção artesanal estava sob controle das
corporações de ofício, assim como o comércio também se encontrava sob controle de
associações, limitando o desenvolvimento da produção.
A manufatura, que predominou ao longo da Idade Moderna e na Antiguidade Clássica, resultou da
ampliação do mercado consumidor com o desenvolvimento do comércio monetário. Nesse momento, já
ocorre um aumento na produtividade do trabalho, devido à divisão social da produção, onde cada
trabalhador realizava uma etapa na confecção de um único produto. A ampliação do mercado
consumidor relaciona-se diretamente ao alargamento do comércio, tanto em direção ao oriente como em
direção à América. Outra característica desse período foi a interferência do capitalista no processo
produtivo, passando a comprar a matéria-prima e a determinar o ritmo de produção.
A partir da máquina, fala-se numa primeira, numa segunda e até terceira e quarta Revoluções Industriais.
Porém, se concebermos a industrialização como um processo, seria mais coerente falar-se num primeiro
momento (a máquina a vapor, no século XVIII), num segundo momento (energia elétrica, no século XIX) e
num terceiro e quarto momentos, representados respectivamente pela energia nuclear e pelo avanço da
informática, da robótica e das telecomunicações ao longo dos séculos XX e XXI.
Na esfera social, o principal desdobramento da Revolução Industrial foi a transformação nas condições de vida
nos países industriais em relação aos outros países da época, havendo uma mudança progressiva das
necessidades de consumo da população, à medida que novas mercadorias foram sendo produzidas.
A Revolução Industrial alterou profundamente as condições de vida do trabalhador, provocando inicialmente
um intenso deslocamento da população rural para as cidades, criando enormes concentrações urbanas. A
população de Londres passou de 800.000 habitantes em 1780 para mais de 5 milhões em 1880, por exemplo.
No início da Revolução Industrial, os operários viviam em péssimas condições de vida e trabalho. O ambiente
das fábricas era insalubre, assim como os cortiços onde muitos trabalhadores viviam. A jornadas de trabalho
chegava a 80 horas semanais, e os salários variavam em torno de 2,5 vezes o nível de subsistência.
 Para mulheres e crianças, submetidos ao mesmo número de horas e às mesmas condições de trabalho,
os salários eram ainda mais baixos.
A produção em larga escala e dividida em etapas iria distanciar cada vez mais o trabalhador do produto final, já
que cada grupo de trabalhadores passava a dominar apenas uma etapa da produção, mas sua produtividade
ficava maior. Como a produtividade do trabalho aumentava os salários reais dos trabalhadores ingleses
aumentaram em mais de 300% entre 1800 até 1870. Devido ao progresso ocorrido nos
primeiros 90 anos de industrialização, em 1860 a jornada de trabalho na Inglaterra já se reduzia para cerca de
50 horas semanais (10 horas diárias em cinco dias de trabalho por semana).
Horas de trabalho por semana para trabalhadores adultos nas indústrias têxteis
1780 - em torno de 80 horas por semana
1820 - 67 horas por semana
1860 - 53 horas por semana
2007 - 46 horas por semana
Segundo a teoria marxista, o salário corresponde ao custo de reprodução da força de trabalho, ou seja, ao
valor mínimo necessário para que o trabalhador sobreviva. Esse nível mínimo de subsistência varia
historicamente). Os trabalhadores, notadamente a partir do século XIX, passaram a pressionar os seus patrões,
reivindicando melhores condições de trabalho, maiores salários e crescentes reduções da jornada de trabalho.
Com maiores salários, o conjunto dos trabalhadores pôde também elevar o seu nível de consumo, tornando
possível a produção em massa de bens de consumo.
Movimentos de trabalhadores
Movimento Ludista (1811-1812)
Reclamações contra as máquinas inventadas após a revolução para poupar a mão-de-obra já eram normais.
Mas foi em 1811 que o estopim estourou e surgiu o movimento ludista, uma forma mais radical de protesto.
O nome deriva de Ned Ludd, um dos líderes do movimento. Os luditas chamaram muita atenção pelos seus
atos. Invadiram fábricas e destruíram máquinas, que, segundo os luditas, por serem mais eficientes que os
homens, tiravam seus trabalhos, requerendo, contudo, duras horas de jornada de trabalho. Os manifestantes
sofreram uma violenta repressão, foram condenados à prisão, à deportação e até à forca. Os luditas ficaram
lembrados como "os quebradores de máquinas".
Anos depois os operários ingleses mais experientes adotaram métodos mais eficientes de luta, como a greve e o
movimento sindical.
Movimento Cartista (1837-1848)
O "movimento cartista" foi organizado pela Associação dos Operários, exigindo melhores condições de
trabalho, incluindo:
a limitação de oito horas para a jornada de trabalho
[carece de
fontes?]
[carece de fontes?]
a regulamentação do trabalho feminino
a extinção do trabalho infantil
a folga semanal
o salário mínimo
Este movimento lutou ainda pela instituição de novos direitos políticos, como o estabelecimento do sufrágio
universal ( nesta época, o voto era um direito dos homens, apenas), a extinção da exigência de ter propriedades
para que se pudesse ser eleito para o parlamento e o fim do voto censitário. Esse movimento se destacou por
sua organização e por sua forma de atuação, chegando a conquistar diversos direitos políticos para os
trabalhadores.
Os sindicatos
Os empregados das fábricas formaram associações e sindicatos, a princípio proibidos e duramente reprimidos,
durante a Primeira Revolução Industrial. Na segunda metade do século XIX, a organização dos trabalhadores
assume um considerável nível de ideologização. O sindicalismo na virada do século XX é caracterizado por
veleidades revolucionárias e de independência em relação aos partidos políticos. Após a Primeira Guerra
Mundial, uma parte dos sindicatos se alinha ao ideário socialista e comunista, enquanto outra parte se inclina
para o reformismo ou para a tradição cristã. Em 1864 é criada em Londres a Associação Internacional de
Trabalhadores, a Internacional, primeira central sindical mundial da classe trabalhadora. No mesmo ano, na
França, é reconhecido o direito de greve. Em 1919 é criada a Organização Internacional do Trabalho, um dos
mais antigos organismos internacionais, com direção tripartite, composta por representantes dos governos, dos
trabalhadores e dos empregadores.
A industrialização na Europa: a partir de 1815
Até 1850, a Inglaterra continuou dominando o primeiro lugar entre os países industrializados. Embora outros
países já contassem com fábricas e equipamentos modernos, esses eram considerados uma "miniatura de
Inglaterra", como por exemplo os vales de Ruhr e Wupper na Alemanha, que eram bem desenvolvidos,
porém não possuíam a tecnologia das fábricas inglesas.
Na Europa, os maiores centros de desenvolvimento industrial, na época, eram as regiões mineradoras de
carvão; lugares como o norte da França, nos vales do Rio Sambre e Meuse, na Alemanha, no vale de Ruhr, e
também em algumas regiões da Bélgica. A Alemanha nessa época ainda não havia sido unificada. Eram 39
pequenos reinos e dentre esses a Prússia, que liderava a Revolução Industrial. A Alemanha se unificou em
1871, quando a Prússia venceu a Guerra Franco-Prussiana.
Fora estes lugares, a industrialização ficou presa:
às principais cidades, como Paris e Berlim;
aos centro de interligação viária, como Lyon, Colônia, Frankfurt am Main, Cracóvia e Varsóvia;
aos principais portos, como Hamburgo, Bremen, Roterdã, Le Havre, Marselha;
a polos têxteis, como Lille, Região do Ruhr, Roubaix, Barmen-Elberfeld (Wuppertal), Chemmitz, Lodz e
Moscou;
e a distritos siderurgicos e indústria pesada, na bacia do rio Loire, do Sarre, e da Silésia.
De 1830a 1929 : A Expansão pelo mundo
Após 1830, a produção industrial se descentralizou da Inglaterra e se expandiu rapidamente pelo mundo,
principalmente para o noroeste europeu, e para o leste dos Estados Unidos. Porém, cada país se desenvolveu
em um ritmo diferente baseado nas condições econômicas, sociais e culturais de cada lugar.
Na Alemanha com o resultado da Guerra Franco-prussiana em 1870, houve a Unificação Alemã que, liderada
por Bismarck, impulsionou a Revolução Industrial no país que já estava ocorrendo desde 1815. Foi a partir
dessa época que a produção de ferro fundido começou a aumentar de forma exponencial.
Na Itália a unificação política realizada em 1870, à semelhança do que ocorreu na Alemanha, impulsionou,
mesmo que atrasada, a industrialização do país. Essa só atingiu ao norte da Itália, pois o sul continuou
basicamente agrário.
Muito mais tarde, começou a industrialização na Rússia, nas últimas décadas do século XIX. Os principais
fatores para que ela acontecesse foram a grande disponibilidade de mão-de-obra, intervenção governamental
na economia através de subsídios e investimentos estrangeiros à indústria.
Nos Estados Unidos a industrialização começou no final do século XVIII, e foi somente após a Guerra da
Secessão que todo o país se tornou industrializado. A industrialização relativamente tardia dos EUA em relação
à Inglaterra pode ser explicada pelo fato de que nos EUA existia muita terra per capita, já na Inglaterra existia
pouca terra per capita, assim os EUA tinham uma vantagem comparativa na agricultura em relação à Inglaterra
e consequentemente demorou bastante tempo para que a indústria ficasse mais importante que a agricultura.
Outro fator é que os Estados do sul eram escravagistas o que retardava a acumulação de capital, como tinham
muita terra eram essencialmente agrários, impedindo a total industrialização do país que até a segunda metade
do século XIX era constituído só pelos Estados da faixa leste do atual Estados Unidos.
O término do conflito resultou na abolição da escravatura o que elevou a produtividade da mão de obra.
aumentando assim a velocidade de acumulação de capital, e também muitas riquezas naturais foram
encontradas no período incentivando a industrialização.
A modernização do Japão data do início da era Meiji, em 1867, quando a superação do feudalismo unificou o
país. A propriedade privada foi estabelecida. A autoridade política foi centralizada possibilitando a intervenção
estatal do governo central na economia, o que resultou no subsidio a indústria. E como a mão-de-obra ficou
livre dos senhores feudais, ocorreu assimilação da tecnologia ocidental e o Japão passou de um dos países mais
atrasados do mundo a um país industrializado.
A industrialização no Brasil
O Brasil, como uma antiga colônia de uma nação europeia, faz parte de um grupo de países de industrialização
tardia.
A industrialização em Portugal
Em Portugal, as reformas de Mouzinho da Silveira liquidam os resquícios das estruturas feudais e consolidam a
burguesia no poder, modernizando o país. Na segunda metade do século XIX implanta-se a malha ferroviária
no país em paralelo a um desenvolvimento industrial e do comércio, à dinâmica do colonialismo, e a uma grande
emigração, principalmente em direcção ao Brasil e aos Estados Unidos.
As consequências da Revolução Industrial
A partir da Revolução Industrial o volume de produção aumentou extraordinariamente: a produção de bens
deixou de ser artesanal e passou a ser maquinofaturada; as populações passaram a ter acesso a bens
industrializados e deslocaram-se para os centros urbanos em busca de trabalho. As fábricas passaram a
concentrar centenas de trabalhadores, que vendiam a sua força de trabalho em troca de um salário.
Outra das consequências da Revolução Industrial foi o rápido crescimento econômico. Antes dela, o progresso
econômico era sempre lento (levavam séculos para que a renda per capita aumentasse sensivelmente), e após,
a renda per capita e a população começaram a crescer de forma acelerada nunca antes vista na história. Por
exemplo, entre 1500 e 1780 a população da Inglaterra aumentou de 3,5 milhões para 8,5, já entre 1780 e
1880 ela saltou para 36 milhões, devido à drástica redução da mortalidade infantil.
A Revolução Industrial alterou completamente a maneira de viver das populações dos países que se
industrializaram. As cidades atraíram os camponeses e artesãos, e se tornaram cada vez maiores e mais
importantes.
Na Inglaterra, por volta de 1850, pela primeira vez em um grande país, havia mais pessoas vivendo em cidades
do que no campo. Nas cidades, as pessoas mais pobres se aglomeravam em subúrbios de casas velhas e
desconfortáveis, com condições horríveis de higiene e salubridade, se comparadas com as habitações dos
países industrializados hoje em dia. Mas representavam uma grande melhoria se comparadas as condições de
vida dos camponeses, que viviam em choupanas de palha. Conviviam com a falta de água encanada, com os
ratos, o esgoto formando riachos nas ruas esburacadas.
O trabalho do operário era muito diferente do trabalho do camponês: tarefas monótonas e repetitivas.
A vida na cidade moderna significava mudanças incessantes. A cada instante, surgiam novas máquinas, novos
produtos, novos gostos, novas modas.
Estudos sobre as variações na altura média dos homens no norte da Europa, sugerem que o progresso
econômico gerado pela industrialização demorou varias décadas até beneficiar a população como um todo.
Eles indicam que, em média, os homens do norte europeu durante o início da Revolução Industrial eram 7,6
centímetros mais baixos que os que viveram 700 anos antes, na Alta Idade Média. É estranho que a altura
média dos ingleses tenha caído continuamente durante os anos de 1100 até o início da revolução industrial em
1780, quando a altura média começou a subir. Foi apenas no início do século XX que essas populações
voltaram a ter altura semelhante às registradas entre os séculos IX e XI. A variação da altura média de uma
população ao longo do tempo é considerada um indicador de saúde e bem-estar econômico.
Referências
1. ↑ Uol Educação (http://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/revolucoes-industriais-primeira-segunda-e-
terceira-revolucoes.htm)
2. ↑ BURNS, Edward McNall. História da Civilização Ocidental. 36. ed. São Paulo: Globo, 1995, p. 513-514
3. ↑ Nick Harling (7 de agosto de 2008). James Hargreaves c1720-1778 (http://www.cottontown.org/page.cfm?
LANGUAGE=eng&pageID=506) (em inglês). Página visitada em 24 de novembro de 2008.
4. ↑ Steckel, Richard H. 2001. Health and Nutrition in the Preindustrial Era: Insights from a Millennium of Average
Heights in Northern Europe. NBER Working Paper No. 8542 (http://www.nber.org/papers/w8542) (em inglês)
Bibliografia
FAUSTO, Boris. História Concisa do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo,
Imprensa Oficial do Estado, 2001. ISBN 85-314-0592-0
HOBSBAWM, Eric J.. Da Revolução Industrial Inglesa ao Imperialismo (5a. ed.). Rio de Janeiro:
Forense Universitária, 2003. ISBN 85-218-0272-2
SOUZA, Osvaldo Rodrigues de. História Geral São Paulo: Editora Ática, 1990. ISBN 85-08-02735-
5
MELANI, Maria Raquel Apolinário. Projeto Araribá - História 7ª São Paulo: Editora Moderna, 2006.
[4]
Ver também
Capitalismo industrial
História da Escócia
Mayer Amschel Rothschild
Ludismo
Segunda Revolução Industrial
Referências
1. ↑ Uol Educação (http://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/revolucoes-industriais-primeira-segunda-e-
terceira-revolucoes.htm)
2. ↑ BURNS, Edward McNall. História da Civilização Ocidental. 36. ed. São Paulo: Globo, 1995, p. 513-514
3. ↑ Nick Harling (7 de agosto de 2008). James Hargreaves c1720-1778 (http://www.cottontown.org/page.cfm?
LANGUAGE=eng&pageID=506) (em inglês). Página visitada em 24 de novembro de 2008.
4. ↑ Steckel, Richard H. 2001. Health and Nutrition in the Preindustrial Era: Insights from a Millennium of Average
Heights in Northern Europe. NBER Working Paper No. 8542 (http://www.nber.org/papers/w8542)(em inglês)
Ligações externas
A Revolução Industrial (http://paginas.terra.com.br/arte/mundoantigo/industrial) (em português)
Cultura Brasil (http://www.culturabrasil.pro.br/revolucaoindustrial.htm) (em português)
Obtida de "http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Revolução_Industrial&oldid=33239502"
Categorias: Revolução industrial Estudos organizacionais e gestão de recursos humanos
História da tecnologia
Menu de navegação
Esta página foi modificada pela última vez à(s) 01h38min de 10 de dezembro de 2012.
Este texto é disponibilizado nos termos da licença Atribuição-Partilha nos Mesmos Termos 3.0 não
Adaptada (CC BY-SA 3.0); pode estar sujeito a condições adicionais. Consulte as condições de uso
para mais detalhes.

Outros materiais