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A Revolução Industrial
	“Na segunda metade do século XVIII, as forças atuantes na economia e na sociedade européia ganharam maior ímpeto – essas forças estavam destinadas a ter para a humanidade um significado pelo menos tão grande quanto os acontecimentos e as realizações da Revolução Francesa. As experiências na agricultura e as novas formas de organização do trabalho e do capital, juntamente com o rápido crescimento populacional, exerceram um impacto tão impressionante que os observadores franceses da década de 20 deram a esses desenvolvimentos um nome:industrialismo ou A Revolução Industrial. Esses desenvolvimentos ocorreram primeiramente na Inglaterra, mas, dentro de pouco tempo, esse “sistema inglês” difundiu-se pela Europa e pelos Estados Unidos, acarretando mudanças de imensa importância para o mundo inteiro.
	O termo Revolução Industrial refere-se às mudanças de uma economia agrária manual para outra dominada pela produção mecanizada em fábricas nas áreas urbanas. Para os contemporâneos da Revolução Industrial, a aplicação de invenções a tarefas humanas parecia a mudança mais significativas a ter lugar na Inglaterra. Atualmente, os novos e mais eficientes meios daquele período para organizar tarefas – que as tornaram suficientemente simples para que crianças pudessem realizá-las e aumentaram em muito a produtividade – parecem tão impressionantes como os antigos inventos, muitos dos quais eram simples modificações de instrumentos já existentes. Essa aplicação de inventos às tarefas humanas e à organização do trabalho em equipes, nas fábricas, teve enormes conseqüências para a sociedade. A mudança tecnológica apelou para as esperanças de homens e mulheres progressistas, oferecendo uma promessa de alívio da pobreza, das necessidades e do trabalho duro. Mas a industrialização e a urbanização rápidas criaram também problemas imensos para o indivíduo e para o Estado.”
PERRY, Marvin et al. Op. Cit. p. 531.
	Entre todas as transformações produzidas pelo homem ao longo de sua história, nenhuma talvez tenha tamanho impacto sobre a organização social humana do que aquela produzida pela industrialização. Hoje, vivemos num mundo estruturado e dependente dos produtos industrializados: a maior parte das coisas que consumimos e usamos são produzidas em indústrias – de um simples botão, passando pelo televisor, refrigerador, automóvel, alimentos, medicamentos, até a indústria da comunicação e da informática, chips, computadores, etc. O grau de aprimoramento técnico aumenta sem cessar e toda essa realidade industrial faz parte de nosso cotidiano e, de alguma forma, o determina. Se reconhecermos essa realidade e a percebemos como parte de nosso mundo, vejamos em que momento e onde esse processo começou a se definir.
	O início do grande processo de mecanização industrial começou no final do século XVIII na Inglaterra e, em função do impacto de suas transformações tecnológicas, econômicas e sociais, convencionou-se chamá-lo de Revolução Industrial. Essas transformações representaram a passagem da economia pré-capitalista (marcada por características feudais) para o modo de produção capitalista. Suas principais características foram:
► separação entre trabalho e capital;
► o proprietário dos meios de produção (instalações, equipamentos, máquinas, etc.) é o empresário capitalista e não o trabalhador;
► o trabalho do operário passa a ser uma mercadoria como outra qualquer;
► a produção artesanal familiar perde espaço para a produção em grande escala, realizada nas grandes fábricas;
► a produção se destina, em grande parte, à exportação;
► as fábricas passam a ocupar espaço nas cidades, onde a mão-de-obra é mais abundante.
			Inglaterra, pioneira na industrialização
	Não foi por acaso que o processo de industrialização teve início na Inglaterra. Antes do século XVIII, esse país já reunia algumas das principais condições que lhe possibilitaram a realização de tal feito: acumulação primitiva de capital, excedente de mão-de-obra, matérias-primas abundantes e mercado consumidor.
	Além desse quadro favorável, devemos lembrar que, com o fim do absolutismo monárquico, a burguesia inglesa passou a ter maior participação nas decisões políticas do Parlamento; com isso, a política mercantilista governamental foi perdendo espaço, e o Estado deixando de intervir nas questões econômicas, cedendo, então, lugar ao liberalismo econômico.
► Acumulação primitiva de capital: durante a fase de transição do feudalismo para o capitalismo (séculos XV ao XVIII), a burguesia inglesa pôde concentrar um volume de capital procedente das atividades agrícolas, manufatureiras e comerciais. Graças a seu poderio naval e comercial, a Inglaterra conquistou vastos territórios coloniais, trazendo para a Europa enormes riquezas (mercantilismo); vale ressaltar que boa parte das riquezas provenientes do comércio foi conseguida por meio do tráfico de escravos e da pirataria, esta incentivada pelos próprios governantes. Em função das expansões dos negócios e do acúmulo de capital, foi possível, então, expandir o sistema bancário do país.
As transformações na agricultura mudaram as características do campo: as antigas comunidades de lavradores auto-suficientes do Período Feudal foram substituídas, em grande parte, por proprietários com espírito comercial; os métodos feudais do cultivo deram lugar a outros ligados à adubagem do solo e à rotação de cultura. Essas novas técnicas geraram maior produção de alimentos, diminuindo, dessa forma, a mortalidade e cedendo espaço ao crescimento demográfico.
► Mão-de-obra excedente: após o decreto do cercamento das terras comunais (Enclosure Acts), houve um grande êxodo rural; a maior parte dessa população, sem ter para onde ir, foi parar nas cidades, colocando-se à disposição do trabalho das indústrias nascentes. Outro grupo representativo de ‘desocupados’ foram os artesãos, membros das antigas corporações de ofícios, que perderam seu espaço de produção artesanal para as atividades manufatureiras e industriais promovidas pela burguesia.
► Matérias-primas abundantes: como a Inglaterra possuía boas reservas de ferro e carvão, e o algodão vinha das colônias (da Índia, da América do Norte e também do Brasil), foi com a indústria têxtil que o país iniciou o seu desenvolvimento industrial.
► Mercado consumidor: além do mercado consumidor interno, a Inglaterra soube estabelecer tratados comerciais bastante lucrativos a seu favor com outros países europeus, como no caso do Tratado de Methuen, realizado com Portugal em 1703. Por meio desse tratado, a Inglaterra exportava suas manufaturas para Portugal e algumas de suas colônias. Portugal, por sua vez, ficava livre para comercializar o seu vinho na Inglaterra.
	Com essa acumulação primitiva de capital, a burguesia inglesa pôde investir na pesquisa científica e nas inovações técnicas, criando, dessa forma, máquinas cada vez mais modernas, que permitiam realizar o trabalho com maior rapidez e qualidade.
	“Apoiada no forte crescimento populacional, nas boas reservas minerais, e na mecanização bem-sucedida, a Inglaterra tomou a dianteira no processo de industrialização. Na primeira grande fase da chamada Revolução Industrial (1760-1870, aproximadamente), o Império Britânico quase não teve concorrentes e pôde consolidar-se como principal centro da economia capitalista mundial, posição que manteve até o começo do século XX.”
TEIXEIRA, M. P. Francisco. Revolução Industrial. São Paulo : Ática, 1990. p. 27.
		As Novas técnicas de produção, a Inglaterra 
		Transforma-se na “oficina do mundo”
	Dentro	 do contexto da época, havia um mercado crescente para os tecidos industrializados de algodão; a sua qualidade era boa e mais barata que aqueles que utilizavam a lã como matéria-prima. A Inglaterra possuía mercado consumidor e matéria-prima barata em abundância em suas colônias; necessitava, entretanto, de aperfeiçoamento técnico para aumentar a sua produção. O aumento do consumo e a conseqüente necessidade de produção impulsionaram a invenção e a modernização das novasmáquinas. Esse processo se iniciou com a indústria têxtil.
	Em 1733, John Kay inventou a lançadeira automática, máquina que possibilitava aumentar a largura dos tecidos e dava maior rapidez ao processo de fiação. Mais tarde, em 1767, James Hargreaves criou outra máquina de maior capacidade, por meio da qual um único funcionário conseguia trabalhar com vários fios simultaneamente. Não demorou muito para que Richard Arkwright inventasse o tear hidráulico. Samuel Crompton adaptou criações anteriores, capacitando sua máquina na produção de fios mais finos e mais resistentes. Finalmente, Edward Cartwright inventou o tear mecânico, o qual fez aumentar sensivelmente o volume de produção e, assim, baixar os preços dos tecidos.
	“Aplicando novas técnicas e explorando novas fontes de energia (máquinas de bater, cardar, fiar, tecer, branquear e tingir, movidas a vapor) e utilizando mão-de-obra pouco qualificada e barata (mulheres e crianças, principalmente), a industria algodoeira foi a que proporcionou a arrancada industrial na Inglaterra. Com seus tecidos mais baratos que os de lã, ganhou o mercado interno e expandiu fortemente as exportações. Os cotonifícios, que em 1820 eram apenas 10 mil, chegaram a 150 mil em 1850, e a importação de algodão aumentou de 11 milhões, em 1785, para 580 milhões de libras-peso em 1850. Nesse mesmo ano, cerca de 65% de toda a produção têxtil algodoeira da Inglaterra era exportada para o mundo inteiro.”
TEIXEIRA, M. P. Francisco. Op. cit. p. 28
	Até meados do século XVIII, a fonte de energia que movia as máquinas nas indústrias era a hidráulica; em 1712, Thomas Newcome inventou uma máquina movida a vapor, para bomber a água das minas de carvão. Em 1765, James Watt recebeu financiamento para aperfeiçoar o uso do vapor, o qual proporcionou um grande salto para a indústria que agora passava a contar com novos motores capazes de impulsionar as máquinas das fábricas numa velocidade bastante superior à realizada até então. Além do emprego do vapor como força motriz na indústria, ele passou a ser utilizado nos meios de transporte. Em 1807, o americano Robert Fulton criou o barco a vapor. Em 1814, George Stephenson inventou a locomotiva a vapor, a qual, alguns anos mais tarde, começaria a realizar o transporte de mercadorias e de passageiros. Aproximadamente no mesmo 
período, a imprensa começou também a fazer uso de máquinas movidas a vapor. Esse feito redimensionou a velocidade da impressão de jornais e revistas, barateando os custos de produção e aumentando a difusão da cultura.
	Na primeira fase da Revolução Industrial (1760-1870), período em que a industrialização esteve praticamente restrita à Inglaterra, as fábricas se ocupavam em produzir bens de consumo, sobretudo os têxteis. Durante essa fase, o ferro foi utilizado em grande escala e a energia que movimentava as indústrias se dividia entre a hidráulica e o vapor.
	A partir de 1870, com as primeiras grandes inovações tecnológicas, o processo de industrialização passou a viver uma segunda fase, em que o aço substituiu o ferro, e a energia elétrica e o petróleo suplantaram o vapor.
	“A fabricação do aço completou a Revolução Industrial no ramo metalúrgico. Foi Henry Bessemer o descobridor, em 1856, do procedimento para a transformação do ferro fundido em aço.
	A operação era de simplicidade espantosa: o ferro fundido, líquido, introduzia-se numa imensa retorta chamada conversor, e era atravessado por uma corrente de ar muito forte. Assim se eliminava totalmente o carbono, e, no fim de uns cinqüenta minutos, sobrava uma massa de aço líquido. A única dificuldade era encontrar um metal puro para que a operação desse os resultados desejados.
	Uma série de aperfeiçoamentos ampliou as possibilidades de fabricação, mas só quando dois senhores – Thomas e Gichrist -, em 1877, conceberam a idéia de um revestimento básico no interior do conversor foi que a utilização de minerais menos puros tornou-se possível.
	Tão logo o aço começou a ser produzido em grande quantidade, teve início o processo generalizado de substituição do ferro, menos durável, pelo aço, o que estimulou o desenvolvimento de uma vasta gama de bens de capital, a facilitar o advento empresarial da organização moderna.”
CANÊDO, Letícia Bicalho. A Revolução Industrial 13. Ed. São Paulo : Atual, 1994. p. 51-52.
	Aliadas às novas fontes de energia, inovações técnicas se multiplicaram no século XIX: Samuel Morse inventou o telégrafo elétrico; Grahan Bell, o telefone; Thomas Edison inventou a lâmpada elétrica; Marconi, o telégrafo sem fio; Rudolf Diesel, o motor a explosão, e Karl Benz inovou com sua criação, produzindo um motor a gasolina. A aplicação dos novos inventos ampliou e diversificou a produção industrial, trazendo uma nova dinâmica às cidades da época. Os meios de transporte também se multiplicaram: houve ampliação das ferrovias; o transporte marítimo (com barco a vapor) conquistou os mares e os rios; as ruas e rodovias se tornaram mais movimentadas e extensas com a invenção do automóvel e, com a invenção do avião, eles alcançaram, então, o ar, a terra e a água.
	Após o século XIX, o progresso do setor industrial não parou mais de crescer. Vimos surgir em todo o mundo os grandes conglomerados industriais; a produção em série conquistou o mercado por meio da indústria da comunicação e da propaganda e houve uma revolução no mercado com a indústria química e elétrica. Mais recentemente, a engenharia genética vem ampliando as possibilidades humanas de aumentar a produção de alimentos e de realizar a reprodução dos seres vivos. A cibernética, por sua vez, ainda não parou de surpreender a humanidade com as suas infindáveis inovações e possibilidades.
		A Revolução Industrial e seus desdobramentos
Reflexos na economia e no plano social
	No auge da Revolução Industrial, final do século XVIII e início do século XIX, os comentários tecidos sobre as transformações econômicas do mundo demonstravam um excessivo otimismo em relação ao progresso da humanidade. A crença no progresso econômico deveria se reverter em benefício da sociedade; imaginava-se que o homem se beneficiaria, pela primeira vez, da participação e da distribuição das riquezas, o que até então era permitido apenas a uma minoria privilegiada. Contudo, o que se observou não correspondeu às expectativas geradas na época. É inegável que a Revolução Industrial tenha sido um marco na história da humanidade; por meio dela operou-se uma grande transformação na produção de bens de consumo e serviços; a ela se deve a verdadeira revolução ocorrida nas estruturas institucionais, culturais, econômicas e sociais. Remetendo-nos, entretanto, à situação de época, podemos observar que as transformações realizadas com base no modo de produção capitalista não trouxeram benefícios iguais para aqueles que detinham o poder e para as fábricas. De imediato, observou-se o distanciamento entre as duas classes sociais que se configuraram: de um lado o proletariado, formado por aqueles que alugavam sua força de trabalho, convertida em uma mercadoria como outra qualquer, facilmente disponível. Do outro, os que possuíam o capital (industriais, banqueiros, comerciantes) e formavam a burguesia, classe que corria incessantemente atrás dos lucros e do poder. O trabalho assalariado passou a ser, portanto, um fenômeno característico da era industrial.
	A vida dos trabalhadores, ao menos na primeira fase da industrialização, revelou-se dramática; o sistema manufatureiro provocou a divisão da sociedade entre empregadores capitalistas e operários assalariados, os trabalhadores concentraram-se em grandes espaços (as fábricas) e surgiu uma nova mentalidade dirigida para as atividades essencialmente lucrativas. Não havia legislação trabalhista; o ambiente de trabalho nas fábricas era insalubre e corriam-se muitos perigos; nas minas de carvão não havia nenhuma segurança para o trabalhador; as jornadas de trabalho giravam em torno de 15 a 16 horas por dia e o trabalho aos domingos e feriados era dotado por muitas fábricas; os salários eram muitobaixos, os patrões, em busca de maiores lucros, contratavam mulheres e crianças, pois a elas pagava-se um salário inferior ao do homem; crianças de menos de 10 anos trabalhavam cerca de doze horas por dia. Em função do excesso de trabalho, os acidentes eram constantes e, quando isso acontecia, os trabalhadores não recebiam indenizações. Para se evitar a falta ao trabalho ou a “irresponsabilidade” no ambiente de serviço, muitos patrões instituíram multas ao trabalhador. “Tendo conseguido um número suficiente de trabalhadores, o problema seguinte ficou colocado no controle do capitalista sobre eles: os trabalhadores precisavam aprender a trabalhar no ritmo exigido pelo capitalista; precisavam também responder aos estímulos monetários e não parar o trabalho, mesmo quando se sentiam em condições de sobreviver sem ele.
	Para o primeiro caso, o que ocorreu foi a concentração do trabalhador em locais de trabalho fixo, nem sempre em condições de recebê-lo. Nesses locais, era dado a cada operário um trabalho determinado, inculcando-lhe o sentido da regularidade e da docilidade. Isso foi feito com grandes dificuldades, dada a reação dos trabalhadores. Mas a disciplina acabou sendo implantada. E conta-se que Bouton, aquele industrial sócio de Watt, chegou a obter uma regularidade tal no trabalho da sua fábrica que a menor dissonância no ruído dos martelos o avisava de uma parada ou de um acidente. (...)
	No segundo caso, a resposta aos problema foi encontrada nas multas e leis a favor do empregador. A mais famosa dessas leis foi aquela conhecida como a Lei “Senhor e Empregado”. Ela permitia o encarceramento do operário que abandonasse o trabalho e o pagamento de um salário tão ínfimo que obrigava o operário a trabalhar sem parar – a semana inteira – para obter o mínimo de sobrevivência. Só se pára aos domingos, dia de orar ao Senhor, e agradecer a Deus a tirania do relógio, a divisão da vida em minutos, a batida regular da máquina e todo choque de uma vida disciplinada e controlada pelo capitalista.”
CANÊDO, Letícia Bicalho. Op.cit. p.63-64.
	Não tardaram a surgir entre os trabalhadores os primeiros movimentos de protestos; no início, muitos deles se contentaram em destruir máquinas; a partir do início do século XIX, surgiram idéias e teorias preocupadas em defender os direitos trabalhistas; os próprios trabalhadores começaram a se organizar, formando associações e sindicatos que viriam lutar por melhores condições de trabalho. Por meio dessas associações, os operários começaram a ver algumas de suas reivindicações atendidas pela burguesia industrial.

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