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MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICAA5 OCB Prof. Dr.Odney Carlos Brondino 1 OCB 2011 2.4. Obtenção do Aço Após a reação, o ferro gusa na forma líquida é transportado nos carros torpedos (vagões revestidos com elemento refratário) para uma estação de dessulfuração, onde são reduzidos os teores de enxofre a níveis aceitáveis. Também são feitas análises da 2 composição química da liga (carbono, silício, manganês, fósforo, enxofre) A etapa seguinte do processo é o refino. O ferro gusa é levado para a aciaria, ainda em estado líquido, para ser transformado em aço, mediante queima de impurezas e adições. O refino do aço se faz em fornos a oxigênio ou elétricos. OCB 2011 2.4.1. Aço ( Aço Carbono) É uma liga de ferro carbono (Fe-C) contendo geralmente de 0,008 a 2% de carbono, além de certos elementos resultantes do processo de fabricação. Composição química: os elementos resultantes do processo de fabricação são o manganês (0,3 a 0,6%), silício (0,1 a 0,3%), fósforo (máximo de 0,04%), enxofre (máximo de 0,05%), carbono (0,08 a 2%) e ferro. Efeito dos elementos : os aços comuns, além do carbono que é o seu principal 3 elemento de liga, apresentam manganês (Mn), silício (Si), fósforo (P) e enxofre como elementos sempre presentes, em função das matérias primas que foram utilizadas na fabricação de ferro gusa e do aço. Por essa razão, esses elementos são normalmente especificados. CARBONO: É o responsável direto pela dureza do material. Sem carbono, o ferro não pode ser endurecido pela têmpera, pois não haverá formação da martensita. OCB 2011 SILÍCIO: Nos teores normais (entre 0,15 e 0,30%) é o elemento essencialmente desoxidante, pois neutraliza a ação de CO ou CO2, por ocasião da fusão e solidificação dos aços. Através do silício, desenvolve-se na ferrita, aumenta a sua resistência e dureza sem afetar a ductibilidade. MANGANÊS: Em teores entre 0,30 e 0,60%, atua como desoxidante do mesmo modo que o silício e como dessulfurante, ao combinar-se com o enxofre de preferência 4 modo que o silício e como dessulfurante, ao combinar-se com o enxofre de preferência ao ferro, formando sulfeto de manganês, eliminando o problema da fragilidade a quente que pode ocorrer na presença do FeS. FÓSFORO e ENXOFRE: São geralmente considerados elementos nocivos, a não ser em casos especiais, procuram fixar os teores destes elementos em valores baixos. De fato, em certos casos esses elementos, são considerados impurezas nocivas devido aos efeitos que podem produzir. OCB 2011 Fósforo: é responsável pela fragilidade a frio, isto é, baixa resistência ao choque à temperatura ambiente, devido ao fato de dissolver-se na ferrita, endurecê-la e aumentar o tamanho do grão. Entretanto esta influência do fósforo não é séria, exceto nos aços de alto teor de carbono. Enxofre: forma com o ferro um sulfeto (FeS) e se localiza no contorno dos grãos. Devido ao baixo ponto de fusão do FeS, este irá fundir-se nas temperaturas correspondentes às operações de forjamento e laminação, diminuindo a tenacidade do 5 correspondentes às operações de forjamento e laminação, diminuindo a tenacidade do aço. A Obtenção do Aço: São obtidos por meio líquido e elaborados no estado de fusão. O aço é um produto resultante: 1. do refino do ferro fundido no conversor Bessemer ou LD (Linz-Donawitz ) ; 2. do refino de sucatas de aço com ferro gusa ou ferro fundido em fornos Siemens- Martin ou elétrico. 3. da refusão de sucatas em fornos do tipo conversor. OCB 2011 O Conversor ou processo Thomas onde ar ou O2 insuflado por baixo (muito semelhante CONVERSORES Nos conversores o ar ou O2 é soprado durante 15 a 20 minutos através ou sobre 100 a 150 toneladas de carga, sendo a fonte de calor a própria oxidação dos elementos (reações são exotérmicas) TIPOS DE CONVERSORES 6 ao Bessemer). O Conversor ou processo Bessemer Ar O2 insuflado por baixo, O Conversor LD (Linz-Donawitz ) o Ar ou O2 é insuflado com lança e em geral adiciona- se sucata junto para baixar a temperatura é um dos processos mais utilizado. Fornos elétricos: Utiliza arco elétrico entre 3 eletrodos de grafite e a carga. Em geral utiliza sucata como carga, tempo de corrida 2 horas (em geral usado para aços especiais). OCB 2011 Conversor Thomas 7 Thomas OCB 2011 2.4.1.1. - A. PROCESSO DE BESSEMER O processo de Bessemer consiste em insuflar (soprar) ar no metal líquido contido num forno basculante para reduzir por oxidação o carbono, o silício e o magnésio. Os aços assim obtidos podem ser ácidos ou básicos, vai depender do revestimento refratário do conversor seja à base de compostos de silício ou de magnésio. A fundição média é de 25 a 30 toneladas. No método do cadinho, funde-se ferro com carvão vegetal e areia. O ferro é refinado e vertido em lingotes (30 a 45 kg). 8 refinado e vertido em lingotes (30 a 45 kg). O processo básico é o mais usado, pois permite reduzir o fósforo, carbono, enxofre, manganês e outros elementos. A carga de sucata e lingote, ou apenas de lingote, fundida no processo básico, geralmente com pedra calcária, refina-se num forno de reverberação, aquecido por ar comprimido e gás de petróleo. Após a operação de refinamento, necessária para eliminar as impurezas, o aço é desoxidado e vazado em grandes panelas, de onde passa para as lingoteiras. As fundições variam entre as 100 e as 200 t. OCB 2011 CONVERSOR BESSEMER O método de conversores para produzir aço, proposto pelo metalúrgico inglês Bessemer em 1855, consiste em soprar ar comprimido ao ferro fundido derramado em uma retorta especial chamada conversor. 9 Ar OCB 2011 CONVERSOR LD Responsável por cerca 60% (540 milhões ton/ano) da produção de aço líquido mundial, a tecnologia continua a ser a mais importante rota para a produção de aço, particularmente, chapas de aço de alta qualidade. Processo industrial teve início em 1952, quando o oxigênio tornou-se industrialmente barato. A partir daí o crescimento foi explosivo. Permite elaborar uma enorme gama de tipos de aços, desde o baixo carbono aos média-liga. 10 média-liga. REPRESENTAÇÃO DA PRODUÇÃO DE AÇO NUM CONVERSOR LD. OCB 2011 11 OCB 2011 12 OCB 2011 O método Martin, diferentemente do método de conversores, Fornece a possibilidade de transformar em aço não só o ferro fundido (líquido, em blocos), mas também a sucata de todo gênero dos metais ferrosos . 2.4.1.2. - PROCESSO DE MARTIN-SIEMENS 13 Este método é baseado num forno idealizado por Siemens, cujas partes principais são: l) forno propriamente dito, formado por uma estrutura metálica, em que ficam alojados os queimadores, de grande superfície e pouca profundidade; 2) recuperadores de calor, 2 ou 4, situados na infra-estrutura do forno que aquecem o combustível e o ar necessário à combustão; 3) filtros que separam a escória e as cinzas; 4) sistema de válvulas de passagem, admissão de ar, gás e fumos, válvulas de comporta de acionamento mecânico, elétrica ou hidráulica. OCB 2011 Conversor Siemens-Martin 14 Siemens-Martin OCB 2011 O êxito do sistema baseia-se na recuperação do calor, base do funcionamento do forno, que, em termos gerais, funciona da seguinte maneira: Fornece-se combustível ao forno através da válvula 7 aberta, recuperador 4 de gás e queimador direito, com a válvula l fechada. 15 Figura 2.6. - Esquema do processo Martin-Siemens para a fabricação do aço. OCB 2011 2.4.1.3. - FORNO ELÉTRICO Os fornos elétricos, de arco ou de indução, têm duas grandes vantagens: obter temperaturas mais elevadas com menor custo e, principalmente, oferecer a possibilidade de regular o ar e o refino da escória com maior precisão, pois o operador pode trabalhar a carga em condições de oxidação seguidas de redução. As impurezas ficam reduzidas ao mínimo e o aço é de qualidade superior. 16 ficam reduzidas ao mínimo e o aço é de qualidade superior. Atualmente é dada grande atenção ao tratamento do banho fundido com «lanças de oxigênio» em processos importantes, como o «Ajax» (1958), «LD»(1948), «LDC», «Kaldo» (1948), «Rotor» (1952) e diversos métodos de fundição contínua. Nos fornos elétricos o carbono é o principal elemento endurecedor, combina-se com o ferro para formar cementita, martensita, bainita e outras formas de precipitação que conferem a dureza. OCB 2011 O manganês é também desoxidante e dessulfurante. O fósforo constitui uma impureza que reduz a ductilidade, tal como o enxofre, embora este favoreça a mecanização. O silício, desoxidante, aumenta a permeabilidade magnética. Alumínio, níquel, zircônio e silício encontram-se misturados com a ferrita; o níquel, em particular, aumenta a resistência à tração. O cromo, tungstênio, molibdênio e vanádio, dissolvidos no ferro puro, são muito ativos na formação de carbonetos que aumentam a dureza, a resistência à tração, abrasão e desgaste, assim como a capacidade de suportar 17 elevadas temperaturas. Estes elementos atuam sós ou combinados para proporcionar as propriedades desejadas. As ligas mais conhecidas são os aços ao níquel, cromo, manganês, silício, molibdênio, tungstênio e vanádio; os aços com 4 a 24% de tungstênio chamam-se «aços para ferramentas». Os elementos mais importantes dos aços inoxidáveis são o níquel e o cromo, em dois grupos principais: um que contém de 5 a 27% de cromo e outro que tem também 2 a 20% de níquel. OCB 2011 18 OCB 2011 FOTO DO FORNO A ARCO 19 Carvão Calcáreo Minério de Ferro O2 C o n v e r s o r Elementos de liga 20 Escória A l t o F o r n o Ferro gusa Aço carbono Forma ao açoCarro torpedo C o n v e r s o r Forno Panela A ç o s l i g a OCB 2011 METALURGIA DE PANELA Após o refino, o aço ainda não se encontra em condições de ser lingotado. O tratamento a ser feito visando os acertos finais na composição química e na temperatura. Portanto, situa-se entre o refino e o lingotamento contínuo na cadeia de produção de aço carbono. Desta forma o conversor LD pode ser liberado, maximizando a produção de aço. - Forno de panela 21 - Forno de panela - Desgaseificação OCB 2011 OBJETIVOS DA DESGASEIFICAÇÃO 22 OCB 2011 ESQUEMA DE METALURGIA DA PANELA 23 OCB 2011 ESQUEMA DE METALURGIA DA PANELA 24 OCB 2011 ESQUEMA DE INSTALAÇÃO VAD 25 OCB 2011 FOTO VAD 26 FOTO VAD OCB 2011 FORNO DE INDUÇÃO SOB VÁCUO (VOD) 27 OCB 2011 Toda a etapa de refino do aço se dá no estado líquido. É necessário, pois, solidificá-lo de forma adequada em função da sua utilização posterior. O lingotamento do aço pode ser realizado de três maneiras distintas: LINGOTAMENTO 28 - DIRETO: o aço é vazado diretamente na lingoteira; - INDIRETO: o aço é vazado num conduto vertical penetrando na lingoteira pela sua base; - CONTÍNUO: o aço é vazado continuamente para um molde de cobre refrigerado à água. OCB 2011 29 OPERAÇÕES DE VAZAMENTO E DE REMOÇÃO DAS LINGOTEIRAS DO LINGOTAMENTO CONVENCIONAL OCB 2011 LINGOTAMENTO CONVENCIONAL 30 OCB 2011 CRISTALIZAÇÃO DO LINGOTE 31 OCB 2011 DEFEITOS DOS LINGOTES CONVENCIONAIS 32 OCB 2011 DEFEITOS DOS LINGOTES CONVENCIONAIS 33 OCB 2011 PROCESSOS 34 PROCESSOS DE REFUSÃO OCB 2011 PROCESSOS DE REFUSÃO � Lingotes com: - Baixo nível de inclusões; - Baixo nível de segregações-homogeneidade química; - Ausência de porosidade; - Macroestrutura homogênea; - Melhor microestrutura; 35 - Melhor microestrutura; � Produtos Refundidos: - Propriedades mecânicas mais elevadas; - Anisotropia de propriedades; - Alta resistência a propagação de trincas; - Estabilidade dimensional; - Reprodutibilidade de propriedades mecânicas; OCB 2011 LINGOTAMENTO CONTÍNUO O lingotamento contínuo é um processo pelo qual o aço fundido é solidificado em um produto semi-acabado, tarugo, perfis ou placas para subseqüente laminação. 36 Seções possíveis no lingotamento contínuo (mm) Antes da introdução do lingotamento contínuo, nos anos 50, o aço era vazado em moldes estacionário (lingoteiras). OCB 2011 LINGOTAMENTO CONTÍNUO 37 OCB 2011 38 Outro forno que usa a energia elétrica para a produção do aço é o forno de indução, que também processa sucata OCB 2011 FUNDIÇÃO 39
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