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Universidade Federal da Bahia - Instituto de Matemática - DMAT MAT B46 - Funções Holomorfas Professora: Simone Moraes 1a PROVA (Segunda Chamada) RESOLVIDA 1.a Questão. Determine os posśıveis números complexos z e w tais que: (i) A soma de z e w é igual a 3 + 2i. (ii) O quociente de z por w é um imaginário puro. (iii) Re(z) = 2. Solução: Digamos que { z = a+ bi, w = c+ di , então por (iii) temos Re(z) = 2 e portanto { z = 2 + bi, w = c+ di , pelo item (i) sabemos que z + w = 3 + 2i ⇐⇒ { 2 + c = 3 b+ d = 2 ⇐⇒ { c = 1 d = 2− b . Sabemos que z w é imaginário puro, portanto Re ( z w ) = 0, logo utilizando o desenvolvimento acima temos: z w = 2 + bi c+ di = 2 + bi 1 + (2− b)i = (2 + bi) · ( 1− (2− b)i )( 1 + (2− b)i ) · ( 1− (2− b)i ) = 2 + b(2− b) + ( b− 2(2− b) ) i 1 + (2− b)2 = 2 + b(2− b) 1 + (2− b)2 + i ( b− 2(2− b) ) 1 + (2− b)2 . Assim, Re ( z w ) = 0 ⇐⇒ 2 + b(2− b) 1 + (2− b)2 = 0 ⇐⇒ 2 + b(2− b) = 0 ⇐⇒ 2 + 2b− b2 = 0 ⇐⇒ b2 − 2b− 2 = 0 ⇐⇒ b = 2± √ 4 + 8 2 = 2± √ 12 2 = 2± 2 √ 3 2 = 1± √ 3. Logo, d = 2− b = −(1± √ 3) = 1∓ √ 3. Portanto, temos: z = 2 + (1 + √ 3)i e w = 1 + (1− √ 3)i ou z = 2 + (1− √ 3)i e w = 1 + (1 + √ 3)i 2.a Questão. Represente no plano complexo: (a) O número complexo z tal que arg(z) = 7π 4 e |z| = 5. (b) O seguinte subconjunto de C: A = {z ∈ C; Re(z) ≥ −2 e |z + 1− 2i| < 3}. 1 Solução: (a) z = |z| ( cos(arg(z)) + i sen (arg(z)) ) = 5 ( cos 7π 4 + i 7π 4 ) = 5 (√ 2 2 − i √ 2 2 ) . Figura 1: arg(z) = π 4 e |z| = 5. (b) A = {z ∈ C; Re(z) ≥ −2 e |z + 1− 2i| < 3} = {z = x+ iy ∈ C; x ≥ −2 e |(x+ 1) + i(y − 2)| < 3} = {z = x+ iy ∈ C; x ≥ −2 e √ (x+ 1)2 + (y − 21)2 < 3} = {z = x+ iy ∈ C; x ≥ −2 e (x− (−1))2 + (y − 2)2 < 9}. Logo, A é a intersecção do semi-plano determinado por x ≥ −2 com a parte interna do ćırculo de centro C = −1 + 2i e raio r = 3. 2 3.a Questão. Calcule ( − √ 2 2 + √ 2 2 i )17 + (√ 2 2 − √ 2 2 i )−15 . Solução: Primeiro escrevemos z = − √ 2 2 + √ 2 2 i e √ 2 2 − √ 2 2 i na forma algébrica. Como ∣∣∣∣∣− √ 2 2 + √ 2 2 i ∣∣∣∣∣= √√ 2 2 22 + √ 2 2 22 = √ 2 4 + 2 4 = 1 e θ = arg(z) é tal que cos θ = Re(z) |z| = − √ 2 2 sen θ = Im(z) |z| = √ 2 2 , portanto θ = arg(z) = 3π 4 . Logo, z = − √ 2 2 + √ 2 2 i = 1 × ( cos 3π 4 + i sen 3π 4 ) é a forma algébrica e pela 1a fórmula de Moivre temos: ( − √ 2 2 + √ 2 2 i )17 = 117 [ cos ( 17× 3π 4 ) + i sen ( 17× 3π 4 )] = cos 51π 4 + i sen 51π 4 51π 4 = 4π×12 4 + 3π 4 =12π+ 3π 4= cos 3π 4 + i sen 3π 4 = − √ 2 2 + √ 2 2 i. Analogamente, mostramos que w = √ 2 2 − √ 2 2 i = 1× ( cos 7π 4 + i sen 7π 4 ) e pela 1a fórmula de Moivre temos:(√ 2 2 + √ 2 2 i )−15 = 1−15 [ cos ( (−15)× 7π 4 ) + i sen ( (−15)× 7π 4 )] = cos −105π 4 + i sen −105π 4 cos(−a)=cos a e sen (−a)=− sen (a) = cos 105π 4 − i sen 105π 4 105π 4 = 4π×26 4 +π 4 =26π+π 4= cos π 4 − i sen π 4 = √ 2 2 − √ 2 2 i. Portanto, ( − √ 2 2 + √ 2 2 i )17 + (√ 2 2 − √ 2 2 i )−15 = − √ 2 2 + √ 2 2 i+ √ 2 2 − √ 2 2 i = 0. 4.a Questão. Sabendo que uma das ráızes sexta de z é w = 4(1 − i √ 3) determine as outras cinco ráızes sextas de z, represente-as (as seis ráızes) em um ćırculo centrado na origem no plano complexo. Solução: Sabemos que as ráızes de 6a ordem de um número complexo z são os vértices de um hexágono regular inscrito no ćırculo de centro na origem e raio r = 6 √ |z|. Como w = 4(1− i √ 3) é uma das ráızes, então r = 6 √ |z| = |4(1− i √ 3)| = 4 √ 12 + √ 3 3 = 8 e o ângulo entre os dois segmentos consecutivos da origem até um dos vértices do héxagono têm ângulo de π 3 , 3 segue que os vértices do hexágono regular são os números complexos: z1 = 4(1− i √ 3) = 8 ( cos 5π 3 + i sen 5π 3 ) z2 = 8 ( cos ( 5π 3 + π 3 ) + i sen ( 5π 3 + π 3 )) = 8(cos 2π + i sen 2π) = 8 z3 = 8 ( cos ( 2π + π 3 ) + i sen ( 2π + π 3 )) = 8 ( cos π 3 + i sen π 3 ) = 4(1 + i √ 3) z4 = 8 ( cos ( π 3 + π 3 ) + i sen ( π 3 + π 3 )) = 8 ( cos 2π 3 + i sen 2π 3 ) = 4(−1 + i √ 3) z5 = 8 ( cos ( π 3 + 2π 3 ) + i sen ( π 3 + 2π 3 )) = 8(cos π + i sen π) = −8 z6 = 8 ( cos ( π + π 3 ) + i sen ( π + π 3 )) = 8 ( cos 4π 3 + i sen 4π 3 ) = −4(1 + i √ 3). Abaixo as ráızes no ćırculo centrado na origem de raio 8: 4 5.a Questão. Mostre que: (a) Se z un número complexo, com z ̸= −1, então z − 1 z + 1 é imaginário puro se, e somente se, |z| = 1. (b) Se z um número complexo, então |1− z|2 + |1 + z|2 = 2 + 2|z|2. (c) Se z = x+ iy ∈ C, então ∣∣ senh x∣∣ ≤ ∣∣ cosh z∣∣ ≤ coshx. Solução: (a) Seja z = x+ iy, então z − 1 z + 1 = x+ iy − 1 x+ iy + 1 = (x− 1) + iy (x+ 1) + iy = ( (x− 1) + iy ) · ( (x+ 1)− iy )( (x+ 1) + iy ) · ( (x+ 1)−+iy ) = (x− 1) · (x+ 1) + y2 + ( y(x+ 1)− y(x− 1) ) i (x+ 1)2 + y2 − 1 = x2 + y2 − 1 (x+ 1)2 + y2 + 2y (x+ 1)2 + y2 i. Logo, z − 1 z + 1 é imaginário puro se, e somente se, Re ( z − 1 z + 1 ) = 0 ⇐⇒ x 2 + y2 − 1 (x+ 1)2 + y2 = 0 ⇐⇒ x2 + y2 − 1 = 0 ⇐⇒ x2 + y2 = 1 |z| 2=x2+y2⇐⇒ |z|2 = 1 |z|≥0⇐⇒ |z| = 1. (b) Observemos que: |1− z|2 + |1 + z|2 = (1− z)(1− z) + (1 + z)(1 + z) = (1− z)(1− z̄) + (1 + z)(1 + z̄) = 1− z − z̄ + zz̄ + 1 + z + z̄ + zz̄ = 2 + 2zz̄ = 2 + 2|z|2 = 2(1 + |z|2). (c) Sabemos que cosh z = ez + e−z 2 = ex+iy + e−x−iy 2 = ex · eiy + e−x · e−iy 2 = ex 2 ( cos y + i sen y ) + e−x 2 ( cos(−y) + i sen (−y) ) = ex 2 ( cos y + i sen y ) + e−x 2 ( cos y − i sen y ) = ex + e−x 2 · cos y + i ( ex − e−x 2 ) · sen y = coshx cos y + i senh x sen y. 5 Logo, ∣∣ cosh z∣∣ = √cosh2 x cos2 y + senh2x sen2y = √ cosh2 x cos2 y + senh2x(1− cos2 y) = √ cos2 y(cosh2 x− senh2x) + senh2x = √ cos2 y + senh2x ≥ √ senh2x = | senh x|. Por outro lado, ∣∣ cosh z∣∣ = √cosh2 x cos2 y + senh2x sen2y = √ cosh2 x cos2 y + (cosh2 x− 1) sen2y = √ cosh2 x(cos2 y + sen2y)− sen2y = √ cosh2 x− sen2y ≤ √ cosh2 x = | coshx|. Portanto, ∣∣ senh x∣∣ ≤ ∣∣ cosh z∣∣ ≤ coshx. 6
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