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RESENHA-1-JUSTIÇA RESTAURATIVA

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FOLHA DE RESPOSTA – TRABALHO AVALIATIVO (AVA) 
 
 
 
 
1) Com base na leitura indicada pelo professor, confeccione uma resenha crítica do texto. Na 
elaboração da resenha, comente os pontos principais tratados pelo(a) autor(a), bem como 
se posicione criticamente acerca da temática, vale dizer, opine de maneira fundamentada 
sobre o tema tratado, apresentando pontos pessoais que te levam à eventual convergência 
ou à eventual divergência acerca da abordagem que foi realizada. Na elaboração da 
resenha, utilize ao menos um material (texto, livro, artigo, notícia, reportagem) que 
permita um diálogo com o texto (apresentando opinião semelhante ou servindo de 
contraponto); esse material deverá ser pesquisado pelo próprio aluno e citado ao final da 
resenha. 
RESENHA 
1 REFERÊNCIA 
 
CARAVELLAS, Elaine M. C. Tiritan M. Justiça restaurativa. In LIVIANU, R., cood. 
Justiça, cidadania e democracia [online]. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de 
Pesquisa Social, 2009. pp. 120-131. 
 
2 SÍNTESE 
O artigo de Caravellas (2009) traz uma abordagem refletindo acerca do 
sistema de justiça criminal na atualidade que se encontra em situação de crise. A 
postura direcionada aos delitos graves, com pena privativa de liberdade assevera 
comprovadamente que não recupera os infratores e os insere ao convívio social sem 
qualquer indicio de recuperação. Com a Lei 9099/95, se introduziram algumas 
mudanças relativas aos crimes mais leves, com a instituição da transação penal e a 
suspensão condicional do processo, por seu turno, corre-se o risco de banalizar o 
instituto, principalmente, em virtude de que autores de crimes saem com o mero 
pagamento de uma “cesta básica”, contribuindo para o descrédito da Justiça. 
 DIREITO 
Trabalho Avaliativo – AVA 
Visto do Coordenador: 
Nome do aluno: 
 Marcela Gomes do Carmo 
 
Matrícula: 
 13-1620096 
 
Disciplina: Professor: LUCAS KAISER COSTA 
Período: Turma: Peso: 4,5 
pontos 
Nota obtida: 
Data de entrega: / / 
IMPORTANTE: 
 ATENÇÃO: A PRESENTE ATIVIDADE AVALIATIVA DEVERÁ SER POSTADA (ENTREGUE) PELO ALUNO NO SISTEMA, ATÉ 
O ÚLTIMO DIA DO PRAZO, CONFORME CONSTA NO CALENDÁRIO ACADÊMICO DO AVA. 
 O ALUNO DEVE PREENCHER OS DADOS CONSTANTES DO CABEÇALHO DA FOLA (NOME E DISCIPLINA) 
 O TRABALHO PODERÁ SER REALIZADO EM GRUPOS FORMADOS POR NO MÁXIMO 6 (SEIS) ALUNOS 
 
 
Por sua vez, em relação aos delitos graves ou leves a justiça penal 
convencional não demonstra eficácia na resposta estatal ao crime e nem no 
apaziguamento social. Esse cenário contribui para emergir novas ideias de como 
lidar com a questão criminal. Nesse contexto insere-se a abordagem da Justiça 
Restaurativa. Partindo do objetivo de tratar a questão criminal direcionada para a 
reparação do dano causado às vítimas e à reconstrução das relações humanas 
afetadas pelo delito, a Justiça restaurativa foi implantada de forma gradativa a partir 
das décadas de 1970 e 1980, em alguns países como Canadá, EUA, Oceania, 
Austrália, alguns países da África do Sul e vários europeus. 
Caravellas (2009) observa que toda ação que é em primeiro momento voltada 
para a justiça, ao restaurar o dano causado por um crime, ressalta não se tratar de 
paradigma simplista de administrar conflitos, mas sugere uma nova postura 
mediante o problema criminal, tradicionalmente pensado somente no plano 
repressor, visando colocar fim na imposição de pena ao autor de um delito. 
Enquanto na justiça penal tradicional, ou retributiva, o crime é visto como 
violação da norma que tutela bens jurídicos, que busca com a coerção a retribuição 
à conduta ofensiva e a prevenção da sua repetição, por seu turno a Justiça 
Restaurativa o crime é, sobretudo a ofensa de uma pessoa a outra. Assim, afasta-se 
a ideia da punição para substituí-la pela reparação do dano mediante a 
responsabilização ativa do ofensor e construção conjunta de um rol de medidas 
consideradas suficientes pelos envolvidos. Assim, a Justiça Restaurativa tem foco 
na vítima e não no infrator. 
Nos tempos primitivos, a justiça era feita pelas próprias mãos, forma de 
vingança, o Código de Hamurabi, impunha castigos corporais e a obrigação de 
indenizar as vítimas, responsabilizando a família da vitima e a comunidade pelo 
auxílio caso o autor do crime fugisse ou não fosse identificado. 
Contudo, na Idade Média, o Estado passou a monopolizar a distribuição da 
justiça, e com sua prática as necessidades das vítimas foram sendo esquecidas ou 
ignoradas, até hoje de forma cada vez mais exacerbada. Nota-se que processo 
penal tradicional, continua dispensando pouca atenção à vitima, que se limita a 
prestar declarações no processo com o único objetivo de fazer prova contra o réu e 
permitir a imposição da pena. Geralmente, suas necessidades, seus sentimentos 
diante do fato e as consequências do crime não são levados em conta. E se mostra 
nítido o grande distanciamento da justiça tradicional em relação às vítimas, que por 
 
 
vezes preferem não levar o processo adiante pela pouca perspectiva quanto ao 
resultado. 
O ofensor, na justiça tradicional é responsabilizado na apuração da culpa e 
imposição da pena, já na Justiça Restaurativa é encorajado a assumir a 
responsabilidade ativa, admitir a prática do ato, conhecer as necessidades da vítima 
e praticar formas de reparar o dano. A grande diferença entre as duas abordagens, é 
que na justiça tradicional, embora haja espaço para atos que denotam 
arrependimento e consciência quanto aos efeitos do crime, não há propriamente 
estímulo ao reconhecimento da responsabilidade, senão como meio de diminuir a 
pena ou alcançar algum benefício processual. 
A autora defende que a Justiça Restaurativa tem contornos próprios, mas 
podem ser identificados alguns princípios comuns que a caracterizam, como a não 
punição e reparação do dano, ou seja, o crime provoca a ruptura na relação entre 
dois indivíduos e sendo desejável ao bem-estar geral que essa relação seja 
reconstituída, não interessa impor uma pena ao infrator, mas buscar a sua 
responsabilização de forma a fazê-lo reparar o dano causado. Por sua vez, os danos 
a serem restaurados são os materiais, morais ou emocionais abrangendo soluções 
do porte da compensação financeira, pedidos de desculpa, compromisso de 
tratamento para alcoolismo ou drogadição, prestação de serviços entre outros. 
A solução para o conflito ocorre a partir das conclusões dos próprios 
envolvidos, não havendo nenhuma espécie de imposição ou direcionamento para a 
elaboração do plano de atuação. A participação no processo restaurativo só pode 
ocorrer se houver adesões voluntárias do ofensor e da vítima, que devem ser 
informados acerca do procedimento, objetivos e convencidos a buscar uma forma de 
solução, sem ser induzidos ou pressionados. Contudo, o reconhecimento da 
responsabilidade pelo infrator é o primeiro passo para se chegar ao acordo 
restaurativo, já que ele também participa de sua elaboração e contribui diretamente 
para a busca de soluções para o conflito. 
Além das partes diretamente envolvidas no fato, participam do círculo 
restaurativo os facilitadores, pessoas da comunidade previamente treinadas para 
conduzir os trabalhos, além dos apoios levados pelas partes, que podem ser 
familiares, amigos, advogados, professores, psicólogos, qualquer pessoa em quem 
vítima e ofensor confiem e que considerem importantes na discussão do problema. 
 
 
Assim, como grupos de suporte, com papel de fortalecer a vítima para enfrentar o 
conflito além de oferecer alternativas de encaminhamento no plano de atuação. 
O interesse da comunidade decorre do fato de que esta também é vitimizada 
diante da sensação de insegurança que é gerada pelo crime podendo o processo 
restaurativo, ao alcançar a reparação do dano, preservar a qualidade de vida 
comunitária. Assim, nasce a possibilidade de incluir no plano de ação, medidas que 
não irão beneficiar somente a vítima, mas contribuirãopara a prevenção criminal. A 
autora também destaca a importância do procedimento oral baseado no diálogo dos 
envolvidos, formando um círculo restaurativo, em que os envolvidos são informados 
sobre o procedimento e depois de ter o autor admitido sua responsabilidade, as 
partes são consultadas e manifestam sua concordância e recebe orientação para a 
realização de novo encontro com apoiadores. 
Durante os debates, procura-se fazer com que o infrator perceba como sua 
conduta afetou outras pessoas e assuma responsabilidades, buscando formas de 
reparar os danos causados. Ao mesmo tempo, busca esclarecer as causas do 
conflito e delineando estratégias de combate. Ao final, elabora-se um plano de 
atuação com obrigações razoáveis e executáveis, assinado por todos. A 
comunidade apoiará e acompanhará a execução do plano, que pode ou não ser 
homologado judicialmente. As medidas de efeito curativo e terapêutico com técnicas 
restaurativas busca preparar o retorno do condenado ao convívio social após a 
prisão. A Justiça Restaurativa pretende dar voz aos envolvidos para que eles 
mesmos busquem suas soluções para o conflito respaldado no ideal democrático de 
participação popular nas decisões acerca dos direitos. 
A Resolução 2002/12 do Conselho Social e Econômico da ONU estabeleceu 
alguns princípios para orientar programas de Justiça Restaurativa como a existência 
de indícios mínimos do crime, o consentimento das partes, a fixação de acordos 
razoáveis, a não utilização da admissão da culpa em eventual processo criminal e a 
consideração das diferenças culturais, econômicas entre outras. Nos EUA, a Justiça 
Restaurativa é aplicada predominantemente para a criminalidade juvenil. Há 
encontros entre os jovens infratores, vítimas e membros da comunidade onde são 
feitos acordos para reparar os danos, que são alternativos ao processo regular. Na 
Europa, em diversos países, a Justiça Restaurativa está associada a formas de 
mediação para obter reparação de danos. 
 
 
No Brasil, atualmente o Ministério da Justiça, através da Secretaria da 
Reforma do Judiciário, promove projetos piloto de Justiça Restaurativa, em 
Brasília/DF, Porto Alegre/ RS e São Caetano do Sul/SP, Nesta última está em 
funcionamento o projeto que une justiça e educação mediante a criação de círculos 
restaurativos nas escolas para resolver conflitos entre adolescentes. A aplicabilidade 
da Justiça Restaurativa para todo tipo de delito não é matéria pacífica, e nos países 
em que ela vem sendo adotada há diferentes soluções para sua utilização. No 
aspecto processual, as medidas restaurativas podem ser usadas na fase pré-
processual ou além dela, inclusive na fase de execução da pena. 
No Brasil, o princípio da obrigatoriedade da ação penal, apesar de mitigado 
pela Lei 9099/95, não permite a utilização do círculo restaurativo em lugar do 
processo tradicional em todas infrações penais. Em primeiro momento, estão sendo 
encaminhados somente os delitos relacionados a situações de violência doméstica 
ou conflitos de vizinhança, porém, não significa que outras infrações não possam ser 
abrangidas mais tarde, como os crimes de médio potencial ofensivo, que permitem a 
suspensão do processo, abrindo caminho para via restaurativa. 
Nesse contexto, Caravellas (2009) salienta que o Promotor de Justiça atua na 
Justiça Restaurativa como derivador, identificando os casos em que essa forma de 
resolução de conflitos poderia ser aplicada. Quando ocorre acordo, ele o analisa 
com a finalidade de verificar se as obrigações são razoáveis e opina quanto à sua 
homologação, no caso de plano não for executado, pode prosseguir à ação penal. 
Ainda, observa que o promotor pode, fazer uso das ferramentas já disponíveis na 
legislação, como o inquérito civil, o termo de ajustamento de conduta, a audiência 
pública e ação civil pública para cumprir com eficiência as funções da defesa dos 
interesses sociais e individuais indisponíveis. No entanto, a autora destaca como 
grande desafio para o promotor a mudança de postura em relação à criminalidade, 
que exige deixar de ver no processo apenas um fato a ser enquadrado na norma 
penal com o objetivo de apontar um culpado e impor uma punição, busca atuação 
mais presente na comunidade que não se restrinja ao trabalho burocrático, como 
único meio de desempenhar o papel de agente político. 
Considera necessário acreditar, que mediante os sinais de falência do modelo 
retributivo, que os procedimentos restaurativos são opções propícias no trato com a 
criminalidade e podem conduzir a resultados mais significativos através da 
restauração das relações sociais, finalidade de uma sociedade mais humana e justa. 
 
 
3 CONSIDERAÇÃO DO RESENHISTA 
Mediante as informações apresentadas no artigo de Caravellas (2009), 
observou-se as características da Justiça Restaurativa, que se reveste de certa 
vantagem em relação ao sistema de Justiça Criminal em vigência e aponta algumas 
dificuldades para sua efetivação no ordenamento jurídico brasileiro. 
Assim como Caravellas (2009) também Daniel Achutti (2016) compreende 
que desde que o Estado se apropriou dos cuidados dos conflitos, da infração, 
passou-se a relegar as vítimas ao esquecimento, por representarem entraves às 
intenções política e confiscatória do processo. No contexto atual, os autores também 
corroboram no entendimento deque a vítima não é admitida pelo sistema oficial por 
vários motivos, inclusive por constituir risco considerável de trazer elementos 
irracionais ao processo penal comprometendo a racionalidade de seu 
funcionamento. O processo penal, nesse contexto, é uma ferramenta para satisfazer 
unicamente os interesses punitivos do Estado, sem qualquer finalidade reparatória 
para a vítima. 
É válido considerar que mediante a constatação da inoperância do sistema de 
justiça penal vigente, em que os direitos constitucionais básicos são rotineiramente 
desrespeitados, essencialmente por aqueles que deveriam defendê-los e, 
vergonhosamente, se mostram eticamente inaceitável, inviabilizando a credibilidade 
da sociedade nas instituições de justiça no país. 
É sabido, que a ressocialização do apenado, não ocorre com a atuação 
efetivada através das medidas implementadas pelo atual modelo de justiça penal. 
Nesse contexto de inoperância, descredito e ineficácia surge o novo modelo de 
justiça penal, como alternativa imprescindível para amenizar a fragilidade atual do 
sistema e corrigir as suas lacunas e falhas. Nesse cenário que ganha força a defesa 
da Justiça Restaurativa como um modelo de solução através do procedimento de 
consenso, em que a vítima, o infrator e outras pessoas afetados pelo ilícito, 
participam coletiva e ativamente na criação de estratégias de soluções para as 
perdas e danos causados pelo crime, enquanto oportunidade de adoção de uma 
justiça criminal informal, democrática, participativa e capaz de propiciar 
transformação efetiva na vergonhosa realidade de sistema jurídico brasileiro. 
Esta proposta de Justiça Restaurativa vem de encontra as críticas Michel 
Foucault, na sua obra Vigiar e Punir, com relações as prisões, considerada 
 
 
verdadeiras fábricas de delinquentes impondo aos detentos limitações violentas e 
não se destina a ensinar o respeito pelas leis apenas incentiva o desenrola do abuso 
do poder. O modelo de justiça restaurativa reveste-se de significância ao propiciar 
enfoque aos danos e às necessidades deles resultantes, à responsabilização do 
ofensor, à cooperação entre os envolvidos e à efetiva correção dos danos. Por esse 
modelo, as próprias partes alcançam um consenso quanto à melhor forma de lidar 
com as consequências do crime. Portanto, apresentam vantagens como a inibição 
de encarceramentos desmedidos, a celeridade, a eficaz reparação dos danos, a 
validação de sentimentos, a realização de justiça e a participação democrática dos 
envolvidos, com respostas mais alinhadas ao estado democráticoe com a dignidade 
da pessoa humana, diminuindo os inconvenientes do paradigma tradicional. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
ACHUTTI, Daniel. Justiça restaurativa e abolicionismo penal: contribuições para 
um novo modelo de administração de conflitos no Brasil. São Paulo: Saraiva, 2016, 
p. 40. 
 
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes, 2005, 
p. 221-223.

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