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INTRODUÇÃO À RELAÇÕES PÚBLICAS Vivianne Lindsay Cardoso E-book 1 Neste E-Book: INTRODUÇÃO ����������������������������������������������������������� 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS �������������������������������������4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS & CONSULTADAS ��������������������������������������������������������� 6 2 INTRODUÇÃO Neste módulo, você irá percorrer conceitos funda- mentais sobre as Relações Públicas e como ela se consolidou no campo da Comunicação. Para isso, iremos conhecer a história da atuação das Relações Públicas em instituições, organizações e sociedade, identificando a abrangência e a diversificação de alcances da profissão. Para melhor compreender sua jornada histórica e aplicar suas potencialidades na rotina profissional, você irá entender a evolução das Relações Públicas no exterior, especialmente nos Estados Unidos da América e na Europa, os principais pontos de con- solidação e expansão da América Latina, bem como aprender a trajetória de evolução das Relações Públicas no Brasil, descobrindo suas peculiaridades em nosso país. Por fim, irá estudar a relevância das Relações Públicas para a comunicação e para a sociedade, o que permitirá ter mais segurança sobre a atividade e a profissão. Ao final desta leitura, você entenderá que conhecer nossa história é uma peça fundamen- tal para lidarmos melhor com nosso presente e ter- mos um melhor aproveitamento na atuação como Relações Públicas. Vamos começar esta incrível jornada de descobertas! 3 A HISTÓRIA DA ATUAÇÃO DAS RELAÇÕES PÚBLICAS EM INSTITUIÇÕES, ORGANIZAÇÕES E A SOCIEDADE Neste tópico, você irá entender como a atividade das Relações Públicas é abrangente, relevante e profun- damente interligada com princípios essenciais da comunicação institucional. A definição das Relações Públicas Você sabia que são inúmeras as definições para as Relações Públicas? Ao longo da história, diversas foram as formas de apresentar e abordar a ativida- de, inclusive sendo usada equivocadamente para aquele que organiza eventos ou é simplesmente um “dialogador” dentro de uma empresa. Um desafio de semântica, ou de sentido, a expressão é usada em várias definições, mas as corretas estão sempre liga- das a: relações que devem existir entre as empresas e seus públicos, bem como os fatores que envolvem e influenciam essas relações. (ANDRADE, 1993) Compreende-se, dessa forma, que o objetivo principal da atividade do profissional de Relações Públicas é “manter a compreensão mútua entre as partes – em- presa e seus públicos” (CESCA, 2012, p. 13). Assim, fica claro que ela é uma profissão e/ou uma atividade 4 que trabalha diretamente ligada a todos os campos de atuação e etapas estruturantes da comunicação institucional e organizacional, “utilizando todos os seus veículos/instrumentos para administrar a rela- ção da empresa com os seus públicos”. Andrade (1993) nos aponta diversas definições de “relações públicas” presentes ao longo da história e nas instituições que, além de conceituais, nos auxiliam a identificar a relevância da atividade e da própria profissão. A primeira delas é da Federação Interamericana de Relações Públicas (FIARP) que a identifica da seguinte forma: Atividade sociotécnico-administrativa, mediante a qual se pesquisa e avalia a opinião e atitude do público e se empreende um programa de ação planificado, contínuo e de comunicação recíproca, baseado no interesse da comunidade e na compreensão da mesma para com en- tidades de qualquer natureza. (ANDRADE, 1993, p. 81) Você pode observar nessa primeira definição que as Relações Públicas estão sendo apresentadas como uma atividade que envolve relações sociais, utilizando técnicas específicas e ligadas a questões administrativas de uma instituição e/ou organiza- ção institucional. Tais relações estão diretamente relacionadas à opinião e à atitude do público aos assuntos que estejam vinculados e dialogados com a empresa em que o profissional esteja trabalhando ou representado. A comunicação é, então, peça-chave no processo, buscando uma relação de reciprocida- 5 de, atendendo aos interesses da comunidade – ou população – e da própria instituição e/ou entidade. FIQUE ATENTO O termo instituição é definido pelo Dicionário Michaelis (2020, s/n) como: “Organização pública ou privada, regida por estatutos ou leis, cujo objeti- vo é satisfazer as necessidades de uma sociedade ou de uma comunidade de projeção mundial”. Vale lembrar que instituições também estão associadas a qualquer pessoa, coisa ou entidade de grande representatividade local e global. Outra definição que auxilia na compreensão da ativi- dade do Relações Públicas é a da International Public Relations Association (IPRA) que a apresenta como tendo a responsabilidade de conservação, compre- ensão e bom relacionamento, o que demanda, para isso, técnicas e ferramentas profissionais: [...] as Relações Públicas constituem uma função de direção, de caráter permanente e organizado, mediante a qual uma empresa pública ou privada procura obter e conservar a compreensão, a simpatia e o concurso de todas as pessoas a que se aplica. Com esse propó- sito, a empresa deverá fazer uma pesquisa de área de apoio que lhe convém, adaptando, tanto quanto pos- sível, a sua linha de conduta e seu comportamento e, pela prática sistemática de uma ampla política de informação, obter uma eficaz cooperação em vista da maior satisfação possível dos interesses comuns. (ANDRADE, 1996, p. 46) 6 Já a regulamentação que define a profissão no Brasil – Lei nº 5.377, de 2 de dezembro de 1967 – destaca a compreensão mútua entre instituições e os grupos e pessoas: atividade e o esforço deliberado, planificado e contí- nuo para estabelecer e manter a compreensão mútua entre uma instituição pública ou privada e os grupos e pessoas a que esteja direta ou indiretamente ligada constituem o objeto geral da profissão liberal ou assa- lariada de relações públicas. (BRASIL, 1967) No Brasil, a Associação Brasileira de Relações Públicas (ABRP) é a entidade oficial que represen- ta os interesses da área e do profissional que atua nessa atividade. Por meio do site https://abrp.org.br você pode saber mais sobre a entidade que define a profissão como uma atuação com foco na “alta administração”, ou seja, uma administração de alta qualidade para estabelecer e manter a compreensão mútua entre os envolvidos. Esforço deliberado, planificado e contínuo de alta admi- nistração para estabelecer e manter uma compreensão mútua entre uma organização pública ou privada e seu pessoal, assim como ente a organização e todos os grupos aos quais está ligada, direta ou indiretamente. (ANDRADE, 1996, p. 81) É possível identificar, a partir das definições apresen- tadas, a relevância da atividade para a construção e a manutenção do bom relacionamento entre as instituições, organizações e as pessoas a elas liga- das, gerando um espaço social equilibrado nas mais 7 diversas formas de pensar, ser e existir no mundo, considerando interesses e necessidades variadas visando a atender os objetivos de todos os envolvi- dos. Você pode notar que a atividade do Relações Públicas é de fundamental importância na estrutura institucional. SAIBA MAIS O juramento do profissional de Relações Públicas é: “Juro, diante de Deus e da sociedade, fazer uso do meu trabalho, conduzir meus esforços profis- sionais de acordo com os princípios éticos nor- teadores da atividade de relações públicas, com responsabilidade e respeito humano e dedicar o meu trabalho para o desenvolvimento e o bem-es- tar do povo brasileiro e da humanidade”. (CESCA, 2012, p. 21) A evolução das Relações Públicas no exterior É comum nos perguntarmos: mas para que eu pre- ciso conhecer a história “disso” ou “daquilo”, já que meu objetivo é trabalhar agora, neste momento atual, que é tão diferente do passado? A resposta é bem simples: conhecendo a história de um campo de atuação, somos capazes deentender o presente e de fazermos melhor uso e com mais consciência daquilo que estamos aprendendo e nos preparando para atuar, evitando erros cometidos no passado e 8 nos apropriando de bons aprendizados obtidos ao longo das experiências vividas. E é exatamente por isso que, neste tópico, vamos percorrer um pouco da história das Relações Públicas. Se você nunca parou para pensar em como essa atividade foi iniciada, esta é uma excelente oportunidade! A origem das Relações Públicas nos Estados Unidos da América e na Europa Curiosamente, você não encontrará uma data precisa para o surgimento das atividades ligadas às Relações Públicas, mas o ano de 1873 é tido como um mar- co, a partir da frase o empresário norte-americano William D. Vanderbilt, ao declarar a frase: “o público que vá para o diabo” (PENTEADO, 1984, p. 9). No entanto, Andrade (1973) atribui a frase ao filho do empresário, William Henry. Ela teria sido dita para ele em 1882. A frase faz uma analogia aos magnatas e industriais da época que possuíam grande apego ao dinheiro e atuavam com o princípio de “dane-se o público” (MOGEL, 1993), o que é muito diferente da ideia que acabamos de conhecer sobre importância do bom diálogo entre a instituição e as pessoas. Você deve estar se perguntando novamente: mas, en- tão, por que essa data é um marco para a atividade? Pois bem, a frase desencadeia uma relevante reflexão sobre a necessidade de darmos a devida atenção às pessoas ligadas aos assuntos e acontecimentos de uma instituição. Ao contrário do que disseram, as 9 pessoas, o público, são fundamentais para qualquer instituição ou organização. Mesmo com tal despertar de consciência para o tema, “as Relações Públicas, como filosofia, função administrativa ou conjunto de técnicas de comunicação surgiram apenas no começo do século 20”. (CESCA, 2012, p. 15) Andrade (1993) nos aponta que o primeiro registro do termo “Relações Públicas” é datado de 27 de ou- tubro de 1807, quando o presidente norte-america- no Thomas Jefferson escreve uma mensagem ao Congresso, buscando enaltecer a necessidade do povo em perceber seu ato de prestação de contas. Mas o termo começaria a ser difundido e usado com mais constância no início do século 20, “quando os jornais veicularam gratuitamente anúncios em suas colunas de notícias para retribuir favores dos anun- ciantes”. (CESCA, 2012, p. 16) A atuação profissional começa a ser executada em grandes cidades norte-americanas – como Nova York – por profissionais de comunicação, como an- tigos jornalistas ou mesmo publicitários. Um dos casos clássicos de popularização da atividade foi o do jornalista Ivy Lee, contratado pelo magnata norte- -americano John Davison Rockefeller (1839-1937), que passava por um período de duras críticas por parte da opinião pública. Após amplo trabalho de reconstrução da imagem de seu cliente, Lee transfor- mou Rockefeller de um homem odiado a um homem considerado um herói. 10 Para isso, Lee dispensou os guarda-costas do mag- nata, fez um amplo trabalho de esclarecimento junto à imprensa, sanando todos os pontos de críticas e dúvidas especuladas na época, e buscou criar ações e formas concretas e práticas da atuação de Rockefeller no espaço social, como alguém que trazia benefícios efetivos à população (CESCA, 2012, p. 16). Para isso, foram criados centros de pesquisa, distri- buídas bolsas de estudos, construídos hospitais e museus. Em uma das cartas de Lee aos editores dos jornais do país, Cesca (2012) explica que ele enaltece a relevância da atividade, tornando o documento um registro histórico para os profissionais da área e Lee passou a ser considerado por alguns, de acordo com Andrade (1993), como o pai das relações públicas. Na carta, Lee define: Este não é um serviço de imprensa secreto. Todo o nosso trabalho é feito às claras. Nós pretendemos fazer a divulgação de notícias. Isso não é agenciamento de anúncios. Se acharem que nosso assunto ficaria melhor na seção comercial, não o usem. Nosso assunto é exa- to. Mais detalhes, sobre qualquer questão, serão dados prontamente e qualquer diretor de jornal interessado será auxiliado, com o maior prazer, na verificação direta de qualquer declaração de fato. Em resumo, nosso pla- no é divulgar prontamente, para o bem das empresas e das instituições públicas, com absoluta franqueza, à imprensa, ao público dos Estados Unidos, informações relativas a assuntos de valor e de interesse para o pú- blico. (WEY apud CESCA, 2012, pp.17-18). Outro nome bastante reconhecido como um incen- tivador e consolidador das atividades de relações 11 públicas é o sobrinho do médico neurologista e psi- quiatra Sigmund Freud, chamado Edward L. Bernays (1891-1995). Curioso, não? Uma família que, defini- tivamente, faz parte da história de nosso desenvol- vimento humano e social. Austríaco, radicado nos Estados Unidos, Bernays foi o primeiro a escrever um livro sobre a atividade, lecionou no primeiro curso universitário sobre o tema e foi Relações Públicas de uma lista de clientes famosos, entre eles, nomes mui- to conhecidos até hoje, como Thomas Edson, Henry Ford, Eleonor Roosevelt e o presidente Eisenhower. Tornou-se conhecido também por recusar Adolf Hitler como cliente. (CESCA, 2012) Por volta de 1935, buscando expandir as técnicas e profissionalizar a atividade, são criadas em várias uni- versidades e colégios o curso de Relações Públicas e Comunicações. A Universidade de Boston é com- preendida como a primeira instituição do gênero no mundo, sendo denominada posteriormente como Escola de Comunicação Pública. (CESCA, 2012). Em 1948, é criada a Sociedade Americana de Relações Públicas (Public Relations Society of America, PRSA). (ANDRADE, 1973) Na Europa, mais especificamente na Grã-Bretanha, no início dos anos 1920, foi criada uma comissão para explicar à população a importância de um projeto de lei referente à instituição de um seguro obrigatória (National Insurance Act), sendo o primeiro registro de sinais da atividade no país. A partir disso, o go- verno britânico cria organizações para informar aos 12 ingleses sobre suas ações diante da Primeira Guerra Mundial, bem como o consumo de produtos nacional. Com isso, na década de 1930, é fundado o Conselho Nacional de Relações Públicas, integrando repre- sentantes de diversas associações nacionais. (ANDRADE, 1993). Cesca (2012) reforça para nós que, desse momento em diante, “as Relações Públicas sempre estiveram em posição de destaque, quer jun- to do governo, quer junto do povo inglês procurando manter entre ambos uma convivência harmoniosa”. Em 1949, é implantada na França a primeira asso- ciação de Relações Públicas conhecida como Casa de Vidro (La Maison de Verre). A entidade é organi- zada por um grupo de dez pessoas que tinha como lema o pensamento do filósofo francês Augusto Comte, “Uma empresa comercial deve ser aberta e clara como uma casa de vidro para que todos a vejam. Aqueles que dirigem negócios têm o dever de esclarecer a opinião pública sobre as suas ver- dades” (CESCA, 2012, p. 19). Em 1951, cria-se a pri- meira associação profissional do gênero no país, a L’Association Française des Relations Publiques (AFRP). Mesmo assim, Andrade (1993) nos aponta que a força da atividade ganha expressividade no país apenas a partir dos anos 1960. Outros países europeus – como Alemanha Ocidental, Itália, Holanda, Noruega, Bélgica, Suécia, Finlândia e Portugal – tiveram a expansão das Relações Públicas registradas a partir da década de 1950, sendo esses 13 países também influenciados pelos países pioneiros no reconhecimento e na regularização da atividade. Já na América Latina, as Relações Públicas ganham projeção com a 1ª Conferência Interamericana de Relações Públicas, realizada na Cidade do México, em 1960, o que resulta na criação da Federação Interamericana de Relações Públicas (FIARP). Em 1978, acontece na capital do México a 1ª Assembleia Mundial deAssociações de Relações Públicas. (ANDRADE, 1993) Especificamente na América do Sul, região a qual o Brasil pertence, “segundo dados colhidos pelo rela- cionista Andrés Samper Gnecco, existiam na América do Sul, em 1963, 1.200 profissionais de Relações Públicas, além de 6.000 auxiliares e técnicos de Relações Públicas” (ANDRADE, 1993, p. 69), o que reflete uma presença marcada e expressiva dos pro- fissionais nos países, entre eles Brasil, Colômbia, Peru, Venezuela, Bolívia, Chile, Uruguai, Equador e Argentina. Dessa forma, é possível identificar um movimento de consolidação da atividade não muito diferente dos movimentos europeus, conforme es- tudaremos a seguir. Os primeiros registros da atividade na Colômbia aconteceram em 1948, quando as companhias de aviação comercial Avianca, Lansa e Tropical Oil Company criaram departamentos da área. A primei- ra entidade de Relações Públicas existente no país foi a Associação Colombiana de Relações Púbicas (ACORP), criada em 1963. (ANDRADE, 1993). 14 Na Venezuela, o primeiro departamento de rela- ções públicas foi criado na Shell, em 1948. Foi em 1957 que o país criou a Associação Venezuelana de Relações Públicas. Na sequência, vieram outras fundações. No Peru, foi criada a Federação Peruana de Relacionistas Públicos, que surgiu da fusão en- tre a Associação Peruana de Relações Públicas e a Sociedade Peruana de Relações Públicas. Na Bolívia é criada a Associação Boliviana de Relações Públicas (ABOREP). Já no Paraguai é fundada a Associação Paraguaia de Profissionais de Relações Públicas. No Chile é instaurado o Instituto Chileno de Relações Públicas (ICREP). No Uruguai é instituída a Associação Uruguaia de Relações Públicas (AURP). Na Argentina é criado o Conselho Argentino de Profissionais de Relações Públicas, resultante da fusão da Associação Argentina de Relações Públicas e o Círculo Argentino de Profissionais de Relações Públicas. No Equador é fundada a Associação Equatoriana de Relações Públicas (AERP), em 1973. (ANDRADE, 1993) A trajetória de evolução das Relações Públicas no Brasil Por fim, chegamos à história do início das Relações Públicas no Brasil. Neste tópico, você irá descobrir que o Brasil tem uma atuação histórica bastante expressiva diante da profissão e irá compreender o quanto nosso país foi desbravador e visionário no 15 reconhecimento da profissão e na atividade de re- lações públicas. No Brasil, em 30 de janeiro de 1914, é criado um dos primeiros departamentos de Relações Públicas no mundo, a então The Light and Power Company – atual Enel (Ente nazionale per l’energia elettrica). Eduardo Pinheiro Lobo assumiu a responsabilidade do comando do departamento e Cesca (2012) nos explica que, por seu pioneirismo e eficiência, é tido como o “pai das Relações Públicas no Brasil”. Por conta disso, o Dia Nacional das Relações Públicas, no Brasil, é comemorado na data de seu aniversário, dia 2 de dezembro. (ANDRADE, 1973) No governo, o primeiro serviço informativo foi criado em 1911, no Ministério da Agricultura, com o nome de Serviço de Informação e Divulgação. Em 1934 surgiu o Departamento de Propaganda e Difusão Cultural, no Ministério da Justiça e Negócios do Interior, de onde passou a ser transmitida a “Voz do Brasil”, que havia sido criada em 1932. (WEY apud CESCA, 2012, p. 21) Com o objetivo de informar, esclarecer e divulgar, as Relações Públicas foram se expandindo em órgãos e ministérios governamentais, bem como em em- presas privadas. Andrade (1973) nos explica que, na época, os estudiosos do assunto perceberam que para o exercício da atividade não bastava ter apenas “inteligência, facilidade de expressão e bom relacionamento; fazia-se necessária uma preparação específica, o que determinou, em 1949, a realização de várias conferências no Instituto de Administração 16 da Universidade de São Paulo”. (WEY apud CESCA, 2012, p. 21) Por conta disso, em 21 de julho de 1954, é fundada em São Paulo a Associação Brasileira de Relações Públicas (ABRP). Anos depois, surge o primeiro curso de Relações Públicas do Brasil que foi instituído em 1967 pela Escola de Comunicação e Artes da USP, Universidade de São Paulo (CESCA, 2012). Com du- ração de quatro anos, o curso foi um marco para a estruturação de novos cursos em todo o país e está consolidado entre os melhores da área. Atualmente, existem mais de 70 cursos de graduação de Relações Públicas no Brasil. Uma informação de expressiva importância diante da profissão no país é que o Brasil foi a primeira nação em todo o mundo a ter a atitude de regulamentar a profissão de Relações Públicas, por meio da Lei nº 5.377, de 11 de dezembro de 1967, o que demonstra a consciência da relevância da profissão em nosso país (ANDRADE, 1993). Um orgulho para nós! FIQUE ATENTO A abreviação para o termo “Relações Públicas” no Brasil é RP. Na língua espanhola, é RR.PP, de relacionista. Já no inglês, o termo usado é PR, de public relation. A pedra safira, na cor azul, é repre- sentativa da profissão. (CESCA, 2012, p. 21) 17 As principais atividades da atuação do Relações Públicas Você já parou para pensar quais são as inúmeras atividades de um Relações Públicas? Se sua res- posta está limitada a duas ou três opções – entre elas organizar eventos, estabelecer boas relações com as pessoas ou gerenciar crises –, saiba que é o momento de ampliar seus referenciais e descobrir diversos e incríveis caminhos para atuação nessa profissão. Apresento, agora, uma lista das principais atividades, para que você possa compreender diver- sos desses caminhos, que estão diretamente ligados a atuações na área da comunicação (CESCA, 2012, p.25). Confira! ● Prestar assessoria e consultoria ● Gerenciar a comunicação interna e externa de for- ma integrada ● Realizar pesquisa de opinião, de imagem, de clima e de perfil organizacional ● Fazer planejamento de programas e campanhas institucionais ● Redigir correspondências, mensagens e discursos ● Produzir boletim, jornal, newsletter e revista de empresa ● Elaborar jornal mural e quadro de avisos ● Produzir relatório público anual, relatório social e livro de empresa ● Criar folheto, folder, panfleto/flyer/volante institucional 18 ● Produzir manual de integração para funcionários ● Implantar caixa de sugestões física e eletrônica ● Elaborar vídeo institucional ● Produzir conteúdo e monitorar as mídias sociais ● Supervisionar conteúdo do site ● Estruturar programas de visitas ● Organizar e dirigir cerimonial ● Sistematizar cursos institucionais ● Organizar todo tipo de evento empresarial ● Fazer assessoria de imprensa ● Organizar entrevistas/coletivas e contatos com a direção da empresa/organização ● Fazer media training ● Realizar assessoria de imagem ● Fazer clipagem de notícias ● Implantar/supervisionar/coordenar sistema de atendimento ao consumidor (SAC) ● Implantar/supervisionar/coordenar ações de res- ponsabilidade social/ambiental ● Criar estratégias para prevenção/administração de crises ● Padronizar toda a papelaria da empresa/ organização ● Padronizar fachadas de identificação da empresa/ organização ● Fazer a memória da empresa/organização (guar- dar sua história para as futuras gerações) ● Avaliar, com técnicas de pesquisa e análise, os resultados dos trabalhos desenvolvidos 19 ● Representar a empresa/organização ● Representar a diretoria/presidência da empresa/ organização ● Ser ombudsman/ouvidor ● Ser professor em cursos da área e de comunicação ● Tornar-se empreendedor e criar sua própria em- presa de prestação de serviços FIQUE ATENTO Há uma diferença entre folheto, folder, panfleto, flyer e volante. Mesmo sendo materiais impressos, contendo informações a serem veiculadas, cada um tem sua peculiaridade. Confira para não se confundir na hora de criar: O folheto é uma folha impressa feita em diver- sos tamanhos, em boa qualidade, com o objetivo de persuadir o leitor, contendo informaçõesmais aprofundadas. O panfleto é um impresso mais sim- ples, com papel comum. O flyer é semelhante ao panfleto, mas com uma qualidade melhor, tanto de impressão gráfica quanto de papel. O folder é um flyer com dobras na folha, criando um tipo de li- vreto. O volante é um ancestral do jornal impresso, voltado à veiculação rápida de um único assunto para ser debatido ou conhecido. Há ainda volantes como os papéis de casas lotéricas para marcarem os números das apostas ou informações rápidas e relevantes. 20 Mesmo tendo a atividade consolidada e reconhecida, a denominação “Relações Públicas” vem sendo subs- tituída nas organizações por termos como: “gerente de comunicação”, “coordenador de comunicação interna”, “coordenador de serviços ao consumidor”, “coordenador de relações com a comunidade”, “di- retor de relações governamentais”, “gerente de rela- ções institucionais”, “coordenador de relações com o terceiro setor”, “assessor de imprensa”, “analista de comunicação” etc. (CESCA, 2012, p. 26) A justificativa para isso é que a atuação vem sendo praticada por diversos profissionais da área de co- municação e gerando relação e engajamento mais amplos dentro das instituições, o que pode resultar, inclusive, em um cargo de gestão, coordenação, ge- rência ou direção. Isso nos aponta mais uma prova do quanto a profissão é relevante para as organiza- ções. Muito legal, não acha? Mas fique atento! As Relações Públicas exigem do profissional habilidades e conhecimentos específi- cos que são naturais e/ou adquiridos no início da carreira, como: conhecimento de todas as áreas téc- nicas das Relações Públicas, dinamismo, facilidade de relacionamento, boa cultura geral e generalista, acompanhamento das transformações mundiais e da organização em que for atuar, conhecimento de planejamento estratégico, pensamento globalizado e ações localizadas, domínio de idiomas, habilidade em redação, informação e domínio de estratégias de negócios, facilidade de rápida adaptação e mudan- ças. (CESCA, 2012, p. 26) 21 O profissional de Relações Públicas pode trabalhar em qualquer tipo de organização (empresas públicas, privadas, de economia mista e do terceiro setor); em empresa própria, prestando serviço terceirizado; em instituições de ensino na área (CESCA, 2012, p. 26). E sabe o que isso significa, na prática? Que não faltarão boas oportunidades de atuação! REFLITA Você se lembra de algum caso em que um pro- fissional de Relações Públicas foi até as mídias sociais digitais se pronunciar para representar uma instituição ou organização? Caso afirmativo, em qual situação? Como ele se portou? O que você tirou como “lição” dessa situação? A relevância das Relações Públicas para a comunicação e para a sociedade A partir de agora, vamos mergulhar em uma reflexão de extrema relevância: o reconhecimento da neces- sidade e importância do profissional e da atividade de Relações Públicas na sociedade contemporânea em que vivemos. Nassar (2019) explica que esta- mos diante de um contexto histórico e social que tirou a centralidade das organizações tradicionais nas relações sociais, exigindo do profissional de co- municação um olhar mais abrangente e despojado, que os capacite e resulte em atuações mais amplas. 22 Com isso, ele deve criar uma produção de sentido organizacional em rede e integrada com outros pro- fissionais da área de comunicação. Atualmente é exigido das empresas e instituições que tenham “uma comunicação também democrá- tica e pensada como um continuum, íntegra, abran- gente, culta e cujas mensagens sejam legitimadas pela sociedade ou por quem se interessa por elas” (NASSAR, 2019, p. 326). Por conta disso, a integração e o diálogo tornam-se peças essenciais da atividade profissional, [...] diante de uma realidade complexa, que traz cotidia- namente para as empresas riscos políticos, culturais, econômicos, patrimoniais, ambientais e simbólicos, entre outros, fica claro que a matéria-prima da comuni- cação é a diversidade cultural, que aproxima e produz bons consensos. [...] Na atividade prática, a união de profissionais de origens e experiências distintas está na base do diálogo construtivo de toda iniciativa nesse campo estratégico de uma sociedade democrática que se proponha ser coerente e produzir resultados que favoreçam o bem comum. (NASSAR, 2019, p. 326) Assim, é necessário compreender que as narrativas empresariais – ou seja, as comunicações junto a pessoas – não devem se pautar no desejo de con- trolar os principais elementos do processo, como o ambiente comunicacional, emissores, meios, e receptores, pois vivemos em um mundo complexo, dinâmico e interativo, na busca por espaços mais democráticos. E se assim não fazem, “as empresas têm deixado o dinheiro escoar pelo ralo quando a 23 sua comunicação é produzida a partir de uma cultura autoritária, que parte do pressuposto de que empre- sa e empresários são fontes únicas de narrativas.” (NASSAR, 2019, p. 325) Então, como devemos realizar os processos comu- nicacionais nas organizações e instituições? Nassar (2019, p. 325) explica que os comunicadores orga- nizacionais devem ter atenção e cuidado para fa- zer uma administração “culta” das informações, ou seja, consciente, atenta e técnica, “principalmente a partir do nível interpretativo e do nível opinativo das mensagens, com o objetivo de criar uma inteligência organizacional que monitore uma memória positiva de marcas e de empresas no ambiente dos relacio- namentos”. É preciso ter atenção nos processos co- municacionais para questões como: complexidade, contradição, ambiguidade, tensão, inclusividade, hi- bridismo, vitalidade, entre outras. Nesse sentido, o autor nos explica que “o desenvol- vimento da profissão e a mestiçagem de saberes emergiram enormes ganhos para as empresas, so- bretudo para aquelas que souberam romper suas barreiras culturais viciadas no mecanismo e na vi- são utilitarista de tudo” (NASSAR, 2019, p. 325). Ou seja, a comunicação organizacional é transversal, atravessando os valores de simples funcionalidade dos produtos e serviços envolvidos e os interesses da organização. Faz-se necessária a integração de todos no processo comunicacional, bem com o uso de tecnologias di- 24 gitais de comunicação que são peças fundamentais da comunicação institucional contemporânea, tendo como foco central o conteúdo, a mensagem e suas consequências. A tecnologia tornou disponível um vasto número de ferramentas novas, um novo entendimento de tempo e espaço, que faz o comunicador abandonar sua velha preocupação com as mídias e, finalmente, se concen- trar no conteúdo, na mensagem e em suas consequ- ências, bem como na estratégia de distribuição dessa informação ou, melhor, da análise e qualificação da informação, para que esta crie valor para a organização. (NASSAR, 2019, p. 328) Nassar (2019) nos alerta que as empresas precisam ser compreendidas pela sociedade como instituições e não apenas como unidades dentro da estrutura social voltadas apenas à produção. Nessa afirmação podemos compreender que as interações e relações sociais são permeadas por atitudes de todos que dela fazem parte, inclusive a nossa como cidadãos, consumidores e profissionais de comunicação. O autor explica: Hoje o mundo é constituído por relações. E, nele, o consumidor e a sociedade impõem às organizações – como condição para estabelecer uma relação regular, saudável, duradoura e benéfica – questões de natureza econômica, social, ambiental, histórica e cultural, ob- servadas ou percebidas nas atitudes das organizações, cobradas pela coerência e responsabilizadas por seus atos. É neste âmbito que o comunicador age, com vis- tas ao desenvolvimento da empresa ou da instituição. (NASSAR, 2019, p. 328) 25 Para isso, Nassar enfatiza que o comunicador tem um grande e complexo desafio, especialmente quan- do pensamos no exercício das atividades ligadas às relações públicas, devendo estar e sercada dia mais culto, sendo capaz de “estabelecer inúmeras interfa- ces, enfrentar e resolver questões mais complexas, ter uma postura crítica, porém justa, e um apurado senso de realidade e equilíbrio”. E, por fim, “princi- palmente, deve ser cruelmente honesto a ponto de arriscar o próprio emprego em defesa da verdade”. (NASSAR, 2019, p. 328) A conquista do espaço estratégico do profissional de comunicação dentro da organização ou da insti- tuição – entendido como um comunicador moderno – acontece quando há uma construção de relações de “mão dupla”. Segundo ao autor, isso ocorre quan- do a empresa e o profissional rompem estereótipos, barreiras, preconceitos e permitem que sejam criadas similaridades entre o discurso e a prática, ou seja, en- tre o que se diz e o que concretamente é feito, sendo esse o ponto do “pleno exercício da responsabilidade histórica empresarial, mãe de todas as responsabi- lidades: comercial, legal, ambienta, cultural, social, histórica etc.” (NASSAR, 2019, p. 328) O discurso da empresa deve ser transparente ou verdadeiro? Mas, afinal de contas, conforme nos demonstra Nassar, a verdade está acima de tudo. Isso não po- deria ser compreendido como arriscado em sua opi- 26 nião? Pois bem, a questão é tema de considerações e ponderações também para outros autores, como você perceberá a seguir. Além de compreender outras perspectivas da questão, compreenderemos agora qual é o melhor equilíbrio nesse espaço de profun- das relações que exigem das atividades de Relações Públicas a construção de relações de confiabilidade, acima de qualquer questão. Dreyer (2017, p. 19) nos explica que se fizermos um retorno histórico de atividades de Relações Públicas, é provável que nos deparemos com a afirmação de que “o discurso das empresas deve ser transparente e o profissional de Relações Públicas deve zelar por esse discurso perante o público”. Temos, a partir daí, duas afirmações: a defesa da verdade e agora a da transparência. No entanto, o autor Han (2012) argumenta que trans- parência e verdade não são palavras idênticas e tam- pouco carregam significados próximos. Para ele, a transparência é compreendida como positividade, ou seja, trabalha-se apontando os pontos positivos, direcionando e comunicando apenas os resultados compreendidos como positivos, buscando agradar aos públicos e buscando reforçar sua boa imagem. Por outro lado, resultados de relatórios, projetos so- ciais e balanços etc. servem apenas como ilustra- ções sem aprofundamento, sendo que os resultados não satisfatórios, normalmente, não são divulgados. (DREYER, 2017) 27 A verdade, em contrapartida, é entendida por Han (2012) como algo ligado à negatividade, pois irá questionar tudo aquilo que não for percebido e com- preendido como verdade. Um exemplo é quando há o reconhecimento por parte de uma empresa que o resultado de determinado projeto que tenha realizado não foi bom. A empresa, assim, aceita as críticas e responde publicamente por elas. Outra situação se identifica quando há, no lançamento de um novo produto ou serviço, algo que não tenha dado certo, que tenha saído com erro ou falhas. Nesse cenário, os públicos rapidamente reagem pelas mídias so- ciais digitais com postagens de fotos e escrevendo comentários negativos. Diante dessa situação, a em- presa não deleta os comentários e ainda responde cada um deles. Assim, conclui-se que “a comunicação transparente é positiva, porém não é verdadeira”. (DREYER, 2017, p. 19) Han (2012) nos explica ainda que o valor da socie- dade contemporânea é habitualmente medido ex- clusivamente em termos de quantidade e de veloci- dade de troca de informações, mas nos alerta que isso deve ser observado com cautela, já que mais informações ao público não significa que empresa esteja sendo verdadeira em suas ações, pois há uma tendência à falta de sentido do que está sendo co- municado, bem como falta de intensidade. E por que, então, os setores de comunicação das instituições agem dessa forma? Você saberia respon- 28 der? O bom e velho ditado “quem é visto é lembrado” assume aqui certo sentido. Han (2012, p. 20) nos traz a seguinte explicação: “só quando são vistas as coisas assumem um valor”. Por “coisas” entende-se aqui os “produtos e serviços de uma empresa, ou o próprio rosto humano exposto nas mídias sociais digitais”. (DREYER, 2017, p. 19) Como, então, devemos proceder na sociedade con- temporânea nas atividades comunicacionais or- ganizacionais? Devemos ou não, como Relações Públicas, promover um discurso que esteja voltado para a transparência das organizações? Perceba que incrível que os autores nos explicam e nos fa- zem compreender a relevância do papel do Relações Públicas, tanto para a comunicação como para a sociedade, ao ser capaz de construir algo muito mais valoroso do que a verdade ou a transparência, aquilo que mais se busca: a confiança! De acordo com Han (2012, p.70), a transparência é um estado no qual, teoricamente sabemos tudo sobre o outro, sobre uma organização. Assim, para que precisa- mos de confiança? Esta, ao contrário, só é possível num estado intermediário entre saber e não saber. Confiança significa: apesar do não saber em relação ao outro, construir com ele uma relação positiva. A confiança torna possível ações, apesar da falta de saber. Quando sei tudo antecipadamente, a confiança é desnecessária. (DREYER, 2017, p. 19) Portanto, para que uma empresa possa construir vínculos com os públicos na contemporaneidade de maneira efetiva, “o mais indicado é que seu discur- 29 so se apoie na confiança e não na transparência.” (DREYER, 2017, p. 19). Em síntese: Busca-se, assim, constantemente “a conciliação de interesses, da qual pode resultar a perfeita integração da organização com seus públicos”. (ANDRADE, 1993, p. 39) REFLITA Pesquise sobre casos de empresas que tiveram suas marcas afetadas por ações negativas originá- rias de seus clientes por meio das mídias sociais digitais e como os seus profissionais de comuni- cação resolveram as situações. 30 CONSIDERAÇÕES FINAIS Chegamos ao final deste importante momento de sua formação. Mais do que compreender a histó- ria da atuação das Relações Públicas em institui- ções, organizações e diante da própria sociedade, você conheceu a evolução da atividade no Brasil, nos Estados Unidos, na Europa e na América Latina. Reconheceu ainda a relevância da profissão para a comunicação e para a própria sociedade. Marcado como um dos pioneiros a reconhecer a profissão no mundo, o Brasil foi um dos primeiros a registrar um departamento de Relações Públicas. Lembre-se de que, mesmo sendo um panorama his- tórico, você passa a compreender que as relações públicas abarcam exatamente as relações entre as empresas, instituições e organizações e seus pú- blicos, bem como a contínua atenção para os fa- tores que envolvem e influenciam essas relações. Compreensão mútua e bom relacionamento são peças fundamentais dessa atividade na busca pelo espaço e equilíbrio social. Além disso, você passa a conhecer as diversas possibilidades de atuação na área. Em uma análise do papel do Relações Públicas diante da comunicação contemporânea, pudemos identificar que os pesquisadores nos orientam que o profissional deve se apropriar da tecnologia, buscan- do continuamente trabalhar gerando confiabilidade junto às pessoas. Para isso, além de uma comuni- 31 cação organizacional técnica e inteligente, devemos sempre considerar o uso da transparência e/ou até mesmo a verdade como elementos na busca pelo melhor relacionamento e a compreensão mútua entre as instituições e as pessoas envolvidas. Com esse aprendizado, você deve ficar atento e se inspirar em situações do cotidiano, observando cada aconteci- mento que envolva condições veiculadas publica- mente, em que os departamentos de comunicação e profissionais de Relações Públicas de instituições e organizações conseguiram superar barreiras e ge- rarcompreensão junto às pessoas a que estejam ligadas, conseguindo reverter possíveis crises em oportunidades de consolidação de sua confiança. É tempo de observar e aprender! 32 Referências Bibliográficas & Consultadas ANDRADE, C. T. S. Panorama das relações públi- cas. São Paulo: Comart, 1973. ANDRADE, C. T. S. Para entender relações públi- cas. São Paulo: Loyola, 1993. ANDRADE, C. T. S. Dicionário profissional de rela- ções públicas e comunicação. São Paulo: Saraiva, 1996. BRASIL. Lei Nº 5.377, de 11 de dezembro de 1967. Disciplina a profissão de Relações Públicas e dá outras providências. Disponível em: https://www2. camara.leg.br/legin/fed/lei/1960-1969/lei-5377- -11-dezembro-1967-359069-publicacaooriginal-1-pl. html. Acesso em: 31 out. 2020. CESCA, C. G. G. Relações públicas para iniciantes. São Paulo: Summus, 2012. [Biblioteca Virtual] DICIONÁRIO MICHAELIS. Dicionário Michaelis Online. Disponível em: https://michaelis.uol.com. br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/ institui%C3%A7%C3%A3o/. Acesso em: 01 nov. 2020. DORNELLES, S. M. G. Relações públicas: cons- truindo relacionamentos estratégicos. Porto Alegre: ediPUCRS, 2013. [Biblioteca Virtual] DREYER, B. M. Relações públicas na contempo- raneidade: contextos, modelos e estratégias. São Paulo: Summus, 2017. [Biblioteca Virtual] HAN, B. C. A sociedade da transparência. Lisboa: Relógio D’Água, 2012. 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