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DISCIPLINA: Preparo para o parto e Nascimento UNIDADE II: Conduta humanizada no parto e nascimento 2ª Parte Profa. Dra. Rosely Erlach Goldman Na 1ª parte apresentamos as boas práticas de atenção ao parto e nascimento e as recomendações do grupo A - práticas benéficas a serem incentivadas. Na 2ª parte apresentaremos as práticas do grupo B, C e D e os cuidados durante o processo do trabalho de parto segundo as diretrizes Nacionais de assistência ao Parto normal Recomendações sobre tecnologias para atenção ao parto propostas pela OMS classificando as práticas com base em evidências científicas em: Grupo A - práticas demonstradamente úteis e devem ser estimuladas; Grupo B - práticas claramente prejudiciais ou ineficazes que devem ser eliminadas; Grupo C - práticas sem evidências suficientes para apoiar uma recomendação clara e que devem ser utilizadas com cautela até que mais pesquisas esclareçam a questão; Grupo D – práticas frequentemente usadas de modo inadequado. Organização Mundial da Saúde – OMS. Assistência ao parto normal: um guia prático. Brasília (DF):OPAS/USAID; 1996 Grupo B - práticas claramente prejudiciais ou ineficazes que devem ser eliminadas Organização Mundial da Saúde – OMS. Assistência ao parto normal: um guia prático. Brasília (DF):OPAS/USAID; 1996 • Uso rotineiro de enema ou lavagem intestinal Práticas danosas ou ineficazes que devem ser eliminadas Evidências mostram que: • Não se recomenda utilizar enema rotineiramente durante o parto. Implicações para a prática - O uso de enema durante o trabalho de parto deve ser desencorajado. Enemas geram desconforto e custos adicionais e não existem evidências atualmente suficientes para justificar a sua utilização MS. Guia de prática clínica, 2011 • Uso rotineiro da tricotomia pubiana e perineal Implicações para a prática - Evidências não recomendam a realização de tricotomia rotineira Os efeitos colaterais potenciais sugerem o abandono da prática Evidências mostram que: Tricotomia de rotina no início do trabalho de parto não oferece nenhum benefício adicional e apresenta efeitos colaterais maternos (irritação, ardência, desconforto). Práticas danosas ou ineficazes que devem ser eliminadas MS. Guia de prática clínica, 2011 Práticas danosas ou ineficazes que devem ser eliminadas • Infusão intravenosa de rotina no trabalho de parto • Cateterização venosa profilática de rotina • Uso rotineiro da posição supina (decúbito dorsal) durante o trabalho de parto e parto • Exame retal • Administração de ocitócitos, em qualquer momento antes do parto de um modo que não permita controlar seus efeitos • Uso rotineiro da posição de litotomia durante o trabalho de parto Práticas danosas ou ineficazes que devem ser eliminadas • Esforços de puxos prolongados e dirigidos durante o período de expulsão fetal • Massagem e distensão do períneo durante o período de expulsão fetal • Uso de comprimidos orais de ergometrina no terceiro estágio do trabalho de parto, com o objetivo de evitar ou controlar hemorragias • Uso rotineiro de ergometrina parenteral no terceiro estágio do trabalho de parto - Lavagem uterina rotineira após o parto • Revisão uterina (exploração manual) rotineira após o parto Grupo C - práticas sem evidências suficientes para apoiar uma recomendação clara e que devem ser utilizadas com cautela até que mais pesquisas esclareçam a questão Organização Mundial da Saúde – OMS. Assistência ao parto normal: um guia prático. Brasília (DF):OPAS/USAID; 1996 Práticas sem evidências suficientes para apoiar uma recomendação clara e que devem ser utilizadas com cautela até que mais pesquisas esclareçam a questão - Métodos não farmacológicos de alívio a dor durante o trabalho de parto, como ervas, imersão em água e estimulação de nervos - Amniotomia precoce de rotina no primeiro período do parto - Pressão no fundo do útero durante o trabalho de parto - Manobras relacionadas à proteção do períneo e ao manejo do pólo cefálico no momento do parto - Manipulação ativa do feto no momento do parto Práticas sem evidências suficientes para apoiar uma recomendação clara e que devem ser utilizadas com cautela até que mais pesquisas esclareçam a questão - Uso rotineiro de ocitocina de rotina, tração controlada do cordão, ou sua combinação durante o 3º estágio do trabalho de parto - Clampeamento precoce do cordão umbilical - Estimulação do mamilo para estimular a contratilidade uterina durante o terceiro estágio do trabalho de parto Grupo D – práticas frequentemente usadas de modo inadequado. Organização Mundial da Saúde – OMS. Assistência ao parto normal: um guia prático. Brasília (DF):OPAS/USAID; 1996 Práticas frequentemente usada de modo inadequado - Restrição hídrica e alimentar durante o trabalho de parto - Controle da dor por agentes sistêmicos - Controle da dor por analgesia peridural - Monitoramento eletrônico fetal - Uso de máscaras e aventais estéreis durante a assistência ao trabalho de parto - Exames vaginais repetidos ou frequentes, especialmente por mais de um prestador de serviço - Correção da dinâmica com utilização de ocitocina - Transferência rotineira da parturiente para outra sala no início do segundo estágio do trabalho de parto Práticas frequentemente usada de modo inadequado - Cateterização da bexiga - Estímulo para o puxo quando se diagnostica dilatação cervical completa ou quase completa, antes que a mulher sinta o puxo involuntário - Adesão rígida a uma duração estipulada do 2º estágio do trabalho de parto, como por exemplo, uma hora, se as condições da mãe e do feto forem boas e se houver progressão do trabalho de parto - Parto operatório - Uso liberal e rotineiro de episiotomia Cuidados durante o processo do trabalho de parto segundo as diretrizes Nacionais de assistência ao Parto normal. Brasil. Ministério da Saúde. Diretrizes nacionais de assistência ao parto normal: versão resumida, 2017. • Durante o pré-natal informar as mulheres sobre os seguintes assuntos: • riscos e benefícios das diversas práticas e intervenções durante o trabalho de parto e parto (uso de ocitocina, jejum, episiotomia, analgesia farmacológica, etc.); • Necessidade de escolha de um acompanhante pela mulher para o apoio durante o parto. Este acompanhante deve receber as informações importantes no mesmo momento que a mulher; • Estratégias de controle da dor e métodos disponíveis na unidade, descrevendo os riscos e benefícios de cada método (farmacológicos e não farmacológicos); Cuidados durante o processo do trabalho de parto segundo as diretrizes Nacionais de assistência ao Parto normal. Brasil. Ministério da Saúde. Diretrizes nacionais de assistência ao parto normal: versão resumida, 2017. • Durante o pré-natal informar as mulheres sobre os seguintes assuntos: • organização e indicadores assistenciais do local de atenção ao parto, limitações (física, recursos disponíveis) relativos à unidade, bem como disponibilidade de certos métodos e técnicas; • os diferentes estágios do parto e as práticas utilizadas pela equipe para auxiliar as mulheres em escolhas bem informadas. Cuidados durante o processo do trabalho de parto segundo as diretrizes Nacionais de assistência ao Parto normal. Brasil. Ministério da Saúde. Diretrizes nacionais de assistência ao parto normal: versão resumida, 2017. • Cuidados gerais durante o trabalho de parto • Informações e comunicação • As Mulheres em trabalho de parto devem ser tratadas com respeito, ter acesso às informações baseadas em evidências e serem incluídas na tomada de decisões. • Para estabelecer comunicação com a mulher os profissionais devem estabelecer uma relação de confiança e conversar e discutir sobre o plano de parto, levar em consideração as condições para a sua implementação tais como a organização do local de assistência, limitações (físicas, recursos) relativas à unidade e a disponibilidadede certos métodos e técnicas e avaliar seu conhecimento sobre estratégias de alívio da dor e oferecer informações balanceadas para encontrar quais abordagens são mais aceitáveis. Cuidados durante o processo do trabalho de parto segundo as diretrizes Nacionais de assistência ao Parto normal. Brasil. Ministério da Saúde. Diretrizes nacionais de assistência ao parto normal: versão resumida, 2017. • Cuidados gerais durante o trabalho de parto • Apoio físico e emocional • As parturientes devem ter apoio contínuo e individualizado durante o trabalho de parto e parto, de preferência por pessoal que não seja membro da equipe hospitalar. • O apoio por pessoal de fora da equipe hospitalar não dispensa o apoio oferecido pelo profissional do hospital e as mulheres devem ter acompanhantes de sua escolha durante o trabalho de parto e parto. Cuidados durante o processo do trabalho de parto segundo as diretrizes Nacionais de assistência ao Parto normal. Brasil. Ministério da Saúde. Diretrizes nacionais de assistência ao parto normal: versão resumida, 2017. • Cuidados gerais durante o trabalho de parto • Dieta durante o trabalho de parto • Medidas de assepsia para o parto vaginal • Disponibiliza a opção de água potável na limpeza vulvar e perineal se houver necessidade, antes do exame vaginal, estimula as medidas de higiene, incluindo higiene das mãos e uso de luvas únicas não necessariamente estéreis, são apropriadas para reduzir a contaminação cruzada entre as mulheres, crianças e profissionais. • Avaliação do bem-estar fetal • A avaliação do bem-estar fetal em parturientes de baixo risco deve ser realizada com ausculta intermitente, em todos os locais de parto. Pode utilizar o estetoscópio de Pinard ou sonar Doppler. Cuidados durante o processo do trabalho de parto segundo as diretrizes Nacionais de assistência ao Parto normal. Brasil. Ministério da Saúde. Diretrizes nacionais de assistência ao parto normal: versão resumida, 2017. • Cuidados gerais durante o trabalho de parto • Alívio da dor no trabalho de parto • Oferecer à mulher a imersão em água, técnicas de relaxamento e massagens, acupuntura, musicoterapia. Salienta que a injeção de água estéril e nem a estimulação elétrica transcutânea não deve ser utilizada em mulheres em trabalho de parto. • Recomenda que os métodos não farmacológicos de alívio da dor devem ser oferecidos à mulher antes da utilização de métodos farmacológicos. • Analgesia inalatória, analgesia intramuscular e endovenosa e analgesia regional. • Recomenda que os métodos não farmacológicos de alívio da dor devem ser oferecidos à mulher antes da utilização de métodos farmacológicos. • Analgesia inalatória, analgesia intramuscular e endovenosa e analgesia regional. Cuidados durante o processo do trabalho de parto segundo as diretrizes Nacionais de assistência ao Parto normal. Brasil. Ministério da Saúde. Diretrizes nacionais de assistência ao parto normal: versão resumida, 2017. CONCLUSÃO Concluímos que devemos oferecer: •Suporte natural, •Respeito ao ritmo de cada mulher, •Oferecer cuidado continuo e personalizado, lembrar que a mulher toma as decisões e escolhas relacionadas a seu parto, a gestão do parto pertence somente a ela, a mulher. •O nascimento deve ser visto como um evento familiar e devemos oferecer apoio para o companheiro ou outro acompanhante de sua escolha. •E sendo assim, não esquecer do ambiente acolhedor com atmosfera especial na hora do nascimento. É um momento único. •O parto é um processo natural e devemos evitar práticas intervencionistas e intempestivas •Realizar o vinculo precoce entre mãe e neonato com Aconchego e estimular a amamentação •Receber o neonato, respeitando o ciclo da vida. Referências • Portal Brasil. Parto humanizado respeita o direito das mulheres e suas escolhas; Rede Cegonha garante acompanhamento e incentiva o parto normal. Publicado: 08/03/2016 disponível em: http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2016/03/parto- humanizado-pela-rede-cegonha-assegura-direitos-das-mulheres • São Paulo. Poder executivo do estado de São Paulo. Resolução SS – 42, de 06-05-2015. Aprova a Nota Técnica “Boas Práticas do Parto e Nascimento”, assegurando o direito ao parto humanizado nos estabelecimentos públicos de saúde, no âmbito do estado de São Paulo e dá providências corretas. Diário Oficial Estado de São Paulo, 8 de maio de 2015, seção 1. Disponível em: http://www.saude.sp.gov.br/resources/ccd/homepage/acesso-rapido/documentos-sobre-o-comite-de-mortalidade- materna/2017/resolucao_ss42_06-05-2015_-boas_praticas_do_parto_e_nascimento.pdf • Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias em Saúde. Diretrizes nacionais de assistência ao parto normal: versão resumida [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias em Saúde. – Brasília : Ministério da Saúde, 2017. • Cunningham FG et al. Obstetrícia de Williams. 24 ed. Trad: Ademar Valadares Fonseca et al. Porto Alegre: McGraw - Hill Artmed. 2016. • Glenn D. Posner, Jessica Dy, Amanda Y. Black, Griffith Jones. Trabalho de Parto e Parto de Oxorn e Foote. Editora McGraw-Hill. 6ª Ed. 2014 • RDC nº 36/2008. INSTRUÇÃO NORMATIVA No- 2, DE 3 DE JUNHO DE 2008, que dispõe sobre os Indicadores para a Avaliação dos Serviços de Atenção Obstétrica e Neonatal. • Organização Mundial da Saúde – OMS. Assistência ao parto normal: um guia prático. Brasília (DF):OPAS/USAID; 1996. • Moore ER, Bergman N, Anderson GC, Medley N. Early skin-to-skin contact for mothers and their healthy newborn infants. Cochrane Database of Systematic Reviews 2016. http://loja.grupoa.com.br/autor/glenn-d-posner.aspx http://loja.grupoa.com.br/autor/jessica-dy.aspx http://loja.grupoa.com.br/autor/amanda-y-black.aspx http://loja.grupoa.com.br/autor/griffith-jones.aspx http://loja.grupoa.com.br/livros/ginecologia-obstetricia-e-mastologia/trabalho-de-parto-e-parto-de-oxorn-e-foote/9788580554113 http://loja.grupoa.com.br/livros/mcgraw-hill Obrigada pela atenção • Rosely Erlach Goldman
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