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GRATUITA
Esta publicação 
não pode ser 
comercializada
O PROFISSIONAL 
DE EDUCAÇÃO FÍSICA 
COMO AGENTE DE 
INCLUSÃO PELO 
ESPORTE
Carla Samya Nogueira Falcão
David Xavier dos Santos
3
Todos os direitos desta edição reservados à:
Fundação Demócrito Rocha
Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora 
CEP: 60.055-402 - Fortaleza-Ceará 
Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6148
fdr.org.br | fundacao@fdr.org.br
Copyright © 2021 Fundação Demócrito Rocha
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA (FDR)
Presidência Luciana Dummar 
Direção Administrativo-Financeira André Avelino de Azevedo 
Gerência Geral Marcos Tardin
Gerência Editorial e de Projetos Raymundo Netto 
Gerência Canal FDR Chico Marinho
Gerência Marketing & Design Andrea Araujo
Análise de Projetos Aurelino Freitas e Fabrícia Góis
Edição de Mídias Isabel Vale
UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE (UANE)
Gerência Pedagógica Viviane Pereira
Coordenação de Cursos Marisa Ferreira
Design Educacional Joel Lima
Front End Isabela Marques
INCLUSÃO SOCIAL ATRAVÉS DO ESPORTE
Concepção e Coordenação Geral Valéria Xavier 
Coordenação de Conteúdo Ricardo Catunda
Coordenação Editorial e Revisão Daniela Nogueira
Projeto Gráfico e Edição de Design Andrea Araujo 
Design Miqueias Mesquita
Estagiária Design Kamilla Damasceno
Ilustração Guabiras
Analista de Projetos Juliana Montenegro
Análise de Marketing Digital Fábio Junior Braga
Estratégia e Relacionamento Adryana Joca
Apoio Secretaria do Esporte e Juventude do Ceará | Lei de Incentivo ao Esporte do Ceará | 
Conselhos Federal e Regionais de Educação Física | Universidade Estadual do Ceará
Patrocínio Enel
Realização Uane | FDR
Este fascículo é parte integrante do projeto Inclusão Social Através 
do Esporte, viabilizado por meio da Lei Estadual de Incentivo 
ao Esporte, Lei nº 15.700 de 20 de novembro de 2014, CAP nº 25.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISBD 
P967
Inclusão Social Através do Esporte / vários autores ; organizado por Ricardo Catunda ; 
ilustrado por Guabiras. - Fortaleza : Fundação Demócrito Rocha, 2021.
192 p. : il. ; 26cm x 30cm. – (Inclusão Social Através do Esporte ; 12v.)
Inclui bibliografia e apêndice/anexo.
ISBN: 978-85-7529-972-2 (Coleção)
ISBN: 978-85-7529-976-0 (Fascículo 3) 
1. Esporte. 2. Inclusão Social. 3. Políticas Públicas. 4. Educação Física. 5. Educação 
Inclusiva. 6. Esporte Inclusivo. 7. Estratégias Pedagógicas. 8. Acessibilidade. 9. Esporte 
Adaptado. I. Catunda, Ricardo. II. Guabiras. III. Título. IV. Série.
CDD 796.0456
2021-3267CDU 796:364 
Elaborado por Vagner Rodolfo da Silva - CRB-8/9410 
Índice para catálogo sistemático:
Esporte : Inclusão Social 796.0456
Esporte : Inclusão Social 796:364
Apresentação
1. Processo formativo 
do profissional de 
Educação Física numa 
perspectiva inclusiva
2. Possibilidades e desafios 
dos profissionais de Educação 
Física na inclusão social por 
meio das práticas esportivas
3. Tríade da relação 
pedagógica (professor – 
aluno – comunidade)
36
37
40
45
Sumário
Apresentação 
O esporte se apresenta como um acontecimento capaz de desenvolver manifestações socioculturais que transpassam gerações e modificam sociedades. Nesse processo de inclusão por meio dos esportes, 
o profissional de Educação Física (EF) tem um papel importan-
tíssimo. Porém ainda é comum perceber as dificuldades e os 
desafios dos profissionais de Educação Física em trabalhar o 
esporte em diversos ambientes e com a pluralidade dos alunos. 
Este material foi pensado para auxiliar os profissionais de EF numa 
perspectiva inclusiva, sendo possível, ao fim deste fascículo, 
compreender a evolução na formação dos profissionais de EF, 
perceber as possibilidades e os principais desafios encontrados 
no processo inclusivo por meio dos esportes e, para finalizar, assi-
milar a importância da relação professor-aluno-comunidade para 
o processo de inclusão plena por meio das práticas esportivas. 
36 | FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA - UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
Processo formativo 
do profissional de 
Educação Física numa 
perspectiva inclusiva
1
O profissional de Educação Física passou por mudanças expressivas nas suas práticas pedagógicas assim como no 
entendimento sobre o esporte e em sua atua-
ção no processo de inclusão social. A Carta 
Internacional da Educação Física, da Ativi-
dade Física e do Esporte (1976) apresentou 
uma gama de possibilidades para os profes-
sores de EF intervirem num processo inclusivo 
com uma prática de qualidade e sem discri-
minar por questões raciais, gênero, nacio-
nalidade, religiosidade, questões políticas, 
situação de vulnerabilidade social, alguma 
deficiência ou qualquer outra situação.
A política de formação de professores 
para inclusão escolar de estudantes com 
deficiência é preconizada desde a Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
(LDB) nº 9.394/96, que define que os siste-
mas de ensino devem assegurar professores 
capacitados para oferecer uma educação 
de qualidade com currículos, métodos, téc-
nicas, recursos educativos e organização 
específicos que atendam às necessidades 
desses educandos. (BRASIL, 1996)
No entanto, o profissional de EF, quando 
atuava com pessoas com deficiência, era 
comumente associado a práticas corretivas e 
higienistas ou à reabilitação. Tais fatos eram 
relacionados devido à identidade assumida 
nos programas de Educação Física preven-
tiva, ortopédica, reabilitativa e terapêutica, 
que aconteceram no início da década de 
1950. Nesse período não se falava em incluir 
pessoas com alguma deficiência na socie-
dade por meio dos esportes. Tais situações 
perduraram por décadas, deixando um ras-
tro de segregação e exclusão da pessoa com 
deficiência na sociedade. 
INCLUSÃO SOCIAL ATRAVÉS DO ESPORTE | 37
pavam das aulas de EF e, na maioria das 
vezes, eram dispensados dessa disciplina. 
Para praticar atividades físicas, precisavam 
buscar alternativas em projetos sociais 
esportivos fora da escola.
Diante dessa evolução pedagógica no 
processo de aperfeiçoamento das aulas de 
EF e da contribuição nas ações dos professo-
res, é preciso citar os modelos renovadores 
pelos quais foi aberto um campo maior de 
estudos sobre a EF e seus objetivos, em que 
as aulas eram direcionadas a todos os alu-
nos, sem distinção de habilidades motoras 
ou de gênero, de etnia, de aspectos físicos 
ou para as pessoas com deficiência. 
Tais programas denominados ginástica 
médica tinham a finalidade de prevenir 
doenças, utilizando exercícios corretivos e 
preventivos. Apesar de parecer contraditó-
rio pelo paradigma higienista que sempre 
reinou em sua história, é uma das áreas 
do conhecimento que mais evoluíram nos 
últimos anos, sendo materializada pela 
concretização dos Jogos Paralímpicos.
A evolução do esporte paralímpico 
influenciou de maneira positiva a prática 
esportiva entre as pessoas com defici-
ência em diversos espaços, sendo mais 
perceptível nas escolas. Inicialmente, os 
estudantes com deficiência não partici-
38 | FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA - UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
Tais modificações contribuíram direta-
mente para a mudança de comportamento 
dos profissionais de EF de maneira positiva, 
visto que muitos deles buscaram a qualifica-
ção para compreender o cenário atual, em 
que a prática esportiva deve ser proporcio-
nada para todas as pessoas e em diversos 
ambientes. Tubino (2010, p. 42) apresenta 
a manifestação esportiva esporte-educação 
direcionada à formação cidadã e direta-
mente ligada aos princípios de inclusão, 
participação, coeducação, cooperação e 
corresponsabilidade, sendo possível uma 
prática esportiva pautada em valores éticos, 
sociais, humanos e morais, auxiliando o 
desenvolvimento pleno.
Atualmente, a Educação Física Escolar 
(EFE) está evoluindo para uma visão inclu-
siva, e o profissional de EF deve acompanhar 
essa evolução, que pressupõe o convívio e 
a participação de todos os estudantes nas 
mesmas atividades. Essa visão se relaciona 
com as atuais convenções internacionais 
naárea de direitos humanos, elaboradas 
pela Organização das Nações Unidas (ONU), 
oficializadas no Brasil pelo decreto nº 6.949, 
de 25 de agosto de 2009, e fortalecidas pela 
Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com 
Deficiência (Lei nº 13.146/2015). 
Mesmo com a segurança da legislação 
orientando que crianças e adolescentes 
com deficiência possam, em igualdade de 
condições com as demais, participar de 
jogos e atividades recreativas, esportivas 
e de lazer, inclusive no sistema escolar, 
ainda é comum que não participem desse 
momento de lazer, pois tais ações depen-
dem muitas vezes do olhar mais atento e 
inclusivo do profissional de EF.
Portanto, faz-se necessário compreender 
que a disciplina de EF vai além do desloca-
mento espaço-cultural. Ela é a responsável 
pelas classificações das práticas corporais 
diante das várias formas de manifestações 
do corpo. Nas aulas, a cultura do movi-
mento deve ser apresentada trabalhando 
a sua diversidade e trazendo problematiza-
ções para que os alunos possam construir 
o pensamento crítico a respeito dos seus 
movimentos (BNCC, 2017).
Na perspectiva de educação para todos, 
o professor de EF tem um papel importante 
na formação dos alunos, tendo em vista a 
socialização, a superação de desafios e a 
flexibilidade que ela disponibiliza. E essa 
inclusão é fundamental para serem traba-
lhados aspectos relacionados à atividade 
física, à nutrição e a comportamentos ati-
vos, fornecendo oportunidades seguras e 
equitativas que sejam agradáveis/divertidas 
para o desenvolvimento pleno dos alunos. 
Nessa visão, é destacada a importância 
da qualificação dos profissionais que tra-
balham diretamente com os alunos com 
deficiência, como professores e gestores, 
para que progrida e se mantenha na escola, 
nos projetos sociais e clubes, ampliando sua 
possibilidade de uma formação continuada.
É errôneo o pensamento de que a inclu-
são acontece apenas por aplicação das 
leis que a exigem. Ela é, de fato, execu-
tada por profissionais comprometidos e 
capazes de possibilitar o aprendizado a 
quem tem dificuldades, sendo necessário 
um processo de desconstrução de uma 
imagem associada a limitações em todos 
os aspectos e fases de desenvolvimento 
desses indivíduos com deficiência.
INCLUSÃO SOCIAL ATRAVÉS DO ESPORTE | 39
2
Possibilidades e desafios 
dos profissionais de 
Educação Física na 
inclusão social por meio 
das práticas esportivas
Para entendermos melhor a edu-cação brasileira nas décadas de 1970, 1980 e 1990, é necessário retomar alguns fatos. O acesso 
das pessoas com deficiência à escola ficava 
restrito a instituições específicas para atendi-
mentos especializados ou a escolas de Edu-
cação Especial, o que dificultava a inclusão 
social com outras crianças, uma vez que as 
turmas eram formadas somente por pessoas 
com algum tipo de deficiência. 
A Declaração de Salamanca (UNESCO, 
1994) afirma que “as escolas devem 
acolher todas as crianças, independen-
temente de suas condições físicas, intelec-
tuais, sociais, emocionais, linguísticas ou 
outras”. Ainda segundo esse documento, 
o “princípio fundamental da escola inclu-
siva é o de que todas as crianças devem 
aprender juntas, sempre que possível, 
independentemente de quaisquer dificul-
dades ou diferenças que elas possam ter”.
40 | FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA - UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
Portanto, o apoio aos professores 
de EF é muito importante para que os 
alunos consigam vivenciar a cultura do 
movimento no ambiente escolar, sendo 
o professor o principal agente para com-
partilhar ideias, ações e sentimentos com 
outros professores, diretores e coorde-
nadores da escola, instigando para que 
todos os envolvidos no processo inclu-
sivo possam participar das situações de 
sucesso e insucesso.
Existem algumas razões para que os 
professores trabalhem de forma inclusiva 
objetivando o contato de todos os alunos 
com a cultura do movimento. São elas: 
melhores possibilidades de utilização de 
diversos espaços em relação à aplicação 
dos conteúdos, tendo o docente a maior 
liberdade de planejar suas aulas de forma 
inclusiva. Os professores são vistos como 
mais inclusivos – esse fato constatou-se 
pelos aspectos da disciplina, por sua fle-
xibilidade na resolução de problemas e 
criatividade na elaboração e adaptação 
de atividades diante de alunos com difi-
culdades em realizá-la. 
Podemos identificar algumas razões como 
aparências, apresentando o ideal de uma 
Educação Física inclusiva, mas consciente 
das barreiras encontradas na efetivação de 
um trabalho docente que tem por objetivo 
promover uma Educação Física para todos, 
na qual todos os alunos possam vivenciar 
todas as atividades escolares. 
INCLUSÃO SOCIAL ATRAVÉS DO ESPORTE | 41
Reflita
Você, professor de EF, como atua para 
que todos os alunos participem das 
aulas? Está incluindo todos os alunos? 
Como cria um clima motivacional? Você 
inova? Você adapta? Esses são alguns 
dos questionamentos a partir dos quais 
podemos refletir para uma aula de 
educação física inclusiva.
42 | FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA - UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
Sobre as dificuldades que são encontra-
das para inclusão nas aulas de Educação 
Física, o estudo de Fiorini e Manzini (2014) 
apontou algumas características que difi-
cultam a inserção total desses alunos, 
como a formação acadêmica dos profes-
sores, em que, na maioria das vezes, não 
são ofertadas disciplinas voltadas à inclu-
são; dificuldades em encontrar recursos 
pedagógicos necessários para a realização 
da aula; e a falta de comunicação entre o 
professor e o grupo gestor da escola sobre 
esses alunos e a sua participação na aula, 
muitas vezes tida como desnecessária. 
Diante das dificuldades apresentadas, 
o professor de EF deve atuar pensando 
sempre no bem-estar dos alunos e como 
influenciá-los de maneira positiva aos 
comportamentos ativos. 
Diante das informações apresentadas, 
seguem algumas características do profes-
sor de EF mais inclusivo:
• Ser capacitado e atualizar-se cons-
tantemente; 
• Considerar os alunos como indivíduos 
únicos, pois cada um tem diferentes for-
mas de compreensão e tempos diferen-
tes para apreender e executar exercícios; 
• Tratar todos com gentileza e empatia 
(“quebrar o gelo”), visto que muitos pra-
ticam as atividades físicas inicialmente 
contra a própria vontade;
• Ser comunicativo, pois isso faz com que 
as instruções de exercício sejam bem 
compreendidas;
• Adaptar-se à forma com que os alunos 
se comunicam e assim conseguir que 
compreendam melhor as explanações 
e as orientações;
• Ter foco na melhoria da qualidade de 
vida dos alunos;
• Ser inovador e afetivo; 
• Ter bom senso para detectar o momento 
em que palavras de incentivo ou até 
mesmo um elogio são necessários; 
• Sentir-se realizado a cada conquista 
dos alunos, dando a eles um feedback 
positivo; 
• Ter a empatia como um propósito muito 
maior no ato de ensinar.
INCLUSÃO SOCIAL ATRAVÉS DO ESPORTE | 43
Para que a aula de EF faça sentido e seja 
inclusiva, é necessário que o professor com-
preenda os gostos e medos, e não apenas 
adapte as atividades da maneira que julga 
possível a sua realização. Em um estudo 
realizado por Nacif et al (2016), foi identifi-
cado que os alunos optam por práticas que 
estimulem a socialização com os demais e 
se sentem mais encorajados a participar da 
aula quando não há jogos de competição, 
por exemplo, pois esse tipo de atividade 
os faz se sentirem incapazes e frustrados.
Saiba mais
Uma dica é o filme indiano 
“Como estrelas na Terra” (o título 
original é “Taare Zameen Par”), que 
foi lançado em 2007. Conta a his-
tória de um menino de 8 anos que 
tem problemas de aprendizagem 
na escola e é considerado pregui-
çoso por professores e familiares, 
até que um novo professor 
de Artes tem a paciência e a sensibi-
lidade para descobrir 
o seu problema real: dislexia.
Os jogos cooperativos são uma abor-
dagem criada para promover a ética da 
cooperação e a melhoria nas relações 
interpessoais,sem exceção. Portanto, os 
jogos cooperativos são excelentes para 
o desenvolvimento da criança. Embora a 
vitória não seja garantida, um jogo coo-
perativo garantirá que cada participante 
possa se divertir muito do começo ao fim. 
Como bônus, ajuda a ensinar às crianças 
a importância da empatia e do trabalho 
em equipe (SOLER, 2003, p.23).
Você, como professor de EF, dentro de 
uma concepção holística, tem responsabi-
lidade no desenvolvimento pleno dos seus 
alunos, e aumenta sua responsabilidade 
em decidir entre jogar de maneira lúdica 
ou jogar com características competitivas. A 
importância dessa decisão fará a diferença 
na formação desse indivíduo, pois suas ati-
tudes podem levá-lo a outro padrão de com-
portamento na vida pessoal e na sociedade.
44 | FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA - UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
3
Tríade da relação 
pedagógica (professor – 
aluno – comunidade)
A interação entre escola-famí-lia-comunidade é prática pre-vista nos documentos legais e orienta para a consolidação de 
ações conjuntas que culminem na garantia do 
direito à educação dos alunos. Cabe ressaltar 
a importância da participação da comuni-
dade na escola, de forma que o conhecimento 
apreendido gere maior compreensão, inclu-
são e inserção no ambiente escolar.
A escola faz parte da sociedade, sendo 
suas atribuições debater, produzir, criticar e 
praticar o esporte “com os códigos e valores 
agregados” da escola e, assim, construir 
princípios a partir dos momentos esportivos 
na escola, como a solidariedade esportiva, 
o respeito, a participação de todos e prin-
cipalmente a ludicidade (BRACHT, 2010). 
Você, professor, pode perceber que 
as ações esportivas no ambiente escolar 
podem e devem produzir efeitos que per-
passam os muros da escola. Nós, profes-
sores de EF, devemos compreender que 
nossas ações se refletem diretamente na 
vida desses indivíduos. Então, é necessário 
identificar algumas situações no ambiente 
escolar que favoreçam a inclusão desses 
alunos. Você conhece a história de vida do 
seu aluno? Como ele chegou até a escola? 
Quais os desafios que seu aluno enfrentou? 
INCLUSÃO SOCIAL ATRAVÉS DO ESPORTE | 45
Na sociedade de modo geral, ainda é 
bastante comum as pessoas entenderem 
que não se pode avaliar sem que os estu-
dantes recebam uma nota (conceito) pela 
sua produção. Avaliar, para o senso comum, 
é um sinônimo de medida, de atribuição 
de um valor em forma de nota ou conceito. 
Porém nós, professores, temos um com-
promisso de ir além do senso comum e 
não confundir avaliar com medir.
Na verdade, a avaliação acompanha todo 
o processo de aprendizagem, e não só um 
momento privilegiado da prova ou teste, 
pois é um instrumento de “realimentação” 
contínuo para os alunos com e sem defici-
ência. Nesse sentido, fala da consecução, e 
não dos objetivos da aprendizagem. A ava-
liação precisa olhar o aluno como ser social, 
sujeito do seu próprio desenvolvimento. A 
reconstrução da avaliação não acontecerá 
por experiências isoladas ou fragmentadas, 
mas por uma avaliação continuada e que 
ultrapasse o espaço da escola. 
Assim, a atuação dos professores de 
EF influencia não apenas os alunos e suas 
famílias, mas também o bairro em que a 
escola se insere e a sociedade como um 
todo. A presença dessa instituição deve 
ser um diferencial positivo na comunidade 
e essa parceria é importante para todos.
Na sociedade atual, a educação tem saído 
cada vez mais dos muros da escola e alcan-
çado outros espaços sociais. Tais situações 
convergem com o histórico das pessoas com 
deficiência, que cada vez mais conquistam 
espaço na sociedade. Esse é um cenário 
desafiador que possibilita aos professores 
de EF repensarem suas práticas pedagógicas, 
para que possam estabelecer uma conexão 
entre a escola, os alunos e a comunidade.
Reflexões 
Mesmo diante da evolução no âmbito legal 
que ampara as pessoas com deficiência 
na sociedade, ainda existem diversas 
lacunas no processo de inclusão plena 
por meio das práticas esportivas, como 
a falta de políticas públicas, formação de 
inadequada dos profissionais, dificuldades 
de acessibilidade e outras situações 
que impossibilitam que a pessoa com 
deficiência se desenvolva de maneira plena. 
O profissional de EF é um dos principais 
agentes transformadores de inclusão 
das pessoas com deficiência, na escola, 
no projeto social, no clube ou em outro 
ambiente. No entanto, essa atribuição 
não pode ser vista como algo de 
responsabilidade única do profissional 
de EF, mas é para compreender 
sua importância nesse processo. A 
responsabilidade é de todos que 
compõem a escola, a sociedade e a família, 
e é justamente esse conjunto de ações e 
fatores que pode contribuir de maneira 
efetiva para o processo de inclusão por 
meio da cultura de movimento. 
A falta de acesso das pessoas com 
deficiência às atividades esportivas 
propostas pelo profissional de EF, 
independentemente do motivo, reforça o 
paradigma de incapacidade que é ressoado 
pela sociedade há séculos. A mudança 
dessa visão limitada é fundamental para 
que ocorra a verdadeira inclusão em 
diversos ambientes. Enxergar a pessoa 
com deficiência de acordo com suas 
potencialidades é papel primordial do 
professor de EF, contribuindo para que esse 
indivíduo cresça com uma perspectiva de 
vida apta a alcançar objetivos.
Todas essas informações são necessá-
rias para reconhecer os alunos e permitem 
que sejamos capazes de contribuir para 
sua inclusão social e, consequentemente, 
direcioná-los para tomadas de decisões que 
podem influenciar na sua vida em socie-
dade. Portanto, é preciso garantir que o 
processo de inclusão chegue até o aluno, 
permitindo que ele estabeleça uma relação 
com a cultura do movimento, certificando-se 
de que esse processo aconteça de maneira 
gradativa desde os anos iniciais na escola. 
O papel do professor diante da aprendi-
zagem e do processo de avaliação escolar 
tem sido atualmente muito debatido, pes-
quisado e estudado em busca de respostas 
aos problemas que perpassam a ação do 
professor de EF no ato de avaliar. Quais 
são os modos de conceber e praticar a 
avaliação que se materializam no cotidiano 
escolar? Que elementos estão presentes 
no discurso dos professores com relação 
à avaliação? Como estão delimitadas a 
teoria e a prática avaliativa?
46 | FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA - UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
Referências
BRACHT, Valter. Esporte na escola e esporte de rendimento. 
Movimento (ESEFID/UFRGS), v. 6, n. 12, 2000.
BRASIL. BNCC. Base Nacional Comum Curricular. Lei Federal. 2017.
BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional. Brasília, 1996.
FIORINI, Maria Luiza Salzani; MANZINI, Eduardo José. Inclusão de 
alunos com deficiência na aula de educação física: identificando 
dificuldades, ações e conteúdos para prover a formação do professor. 
Revista Brasileira de Educação Especial, v. 20, n. 3, p. 387-404, 2014.
NACIF, Marcella Fernandes Paticcié et al. Educação física escolar: 
Percepções do aluno com deficiência. Revista Brasileira de 
Educação Especial, v. 22, n. 1, p. 111-124, 2016.
TUBINO, Manoel José Gomes. Estudos brasileiros sobre o esporte: 
ênfase no esporte-educação. Maringá: Eduem, 2010.
INCLUSÃO SOCIAL ATRAVÉS DO ESPORTE | 47
 
Autores
Carla Samya Nogueira Falcão
É profissional de Educação Física e mestra em 
Saúde Coletiva (Uece). Tem Especialização em 
Orientação e Mobilidade (IFCE) e em Gestão em 
Saúde (Unilab). Com atuação no esporte adaptado 
e paralímpico, é treinadora da equipe de vôlei 
sentado da Associação D’Eficiência Superando 
Limites (Adesul – CE) e membro do Grupo de 
Estudos e Pesquisa em Educação Física Escolar 
(Gepefe/Uece) e do Grupo Estudos em Educação 
Física e Desporto Adaptado (Gefda/UFC). 
David Xavier dos Santos
É profissional de Educação Física com 
especialização em Atividades Físicas Adaptadas 
à Inclusão e tem atuação no esporte adaptado 
e paralímpico. É técnico da seleção brasileira 
de futebol em cadeiras derodas motorizadas, 
técnico da equipe do Fortaleza Power Soccer 
(Associação NOHO) e técnico da equipe 
de futebol de 5 da Associação D’Eficiência 
Superando Limites (Adesul – CE).
Ilustrador
Guabiras
Carlos Henrique Santos da Costa é cartunista e 
jornalista por formação. Trabalhou no O POVO 
(Fortaleza/CE) de 1998 a 2019. Colaborou para 
a revista MAD (SP) de 2003 a 2016. Publicou em 
2003 uma história em quadrinhos no jornal Extra, 
de Nova York (EUA). Ganhou em 2015, junto com 
a equipe de arte do O POVO, o prêmio Esso de 
Jornalismo na categoria Criação Gráfica. 
Em 2016, o Prêmio Ângelo Agostini de “Melhor 
Cartunista” e dois Troféus HQ MIX em parcerias. 
Participou de projetos como Tarja Preta (RJ), 
Escape (SP), Gibi Quântico (SP) e Marcatti 40 (SP).
PATROCÍNIO REALIZAÇÃOAPOIO

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