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Biotecnologia e Reprodução Animal – Medicina Veterinária – Jennifer Reis da Silva – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO Introdução Todo neonato, quando comparado com o adulto, é considerado um ser imaturo, fisiologicamente falando. Porém, ao compararmos filhotes de diversas espécies também notamos uma diferença fisiológica que está relacionada com sua evolução como podemos separar herbívoros, que na natureza evoluíram como presas (ruminantes, equinos) e carnívoros, que evoluíram como predadores (cão e gato). Ao analisar o filhote de um animal herbívoro, notamos que já possuem uma percepção muito grande do meio ambiente pois já conseguem enxergar, ouvir, caminhar, aparentando ser mais amadurecido quando comparado aos filhotes de cães e gatos que não veem, não ouvem, não andam e não percebem o ambiente em que estão. Isso está relacionado com a questão evolutiva já que as presas necessitam fugir se necessário enquanto os predadores não tem essa necessidade. Herbívoros x Carnívoros Herbívoros possuem o período de gestação mais prolongada, quando os comparamos com os carnívoros. Isso permite maior maturidade do feto, principalmente do sistema nervoso, sendo diferente dos carnívoros quanto ao grau de mielinização já que os herbívoros já possuem neurônios mielinizados e sinapses mais adequadas e, por conta disso, a visão, audição e aparelho locomotor já são mais desenvolvidos quando comparados aos predadores. PERÍODO NEONATAL O período neonatal é a fase de transição que dura de 2 a 4 semanas compreendendo o período em que o animal sai de dentro do útero e precisa aprender a viver fora daquele ambiente em que havia controle de temperatura, som além da ausência de contaminação. O trabalho de parto é um momento estressante tanto pra mãe quanto para o feto que chega ao mundo aqui fora sendo imediatamente desafiado já que o ambiente externo é completamente diferente do que ele estava acostumado. Há então a necessidade de desenvolver funções extrauterinas essenciais para sua sobrevivência como respiração e alimentação que são fatores cruciais para a sobrevivência do neonato. Os índices de mortalidade nessa fase são muito altos. Isso ocorre porque, infelizmente, há uma falta de cuidado em relação às avaliações pré natal e assistência no momento do parto, diferente dos seres humanos que são avaliados mensalmente o que nos mostra menores números de óbitos quando comparados aos animais. Biotecnologia e Reprodução Animal – Medicina Veterinária – Jennifer Reis da Silva – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO Termorregulação Todos os filhotes, de todas as espécies tendem ser hipotérmicos, isso é, possuem a temperatura corporal abaixo dos valores considerados para a espécie. Isso ocorre, pois a maior parte dessa regulação depende do controle neuronal que ainda não está completamente desenvolvido nesse período, logo, quanto menor o filhote, maior a possibilidade de desenvolver hipotermia, ou seja, um potro que nasce com 30kg tem um risco menor quando comparado a um cão que nasce com 100g e, mesmo que sejam da mesma espécie ainda haverá maior risco conforme menor o tamanho do animal. PRODUÇÃO DE CALOR Em contrapartida, o METABOLISMO de um filhote é 2 a 3 vezes maior quando comparado a um adulto. Isso contribui com o aquecimento dos neonatos que conseguem se aquecer a partir de sua própria produção de calor, proveniente das atividades metabólicas aeróbicas que é alta. Outro ponto positivo para a produção de calor é a OXIDAÇÃO DA GORDURA MARROM, tecido adiposo existente nos neonatos que possui coloração amarronzada e, quando degradada nos adipócitos, toda a energia produzida é liberada em forma de calor, ou seja, não há a produção de nenhum ATP a partir dela. A gordura marrom é degradada nos primeiros dias de vida para que os neonatos se mantenham aquecidos. Ao findar o estoque de gordura marrom, haverá o REFLEXO DE TREMOR caracterizado pelo aumento de metabolismo muscular contribuindo no aquecimento corporal. O reflexo de tremor está presente nos grandes animais desde o primeiro dia de nascimento, porém cães e gatos não possuem esse reflexo no período neonatal. Mamíferos que hibernam conseguem reconstruir o estoque de gordura marrom a cada ano já que será utilizado durante o período de hibernação para que se mantenham aquecidos. DISCIPAÇÃO DE CALOR Quando falamos em perda de calor, os filhotes também o perdem em grande quantidade por meio da PELE já que possuem uma área tegumentar muito extensa que é mais permeável, sem muita gordura subcutânea e sem um pelame denso permitindo tanto a perda de calor como de água. Além disso, podemos citar a INCAPACIDADE DOS NEONATOS DE REALIZAR VASOCONSTRIÇÃO PERIFÉRICA que teria como intuito diminuir o fluxo sanguíneo na pele evitando a perda de calor. Por conta dessa incapacidade, mesmo num clima frio, os filhotes terão o sangue circulando abertamente pela pele ocasionando a perda de calor. Um outro fator importante a ser citado é o ELEVADO VOLUME URINÁRIO que também é um fator contribuinte para a perda de água e calor. Isso ocorre pela imaturidade neuronal e renal já que não haverá o comando de reter água pelos mecanismos presentes em animais adultos. Por fim podemos citar a DIMINUIÇÃO NA ATIVIDADE METABÓLICA que promoverá a Biotecnologia e Reprodução Animal – Medicina Veterinária – Jennifer Reis da Silva – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO ocorrência da hipotermia já que é considerada a principal forma de obtenção de calor e estará reduzida enquanto os mecanismos de perda continuarão ocorrendo. Filhotes de cães e gatos são considerados pecilotérmicos, ou seja, sua temperatura é influenciada pelo meio externo que, no caso são suas mães, consideradas a principal fonte de calor. Se, por um acaso, não houver a mãe ou a ninhada for numerosa teremos que fornecer uma fonte externa de calor como lâmpadas, tapetes aquecidos ou bolsas com água quente. Os grandes animais, por sua vez, são homeotérmicos, ou seja, conseguem regular sua temperatura independente do meio externo. Há a possibilidade de desenvolverem hipotermia também, porém as chances são baixas. Tríade Neonatal Por conta desses fatores os neonatos de cães e gatos, principalmente órfãos são susceptíveis a Tríade Neonatal que consiste em três problemas que vêm de forma simultânea: HIPOTERMIA, DESIDRATAÇÃO e HIPOGLICEMIA. A Hipotermia ocorre em razão da imaturidade do sistema hipotalâmico regulador. A Hipoglicemia, por sua vez, ocorre em razão da imaturidade hepática, já que o fígado ainda é incapaz de armazenar glicogênio. Logo, se os filhotes ficarem em jejum de 2 a 3 horas já irão manifestar sinais clínicos desse quadro (incoordenação, flacidez, fraqueza ou coma). Já a Desidratação ocorre por conta da facilidade de eliminação de água, como já vimos. Os rins ainda são imaturos, há perda de água via cutânea além de amamentação inadequada ou possíveis diarreias causando grandes perdas hídricas. Observaremos como sinais clínicos a mucosa seca e urina com coloração amarelada. Filhotes nascidos de cesariana chegam ao mundo com a temperatura corporal mais baixa já que, como vimos, são pecilotérmicos e nascerão com a temperatura de suas mães que foram anestesiadas para o procedimento cirúrgico causando uma queda na temperatura corporal. Além disso nascerão parcialmente anestesiados o que causará inibição do metabolismo, o que pode causar hipotermia severa. Aparelho Cardiovascular Os filhotes passam por uma mudança muito grande do padrão de circulação fetal para o padrão de circulação neonatal sendo necessária uma adaptação eficaz. Essa adaptação ocorre no momentodo nascimento, mas demora para se completar. Os filhotes são naturalmente HIPOTENSOS, ou seja, possuem a pressão mais baixa, assim como a resistência vascular periférica que também é mais baixa quando comparados aos adultos. Logo, para que haja uma boa perfusão sanguínea é necessário o aumento de frequência cardíaca e aumento de volume Biotecnologia e Reprodução Animal – Medicina Veterinária – Jennifer Reis da Silva – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO plasmático, logo é uma circulação de baixa resistência e alto fluxo sanguíneo. Quando os filhotes sofrem desidratação haverá diminuição do volume plasmático que comprometerá a pressão sanguínea desencadeando uma hipotensão patológica severa. Um filhote muito hipotenso não conseguirá realizar perfusão sanguínea ideal fazendo com que o corpo recorra ao metabolismo anaeróbico produzindo uma alta quantidade de lactato, que irá causar desequilíbrio ácido base fazendo com que o organismo do animal entre em acidose podendo leva-lo a morte. Aparelho Urinário O aparelho urinário do neonato também imaturo e seu amadurecimento completo ocorre em até 5 meses. Por conta disso a DENSIDADE URINÁRIA É BAIXA ENQUANTO O VOLUME URINÁRIO É CONSIDERADO MUITO GRANDE não havendo mecanismo de compensação suficiente. A TAXA DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR TAMBÉM É MENOR assim com o fluxo plasmático renal. Tudo isso faz com que os neonatos sejam susceptíveis a nefrotoxicidade, por conta disso alguns medicamentos não podem ser administrados em neonatos como Gentamicina (antibiótico) e aminoglicosídeos de maneira geral. Como os rins dos neonatos não estão completamente desenvolvidos, a filtração não será tão eficaz havendo PROTEINÚRIA, GLICOSÚRIA E TAMBÉM AMINOÁCIDOS NA URINA, considerado normal nessa idade. Aparelho Hepatobiliar É também considerado um aparelho imaturo e demora meses para amadurecer. O fígado metaboliza drogas, medicações e agentes, portanto, devemos ter cuidado com fármacos que podem ser hepatotóxicos por permanecerem de forma ativa por mais tempo. Além de eliminar toxinas, o fígado também realiza metabolismo de carboidratos, proteínas, corpos cetônicos além de armazenar glicogênio. Todavia, o ESTOQUE DE GLICOGÊNIO HEPÁTICO EM UM FILHOTE É MENOR além de NÃO CONSEGUIREM FAZER A VIA DA GLICONEOGÊNESE justificando a tendencia a hipoglicemia. Ao dosarmos exames hepáticos, FOSFATASE ALCALINA, TGP TGO ESTARÃO ALTERADOS mesmo o animal estando normal. A CONCENTRAÇÃO DE PROTEÍNAS CIRCULANTES TAMBÉM SERÁ MAIS BAIXA. Aparelho Hematopoiético Os filhotes têm uma mudança de perfil das células do sangue, nascendo com o HEMATÓCRITO ALTO além de haver MAIOR CONCENTRAÇÃO DE HEMOGLOBINA. Ao longo do primeiro mês de vida começam a sofrer ANEMIA FISIOLÓGICA já que há troca de células do padrão fetal para o padrão normal. Encontramos também sinais de imaturidade nos exames como HEMÁCIAS MAIORES, CORPÚSCULO NUCLEAR, PRECURSORES MEDULARES, EXISTÊNCIA DO TIMO. A serie branca é semelhante ao adulto. Biotecnologia e Reprodução Animal – Medicina Veterinária – Jennifer Reis da Silva – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO Aparelho Respiratório De todos os sistemas citados, o sistema respiratório é o mais desafiado no período neonatal pois deve trabalhar muito desde o início da vida. Isso ocorre porque os filhotes tem o metabolismo muito elevado precisando de muito mais oxigênio e, por conta das particularidades fisiológicas, os pulmões dos neonatos possuem uma BAIXA CAPACIDADE RESIDUAL FUNCIONAL que nada mais é do que o ar que sobra após a expiração, é chamado de funcional pois continua fazendo trocas, como os filhotes tem uma menor capacidade residual funcional, sobra menos ar para realizar trocas. Além disso, o FORMATO DA CAIXA TORÁCICA É MAIS ARREDONDADO, o que impede sua ampliação. A FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA TAMBÉM NÃO PODE SER ELEVADA já que, normalmente é mais alta. Outro ponto negativo é a IMATURIDADE DO SISTEMA NERVOSO não havendo percepção dos gases dissolvidos podendo entrar em hipóxia e hipercapnia. Como o organismo demora a perceber isso, pode haver a evolução para uma depressão respiratória. Transição Feto-Neonatal No nascimento, a respiração aeróbia se torna necessária e ela ocorre por meio de estímulos. Os estímulos que fazem o feto respirar ao nascer são: ESTÍMULO TÁTIL, ESTÍMULO TÉRMICO e FALTA DE OXIGÊNIO NO MOMENTO DO PARTO. ESTÍMULO TÁTIL: o neonato possui receptores de pressão localizados em toda região de tórax e abdômen, especialmente em volta do cordão umbilical. No momento do parto, quando há a passagem do filhote pelo canal do parto há compressão da região torácica estimulando a respiração. Ao serem estimulados, esses receptores geram impulso para sistema respiratório fazendo com que haja inspiração. Além disso, o comportamento da mãe também tem grande influência já que o ideal é a lambedura do filhote no tórax e cordão umbilical que serão estímulos naturais para que o filhote comece a respirar. ESTIMULO TÉRMICO: há um choque térmico inicial no momento de parto em que o filhote sofre um leve resfriamento havendo estimulo para respiração. Vale comparar quando vamos tomar um banho de água fria e entramos de uma vez embaixo do chuveiro, há um reflexo que nos faz inspirar repentinamente assim como ocorre com os neonatos. FALTA DE OXIGÊNIO NO MOMENTO DO PARTO: cada vez que o útero contrai, o fluxo sanguíneo via cordão umbilical diminui havendo grande variação na disponibilidade de oxigênio e, especialmente no momento de expulsão, há a privação de oxigênio mais intensa já que com a contração o cordão umbilical também é pressionado. Essa falta de oxigênio nesse período também atua como um estimulo para que o filhote respire. Biotecnologia e Reprodução Animal – Medicina Veterinária – Jennifer Reis da Silva – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO Conforme as primeiras inspirações se iniciam os alvéolos começa a se abrir diminuindo a hipertensão pulmonar aumentando a irrigação e oxigenação adequada. Embora boa parte dos alvéolos se abram com as primeiras inspirações, alguns ainda permanecem com líquido durante um período de 12 horas para que haja reabsorção. Entramos então na seguinte dúvida: CHACOALHAR OU NÃO CHACOALHAR O FILHOTE DE CABEÇA PARA BAIXO NA POSIÇÃO DE PÊNDULO? Por mais que pareça fazer sentido, segundo a fisiologia, o aparelho respiratório de condução de um bebê tem 27 divisões e, cada vez que se divide há diminuição da via aérea pela metade, logo, o líquido presente nos pulmões não conseguirá passar pelo espaço tão estreito que é a via aérea de condução. Ao chacoalharmos, conseguiremos apenas remover líquido de via aérea superior. Porém alguns podem dizer que quando chacoalhamos sai um líquido da cavidade nasal e oral do neonato. De onde então vem esse líquido? Ao chacoalharmos, o líquido que vem é proveniente do estômago que volta via esofágica. Esse líquido é o líquido amniótico que ajuda o órgão a se desenvolver. Além disso esse líquido também é rico em IgA, secretado pelo próprio estômago para realizar proteção local. Ao nascer, essas imunoglobulinas serão destinadas ao intestino protegendo o intestino do filhote. Bebês que tem esse líquido amniótico removido do estomago tendem a desenvolver Enterocolite Necrosante que é a necrose do intestino em razão da falta de proteção. Além disso esse ato pode causar traumas promovendo uma concussão cerebral podendo causar convulsões, déficit de aprendizado e distúrbios comportamentais. Logo CHACOALHAR NÃO É INDICADO. Devemos lembrar que junto com cada alvéolo há um capilar sanguíneo para que ocorra hematose. Por conta disso, devemos estimulara saída do líquido do pulmonar por respiração em que ao inspirar o ar entrará fazendo pressão nesse líquido que irá extravasar do alvéolo passando pela membrana alveolar. Irá entrar nos capilares sendo absorvidos pela circulação atravessando duas barreiras: pneumócito do alvéolo e endotélio do vaso. Para que haja a saída do líquido dos pulmões devemos estimular o filhote a respirar por meio de ventilação, massagem, medicamentos, pontos de acupuntura. Biotecnologia e Reprodução Animal – Medicina Veterinária – Jennifer Reis da Silva – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO O que fazer durante o parto? FILHOTES HÍGIDOS (SAUDÁVEIS): devemos observar e avaliar se há algo de errado. Ao detectar algum problema podemos intervir. Minutos após nascimento os filhotes de pequenos animais já ficam em decúbito esternal. As mucosas devem aparentar rosadas e não devem apresentar esforço para respirar. Além disso, devem ficar em estação nas primeiras horas e serem amamentados com o colostro. Em pequenos animais também podemos avaliar e assistir o parto. Se a fêmea não rompeu a membrana amniótica imediatamente devemos rompê- la, realizar limpeza das secreções oro nasais, realizar massagem, fricção torácica, clampeamento de cordão umbilical (prender com fio de 0,5 a 1cm do abdômen e tratar com antisseptico como iodo, álcool 70, clorexidine, realizar a avaliação clínica e considerar como bom um escore APGAR acima de 7. Escore APGAR (referências) Para avaliar tônus muscular colocamos o filhote em nossas mãos e vemos se ele se encolhe. Para testar reflexos vemos o de sucção, pinçar as patas com a mão e avaliar coloração de mucosas. Devemos também realizar aquecimento e cuidados com umbigo e fazer o filhote mamar o quanto antes. DISTOCIAS As distocias são problemas que ocorrem durante o parto e ocorrem por problemas maternos ou fetais. Podem causar hipóxia em razão do tempo de parto que é mais prolongado havendo compressão de vasos umbilicais e uterinos e, com a compressão, o filhote irá tentar respirar ar dentro do útero inalando ainda mais líquido amniótico. Devido ao estresse o feto pode liberar o mecônio (primeiras fezes) no útero que irá se misturar com o líquido aminiótico podendo também ser aspirado. O mecônio inativa a substância surfactante presente nos alvéolos que impede diminui a tensão e impede o colabamento. Com sua inativação, os alvéolos tenderão a colabarem. Biotecnologia e Reprodução Animal – Medicina Veterinária – Jennifer Reis da Silva – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO Haverá então um desequilíbrio ácido base mais intenso, hipercapnia, hipóxia e menor vitalidade neonatal diminuindo o escore APGAR. Soma-se a isso a instabilidade respiratória que será maior podendo causar uma asfixia neonatal – Sindrome do mau ajustamento/ síndrome do desconforto respiratório. CESARIANA Para a realização de uma cesariana, as fêmeas são anestesiadas e o anestésico geral chega aos filhotes. A melhor anestesia é a epidural, mas é utilizada em grandes animais. Alguns anestésicos são considerados mais seguros, mas os filhotes nascerão parcialmente anestesiados demorando para se recuperarem. As fêmeas, normalmente vão para cesariana para corrigir distocias. São colocadas então em decúbito dorsal fazendo com que diminua a circulação sanguínea no útero. A via de nascimento também é importante já que a não passagem do canal vaginal e a ausência de lambeduras não farão os estímulos táteis para a respiração havendo desequilíbrio ácido base, menor vitalidade neonatal, diminuição da temperatura corpórea e dificuldade de reabsorção do líquido pulmonar. Em gestações gemelares de monotócicos, ou seja, de animais que normalmente dá a luz apenas um filhote, o segundo filhote tende a nascer mais deprimido em razão das contrações uterinas para a expulsão do primeiro.
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