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AULA 1 - SEMIOLOGIA OBSTÉTRICA Anamnese completa Identificação: Nome, idade, cor, estado civil, profissão, religião etc; Anamnese geral: I. QUEIXA E DURAÇÃO; II. HPMA - História Pregressa da Moléstia Atual; III. ISDAS - Interrogatório Sobre Diversos Aparelhos; IV. Antecedentes pessoais; V. Antecedentes familiares; ANAMNESE OBSTÉTRICA: I. PREGRESSA; II. ATUAL - Amenorreia: ausência de menstruações no período em que elas deveriam acontecer; - Sinais subjetivos; - Movimentos fetais; - intercorrências; - Medicamentos; EXAME FÍSICO: - GERAL - OBSTÉTRICO Inspeção: - Ganho de peso; - Marcha anseriana: marcha que o doente ou a grávida caminha com movimentos semelhantes ao andar de um pato ou ganso, caracterizada pela inclinação da pelve para o lado do membro inferior que se desloca simultaneamente com a inclinação do tronco para o lado oposto; - Inspeção com destaque: face, abdome e membros inferiores; REGIONAL - cabeça: - CLOASMA GRAVÍDICO: é uma alteração típica da gravidez e que acontece principalmente devido às alterações hormonais que acontecem nesse período, como por exemplo o aumento da concentração de estrogênio circulante no sangue. principal característica é o aparecimento de máculas hiperpigmentadas (manchas escuras), planas e sem crostas, nas regiões do corpo expostas à radiação ultravioleta. De formato irregular, mas bem delimitado, em geral, essas manchas formam placas, que se distribuem simetricamente dos dois lados do rosto. A intensidade da coloração, mais clara ou mais escura, varia de acordo com a quantidade de melanina acumulada na pele. As alterações hormonais que ocorrem durante a gravidez favorecem a liberação de melanina e o desenvolvimento de melasma na pele do rosto. Conhecidas pelo nome específico de cloasma gravídico ou máscara da gravidez, a tendência é a hiperpigmentação desaparecer, aos poucos, depois do parto. Porém essas manchas podem perdurar após a gravidez; PESCOÇO TÓRAX - glândulas mamárias: - Aumento do volume; - Colostro; - Hiperpigmentação; - Aréola primária, aréola secundária (SINAL DE HUNTER) - A pele ao redor da aréola escurece e torna os limites imprecisos, sendo até chamada de aréola secundária. Esse é o sinal de Hunter; - Tubérculos de Montgomery - são as glândulas sebáceas das aréolas que hipertrofiam; - Aumento da atividade circulatória periférica (SInal de Haller)- A rede venosa de Haller surge pelo aumento da circulação venosa mamária, que se torna mais evidente à inspeção. - Cloasma Gravídico: - Sinal de Hartman: sangramento vaginal discreto pela implantação do óvulo na cavidade uterina após a concepção; - A gengivite, caracterizada pela inflamação e sangramento das gengivas ao escovar os dentes, é uma situação muito comum durante a gravidez, especialmente devido às alterações hormonais que acontecem após o segundo mês de gestação, que as tornam mais sensíveis. ABDOME - Estrias; - Pigmentação da linha alba; - Tipos de ventre: Normal Obus Pêndulo ÓRGÃOS GENITAIS EXTERNOS: - Sinal de Jacquemier (vulva) - Sinal de Jacquemier ou Chadwick: se refere à distensão venosa da vulva, pelo aumento do fluxo sanguíneo; - Sinal de Kluge (vagina) - Sinal de Kluge: coloração violácea da vagina, pelo mesmo motivo acima. - Varizes vulvares - tem como causa o aumento do volume sanguíneo e da pressão venosa pelo aumento do útero, mas também de predisposição genética. - Períneo (íntegro ou roto) MEMBROS INFERIORES: - Varizes e edema; EXAME ESPECULAR PALPAÇÃO: Palpar obstétrico Altura uterina – aumenta 4 cm por mês; - Na multípara – 40 semanas - 9 meses (em torno de 36 cm); - Na primigesta– 38 semanas (em torno de 34 - 36 cm – após a “descida”: 32 cm); A altura uterina, ou regra do McDonald's, é uma medida do tamanho do útero usado para avaliar o crescimento (ganho de peso) fetal durante a gravidez. É medida desde a sínfise púbica (sso da púbis) até o topo do útero. Iniciando medição a partir da sínfise púbica de preferência. Técnica francesa: - Escava - Fundo uterino - Dorso Técnica alemã - Fundo - Cabeça fetal - Motilidade cefálica - Exploração do estreito superior - Manobra de Leopold ● Sinal de Hegar: istmo do útero com consistência amolecida ao toque vaginal; ● Sinal de Goodell: amolecimento do colo uterino ao toque vaginal; ● Aumento do volume uterino: ao nível da sínfise púbica com 12 semanas e da cicatriz umbilical com 20 semanas; ● Sinal de Osiander: percepção da pulsação arterial no fundo de saco arterial ao toque vaginal; ● Sinal de Piskacek: abaulamento da região onde houve implantação ovular, ou seja, o útero fica assimétrico pela nidação; ● Sinal de Nobile-Budin: abaulamento do útero gravídico ao toque do fundo de saco vaginal; AUSCULTA: - Estetoscópio de Pinard - Sonar portátil - Sopro uterino; - Sinal de Boero (óbito fetal, aumenta pulso aórtico materno) - maior audibilidade da aorta materna >2 semanas de óbito; - Ruídos de origem fetal: BCF - BATIMENTOS CARDÍACOS FETAIS; RUÍDO DE CHOQUE; SOPRO FUNICULAR; TOQUE VAGINAL: - Genitais internos: Condições da vulva Condições do fundo de saco Fase do trabalho de parto (esvaecimento) Dilatação Condição da bolsa das águas Diagnóstico de apresentação Avaliação da bacia “ O melhor ginecologista é o que mais toca, o melhor obstetra é o que menos toca”. COMPLEMENTO: A assistência à saúde da mulher gestante representa uma das tarefas mais importantes da medicina social, exatamente porque a mulher deve engravidar com menores riscos e dar à luz crianças sadias e sem sequelas, que representarão os futuros cidadãos de um país. A assistência pré natal é a medicina preventiva da obstetrícia e engloba um conjunto de condutas assistenciais à gestante antes do parto com o objetivo de diminuir a mortalidade e a morbidade perinatal e materna. C.5 Taxa de Mortalidade Perinatal - (coeficiente de mortalidade perinatal) Ficha de qualificação 1. Conceituação ○ Número de óbitos fetais a partir de 22 semanas completas de gestação (154 dias) acrescido dos óbitos ocorridos até o 7º dia completo de vida, por mil nascimentos totais (óbitos fetais mais nascidos vivos), em determinado período, no espaço geográfico considerado. ○ A 10ª Revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-10) antecipou o início do período perinatal para a 22 semanas de gestação, época em que o peso de nascimento é de aproximadamente 500g . 2. Interpretação ○ Indica a probabilidade de um feto nascer sem qualquer sinal de vida ou, nascendo vivo, morrer na primeira semana. ○ A taxa é influenciada por numerosos fatores, sendo de especial interesse os vinculados à gestação e ao parto, entre eles o peso ao nascer e a qualidade da assistência prestada à gestante, à parturiente e ao recém-nascido. ○ Taxas elevadas estão geralmente associadas a condições insatisfatórias de assistência pré-natal, ao parto e ao recém-nascido. O pré natal deve ser feito com atenção voltada para detectar as gestações de alto risco e as doenças associadas à gestação, uma vez que a mulher pode adquirir qualquer doenças clínica ou cirúrgica durante o ciclo grávido-puerperal. DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ É importante que o diagnóstico de gravidez seja feito com segurança devido às suas repercussões sociais, legais e médicas. A negligência em não pensar em gravidez pode ser extremamente prejudicial para a gestante e para o feto; portanto, a probabilidade de gestação deve estar em pauta em todo atendimento de uma mulher. O diagnóstico de gravidez é realizado utilizando-se propedêutica clínica, exames laboratoriais e ultrassonografia. O diagnóstico clínico compreende sinais e sintomas que podem ser de presunção, de probabilidade ou de certeza de gravidez. SINTOMAS DE PRESUNÇÃO: São os que as grávidas apresentam, mas que podem surgir em várias outras condições clínicas, sendo, portanto, bastante frágeis no reconhecimento da gravidez. Os mais importantes são: náuseas e vômito, siualorreia, alterações do apetite, aversão a certos odores que provocam náuseas e vômito, lipotimia, tonturas, polaciúria, nictúria, sonolência e alterações psíquicasvariáveis, dependendo de se a gestação era desejada ou não. Grande parte desses sintomas tem explicações nas adaptações do organismo materno à gestação. SINAIS DE PRESUNÇÃO: melasma facial (cloasma gravídico), linha nigra e aumento do volume abdomina e atraso menstrual até 14 diasl. SINAIS E SINTOMAS DE PROBABILIDADE: são as manifestações clínicas mais evidentes na gravidez, porém sem a caracterizar com certeza. O sintoma mais importante é o atraso menstrual, uma vez que a gravidez é a causa mais frequente de amenorreia secundária. Uma mulher sexualmente ativa, sem usar métodos anticoncepcionais, com atraso menstrual, está grávida até que se prove o contrário. Entre os sinais obstétricos, podemos destacar: aumento do volume uterino, alterações na forma em que se observa o preenchimento dos fundos dos sacos laterais pelo utero globoso, caracterizando o SINAL DE NÓBLE; e diminuição da consistência do istmo conhecido como SINAL DE HEGAR, considerando o sinal clínico mais importante do diagnóstico de gravidez. Em relação a diminuição da consistência, pode se detectar, ainda, o sinal ou regra de GOODEL, que consiste no amolecimento do colo uterino que, na presença de gestação, adquire consistência “labial”, enquanto na ausência de gestação a consistência é “nasal”. Os sinais de probabilidade de gestação surgem em média na 8ª semana de gestação. SINAIS DE CERTEZA: - Ausculta dos batimentos cardiofetais com o estetoscópio de Pinard (a partir de 20 semanas) ou o sonar (a partir de 10 a 12 semanas); - Percepção de partes e movimentos fetais pelo examinador: por meio da palpação abdominal, é possível perceber movimentos do feto a partir de 18 a 20 semanas; - Sinal de Puzos (rechaço fetal intrauterino): durante o exame bimanual, um discreto impulso no útero, por meio do fundo de saco anterior, deslocará o feto no líquido amniótico para longe do dedo do examinador. A tendência do retorno do feto faz com que ele seja novamente palpável. Exame físico da gestante: DEVE SER REALIZADA EM 5 TEMPOS 1º INSPEÇÃO 2º PALPAÇÃO 3º ALTURA UTERINA 4º AUSCULTA FETAL 5º TOQUE OBSTÉTRICO 1º INSPEÇÃO Vide anotações anteriores + atentar-se para aumento exagerado do volume abdominal que pode sugerir poli-hidrâmnio - condição médica na qual há excesso de líquido amniótico no saco amniótico, gemelidade e obesidade. 2º PALPAÇÃO Vide anotações anteriores + É importante para identificar como o feto se relaciona com a mãe, ou seja, a estática fetal. Destacam-se quatro manobras, descritas em 1894 por Christian Gerhard Leopold. A primeira tem o objetivo de identificar o polo fetal que se encontra no fundo uterino; a segunda identifica de um lado do abdome materno o dorso fetal e do outro as pequenas partes fetais; a terceira identifica o grau de mobilidade da apresentação; e a quarta complementa a primeira e identifica o polo fetal que está na abertura superior da pelve, ou seja, identifica a apresentação fetal. 3º ALTURA UTERINA Após a palpação, deve ser feita a medida da altura uterina utilizando-se uma fita métrica. A parte metálica da fita é posicionada na borda superior da sínfise púbica e a outra porção da fita entre os dedos médio e indicador da mão esquerda que delimita o fundo uterino, o quE possibilita encontrar a altura uterina em centímetros 4º AUSCULTA FETAL Ausculta fetal. É realizada na dependência da idade gestacional. Antes da 12a semana de gestação, somente pode ser feita por ultrassonografia; da 12a semana até a 22a semana, pela utilização do sonar-Doppler; e, a partir da 22a. semana, utilizando-se o estetoscópio de Pinard. 5º TOQUE OBSTÉTRICO Realizado pelo toque bidigital, sendo bastante útil para diagnosticar a gestação no primeiro trimestre e na vigência de trabalho de parto. Por seu intermédio, identifica-se o apagamento e a dilatação cervical, a presença ou não da bolsa amniótica, a sua integridade e, eventualmente, a sua ruptura; a altura da apresentação; o exame da pelve óssea com a determinação dos diâmetros conjugados; a confirmação da apresentação; e o diagnóstico da variedade de posição. NOMENCLATURA OBSTÉTRICA A estática fetal é definida como as relações existentes entre o feto e o útero, ou seja, as relações materno-fetais durante a gestação. Representa um dado importante para o diagnóstico e para a conduta em obstetrícia, uma vez que fornece informações sobre como o feto está dentro do útero, determinando a maneira como o feto evoluirá por meio dos trajetos mole e duro até nascer. A estática fetal pode ser subdividida em: atitude fetal, situação, apresentação e variedade de posição. Atitude fetal. Representa as relações existentes entre as diversas partes fetais entre si. Na maioria das vezes, o feto está na atitude de flexão generalizada durante toda a gestação. Situação. Indica as relações existentes entre o maior eixo fetal e o maior eixo uterino. O maior eixo fetal é o longitudinal e o maior eixo uterino também é o longitudinal. Quando coincidem, o feto está em situação longitudinal e, caso contrário, o feto está em situação transversa. A situação oblíqua é intermediária entre a longitudinal e a transversa. A situação longitudinal possibilita as apresentações cefálicas e as pélvicas, enquanto a transversa somente possibilita a apresentação córmica. Apresentação. Representa a relação existente entre o polo fetal e a abertura superior da pelve materna. Quando o polo cefálico está em contato com a abertura superior da pelve materna, o feto estará em apresentação cefálica fletida ou defletida (bregma, fronte e face); quando for o polo pélvico, o feto estará em apresentação pélvica; e quando for o ombro,o feto estará em apresentação córmica (do grego kormós = tronco). Determinação da idade gestacional Determinar a idade gestacional é fundamental porque é com essa informação que várias condutas serão tomadas durante a gestação. Pode ser determinada se houver o conhecimento da data da última menstruação, pela combinação da altura uterina/toque vaginal ou pela ultrassonografia obstétrica. Quando a data da última menstruação (DUM) é conhecida com segurança por parte da gestante, usa-se o método do calendário: soma-se o número de dias do intervalo entre a DUM e a data da consulta. Dividindo esse número por sete, teremos o resultado em semanas de gestação. A combinação altura uterina/toque vaginal determina o diagnóstico da idade gestacional por aproximação, de acordo com os seguintes parâmetros: • na oitava semana o útero corresponde ao dobro do tamanho normal • na 10ª semana o útero corresponde a três vezes o tamanho habitual • na 12ª semana é palpável na borda superior da sínfise púbica • na 16ª semana o fundo uterino se encontra entre a sínfise púbica e a cicatriz umbilical • na 20ª semana o fundo uterino se encontra na altura da cicatriz umbilical • a partir da 20ª semana pode ser utilizada a seguinte regra: A idade gestacional em semanas é igual à altura uterina multiplicada por oito e o resultado dividido por sete. A ultrassonografia determina a idade gestacional com precisão. A simples presença do saco gestacional caracteriza a gestação de 5 semanas. A partir da identificação do embrião, a idade gestacional é feita pela medida do embrião por intermédio da medida do comprimento embrionário conhecido como comprimento cabeça-nádega e utilizado até a 12a semana de gestação. A partir da 12-ª semana de gestação, a determinação da idade gestacional é feita utilizando-se vários parâmetros, sendo os mais empregados o de diâmetro biparietal da circunferência abdominal do comprimento do fêmur e o de comprimento do úmero.
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