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Estudos Ambientais Urbanos Me. Rebecca Manesco Paixão C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; PAIXÃO, Rebecca Manesco. Estudos Ambientais Urbanos. Rebecca Manesco Paixão. Maringá-PR.: Unicesumar, 2021. 224 p. “Graduação - Híbridos”. 1. Estudo. 2. Ambeintal. 3. Urbano. 4. EaD. I. Título. ISBN 978-65-5615-387-2 CDD - 22 ed. 363.7 CIP - NBR 12899 - AACR/2 NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação CEP 87050-900 - Maringá - Paraná unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 Impresso por: Coordenador de Conteúdo Flávio Augusto Carraro. Designer Educacional Kaio Gomes; Jociane Karise Benedett . Revisão Textual Cintia Prezoto Ferreira. Editoração Matheus Silva de Souza. Ilustração Welington Vainer. Realidade Aumentada Autoria. DIREÇÃO UNICESUMAR Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva, Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin, Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi. NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes e Tiago Stachon; Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia Coelho; Diretoria de Permanência Leonardo Spaine; Diretoria de Design Educacional Débora Leite; Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho; Head de Metodologias Ativas Thuinie Daros; Head de Curadoria e Inovação Tania Cristiane Yoshie Fukushima; Gerência de Projetos Especiais Daniel F. Hey; Gerência de Produção de Conteúdos Diogo Ribeiro Garcia; Gerência de Curadoria Carolina Abdalla Normann de Freitas; Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo; Projeto Gráfico José Jhonny Coelho e Thayla Guimarães Cripaldi; Fotos Shutterstock. PALAVRA DO REITOR Em um mundo global e dinâmico, nós trabalha- mos com princípios éticos e profissionalismo, não somente para oferecer uma educação de qualida- de, mas, acima de tudo, para gerar uma conversão integral das pessoas ao conhecimento. Baseamo- -nos em 4 pilares: intelectual, profissional, emo- cional e espiritual. Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil: nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba, Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e pós-graduação. Produzimos e revi- samos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil exemplares por ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos educacionais do Brasil. A rapidez do mundo moderno exige dos educadores soluções inteligentes para as ne- cessidades de todos. Para continuar relevante, a instituição de educação precisa ter pelo menos três virtudes: inovação, coragem e compromisso com a qualidade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de Engenharia, metodologias ativas, as quais visam reunir o melhor do ensino presencial e a distância. Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária. Vamos juntos! BOAS-VINDAS Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à Co- munidade do Conhecimento. Essa é a característica principal pela qual a Unicesumar tem sido conhecida pelos nossos alu- nos, professores e pela nossa sociedade. Porém, é importante destacar aqui que não estamos falando mais daquele conhecimento estático, repetitivo, local e elitizado, mas de um conhecimento dinâ- mico, renovável em minutos, atemporal, global, democratizado, transformado pelas tecnologias digitais e virtuais. De fato, as tecnologias de informação e comu- nicação têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, lugares, informações, da educação por meio da conectividade via internet, do acesso wireless em diferentes lugares e da mobilidade dos celulares. As redes sociais, os sites, blogs e os tablets ace- leraram a informação e a produção do conheci- mento, que não reconhece mais fuso horário e atravessa oceanos em segundos. A apropriação dessa nova forma de conhecer transformou-se hoje em um dos principais fatores de agregação de valor, de superação das desigualdades, propagação de trabalho qualificado e de bem-estar. Logo, como agente social, convido você a saber cada vez mais, a conhecer, entender, selecionar e usar a tecnologia que temos e que está disponível. Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg modificou toda uma cultura e forma de conhecer, as tecnologias atuais e suas novas ferramentas, equipamentos e aplicações estão mudando a nossa cultura e transformando a todos nós. Então, prio- rizar o conhecimento hoje, por meio da Educação a Distância (EAD), significa possibilitar o contato com ambientes cativantes, ricos em informações e interatividade. É um processo desafiador, que ao mesmo tempo abrirá as portas para melhores oportunidades. Como já disse Sócrates, “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida”. É isso que a EAD da Unicesumar se propõe a fazer. Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quando investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, consequentemente, transformamos também a so- ciedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportunidades e/ou estabe- lecendo mudanças capazes de alcançar um nível de desenvolvimento compatível com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompa- nhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica e encontram-se integrados à proposta pedagógica, contribuindo no processo educa- cional, complementando sua formação profis- sional, desenvolvendo competências e habilida- des, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessários para a sua formação pessoal e profissional. Portanto, nossa distância nesse processo de crescimento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o Stu- deo, que é o seu Ambiente Virtual de Aprendiza- gem, interaja nos fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das discussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de apren- dizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranquili- dade e segurança sua trajetória acadêmica. APRESENTAÇÃO Seja bem-vindo(a), é com muito prazer que apresento a você o livro especialmente preparado para fornecer uma base de conhecimentos para a consolidação da disciplina intitulada de “Estudos Ambientais Ur- banos”. Trata-se de uma disciplina fundamental para que você adquira conhecimentos relativos à proteção dos recursos naturais, bem como sobre o licenciamento ambiental de empreendimentos e/ou atividades. Além disso, você também será introduzido à avaliação de impactos ambientais, sobre alguns estudos ambientais que fazem parte do pro- cesso de licenciamento ambiental, com destaque ao gerenciamento de resíduos sólidos e, por fim, faremos uma passagem sobre algumas das principais legislações ambientais brasileiras, cujo conhecimento é de extrema importância acadêmica e profissional. Para apresentaçãodos conteúdos, desenvolveu-se o assunto em 9 Uni- dades, interdependentes, conforme veremos a seguir. Na Unidade 1, estudaremos sobre as riquezas encontradas na natureza que podem ser utilizadas para o suprimento das atividades humanas, os chamados recursos naturais. Também aprofundaremos nossos conhecimentos sobre os recursos água, solo e ar, bem como sobre a poluição destes e formas de evitá-la ou controlá-la. Na Unidade 2, veremos como a relação homem versus natureza foi sendo alterada com o passar do tempo, de modo que este passou a consumir desenfreadamente os recursos naturais, acarretando em di- versos problemas ambientais. Neste sentido, dada a necessidade de proteção do meio ambiente, estudaremos também sobre o desenvol- vimento sustentável, definido como o desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente, sem comprometer as necessidades futuras. Por fim, abordaremos sobre a educação ambiental, um importante instrumento para o uso consciente dos recursos naturais, assim como para a conservação do meio ambiente. No contexto do desenvolvimento sustentável, na Unidade 3, vere- mos que empreendimentos e/ou atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou causadoras de degradação ambiental, necessitam de licenciamento ambiental, ou seja, procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia à localização, instalação, ampliação e a operação de tais empreendimentos e/ou atividades. Na Unidade 4, você será introduzido ao conceito de impactos ambien- tais, bem como à Avaliação de Impactos Ambientais (AIA). Você estu- dará que a AIA é um importante instrumento de política ambiental, formado por um conjunto de procedimentos que auxiliam no exame sistemático dos impactos ambientais de uma ação proposta e de suas alternativas. Por fim, nesta unidade, destaca-se o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA). Na Unidade 5, abordaremos sobre as metodologias empregadas no processo de AIA, com ênfase aos métodos Ad Hoc, checklists, matri- zes de interação, redes de interação, overlays, modelos de simulação e análise custo-benefício. Na Unidade 6, você conhecerá alguns dos estudos ambientais que fornecem subsídio para a análise da licença ambiental requerida para um empreendimento e/ou atividade. Neste sentido, abordaremos sobre o Estudo de viabilidade ambiental (EVA), Plano de controle ambiental (PCA), Relatório de controle ambiental (RCA), Plano de recuperação de áreas degradadas (PRAD), Plano de gerenciamento de resíduos só- lidos (PGRS), Plano de controle de poluição ambiental (PCPA), Plano de gerenciamento de riscos (PGR), Estudo de impacto de vizinhança (EIV) e Relatório de impacto de vizinhança (RIV). APRESENTAÇÃO Na Unidade 7, você poderá aprofundar seus conhecimentos no que diz respeito à questão dos resíduos sólidos, bem como sobre o gerencia- mento destes, dando-se uma maior ênfase aos resíduos da construção civil, dada a importância do gerenciamento destes no âmbito urbano. Na Unidade 8, estudaremos sobre a gestão ambiental, e veremos que ela não traz somente benefícios ao meio ambiente, mas também pode trazer benefícios econômicos e estratégicos para um determinado em- preendimento que a adote. Também estudaremos sobre a NBR ISO 14.001, que trata dos Sistemas de Gestão Ambiental (SGA). Por fim, na Unidade 9, você será introduzido a algumas legislações ambientais importantes a você, como acadêmico e futuro profissional, tais como: Política Nacional de Recursos Hídricos, Leis de Crimes Ambientais, Sistema Nacional de Unidades de Conservação, Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Código Florestal. O material não tem a pretensão de esgotar os temas abordados ao longo das unidades, mas trazer orientações sobre os assuntos mais relevantes. Assim, para que seu aprendizado seja efetivo, é necessário que você se dedique. Um grande abraço e boa leitura! CURRÍCULO DOS PROFESSORES Me. Rebecca Manesco Paixão Possui graduação em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Universitário de Maringá (UNICESUMAR-2014) e licenciatura em Matemática pela mesma instituição (UNICESUMAR-2017). É Mestre em Engenharia Química pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química da Universidade Estadual de Maringá (UEM-2017), atuando na linha de pesquisa: Gestão, Controle e Preservação Ambiental. Atualmente é doutoranda em Engenharia Química pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química da Universidade Estadual de Maringá - UEM. Tem experiência com licenciamento ambiental, gerenciamento de resíduos sólidos e tratamento de água e de efluentes líquidos, como professora de cursos presenciais e a distância e na elaboração de materiais didáticos. Link para acesso ao currículo lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv. do?id=K4367457U5 Recursos Naturais 15 Meio Ambiente e Sociedade 37 Licenciamento Ambiental 57 Avaliação de Impactos Ambientais Metodologias para Identificação de Impactos Ambientais 79 107 Estudos Ambientais 129 Resíduos Sólidos Gestão Ambiental 179 Legislação Ambiental 201 155 PLANO DE ESTUDOS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Me. Rebecca Manesco Paixão • Propiciar o entendimento do conceito recursos naturais. • Apresentar ao aluno conceitos importantes relacionados ao recurso água e estudar as principais formas de poluição desse recurso. • Apresentar ao aluno conceitos importantes relacionados ao recurso solo e estudar as principais formas de poluição desse recurso. • Apresentar ao aluno conceitos importantes relacionados ao recurso ar e estudar as principais formas de poluição desse recurso. Recursos Naturais A Água O Ar O Solo Recursos Naturais Recursos Naturais Olá, caro(a) aluno(a), para começarmos nossos es- tudos sobre os recursos naturais, primeiramente, precisamos entender o conceito que possuem. Eles podem ser entendidos como todas as riquezas que se encontram disponíveis na natureza e que podem ser utilizadas pelo ser humano para suprimento de suas necessidades. Dentre os recursos naturais, os mais importantes são a água e o ar, uma vez que dependemos deles para nossa sobrevivência. Venturi (2006) cita que o recurso natural pode ser definido como qualquer elemento ou aspecto da natureza que esteja em demanda, que seja passível de ser utilizado, ou que esteja sendo utilizado direta ou indiretamente pelo homem para satisfazer suas necessidades físicas e culturais, em determinado tempo e espaço. Neste sentido, perceba que os re- cursos naturais são providos pela natureza e não podem ser criados ou manufaturados pelo homem, como o plástico. Além disso, um recurso natural pode passar da condição de livre para bem econômico, de acordo com sua disponibilidade, isto é, conforme o homem se apropria dos recursos, estes adquirem valor eco- nômico e passam a ser transacionados no mercado de bens e valores (PHILIPPI JR.; SILVEIRA, 2005). A exemplo o recurso solo, no mercado imobiliário 17UNIDADE 1 brasileiro, cuja única forma de apropriação deste recurso é por meio da compra e venda. Os recursos naturais podem ser renováveis e não renováveis: • Recursos naturais renováveis: são inesgotáveis, ou seja, não se esgotam na natureza, visto que sua renovação é permanente, como a luz solar, os ventos etc. No entanto, é importante salientar que alguns recursos renováveis podem se tornar não renováveis em consequência do mau uso que deles fazemos. • Recursos naturais não renováveis: são esgotáveis, visto que sua renovação não é feita em tempo hábil para a utilização pelo homem, como o carvão mineral, petróleo, pedras preciosas, ferro etc. Os termos renováveis e não renováveis têm sido empregados para se referir às formas econômicas e racionais de utilização dos recursos naturais, de modo que os renováveis não se esgotem por mau uso, e os não renováveis rapidamente deixem de existir (DULLEY, 2004). Neste sentido, é muito impor-tante que atuemos na conservação desses recursos tão importantes para nós. Alguns recursos naturais possuem capacidade de recuperação, mas dependendo do grau de degradação imposto, o recurso degradado pode não ter condições de retornar ao seu estado natural. À título de ilustração, um recurso hídrico possui capacidade de autodepuração dos poluentes nele depositados; no entanto, se a quantidade de efluentes líquidos for superior a sua capacidade de absorção, o corpo d’água pode não se recuperar e atingir tal grau de degradação que não permita a vida aquática, comprometendo seus usos e, até mesmo, acarretar doenças de veiculação hídrica. Os recursos naturais são ditos renováveis se voltarem a estar disponíveis, caso contrário são não renováveis. Fonte: Dulley (2004, p. 22). Nesta unidade denominada de “Recursos Naturais”, não poderíamos deixar de estudar sobre a água, o ar e o solo. Por isso, você poderá aprofundar seus conhecimentos no que diz respeito a esses recursos, bem como sobre a poluição deles. 20% da população mundial, que habita, principalmente, os países do hemisfério norte, consomem 80% dos recursos naturais e energia do planeta e produz mais de 80% da poluição e da degradação do meio ambiente. Fonte: Consumo Sustentável (2005). 18 Recursos Naturais Caro(a) aluno(a), embora saibamos que a maior parte do planeta Terra é coberta por água – apro- ximadamente dois terços (⅔) –, apenas uma pe- quena parcela é utilizável para as atividades hu- manas, conforme ilustra a Figura 1. A ÁGUA 19UNIDADE 1 97,5% ÁGUA SALGADA 2,5% ÁGUA DOCE 68,9% Calotas Polares 29,9% Água subterrânea 0,9% Outros reservatórios Figura 1 - Distribuição de água no mundo / Fonte: a autora. Assim, perceba que apenas 2,5% da água dispo- nível em nosso planeta é doce; e ainda, dessa pe- quena parcela, apenas 0,3% se encontra nos rios e lagos, formas de mais fácil acesso às atividades humanas, e de onde provém a maior quantidade da água que consumimos. Em termos globais, a água disponível no mun- do é superior ao total consumido pela popula- ção, mas essa distribuição é desigual e não está de acordo com o tamanho da população e suas necessidades pessoais, bem como para as neces- sidades da indústria e da agricultura. Além da má distribuição e das perdas, a crescente degradação dos recursos hídricos acaba por tornar a água im- própria para diversos usos. Neste sentido, em mui- tas regiões do mundo há problemas relacionados à água, seja pela escassez desse recurso ou por sua qualidade inadequada. O homem utiliza a água para diversos fins, que po- dem ser classificados em usos consuntivos (quando há perdas entre o que é retirado e o que retorna ao sistema natural) e em uso não consuntivo. • Uso consuntivo: abastecimento humano, abastecimento industrial, irrigação e des- sedentação de animais. • Uso não consuntivo: recreação e lazer, harmonia paisagística, geração de energia elétrica, preservação da fauna e da flora, navegação, pesca, e diluição de despejos. Dentre os vários usos da água, o abastecimento humano é considerado o mais nobre e prioritário, visto que o homem depende deste recurso para sua sobrevivência. Neste sentido, a água que nós bebemos deve obedecer a critérios específicos estabelecidos pela legislação vigente, no caso do Brasil a Portaria nº 2.914/2011 (BRASIL, 2011), de forma a chegar ao consumidor apresentando ca- racterísticas sanitárias e toxicológicas adequadas. Além disso, alguns usos da água, sejam eles consuntivos ou não consuntivos, podem acar- retar em alterações de sua qualidade, a exemplo das indústrias que lançam seus efluentes líquidos nos corpos hídricos receptores, muitas vezes sem tratamentos adequados, e até mesmo na irrigação, em que fertilizantes e pesticidas podem acabar infiltrando-se nos corpos d’água. A América detém a maior parte da água doce do mundo (45%), seguida da Ásia (28%), Europa (15,5%) e África (9%). E ainda, o Brasil está entre as nações mais ricas do mundo em termos de água, disponibilizando um total de 8.225 km3/hab.ano. Fonte: Calijuri e Cunha (2013, p. 248). 20 Recursos Naturais Poluição das Águas A poluição das águas diz respeito à introdução de poluentes (químicos, radioativos ou organismos patogênicos) que podem torná-la imprópria para um determinado uso. Os poluentes, sejam eles nas formas de matéria ou energia, são capazes de alterar as propriedades físicas, químicas e biológicas das águas. De acordo com Derisio (2012), a poluição das águas pode ter origem em quatro tipos de fontes, a saber: • Poluição natural: não está associada à atividade humana, como chuvas e escoamento superficial, salinização e decomposição de vegetais e animais mortos. • Poluição industrial: compreende os resíduos líquidos gerados nos pro- cessos industriais em geral. • Poluição urbana: proveniente dos habitantes de uma cidade, que geram esgotos domésticos lançados direta ou indiretamente nos corpos d’água. • Poluição agrossilvipastoril: decorrente das atividades ligadas à agricul- tura e pecuária, por meio da utilização de defensivos agrícolas, fertilizantes, excrementos de animais e erosão. Além dessas fontes de poluição citadas, também se deve considerar a poluição acidental, a qual é decorrente do derramamento de substâncias nos corpos d’água, a exemplo de acidentes de derramamento de petróleo. Quanto às fontes de poluição dos corpos d’água (Figura 2), elas podem ser pontuais, cujo lançamento da carga poluidora é feito pontualmente em um de- terminado local, ou difusas, quando os poluentes alcançam o corpo d’água de forma dispersa, não havendo um ponto específico para a entrada do poluente. Neste sentido, caro(a) aluno(a), os poluentes podem chegar aos corpos d’água por diversas formas, seja por meio do lançamento direto, precipitação, escoamento pela superfície do solo ou por infiltração. Poluição ambiental: resultante das atividades e intervenções humanas que liberam formas de matéria (microrganismos, partículas etc.) ou energia (radiação, ondas sonoras etc.) em desacordo com padrões ambientais estabelecidos, e que podem afetar negativamente a qualidade de vida dos seres vivos. 21UNIDADE 1 Zona rural Plantação Fábrica Subúrbio Cidade Fontes difusas Fontes pontuais Alimentação de animais Figura 2 - Poluição da água por fontes pontuais e difusas / Fonte: Braga et al. (2005, p. 83). Podemos citar alguns exemplos de poluentes das águas superficiais, como: efluentes líquidos domésticos, efluentes líquidos industriais, águas pluviais carregando impu- rezas da superfície do solo, resíduos sólidos, sedimentos, dejetos animais, agrotóxicos, fertilizantes e pesticidas. As fontes de poluição pontual podem ser facilmente identificadas e, portanto, seu controle é mais fácil e rápido, comparativamente com as fontes difusas. 22 Recursos Naturais Mota (2012) e Calijuri e Cunha (2013) enume- ram que as consequências da poluição da água podem ser de caráter sanitário, ecológico, social ou econômico, como: • Prejuízos ao abastecimento humano. • Agravamento dos problemas de escassez de água de boa qualidade, como as doenças de veiculação hídrica. • Elevação do custo do tratamento de água, que se reflete no preço a ser pago pela po- pulação. • Prejuízos a outros usos da água, como in- dustrial, irrigação, pesca etc. • Desvalorização das propriedades margi- nais. • Prejuízos à fauna aquática, promovendo desequilíbrios ecológicos. • Degradação da paisagem. Caro(a) aluno(a), perceba que são vários os po- luentes dos corpos d’água que podem trazer di- versos prejuízos aos seus usos. Neste sentido, é muito importante que haja o controle da poluição desse recurso. Controle da Poluição da Água O controle da poluição da água pode englobar ações de caráter preventivo e corretivo. As ações corretivas visam corrigir o dano já causado, de forma a eliminar ou reduzir a carga poluidora já existente, a exemplo de acidentes ambientais, como o derramamento de petróleo que ocorreuno Alasca em 1989, cuja água contaminada foi tra- tada por meio da biorremediação. As ações pre- ventivas visam evitar que a poluição do recurso ocorra, como a adoção de estações de tratamento de efluentes líquidos em uma indústria, capaz de tratar o efluente, tornando-o apto a ser disposto no corpo hídrico receptor. Assim, observe que as ações de caráter preven- tivo são mais eficazes no controle da poluição, do que as de caráter corretivo, visto que são menos onerosas, pois evitam o surgimento dos prejuízos que já discutimos. No Brasil, existem resoluções que tratam do con- trole da poluição dos recursos hídricos, baseando- -se no critério do corpo receptor conjugado com o lançamento de efluentes líquidos (DERISIO, 2012). Neste sentido, a Resolução CONAMA nº 357/2005, alterada pela Resolução CONAMA nº 430/2011, dispõe sobre a classificação dos corpos d’água e di- retrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lança- mentos de efluentes líquidos. Com relação ao corpo hídrico receptor, são esta- belecidos padrões de qualidade em função de seus usos preponderantes. Assim, as águas do território nacional são divididas em termos de salinidade, ou seja, águas com valores iguais ou inferiores a 0,5% são ditas doces; águas com valores entre 0,5% e 30% são ditas salobras; e águas com valores iguais ou superiores a 30% são denominadas de salinas. Para cada um desses tipos de água, os mananciais são enquadrados em classes, de forma a definir critérios ou condições a serem atendidos. Além disso, as referidas resoluções determinam que os efluentes líquidos, independentemente da fonte poluidora, só podem ser lançados nos cor- pos hídricos desde que obedeçam determinadas condições no que se refere aos parâmetros físicos, químicos e biológicos. Para finalizarmos este tópico, observe que o con- sumo da água no planeta tende a aumentar, acompa- nhando a tendência de aumento populacional e de desenvolvimento industrial. Assim, torna-se muito importante manejar adequadamente os recursos hídricos compatibilizando seus diversos usos, de forma que esse recurso natural seja mantido em quantidade e em qualidade para as presentes e fu- turas gerações. 23UNIDADE 1 Para Braga et al. (2005, p. 126), “ [...] o solo pode ser conceituado como um manto superficial formado por rocha desa- gregada e, eventualmente, cinzas vulcânicas, em mistura com matéria orgânica em de- composição, contendo ainda, água e ar em proporções variáveis e organismos vivos. Neste contexto, são quatro os componentes princi- pais que constituem o solo: elementos e partículas minerais, matéria orgânica, ar e água. O solo é um recurso que suporta toda a cobertura vegetal, sem o qual os seres vivos não poderiam existir. É utilizado como: fundação para edificações, aterros e estradas; elemento de fixação e nutrição de vegetais; para o armazenamento de combustíveis fósseis; para o armazenamento de água; e também pode ser ex- traído para posterior utilização na construção civil. O solo apresenta diferentes camadas que fun- cionam como um “filtro” capaz de reter todas as impurezas nele depositadas; mas com o passar do tempo, essas impurezas passam a se acumular, ge- rando uma gradativa queda na qualidade do solo para a agricultura, para uma comunidade vegetal nativa ou para os microrganismos que vivem em meio ao substrato (CHUPIL, 2014). O SOLO 24 Recursos Naturais Neste sentido, dados todos os usos que o solo pode ter, esse recurso deve ser ma- nejado adequadamente com vistas a não degradação, visto que o solo leva séculos ou até mesmo milhões de anos para se formar sob a ação de agentes naturais, e em um pequeno intervalo de tempo pode ser degradado pela atividade antrópica. A degradação do solo está relacionada a sua perda de qualidade ou à diminuição da sua capacidade produtiva. E pode ser causada pela ação do homem, por meio do lançamento inadequado de resíduos sólidos, desmatamento, queimadas, impermea- bilização, aplicação de fertilizantes e pesticidas, acidentes no transporte de cargas etc. Sánchez (2001, p. 82) define a degradação do solo como: “ (I) a perda de matéria devido à erosão ou a movimentos de massa, (II) o acúmulo de matéria alóctone (de fora do local) recobrindo o solo, (III) a alteração negativa de suas propriedades físicas, tais como sua estrutura ou grau de compacidade, (IV) a alteração das características químicas, (V) a morte ou alteração das comunidades de organismos vivos do solo. A agricultura é uma das principais atividades humanas modificadoras do solo, a exem- plo do monocultivo, que pode acarretar em perda de biodiversidade e da variabilidade genética das espécies na região e, ainda, facilitar a ocorrência de processos erosivos. O Mar do Aral, no Uzbequistão, é um exemplo desastroso de degradação por práticas agrícolas inadequa- das, em que projetos de irrigação mal planejados, conduzidos pela antiga União Soviética, na década de 60, levaram à degradação ambiental de grandes proporções, com o quase desaparecimento de um dos maiores lagos do mundo, à salinização excessiva das águas e do solo e à decadência econômica da região. Fonte: adaptado de Calijuri e Cunha (2013). Além disso, você deve se atentar que a ocupação urbana também é responsável pela degradação do recurso solo. De acordo com Calijuri e Cunha (2013), o processo de ocupação urbana se inicia com o desmatamento e posterior impermeabilização da cobertura do solo, de forma a modificar o balanço hídrico e provocar, com frequência, problemas de erosão, assoreamento e inundações. Esse cenário é comum na maioria das cidades, em que o solo não consegue desem- penhar sua função, em decorrência do manejo sem planejamento das águas pluviais, da disposição inadequada de resíduos sólidos, da contaminação em postos de combustíveis e em áreas industriais, e até mesmo devido à ocupação de áreas instáveis sujeitas a riscos geológicos. Observe a Figura 3, que ilustra um exemplo de ocupação urbana irregular. 25UNIDADE 1 Figura 3 - Ilustração de ocupação urbana irregular / Fonte: Ocupação Urbana (2011, on-line)¹. Erosão é o destacamento e transporte de partículas sólidas do solo, como resultado de agentes naturais, como a água e o vento, de forma que esse processo é intensificado pela ação humana. A remoção dessas partículas sólidas pode causar alterações de relevo, riscos às obras civis, empobrecimento do solo e, até mesmo, assoreamento dos rios. Controle da Poluição do Solo Vimos que a degradação do solo está diretamente relacionada a práticas que preju- diquem sua qualidade, como a introdução de poluentes, a exemplo dos fertilizantes, resíduos sólidos, produtos químicos e outros que podem saturar o solo, desertificar, alterar a topografia e diversas outras consequências. Dessa forma, torna-se necessário a adoção de medidas de controle da poluição do solo. 26 Recursos Naturais Assim como no controle da poluição da água, no controle da poluição do solo podem ser utilizadas ações preventi- vas e corretivas. As ações preventivas estão relacionadas ao ordenamento do uso e ocupação do solo, por meio de técnicas ambientalmente adequadas que não coloquem o meio ambiente em risco. Nas áreas rurais, Braga et al. (2005, p. 140) citam que estas medidas estão relacionadas às “práticas conservacionistas” que permitem a exploração do solo, sem depurá-lo significativamente. Dentre as técnicas utilizadas, destaca-se o preparo do solo para plantio em curvas de nível; terraceamento; estru- turas para desvio que terminem em poços para infiltração das águas; controle das voçorocas; preservação nativa nas áreas de grande declive e nas margens de cursos de água. As ações corretivas dizem respeito à recuperação do solo já degradado. No caso de processos erosivos, em que a camada de solo removido ainda é delgada, permane- cendo à superfície os horizontes superiores, o plantio de vegetação é indicado a fim de repor a fertilidade eproduti- vidade do solo. No entanto, em casos mais graves, torna-se necessário intervenções por meio de obras de engenharia hidráulica, engenharia de solos e engenharia agronômica (BRAGA et al., 2005). Neste sentido, caro(a) aluno(a), perceba que a mudança de consciência da população para com os cuidados com o meio ambiente, mais especificamente o solo, também pode ser considerada como medida de controle da poluição, envolvendo a utilização de materiais recicláveis, uso de defensivos agrícolas menos persistentes, como inseticidas fosforados, proteção das florestas, evitando o desmata- mento e outros. Além disso, quanto ao aspecto legal, no Brasil temos a Resolução CONAMA nº 420/2009, alterada pela Resolu- ção CONAMA nº 460/2013 (CONAMA, 2013) que “ dispõe sobre critérios e valores orientadores de qua- lidade do solo quanto à presença de substâncias quí- micas e estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas por essas substân- cias em decorrência de atividades antrópicas. 27UNIDADE 1 A troposfera compreende a camada de ar que pos- sui 12 km de espessura acima da crosta terrestre e onde o homem desenvolve suas atividades (DE- RISIO, 2012). Do ponto de vista climático, a tro- posfera possui importância fundamental, uma vez que essa camada é responsável pela ocorrência das condições climáticas do nosso planeta. Acima da troposfera, encontra-se a estratosfera, uma cama- da muito importante do ponto de vista ambiental, uma vez que é nela que se encontra a camada mais espessa de ozônio, possibilitando a ocorrência das reações importantes para o desenvolvimento das espécies vivas (BRAGA et al., 2005). O ar atmosférico é composto por uma mistu- ra de gases, principalmente nitrogênio (78,11%), oxigênio (20,95%), argônio (0,93%) e dióxido de carbono (0,03%); ainda, pode-se encontrar em sua composição: hidrogênio, metano, óxido nitroso e gases nobres, como neônio, hélio e criptônio, além de vapor-d’água, ozônio, dióxido de enxo- fre, dióxido de nitrogênio, amônia, monóxido de carbono, partículas sólidas em suspensão e outros componentes variáveis em função das atividades humanas, os quais podem alterar ou introduzir alguns componentes (MOTA, 2012). O AR 28 Recursos Naturais Já vimos que o ar é um recurso natural indispen- sável aos seres vivos, e essencial à manutenção da vida na Terra. Além disso, o ar é utilizado na comu- nicação, no transporte, na combustão, em processos industriais e também como diluidor de resíduos gasosos. Dados todos os usos do ar, como resultado de seu uso indiscriminado, surge a poluição desse re- curso, o que acarreta em impactos sobre as pessoas, animais, vegetais e materiais. Poluição do Ar A poluição do ar é definida como a presença ou o lançamento de substâncias, cujas altas concentrações podem torná-lo impróprio à saúde; inconveniente ao bem-estar público; danoso aos materiais, à fauna e a flora; e prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade. Essas substâncias são denominadas de poluentes atmosféricos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (WHO, 2005, on-line)², os poluentes atmosféricos são classificados em primários e secundários: • Poluentes primários: são aqueles emitidos diretamente das fontes poluidoras para a at- mosfera, como: • material particulado (fumos, poeiras, névoas). • monóxido de carbono (CO). • dióxido de carbono (CO2). • óxidos de nitrogênio (NO e NOx). • compostos de enxofre (SOx, H2S). • hidrocarbonetos. • clorofluorcarbonos. • Poluentes secundários: são aqueles forma- dos na atmosfera por meio de reações quími- cas, a partir dos poluentes primários. Entre eles, destaca-se os oxidantes fotoquímicos, resultantes da reação entre os hidrocarbone- tos e os óxidos de nitrogênio, na presença de luz solar, a exemplo do ozônio (O3), peroxia- cetilnitrato (PAN) e peróxido de hidrogênio (H2O2). Ainda, no contexto dos poluentes secundários, o trióxido de enxofre (SO3) pode reagir com o vapor de água para pro- duzir o ácido sulfúrico (H2SO4), que se pre- cipita originando a chamada “chuva ácida”. Chuva ácida é um fenômeno causado pela intera- ção de óxidos com vapor d’água, capaz de formar substâncias ácidas, como ácido sulfúrico e ácido nítrico, que se precipitam na forma de chuva. Esta pode provocar diversos danos, como a des- truição das florestas, a destruição de construções e patrimônios históricos e a contaminação dos recursos hídricos. E, dentre as fontes de poluição, podemos destacar as de origem natural e as de origem antrópica. Quanto às fontes de poluição do ar de origem natu- ral, cita-se os vulcões, a desnitrificação por bactérias e a decomposição anaeróbia da matéria orgânica. Quanto às fontes de poluição de origem antrópica, tem-se várias, como: as indústrias, os veículos auto- motores, queima da vegetação, queima de combustí- veis fósseis, queima de resíduos sólidos, aplicação de agrotóxicos, aplicação de “sprays” e dentre diversas outras atividades humanas que podem liberar po- luentes atmosféricos. Você se lembra que as fontes de poluição podem ser pontuais ou difusas? Como exemplos de fon- tes pontuais de poluentes atmosféricos se tem as indústrias, que podem liberar pontualmente gases e materiais particulados nocivos; quanto às fontes difusas, um exemplo comum que nos deparamos em nosso dia a dia são os veículos automotores. 29UNIDADE 1 Como sabemos, a poluição atmosférica pode re- sultar em várias consequências para o meio am- biente e para a saúde dos seres vivos. Dentre seus principais impactos, destaca-se: • Desfiguração da paisagem. • Redução da visibilidade. • Danos à saúde humana, acarretando em doenças do aparelho respiratório, como: asma, bronquite, enfisema, câncer, irritação dos olhos etc. • Danos à vegetação, por meio da redução da fotossíntese e também alterações no cres- cimento e na produção de frutos. • Alterações das características climáticas, podendo acarretar em maior precipitação, redução da radiação e iluminação, e até mesmo em aumento da temperatura. Controle da Poluição do Ar Dados todos os danos que a presença dos poluentes atmosféricos pode causar, a Resolu- ção CONAMA nº 003/90 (CONAMA, 1990) dispõe sobre os padrões de qualidade do ar no Brasil. Em seu artigo 1º, a referida resolução define que os padrões de qualidade do ar representam: “as concentrações de poluentes atmosféricos que, ultrapassadas, poderão afetar a saúde, a segurança e o bem-estar da população, bem como ocasionar danos à flora e à fauna, aos materiais e ao meio ambiente em geral” (CONAMA, 1990, p. 01). 30 Recursos Naturais Neste sentido, caro(a) aluno(a), é importante adotar medidas de controle da poluição atmosférica como forma de atender a legislação vigente e evitar os danos que ela pode causar. Assim, a emissão de gases e materiais particulados nocivos deve ser controlada na fonte poluidora, compreendendo, por exemplo, a adoção de filtros nas chaminés das indústrias. Além disso, é importante que, por meio do planejamento territorial, sejam tomadas algumas medidas nas cidades, conforme Mota (2012) destaca: • Localização das fontes poluidoras em local afastado, como em zonas industriais, a exemplo da Figura 4. • Utilização de barreiras, sejam elas naturais ou artificiais, com vistas a evitar a propagação dos poluentes. • Distribuição adequada das edificações, de forma a garantir a circulação do ar e consequente dispersão dos poluentes. • Incentivo ao transporte coletivo. Ventos predominantes Zona residencial, escolas, hospitais Zona comercial e de serviços Área verde Zona industrial Figura 4 - Exemplo de uso do solo visando à qualidade do ar em áreas urbanas Fonte: adaptada de Mota (2012). Caro(a) aluno(a), para finalizarmos esta unidade, sabe-se que o ser humano não consegue sobreviver sem ar e, dessa forma, ele é obrigado a utilizar esse recurso nas condições em que este se encontra. Diferentemente da água e do solo, que podem ser tratados, com raríssimas exceções,pode-se tratar o ar já poluído. Assim, devemos utilizar desse recurso de modo a não provocar mudanças em sua composição e, con- sequentemente, trazer prejuízos à nossa saúde e ao meio em que vivemos. Tenha sua dose extra de conhecimento assistindo ao vídeo. Para acessar, use seu leitor de QR Code. 31 1. Os recursos naturais envolvem elementos ou partes do meio ambiente físico e biológico que possam ser úteis e acessíveis ao homem, como solo, minerais, fauna, flora dentre outros. Assim, explique o que são os recursos naturais e as formas que podem ser encontrados na natureza quanto a sua exploração. 2. Nós vimos que são diversos os usos da água pelos seres vivos, os quais podem ser classificados em usos consuntivos e não consuntivos. Quanto aos usos con- suntivos, qual das alternativas não faz parte desse grupo: a) Abastecimento público. b) Dessedentação de animais. c) Irrigação. d) Geração de energia elétrica. e) Abastecimento industrial. 3. Estudamos que a degradação do solo está diretamente relacionada à perda de sua qualidade. Sobre esse assunto, leia as afirmações que seguem e assinale V para verdadeiro e F para falso: ) ( O solo é composto, principalmente, por elementos e partículas vegetais, ma- téria orgânica, ar e água. ) ( A degradação do solo pode envolver a perda de matéria devido à erosão ou a movimentos de massa. ) ( No controle da poluição de solos, as medidas preventivas visam recuperar o meio já degradado. ) ( Um problema muito comum resultante da impermeabilização dos solos nas cidades são as inundações. A sequência correta é: a) V-V-V-V. b) V-F-F-F. c) F-V-F-V. d) F-V-V-V. e) V-F-V-F. 32 Conservação dos recursos naturais e sustentabilidade: um enfoque geo- gráfico Autor: Thiago Kich Fogaça, Monyra Guttervill Cubas e Bruna Daniela de Araujo Taveira Editora: Intersaberes Sinopse: a problemática ambiental passou a ser tema de destaque no mundo à medida que a escassez de recursos naturais tem sido agravada em virtude do consumo indiscriminado. Embora muitas pessoas e empresas já tenham mudado suas atitudes com relação ao meio ambiente, muito ainda precisa ser feito. No contexto atual de desenvolvimento, é emergencial descobrirmos mais maneiras de utilizar esses recursos de forma sustentável e de reduzir os impactos ambientais. LIVRO Gestão dos recursos naturais: uma visão multidisciplinar Autor: Erivaldo Moreira Barbosa, Rogaciano Cirilo Batista e Maria de Fátima Nóbrega Barbosa Editora: Ciência Moderna Sinopse: no livro “Gestão dos Recursos Naturais: Uma Visão Multidisciplinar”, o leitor encontrará informações sobre teorias, instituições, métodos, planejamento, suporte à decisão, indicadores, avaliação e monitoramento dos recursos naturais por meio do viés multidisciplinar. O leitor encontrará, ainda, informações acerca do desenvolvimento sustentável, agroecologia e sustentabilidade. LIVRO 33 Introdução ao controle de poluição ambiental Autor: José Carlos Derisio Editora: Oficina de Textos Sinopse: o controle da poluição ambiental ganha cada vez mais relevância para a indústria, que precisa atender aos requisitos da legislação, de normas técnicas e das exigências de consumidores e investidores. O livro aborda os principais usos da água, do ar e do solo; os tipos de poluição que os afetam e os danos provocados; parâmetros e métodos para avaliação de qualidade; técnicas de controle de poluição e aspectos legais e institucionais. LIVRO Home: nosso planeta, nossa casa Ano: 2009 Sinopse: o fotógrafo Yann Arthus-Bertrand foca nos temas que mais importam, como a perda da diversidade, globalização da agricultura, o crescimento popu- lacional e da pobreza e, acima de tudo, a beleza deste mundo. FILME O vídeo “O dinheiro faz o mundo girar (Money, money)”, produzido pela WWF, ilustra o poder destrutivo e o egocentrismo do homem e as consequências que este pode trazer ao meio ambiente quando da exploração intensiva dos recursos naturais. Para acessar, use seu leitor de QR Code. WEB https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/6549 34 BRAGA, B. et al. Introdução à Engenharia Ambiental. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. BRASIL. Portaria do Ministério da Saúde nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011. Dis- põe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Brasília: DOU, 2011. CALIJURI, M. do C.; CUNHA, D. G. F. Engenharia ambiental: conceitos, tecnologia e gestão. Rio de Janeiro: ELSEVIER, 2013. CHUPIL, H. Acidentes ambientais e planos de contingência. Curitiba: Intersaberes, 2014. CONAMA. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 003, de 28 de junho de 1990. Dispõe sobre padrões de qualidade do ar, previstos no PRONAR. Conama, 1990. CONAMA. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 357, de 17 de março de 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências. Conama, 2005. CONAMA. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 420, de 28 de dezembro de 2009. Dispõe sobre critérios e valores orientadores de qualidade do solo quanto à presen- ça de substâncias químicas e estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas por essas substâncias em decorrência de atividades antrópicas. Conama, 2009. CONAMA. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 430, de 13 de maio de 2011. Dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes, complementa e altera a Resolução nº 357, de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente-CO- NAMA. Conama, 2011. CONAMA. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 460, de 30 de dezem- bro de 2013. Altera a Resolução CONAMA nº 420, de 28 de dezembro de 2009, que dispõe sobre critérios e valores orientadores de qualidade do solo quanto à presença de substâncias químicas e dá outras providências. Conama, 2013. CONSUMO SUSTENTÁVEL: Manual de Educação para o consumo sustentável. Brasília: Consumers International/MMA/MEC/IDEC, 2005. Disponível em: http://portal.mec.gov. br/dmdocuments/publicacao8.pdf. Acesso em: 23 fev. 2021. 35 DERISIO, J. C. Introdução ao controle de poluição ambiental. 4. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2012. DULLEY, R. D. Noção de natureza, ambiente, meio ambiente, recursos ambientais e recursos naturais. Agric., v. 51, n. 2, p. 15-26, 2004. MOTA, S. Introdução à engenharia ambiental. 5. ed. Rio de Janeiro: ABES, 2012. PHILIPPI JR. A.; SILVEIRA, V. F. Controle da qualidade das águas. In: PHILIPPI JR. A. Sa- neamento, Saúde e Ambiente: fundamentos para um desenvolvimento sustentável. São Paulo: Manole, 2005. SÁNCHEZ, L. E. Desengenharia. O passivo ambiental na desativação de empreendimentos industriais. São Paulo: EDUSP, 2001. VENTURI, L. A. B. Recurso natural: a construção de um conceito. GEOUSP - Espaço e Tempo, n. 20, p. 9-17, 2006. REFERÊNCIAS ON-LINE ¹Em: http://ocupacaourbana.blogspot.com.br/2011/09/ocupacao-urbana-irregular.html. Acesso em: 23 fev. 2021. ²Em: http://www.who.int/phe/health_topics/outdoorair/outdoorair_aqg/en/. Acesso em: 23 fev. 2021. 36 1. Os recursos naturais são as riquezas que a natureza nos dá e que podem ser transformados de forma a torná-los valiosos e úteis. Quanto à exploração do homem, os recursos naturais podem ser renováveis, a exemplo do vento, e não renováveis, a exemplo do petróleo. 2. D. 3. C. _Hlk63975601 _Hlk63975521 Recursos Naturais Meio Ambiente e Sociedade Licenciamento Ambiental Avaliação de Impactos Ambientais Metodologias para Identificação de Impactos Ambientais Estudos Ambientais Resíduos Sólidos Gestão Ambiental Legislação Ambiental Button 7: Botão 4:
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