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Tatiana Peres de assis Maia 1ª Unidade Sustentabilidade Meio Aimbiente Bem vindo ao seu e-Book! Para navegar pelo seu contúdo é muito simples! Basta você clicar nas setinhas que estão nos cantos das páginas. Ou ainda usar as setas direcionais do seu teclado. Bons estudos! AvançarVoltar Direcionais do seu teclado Bem vindo ao seu e-Book! Para navegar pelo seu contúdo é muito simples! Basta você clicar nas setinhas que estão nos cantos das páginas. Ou ainda usar as setas direcionais do seu teclado. Bons estudos! AvançarVoltar Direcionais do seu teclado Photo by Austin Distel on Unsplash Tatiana Peres de assis Maia 1ª Unidade Meio Aimbiente Sustentabilidade Sustentabilidade Meio Ambiente Tatiana Peres de Assis Maia 1ª Unidade Copyright Centro Universitário Fundação Assis Gurgacz, Núcleo de Educação a Distância. Todos os direitos são reservados. É proibida a reprodução, distribuição, comercialização ou cessão sem autorização dos detentores dos direitos. Esse livro foi publicado no Ambiente Virtual de Aprendizagem do Centro Universitário Fundação Assis Gurgacz, para leitura exclusiva online pelos alunos matriculados no Ensino a Presencial. Os leitores poderão imprimir as páginas para leitura pessoal. Os direitos dessa obra não foram cedidos. Autores: Tatiana Peres de Assis Maia Título: Sustentabilidade Diretor geral: Cleber Fagundes Ramos Gerente de produção: Vanessa Anderle Zaiatz Design Instrucional: Anderson Julio de Souza Projeto gráfico: Bruno Vinícius dos Reis Diagramação: Fabricio Frigo Pielke 1ª Edição 2019 fag.edu.br Av. das Torres, 500, Bloco 03 Fone: (045) 3321-3422 Loteamento FAG | CEP: 85.806-095 Cascavel | Paraná | Brasil Pág. 8 Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz Sumário Apresentação da Disciplina ...............................................................................10 Ponto de Partida ....................................................................................................... 11 Roteiro do Conhecimento .................................................................................. 12 Unidade 01 - Meio Ambiente ............................................................................. 14 1.1 - Definições e Conceitos Ambientais e Ecológicos Básicos.......15 1.1.1 - Níveis de Organização Biológica ................................................. 17 1.1.2 - Fatores Bióticos e Abióticos ........................................................ 22 1.2 - Ecossistemas e Ciclos Biogeoquímicos ....................................26 1.2.1 - Cadeia Alimentar ............................................................................... 27 1.2.2 - Teia Alimentar ....................................................................................29 1.2.3 - Ciclos Biogeoquímicos ................................................................... 31 1.2.3.1 - Ciclo da Água .................................................................................. 32 1.2.3.2 - Ciclo do Carbono .........................................................................33 1.2.3.3 - Ciclo do Oxigênio ........................................................................35 1.2.3.4 - Ciclo do Nitrogênio ..................................................................... 37 1.3 - Poluição Ambiental ........................................................................... 40 1.3.1 - Poluição do Ar ....................................................................................42 1.3.2 - Poluição da Água .............................................................................45 1.3.3 - Poluição do Solo ..............................................................................48 1.3.4 - Poluição Sonora ...............................................................................50 1.3.5 - Poluição Visual ..................................................................................53 1.3.6 - Principais Consequências Ambientais da Poluição ........56 1.4 - Normas e Definições Legais que Regem as Questões Ambientais Brasileiras ................................................................................59 Referências........................................................................................................ 71 Pág. 9 Sustentabilidade Pág. 10 Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Prezado (a) estudante, seja muito bem-vindo (a) a mais uma etapa de seu processo de formação profissional. É com satisfação que apresento o livro da disciplina Sustentabilidade. No decorrer deste livro você vai conhecer as principais características ligadas ao meio ambiente, as questões históricas sobre a exploração ambiental e porque se fez necessário o estudo e aplicação da sustentabilidade. O principal objetivo deste livro é proporcionar conhecimentos básicos sobre os conceitos desta disciplina tão importante para as nossas ações diárias, seja em casa ou no trabalho e, sem dúvida, de grande importância na formação do pensamento crítico do estudante, que aprenderá a analisar as ações envolvidas no processo de sustentabilidade. Assim sendo, você vai ver as seguintes unidades: Unidade 1 – Meio Ambiente. Unidade 2 – Sustentabilidade. Unidade 3 – Aspectos Ecológicos. Unidade 4 – Projeto Sustentável. Que essa oportunidade de aprendizado seja proveitosa! Pág. 11 Sustentabilidade PONTO DE PARTIDA Nesta unidade inicial da disciplina de Sustentabilidade, vamos conversar um pouco sobre as características mais importantes do meio ambiente. Pode parecer meio estranho, mas para falarmos de Sustentabilidade, precisamos entender o ambiente que nos cerca e, consequentemente, tudo o que faz parte dele. Ao final desta unidade, você deve apresentar os seguintes aprendizados: ○ Entender o conceito de desenvolvimento sustentável. • Compreender os principais aspectos envolvidos na sustentabilidade. • Aprender pontos importantes para desenvolver um projeto sustentável. Vamos lá! Aproveite! Pág. 12 Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz ROTEIRO DO CONHECIMENTO No decorrer desta unidade, você conhecerá as principais características do meio ambiente e suas relações. A seguir, você pode acompanhar todas as seções que serão trabalhadas ao longo da unidade: 1.1 - Definições e conceitos ambientais e ecológicos básicos. 1.2 - Ecossistemas e ciclos biogeoquímicos. 1.3 - Poluição ambiental. 1.4 - Normas e definições legais que regem as questões ambientais brasileiras. Pág. 13 Sustentabilidade Pág. 14 Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz UNIDADE 01 - ME IO AMBIENTE Pág. 15 Sustentabilidade 1 . 1 - DEF IN IÇÕES E CONCEITOS AMBIENTAIS E ECOLÓGICOS BÁSICOS Vamos começar imaginando os seres vivos. Todo e qualquer ser vivo é formado por milhares de células que interagem entre si, organizando, dessa forma, os sistemas daquele organismo. Essas células se organizam em tecidos biológicos que irão formar os órgãos especializados em determinada função. Vários órgãos juntos acabam formando os sistemas do nosso corpo, como por exemplo, o sistema respiratório, sistema nervoso, etc. Todos estes sistemas trabalham em sincronia para o melhor funcionamento biológico daquele organismo. O meio ambiente também funciona através de vários sistemas ecológicos que precisam interagir entre si para manter um equilíbrio. Na natureza existem organismos muito simples e pequenos, como uma bactéria, até organismos extremamente complexos, como as aves e os mamíferos. Aliás, quando falamos do meio ambiente, tudo faz parte, desde uma poça d’água até ecossistemas mais complexos, como uma floresta. Nesse contexto, estudamos principalmente as inter-relações entre os diversos organismos e o meio ambiente. Tudo isso faz parte de uma área de estudo chamada Ecologia. Vamos entender um pouco mais sobre essa disciplina. A importância da relação entre seres vivos e entre os seres e o meio ambiente começoua ser discutida no final do XIX por muitos pesquisadores e ganhou maior destaque após o trabalho de Charles Darwin, em 1859, antes mesmo de existir a ideia da Ecologia como ciência. O termo Ecologia foi formalmente proposto por Ernst Haeckel, em 1866, que em seus trabalhos relacionou a Ecologia com a fisiologia e a biogeografia, explicando os padrões de como seria a história natural científica. Segundo Haeckel, a Ecologia é a ciência referente à economia da natureza, ou seja, a investigação das relações totais dos animais tanto com seu ambiente orgânico quanto com seu ambiente inorgânico; incluindo acima de tudo, suas relações amigáveis e não amigáveis com aqueles animais e plantas com os quais vêm direta ou indiretamente a entrar em contato. Pág. 16 Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz Quando analisamos a etimologia da palavra Ecologia é oikos = casa; família e logia = estudo. Logo, seria o estudo da sua casa, ou seja, da relação do indivíduo com o meio. É interessante perceber que na definição de Haeckel aparece o termo “economia da natureza”, fazendo um paralelo dos sistemas naturais com o sistema econômico, como a relação entre custo-benefício e a necessidade de alocação de recursos nas atividades. Na natureza os organismos estão sempre buscando realizar suas atividades, gastando menos energia possível. Atualmente, a Ecologia é uma ciência muito ampla, sendo praticada por grandes Universidades e Centros de Pesquisa, que além de entender o funcionamento dos sistemas naturais, também tentam prever o efeito que a interferência do homem pode provocar. A Ecologia tem um campo de atuação bastante largo, podendo se deter às relações existentes entre um organismo e outro, ao funcionamento de um pequeno sistema, como um lago temporário, ou a questões muito amplas, como o efeito do clima na vegetação em escalas globais. Conhecendo o funcionamento dos sistemas naturais, os estudos de Ecologia podem ajudar a entender e prever as consequências da interferência do homem nesses sistemas, como poluição, impactos em ambientes aquáticos, impactos gerados por grandes construções, entre outras. Eles fornecem as bases para as discussões e ajudam na tomada de decisão política em muitas destas situações. Pág. 17 Sustentabilidade 1 . 1 . 1 - N í v E I S D E O r G A N I z AÇ ãO B I O LÓ G I C A A Ecologia pode ser estudada em diferentes níveis. Os níveis mais baixos se unem para formar um sistema mais complexo, como demonstrado na figura 1.1. Vejamos esses sistemas de maneira crescente: Organismo É a unidade mais fundamental da Ecologia. São os seres que vivem em contato com o meio físico (meio abiótico) e em contato com outros seres vivos (meio biótico). O organismo está em constante troca de energia e matéria e seus objetivos são sobreviver e reproduzir. Pág. 18 Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz População É o conjunto de indivíduos de uma mesma espécie que vive em um mesmo lugar. As populações possuem características próprias, tendo um controle no seu tamanho (relação entre ganho e perda de espécies) e na sua distribuição. Figura 1.1 Níveis de complexidade dos organismos Fonte: Adaptado de biologianet Át om o M olécu las Organelas Célula Tecidos Ó rgão Si st em as Organism os PopulaçõesComunidades Ecossistemas BIOSFERA Pág. 19 Sustentabilidade Comunidade É o conjunto de diferentes espécies que vivem em um determinado lugar. Uma comunidade é regulada pelas relações que são observadas entre as espécies, como dinâmica de presas e predadores, parasitas e hospedeiros, ou relações mutualísticas. Todas estas relações controlam as populações e é muito difícil definir onde uma comunidade começa e onde ela termina. Ecossistema É formado pelas relações entre os organismos e seu meio físico e químico. Ou seja, todo excreta que é eliminado, todo corpo que morre, todo nutriente que entra no sistema e toda energia que é usada, formam o ecossistema. É nesse âmbito que se estudam as ciclagens de nutrientes e o fluxo de energia. É muito difícil definir com precisão as barreiras de um ecossistema. Os ecossistemas podem variar enormemente em dimensões, podemos chamar de ecossistemas uma poça de água, um charco temporário, um lago, uma floresta, um campo cultivado, até mesmo uma cultura de bactérias de laboratório (micro ecossistema). Uma das características universais dos ecossistemas, sejam eles terrestres ou aquáticos, seja criado pelo homem (agricultura) ou não, é a interação entre os componentes bióticos autotróficos (que produzem seu próprio alimento) e heterotróficos (que não produzem seu próprio alimento) e os componentes abióticos. Pág. 20 Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz Biosfera É todo o processo ecológico a nível global, ou seja, a união de todos os ecossistemas (todos os organismos e ambientes juntos). Os ecossistemas estão interligados através dos fluxos de energia, que estão em constante produção, e os ciclos de nutrientes, que nunca são criados, apenas se renovam no sistema. Nós podemos realizar estudos em qualquer um destes níveis, sendo que quanto mais amplo o nível, mais difícil isolar e medir seus parâmetros. As informações obtidas em cada um destes níveis responderão a questões diferentes. Por exemplo, estudar os organismos permite entender seus processos de adaptação no meio, enquanto estudar comunidades permite descrever sua biodiversidade, seu funcionamento e suas fragilidades. Trabalhos no âmbito da biosfera são muito difíceis, pois envolvem uma série de variáveis difíceis de controlar, além de exigirem materiais especializados, como satélites, e seu custo pode ser bastante alto. Pág. 21 Sustentabilidade Outros dois conceitos devem estar bem claros para você, para que possamos dar continuidade no conteúdo, são os conceitos de habitat e de nicho ecológico. O habitat deve ser entendido como o local onde cada organismo vive. Cada espécie está adaptada a um determinado local, sendo este o ambiente ideal para ela diferente do conceito de nicho, que vai envolver a função daquele organismo no local onde vive, isto é, envolve o seu modo de vida, suas relações ecológicas, resumindo, sua função dentro daquele habitat. Pílula de conhecimentoPílula de conhecimento Para gravar melhor o que é um habitat e um nicho ecológico, assista à pílula de conhecimento: (Pílula 01 – Tópico 01). Pág. 22 Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz 1 . 1 .2 - FATO r E S B I ÓT I C O S E A B I ÓT I C O S Figura 1.2 - Fatores Bióticos e Abióticos Fonte: Adaptado de todamateria Os fatores bióticos e abióticos representam as relações existentes que permitem o equilíbrio do ecossistema. Vamos entender melhor o que são estes fatores. Comecemos observando a figura 1.2. Sol Nutrientes Calor Calor Produtores - Plantas -Algas Consumidores - Herbívoros -Carnivoros Decompositores - Fungos -Bactérias Ciclos -Gases -Água -Minerais Energia térmica gerada em cada etapa Componentes BióticosComponentes abióticos Insolação Pág. 23 Sustentabilidade Componentes Abióticos São os compostos inorgânicos e orgânicos básicos. Podem ser divididos em químicos, como: água, dióxido de carbono, oxigênio, Cálcio, Sais de Fósforo, Nitrogênio, aminoácidos, ácidos húmicos, alguns nutrientes vitais, pH, salinidade; ou físicos, como a luz, temperatura, umidade, entre outros. Componentes Bióticos Produtores Os produtores são organismos que produzem seu próprio alimento, são organismos que realizam fotossíntese, produzindo matéria no ecossistema, como exemplo as algas, plantas flutuantes e enraizadas; Componentes Bióticos Consumidores São os organismos que não produzem seu próprio alimento e que, para sobreviver, devem se alimentar de outros organismos, como exemplo os animais como larvas de insetos, crustáceos e peixes. Quando estes animais se alimentam de produtores são chamados de herbívoros (consumidores primários) e quando se alimentam de outrosanimais são conhecidos como carnívoros (consumidores secundários). Pág. 24 Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz Componentes Bióticos Saprófitos São organismos que decompõem a matéria orgânica, como bactérias, protozoários flagelados e fungos. Estes organismos degradam a matéria orgânica, reduzindo-a aos seus componentes químicos básicos que são devolvidos ao ambiente. Pág. 25 Sustentabilidade APRENDA UM POUCO MAISAPRENDA UM POUCO MAIS Para que você entenda um pouco mais sobre os níveis de organização em biologia separei o vídeo “Hierarquia Biológica”, que contextualizará o que você vai aprender nesta disciplina. Clique no link indicado a seguir e assista ao vídeo. O conteúdo é simples e claro, facilitará sua compreensão. Não se esqueça de fazer suas anotações sobre o que aprendeu. Fonte: youtubeBR – Canal Aprendi Biologia. Pág. 26 Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz 1 .2 - ECOSSISTEMAS E C ICLOS BIOGEOQUíMICOS A energia de um sistema biológico é caracterizada pela força motriz que mantém os diversos ambientes e garante as condições necessárias para a produção primária, ou seja, a produção de biomassa a partir de componentes orgânicos. Vou deixar mais claro para você: todos os organismos precisam de energia para sobreviver, para executar suas atividades diárias, se reproduzir e crescer. Isto é verdadeiro também para as populações e comunidades. A energia deve ser produzida nos ecossistemas e deve ser transmitida para todos os níveis envolvidos, para que todos possam sobreviver e manter o equilíbrio deste ecossistema. A luz é a fonte primária de energia para qualquer sistema, sendo essencial para a existência da vida na Terra. Os organismos produtores, plantas, algas e algumas bactérias, absorvem a luz do Sol e a assimilam através da fotossíntese, durante esse processo a luz interage com um pigmento, chamado de clorofila que irá absorver essa radiação luminosa, e convertem em energia química, formando os compostos orgânicos. A matéria orgânica que foi sintetizada pelas plantas contém energia, que vai servir de alimento para manutenção de processos vitais e de crescimento de todos os animais. Inicialmente, essa energia é passada aos herbívoros e, em seguida, é passada, pela cadeia alimentar, a todos os outros organismos superiores, inclusive o homem. Vamos entender como temos um fluxo de energia estudando uma cadeia alimentar. Pág. 27 Sustentabilidade 1 .2 . 1 - CA D E I A A L I M E N TA r A cadeia alimentar é a relação entre a matéria e energia que os seres vivos utilizam para sobreviver, isto é, as relações necessárias para a busca de energia por meio da alimentação. De forma simplificada, pode-se classificar como cadeia alimentar a sequência de organismos que servem de alimento uns para os outros, através dos níveis tróficos. Os níveis tróficos são divididos em três principais ramificações: produtores, consumidores e decompositores. Os produtores encontram- se no primeiro nível da cadeia alimentar, são organismos autótrofos, que obtêm energia da fotossíntese, como por exemplo, as plantas. Os consumidores são classificados como seres heterótrofos, ou seja, precisam se alimentar de outros seres vivos para obter energia. Essa classificação inclui todos os animais. Os consumidores primários se alimentam totalmente, ou majoritariamente dos produtores, como por exemplo, o coelho. Os consumidores secundários têm uma alimentação baseada no consumo de consumidores primários. Os consumidores terciários alimentam-se dos consumidores secundários e assim sucessivamente. E os decompositores ocupam o último nível trófico da cadeia alimentar, e são responsáveis por decompor outros seres vivos após seu ciclo de vida. Pílula de ConhecimentoPílula de Conhecimento Para entender o que é um organismo autotrófico e heterotrófico, acesse à pílula do conhecimento. (Pílula 01 – Tópico 2). A cadeia alimentar é um dos ciclos que ocorre no meio ambiente, e essa relação ajuda a equilibrar o ecossistema, portanto todas as espécies são extremamente importantes para cada uma das etapas existentes. Supondo que um consumidor secundário seja extinto, por exemplo, isso influenciaria seus consumidores terciários, desequilibrando todas as relações existentes em tal cadeia. O esquema apresentado (figura 1.3) ilustra o conceito de cadeia alimentar e, inerente a esse conceito está o conceito de nível trófico, dessa forma podemos perceber que cada organismo ocupa um lugar predeterminado dentro da cadeia alimentar e, em virtude de sua colocação na cadeia, dependerá a sua colocação em um nível trófico ou não. Sol Fluxo de Energia Ciclo da Matéria Perda de Energia Produtores Decompositores Consumidores primários Consumidores secundários Figura 1.3 - Fluxo de energia nos ecossistemas Fonte: Adaptado de sobiologia Pág. 29 Sustentabilidade 1 .2 .2 - T E I A A L I M E N TA r Em um ecossistema as relações de transferência de matéria e energia não são tão simples como nas cadeias alimentares, pois os organismos de um ecossistema se relacionam com diversos outros, em um delicado equilíbrio entre predadores e presas, parasitas e hospedeiros, formando uma estrutura complexa e emaranhada de relações que são denominadas teias ou redes alimentares, dessa forma um organismo pode ocupar diferentes níveis tróficos, como podemos observar na figura 1.4. Em um sistema biológico isto é extremamente vantajoso, pois os organismos têm várias opções alimentares, conferindo maior estabilidade ao sistema. Pág. 30 Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz Figura 1.4 - Teia alimentar Fonte: Adaptado de sobiologia Produtores Árvore Verdura Gramíneas Inseto Rato Coelho Zebra Cobra Coruja Raposa Decompositores Lagarto Gavião Onça Consumidores de 1° ordem Consumidores de 2° ordem Consumidores de 3° ordem Pág. 31 Sustentabilidade 1 .2 .3 - C I C LO S B I O G E O Q U í M I C O S Todos os organismos são formados por elementos químicos e que, em sua grande maioria, são chamados de nutrientes. Esses nutrientes são obtidos, pelos produtores, através da fotossíntese e, pelos consumidores, através da alimentação de outros organismos. Porém, esses elementos devem circular na natureza, o que chamamos de ciclo biogeoquímico. Entende-se por ciclos biogeoquímicos o movimento cíclico de elementos químicos entre o meio biológico e o ambiente geológico. Todos os 30 a 40 elementos necessários ao desenvolvimento dos seres vivos circulam na biosfera. Agora, vamos estudar os ciclos dos elementos mais representativos. Pág. 32 Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz 1 .2 .3 . 1 - C I C LO DA ÁG UA A água é o constituinte orgânico mais abundante nos seres vivos e, por isso, é essencial para a manutenção da vida e precisa ser continuamente reciclada para garantir a vida no planeta. O ciclo da água funciona assim: a água evapora das superfícies aquáticas, principalmente, e terrestres, formando as nuvens, condensa-se e precipita em forma líquida (chuva, orvalho, nevoeiro) ou sólida (neve, granizo). No solo a água pode atravessar as camadas do solo e atingir um lençol freático, de onde chegará a um rio ou riacho. Parte dessa água fica retida no solo e é absorvida pela vegetação que atua mantendo a umidade, regulando as chuvas e protegendo o solo da erosão. Vamos observar este ciclo, na figura 1.5. Figura 1.5 - Ciclo da água Fonte: www.infoenem.com.br Pág. 33 Sustentabilidade 1 .2 .3 .2 - C I C LO D O C A r B O N O O elemento químico carbono está presente na estrutura de todas as moléculas orgânicas, sendo, portanto, essencial para a vida no planeta e também está disponível como CO2 (dióxido de carbono) na atmosfera ou na forma de carbonatos dissolvidos na água. A fotossíntese e a respiração são os dois processos que regulam o ciclo do carbono. Vamos entender o que são estes dois processos: Fotossíntese: é realizada pelos produtores, retirando o Carbono, sob a forma de CO2, daatmosfera e acumulando-o, sob a forma de matéria orgânica disponível para a teia alimentar do sistema biológico. Os consumidores só têm acesso ao carbono se alimentando dos outros organismos. Respiração: todos os organismos realizam o processo de respiração, que irá devolver CO2 para o ambiente. Os consumidores também podem liberar parte do carbono adquirido com a nutrição através de suas excreções ou resíduos digestórios. Pág. 34 Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz Mas a maioria do carbono está acumulada sob a forma de matéria orgânica, fazendo parte da estrutura de cada ser vivo. Como este carbono poderá retornar para ambiente? Bom, através da ajuda dos decompositores que atuam sobre os detritos orgânicos, degradando esta matéria viva após a morte dos organismos, fazendo a quebra dos tecidos e a reintegração, ao ambiente, de seus componentes básicos, sendo um deles, o carbono. Vamos analisar a figura 1.6 para entendermos melhor este ciclo. Condensação H2O Precipitação H2O fotossíntese fotossíntese Evaporação H2O H2O recebido pelas plantas e os animais Respiração O2O2 O2 O2 CO2 CO2 CO2 CO2 CO2 CO2 Figura 1.6 - Ciclo do Carbono Fonte: Adaptado degrupoescolar Pág. 35 Sustentabilidade 1 .2 .3 .3 - C I C LO D O Ox I G ê N I O O oxigênio molecular, O2, é indispensável para a respiração aeróbica, realizada pela maioria dos organismos e é o segundo componente mais abundante da atmosfera, estando presente em cerca de 21%. O ciclo do oxigênio se encontra intimamente ligado com o ciclo do carbono, uma vez que o fluxo de ambos está associado aos mesmo fenômenos: fotossíntese e respiração. Porém, no ciclo do oxigênio, o processo de fotossíntese libera para a atmosfera o oxigênio, enquanto a respiração e a combustão consomem o oxigênio. Pág. 36 Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz Este oxigênio atmosférico pode ser consumido de várias maneiras: 1 - Pela respiração dos organismos; 2 - Pela combustão; 3 - Pela degradação, principalmente, pelos raios ultravioletas, formando o ozônio (O3); 4 - Pela combinação com metais do solo, principalmente o ferro, formando óxidos metálicos. Vamos analisar este ciclo, na figura 1.7. Figura 1.7 - Ciclo do Oxigênio Fonte: Estudo Prático Pág. 37 Sustentabilidade 1 .2 .3 .4 - C I C LO D O N I T r O G ê N I O O nitrogênio se mostra como um dos elementos de caráter fundamental na composição dos sistemas vivos. Ele está envolvido com a coordenação e controle das atividades metabólicas. Entretanto, apesar de 78% da atmosfera ser constituída de nitrogênio, a grande maioria dos organismos é incapaz de utilizá-lo, pois este se encontra na forma gasosa (N2) que é muito estável possuindo pouca tendência a reagir com outros elementos. Os consumidores conseguem o nitrogênio de forma direta ou indireta através dos produtores. Eles aproveitam o nitrogênio que se encontra na forma de aminoácidos. Produtores introduzem nitrogênio na cadeia alimentar, através do aproveitamento de formas inorgânicas encontradas no meio, principalmente nitratos (NO 3 ) e amônia (NH 3+ ). Vamos observar a figura 1.8 para estudarmos este ciclo: Figura 1.8 - Ciclo do Nitrogênio Fonte: Pinterest Pág. 38 Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz O ciclo do nitrogênio pode ser dividido em algumas etapas: Fixação: consiste na transformação do nitrogênio gasoso em substâncias aproveitáveis pelos seres vivos (amônia e nitrato). Os organismos responsáveis pela fixação são as bactérias, elas retiram o nitrogênio do ar fazendo com que este reaja com o hidrogênio para formar amônia. Amonificação: parte da amônia presente no solo é originada pelo processo de fixação. A outra é proveniente do processo de decomposição das proteínas e outros resíduos nitrogenados contidos na matéria orgânica morta e nas excretas. Decomposição ou amonificação é realizada por bactérias e fungos. Nitrificação: é o nome dado ao processo de conversão da amônia em nitratos. Desnitrificação: As bactérias desnitrificantes (como, por exemplo, a Pseudomonas denitrificans), são capazes de converter os nitratos em nitrogênios molecular, que volta à atmosfera fechando o ciclo. Pág. 39 Sustentabilidade PARE E PENSE NISSOPARE E PENSE NISSO Podemos ilustrar alguns exemplos simples de cadeias alimentares: • No mar: algas (fitoplâncton - produtor), zooplâncton (herbívoro - consumidor primário), peixes pequenos (carnívoro - consumidor secundário), peixes maiores (carnívoro - consumidor terciário) e aves (carnívoro - consumidor quaternário). • Na terra: capim (produtor), gafanhoto (consumidor primário), pássaros (secundário) e raposa (terciário). Perceba que a cadeia sempre vai se iniciar com um autótrofo (produtor), que irá produzir toda a energia a ser repassada para os demais níveis seguintes, mas sempre com uma quantidade menor a cada nível, pois os organismos se utilizam desta matéria para sobreviver, repassando apenas uma fração menor do que absorveram. Todas as cadeias também envolvem decompositores, pois irão degradar qualquer matéria orgânica, como os próprios indivíduos após sua morte. Pág. 40 Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz 1 .3 - POLUIÇãO AMBIENTAL O termo poluição foi citado a primeira vez no final da década de 70 e é o nome dado a qualquer tipo de degradação do ambiente, é causada direta ou indiretamente pela ação do homem. E, como conceito, a poluição ambiental pode ser definida como: “Toda ação ou omissão do homem que, pela descarga de material ou energia atuando sobre as águas, o solo, o ar, causa um desequilíbrio nocivo, seja ele curto, seja de longo prazo, sobre o meio ambiente”. A poluição ambiental é causada pelo excesso de liberação de poluentes, matérias ou energia. Ainda que, em grande parte, estejamos a mencionar fatores comuns, tais como gases, óleos, lixo, agrotóxicos, imagens e ruídos, entre outros, o seu acúmulo resulta na degradação do meio ambiente e, até, do patrimônio cultural. Porém, existem alguns exemplos de poluição que ocorre de forma natural. Um exemplo é o enxofre liberado pela atividade vulcânica, que prejudica o crescimento das plantas. Além disso, é considerada um grave problema ambiental, uma vez que resulta na perda da qualidade de vida, podendo acarretar problemas patológicos, destruição ambiental e alterações climáticas, por exemplo, e por essa razão pode ser enquadrado como crime, foi instituído pela Lei nº 6.938/81 o CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente), o qual se ocupa da Política Nacional do Meio Ambiente, regulada pelo Decreto 99.274/90. Pág. 41 Sustentabilidade Tipos de poluição Há diversos tipos de poluição, como a sonora, visual, hídrica, do solo, atmosférica, dentre outras. Vamos estudar cada uma delas agora! Vamos lá? Pág. 42 Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz 1 .3 . 1 - PO L U I Ç ãO D O A r A poluição do ar ou poluição atmosférica é o resultado do lançamento na atmosfera de grandes quantidades de gases ou de partículas líquidas ou sólidas, dentre as quais temos as poeiras industriais, aerossóis, fumaças negras, solventes, ácidos, hidrocarbonetos, capazes de provocar impacto ambiental e problemas na saúde humana. Dentre os principais poluentes que causam o desequilíbrio no ar atmosférico temos: • Monóxido de carbono: produto resultante da queima incompleta dos combustíveis. • Dióxido de enxofre e óxidos de azoto: produtos da combustão do enxofre presente nos combustíveis fósseis. • Dióxido de carbono: produto resultante da queima de qualquer matéria orgânica. É encontrado naturalmente na atmosfera, mas quando lançado em grande quantidade, provoca desequilíbrios, entre eles, o efeito estufa. • Chumbo: produto usado na gasolina para aumentar sua octanagem. No Brasil, o chumbo foi substituído pelo álcool etílico anidro, como aditivo à gasolina com essa mesma finalidade. Vamos analisar a figura 1.9, que nos traz mais exemplos de poluentes e suas consequências.Pág. 43 Sustentabilidade Figura 1.9 - Quadro com os principais agentes poluidores do ar e suas consequências Fonte: cienciamais5.blogspot. Poluente Visão Pulmão Cerebral Cardíacos Outros efeitos CO [monóxido de carbono] Asfixiante [impede o sangue de receber oxigênio] Tonturas, sonolência, dores de cabeça Danifica o coração e agrava doenças cardíacas Em doses elevadas, pode conduzir à morte SO2 [dióxido de enxofre] Irritação das mucosas dos olhos Irritação, asma, efísemas, bronquites. Em crianças, asma e tosse convulsa Diminui a resistência ásinfecções Metais pesados [Pb, Hg, Cd, As, Ni] Efeitos no sistema neurológico de crianças Provocam o cancro PM [matéria particuada] Redução da visibilidade. Irritação das mucosas dos olhos Bronquites crónicas, crises respiratórias, irritação das vias respiratórias Crises cardíacas NO2 [dióxido de azoto] Redução da visibilidade Lesões nos brônquios e alvéolos pulmonares Aumento da reactividade a alergéticoas naturais O3 [ozono] Irritante Congestão nasal, asma, danos nos pulmões, tosse Dores de cabeça Dores no peito BTX [benzeno, tolueno e xíleno] Alguns são carcinogénicos e mutagénicos Pág. 44 Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz Principais consequências Os processos industriais e de geração de energia, os veículos automotores e as queimadas são, dentre as atividades antrópicas, as maiores causas da introdução de substâncias poluentes na atmosfera, muitas delas tóxicas à saúde humana e responsáveis por danos à flora e aos materiais. A poluição atmosférica traz prejuízos não somente à saúde e à qualidade de vida das pessoas, mas também acarreta maiores gastos do Estado, decorrentes do aumento do número de atendimentos e internações hospitalares, além do uso de medicamentos, custos esses que poderiam ser evitados com a melhoria da qualidade do ar dos centros urbanos. As populações mais vulneráveis são as crianças, os idosos e as pessoas que já apresentam doenças respiratórias. A poluição do ar também pode afetar ainda a qualidade dos materiais (corrosão), do solo e das águas (chuvas ácidas), além de afetar a visibilidade. Pág. 45 Sustentabilidade 1 .3 .2 - PO L U I Ç ãO DA ÁG UA Quando falamos de água, pensamos em um líquido incolor, inodoro (sem cheiro), insípida (sem sabor) e insossa (sem sal), sendo essencial para a sobrevivência humana. O que chamamos de água potável tem por conceito “toda água própria para o consumo”, além disso, deve ter certa quantidade de sais minerais dissolvido, importantes para a saúde e deve estar livre de materiais tóxicos e microrganismos, como bactérias, protozoários, etc. Pág. 46 Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz A água cobre 70% da superfície da terra. Apesar da abundância, a água limpa está cada vez mais cara e rara. A água doce apropriada para o consumo humano, corresponde a apenas 2,5% do total. Menos de 0,5% está em depósitos acessíveis ao homem. O consumo de água per capita multiplicou-se por mais de dez vezes no último século, porém ainda existem milhões de pessoas sem acesso à água potável. Podemos ver, na figura 1.10, alguns exemplos da utilização de água pelo ser humano. Cerveja 1L Arroz 1kg Leite 1kg Queijo 1kg Batata 1kg Banana 1kgManteiga 1kg Carne de boi 1kg Carne de frango 1kg Figura 1.10 - Quantidade de água necessária para se produzir itens do cotidiano Fonte: vivoverde As principais fontes de poluição da água são as atividades agrícolas, domésticas e industriais, o esgoto doméstico e industrial e a construção na costa. A atividade agrícola é potencialmente poluidora porque o uso de pesticidas e fertilizante químicos infiltra no solo e atingem o lençol freático. Pág. 47 Sustentabilidade Principais consequências O lançamento de substâncias físicas e químicas na água é potencialmente prejudicial para a vida aquática, animais e plantas. Quanto mais poluída, menor a reserva de água para consumo e para a produção de alimentos de animais e seres humanos. A contaminação da água pelos resíduos de aterros sanitários mal instalados ou lixões a céu aberto ocorre pela proximidade de rios ou pela infiltração no lençol freático do chamado chorume. Lançados nos rios e no mar, os restos da indústria de transformação também provocam a morte da vida dos rios e do mar para onde são canalizados dejetos como óleo, celulose, tintas, plástico e químicos variados. A exploração petrolífera em águas subterrâneas ocorre, principalmente, pelo vazamento do petróleo no mar e geram desastres ecológicos. Além do vazamento na fase de exploração, a contaminação pode ocorrer no transporte ou pelo mau estado dos equipamentos de captação. Pág. 48 Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz 1 .3 .3 - PO L U I Ç ãO D O S O LO A poluição do solo pode ser entendida como toda e qualquer mudança em sua natureza (do solo), causada pelo contato com produtos químicos, resíduos sólidos e resíduos líquidos, os quais causam sua deterioração ao ponto de tornar a terra inútil ou até gerar um risco à saúde. Apesar de acharmos que não, o solo é repleto de vida, especialmente sua camada inicial (15 centímetros), onde encontramos os fungos, bactérias, protozoários e vermes decompositores, responsáveis pelo equilíbrio entre os diversos níveis tróficos. De modo mais geral, podemos afirmar que solventes, detergentes, lâmpadas fluorescentes, componentes eletrônicos, tintas, gasolina, diesel e óleos automotivos, bem como fluídos hidráulicos, hidrocarbonetos e o chumbo são os principais agentes poluidores do solo. Sabemos, ainda, que o condicionamento inadequado do lixo doméstico, esgoto e resíduos sólidos industriais degradam a superfície, além de produzirem gases tóxicos e chuva ácida (a qual também se infiltra no solo). Nas áreas rurais, por sua vez, os principais vilões são a utilização indiscriminada de defensivos agrícolas, bem como a adubação incorreta ou excessiva. Pág. 49 Sustentabilidade Principais consequências O solo leva vários séculos ou até milhões de anos para se formar sob a ação dos agentes naturais (intemperismo), enquanto que a sua destruição poderá ocorrer em apenas um ou em poucos anos, devido às atividades humanas. A crescente modificação do solo por ação antrópica traz consequência muitas vezes irreparável. Vou citar alguns exemplos: • Com a adição de fertilizantes e inseticidas na prática agrícola, temos a alteração das cadeias alimentares; • Com a utilização de técnica arcaicas de ocupação e manejo do solo, acarretando a erosão do mesmo, inviabilizando sua utilização, além de contribuir para o assoreamento de rios, córregos e lagos, próximos daquela região; • Em todos os aspectos ambientais, desde a contaminação de níveis freáticos até a bioacumulação de produtos tóxicos pela cadeia alimentar chegando ao homem. Pág. 50 Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz 1 .3 .4 - PO L U I Ç ãO S O N O r A Poluição sonora é o excesso de ruídos que afeta a saúde física e mental da população. É o alto nível de decibéis provocado pelo barulho constante proveniente de atividades que perturbam o silêncio ambiental. É considerada crime ambiental, podendo resultar em multa e reclusão de 1 a 4 anos. A poluição sonora e a visual são tipos de poluição que muitas vezes passam desapercebidas por fazerem parte do dia a dia dos moradores das grandes cidades. Entretanto, causam danos ao ambiente e à saúde humana, afetando seriamente a qualidade de vida. O nível do barulho admitido nos grandes centros urbanos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pode atingir até 50 decibéis, porém o que é verificado normalmente chega a 90 e 100 decibéis. Portanto, qualquer som que ultrapasse os 50 decibéis já pode ser considerado nocivo à saúde. Pág. 51 Sustentabilidade POLUIÇÃO SONORA De acordo com a OMS, até 55 decibéis é um nível aceitável de ruído níveis de ruídos em decibéis Podemos observar na figura1.11 alguns exemplos de sons e a quantidade de decibéis emitidos: Figura 1.11 - Os níveis em decibéis de barulhos cotidianos, segundo a OMS. Fonte: hypeverde Além disso, o uso frequente de aparelhos de reprodução sonora individual como os fones de ouvido, MP3, celulares e tablets, provoca graves problemas e até a perda da audição, principalmente em crianças e adolescentes. Pág. 52 Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz Principais consequências Diversas situações causam desconforto acústico. Como exemplo das consequências destes desconfortos, temos: estresse; irritabilidade; redução na capacidade de comunicação e aprendizado; insônia; perda gradativa da audição; exaustão física; hipertensão; perturbações cardíacas e circulatórias; envelhecimento precoce e distúrbios gástricos. Mas não são somente os humanos que sofrem com a poluição sonora, os animais são até mais prejudicados, pois muitos dependem do som para sua sobrevivência, podendo desequilibrar facilmente um ecossistema. Segundo dados da OMS, a poluição sonora é considerada uma das que mais afeta o meio ambiente, perdendo apenas para a poluição do ar e da água. Pág. 53 Sustentabilidade 1 .3 .5 - PO L U I Ç ãO v I S UA L A poluição visual é um tipo de poluição moderna, encontrado nos grandes centros urbanos, uma vez que designa o excesso de informações contidas em placas, postes, outdoors, banners, cartazes, táxis, carros e outros veículos de anúncios, além da degradação urbana fruto das pichações, excesso de fios de eletricidade e acúmulo de resíduos (figura 1.12). Figura 1.12 - Exemplo de Poluição Visual: Times Square, Nova York, Estados Unidos Fonte: todamateria Pág. 54 Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz Nesse sentido, basta pensar numa metrópole cheia de anúncios, pichações, em que o cidadão comum, passa de um ser ativo com liberdade de expressão, para um expectador massacrado e alienado pelas marcas e o consumo. Por fim, a poluição visual vai contra a harmonia estética do ambiente urbano, sendo um tema muito discutido na atualidade, afinal todos queremos uma cidade bonita e limpa, locais agradáveis para habitar e que promovam o bem-estar da população. Pág. 55 Sustentabilidade Principais consequências Muitas empresas, com o intuito de gerarem lucro, acreditam no papel da divulgação de seu produto, e a partir da falta de leis que priorizem a qualidade vida do ser humano nas grandes cidades, essa poluição visual tem aumentado consideravelmente, que junto à poluição luminosa (excesso de luz artificial) e à poluição sonora (excesso de barulho), podem gerar muitos problemas de saúde na população, sobretudo mental, fato que tem sido alertado pelos psicólogos. Além de ser gerado pelas empresas, o próprio cidadão pode contribuir com o aumento da poluição visual ao degradar o ambiente (deterioração do patrimônio, pichações, etc.) e as áreas verdes, as quais são substituídas algum tipo de poluição visual. A despeito dos problemas de saúde como stress, transtornos psicológicos, cansaço visual, estão os problemas sanitários (ocasionado pelo excesso de lixos e resíduos), o aumento dos acidentes automobilísticos, uma vez que esse excesso de informações e sinalizações, podem distrair os motoristas. Por conseguinte, problemas de mobilidade urbana surgem, posto que a locomoção dos pedestres pode ser afetada pelo excesso de placas, postes, outdoors, dentre outros. Pág. 56 Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz 1 .3 .6 - Pr I N C I PA I S C O N S E Q U ê N C I AS A M B I E N TA I S DA P O L U I Ç ãO Todos os tipos de poluição certamente são prejudiciais ao meio ambiente, seja a poluição do ar, das águas, do solo, a poluição sonora, entre tantos outros tipos. Todos esses tipos mencionados trazem consequências, que variam e que podem causar catástrofes no planeta Terra. O derretimento de geleiras, o aquecimento da camada de ozônio e os possíveis tsunamis, terremotos, furacões, englobam os determinantes que afetam tanto a Terra, em todos os sentidos e cada vez mais com maior intensidade, isto tudo de acordo com as expectativas analisadas em pesquisas realizadas recentemente por instituições, a nível mundial de qualidade. Pág. 57 Sustentabilidade APRENDA UM POUCO MAISAPRENDA UM POUCO MAIS Para que você entenda um pouco mais sobre a poluição, separei o vídeo “Poluição Ambiental” que trará mais exemplos para você. Clique no link indicado a seguir e assista ao vídeo! O conteúdo é simples e claro, tenho certeza que facilitará sua compreensão! Não se esqueça de fazer suas anotações sobre o que aprendeu. Fonte: youtubeBR – Biologia Total com Professor Jubilut Pág. 58 Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz PARE E PENSE NISSOPARE E PENSE NISSO A humanidade sempre procurou inventar e aperfeiçoar instrumentos e atividades para melhorar sua condição de vida. Ousando constantemente, a tecnologia, durante todo o processo histórico do homem “civilizado”, foi seu principal objetivo. Todavia, deu as costas para aquilo que já nasceu perfeito e do qual depende: o meio ambiente. Ou seja, empenhamo-nos por uma vida fantástica, mas esquecemos da fantástica vida da natureza. Qualquer atividade depende dos recursos naturais, que são finitos. Não existe agropecuária sem solo, a indústria não produz sem energia, bem como o comércio, os serviços e as demais atividades dependem da água. Estamos cuidando do nosso ambiente para promover justiça e qualidade para as presentes e futuras gerações? Estão aí os inúmeros desastres ambientais, o aumento da lista de espécies em extinção, a concentração e o crescimento da população nas grandes cidades. A água e a poluição causam doenças que matam de 5 a 6 milhões de pessoas todo ano, 90 mil quilômetros quadrados de florestas foram derrubados anualmente na década de 90, remanescendo apenas um terço do total das matas nativas na Terra. Por outro lado, muitos avanços têm sido alcançados. Há empresas que não poluem, desencadeando um processo que todos os materiais e substâncias gerados e utilizados sejam reintegrados ao ciclo de produção. Se continuarmos agredindo a natureza, estaremos desencadeando e acelerando um processo de autodestruição. Correremos sérios riscos de catástrofes apocalípticas, causadas pela poluição e outras formas de agressões ao meio ambiente, que são determinantes para o esgotamento de todas as fontes de energia e outros importantes recursos naturais. E, aí será praticamente impossível a manutenção de vidas em nosso planeta. Vamos deixar chegar a tal ponto? A tarefa é de todos nós. Pág. 59 Sustentabilidade 1 .4 - NOrMAS E DEF IN IÇÕES LEGAIS QUE rEGEM AS QUESTÕES AMBIENTAIS BrASILE IrAS Até a Constituição de 1988, o meio ambiente não havia sido motivo de preocupação particular no Brasil. As primeiras legislações ambientais surgiram durante o período da ditadura militar, como forma de mitigar os danos causados aos recursos naturais pela política desenvolvimentista do período, com suas aberturas de estradas, estímulo à imigração e à criação de gado na Amazônia, instalação de indústrias poluentes, construção de barragens e exploração de minérios, entre outras. Foi só após participar da primeira grande conferência sobre o meio ambiente, realizada em Estocolmo em 1972, que o Brasil criou a SEMA (Secretaria de Meio Ambiente) para lidar com a questão ambiental. Aos poucos foram surgindo movimentos e organizações, instituições de pesquisa voltadas à proteção do meio ambiente. A legislação ambiental brasileira é uma das mais completas do mundo. Apesar de não serem cumpridas da maneira adequada, essas leis nos ajudam a garantir a preservação do patrimônio ambiental do País. A partir de agora, vamos estudar as principais leis ambientais brasileiras. Vamos lá? Pág. 60 Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz Lei n° 6.938 de 17 de janeiro de 1981 Vamos começar pela lei mais importante no quesito ambiental: A Política Nacional do Meio Ambienteé uma lei que define os mecanismos e instrumentos de proteção do meio ambiente no Brasil. Tal legislação é anterior à Constituição de 1988, apesar de ter sido prevista nos incisos VI e VII do artigo 23 e no artigo 225 da Carta, em que, neste último, se coloca que “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defende-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. O texto que dispõe acerca da Política Nacional do Meio Ambiente é a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Ao todo, são 21 artigos, modificados por diversas leis desde a sua criação. A finalidade da Política Nacional do Meio Ambiente, prevista no artigo segundo, é a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental. Para isso, a lei considera o meio ambiente como um patrimônio público a ser assegurado e protegido para o uso coletivo. Ela aponta também o princípio de racionalização do uso do solo, o planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais, a proteção dos ecossistemas e o controle e zoneamento das atividades poluidoras. Além disso, são previstos incentivos à pesquisa e ao estudo para a proteção dos recursos ambientais, o acompanhamento da qualidade ambiental, a recuperação de áreas degradadas, a proteção de áreas ameaçadas de degradação e a educação ambiental. Pág. 61 Sustentabilidade O texto define ainda, no artigo terceiro, o conceito de meio ambiente como “o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”. Entende-se degradação ambiental como “alteração adversa das características do meio ambiente” e poluição como degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que prejudiquem a saúde da população, afetem desfavoravelmente a biota e lancem matérias fora dos padrões ambientais estabelecidos. No inciso V do mesmo artigo apresenta-se o conceito de recursos ambientais, entendendo-o como “a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora”. Entre os objetivos da Política Nacional do Meio Ambiente estão: compatibilizar o desenvolvimento econômico e social com a preservação do meio ambiente, definir áreas prioritárias de ação governamental e estabelecer critérios e padrões de qualidade ambiental e de manejo dos recursos ambientais. Outros pontos que o texto atenta são o desenvolvimento de pesquisas e tecnologias para o uso racional dos recursos ambientais, a divulgação de dados e informações a respeito do meio ambiente, além de impor a recuperação e/ou indenização dos danos causados aos recursos ambientais por agentes poluidores ou predadores. Os principais instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente, elencados no artigo nono, são: o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental, o zoneamento ambiental, a criação de áreas de proteção ambiental, a avaliação dos impactos ambientais, o licenciamento e a revisão de atividades poluidoras, a concessão dos recursos ambientais com fins econômicos, o incentivo ao desenvolvimento tecnológico e as penalidades pelo não cumprimento das medidas de preservação ambiental. A Política Nacional do Meio Ambiente prevê também que a responsabilidade pela proteção e melhoria da qualidade ambiental é da União, dos estados e dos municípios, que constituem o Sistema Nacional do Meio Ambiente. Além dos órgãos regionais, também são responsáveis pelas políticas ambientais brasileiras o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), o Ministério do Meio Ambiente (MMA), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (IBAMA) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Pág. 62 Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz Lei n° 9.605 de 12 de fevereiro de 1998 O meio ambiente é um bem fundamental à existência humana e, como tal, deve ser assegurado e protegido para uso de todos. Este princípio é expresso no texto da Constituição Federal, em seu artigo 225. Este artigo dispõe sobre o reconhecimento do direito a um meio ambiente sadio como uma extensão do direito à vida, seja pelo aspecto da própria existência física e saúde dos seres humanos, seja quanto à dignidade desta existência, medica pela qualidade de vida. Este reconhecimento impõe ao Poder Público e à coletividade a responsabilidade pela proteção ambiental. A Lei de Crimes Ambientais reordena a legislação ambiental brasileira no que se refere às infrações e punições. A pessoa jurídica, autora ou coautora da infração ambiental, pode ser penalizada, chegando à liquidação da empresa, se ela tiver sido criada ou usada para facilitar ou ocultar um crime ambiental. Crime é uma violação ao direito. Assim, será um crime ambiental todo e qualquer dano ou prejuízo causado aos elementos que compõem o ambiente: flora, fauna, recursos naturais e o patrimônio cultural. Por violar o direito protegido, todo crime é passível de sanção (penalização). A punição pode ser extinta caso se comprove a recuperação do dano ambiental. As multas variam de R$ 50,00 a R$ 50 milhões de reais. De acordo com esta lei, os crimes ambientais são classificados em cinco tipos. Vamos ver quais são eles! Crimes contra a fauna: descrito nos artigos 29 a 37. São as agressões cometidas contra animais silvestres, nativos ou em rota migratória, como a caça, pesca, transporte e a comercialização sem autorização; os maus-tratos; a realização experiências dolorosas ou cruéis com animais quando existe outro meio, independente do fim. Também estão incluídas as agressões aos habitats naturais dos animais, como a modificação, danificação ou destruição de seu ninho, abrigo ou criadouro natural. A introdução de espécimes animal estrangeiras no país sem a devida autorização também é considerado crime ambiental, assim como a morte de espécimes devido à poluição. Pág. 63 Sustentabilidade Crimes contra a flora: descrito nos artigos 38 a 53. Causar destruição ou dano a vegetação de Áreas de Preservação Permanente, em qualquer estágio, ou a Unidades de Conservação; provocar incêndio em mata ou floresta ou fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocá-lo em qualquer área; extração, corte, aquisição, venda, exposição para fins comerciais de madeira, lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal sem a devida autorização ou em desacordo com esta; extrair de florestas de domínio público ou de preservação permanente pedra, areia, cal ou qualquer espécie de mineral; impedir ou dificultar a regeneração natural de qualquer forma de vegetação; destruir, danificar, lesar ou maltratar plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em propriedade privada alheia; comercializar ou utilizar motosserras sem a devida autorização. Poluição e outros crimes ambientais: descrito nos artigos 54 a 61. Todas as atividades humanas produzem poluentes (lixo, resíduos e afins), no entanto, apenas será considerado crime ambiental passível de penalização a poluição acima dos limites estabelecidos por lei. Além desta, também é criminosa a poluição que provoque ou possa provocar danos à saúde humana, mortandade de animais e destruição significativa da flora. Assim como, aquela que torne locais impróprios para uso ou ocupação humana, a poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento público e a não adoção de medidas preventivas em caso de risco de dano ambiental grave ou irreversível. São considerados crimes ambientais a pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem autorização ou em desacordo com a obtida e a não-recuperação da área explorada; a produção, processamento, embalagem, importação, exportação, comercialização, fornecimento, transporte, armazenamento, guarda, abandono ou uso de substâncias tóxicas, perigosas ou nocivas à saúdehumana ou em desacordo com as leis; a operação de empreendimentos de potencial poluidor sem licença ambiental ou em desacordo com esta; também se encaixam nesta categoria de crime ambiental a disseminação de doenças, pragas ou espécies que possam causar dano à agricultura, à pecuária, à fauna, à flora e aos ecossistemas. Pág. 64 Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz Crimes contra o ordenamento urbano e o patrimônio cultural: descrito nos artigos 62 a 65. Ambiente é um conceito amplo, que não se limita aos elementos naturais (solo, ar, água, flora, fauna). Na verdade, o meio ambiente é a interação destes, com elementos artificiais (aqueles formados pelo espaço urbano construído e alterado pelo homem) e culturais que, juntos, propiciam um desenvolvimento equilibrado da vida. Desta forma, a violação da ordem urbana e/ou da cultura também configura um crime ambiental. Crimes contra a administração ambiental: descrito nos artigos 66 a 69. São as condutas que dificultam ou impedem que o Poder Público exerça a sua função fiscalizadora e protetora do meio ambiente, seja ela praticada por particulares ou por funcionários do próprio Poder Público. Comete crime ambiental o funcionário público que faz afirmação falsa ou enganosa, omitir a verdade, sonegar informações ou dados técnico- científicos em procedimentos de autorização ou de licenciamento ambiental; ou aquele que concede licença, autorização ou permissão em desacordo com as normas ambientais, para as atividades, obras ou serviços cuja realização depende de ato autorizativo do Poder Público. Também comete crime ambiental a pessoa que deixar de cumprir obrigação de relevante interesse ambiental, quando tem o dever legal ou contratual de fazê-la, ou que dificulta a ação fiscalizadora sobre o meio ambiente. Qualquer pessoa, ao tomar conhecimento de alguma infração ambiental, poderá apresentar representação às autoridades integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA). A autoridade ambiental não tem escolha: uma vez ciente, deverá promover imediatamente a apuração da infração ambiental sob pena de corresponsabilidade. Pág. 65 Sustentabilidade Lei n° 7.735 de 22 de fevereiro de 1989 O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), órgão federal foi criado a partir desta Lei. O IBAMA é uma autarquia vinculada ao Ministério do Meio Ambiente (MMA). Seus objetivos são a preservação, a melhoria e a recuperação da qualidade ambiental, além de assegurar o desenvolvimento econômico, com o uso sustentável dos recursos naturais. O IBAMA é resultado da fusão de 4 entidades que, até então, atuavam separadamente na área ambiental, e que tiveram suas atribuições fundidas no novo órgão: Secretaria do Meio Ambiente (SEMA), Superintendência da Borracha (SUDHEVEA), Superintendência da Pesca (SUDEPE) e Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF). Ele tem a responsabilidade pela execução da Política Nacional do Meio Ambiente, que veremos em seguida, além da atribuição, ao nível federal, de conceder ou não licenciamento ambiental de empreendimentos, ao controle da qualidade ambiental, à autorização de uso dos recursos naturais (água, flora, fauna, solo, etc.), e também pela fiscalização, monitoramento e controle ambiental. Lei n° 9.433 de 08 de janeiro de 1997 Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos e cria o Sistema Nacional de Recursos Hídricos. Define a água como recurso natural limitado, dotado de valor econômico, que pode ter usos múltiplos (consumo humano, produção de energia, transporte, lançamento de esgotos). A lei prevê também a criação do Sistema Nacional de Informação sobre Recursos Hídricos para a coleta, tratamento, armazenamento e recuperação de informações sobre recursos hídricos e fatores intervenientes em sua gestão. Pág. 66 Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz Lei n° 6.902 de 27 de abril de 1981 Esta Lei, intitulada de Lei da Área de Proteção ambiental, criou as “Estações Ecológicas “, áreas representativas de ecossistemas brasileiros, destinadas à realização de pesquisas básicas e aplicadas de Ecologia, à proteção do ambiente natural e ao desenvolvimento da educação conservacionista, sendo que 90 % delas devem permanecer intocadas e 10 % podem sofrer alterações para fins científicos. Foram criadas também as “Áreas de Proteção Ambiental ” ou APAS, áreas que podem conter propriedades privadas e onde o poder público limita as atividades econômicas para fins de proteção ambiental. Lei n° 5.197 de 03 de janeiro de 1967 A Lei da Fauna Silvestre classifica como crime o uso, perseguição, apanha de animais silvestres, caça profissional, comércio de espécies da fauna silvestre e produtos derivados de sua caça, além de proibir a introdução de espécie exótica (importada) e a caça amadorística sem autorização do Ibama. Criminaliza também a exportação de peles e couros de anfíbios e répteis em bruto. Pág. 67 Sustentabilidade Lei n° 4.771 de 15 de setembro de 1965 Esta é a Lei das Florestas, que determina a proteção de florestas nativas e define como áreas de preservação permanente (onde a conservação da vegetação é obrigatória) uma faixa de 30 a 500 metros nas margens dos rios, de lagos e de reservatórios, além de topos de morro, encostas com declividade superior a 45 graus e locais acima de 1.800 metros de altitude. Também exige que propriedades rurais da região Sudeste do país preservem 20 % da cobertura arbórea, devendo tal reserva ser averbada em cartório de registro de imóveis. Lei n° 7.661 de 16 de março de 1988 A Lei do Gerenciamento Costeiro define as diretrizes para criar o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro, ou seja, define o que é zona costeira como espaço geográfico da interação do ar, do mar e da terra, incluindo os recursos naturais e abrangendo uma faixa marítima e outra terrestre. Permite aos estados e municípios costeiros instituírem seus próprios planos de gerenciamento costeiro, desde que prevaleçam as normas mais restritivas. Este gerenciamento costeiro deve obedecer às normas do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Pág. 68 Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz Lei n° 7.805 de 18 de julho de 1989 A mineração, como se observa, é uma atividade que traz inúmeros impactos negativos ao meio ambiente: desmatamento, poluição e assoreamento de cursos d’agua, poluição sonora, etc. Por isso, a atividade deve passar por intenso controle regulatório por parte do Estado e da sociedade, em suas diversas etapas. Lembramos que “qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, afetando a biota, as condições estéticas e a qualidade dos recursos ambientais” deve ser considerada impacto ambiental de acordo com a Resolução 1/86 CONAMA. A atividade de mineração é regulada pela Constituição Federal de 1988, pelo Código de Mineração e Leis específicas, além de atos normativos do Departamento Nacional de Produção Mineral – (DNPM), Ministério de Minas e Energia (MME) e Ministério do Meio Ambiente (CONAMA). A Lei da Exploração Mineral estabelece regras que estão voltadas à indústria de produção mineral. O Código conceitua as jazidas e as minas, estabelece os requisitos e as condições para a obtenção de autorizações, concessões, licenças e permissões, explicita os direitos e deveres dos portadores de títulos minerários, determina os casos de anulação, caducidade dos direitos minerários e regula outros aspectos da indústria mineral. Dispõe, ainda, sobre a competência da agência específica do Ministério de Minas e Energia, o Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM, na administração dos recursos minerais e na fiscalização da atividade mineral no País. Pág. 69 Sustentabilidade Lei n° 7.802 de 10 de julho de 1989 Esta lei, chamada de Lei dos Agrotóxicos, dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propagandacomercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins. Em outras palavras, essa lei regulamenta desde a pesquisa e fabricação dos agrotóxicos até sua comercialização, aplicação, controle, fiscalização e também o destino da embalagem. Há algumas exigências impostas, vou listar algumas: • Obrigatoriedade do receituário agronômico para venda de agrotóxicos ao consumidor. • Registro de produtos nos Ministérios da Agricultura e da Saúde. • Registro no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA. • O descumprimento desta lei pode acarretar multas e reclusão. Pág. 70 Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz Lei n° 6.453 de 17 de outubro de 1977 Esta é a Lei das Atividades Nucleares que dispõe sobre a responsabilidade civil por danos nucleares e a responsabilidade criminal por atos relacionados com as atividades nucleares. Determina que se houver um acidente nuclear, a instituição autorizada a operar a instalação tem a responsabilidade civil pelo dano, independentemente da existência de culpa. Em caso de acidente nuclear não relacionado a qualquer operador, os danos serão assumidos pela União. Esta lei classifica como crime produzir, processar, fornecer, usar, importar ou exportar material sem autorização legal, extrair e comercializar ilegalmente minério nuclear, transmitir informações sigilosas neste setor, ou deixar de seguir normas de segurança relativas à instalação nuclear. APRENDA UM POUCO MAISAPRENDA UM POUCO MAIS Para a proteção do bem de uso comum e garantia de uma vida saudável, o direito ambiental utilizou-se de uma série de princípios, expressos tanto na Constituição brasileira quanto na Política Nacional de Meio Ambiente. Clique no link abaixo e assista ao vídeo! O conteúdo é simples e claro, tenho certeza que facilitará sua compreensão! Não se esqueça de fazer suas anotações sobre o que aprendeu. Fonte: youtubeBR – Prof. Rosenval Júnior Fonte: youtubeBR – Prof. Rosenval Júnior Pág. 71 Sustentabilidade rE F E r ê N C I AS BAIRD, C; trad. RECIO, M. A. L; CARRERA, L. C. M. Química Ambiental. 2. ed. Bookman, Porto Alegre, 2002. BARROS, J. N. Especialização em Mineração e Meio Ambiente: legislação ambiental aplicada à mineração. Cruz das Almas, BA: UFRB, 2017. BEGON, M; TOWNSEND, C. R; HARPER, J. L. Ecologia: De indivíduos a ecossistemas. Porto Alegre: Artmed editora, 2007. BORDALO, R. Manual Completo de Direito Ambiental. Indaiatuba, SP. 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