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Aula Extra 2
Direito Administrativo p/ Delegado de
Polícia - 2020.2 Pré-Edital (Curso
Regular) 
Autor:
Rodolfo Breciani Penna
Aula Extra 2
16 de Abril de 2021
A PRÁTICA LEVA A PERFEIÇÃO - FOCO NA APROVAÃO
 
Sumário 
Considerações Iniciais ........................................................................................................................................ 4 
Contratos na lei 14.133/2021 ............................................................................................................................ 4 
1 – Considerações gerais sobre contratos administrativos ............................................................................ 4 
1.1 – Regime de transição dos contratos ............................................................................................................................ 4 
2 – Características Gerais ............................................................................................................................... 5 
2.1 – Formalismo moderado ................................................................ ............................................................................... 5 
2.2 – Bilateralidade e consensualidade ............................................................................................................................... 7 
2.3 – Comutatividade e onerosidade .................................................................................................................................. 7 
2.4 – Pessoalidade (intuitu personae – personalíssimo) ..................................................................................................... 7 
2.5 – Contrato de adesão? ................................................................................................................................................... 8 
2.6 – Desequilíbrio ............................................................................................................................................................... 8 
2.7 – Instabilidade ................................................................................................................................................................ 8 
2.8 – Mutabilidade ............................................................................................................................................................... 9 
3 – Formalização e duração dos contratos .................................................................................................... 9 
3.1 – Formalização do contrato administrativo .................................................................................................................. 9 
3.1.1 – Procedimento de assinatura do instrumento do contrato ................................................................................... 11 
3.1.2 – Das garantias .......................................................................................................................................................... 12 
3.1.3 – Da alocação de riscos (matriz de riscos)................................................................................................................ 13 
3.1.4 – Das demais obrigações do contratado .................................................................................................................. 14 
3.2 – Duração dos contratos .............................................................................................................................................. 14 
4 – Das prerrogativas da Administração Pública (cláusulas exorbitantes).................................................. 17 
4.1 – Alteração unilateral do contrato .............................................................................................................................. 17 
4.2 – Extinção unilateral do contrato ................................................................................................................................ 19 
Rodolfo Breciani Penna
Aula Extra 2
Direito Administrativo p/ Delegado de Polícia - 2020.2 Pré-Edital (Curso Regular) 
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A PRÁTICA LEVA A PERFEIÇÃO - FOCO NA APROVAÃO
4.3 – Fiscalização da execução do contrato ...................................................................................................................... 20 
4.4 – Aplicação direta de sanções ..................................................................................................................................... 21 
4.5 – Ocupação provisória ................................................................................................................................................. 21 
4.6 – Medidas de compensação ........................................................................................................................................ 21 
4.7 – Restrição à oposição do contrato não cumprido e poder de suspender a execução do contrato ......................... 22 
5 – Execução do contrato ............................................................................................................................. 23 
5.1 – Responsabilidades .................................................................................................................................................... 23 
5.1.1 – Responsabilidade subsidiária da Administração Pública pelos encargos trabalhistas ......................................... 24 
5.2 – Pagamentos .............................................................................................................................................................. 26 
5.3 – Dever de decisão ....................................................................................................................................................... 27 
6 – Equilíbrio econômico-financeiro do contrato ......................................................................................... 28 
6.1 – Reajuste..................................................................................................................................................................... 28 
6.1.1 – Periodicidade do reajuste ...................................................................................................................................... 29 
6.2 – Revisão ...................................................................................................................................................................... 31 
6.3 – Atualização financeira (ou monetária) ..................................................................................................................... 32 
6.4 – Repactuação .............................................................................................................................................................. 33 
6.5 – Tabela comparativa .................................................................................................................................................. 34 
7 – A teoria da imprevisão – Inexecução contratual involuntária ............................................................... 34 
8 – Extinção do contrato .............................................................................................................................. 34 
8.1 – Nulidade do contrato ................................................................................................................................................ 35 
8.2 – Rescisão ..................................................................................................................................................................... 36 
8.2.1 – Rescisão por culpa do contratado ......................................................................................................................... 36 
8.2.2 – Rescisão sem culpa do contratado ........................................................................................................................38 
9 – Recebimento do objeto do contrato ....................................................................................................... 40 
10 – Meios alternativos de resolução de controvérsias ............................................................................... 41 
11 – Das irregularidades e da aplicação de sanções.................................................................................... 42 
Rodolfo Breciani Penna
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A PRÁTICA LEVA A PERFEIÇÃO - FOCO NA APROVAÃO
11.1 – Procedimento para aplicação das sanções ............................................................................................................ 44 
11.2 – Desconsideração da personalidade jurídica em âmbito administrativo ............................................................... 46 
12 – Do controle das contratações .............................................................................................................. 47 
12.1 – Atuação dos órgãos de controle ............................................................................................................................. 48 
Resumo ............................................................................................................................................................. 48 
Considerações Finais ........................................................................................................................................ 63 
Questões Comentadas ..................................................................................................................................... 64 
Lista de Questões ............................................................................................................................................. 83 
Gabarito............................................................................................................................................................ 88 
 
Rodolfo Breciani Penna
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CONTRATOS NA LEI 14.133/2021 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Fala meus amigos! 
Finalmente foi publicada a nova lei de licitações e contratos (lei 14.133/2021), trazendo com ela algumas 
novidades, algumas mudanças e muita sistematização de entendimentos já consolidados. 
Com isso, preparamos o nosso PDF para fornecer todo conteúdo necessário para que vocês estejam 
preparados para a cobrança deste tema nas próximas provas. 
Vamos à nossa aula. 
Qualquer dúvida, críticas ou sugestões, podem me contactar nos canais a seguir: 
E-mail: prof.rodolfopenna@gmail.com 
Instagram: https://www.instagram.com/rodolfobpenna 
CONTRATOS NA LEI 14.133/2021 
1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 
Em relação às considerações gerais, remetemos o aluno para aula sobre contratos administrativos de acordo 
com a lei 8.666/93, tendo em vista que os conceitos e considerações são as mesmas. 
1.1 – Regime de transição dos contratos 
O art. 190, da lei 14.133/2021 estabelece que o contrato cujo instrumento tenha sido assinado antes da 
entrada em vigor da referida lei continuará a ser regido de acordo com a legislação “revogada”. 
Além disso, mesmo depois da entrada em vigor da nova lei, a Administração Pública poderá 
realizar licitações com fundamento no regime antigo durante 2 (dois) anos, de forma que os 
contratos decorrentes destas licitações também devem seguir o regime antigo (art. 191, 
parágrafo único). 
Assim, tome-se como exemplo uma licitação que, por razões de complexidade e burocracia, somente foi 
finalizada após os referidos 2 (dois) anos, já com a lei 8.666/93 revogada. Mesmo nesta hipótese, o contrato 
será firmado com fundamento na lei revogada, conforme art. 191, parágrafo único. 
A regra não possui maiores complexidades: o contrato será regido pela lei que regeu a licitação. 
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Da mesma forma, os contratos celebrados com base em ata de registro de preços serão firmados sob o 
regime da licitação do referido sistema de registro de preços, ainda que a ata tenha sido assinada após a 
revogação da lei 8.666/93 (após o prazo de 2 anos da entrada em vigor da nova lei). 
No mesmo sentido, o contrato celebrado sob o regime da lei 8.666/93 poderá ser prorrogado se enquadrado 
nas hipóteses em que a referida lei autoriza a prorrogação, ainda que já tenha sido revogada. 
Desta forma, repare que, por mais que a lei 8.666/93 seja revogada 2 (dois) anos após a publicação da lei 
14.133/2021, continuará a ser utilizada ainda por muitos anos nas hipóteses tratadas acima. 
2 – CARACTERÍSTICAS GERAIS 
Em virtude do regime jurídico de direito público a que está sujeito, com prerrogativas em favor da 
Administração Pública, o contrato administrativo apresenta características peculiares. Apresentaremos de 
forma objetiva as características encontradas na doutrina administrativa em geral: 
a) Formalismo moderado; 
b) Bilateralidade e consensualidade; 
c) Comutatividade e onerosidade; 
d) Pessoalidade (contrato personalíssimo); 
e) Contrato de adesão; 
f) Desequilíbrio; 
g) Instabilidade; 
h) Mutabilidade. 
2.1 – Formalismo moderado 
Na grande maioria dos casos, os contratos administrativos deverão ser formais e escritos. Considerando que 
a atuação da Administração tem como escopo o interesse público, sendo mera gestora de interesses alheios, 
exige-se uma formalidade maior em comparação com as relações privadas. 
Neste sentido, o art. 95, §2º da lei 14.133/2021 prevê que é nulo e de nenhum efeito o contrato verbal, 
salvo o de pequenas compras ou prestação de serviços de pronto pagamento na forma do dispositivo. 
Vejamos: 
§ 2º É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, salvo o de pequenas 
compras ou prestação de serviços de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor não 
superior a R$ 10.000,00 (dez mil reais). 
 
Dois destaques importantíssimos devem ser feitos. Em primeiro lugar, foi prevista a 
possibilidade de contrato verbal para prestação de serviços, hipótese não prevista na lei 
8.666/93. Em segundo lugar, não se exige mais que o pagamento seja feito em regime de 
adiantamento (que ocorre quando o valor é empenhado e entregue ao servidor público para 
realização da compra). 
Rodolfo Breciani Penna
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Comparativamente: 
Lei 8.666/93 Lei 14.133/2021 
Art. 60 (...) Parágrafo único. É nulo e de nenhum 
efeito o contrato verbal com a Administração, salvo 
o de pequenas compras de pronto pagamento, 
assim entendidas aquelas de valor não superior a 
5% (cinco por cento) do limite estabelecido no art. 
23, inciso II, alínea "a" desta Lei, feitas em regime 
de adiantamento. 
Art. 95 (...) § 2º É nulo e de nenhum efeito o 
contrato verbal com a Administração, salvo o de 
pequenas compras ou prestação de serviços de 
pronto pagamento, assim entendidas aquelas de 
valor não superior a R$ 10.000,00 (dez mil reais). 
Não obstante, a doutrina e a jurisprudência admitem o pagamento ao particular de boa-fé quando a 
Administração celebra contrato verbal fora da hipótese permitida, sob pena de prejudicar o particular que 
forneceu o bem ou prestou o serviço. 
Outros exemplos de formalismo moderado podem ser citados: 
a) Contratos e aditamentos, em regra, escritos, juntados ao processo de licitação e mantidos disponíveis 
em sítio eletrônico oficial (art. 91); 
§ 1º Será admitida amanutenção em sigilo de contratos e de termos aditivos quando 
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, nos termos da legislação que regula o 
acesso à informação. 
b) Formalidades legais: 
Art. 89 (...) 
§ 1º Todo contrato deverá mencionar os nomes das partes e os de seus representantes, a 
finalidade, o ato que autorizou sua lavratura, o número do processo da licitação ou da 
contratação direta e a sujeição dos contratantes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais. 
c) Divulgação do contrato e aditamentos no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP) como 
condição de eficácia; 
 
Art. 94. A divulgação no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP) é condição 
indispensável para a eficácia do contrato e seus aditamentos e deverá ocorrer nos seguintes 
prazos, contados da data de sua assinatura: 
I – 20 (vinte) dias úteis, no caso de licitação; 
II – 10 (dez) dias úteis, no caso de contratação direta. 
§ 1º Os contratos celebrados em caso de urgência terão eficácia a partir da sua assinatura e 
deverão ser publicados nos prazos previstos nos incisos I e II do caput deste artigo, sob pena de 
nulidade. 
Rodolfo Breciani Penna
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d) O instrumento de contrato é obrigatório, salvo nas seguintes hipóteses (art. 95): 
I – dispensa de licitação em razão de valor; 
II – compras com entrega imediata e integral dos bens adquiridos, dos quais não resultem 
obrigações futuras, inclusive quanto a assistência técnica, independentemente de seu valor. 
Nesses casos, a Administração poderá substituí-lo por outro instrumento hábil, como carta-contrato, nota 
de empenho de despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço. 
2.2 – Bilateralidade e consensualidade 
A bilateralidade dos contratos administrativos pode ser verificada sob dois aspectos: 
a) Quanto à formação: a formalização do contrato depende da manifestação de vontade das partes 
contratantes, não cabendo à Administração Pública impor o contrato aos particulares. A este primeiro 
aspecto, também se denomina consensualidade; 
b) Quanto aos efeitos: o contrato administrativo impõe direitos e obrigações recíprocos para as partes. 
2.3 – Comutatividade e onerosidade 
As obrigações das partes contratantes são equivalentes e previamente definidas, ou seja, a uma obrigação 
por parte da contratada, corresponde uma obrigação da parte contratante. Difere do contrato aleatório, em 
que um ou ambas as partes ainda não sabem as obrigações a que estarão sujeitas, tendo em vista que 
dependem da ocorrência ou não de um fato futuro e incerto (como a obrigação da seguradora no contrato 
de seguro). 
O equilíbrio econômico-financeiro do contrato deve ser mantido durante toda a vigência (art. 37, XXI, CF), 
sendo preservado contra o decurso do tempo e contra fatos extraordinários não imputáveis ao contratado. 
Além disso, o contrato é oneroso, tendo em vista que, a uma prestação do particular, corresponde uma 
contraprestação do poder público. Ambas as partes possuem um ônus na relação jurídica. 
2.4 – Pessoalidade (intuitu personae – personalíssimo) 
O contrato é celebrado com o particular vencedor do procedimento licitatório, devendo ser executado 
apenas por ele, sob pena de violação dos princípios da impessoalidade, moralidade e da licitação. 
Não obstante, essa característica não é absoluta, sendo admitida, nas hipóteses legais, subcontratação do 
objeto do contrato: 
Art. 122. Na execução do contrato e sem prejuízo das responsabilidades contratuais e legais, o 
contratado poderá subcontratar partes da obra, do serviço ou do fornecimento até o limite 
autorizado, em cada caso, pela Administração. 
§ 1º O contratado apresentará à Administração documentação que comprove a capacidade 
técnica do subcontratado, que será avaliada e juntada aos autos do processo correspondente. 
Rodolfo Breciani Penna
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§ 2º Regulamento ou edital de licitação poderão vedar, restringir ou estabelecer condições para 
a subcontratação. 
Dos dispositivos legais podem ser extraídos alguns requisitos para a subcontratação: 
a) Vedada a subcontratação total do objeto (sob pena de violação do princípio da licitação pública), 
sendo admitida apenas a subcontratação de parte da obra, serviço ou fornecimento; 
b) Concordância da Administração Pública; 
c) Dentro dos limites permitidos pela Administração. 
Nos casos de inexigibilidade de licitação para contratação de serviços técnicos especializados, é 
vedada a subcontratação de empresas ou a atuação de profissionais distintos daqueles que 
tenham justificado a inexigibilidade (art. 74, §4º). 
2.5 – Contrato de adesão? 
Parte da doutrina entende que o contrato administrativo é uma espécie de contrato de adesão, uma vez que 
a Administração Pública é quem propõe as cláusulas do contrato, não cabendo ao particular contratado 
propor alterações, supressões ou acréscimos ao contrato, cabendo-lhe apenas aceitar ou não a celebração 
do contrato. 
O art. 92 da lei 8.666/933 enumera diversas cláusulas obrigatórias do contrato administrativo. Além disso, a 
minuta do contrato sempre integrará o edital ou ato convocatório da licitação. 
 
Entretanto, outra parcela da doutrina aduz que a Administração estabelece apenas as 
cláusulas regulamentares (ou de serviço), que não poderão ser alteradas pelo contratado, 
enquanto o particular possui liberdade de manifestação quanto às cláusulas econômicas 
(preço, reajuste etc.), tendo em vista que apresentará proposta buscando se sagrar vencedor 
no procedimento licitatório. Neste sentido, não poderia ser considerado como contrato de 
adesão. 
2.6 – Desequilíbrio 
Ao contrário dos contratos privados, o contrato administrativo possui um desequilíbrio entre as partes, tendo 
em vista que a Administração Pública se encontra em posição de superioridade em relação ao particular 
contratado, possuindo diversas prerrogativas em virtude das cláusulas exorbitantes. 
2.7 – Instabilidade 
Trata-se da característica decorrente da prerrogativa conferida à Administração Pública para alterar 
unilateralmente o contrato com o objetivo de atender o interesse público (art. 124, I). Entretanto, a 
instabilidade é verificada apenas quanto às cláusulas regulamentares ou de serviço, tendo em vista que, 
quanto às cláusulas financeiras, deve ser mantido o equilíbrio econômico-financeiro do início do contrato. 
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2.8 – Mutabilidade 
O princípio da mutabilidade dos contratos administrativos decorre, especialmente, das cláusulas 
exorbitantes, que autorizam a alteração unilateral das cláusulas regulamentares do ajuste pela 
Administração Pública. 
Não obstante, pode-se dizer que o princípio da mutabilidade também está presente na alteração das 
cláusulas econômicas do contrato para realização do seu reequilíbrio econômico-financeiro, tais como a 
revisão, o reajuste e a repactuação, que podem decorrer da alteração unilateral do contrato ou de eventos 
supervenientes, extraordinários, imprevisíveis ou previsíveis de efeitos incalculáveis, conforme teoria da 
imprevisão. 
Neste caso, em verdade, a alteração das cláusulas econômicas para efetivação do reequilíbrio são meras 
consequências da mutabilidade do contrato. A mutabilidade está presente no evento que ensejou o 
reequilíbrio, pois esta circunstância alterou as condições em que o contrato será executado. 
O equilíbrio econômico-financeiro e a teoria da imprevisão serão estudados em capítulos próprios. 
 
3 – FORMALIZAÇÃOE DURAÇÃO DOS CONTRATOS 
3.1 – Formalização do contrato administrativo 
Os contratos administrativos estão sujeitos ao princípio do formalismo moderado, devendo a Administração 
Pública obedecer aos procedimentos estabelecidos pela legislação e às cláusulas por ela impostas para a 
formalização válida do ajuste. 
A lei 14.133/2021 estabelece diversas regras para a formação válida do contrato: 
a) Necessidade de prévia licitação, salvo as hipóteses de dispensa e inexigibilidade previstas em lei (art. 
37, XXI, CF); 
b) A minuta do contrato deve ser acostada ao instrumento convocatório da licitação (art. 18, VI); 
• Formalismo moderado
• Bilateralidade e Consensualidade
• Comutatividade e onerosidade
• Pessoalidade
• Adesão (controverso)
• Desequilíbrio
• Instabilidade
• Mutabilidade
Características do 
Contrato 
Administrativo
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c) Forma escrita, salvo a possibilidade de contrato verbal para pequenas compras ou serviços de pronto 
pagamento (arts. 91, caput, e 95, §2º), juntando-se o contrato ao processo de licitação; 
d) Mencionar os nomes das partes e os de seus representantes, a finalidade, o ato que autorizou sua 
lavratura, o número do processo da licitação ou da contratação direta e a sujeição dos contratantes 
às normas desta Lei e às cláusulas contratuais (art. 98, §1º); 
e) Cláusulas obrigatórias (art. 92): 
I – o objeto e seus elementos característicos; II – a vinculação ao edital de licitação e à proposta 
do licitante vencedor ou ao ato que tiver autorizado a contratação direta e à respectiva proposta; 
III – a legislação aplicável à execução do contrato, inclusive quanto aos casos omissos; IV – o 
regime de execução ou a forma de fornecimento; V – o preço e as condições de pagamento, os 
critérios, a data-base e a periodicidade do reajustamento de preços e os critérios de atualização 
monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento; VI – os 
critérios e a periodicidade da medição, quando for o caso, e o prazo para liquidação e para 
pagamento; VII – os prazos de início das etapas de execução, conclusão, entrega, observação e 
recebimento definitivo, quando for o caso; VIII – o crédito pelo qual correrá a despesa, com a 
indicação da classificação funcional programática e da categoria econômica; IX – a matriz de 
risco, quando for o caso; X – o prazo para resposta ao pedido de repactuação de preços, quando 
for o caso; XI – o prazo para resposta ao pedido de restabelecimento do equilíbrio econômico-
financeiro, quando for o caso; XII – as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, 
quando exigidas, inclusive as que forem oferecidas pelo contratado no caso de antecipação de 
valores a título de pagamento; XIII – o prazo de garantia mínima do objeto, observados os prazos 
mínimos estabelecidos nesta Lei e nas normas técnicas aplicáveis, e as condições de manutenção 
e assistência técnica, quando for o caso; XIV – os direitos e as responsabilidades das partes, as 
penalidades cabíveis e os valores das multas e suas bases de cálculo; XV – as condições de 
importação e a data e a taxa de câmbio para conversão, quando for o caso; XVI – a obrigação do 
contratado de manter, durante toda a execução do contrato, em compatibilidade com as 
obrigações por ele assumidas, todas as condições exigidas para a habilitação na licitação, ou para 
qualificação, na contratação direta; XVII – a obrigação de o contratado cumprir as exigências de 
reserva de cargos prevista em lei, bem como em outras normas específicas, para pessoa com 
deficiência, para reabilitado da Previdência Social e para aprendiz; XVIII – o modelo de gestão do 
contrato, observados os requisitos definidos em regulamento; XIX – os casos de extinção. 
 
a) Legislação aplicável (III): em razão da vigência concomitante do novo e do antigo 
regime de contratações; 
b) Matriz de risco (IX); 
c) Prazo para resposta aos pedidos de repactuação e de reequilíbrio econômico-
financeiro (X e XI); 
d) Prazo de garantia mínima do objeto (XIII); 
e) Condições de importação e a data da taxa de câmbio (XV); 
f) Obrigação de o contratado cumprir as exigências de reserva de cargos prevista em lei, 
bem como em outras normas específicas, para pessoa com deficiência, para 
reabilitado da Previdência Social e para aprendiz (XVII); 
g) Modelo de gestão do contrato (XVIII). 
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Tornou-se obrigatória a previsão de reajuste ou repactuação, quando for o caso, com as 
respectivas datas-bases e o índice, no primeiro caso. O caso é interessante pois, aparentemente, 
rompe com o entendimento do STJ no sentido de que o reajuste é um direito patrimonial 
disponível, cuja ausência de previsão contratual deveria ser interpretada como renúncia pelo 
particular. A nova lei torna obrigatória a previsão do reajuste. 
f) Obrigatoriedade, em regra, do instrumento do contrato (art. 95), salvo nos casos de dispensa em 
razão do valor e nas compras com entrega imediata e integral, das quais não resultem obrigações 
futuras; 
g) Publicação no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP), como condição indispensável à sua 
eficácia (art. 94). 
3.1.1 – Procedimento de assinatura do instrumento do contrato 
Art. 90. A Administração convocará regularmente o licitante vencedor para assinar o termo de 
contrato ou para aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo e nas condições 
estabelecidas no edital de licitação, sob pena de decair o direito à contratação, sem prejuízo das 
sanções previstas nesta Lei 
O prazo poderá ser prorrogado uma vez, por igual período, mediante solicitação justificada da parte, se o 
motivo for aceito pela Administração. 
 
Quanto o convocado não atender à convocação no prazo, a Administração poderá, em ato 
discricionário, convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para 
celebrar o contrato nas condições propostas pelo licitante vencedor. Até aqui, nada de 
diferente da lei 8.666/93. 
Se os licitantes convocados não aceitarem essas condições, a Administração poderá, 
observados o valor estimado e sua atualização: 
a) convocar os licitantes remanescentes para negociação, na ordem de classificação, 
com vistas à obtenção de preço melhor, mesmo que acima do preço do 
adjudicatário; 
b) adjudicar e celebrar o contrato nas condições ofertadas pelos licitantes 
remanescentes, atendida a ordem classificatória, quando frustrada a negociação 
de melhor condição. 
§ 3º Decorrido o prazo de validade da proposta indicado no edital sem convocação para a 
contratação, ficarão os licitantes liberados dos compromissos assumidos. 
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O art. 90, §7º prevê que “será facultada à Administração a convocação dos demais licitantes 
classificados para a contratação de remanescente de obra, de serviço ou de fornecimento 
em consequência de rescisão contratual, observados os mesmos critérios estabelecidos nos 
§§ 2º e 4º deste artigo.” 
Essa hipótese era prevista como dispensa de licitação pela lei 8.666/93. No entanto, o 
legislador conferiu tratamento diferenciado na nova lei, de forma que fiquem dispensadas 
as formalidades da dispensa, bastando a convocação dos remanescentes como se o vencedor 
tivesse recusado a assinatura do contrato. 
3.1.2 – Das garantias 
A nova lei previu um capítulo autônomo para tratar apenas das garantias nos contratos administrativos. 
A exigência de garantia do particular permanece sendouma decisão discricionária do 
administrador, à exemplo da lei 8.666/93 (art. 96, lei 14.133/2021), sendo necessário que haja 
previsão no edital. 
 
Manteve-se ainda a previsão de que é o particular contratado que deve escolher a 
modalidade de garantia, dentre aquelas admitidas na lei (art. 96, §1º): 
I – caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, emitidos sob a forma escritural, mediante 
registro em sistema centralizado de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do 
Brasil, e avaliados por seus valores econômicos, conforme definido pelo Ministério da Economia; 
II – seguro-garantia; 
III – fiança bancária emitida por banco ou instituição financeira devidamente autorizada a 
operar no País pelo Banco Central do Brasil. 
De novidade, a especificação dos critérios para a prestação de fiança bancária, bem como a 
regulamentação do seguro-garantia no art. 97, determinando-se que o custo do seguro será 
integrado ao preço ofertado. Poderá ainda prever a obrigação de a seguradora assumir a 
execução e concluir o objeto do contrato nos contratos de obras e serviços de engenharia em 
caso de inadimplemento do contratado (art. 102), hipótese na qual a seguradora ficará isenta 
da obrigação de pagar o valor segurado. 
O valor da garantia será o seguinte: 
Hipóteses Percentual da garantia 
Regra geral para obras, serviços e fornecimento. 5% 
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Justificativa mediante análise da complexidade técnica 
dos riscos envolvidos. 
10% 
Obras e serviços de engenharia de grande vulto 30% (seguro-garantia, com cláusula de 
retomada) 
Será utilizado o valor anual do contrato para definição do percentual de garantia nos contratos 
de serviços e fornecimentos contínuos com vigência superior a 1 (um) ano, assim como nas 
prorrogações. 
Art. 101. Nos casos de contratos que impliquem a entrega de bens pela Administração, dos quais 
o contratado ficará depositário, o valor desses bens deverá ser acrescido ao valor da garantia. 
3.1.3 – Da alocação de riscos (matriz de riscos) 
Outra novidade da lei 14.133/2021 foi a possibilidade de previsão da matriz de alocação de riscos previstos 
e presumíveis, que serão alocados entre contratante e contratado ou compartilhados. 
A matriz de risco é uma ferramenta de gerenciamento que permite prever possíveis riscos do contrato, 
determinando quem deve suportar determinado prejuízo caso o evento prejudicial ocorra. A lei 8.666/93 
não trazia essa disposição. No entanto, alguns doutrinadores já defendiam a necessidade de sua previsão e 
alocação. 
A importância da previsão da matriz de risco é dar ao contratado a possibilidade de ajustar melhor sua 
proposta àqueles de sua responsabilidade. Um contrato com riscos maiores ao contratado terá um preço 
maior, uma vez que exigirá medidas de prevenção e de segurança, caso o evento danoso ocorra, tal como a 
contratação de seguro, por exemplo. 
Neste sentido, a lei prevê que a alocação dos riscos deve ser quantificada para fins de projeção dos reflexos 
de seus custos no valor estimado da contratação. 
Para a alocação, deve ser considerado: 
a) Natureza do risco; 
b) Beneficiário das prestações a que ele se vincula; 
c) Capacidade de cada setor para melhor gerenciá-lo. 
Os riscos que tenham cobertura oferecida por seguradora serão transferidos preferencialmente 
para o contratado. 
§ 4º A matriz de alocação de riscos definirá o equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato 
em relação a eventos supervenientes e deverá ser observada na solução de eventuais pleitos das 
partes. 
As partes não podem pedir reequilíbrio econômico-financeiro do contrato relacionado aos riscos assumidos, 
exceto no que se refere: 
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I – às alterações unilaterais determinadas pela Administração, nas hipóteses do inciso I do caput 
do art. 124 desta Lei; 
II – ao aumento ou à redução, por legislação superveniente, dos tributos diretamente pagos pelo 
contratado em decorrência do contrato. 
3.1.4 – Das demais obrigações do contratado 
A lei ainda estabelece a possibilidade de previsão de obrigações diversas como encargo do contratado, 
inclusive obrigações sociais, as quais reproduzimos a seguir: 
Art. 25 (...) 
§ 2º Desde que não sejam produzidos prejuízos à competitividade do processo licitatório e à 
eficiência do respectivo contrato, devidamente demonstrado em estudo técnico preliminar, o 
edital poderá prever a utilização de mão de obra, materiais, tecnologias e matérias-primas 
existentes no local da execução, conservação e operação do bem, serviço ou obra. 
§ 4º Nas contratações de obras, serviços e fornecimentos de grande vulto, o edital deverá prever 
a obrigatoriedade de implantação de programa de integridade pelo licitante vencedor, no prazo 
de 6 (seis) meses, contado da celebração do contrato, conforme regulamento que disporá sobre 
as medidas a serem adotadas, a forma de comprovação e as penalidades pelo seu 
descumprimento. 
§ 5º O edital poderá prever a responsabilidade do contratado pela obtenção do licenciamento 
ambiental e realização da desapropriação autorizada pelo poder público 
§ 9º O edital poderá, na forma disposta em regulamento, exigir que o contratado destine um 
percentual mínimo da mão de obra responsável pela execução do objeto da contratação a: 
I – mulher vítima de violência doméstica; 
II - oriundo ou egresso do sistema prisional, na forma estabelecida em regulamento. 
3.2 – Duração dos contratos 
No que diz respeito à duração dos contratos, a lei trouxe importantes alterações em relação ao regime 
anterior. Em primeiro lugar, repete-se a necessidade de observância das normas de direito financeiro, 
devendo observar a disponibilidade de créditos orçamentários e a previsão no plano plurianual quando o 
contrato ultrapassar 1 (um) exercício financeiro. 
Vale relembrar ainda a diferença entre contrato por prazo certo e contrato por escopo (que recebeu 
tratamento diferenciado pela nova lei) e os impactos do prazo do contrato em cada um deles. 
➢ Contrato por prazo certo: é aquele cujo prazo contratual é fundamental para o cumprimento das 
obrigações ajustadas entre as partes, ou seja, o contratado deve cumprir suas obrigações até o final 
do prazo estabelecido em contrato. Neste caso, considera-se extinto o contrato com o advento do 
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seu termo final (ex.: serviços de limpeza, serviços de segurança, fornecimento mensal de bens de 
escritórios etc.); 
➢ Contrato por escopo (ou objeto): é o contrato em que as obrigações devem ser cumpridas 
independentemente do prazo estabelecido. O contrato somente será extinto com o cumprimento 
total do seu objeto (ex.: no contrato para construção de prédio público, o contrato somente se 
encerra com a conclusão da obra). 
Não obstante, no contrato por escopo, o prazo de contratação continua relevante para verificar 
eventual mora do contratado no cumprimento de suas obrigações. Ultrapassado o prazo 
definido, o contratado continua obrigado a cumprir o objeto do contrato, porém, deverá arcar 
com o ônus do atraso. 
No caso do contrato por escopo, a lei prevê que o prazo de vigência será automaticamente prorrogado 
quando seu objeto não for concluído no período firmado no contrato (art. 111). Quando a não conclusão 
decorrer de culpa do contratado: 
I – o contratado será constituído em mora, aplicáveis a ele as respectivas sanções administrativas; 
II – a Administração poderá optar pela extinçãodo contrato e, nesse caso, adotará as medidas 
admitidas em lei para a continuidade da execução contratual. 
 
Contrato por prazo determinado Contrato por escopo (ou por objeto) 
Obrigações devem ser cumpridas no prazo ajustado; Obrigações devem ser cumpridas 
independentemente do prazo ajustado; 
Extingue-se com fim do prazo estabelecido; Extingue-se com o cumprimento total do objeto do 
contrato; 
Ultrapassado o prazo, o contrato é extinto. Ultrapassado o prazo, não extingue o contrato, 
apenas constitui o contratado em mora. 
Outro ponto relevante é que a nova lei não repetiu a previsão da lei 8.666/93 de vedação ao contrato por 
prazo indeterminado. Muito pelo contrário, previu ao menos uma situação em que o contrato por prazo 
indeterminado é expressamente permitido: 
Lei 8.666/93 Lei 14.133/2021 
Art. 57 (...) § 3º É vedado o contrato com prazo de 
vigência indeterminado. 
Art. 109. A Administração poderá estabelecer a 
vigência por prazo indeterminado nos contratos em 
que seja usuária de serviço público oferecido em 
regime de monopólio, desde que comprovada, a 
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cada exercício financeiro, a existência de créditos 
orçamentários vinculados à contratação. 
Quanto à duração do contrato, restou estabelecido o seguinte: 
a) Serviços e fornecimentos contínuos, aluguel de equipamentos e utilização de programas de 
informática: 5 anos. 
Nesse caso, a Administração terá a opção de extinguir o contrato, sem ônus, quando não dispuser 
de créditos orçamentários para sua continuidade ou quando entender que o contrato não mais 
lhe oferece vantagem. A extinção ocorrerá na próxima data de aniversário do contrato e não 
pode ocorrer em prazo inferior a 2 (dois) meses da referida data. 
No caso de serviços e fornecimentos contínuos, os contratos podem ser prorrogados sucessivamente por até 
10 anos se houver previsão em edital e seja atestado que as condições e preços permanecem vantajosos. 
b) No caso do art. 75, inciso IV, alíneas f e g, V, VI, XII e XVI (Art. 108): 10 anos 
c) Quando a Administração Pública for usuária de serviço público oferecido em regime de monopólio 
(art. 109): contrato por prazo indeterminado. 
d) Contratação que gere receita ou contrato de eficiência que gere economia (art. 110): 
i. Contratos sem investimento: 10 anos; 
ii. Contratos com investimentos: 35 anos. 
e) Fornecimento e prestação de serviço associado (art. 113): soma do prazo do fornecimento inicial ou 
entrega da obra com o prazo do serviço, este último limitado a 5 anos, autorizada a prorrogação se 
houver previsão em edital, atestado de que as condições e preços permanecem vantajoso; 
f) Operação continuada de sistemas estruturantes de tecnologia da informação (art. 114): 15 anos. 
 
Espécie de contrato Duração máxima 
Serviços e fornecimentos contínuos 5 anos, prorrogável 
sucessivamente até 10 anos 
Aluguel de equipamentos e utilização de programas de informática 5 anos 
Art. 75, inciso IV, alíneas f e g, V, VI, XII e XVI 10 anos 
Contratação que gere receita ou contrato de eficiência que gere 
economia sem investimentos 
10 anos 
Contratação que gere receito ou contrato de eficiência que gere 
economia com investimentos 
35 anos 
Fornecimento e prestação de serviço associado Prazo do fornecimento + 5 
anos de serviço associado 
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Operação continuada de sistemas estruturantes de tecnologia da 
informação 
15 anos 
Administração Pública como usuária de serviço público oferecido em 
regime de monopólio 
Prazo indeterminado 
4 – DAS PRERROGATIVAS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
(CLÁUSULAS EXORBITANTES) 
A nova lei previu de forma sistemática as prerrogativas da Administração Pública no art. 104: 
I – modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse público, 
respeitados os direitos do contratado; 
II – extingui-los, unilateralmente, nos casos especificados nesta Lei; 
III – fiscalizar sua execução; 
IV – aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste; 
V – ocupar provisoriamente bens móveis e imóveis e utilizar pessoal e serviços vinculados ao 
objeto do contrato, nas hipóteses de: 
a) risco à prestação de serviços essenciais; 
b) necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, 
inclusive após extinção do contrato. 
Além desses casos, a Administração Pública poderá ainda: 
a) Exigir garantia da proposta (tema já estudado); 
b) Exigir medidas de compensação. 
Por outro lado, a exceção do contrato não cumprido possui restrições quando oposta pelo particular 
contratado. 
 
As cláusulas exorbitantes nos contratos administrativos decorrem diretamente da lei (ex 
lege), sendo desnecessária a sua previsão no edital de licitação e no contrato para que possam 
ser utilizadas pela Administração Pública. 
4.1 – Alteração unilateral do contrato 
As hipóteses genéricas de alteração unilateral do contrato são idênticas à lei 8.666/93, mantendo-se a 
distinção entre alteração qualitativa e quantitativa: 
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Art. 124. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas justificativas, 
nos seguintes casos: 
I – unilateralmente pela Administração: 
a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica 
a seus objetivos; 
b) quando for necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou 
diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei; 
 
 
A lei permite apenas a alteração das cláusulas regulamentares do contrato (também 
denominadas cláusulas de serviço ou cláusulas de execução). As cláusulas econômico-
financeiras não podem ser alteradas unilateralmente pelo poder público. Ademais, 
promovida alteração unilateral do contrato, as cláusulas econômico-financeiras devem 
passar por uma revisão para que se mantenha o equilíbrio contratual. 
Art. 104 (...) § 1º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos não poderão 
ser alteradas sem prévia concordância do contratado. 
Os limites percentuais também são idênticos aos da lei 8.666/93: 
a) Regra geral: 25% do valor inicial atualizado; 
b) Exceção: 50% no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, apenas quanto aos 
acréscimos (no caso de supressão permanece o limite de 25%). 
A lei admite apenas um caso de alteração do contrato sem limite percentual, todavia, trata-se do caso das 
supressões resultantes de acordo entre as partes e, portanto, não é uma cláusula exorbitante. 
Alteração unilateral
Qualitativa (art. 123, I, 
a)
Projeto ou 
especificações, para 
melhor adequação 
técnica
Quantitativa (art. 123, 
I, b)
Valor contratual por 
acréscimo ou 
diminuição no objeto
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Outra limitação que já existia, porém, agora se encontra prevista em lei (art. 126), é que a 
alteração não poderá transfigurar o objeto do contrato, sob pena de violação do princípio 
licitatório. Caso seja necessária a contratação de objeto distinto, deverá ser realizada nova 
licitação. 
Art. 127. Se o contrato não contemplar preços unitários para obras ou serviços cujo aditamento 
se fizer necessário, esses serão fixados por meio da aplicação da relação geral entreos valores 
da proposta e o do orçamento-base da Administração sobre os preços referenciais ou de 
mercado vigentes na data do aditamento, respeitados os limites estabelecidos no art. 124 desta 
Lei. 
Art. 129. Nas alterações contratuais para supressão de obras, bens ou serviços, se o contratado 
já houver adquirido os materiais e os colocado no local dos trabalhos, estes deverão ser pagos 
pela Administração pelos custos de aquisição regularmente comprovados e monetariamente 
reajustados, podendo caber indenização por outros danos eventualmente decorrentes da 
supressão, desde que regularmente comprovados. 
 
Por fim, havendo alteração unilateral do contrato, as cláusulas econômico-financeiras do 
contrato deverão ser revistas para que se mantenha o equilíbrio contratual (art. 104, §2º e 
art. 130). 
A novidade é que a nova lei determinou que o equilíbrio econômico-financeiro do contrato 
deve ser reestabelecido no mesmo termo aditivo que realizar a sua alteração unilateral, 
previsão não existente na lei 8.666/93. 
4.2 – Extinção unilateral do contrato 
A Administração Pública pode rescindir o contrato de forma unilateral, sem necessidade de concordância do 
particular contratado nem de propositura de ação judicial (art. 104, II). 
O art. 137 da lei 14.133/2021 prevê as hipóteses em que o poder público pode rescindir unilateralmente o 
contrato. Destacamos os principais pontos e, em vermelho, as mudanças e novidades em relação à lei 
8.666/93. 
Regra Geral 
Até 25% 
Reformas (acréscimos) 
Até 50% Até 100%* 
Supressões por acordo 
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I – não cumprimento ou cumprimento irregular de normas editalícias ou de cláusulas contratuais, 
de especificações, de projetos ou de prazos; 
II – desatendimento das determinações regulares emitidas pela autoridade designada para 
acompanhar e fiscalizar sua execução ou por autoridade superior; 
III – alteração social ou modificação da finalidade ou da estrutura da empresa que restrinja sua 
capacidade de concluir o contrato; 
IV – decretação de falência ou de insolvência civil, dissolução da sociedade ou falecimento do 
contratado; 
V – caso fortuito ou força maior, regularmente comprovados, impeditivos da execução do 
contrato; 
VI – atraso na obtenção da licença ambiental, ou impossibilidade de obtê-la, ou alteração 
substancial do anteprojeto que dela resultar, ainda que obtida no prazo previsto; 
VII – atraso na liberação das áreas sujeitas a desapropriação, a desocupação ou a servidão 
administrativa, ou impossibilidade de liberação dessas áreas; 
VIII – razões de interesse público, justificadas pela autoridade máxima do órgão ou da entidade 
contratante; 
IX – não cumprimento das obrigações relativas à reserva de cargos prevista em lei, bem como 
em outras normas específicas, para pessoa com deficiência, para reabilitado da Previdência 
Social ou para aprendiz. 
A doutrina divide essas hipóteses em dois grupos: 
a) Rescisão com culpa do particular: são as hipóteses dos incisos I a VI do art. 137 (em bora o inciso VI 
possa ocorrer por culpa do contratado ou não); 
b) Rescisão sem culpa do particular: hipóteses dos incisos VII a IX do art. 137. 
Em qualquer caso, a rescisão deverá ser motivada e precedida de ampla defesa e de contraditório. 
4.3 – Fiscalização da execução do contrato 
A fiscalização é um poder-dever da Administração Pública, que deverá designar 1 (um) ou mais 
fiscais do contrato, preferencialmente dentre os servidores efetivos ou empregados públicos dos 
seus quadros permanentes (arts. 117 e 7º), sendo permitida a contratação de terceiros para 
assisti-los e subsidiá-los com informações, o que não exime o fiscal de sua responsabilidade. 
Além disso, o fiscal deve ser auxiliado pelo órgão de assessoramento jurídico e de controle 
interno (§3º). Trata-se de novidade inserida na nova lei. 
A única novidade quanto à lei anterior é que aquela previa apenas a designação de 1 (um) representante da 
Administração, enquanto a nova lei permite a designação de mais de um fiscal. 
§ 1º O fiscal do contrato anotará em registro próprio todas as ocorrências relacionadas à 
execução do contrato, determinando o que for necessário para a regularização das faltas ou dos 
defeitos observados. 
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Se não possuir competência para determinar a regularização, deverá informar os seus superiores 
em tempo hábil (§2º). O descumprimento das determinações acima é causa de extinção 
unilateral do contrato (art. 137, II). 
Art. 118. O contratado deverá manter preposto aceito pela Administração no local da obra ou 
do serviço para representá-lo na execução do contrato. 
4.4 – Aplicação direta de sanções 
A Administração Pública possui a prerrogativa de aplicar sanções ao contratado pela inexecução total ou 
parcial das cláusulas contratuais, sempre precedida do contraditório e da ampla defesa (art. 104, IV) e 
independentemente de manifestação do Poder Judiciário. 
As sanções estão previstas no art. 156 e serão estudadas em tópico próprio. 
4.5 – Ocupação provisória 
A nova lei simplificou o instituto da ocupação provisória nos contratos administrativos, admitindo-a nos 
seguintes casos: 
a) risco à prestação de serviços essenciais; 
b) necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, 
inclusive após extinção do contrato. 
O art. 139, II prevê ainda a ocupação provisória como consequência da extinção unilateral do 
contrato para que seja dada continuidade à sua execução. 
Neste caso, a Administração contratante ocupa os bens móveis e imóveis, bem como utiliza o pessoal e os 
serviços vinculados ao objeto do contrato. 
4.6 – Medidas de compensação 
Apesar de se tratar de um dispositivo aplicável às licitações, vale fazer uma breve menção. A Administração 
se utiliza do poder de barganha decorrente do vulto de suas contratações e do seu poder econômico, para 
obter da parte contrária concessões e vantagens. Trata-se de método já utilizado pelos negociadores de 
grande porte no mercado. Entretanto, ao contrário destes, a Administração não se utiliza deste instrumento 
para obter vantagens meramente patrimoniais para si, mas para obter vantagens que objetivem a satisfação 
do interesse público. 
Art. 25 (...) 
§ 6º Os editais de licitação para a contratação de bens, serviços e obras poderão, mediante prévia 
justificativa da autoridade competente, exigir que o contratado promova, em favor de órgão ou 
entidade integrante da Administração Pública ou daqueles por ela indicados a partir de processo 
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isonômico, medidas de compensação comercial, industrial ou tecnológica ou acesso a condições 
vantajosas de financiamento, cumulativamente ou não, na forma estabelecida pelo Poder 
Executivo federal. 
4.7 – Restrição à oposição do contrato não cumprido e poder de suspender a execução do 
contrato 
Nos contratos privados, a inadimplência de um dos contratados faz surgir para a parte prejudicada o direito 
de suspender a execução do contrato. Trata-se da oposição do contrato não cumprido ou exceptio non 
adimpleti contractus. 
No caso dos contratos administrativos, a oposição da exceção do contrato não cumprido pelo particular sofre 
mitigações, à exemplo do que já ocorria na lei 8666/93, somente podendo requerer a rescisão contratual 
após um determinado prazo de descumprimento das obrigações por parte da Administração: 
Lei 8.666/93 (art. 78) Lei 14.133/2021 (art.137, §2º) 
XIV - a suspensão de sua execução, por ordem 
escrita da Administração, por prazo superior a 120 
(cento e vinte) dias (...); 
II – suspensão de execução do contrato, por ordem 
escrita da Administração, por prazo superior a 3 
(três) meses; 
XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos 
pagamentos devidos pela Administração 
decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou 
parcelas destes, já recebidos ou executados (...); 
IV – atraso superior a 2 (dois) meses, contado da 
emissão da nota fiscal, dos pagamentos ou de 
parcelas de pagamentos devidos pela 
Administração por despesas de obras, serviços ou 
fornecimentos; 
Além desses casos, a nova lei previu ainda uma terceira hipótese (art. 176, §2º): 
III – repetidas suspensões que totalizem 90 (noventa) dias úteis, independentemente do 
pagamento obrigatório de indenização pelas sucessivas e contratualmente imprevistas 
desmobilizações e mobilizações e outras previstas; 
Em todo caso, o particular poderá optar por não rescindir o contrato, mas apenas suspender o 
cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a situação, desde que o faça noventa dias após 
o inadimplemento estatal. 
Este ponto relevante foi destacado no Enunciado nº 6 da I Jornada de Direito Administrativo do CJF, ainda 
que sob a égide da lei 8.666/93: 
Enunciado 6: O atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela Administração 
Pública autoriza o contratado a suspender o cumprimento de suas obrigações até que seja 
normalizada a situação, mesmo sem provimento jurisdicional. 
O entendimento deve ser adaptado ao prazo da nova lei. 
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Além disso, ainda que superados os prazos acima definidos, o particular não poderá requerer 
a rescisão contratual ou suspender a execução do contrato nos casos de calamidade pública, de 
grave perturbação da ordem interna ou de guerra, bem como quando decorrerem de ato ou fato 
que o contratado tenha praticado, do qual tenha participado ou para o qual tenha contribuído 
(art. 137, §3º, I). 
5 – EXECUÇÃO DO CONTRATO 
A lei 14.133/2021 estabeleceu um capítulo autônomo acerca da execução do contrato, com normas gerais 
para esta fase. Destacaremos as principais normas, sem prejuízo da necessidade da leitura da lei. 
➢ Vedação ao retardamento da execução 
O art. 115, §1º previu que é proibido à Administração retardar imotivadamente a execução do 
contrato ou de suas parcelas, inclusive na troca do Chefe do Poder Executivo ou da direção do 
órgão ou entidade. A lei 8.666/93 apenas previa a prorrogação do prazo da execução na hipótese 
de retardamento por culpa da Administração. 
➢ Prorrogação do contrato 
Em caso de impedimento, ordem de paralisação ou suspensão do contrato, o cronograma de execução será 
prorrogado automaticamente pelo tempo correspondente, anotadas tais circunstâncias mediante simples 
apostila (art. 115, §5º). 
5.1 – Responsabilidades 
O contratado executa o contrato por sua própria conta e risco, de forma que os danos causados à 
Administração Pública e a terceiros são de sua responsabilidade e não da Administração. Além disso, a 
fiscalização do contrato – dever da Administração – não exclui nem reduz a responsabilidade do contratado. 
Pelo mesmo motivo, o contratado é o responsável por todas as obrigações decorrentes do contrato, sejam 
elas trabalhistas, previdenciárias, fiscais ou comerciais (art. 121). É interessante que o art. 121 possui uma 
redação distinta da lei 8.666/93, estabelecendo que “somente o contratado será responsável pelos 
encargos” acima listados. 
➢ Responsabilidade pelos encargos previdenciários 
A principal alteração relativa às responsabilidades diz respeito à responsabilidade da 
Administração Pública pelos encargos previdenciários inadimplidos pelo contratado. De acordo 
com o art. 121, §2º, a Administração responde solidariamente pelos encargos previdenciários 
exclusivamente nas contratações de serviços contínuos com regime de dedicação exclusiva de 
mão de obra. 
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Lei 8.666/93 Lei 14.133/2021 
§ 2º A Administração Pública responde 
solidariamente com o contratado pelos 
encargos previdenciários resultantes da 
execução do contrato, nos termos do art. 31 
da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. 
§ 2º Exclusivamente nas contratações de 
serviços contínuos com regime de 
dedicação exclusiva de mão de obra, a 
Administração responderá solidariamente 
pelos encargos previdenciários (...) 
5.1.1 – Responsabilidade subsidiária da Administração Pública pelos encargos trabalhistas 
Outra importante novidade diz respeito à incorporação, pela nova lei, do entendimento jurisprudencial 
acerca da responsabilidade da Administração Pública pelo inadimplemento do contratado em relação aos 
encargos trabalhistas, além de trazer algumas inovações. 
Quanto às novidades, o art. 121 no §2º estabelece que a responsabilidade subsidiária pelos 
encargos trabalhistas se verifica exclusivamente nas contratações de serviços contínuos com 
regime de dedicação exclusiva de mão de obra. 
Trata-se especialmente dos contratos de terceirização, em que os empregados da contratado são colocados 
à disposição do contratante para realizar as atividades previstas no contrato, porém, subordinados à 
empresa contratada e não à Administração. É exclusiva, tendo em vista que os empregados colocados à 
disposição da Administração não podem, ao mesmo tempo, estarem à disposição de outra pessoa. Exemplos 
tradicionais são os serviços de limpeza e de vigilância. 
Nestes casos, quando as empresas deixavam de realizar o pagamento das verbas trabalhistas de seus 
funcionários, o TST vinha reconhecendo a responsabilidade subsidiária da tomadora do serviço, inclusive 
quando se tratava da Administração Pública, ignorando o art. 71, §1º, lei 8.666/93. 
O STF1, ao julgar a ADC nº 16, declarou constitucional a norma do art. 71, §1º, definindo a impossibilidade 
de transferência consequente e automática dos encargos trabalhistas não adimplidos pela empresa 
contratada para a Administração Pública contratante. 
O TST, adequando o seu entendimento ao julgado do STF, incluiu os incisos V e VI no enunciado nº 331 de 
sua súmula de jurisprudência: 
Súmula 331, TST: 
(...) 
V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem subsidiariamente, 
nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das 
 
 
1 ADC 16, Relator(a): Min. CEZAR PELUSO, Tribunal Pleno, julgado em 24/11/2010. 
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obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na fiscalização do cumprimento das 
obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora. A aludida 
responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas 
pela empresa regularmente contratada. 
VI – A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as verbas decorrentes 
da condenação referentes ao período da prestação laboral. 
 
Assim, a Administração Pública não pode mais ser responsabilizada subsidiariamente de 
forma automática pelos encargos trabalhistas não adimplidos pelo particular contratado. 
É necessária a comprovação da sua omissão culposa no cumprimento de suas obrigações 
previstas na lei 8.666/93, especialmente as obrigações atinentes à fiscalização do 
contrato. 
A Corte Suprema2, em novo julgado com repercussão geral reconhecida (RE 760931), confirmoua tese, 
estabelecendo que a condenação da Administração Pública como responsável subsidiária pelos encargos 
trabalhistas não adimplidos pela empresa de terceirização contratada não é automática, depende da 
demonstração de sua culpa in elegendo ou culpa in vigilando, que decorre de sua obrigação em fiscalizar o 
contratado. 
 
A nova lei de licitações previu diversos instrumentos para que a Administração Pública 
assegure o cumprimento dos encargos trabalhistas pelos contratados em serviços contínuos 
com regime de dedicação exclusiva de mão de obra, podendo, mediante disposição no edital 
ou em contrato (art. 121, §3º): 
I – exigir caução, fiança bancária ou contratação de seguro-garantia com cobertura para verbas 
rescisórias inadimplidas; 
II – condicionar o pagamento à comprovação de quitação das obrigações trabalhistas vencidas 
relativas ao contrato; 
III – efetuar o depósito de valores em conta vinculada; 
IV – em caso de inadimplemento, efetuar diretamente o pagamento das verbas trabalhistas, 
que serão deduzidas do pagamento devido ao contratado; 
 
 
2 RE 760931 ED, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Relator(a) p/ Acórdão: Min. EDSON FACHIN, Tribunal Pleno, 
julgado em 01/08/2019, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-194 DIVULG 05-09-2019 PUBLIC 06-09-2019. 
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==11d22e==
V – estabelecer que os valores destinados a férias, a décimo terceiro salário, a ausências legais e 
a verbas rescisórias dos empregados do contratado que participarem da execução dos serviços 
contratados serão pagos pelo contratante ao contratado somente na ocorrência do fato gerador. 
§ 4º Os valores depositados na conta vinculada a que se refere o inciso III do § 3º deste artigo 
são absolutamente impenhoráveis. 
Por fim, vale destacar que a tese acima é válida para todos os contratos de terceirização, exceto quando se 
tratar de contratação para execução de obra pública. Neste caso, aplica-se a Orientação Jurisprudencial nº 
191 da SDI-I do TST: 
191. CONTRATO DE EMPREITADA. DONO DA OBRA DE CONSTRUÇÃO CIVIL. RESPONSABILIDADE. 
(nova redação) - Res. 175/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011 
Diante da inexistência de previsão legal específica, o contrato de empreitada de construção civil 
entre o dono da obra e o empreiteiro não enseja responsabilidade solidária ou subsidiária nas 
obrigações trabalhistas contraídas pelo empreiteiro, salvo sendo o dono da obra uma empresa 
construtora ou incorporadora. 
5.2 – Pagamentos 
Outra novidade é a previsão de um capítulo inteiro acerca dos pagamentos a serem realizados pela 
Administração Pública em favor dos contratados. Grande parte dos dispositivos possui a finalidade de evitar 
os efeitos negativos da mora do Poder Público. 
Em primeiro lugar, determina-se que os pagamentos sejam realizados na ordem cronológica para cada fonte 
de recursos, subdividida de acordo com a categoria do contrato: a) fornecimento de bens; b) locações; c) 
prestação de serviços; d) realização de obras. 
Logo, havendo atraso nos pagamentos, por exemplo, o administrador não poderá escolher qual contratado 
deverá receber em primeiro lugar, o que poderia levar a favorecimentos indevidos. Deverá a Administração 
seguir estritamente a ordem cronológica dentro de cada grupo de espécies acima indicadas. 
A ordem somente poderá ser alterada, mediante prévia justificativa da autoridade competente e posterior 
comunicação ao órgão de controle interno e ao Tribunal de Contas, nos seguintes casos (art. 141, §1º): 
I – grave perturbação da ordem, situação de emergência ou calamidade pública; 
II – pagamento a microempresa, empresa de pequeno porte, agricultor familiar, produtor rural 
pessoa física, microempreendedor individual e sociedades cooperativas, desde que demonstrado 
o risco de descontinuidade do cumprimento do objeto do contrato; 
III – pagamento de serviços necessários ao funcionamento dos sistemas estruturantes, desde que 
demonstrado o risco de descontinuidade do cumprimento do objeto do contrato; 
IV – pagamento de direitos oriundos de contratos em caso de falência, recuperação judicial ou 
dissolução da empresa contratada; 
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V – pagamento de contrato cujo objeto seja imprescindível para assegurar a integridade do 
patrimônio público ou para manter o funcionamento das atividades finalísticas do órgão ou 
entidade, quando demonstrado o risco de descontinuidade da prestação de um serviço público 
de relevância, ou o cumprimento da missão institucional. 
O não atendimento da cronologia dos pagamentos ensejará a apuração de responsabilidade do agente 
competente. 
➢ Remuneração variável 
Outra relevante inovação da lei 14.133/2021, consiste na autorização expressa para que se 
estabeleça remuneração variável nos contratos, vinculada ao desempenho e com base em 
metas, padrões de qualidade, critérios de sustentabilidade ambiental e prazos de entrega (art. 
144). 
No caso, devem ser estabelecidos padrões mínimos para se considerar adimplidos os contratos. Desta forma, 
os resultados que superarem esses padrões mínimos serão recompensados com uma maior remuneração. 
A utilização da remuneração variável deve ser motivada e respeitar o limite orçamentário fixado para a 
contratação. 
Apesar de não haver previsão de tal sistemática remuneratória na lei 8.666/93, parcela da doutrina já 
defendia a sua aplicabilidade. Além disso, a jurisprudência do Tribunal de Contas da União já admitia a 
possibilidade de remunerações variáveis em contratos celebrados sob a égide da Lei no 8.666/1993 (Acórdão 
no 2.745/2013). 
➢ Pagamento antecipado 
Em regra, o pagamento antecipado é vedado pela nova lei (art. 145). No entanto, será permitido 
se propiciar sensível economia de recursos ou se representar condição indispensável para a 
obtenção do bem ou para a prestação do serviço (§1º). 
Neste caso, deverá ser previamente justificada no processo licitatório e expressamente previsto no edital, 
podendo ser exigida garantia adicional para o pagamento antecipado. 
5.3 – Dever de decisão 
Art. 123. A Administração terá o dever de explicitamente emitir decisão sobre todas as 
solicitações e reclamações relacionadas à execução dos contratos regidos por esta Lei, 
ressalvados os requerimentos manifestamente impertinentes, meramente protelatórios ou de 
nenhum interesse para a boa execução do contrato. 
Parágrafo único. Salvo disposição legal ou cláusula contratual que estabeleça prazo específico, 
concluída a instrução do requerimento, a Administração terá o prazo de 1 (um) mês para decidir, 
admitida a prorrogação motivada por igual período. 
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A disposição possui o objetivo principal de limitação da Administração Pública, que não poderá postergar 
indefinidamente as decisões a respeito dos contratos administrativos, bem como evitar a judicialização de 
toda e qualquer controvérsia que surja neste âmbito, fomentando as soluções administrativas e consensuais. 
6 – EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO DO CONTRATO 
Quanto ao equilíbrio econômico-financeiro, devem ser reiteradas as considerações feitas acerca dos 
contratos administrativos celebrados sob a égide da lei 8.666/93. De fato, trata-se de um direito das partes, 
garantido pela própria Constituição Federal: 
Art. 37 (...) 
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações 
serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdadede condições 
a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as 
condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de 
qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. 
Ressalte-se que a equação econômica do contrato é definida no momento da apresentação da proposta e 
não da assinatura ou vigência do contrato, podendo ser invocada pela administração ou pelo contratado. 
Os instrumentos para evitar ou reequacionar o desequilíbrio econômico nos contratos administrativos são: 
a) Reajuste; b) Revisão; c) Atualização monetária; e) Repactuação. 
Vale destacar ainda importante dispositivo da lei 14.133/2021: 
Art. 131. A extinção do contrato não configurará óbice para o reconhecimento do desequilíbrio 
econômico-financeiro, hipótese em que será concedida indenização por meio de termo 
indenizatório. 
Parágrafo único. O pedido de restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro deverá ser 
formulado durante a vigência do contrato e antes de eventual prorrogação nos termos do art. 
107 desta Lei. 
6.1 – Reajuste 
O reajuste é a cláusula prevista nos contratos administrativos que objetiva preservar o valor do contrato 
frente à inflação (arts. 6, LVIII). Trata-se de modificação no valor do contrato que ocorre periodicamente e 
se relaciona à perda do poder aquisitivo da moeda (inflação). 
LVIII – reajustamento em sentido estrito: forma de manutenção do equilíbrio econômico-
financeiro de contrato consistente na aplicação do índice de correção monetária previsto no 
contrato, que deve retratar a variação efetiva do custo de produção, admitida a adoção de índices 
específicos ou setoriais; 
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O índice de reajuste (IPCA-E, IGPM etc.) deve ser previamente definido no contrato, conforme se extrai do 
conceito legal. 
Havia discussão acerca das consequências de não haver pactuação do reajuste no contrato. O STJ vinha 
entendendo que o reajuste era um direito patrimonial disponível, de forma que, não havendo previsão 
contratual, restaria inviabilizado o pleito de reajustamento do administrado (STJ. REsp 730.568/SP). Seria 
como se houvesse uma “disposição” do direito, haja vista que a inflação é um fenômeno previsível. 
 
Não obstante, a nova lei estabeleceu expressamente a obrigatoriedade de previsão, no 
edital e no contrato, do índice de reajuste do contrato, independentemente do prazo 
contratual: 
Art. 25 (...) 
§ 7º Independentemente do prazo de duração do contrato, será obrigatória a previsão no edital 
de índice de reajustamento de preço com data-base vinculada à data do orçamento estimado, 
com a possibilidade de ser estabelecido mais de um índice específico ou setorial, em 
conformidade com a realidade de mercado dos respectivos insumos. 
Art. 92. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabelecem: 
V – o preço e as condições de pagamento, os critérios, a data-base e a periodicidade do 
reajustamento de preços e os critérios de atualização monetária entre a data do adimplemento 
das obrigações e a do efetivo pagamento; 
§ 3º Independentemente do prazo de duração, o contrato deverá conter cláusula que estabeleça 
o índice de reajustamento de preço, com data-base vinculada à data do orçamento estimado, e 
poderá ser estabelecido mais de um índice específico ou setorial, em conformidade com a 
realidade de mercado dos respectivos insumos. 
Por fim, no caso do reajuste, não há necessidade de formalizar alteração contratual por meio 
de termo aditivo, bastando o mero apostilamento: 
Art. 136. Registros que não caracterizam alteração do contrato podem ser realizados por simples 
apostila, dispensada a celebração de termo aditivo, como nas seguintes situações: 
I - variação do valor contratual para fazer face ao reajuste ou à repactuação de preços previstos 
no próprio contrato; 
6.1.1 – Periodicidade do reajuste 
A regra geral é que o contrato administrativo somente pode ser reajustado após 01 (um) ano da 
apresentação da proposta ou do orçamento a que ela se referir (e não da assinatura ou vigência contratual). 
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Neste sentido, a lei 10.192/91, nos arts. 2º, 3º e seus parágrafos, estabelece que os contratos da 
Administração somente podem ser reajustados se possuírem periodicidade superior a 01 (um) ano, contado 
da data final para apresentação das propostas na licitação: 
Art. 2º É admitida estipulação de correção monetária ou de reajuste por índices de preços gerais, 
setoriais ou que reflitam a variação dos custos de produção ou dos insumos utilizados nos 
contratos de prazo de duração igual ou superior a um ano. 
§ 1º É nula de pleno direito qualquer estipulação de reajuste ou correção monetária de 
periodicidade inferior a um ano. 
Art. 3º Os contratos em que seja parte órgão ou entidade da Administração Pública direta ou 
indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, serão reajustados ou 
corrigidos monetariamente de acordo com as disposições desta Lei, e, no que com ela não 
conflitarem, da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993. 
§ 1º A periodicidade anual nos contratos de que trata o caput deste artigo será contada a partir 
da data limite para apresentação da proposta ou do orçamento a que essa se referir. 
Logo, de acordo com a lei, para que um contrato administrativo seja reajustado, em regra, deverá possuir 
prazo de, no mínimo, 01 (um) ano contado a partir da data limite para apresentação da proposta ou do 
orçamento a que essa se referir. 
No entanto, a nova lei estabeleceu que a data-base do reajuste deve estar vinculada à data do 
orçamento estimado, conforme art. 25, §7º e art. 92, § 3º. 
 
Ressalte-se, portanto, que a periodicidade anual do reajuste deve ser contada a partir do 
orçamento a que a proposta se referir. Assim, o prazo de um ano para que o reajuste seja 
viável não é contado da assinatura do contrato, nem de sua vigência. 
Por este motivo, é possível concluir que o reajuste será possível em contratos com prazo 
inferior a 01 (um) ano. É possível, inclusive, que o reajuste ocorra antes da assinatura do 
contrato, caso esta não ocorra em até 12 meses da apresentação das propostas. 
 
Entretanto, a Lei do Plano Real (9.069/95), no art. 70, caput e §1º, preceitua que os reajustes das tarifas de 
serviços públicos far-se-ão anualmente, podendo o Poder Executivo reduzir este prazo. 
Art. 70. A partir de 1º de julho de 1994, o reajuste e a revisão dos preços públicos e das tarifas 
de serviços públicos far-se-ão: 
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I - conforme atos, normas e critérios a serem fixados pelo Ministro da Fazenda; e 
II - anualmente. 
§ 1º O Poder Executivo poderá reduzir o prazo previsto no inciso II deste artigo. 
Vale destacar, por fim, que o contrato de direito privado da administração pública com um 
particular sujeita-se à disciplina do direito privado. Em regra, tais contratos não possuem 
previsão de término e são caracterizados, também, pela essencialidade dos serviços prestados e 
pela dependência do consumidor. Logo, aplica-se o regime de direito público somente de modo 
acessório, limitado e subsidiário, ainda que o ajuste dependa de licitação. 
6.2 – Revisão 
A revisão é a modificação das cláusulas econômico-financeiras do contrato em decorrência de fatos 
supervenientes e imprevisíveis ou previsíveis de consequências incalculáveis que modifiquem 
extraordinariamente

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