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Estudo dirigido órgãos do sentido e sistema nervoso Giulia Chagas Borelli 1. Descreva o olho dos animais domésticos, mencionado suas túnicas e respectivos constituintes. R: A estrutura do bulbo do olho se inicia com uma túnica fibrosa, esclera, córnea, sendo as camadas da córnea o epitélio anterior, lâmina limitante anterior (membrana de Bowman), substância própria, lâmina limitante posterior (membrana de Descemet) e epitélio posterior. Úvea (túnica vascular) dividida em 3 regiões: coróide, corpo ciliar e íris; Camadas da íris: epitélio anterior, camada média (musculos lisos) e epitélio posterior; Pupila; Túnica interna (nervosa): dividida em retina e parte óptica da retina. Órgãos acessórios do olho- Pálpebras: pregas musculofibrosas: superior, inferior e nictitante, 3 camadas: pele, firomuscular e conjuntiva; cílios e supercílios; conjuntiva: mucosa palpebral e bulbar. Glândulas palpebrais; Glândulas tarsais: sebáceas; Glândula lacrimal. Músculos: 7 músculos: Retos, oblíquos e retrator do bulbo. Quanto a inervação: Fibras simpáticas; Fibras parassimpáticas; nervo oculomotor; nervo troclear; nervo abducente; Músculo orbicular do olho= ramo aurículopalpebral do nervo facial. Quanto as túnicas: Túnica fibrosa, túnica vascular e túnica interna 2. Descreva a orelha dos animais domésticos, mencionando as partes interna, média e externa e seus respectivos constituintes. R: Quanto a parte externa: Aurícula, meato acústico externo (conduto auditivo, canal) e membrana timpânica. Cartilagem auricular (formato): rija (equinos); flexível (caninos e suínos) Pele: revestimento com glândulas sebáceas e ceruminosas tubulares. Quanto a parte média: Membrana timpânica, cavidade timpânica, ossículos auditivos (martelo, bigorna e estapédio), tuba auditiva, janela do vestíbulo e janela da cóclea. Na parte interna: Parte petrosa do temporal: Labarinto ósseo e membranoso (cóclea, vestíbulo e canais semi-circulares), meato acústico interno 3. Relacione os 12 pares de nervos cranianos e suas respectivas funções e classificação se são nervos motores ou sensitivos. R: I- Olfatório. Classificação: sensitiva. Função: Percepção do olfato. II- Óptico. Classificação: sensitiva. Função: Percepção visual. III- Oculomotor. Classificação: motora. Função: Controle da movimentação do globo ocular, da pupila e do cristalino. IV- Troclear. Classificação: motora. Função: Controle da movimentação do globo ocular. V- Trigêmeo. Classificação: mista. Função: Controle dos movimentos da mastigação (ramo motor); Percepções sensoriais da face, seios da face e dentes (ramo sensorial). VI- Abducente. Classificação: motora. Função: Controle da movimentação do globo ocular. VII- Facial. Classificação: mista. Função: Controle dos músculos faciais – mímica facial (ramo motor); Percepção gustativa no terço anterior da língua (ramo sensorial). VIII- Vestíbulo-coclear. Classificação: sensitiva. Função: Percepção postural originária do labirinto (ramo vestibular); Percepção auditiva (ramo coclear). IX- Glossofaríngeo. Classificação: mista. Função: Percepção gustativa no terço posterior da língua, percepções sensoriais da faringe, laringe e palato. X- Vago. Classificação: mista. Função: Percepções sensoriais da orelha, faringe, laringe, tórax e vísceras. Inervação das vísceras torácicas e abdominais. XI- Acessório. Classificação: motora. Função: Controle motor da faringe, laringe, palato, dos músculos esternoclidomastóideo e trapézio. XII-Hipoglosso. Classificação: motora. Função: Controle dos músculos da faringe, da laringe e da língua. 4. Faça um esquema/fluxograma sobre a divisão anatômica do sistema nervoso. SNC Encéfalo Medula espinhal Cérebro Cerebelo Tronco encefálico Mesencéfalo Ponte Bulbo SNP Nervos Gânglios/ terminações nervosas Espinhais Cranianos Sensitivos Motores viscerais (SNA) 5. Descreva as diferenças entre o sistema nervoso simpático e parassimpático. R: No sistema nervoso parassimpático ocorre a diminuição da frequência cardíaca, da pressão artéria e do metabolismo da glicose que preserva a energia. Também ocorre a broncoconstrição e a constrição pupilar. Já no sistema nervoso simpático a frequência cardíaca e pressão arterial são aumentadas bem como ocorre o aumento do metabolismo de glicose gerando disponibilidade de energia, ocorre a dilatação dos bronquíolos, dilatação pupilar, ocorre também a vasodilatação da musculatura esquelética e vasoconstrição de vasos da pele e intestinais 6. Discorra sobre o olfato dos cães. R: Os quimiorreceptores localizados no crânio, formado por espessamentos epidérmicos, captam odores quando os neuroreceptores recebem as moléculas de uma substância por meio da dissolução no muco. O teto das cavidades nasais abriga o órgão olfatório, células sensoriais e neurônios são estimulados e originam impulsos nervosos que são encaminhados ao lobo olfatório cerebral produzindo a sensação de cheiro. Os cães têm 200 milhões de células receptoras de odores, uma característica que favorece a competência canina em comparação à capacidade olfativa dos humanos, é a posição do nariz, próximo ao chão, onde os odores das criaturas que por lá passam tendem a permanecer. Os cães usam o ato de farejar para acentuar a discriminação olfatória, consistindo na interrupção do padrão ventilatório normal por uma série de inalações e exalações curtas. As relações anatômicas das estruturas que compõem as cavidades nasais dos cães asseguram o deslocamento do ar farejado preferencialmente para o epitélio olfatório e sua retenção nessa região, onde as substâncias odoríferas podem se concentrar pela repetição do ato de farejar. O ato de cheirar ou farejar, ou seja, movimentar o ar dentro da cavidade nasal e sobre a mucosa olfatória, ativa os neurônios do bulbo olfatório e os do córtex piriforme independentemente da presença ou ausência de uma molécula odorante. Por outro lado, a presença de um odorante, com ou sem o ato de cheirar, ativa principalmente os giros orbito-frontais 7. O que é líquor ou líquido cefalorraquidiano (LCR), quais suas funções e aonde é produzido? R: O líquido cefalorraquidiano (LCR), também conhecido como líquor, é definido como um fluído corporal estéril, incolor, caracteriza-se por ser uma solução salina pura, com baixo teor de proteínas e células. O líquido cefalorraquidiano (LCR) é produzido preponderantemente nos ventrículos cerebrais e banha o sistema nervoso central (SNC) e parte do sistema nervoso periférico. Tem as funções de proteção, nutrição e, ainda, a faculdade de promover a defesa do sistema nervoso, transportando e colocando frente a frente agentes injuriantes e células e moléculas de defesa. A conservação das referidas propriedades e funções só é possível graças às trocas ativas que ocorrem continuamente e que conferem o dinamismo dos constituintes do liquor. Deste modo, os constituintes liquóricos podem refletir tanto situações de normalidade quanto patológicas, visto que sua composição varia diretamente com estas diferentes situações. Por conseguinte, a colheita e a análise do LCR demonstram ser meios viáveis e eficazes de acesso e avaliação do sistema nervoso, no que diz respeito ao diagnóstico e prognóstico de suas inúmeras enfermidades. 8. Qual é a relação dos espaços entre as meninges e os procedimentos anestésicos de bloqueios locais? R: A relação existe pois o anestésico local é injetado no espaço subaracnóideo (espaço entre a meninge aracnoide e pia-máter) e se mistura ao líquido cefalorraquidiano (LCR ou Líquor). 9. Quais nervos cranianos estão relacionados aos olhos e à visão? R: Nervo oculomotor, troclear e abducente 10. Pesquise sobre a Síndrome de Horner, cite a fonte, e responda à seguinte pergunta: quais nervos estão relacionados à essa síndrome e quais sãoos sinais clínicos correspondentes a cada nervo afetado. R: A síndrome de Horner é caracterizada por miose, enoftalmia e protrusão da terceira pálpebra, e ocorre quando há lesão da inervação simpática para o globo ocular e seus anexos. A inervação simpática para o olho envolve uma via complexa de três neurônios (primeira, segunda e terceira ordem), sendo que uma lesão em qualquer destas estruturas pode levar ao desenvolvimento destes sinais. A Síndrome de Horner (SH) é um conjunto de sinais clínicos que resulta da interrupção ou perda da inervação simpática para o globo ocular e seus anexos. Em cães e gatos esses sinais clínicos incluem miose, ptose palpebral, enoftalmia e protrusão da terceira pálpebra e, em alguns casos, ainda pode ser observado um aumento da temperatura da face e da região do pavilhão auricular externo A inervação simpática eferente para os olhos e seus anexos pode ser dividida em: neurônio motor superior (primeira ordem), neurônio motor inferior pré-ganglionar (segunda ordem) e neurônio motor inferior pós- ganglionar (terceira ordem). Os neurônios de primeira ordem originam- se no hipotálamo e no tronco encefálico rostral, seguem na medula espinhal cervical pelo trato tectotegmentoespinhal para fazer sinapse com o corpo celular do neurônio de segunda ordem, localizado na coluna intermediária cinzenta dos primeiros três segmentos medulares torácicos. Os neurônios motores inferiores pré-ganglionares (neurônios de segunda ordem) emergem da medula espinhal pelas raízes nervosas ventrais das três primeiras vértebras torácicas, unem-se ao tronco simpático torácico passando pelos gânglios cervicotorácico e cervical médio sem realizar sinapse. Os axônios dos neurônios de segunda ordem ascendem em íntima associação com o nervo vago na bainha da artéria carótida, formando o tronco vagossimpático e realizam sinapse no gânglio cervical cranial, localizado em região ventromedial à bula timpânica. Os axônios simpáticos pós-ganglionares (neurônios de terceira ordem) passam pela orelha média adjacente ao nervo facial e se juntam ao ramo oftálmico do nervo trigêmio inervando o músculo dilatador da íris e a musculatura lisa periorbital. Em cães e gatos, a SH é caracterizada por miose, ptose palpebral, enoftalmia e protrusão da terceira pálpebra, sendo a miose a manifestação clínica mais evidente. Segundo alguns autores, ainda pode ser observado um aumento da temperatura da face e do pavilhão auricular externo como resultado de uma vasodilatação periférica. A inervação simpática para o globo ocular é responsável pela manutenção do tônus da musculatura lisa da periórbita, pálpebras e do músculo dilatador da íris. Esse tônus modula o ângulo de abertura da fissura palpebral e a posição anterior normal do globo dentro da órbita. Anisocoria é definida como a diferença no diâmetro das pupilas (24), e é melhor avaliada em ambientes com pouca luminosidade, pois quando há muita luz as duas pupilas ficam contraídas. O sistema simpático mantém o tônus do músculo dilatador da íris e a pupila parcialmente dilatada. A miose ocorre como consequência da perda da inervação simpática para as fibras motoras pupilares (músculo dilatador da íris), sendo mais pronunciada em lesões pós-ganglionares. A protrusão da terceira pálpebra é causada pela perda da inervação simpática para a musculatura lisa periorbital, e torna-se mais perceptível devido a presença de enoftalmia. A protrusão da terceira pálpebra é o sinal clínico mais evidente depois da miose. A enoftalmia é resultado da retração do globo para dentro da órbita, que ocorre secundária à diminuição do tônus simpático da musculatura lisa periorbital. A SH causada por lesão nos neurônios de primeira ordem invariavelmente é associada com outros déficits neurológicos, como ataxia, paresia, plegia, deficiências visuais, alteração no estado mental e envolvimento de outros nervos cranianos, pois esses neurônios saem da região de tronco encefálico e passam pela medula espinhal cervical. Animais com lesões no neurônio de segunda ordem podem apresentar sinais de neurônio motor inferior no membro anterior ipsilateral à SH quando a lesão envolver a intumescência cervical. A SH também pode ser observada em pacientes com síndrome vestibular periférica, tendo em vista que as fibras nervosas simpáticas para os olhos passam pela orelha média. A presença de sinais clínicos concomitantes auxilia na localização da lesão, porém, em 50% dos casos, os animais com SH não apresentam outros sinais neurológicos. https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/140510/ISSN010 2-5716-2011-18-03-339-346.pdf?sequence=1&isAllowed=y
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