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Embrapa - Criação de peixes redondos - Ebook 3

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Produção sustentável de 
Peixes Amazônicos I
Criação sustentável de peixes redondos
2
Produção sustentável de Peixes Amazônicos I – 
Criação sustentável de peixes redondos
3. Qualidade da água para a criação de 
peixes redondos
Abertura
Olá, aluno. Seja bem-vindo ao terceiro módulo deste curso, em que estudaremos 
a importância da qualidade da água para a criação de peixes redondos. 
Na piscicultura, a disponibilidade e a qualidade da água são fatores fundamentais. 
Quando há descuido em seu manejo, o risco de mortalidade aumenta, o que pode 
gerar prejuízos incalculáveis. A história da piscicultura mostra diversos casos de 
perdas econômicas relacionadas à falta de zelo dos produtores nesse sentido. 
Apesar de aparentemente óbvio, precisamos ter em mente que o ambiente aquático 
é o meio onde os peixes vivem e desenvolvem-se. Eles estão em constante contato 
com a água, que serve para a obtenção de alimento, de oxigênio e, também, para 
a liberação de gás carbônico, além de resíduos nitrogenados e outras substâncias 
de excreção. 
É, pois, imprescindível estudar os fatores que mensuram a qualidade da água e 
colocar em prática cuidados fundamentais para o bem-estar dos peixes.
Objetivos
• Compreender como deve ser feito o monitoramento adequado da qualidade 
da água nos viveiros de criação.
• Aprender sobre a realização dos protocolos de correção das variáveis 
indesejáveis à criação.
3
Produção sustentável de Peixes Amazônicos I – 
Criação sustentável de peixes redondos
3.1 Monitoramento e controle da qualidade da 
água
A água é o ambiente onde os peixes respiram, alimentam-se, excretam resíduos e 
se locomovem. Por isso, cuidar da qualidade da água é um dos principais pontos em 
uma piscicultura e requer o monitoramento e manejo corretos para a sobrevivência, 
crescimento e saúde dos peixes. Para averiguar as condições da água, é preciso 
inspecionar um conjunto de variáveis durante a criação.
Além dos peixes, existem outros organismos nos viveiros da piscicultura que são 
muito importantes, como o fitoplâncton e o zooplâncton.
Figura 3.1. Exemplos de fitoplânctons presentes em viveiros de piscicultura
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Produção sustentável de Peixes Amazônicos I – 
Criação sustentável de peixes redondos
Clique no link inserido no título abaixo para ouvir o podcast a seguir e mais a 
respeito da relevância dessas formas de vida no ambiente da piscicultura, ouça o 
podcast a seguir.
Na água não vivem só os peixes
Exemplos de zooplânctons do tipo rotífero 
encontrados em viveiros de piscicultura. 
Exemplos de zooplânctons dos tipos cladócero 
e copépode encontrados em viveiros de 
piscicultura. 
3.2 Variáveis físico-químicas da água
Alguns fatores, chamados de variáveis, determinam a qualidade da água. Vejamos 
um pouco a respeito de cada um desses aspectos.
a. Transparência da água
A transparência pode ser influenciada pela quantidade de plâncton ou de solo 
em suspensão. Uma transparência desejável é aquela em que o alimento natural 
predomina, dando uma cor esverdeada à água. 
Uma situação não desejável é quando há muito sólido em 
suspensão, o que torna a água avermelhada ou esbranquiçada. 
Atenção
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https://ava.sede.embrapa.br/pluginfile.php/1444377/mod_resource/content/1/Outras%20formas%20de%20vida.mp3
5
Produção sustentável de Peixes Amazônicos I – 
Criação sustentável de peixes redondos
A transparência da água é mensurada com o chamado disco de Secchi. Esse 
instrumento mede aproximadamente 20 cm e é pintado em quatro (4) partes de 
mesmo tamanho alternadas de preto e branco. Possui, ainda, uma escala na parte 
superior que registra a profundidade em centímetros e um peso na parte inferior 
para dar estabilidade. A medida é tomada a olho nu, quando se mergulha o disco a 
uma profundidade em que as cores branco e preto se confundem. A medição deve 
ser feita diariamente entre 11 horas e meio-dia, quando o Sol está a pino. Nesse 
horário, a penetração da luz solar será perpendicular ao disco de Secchi, o que 
permitirá obter uma medida mais correta. 
Para construir essa ferramenta, você precisará de: 
• um disco de 20 cm de diâmetro, que pode ser de metal;
• tintas preta e branca; 
• fita métrica; 
• um peso.
O disco metálico deve ser pintado de preto e branco, em dois quadrantes alternados, 
e suspenso por um cabo graduado (sugerimos que seja uma fita métrica, mas, 
caso você não tenha essa fita, pode usar uma corda com uma marcação a cada 
5 cm). Para ser mais fácil afundar o disco, é recomendável prender um objeto 
pesado abaixo dele. 
A medição da transparência deve ser realizada nos viveiros pelo menos uma vez 
por semana.
Fita métrica ou corda marcada a cada 5cm
Disco pintado de preto em 
2 quadrantes alternados
Peso para auxiliar o afundamento do disco
Figura 3.2. Disco de Secchi utilizado para medir a transparência da água
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Produção sustentável de Peixes Amazônicos I – 
Criação sustentável de peixes redondos
Na criação de peixes, o ideal é que a transparência esteja relacionada apenas à 
quantidade de plâncton disponível. Pelo nível de transparência, é possível estimar se 
a quantidade de plâncton no viveiro está adequada ou não para uma boa produção.
Medindo com o disco de Secchi, a faixa desejável de transparência é de 35 a 
40 cm. Uma transparência inferior a 35 cm, com coloração muito esverdeada, 
pode resultar em problemas.
Para entender melhor, clique no link inserido no título abaixo e assista à videoaula 
a seguir, cujo tema é a quantidade de plânctons e os níveis de transparência da 
água. 
Quantidade de plânctons e os níveis de transparência
b. Temperatura
Para o conforto térmico dos peixes redondos, em geral, a água deve estar com uma 
temperatura entre 26 e 32 °C, condição que favorece o crescimento dos animais. 
As temperaturas mais adequadas estão próximas a 28 °C. 
O aumento ou a diminuição da temperatura da água influencia o 
consumo de alimento, o crescimento e a tolerância ao manuseio 
e às doenças. 
Atenção
É muito importante o constante monitoramento da temperatura da água na 
piscicultura, porque, além de interferir no metabolismo dos peixes, ela tem influência 
sobre outros fatores, como:
• parâmetros de qualidade da água;
• desenvolvimento de microrganismos;
• disponibilidade de nutrientes;
• toxicidade de contaminantes.
O correto acompanhamento da temperatura é feito com um termômetro, que deve 
ser posicionado no meio da coluna d’água (cerca de 40 cm de profundidade) para 
aferição da medida. 
https://youtu.be/_XempwI7kjE
7
Produção sustentável de Peixes Amazônicos I – 
Criação sustentável de peixes redondos
Figura 3.3. Termômetro posicionado corretamente sendo inserido na água
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K
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O posicionamento do termômetro é muito importante, uma vez que a temperatura 
da superfície não é igual à do viveiro como um todo, pois na parte de cima há a 
incidência dos raios solares. 
Quando as camadas de água não se misturam e se mantêm com temperaturas 
diferentes, pode ocorrer um fenômeno chamado “estratificação térmica”, o qual 
pode ser danoso para a piscicultura. Para entender mais a respeito desse fenômeno, 
clique no link inserido no título a seguir e assista à animação. 
Estratificação térmica
c. Oxigênio dissolvido (O2)
O oxigênio é o gás utilizado pelos peixes na respiração e encontra-se dissolvido 
na água. É vital para a sobrevivência no viveiro e, por isso, é a variável mais 
importante na piscicultura.
A maior parte do oxigênio presente na água é produzida pelo fitoplâncton, a partir 
dos nutrientes disponíveis no meio, oriundos de adubo, fezes ou restos de ração, 
como também da luz solar e do gás carbônico. 
8
Produção sustentável de Peixes Amazônicos I – 
Criação sustentável de peixes redondos
As algas microscópicas presentes na água também fazem 
fotossíntese,processo que as plantas realizam para obter energia. 
Curiosidade
O oxigênio só é gerado na presença de luz, o que significa que sua produção 
ocorre durante o dia, variando conforme a incidência do Sol. Dessa forma, em dias 
nublados, existe baixa produção desse gás.
Dia
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Noite
Figura 3.4. Variação da quantidade de oxigênio (O2) na água ao longo do dia
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O oxigênio disponível na água é consumido não só pelos peixes, mas por todos 
os organismos que habitam o ambiente aquático, como insetos, crustáceos e o 
próprio fitoplâncton. 
9
Produção sustentável de Peixes Amazônicos I – 
Criação sustentável de peixes redondos
Enquanto há luz, há produção de 
oxigênio, ao passo que, quando 
anoitece, a concentração desse gás 
começa a diminuir. Veja na imagem 
o ciclo de produção de oxigênio em 
um viveiro de peixes.
O período do dia com menor 
concentração de oxigênio é no início 
da manhã, pois durante a noite não 
houve produção desse gás, apenas 
consumo. Repare que o ciclo de 
produção de oxigênio em um viveiro 
acontece ao longo do dia.
À medida que os peixes vão crescendo, eles precisam cada vez mais de oxigênio. 
Por isso, problemas com baixas concentrações desse gás são muito comuns no 
fim da criação, o que torna imprescindível redobrar o cuidado no que diz respeito 
ao monitoramento dessa variável quando os peixes estiverem grandes.
Para que haja oxigênio em proporção adequada, os valores devem estar acima de 
3 mg/L (miligramas por litro). Se a concentração for inferior a esse parâmetro, os 
peixes ficam estressados e têm sua alimentação, saúde e crescimento afetados. 
Em situações de extrema falta de oxigenação, pode acontecer a morte dos animais.
Concentração de oxigênio
Início da
criação
Final da 
criação
Figura 3.5. Disponibilidade de oxigênio (O2) ao longo do ciclo produtivo
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Produção sustentável de Peixes Amazônicos I – 
Criação sustentável de peixes redondos
Os peixes redondos, em especial o tambaqui, têm adaptações fisiológicas para 
suportar baixas concentrações de oxigênio na água, como o aumento dos lábios 
inferiores para respiração na superfície do criadouro. Os lábios expandidos têm a 
função de capturar a água mais superficial, que, por estar em contato com o ar, 
tem maior concentração de oxigênio.
Figura 3.6. Lábios inferiores expandidos em 
tambaqui
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Monitorar o oxigênio é muito importante na piscicultura. Por isso, clique no link 
inserido no título abaixo e assista à animação a seguir, que ilustra como medir e 
aumentar a concentração de oxigênio na água.
Como medir e aumentar a concentração de oxigênio na água
d. pH
O pH é uma variável que indica se a água da criação está ácida, básica (alcalina) 
ou neutra. 
A água estará ácida quando o pH estiver menor que 7; básica, quando estiver 
maior que 7; e neutra quando estiver em 7. O pH pode ser medido com o auxílio 
de um equipamento digital chamado de peagâmetro ou por meio de kits comerciais 
de análise da água.
https://youtu.be/tSIZJCKGkzk
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Produção sustentável de Peixes Amazônicos I – 
Criação sustentável de peixes redondos
Figura 3.7. Peagâmetro
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Recomenda-se medir o pH nas primeiras horas da manhã e no 
fim da tarde para verificar se está havendo variação. A medição 
também é importante para detectar a presença de amônia tóxica 
na água do viveiro. 
Atenção
Os valores desejáveis de pH para a produção de peixes é entre 6,5 e 8. Quando a 
transparência da água está abaixo de 35 cm, ou seja, quando há muito fitoplâncton, 
o pH pode aumentar bastante, principalmente no fim do dia. Isso ocorre devido à 
liberação de íons OH-, de caráter básico e oriundos da fotossíntese. Durante a noite, 
o pH volta a reduzir, já que não há fotossíntese e aumentam as concentrações do 
íon H+, oriundo da respiração. Variações de pH maiores que duas (2) unidades ao 
longo do dia são prejudiciais ao desenvolvimento e à saúde dos peixes. 
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Produção sustentável de Peixes Amazônicos I – 
Criação sustentável de peixes redondos
Figura 3.8. Faixa de variação de pH Fo
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 2
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).
A manutenção da estabilidade do pH em águas de viveiros pode ser alcançada por 
meio da aplicação de calcário. 
e. Alcalinidade e dureza
A quantidade de carbonato de cálcio (CaCO3) na água representa a alcalinidade, 
responsável pela manutenção da estabilidade do pH da água, de modo que não 
sofra grandes variações ao longo do dia. O valor da alcalinidade deve ser igual ou 
superior a 20 mg/L. 
Baixa alcalinidade
pH
Horário do dia
Alta alcalinidade
10
9
8
7
6
16:00 12:00 18:00 24:00 06:00
Figura 3.9. Variação do pH em função da alcalinidade ao longo do 
dia. A variação diária do pH é menor quando a alcalinidade da água 
está maior (linha azul)
Fo
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A dureza é uma medida que quantifica a concentração de íons metálicos presentes 
na água, principalmente de cálcio (Ca2+) e magnésio (Mg2+). Assim como a 
alcalinidade, a unidade da dureza é expressa em equivalentes de carbonato de 
cálcio (mg de CaCO3/L).
Clique no link inserido no título abaixo e assista à videoaula a seguir, que trata da 
alcalinidade e da dureza da água. Você aprenderá mais a respeito da importância 
da medição dessas variáveis para que o viveiro se mantenha eficiente.
Alcalinidade e dureza da água
https://youtu.be/1ozk570y6gM
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Produção sustentável de Peixes Amazônicos I – 
Criação sustentável de peixes redondos
f. Gás carbônico
Em um viveiro, o gás carbônico é liberado dia e noite pelos organismos. Fitoplâncton, 
zooplâncton e peixes produzem esse gás no processo de respiração: o oxigênio é 
consumido e o gás carbônico é liberado (há as trocas gasosas). 
Recomenda-se que, no viveiro, a concentração de gás carbônico 
mantenha-se abaixo de 10 mg/L. Vale lembrar que, durante o dia, 
o gás carbônico é consumido pelo fitoplâncton, enquanto seu 
acúmulo tende a ser maior no período noturno. 
Atenção
Em águas subterrâneas, como as de poços e de minadouros, os níveis de oxigênio 
geralmente são mais baixos e os de gás carbônico, elevados. Por isso, para a 
utilização da água dessas fontes na criação de peixes, é preciso prepará-la antes. 
Clique nas abas e conheça como é feito esse processo. 
Quando a água para a criação de peixes 
apresentar níveis de oxigênio mais baixos e 
grande acúmulo de gás carbônico, indica-se 
deixá-la represada em um ambiente aberto 
antes de sua utilização. 
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Com esse procedimento, o gás carbônico 
evapora facilmente, tornando a água adequada 
para a piscicultura.
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Produção sustentável de Peixes Amazônicos I – 
Criação sustentável de peixes redondos
g. Amônia e nitrito
A amônia é a principal forma de excreção dos peixes. Na criação, é oriunda, 
também, da decomposição de matéria orgânica, como a ração não consumida 
pelos animais, ou ainda da adição de adubo na água (ureia).
Composição da amônia
Na água, a amônia é decomposta em nitrito e, posteriormente, em nitrato. 
Essa decomposição é feita por microrganismos (bactérias) presentes no 
fundo do viveiro, que precisam de oxigênio para fazer esse trabalho. 
Elevação das quantidades de amônia
A elevação das quantidades de amônia e de nitrito na água pode ser causada 
pela alta carga de matéria orgânica, por baixa concentração de oxigênio ou 
pela mortalidade de bactérias decompositoras.
Sobras de ração
Adubação
Excreção dos peixes
Amônia
Bactérias Bactérias
Nitrito Nitrato
Fitoplâncton
Figura 3.10. Ciclo da amônia no ambiente aquático, representando a decomposição da 
amônia até nitrato, que finalmente é consumido pelo fitoplâncton
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Valores elevados de amônia e de nitrito são tóxicos para os peixes, já o nitrato não 
é nocivo e é utilizado como nutriente pelo fitoplâncton. A amônia e o nitrito podem 
ser medidos por meio de kits comerciais de análise da água, mas também existem 
sondas mais sofisticadas que medem essas variáveis. 
15
Produção sustentável de Peixes Amazônicos I – 
Criação sustentável de peixes redondos
A amônia medida pelos kits é a amônia total, que é composta por uma fração 
tóxica e outra não tóxica, conforme a fórmula a seguir:
Amônia total = amônia tóxica (NH3) + amônia não tóxica (NH4+)
Geralmente, os kits de análise possuem uma tabela que relaciona o pH e a 
temperatura da água para informar qual a fração tóxica da amônia. A amônia 
tóxica é mais frequente na criação quando o pH está alto. 
Valores de amônia tóxica acima de 0,10 mg/L e de nitrito acima de 0,03 mg/L são 
prejudiciais aos peixes.
Ao longo da criação, devido ao crescimento dos peixes e ao maior consumo de 
ração, a quantidade de amônia na água tende a aumentar. Por isso, é preciso 
monitorar esse parâmetro, principalmente ao final da produção, pelo menos uma 
vez por semana.
Figura 3.11. Variação da concentração de amônia ao longo da criação
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h. Qualidade da água e sanidade
Alterações no ambiente aquático, mesmo que pequenas, influenciam a saúde 
dos peixes e podem ser suficientes para desencadear estímulos estressores nos 
animais, predispondo-os a doenças infecciosas. 
A aferição das variáveis da água, como concentração de amônia e nitrito, 
temperatura, nível de oxigênio dissolvido, transparência e pH, permite avaliar a 
necessidade de se adequar a água para a criação, o que pode ser feito por meio de 
renovação, adubação, controle de plantas aquáticas – a exemplo das macrófitas 
e das algas filamentosas – e também com alterações na alimentação dos peixes.
16
Produção sustentável de Peixes Amazônicos I – 
Criação sustentável de peixes redondos
Algumas medidas são importantes à sanidade dos animais e à qualidade da água. 
Clique no link inserido no título abaixo para conhecer dicas para manter a saúde 
dos peixes nas águas do viveiro ouvindo o podcast a seguir.
Qualidade da água para a criação de peixes redondos
3.3 Dúvidas e respostas sobre problemas 
relacionados com a qualidade da água
A seguir, recomendamos algumas ações que podem ser feitas quando os peixes ou 
o viveiro apresentam sinais relacionados à má qualidade da água. Vale salientar que 
os problemas podem ocorrer em maior ou menor grau, e que as recomendações 
devem ser adaptadas de acordo com a gravidade de cada caso.
Muitas vezes, para uma melhor avaliação, é necessário recorrer a um técnico 
especializado, de modo que se opte pelas medidas adequadas em cada situação.
Problemas com a 
água
Sinais dos peixes e/ou 
do ambiente O que fazer?
Oxigênio baixo
• Os peixes ficam na 
superfície da água e/ou 
próximos à entrada de água 
no viveiro.
• Os peixes não comem.
• A transparência da água 
está muito baixa ou muito 
alta.
• Não alimentar os peixes.
• Verificar se a densidade de 
estocagem de peixes está 
acima do recomendado.
• Renovar a água do viveiro.
• Se a transparência estiver 
alta, verificar a alcalinidade e 
adubar o viveiro.
• Se a transparência estiver 
baixa ou se os últimos dias 
foram nublados, suspender a 
alimentação e renovar a água 
do viveiro.
• Em pisciculturas com 
sistemas intensivos (altas 
densidades), utilizar aeradores 
para aumentar a concentração 
de oxigênio na água.
pH alto
• Transparência muito baixa.
• Alcalinidade abaixo de 
20 mg/L.
• Nadadeiras com as bordas 
esbranquiçadas.
• Peixes apáticos.
• Se a transparência estiver 
baixa ou se os últimos dias 
foram nublados, suspender a 
alimentação e renovar a água 
do viveiro.
• Se a alcalinidade estiver 
abaixo de 20 mg/L, aplicar 
calcário agrícola na dose de 
200 kg por 1.000 m2.
https://ava.sede.embrapa.br/pluginfile.php/1444386/mod_resource/content/1/Qualidade%20da%20%C3%A1gua%20para%20o%20cultivo.mp3
17
Produção sustentável de Peixes Amazônicos I – 
Criação sustentável de peixes redondos
Problemas com a 
água
Sinais dos peixes e/ou 
do ambiente O que fazer?
pH variando mais que 
duas (2) unidades 
durante o dia
• Peixes apáticos.
• Alcalinidade baixa.
• Aplicar calcário agrícola na 
dose de 200 kg por 1.000 m2.
• Reduzir a quantidade de 
alimento ou suspender a 
alimentação até a correção do 
pH.
Amônia ou nitrito 
elevado
• Peixes apáticos.
• Água eutrofizada (muito 
verde e espessa).
• Verificar se a densidade está 
acima do recomendado.
• Renovar a água do viveiro 
(total ou parcialmente).
• Diminuir a quantidade de 
alimento ofertado.
Baixa alcalinidade Mesmo após a adubação, a água continua transparente.
Fazer nova aplicação de calcário 
e acompanhar a alcalinidade da 
água.
Gás carbônico 
elevado na água de 
abastecimento
(mais comum quando 
a água é de poço)
• Natação errática (doença 
das borbulhas).
• Peixes na superfície 
tentando respirar.
Represar a água em ambiente 
aberto para o gás carbônico 
evaporar.
Variações bruscas na 
temperatura do local e 
da água
• Peixes não se alimentam.
• Peixes não sobem à 
superfície da água.
Reduzir a quantidade de 
alimento ou suspender a 
alimentação.
Alta transparência
• Presença de algas 
filamentosas e plantas 
aquáticas na água.
• Feridas no dorso dos peixes 
ou queimaduras de raios 
UV.
Realizar adubação.
Alta transparência
• Presença de algas 
filamentosas e plantas 
aquáticas na água.
• Feridas no dorso dos peixes 
ou queimaduras de raios 
UV.
Realizar adubação.
Tabela 3.1 – Sinais de problemas com a água dos viveiros
Fonte: Adaptada de Lima et al. (2013, p. 143). 
18
Produção sustentável de Peixes Amazônicos I – 
Criação sustentável de peixes redondos
3.4 Métodos de medição recomendados 
Veja, na tabela a seguir, os métodos mais eficientes para medir as principais 
variáveis da água, com faixa de valores recomendados para uma piscicultura em 
viveiros escavados.
Variável Como medir? Valores adequados
Oxigênio
Oxímetro
Kit de análises
maior que 3 mg/L
Transparência Disco de Secchi entre 35 e 40 cm
pH
Peagâmetro
Kit de análises
de 6,5 a 8,0
Alcalinidade Kit de análises maior que 20 mg de CaCO3/L
Gás carbônico Kit de análises menor que 10 mg/L
Amônia Kit de análises menor que 0,10 mg/L
Nitrito Kit de análises menor que 0,03 mg/L
Temperatura
Termômetro
Oxímetro
Peagâmetro
De 26 °C a 32 °C
Tabela 3.2 – Métodos de medição de variáveis da água
Fonte: Lima et al. (2013, p. 8).
 
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Produção sustentável de Peixes Amazônicos I – 
Criação sustentável de peixes redondos
Síntese
Finalizamos o Módulo 3, em que estudamos a qualidade da água para a criação 
de peixes redondos. Neste material, aprendemos sobre a importância de um meio 
aquático saudável para a criação de peixes também saudáveis. 
No próximo módulo, o assunto será o melhoramento e a reprodução dos peixes 
redondos. Até logo!
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Produção sustentável de Peixes Amazônicos I – 
Criação sustentável de peixes redondos
Referências
Lima, A. F.; Silva, A.P.; Rodrigues, A.P.O.; Bergamin, G.T.; Lima, L.K.F.; 
Torati, L.S.; Pedroza Filho, M.X.; Maciel, P.O.; Flores, R.M.V. 2015. Manual 
de piscicultura familiar em viveiros escavados. Brasıĺia: Embrapa, 143p.
Rodrigues A.P.O., Lima A., Alves A., Rosa D., Torati L.; Santos V. 2013. 
Piscicultura de água doce: multiplicando conhecimentos. Brasília: Embrapa, 
440p.

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