Buscar

A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA INFANTIL NO PROCESSO DE

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

¹ Aluna concludente do curso de Licenciatura em Letras Língua Portuguesa da Universidade Estácio 
de Sá. 
² Professora orientadora do artigo da Universidade Estácio de Sá. 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA INFANTIL NO PROCESSO DE 
ALFABETIZAÇÃO 
 
 
Alexandra da Silva Trajano¹ 
Profa. Maria Paz Pizarro Portilla² 
 
 
RESUMO 
O presente trabalho tem como finalidade identificar as principais contribuições da Literatura 
Infantil como forma de ajudar no processo de alfabetização dos alunos. Compreendendo que a 
Literatura Infantil auxilia no desenvolvimento social, emocional e cognitivo da criança, e que 
precisamos desde cedo estimular nas crianças o gosto e o prazer pela leitura, faz-se necessário 
que passemos a usar o livro, a literatura nas escolas, não somente para fins pedagógicos, mas 
como instrumentos de motivação e desafio, capazes de transformar nossas crianças em 
indivíduos críticos, responsáveis e atuantes em nossa sociedade. Para tal, precisamos fazer uma 
análise crítica dos métodos utilizados atualmente na aprendizagem de nossas crianças e, talvez 
seja esse o maior desafio, criar novos métodos, novas filosofias, modificar um processo que já 
existe há anos e estimular/motivar toda uma comunidade escolar a modificar padrões e atuar 
nesse processo de construir já na Educação Infantil novos leitores e, consequentemente, 
melhorar o processo de ensino-aprendizagem no nosso país. 
 
 
Palavras – Chave: Literatura Infantil, Alfabetização, Aprendizagem 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
O uso da Literatura vem sendo muito criticado há anos, uma vez que, na maioria das 
vezes os livros são usados nas escolas somente para o trabalho pedagógico. A necessidade de 
mudar esse processo está cada vez mais sendo discutido e estimulado para que cada professor 
 
 
tenha consciência da importância de seu papel como agente motivador e promotor dessa cultura 
de novos leitores. 
Os livros literários são usados com muita frequência na Educação Infantil pelos 
professores como ferramenta para o desenvolvimento da linguagem, da oralidade, para 
promover o gosto e o prazer pela leitura, para ampliação do vocabulário das crianças e como 
forma de livre expressão, uma vez que a criança ao ver o livro ou ao fazer uma leitura ela 
consegue desenvolver a imaginação, a criatividade, a emoção, sentimentos e consegue dar um 
sentido àquela leitura. 
Ler o mundo, ouvir histórias são fatores que influenciam na formação do leitor, uma 
vez que a formação do leitor se inicia nas suas primeiras leituras de mundo, na prática 
de ouvir histórias narradas oralmente ou a partir de textos escritos, na elaboração de 
significados e na descoberta de que as marcas impressas produzem linguagem 
(CORSINO, 2009, p.57). 
 
As crianças em idade pré-escolar e em processo de desenvolvimento, são bastante 
curiosas e aproveitar essa fase para aplicar a literatura infantil de maneira prazerosa, 
comunicativa e divertida, permite que elas consigam interagir com os livros e com toda a 
fantasia e encantamento que há em cada história. Esse momento precisa ser rico em 
descontração, alegria, troca e interesse. 
Não deve o professor ficar preso somente aos livros, mas também, utilizar outros 
recursos como revistas, gravuras, jornais, encartes, álbum seriado, DVD, alfabeto móvel, etc. 
Todos esses recursos permitem às crianças um conhecimento de mundo. 
Esse artigo visa enfocar a importância da literatura infantil para a aquisição de 
conhecimentos, informação, interação, socialização e recreação necessários ao ato de ler. Para 
tal, é preciso que novas estratégias e atividades sejam aplicadas de forma coerente e que sejam 
capazes de despertar nas crianças o prazer de ler e de ter esse contato com a leitura 
frequentemente. 
Conforme Silva (1992, p.57) “bons livros poderão ser presentes e grande fontes de 
prazer e conhecimento. Descobrir estes sentimentos desde bebezinhos, poderá ser uma 
excelente conquista para toda a vida.” 
Apesar de sabermos a importância da leitura e todos os benefícios que ela traz para o 
indivíduo leitor, ainda há muitas pessoas que leem por obrigação. Esse processo de formação 
de leitores só vai ocorrer se houver uma mudança de mentalidade não só da comunidade escolar, 
 
 
mas também da família, pois é na família que esses primeiros estímulos devem acontecer. Para 
que uma criança possa ter gosto pela leitura são necessários dois fatores: a curiosidade e o 
exemplo. 
Segundo a UNESCO (2005) somente 14% da população tem o hábito de ler, portanto, 
pode-se afirmar que a sociedade brasileira não é leitora. Eis aí um grande desafio para nossas 
escolas. 
 
2. A HISTÓRIA DA LITERATURA INFANTIL 
 
 
No século XVII, a criança era vista como um adulto em miniatura e a única literatura 
voltada pra elas eram livros que ensinavam hábitos, valores e regras que as ajudavam a enfrentar 
a realidade social. 
A Literatura Infantil se constituiu como gênero durante o século XVIII, na Europa, 
época em que as mudanças na estrutura da sociedade desencadearam repercussões no 
campo artístico. É nessa época que se passa a compreender a criança como um sujeito 
diferente do adulto, reconhecendo o período da infância e suas especificidades. 
(OLIVEIRA, 2010; ALBINO, 2010). 
 
 
No final do século XVIII com o conceito de criança modificado, a magia da literatura 
infantil começa a superar as resistências do mercado e ganha espaço com as obras de Charles 
Perrault, Irmãos Grimm, La Fontaine, Hans Cristian Andersen, Lewis Carrol e Frank Baum, 
que fizeram da literatura infantil um mundo cheio de descobertas, prazeres e emoções. 
O surgimento da Literatura Infantil no Brasil só ocorre no final do século XIX e está 
ligado a questões sociais e culturais, pois decorre da ascensão da burguesia. Nessa época a 
circulação de livros era precária e havia poucas traduções nacionais. Tal cenário só foi 
modificado próximo à Proclamação da República, pois havia um interesse político e econômico 
de modificar a imagem do Brasil, que passava por um processo de modernização. 
Até os fins do século XIX, a literatura voltada para crianças e jovens era importada e 
vendida no mercado disponível apenas para a elite brasileira, constituindo-se 
principalmente de traduções feitas em Portugal, pois, no Brasil ainda não havia editoras 
e os autores brasileiros tinham seus textos impressos na Europa. (SANDRONI, 1998, 
p.11) 
 
O grande nome a se destacar na Literatura Infantil brasileira, sem dúvida, foi o de José 
Bento Renato Monteiro Lobato. Ele foi o primeiro autor que soube escrever histórias literárias 
com qualidade para as crianças. 
 
 
O livro “A menina do nariz arrebitado” se tornou um marco porque Lobato utilizou 
em suas narrativas a realidade comum e familiar da criança nas histórias dos livros. Monteiro 
Lobato rompeu com o padrão até então estabelecido, introduzindo a oralidade tanto na fala das 
personagens como no discurso do narrador. Essa nova forma de escrever aproximou-se mais da 
linguagem das crianças e trouxe à essa leitura mais emoção, reflexão e participação. 
Lobato acreditava na capacidade das crianças (pequenos leitores) em adquirir 
consciência crítica baseada na simplicidade das palavras que eram compreendidas com 
facilidade por esses pequenos leitores. Portanto, dedicou-se à produção literária para o público 
infantil, pois acreditava que para haver mudanças na sociedade, era preciso formar a criança, o 
futuro desta sociedade. 
Felizmente, para equilibrar a balança, há uma produção infantil e juvenil de alto ou 
muito bom nível, que conseguiu com rara felicidade equacionar os dois termos do 
problema: literatura pode divertir, dar prazer, emocionar, e que, ao mesmo tempo, 
ensina modos novos de ver o mundo, de viver, pensar, reagir e criar. (COELHO, 1997, 
p.27) 
 
Com o avanço da escolarização, nos anos de 1980, as mudanças que ocorreram nos 
livros (textos e ilustrações) e a valorização pelo qualpassaram os livros infantis, os tornaram 
um recurso muito importante para o desenvolvimento de capacidades e habilidades de ordem 
cognitiva e socioafetiva, como a coordenação motora, a percepção visual, a criatividade, a 
expressividade, a capacidade de compreensão da leitura, a imaginação e os processos de 
apropriação, renovação e articulação de conhecimentos e aprendizagens, constituindo-se nos 
principais objetivos da Educação Infantil. Segundo Corsino (2010), “concepções de infância, 
literatura e as mediações de leitura são as três pontas da trança que tecem o trabalho de literatura 
junto às crianças, não só na escola, mas nas diferentes esferas por onde circulam”. 
 
3. A LITERATURA E O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DA 
APRENDIZAGEM 
 
Segundo a Neurociência o cérebro é o órgão da aprendizagem. O desenvolvimento 
dele decorre da integração entre o corpo e o meio social. Estudos comprovam que no cérebro 
existe um sistema dedicado à recompensa e à motivação. Quando alguém é afetado 
positivamente, o cérebro produz a dopamina que gera um grande bem-estar e mobiliza a atenção 
da pessoa para o objeto que o afetou. 
 
 
Diante disso, se uma criança tiver uma experiência prazerosa com a leitura, ela irá 
buscá-la cada vez mais. Portanto, cabe ao professor e à família permitir que esse contato com o 
mundo da leitura seja algo bem prazeroso. Quanto mais emoção tiver essa leitura, mais ela será 
gravada no cérebro e, com certeza, a aprendizagem acontecerá naturalmente e com mais 
facilidade. 
Nosso cérebro foi criado para ler imagens. É importante significar as imagens. 
Devemos considerar que a aprendizagem da leitura é para a criança um enfrentamento de novos 
desafios em relação ao conhecimento linguístico e esta tarefa se torna complexa para todas as 
crianças. 
Muitas crianças são capazes de executar tarefas que coincidem com sua idade 
cronológica e cognitiva, contudo a família e os professores devem considerar que ler e escrever 
requer da criança novas habilidades que não faziam parte do seu cotidiano até então. 
Algumas crianças terão mais dificuldades do que as outras, mas é preciso que todos 
tenham consciência que todo indivíduo aprende. As habilidades são diferentes, nós a 
desenvolvemos e potencializamos, mas a partir do momento que a criança é estimulada desde 
cedo, esse processo transcorre sem grandes dificuldades. Ainda que seja percebido que algo 
está errado, que a criança apresenta algum distúrbio, vários tratamentos podem ajudar nesse 
processo. A aprendizagem da criança com distúrbio acontecerá de forma mais lenta, mas não 
deixará de acontecer. 
Uma vez que nosso cérebro é algo que se modifica em contato com o meio durante 
toda a vida, precisamos estar sempre estimulando-o. Trabalhar a memória é fundamental no 
processo de aprendizagem. Sem memória não há aprendizagem e para a aprendizagem é preciso 
atenção. Para a atenção é preciso concentração, portanto, não basta apenas entregar um livro 
para uma criança, é necessário auxiliar nesse processo de construção da leitura. 
A aprendizagem é a nossa impressão digital, cada um faz a sua, cada um tem o seu 
modo de aprender. Novos estímulos e novas possibilidades é que os educadores de hoje 
precisam buscar e descobrir ideias pertinentes para cada aluno, sejam eles com necessidades 
educativas especiais ou não. 
Segundo Bamberger: “O desenvolvimento de interesse e hábitos permanentes de 
leitura é um processo constante, que principia no lar, aperfeiçoa-se sistematicamente na escola 
e continua pela vida afora.” 
 
 
Não podemos esperar somente da escola essa inserção da criança no mundo literário, 
mas, com certeza, será na escola que a criança terá mais acesso e mais variedades de gêneros 
textuais, mesmo que seja com os textos didáticos. 
Para que a família possa também fazer parte desse processo, será necessário que eles 
também sejam leitores. Uma vez que isso não ocorra, fica muito difícil querer que esses 
estímulos aconteçam. 
Infelizmente, muitos de nossos professores não dão ênfase à leitura e esta é uma 
situação contraditória, pois segundo comentário de Machado (2001, p.45), “não se contrata um 
instrutor de natação que não sabe nadar, no entanto, as salas de aula brasileira estão repletas de 
pessoas que apesar de não ler, tentam ensinar”. 
Essa dura crítica deveria servir para os professores como um propulsor para que os 
mesmos busquem cada vez mais a instrução, a emoção, a diversão e a informação que um livro 
é capaz de oferecer. 
Outro entendimento importante para os professores é a compreensão de como se dá a 
aprendizagem de seus alunos. Para isso, é importante que cada professor tenha um olhar atento 
para cada criança. Que conheça suas habilidades, competências e dificuldades. Dessa forma, 
ele conseguirá afetar o aluno e desenvolver suas potencialidades. 
 
4. OS ESTÁGIOS PSICOLÓGICOS DA CRIANÇA 
 
Segundo Vygotsky (2000, p.110), “aprendizado e desenvolvimento estão inter-
relacionados desde o primeiro dia de vida da criança”. Ele explica esse processo pelo conceito 
de zona de desenvolvimento proximal, que é definido como a distância entre o nível de 
desenvolvimento real e o nível de desenvolvimento potencial, quais sejam, a solução 
independente de problemas e a solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em 
colaboração com companheiros mais capazes, respectivamente. 
Na relação com os livros infantis, a criança, primeiramente, ouve a história contada 
pelo adulto e a relaciona com as imagens. Depois, ela já se sente capaz de recontar a história e 
faz isso se baseando nas ilustrações e imitando a fala do adulto. Isso acontece até o momento 
em que ela se apropria da linguagem escrita em um exemplo perfeito da zona de 
desenvolvimento proximal, ou seja, aquilo que a criança só consegue fazer hoje com a ajuda de 
 
 
um adulto, mais adiante ela conseguirá fazer sozinha, definido assim por Vygotsky (2000), “a 
zona proximal de hoje será o nível de desenvolvimento real amanhã”. 
Durante o seu desenvolvimento, a criança passa por estágios psicológicos que 
precisam ser observados e respeitados. De acordo com Coelho (2002), “essas etapas dependem 
do nível de amadurecimento psíquico, afetivo e intelectual, e também, do seu nível de 
conhecimento e domínio do mecanismo da leitura”. Sendo assim, faz-se necessário que os livros 
a serem oferecidos à uma criança, sejam adequados a sua idade e a etapa pela qual ela passa. 
Segundo Piaget, as crianças de 2 a 7 anos estão na fase pré-operacional onde 
conseguem desenvolver a imaginação e a memória. Também são capazes de interpretar as 
coisas simbolicamente. Mas, é na fase do Estágio Operacional Concreto (7 a 11 anos) que há 
um grande ponto de virada no desenvolvimento cognitivo da criança, pois marca o início do 
pensamento lógico ou operacional. Ela passa a ser capaz de resolver as coisas internamente em 
sua cabeça. 
Existem cinco categorias que norteiam as fases do desenvolvimento psicológico da 
criança: o pré-leitor, o leitor iniciante, o leitor em processo, o leitor fluente e o leitor crítico. 
Pré-leitor é uma categoria que abrange duas fases: 1ª Primeira Infância (dos 15/17 
meses a 3 anos) é a fase onde a criança reconhece o mundo através do tato e do contato afetivo, 
daí a necessidade que ela tem de pegar ou tocar tudo o que está ao seu redor. Esta é a fase da 
aquisição da linguagem e a criança passa a nomear tudo a sua volta. A partir da percepção da 
criança é possível estimulá-la oferecendo-lhe vários objetos para que a mesma possa manusear 
e nomear, com a ajuda de um adulto, propiciando situações simples de leitura. 2ª Segunda 
Infância (a partir dos 3 anos) é o início da fase egocêntrica. Por estar mais adaptada ao meio, a 
criança aumenta sua capacidade de comunicação verbal. Nesse momento o “brincar” com o 
livro será importante e significativo para ela. 
Na Educação Infantil, o texto literário tem uma funçãotransformadora, pela 
possibilidade de as crianças viverem a alteridade, experimentarem sentimentos, 
caminharem em mundos distintos no tempo e no espaço em que vivem, imaginarem, 
interagirem com uma linguagem que muitas vezes sai do lugar-comum, que lhes 
permite conhecer novos arranjos e ordenações. (CORSINO, 2010, p.184) 
 
Leitor iniciante (a partir dos 6/7 anos) é a fase onde a criança começa a apropriar-se 
da decodificação dos símbolos gráficos. Nessa fase a presença de um adulto como agente 
estimulador é fundamental. Os livros adequados nesta fase devem ter uma linguagem simples 
 
 
com começo, meio e fim. De acordo com Coelho (ibid, p.35), “eles devem estimular a 
imaginação, a inteligência, a afetividade, as emoções, o pensar, o querer, o sentir”. 
Leitor em processo (a partir dos 8/9 anos) é a fase onde a criança já domina o 
mecanismo da leitura. Seu pensamento está mais desenvolvido, permitindo-lhe realizar 
operações mentais. Interessa-se pelo conhecimento de toda a natureza e pelos desafios que lhe 
são propostos. Os livros adequados a esta fase devem apresentar imagens e textos, estes, escritos 
em frases simples, de comunicação direta e objetiva. Segundo Coelho (2002) deve ter início, 
meio e fim. O tema deve girar em torno de um conflito que deixará o texto mais emocionante e 
culminar com a solução do problema. 
O leitor fluente (a partir dos 10/11 anos) está em fase de consolidação dos mecanismos 
da leitura. Sua capacidade de concentração cresce e ele é capaz de compreender o mundo 
expresso no livro. De acordo com Coelho (2002) é a partir dessa fase que a criança desenvolve 
o “pensamento hipotético dedutivo” e a capacidade de abstração. Este estágio, chamado de pré-
adolescência, promove mudanças significativas no indivíduo. Há um sentimento de poder 
interior, de ver-se como um ser inteligente, reflexivo, capaz de resolver todos os seus problemas 
sozinhos. Aqui há uma retomada do egocentrismo infantil, pois assim como acontece com as 
crianças nessa fase, o pré-adolescente pode apresentar um certo desequilíbrio com o meio que 
vive. 
Esse leitor é atraído por histórias que apresentam valores políticos e éticos, por heróis 
ou heroínas que lutam por um ideal, por mitos e lendas, histórias policiais, romances e 
aventuras. Os gêneros narrativos que mais agradam são os contos, as crônicas e as novelas. 
O leitor crítico (a partir dos 12/13 anos) tem nessa fase o domínio da leitura e da 
linguagem escrita. Sua capacidade de reflexão aumenta, permitindo-lhe a intertextualização. O 
convívio do leitor crítico com o texto literário segundo Coelho (2002, p.40), “deve extrapolar a 
mera função de prazer ou emoção e deve provocá-lo para penetrar no mecanismo da leitura”. 
 
 5. A LITERATURA INFANTIL NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM 
 
A leitura na escola tem sido objetivo de ensino-aprendizagem. É uma atividade onde 
a criança vai assimilando o conhecimento, interiorizando e refletindo através de um texto. 
 
 
Quanto maior for o acesso à leitura, maior será sua facilidade de escrita. A fala é inata 
ao ser humano, mas a escrita é adquirida, portanto, quanto mais o sujeito for estimulado, melhor 
será o domínio da mesma. 
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), “a prática da leitura tem como 
finalidade a formação de leitores competentes e continuamente a formação de escritores, isto é, 
a produção de textos eficazes com origem na prática da leitura, espaço de construção da 
intertextualidade” (BRASIL, 1997). 
A leitura é o meio norteador da escrita. O ato de escrever não pode apenas ser de forma 
decodificada, e sim, a escrita precisa ser compreendida e com sentido. 
Formar um leitor competente significa formar alguém capaz de um pensamento crítico 
e ativo, que consegue compreender o que leu. Para tal, faz-se necessário que esse leitor possua 
uma prática constante de leituras diversificadas. 
Todo processo educacional inicia-se com a literatura. Ela abre as portas para o saber, 
tem papel informativo, propicia o acesso ao conhecimento e é fonte de informações. 
Segundo Coelho (2000), a literatura infantil possibilita que as crianças consigam 
redigir melhor, desenvolvendo sua criatividade, pois o ato de ler e o ato de escrever estão 
intimamente ligados. Nesse sentido, “a literatura infantil é, antes de tudo, literatura, ou melhor, 
é arte: fenômeno de criatividade que representa o mundo, o homem, a vida, através da palavra”. 
Funde os sonhos e a vida prática, o imaginário e o real, os ideais e sua possível/impossível 
realização. 
A literatura infantil tem por tarefa transformar os sonhos em realidade, é um excelente 
recurso em prol ao processo de ensino-aprendizagem, ao crescimento da criança, de sua 
alegria e de sua magia. A literatura infantil na fase inicial da aprendizagem da criança 
tem função formadora e socializadora. (ZILBERMAN & LAJOLO, 1985, p.25). 
 
A Literatura Infantil exerce um papel muito importante no processo de alfabetização e 
letramento, pois ela é trabalhada de forma lúdica e criativa. Dessa forma a aprendizagem 
acontecerá com mais facilidade, uma vez que desperta o interesse na criança e auxilia na 
compreensão dos símbolos e linguagens. 
A alfabetização é o processo pelo qual se adquire o domínio de um código linguístico, 
ou seja, é um conjunto de técnicas adquiridas para exercer o uso da leitura e da escrita. 
Alfabetização faz parte da ação de decodificar o alfabeto e representar o som 
reconhecendo seu símbolo gráfico. (SOARES, 2008, p.92) 
 
 
Freire (1993) pontua que as escolas deveriam estimular o gosto pela leitura e escrita 
durante todo o tempo de escolarização. Que estudar não seja um fardo e ler não seja obrigação, 
mas uma fonte de alegria e prazer. Para ele esse esforço em buscar a significação dos estudos, 
deveria começar na pré-escola, ir intensificando no período da alfabetização e jamais parar. 
O professor que alfabetiza precisa reconhecer na Literatura Infantil um excelente 
recurso a favor do ensino. Precisa também, ser aplicada na forma de ensinar, refletir e divertir, 
pois dessa maneira facilitará a aquisição dos conhecimentos das crianças. 
Atualmente muitos falam do fracasso escolar e o associam ao período de alfabetização. 
Fato é que muitas crianças estão tendo dificuldades de compreensão/interpretação de textos e 
de escrita. Se formos pontuar os motivos que levam a essas dificuldades, teremos vários para 
pontuar. 
O ensino oferecido às crianças das classes populares se diferencia muito do que é 
oferecido às crianças das classes médias/altas. Isso, infelizmente, acontece há séculos. Ainda 
no século XVIII crianças da nobreza liam os grandes clássicos e as mais pobres liam lendas e 
contos folclóricos muito populares na época. 
A partir daí o que percebemos no decorrer do tempo é uma grande desigualdade na 
competência linguística e capacidade cognitiva de nossas crianças. 
As diferenças entre as crianças de camadas populares e as pertencentes a outras camadas 
da população decorrem, segundo as concepções construtivistas de desenvolvimento 
infantil, da inexistência ou da precariedade de experiências com a leitura e escrita nos 
meios populares. Provenientes de ambientes não-letrados, as crianças de classes 
populares não tem acesso a interações com situações de escrita e leitura, fato que as 
impede de atingir os níveis de conceitualização necessários à construção da escrita na 
escola e de compartilhar dos significados e dos usos sociais da escrita já adquiridos 
pelas crianças das classes médias. Justifica-se assim a necessidade de mudanças nas 
práticas de ensino da língua escrita e mais tempo para o domínio da leitura e da escrita 
pelas crianças de classes populares, uma vez que a escola pressupõe conhecimentos e 
estágio de desenvolvimento cognitivo que elas ainda não alcançaram (FERREIRO E 
TEBEROSKY, 1979; PCN/MEC, v.2, 1997, p.20-21). 
 
Durante algum tempo acreditava-se que essadesigualdade era fruto da falta de acesso 
à cultura das classes populares, porém isso não procede. Eles tem acesso, mas, na maioria das 
vezes, esse acesso acontece através da circulação de textos, folhetos, documentos, etc., 
produzidos pelos meios de comunicação de massa que, no intuito de atrair esses consumidores, 
produzem todo tipo de impressos (propaganda, folhetos de divulgação de produtos etc.) e outros 
materiais escritos afinados com o “gosto popular”: jornais sensacionalistas, revistas de 
fotonovelas, horóscopo etc. 
 
 
Diante disso podemos observar o quanto a cultura implica no modo de ser da 
sociedade. Por ser o processo de alfabetização e letramento dois processos sequenciais, mas 
diferenciados, cabe às escolas junto com a comunidade escolar e seus educandos obter o saber 
cultural da leitura, do conhecimento literário e o acesso aos livros. 
A capacidade de educadores para perceber a riqueza e a estrutura do livro de literatura 
infantil é uma das narrativas para não reduzir a literatura a uma abordagem meramente 
pedagógica. Explorar o livro infantil, sua narrativa, suas ilustrações, seu significado é 
um recurso que deve ser abordado com competência e criatividade. Para isso, o 
professor precisa estar preparado para formar sujeitos leitores, e isso significa na leitura 
diária do livro de literatura, na interpretação coletiva, feita com alunos e professor e no 
registro, que é a construção do sentido do texto, o esforço em escrever algo que se ouve, 
mediado obviamente pelo professor, leva à compreensão do velho e à possibilidade de 
criação do novo, o modo de trabalhar a literatura infantil em sala de aula requer 
identificar a forma como se trabalha, envolvendo a interpretação de texto, a exploração 
do livro, a coligação do autor e do ilustrador com o que pretendem passar com a história 
narrada estimulando a curiosidade das crianças e o desejo de dialogar sobre o livro. 
(FARIA, 2004). 
 
Ainda que a criança ingresse na escola sem o conhecimento básico da literatura, ela 
terá a oportunidade de se relacionar com as novas possibilidades de crescimento, uma vez que 
a escola é espaço de relação entre literatura, livro, criança e professor. 
O livro de literatura infantil tem papel fundamental no início do processo da 
alfabetização/letramento. Sua função é formar e educar, e toda criança em processo de 
alfabetização deve utilizá-lo para obter uma aprendizagem significativa e rica em 
conhecimento, uma vez que eles desenvolvem na criança a capacidade cognitiva da imaginação, 
da reflexão e da criatividade sobre os fatos históricos. 
Segundo Vygotsky (2000), a linguagem ajuda a criança direcionar o pensamento, a 
criança compreende a vida através do imaginário. O livro infantil põe a criança em contato com 
o mundo e com todos os seus desdobramentos. Deve-se ter em mente que a criança que se 
encontra em processo de alfabetização/letramento e em pleno desenvolvimento é com a família 
seu primeiro contato alfabetizador, seu segundo contato será no contexto escolar, onde a criança 
aprenderá uma linguagem aplicada de forma mais formal do que a ensinada em casa. Porém, a 
aprendizagem não pode ser apenas instrumental, ela deve ser dialógica com significados 
sociocultural, por isso o ato de alfabetizar não pode exigir somente as práticas escolares, mas 
incluir as práticas culturais e sociais nas quais leituras e escritas é extremamente necessário. 
De acordo com Freire (2008), Soares (2008), Kleiman (2005), Tfouni (2006) e 
Abramovich (1997), o processo de alfabetização e letramento compartilhado com a literatura 
 
 
infantil são procedimentos que qualificam o conhecimento e o contextualizam. Por ser o livro 
infantil uma ferramenta valiosa para o professor e para a escola, cabe a esses ampliar as 
experiências com esses livros e igualar a criatividade dos mesmos com a atividade pedagógica, 
favorecendo com isso a compreensão e a interação das crianças por meio de atividades e temas 
lúdicos. 
Quando a magia da literatura ganha importância no processo de alfabetização, a 
aprendizagem ganha em qualidade, uma vez que, o professor deixa de desempenhar a ação de 
forma estática e rotineira e torna o ensino mais motivador e ativo. Dessa forma, a criança é 
estimulada a interagir com o conhecimento em questão 
A literatura como processo de desenvolvimento, aprendizagem e socialização ajuda o 
leitor a estruturar seu universo cultural. Ela é uma arte que ajuda a ampliar a visão de mundo. 
Para que a literatura possa fazer a diferença na vida da criança, ela precisa estar 
presente diariamente no contexto formal (escola) e no cotidiano da criança, ou seja, no seu lar, 
com os seus familiares, pois muitos são os benefícios obtidos no processo literário. O uso de 
recursos distintos facilita o processo de ensino/aprendizagem, uma vez que esse processo nem 
sempre ocorre de maneira fácil e eficaz. Algumas crianças apresentam dificuldades para 
compreender o sistema de leitura e escrita. Isso apenas corrobora a literatura infantil como 
recurso pedagógico e devendo, pois, ser trabalhada de diferentes formas para alcançar o 
máximo de alunos possíveis. 
 
6. PROPOSTAS DE PRÁTICAS DE LEITURA 
A leitura levada para a sala de aula tem um papel pertinente para auxiliar na construção 
do conhecimento, como forma de assegurar o direito à cultura e como forma de exercer a 
cidadania. Daí a importância de garantir práticas de leitura. 
O leitor é diferente a cada prática leitora. Inúmeros são os modos, tipos, gostos e 
objetivos de leitura. Cada criança se atém a algum recurso na leitura. Diante disso, como 
despertar na criança o interesse pela leitura? Como trabalhar a leitura na sala de aula? E quem 
é esse leitor, ainda tão pequeno? 
Para que um aluno seja um leitor ativo, é necessário que ele entenda a relação que 
existe entre ler, compreender e aprender para conseguir construir uma interpretação do que foi 
lido. Essa interação do leitor com o texto foi assim ressaltado por Koch (2006, p.21): “a leitura 
 
 
e a produção de sentido são atividades orientadas por nossa bagagem sociocognitiva: 
conhecimentos da língua e das coisas do mundo (lugares sociais, crenças, valores, vivências)”. 
Para tal, deve-se planejar atividades e/ou momentos que favoreçam a leitura. O 
professor pode organizar momentos de leitura livre; momentos em que ele lê para os alunos; 
deve planejar atividades diárias de leitura com a mesma importância que planeja as demais; 
deve oferecer diferentes tipos textuais (jornais, gibis, revistas, parlendas, poesias, músicas, 
literaturas de cordel); fazer uso da biblioteca ou brinquedoteca com mais frequência; promover 
a oportunidade de levar livros para casa para uma leitura em família; realizar rodas de leitura e 
propiciar nessas rodas momentos de interação, socialização e reflexão; explorar a leitura e falar 
da importância dessa prática nas reuniões de pais; dispor pela escola textos e trechos de obras 
relevantes de autores considerados para visibilidade de todos; entre outros. 
Outra prática importante durante a alfabetização/letramento é a leitura compartilhada 
de bons textos literários, jornalísticos, publicitários etc., que encorajam o processo de ler e 
tornem a leitura mais prazerosa para a criança. Além disso, a criança dentro da sala de aula 
precisa estar cercada de recursos que estimulem a prática da leitura, como cartazes e livros 
diversos proporcionando à criança conhecer coisas novas, para que efetivamente seja iniciada 
a construção da linguagem, da oralidade, de ideias, de valores e sentimentos que ajudarão em 
sua formação pessoal (MACHADO, 2013). 
Outro exemplo de prática, segundo Machado (2013, p.18), é a escolha dos textos, das 
frases, das palavras, em suportes impressos e/ou em tela, que se reconhecem no mundo social. 
Quando o professor alfabetizador seleciona os textos, isso influencia, positivamente, no 
aprendizado da leitura,o que a torna mais interessante para as crianças. 
Frequentar livrarias, feira de livros e bibliotecas são excelentes sugestões para tornar 
permanente o hábito de leitura. 
Quando é disponibilizado aos alunos uma boa biblioteca, com grande acervo de livros 
bem cuidados e organizados num ambiente aconchegante, esse espaço de leitura torna-se um 
espaço de grandes aprendizagens. 
O material de leitura deve ser muito bem selecionado, obedecendo a uma sequência de 
acordo com a faixa etária, o gosto, a preferência do aluno e o seu desenvolvimento mental. Os 
textos devem estar de acordo com o contexto real do aluno para que possa ser significativo para 
ele. Quando a escola se apropria da sua função de formadora de leitores, ela precisa contar com 
 
 
a participação dos professores das diversas disciplinas já que a leitura está presente em todas as 
áreas. 
O professor deve sempre se colocar como mediador, cooperador e colaborador nesse 
processo de leitura. Ele é, antes de tudo, um promotor de leitura e formador de leitores. O 
docente deve ser um profissional comprometido com o projeto de leitura e apresentar estratégias 
para orientar seus alunos, tornando-se assim um mediador do processo, abrindo espaços, 
lançando desafios, valorizando a caminhada dos alunos, desenvolvendo competências nas 
dimensões cognitivas, emocionais, sensoriais e culturais. Segundo Freire (1999, p.29), “[...] 
percebe-se, assim, a importância do papel do educador, o mérito da paz com que viva a certeza 
de que faz da sua tarefa docente, não apenas ensinar conteúdos, mas também ensinar a pensar 
certo” 
 
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Compreendemos que os livros de Literatura Infantil podem ser inseridos no mundo 
das crianças já nos primeiros contatos com o ambiente familiar e escolar aproximando o leitor 
da Literatura. 
A leitura é a forma de adquirir informações. O gosto de ler resulta da prática. A pessoa 
que lê tem reflexão crítica da realidade. O incentivo precisa começar desde cedo. 
Quando um livro é inserido no ambiente escolar possibilita naquele que compreende 
o contexto histórico e cultural a oportunidade de criá-lo, alterá-lo ou reconstruí-lo. Ela 
proporciona à criança um desenvolvimento emocional, social e cognitivo indiscutíveis. 
O hábito de leitura no ambiente familiar, fortalece o elo da criança com seus pais ou 
responsáveis, tornando-o no futuro, um adulto mais seguro. 
Na escola, o professor é o grande mediador. Cabe a ele disponibilizar textos 
inteligentes e interessantes, e criar situações estimuladoras e desafiadoras. Ele é o promotor da 
leitura e o formador de leitores. 
Através da leitura a criança adquire uma postura crítica e reflexiva, extremamente 
relevantes à sua formação cognitiva. O ato de ler é extremamente transformador. 
A criança que ouve histórias desde cedo e é estimulada, terá um desenvolvimento 
favorável ao seu vocabulário, bem como a prontidão para a leitura. 
 
 
Sabemos que esse processo não é tão fácil assim. Para que uma criança se torne um(a) 
leitor(a), ela precisa de estímulo e de exemplo. Infelizmente nossa sociedade não é leitora e 
modificar esse cenário não será nada fácil. 
As novas tecnologias e, principalmente, as redes sociais estão cada dia mais presentes 
na vida das pessoas e até de nossas crianças. Como conseguir usar desses meios para promover 
o gosto e o prazer pela leitura? Como estimular que a leitura feita pelos alunos não se restrinja 
somente às redes sociais e aos aplicativos de mensagens? Como evitar que nossas crianças se 
tornem reféns desses tipos de mídias? Como agir para que as formas de escrita na internet não 
comprometam a aprendizagem da gramática e da norma culta da língua? Como tornar leitor 
uma criança que não tem nenhum exemplo dentro de casa? Como conseguir superar esses 
desafios se os pais não contribuírem? 
Sem dúvida esses são motivos de grande preocupação e reflexão de nossos professores. 
Todos esses fatores aumentam ainda mais a responsabilidade do docente em sala de aula que 
precisará cada vez mais conhecer seus alunos e preparar atividades que vão ao encontro do 
anseio e das necessidades de sua turma. Não dá mais para se preocupar somente com o 
conteúdo. Foi pelo fato da alfabetização ter se tornado uma coisa mecânica que visava apenas 
a execução do conteúdo programado, que chegamos ao estágio que temos hoje de grande evasão 
escolar, de alunos alfabetizados, mas não letrados e de alunos em sala de aula desmotivados e 
estudando por obrigação. 
Ser professor não é tarefa fácil e atualmente tem se tornado muito mais desafiador. É 
necessário rever as práticas escolares e é nessa questão que se faz relevante esse presente 
trabalho. Acreditar que a criança é o futuro do nosso país e investir neles pode ser o primeiro 
passo para mudarmos a realidade da educação brasileira. 
Tal realidade faz-nos perceber o quanto é importante investir na capacitação de 
professores desde a Educação Infantil. Ela é o berço da educação. Tudo o que for estimulado, 
vivenciado, transformado e desenvolvido lá, com as crianças ainda pequenas, terá muito mais 
chance de dar certo. Preparar nossas crianças para a vivência da Literatura é ter a certeza de que 
no avanço da escolaridade, teremos alunos mais maduros cognitivamente, e isso é de suma 
importância no processo de ensino-aprendizagem. 
As instituições de Educação Infantil deveriam promover projetos para estimular a 
leitura e organizar espaços educativos com a finalidade de criar condições para que as crianças 
pequenas compreendem desde cedo a importância do ato de ler. Nesses tipos de eventos contar 
 
 
com a participação dos pais é imprescindível, porque eles podem nesses momentos se sentirem 
tocados, estimulados a iniciar um processo de leitura e se tornarem leitores ativos. 
Portanto, compreender, conhecer e reconhecer características do pré-leitor é necessário 
para que de forma prazerosa, o educador ofereça um ambiente que instigue, enriqueça e amplie 
suas possibilidades de entender, de ver as coisas e de ler o mundo. Esses procedimentos são 
considerados grandes desafios de todos os profissionais da educação para uma possível 
formação de crianças leitoras e adultos críticos e reflexivos. 
Existem vários documentos que abordam essa questão da leitura e sua prática nas 
escolas brasileiras, mas como será que elas estão sendo aplicadas? Quem verifica as formas de 
aplicação? Os projetos de leitura que tem feito a diferença na vida dos alunos e 
consequentemente na comunidade escolar estão ganhando visibilidade a nível nacional? Como 
conhecê-los? Como estimular os professores a se tornarem leitores para que eles possam 
entender a importância disso no processo de aprendizagem dos seus alunos? Como trabalhar a 
Literatura Infantil de forma contextualizada e lúdica? 
Vários serão os questionamentos, dúvidas e reflexões a cerca desses temas, mas 
precisamos acreditar que uma educação de qualidade se consegue com a união de todos, com 
as trocas de experiências, com investimento, com a valorização do professor, com formação 
continuada e, principalmente, com a boa vontade de melhorar e ressignificar a educação do 
nosso país. 
 
8. REFERÊNCIAS 
ABRAMOVICH, F. Literatura Infantil. São Paulo: Spcione. 1993. 
BAMBERGER, R. Como Incentivar o Hábito de Leitura. São Paulo: Cultrix, 1997. 
BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: 
Língua Portuguesa. Brasília: MEC/SEE, 1997. Disponível em; 
www.portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro02pdf. Acesso: 03 de novembro de 2019. 
COELHO, Betty. Contar história: uma arte sem idade. São Paulo: Ática, 1997. 
COELHO, Nelly Novaes. Literatura Infantil: Teoria Análise Didática. Edit. Moderna, 1° 
Ed. São Paulo, 2000 
 
 
CORSINO, Patrícia. Prática Educativa da Língua Portuguesa na Educação Infantil. 
Curitiba: IESDE Brasil/A.2009. 
CORSINO, Patrícia. Literatura na Educação Infantil: possibilidadese ampliações. In: 
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Coleção Explorando o Ensino: v. 20 
Literatura: ensino fundamental. Brasília, DF, 2010. BRASIL. Estatuto da Criança e do 
Adolescente no Brasil. Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990. 
FARIA, M. A. Como usar a literatura infantil na sala de aula. 3.ed. São Paulo: Contexto, 
2004. 
FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. Rio de 
Janeiro: Paz na Terra, 1999 
KOCH, I. V.; ELIAS, V. M. Leitura, texto e sentido. In Ler e compreender os sentidos do 
texto. 2 ed. São Paulo: contexto, 2006 
MACHADO, M.C. A literatura deve dar prazer. Revista Nova Escola. São Paulo, n.73, p. 45-
48, Abr 2001. 
SANDRONI, Laura. De Lobato à década de 1970. In: SERRA, Elisabeth D’Angelo (org). 30 
anos de literatura para crianças e jovens: algumas leituras. Campinas: Mercado de Letras/ 
Associação de leitura do Brasil, 1998. 
SAWAYA, S.M. Alfabetização e fracasso escolar: problematizando alguns pressupostos da 
concepção construtivista. São Paulo, 2000. Disponível em: < http://www.scielo.php?sc. Acesso 
em 04 de nov.2019 
VYGOTSKY, L. S. A Formação Social da Mente. 6.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000. 
ZILBERMAN, Regina. A Literatura Infantil na Escola. 10ª edição. São Paulo: Global, 1998.

Continue navegando