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Júlia Figueirêdo – FADIGA, PERDA DE PESO E ANEMIAS LEUCEMIAS: A leucemia corresponde a uma neoplasia que afeta os leucócitos, sendo marcada pelo acúmulo medular de células alteradas, impedindo a proliferação de clones saudáveis. Representação da celularidade sanguínea normal e em quadros de leucemia A classificação da leucemia pode tanto considerar a velocidade de evolução do quadro (aguda ou crônica, com função celular residual), quanto a linhagem leucocitária afetada (linfoide ou mieloide). Dessa forma, os tipos mais comuns dessa forma de câncer são: Leucemia mieloide aguda (LMA): acomete, de forma rápida, as células da linhagem mieloide (monócitos e granulócitos). Sua incidência aumenta com o avançar da idade; Leucemia linfoide aguda (LLA): é a principal forma de leucemia em crianças, acometendo os linfócitos de modo acelerado; Leucemia mieloide crônica (LMC): também acomete células derivadas dos mielócitos, porém se instala vagarosamente, sendo mais frequente em adultos; Leucemia linfoide crônica (LLC): ao contrário da contraparte aguda, é pouco comum em crianças, acometendo principalmente adultos > 55 anos. Principais características das leucemias Os fatores de risco associados a essa doença ainda não estão definidos, porém algumas situações podem elevar a probabilidade do desenvolvimento de algum dos subtipos supracitados, como: Tabagismo (LMA); Exposição à radiação ionizante (LMA, LMC e LLA); o Depende diretamente da idade, da dose e do tempo de exposição. Algumas classes de quimioterápicos (LMA e LLA); Síndrome de Down (LMA); Histórico familiar (LMA e LLC); Produção de borracha e exposição a pesticidas agrícolas (leucemias, no geral). LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA: A leucemia mieloide aguda (LMA) é marcada pela proliferação de precursores mieloides alterados, incapazes de se diferenciarem em células maduras. Tal processo induz o surgimento de sangramentos, anemia e infecções. Esse quadro de hiperproliferação leva a um acúmulo celular imaturo na medula óssea, que gradualmente “extravasa” ara o Júlia Figueirêdo – FADIGA, PERDA DE PESO E ANEMIAS sangue periférico e para tecidos infiltrados (ex.: fígado, baço e linfonodos). A leucemia mieloide aguda corresponde à apresentação mais comum em adultos, com proporção mais elevada em homens. Casos são mais frequentes após a 4ª década de vida, porém o risco se eleva com o avançar da idade. ETIOPATOGENIA: Normalmente não é possível definir a causa da LMA, ainda que algumas situações, como o tabagismo, a trissomia do cromossomo 21 e a ocorrência de doenças como hemoglobinúria paroxística noturna estejam associadas à evolução para LMA secundária.: A fisiopatologia desse quadro está relacionada a múltiplas alterações moleculares, interferindo no controle da proliferação e degeneração celular, bem como na diminuição de sua capacidade proliferativa. Mutações genéticas também são frequentemente detectadas, principalmente em p53, RASS e na expressão exagerada de BCL2 (antiapoptótico). Mecanismo fisiopatológico da LMA QUADRO CLÍNICO: A pancitopenia é a causa da maioria dos sintomas, como anemia e a palidez, dispneia e fraqueza associadas, os sangramentos diversos decorrentes da plaquetopenia, e a vulnerabilidade a infecções resultante da neutropenia. As “doenças oportunistas” mais comumente relacionadas a LMA são infecções de vias aéreas superiores, do TGI e da pele. O risco de quadros fúngicos aumenta com a evolução da leucemia. Normalmente, a leucemia mieloide aguda não resulta em linfadenopatia palpável ou hepatoesplenomegalia, que, quando presentes, indicam a evolução de doenças mieloproiferativas para a LMA. Ao exame físico, pode ser evidenciada leucemia cútis (quadro raro de infiltração cutânea) hipertrofia, candidíase orofaríngea e amigdalite. Os dentes podem ser focos de infecções durante o tratamento quimioterápico. Paciente com leucemia cutis A presença de queixas como alterações visuais, cefaleia ou distúrbios de nervos cranianos devem ser investigadas por meio de exames de imagem para descartar A presença de febre sugere a presença de uma infecção secundária, sendo necessária antibioticoterapia de amplo espectro de forma imediata. Júlia Figueirêdo – FADIGA, PERDA DE PESO E ANEMIAS hemorragias intracranianas (preocupantes na plaquetopenia grave). O sarcoma mieloide é uma manifestação infiltrativa extramedular presente principalmente na LMA com componente monocítico ou com hiperleucocitose. Pode ser observada nos ossos, testículos e linfonodos, além da pele. Sarcoma mieloide na face Outra ocorrência importante é a colite neutropênica (tiflite), marcada por febre, dor abdominal diarreia sanguinolenta e distensão, podendo ser acompanhada por bacteremia. Tomografia axial evidenciando espessamento do cólon (lado esquerdo), além do aumento da densidade do tecido adiposo vizinho A leucostase corresponde a uma síndrome com hperleucocitose e comprometimento orgânico, direcionado ao SNC, pulmões e olhos. Os sintomas mais comuns são alterações no nível de consciência, dispneia e problemas visuais. A fundoscopia pode auxiliar na detecção desse quadro, identificando papiledema, dilatação vascular e hemorragia retiniana. DIAGNÓSTICO: Para que o diagnóstico da LMA seja confirmado é necessária a identificação de infiltração blástica > 20% em um aspirado de medula óssea. Algumas manifestações alternativas, como o sarcoma mieloide e a leucemia decorrente de anomalias genéticas, independem desse achado para o diagnóstico O mielograma se revela hipercelular, em detrimento da substituição de células normais por variantes leucêmicas. Os blastos apresentam-se com cromatina frouxa, grânulos e diversos nucléolos. Bastonetes de Auer são encontrados frequentemente na LMA promielocítica. Mieloblastos com presença de bastões de Auer A imunofenotipagem, que assegura a origem mieloide do quadro, pode ser Nas situações em que há fibrose medular excessiva, é impossível coletar material por aspiração (aspirado seco), sendo indicada a realização de biópsia da medula óssea com imuno-histoquímica Júlia Figueirêdo – FADIGA, PERDA DE PESO E ANEMIAS realizada pelo aspirado medular (idealmente), por sangue periférico ou por amostras de linfonodos e outros tecidos. De acordo com os achados desses exames, é possível enquadrar a LMA em classificações, sendo as mais comuns a franco-americana-britânica (baseada em aspectos morfológicos e citoquímicos) e a da OMS (mais abrangente, considerando também critérios moleculares e clínicos). FAB OMS M0 com diferenciação mínima (blastos grandes, agranulares e indiferenciados) LMA com anormalidades genéticas recorrentes M1 sem maturação (blastos compõem a maior parte das células não eritroides) LMA relacionadas com alterações mielodisplásicas M2 com maturação (composição de blastos entre 30 a 89%, com células monocíticas < 20%) Neoplasia mieloide associada a terapêutica M3 promielocífica (mais de 20% de promielócitos hipergraulares, com presença de bastonetes de Auer) LMA sem outras especificações M4 promielocítica aguda (> 30% de blastos, com > 20% de formas granulocíticas. Componentes monocíticos entre 20 e 80%) Sarcoma mieloide M4eo eosinofílica (mesmos critérios acima, com maior presença de eosinófilos) Neoplasia de células dendríticas blásticas plasmocitoides M5 monocítica aguda (há > 80% de formas monocítica, dividindo-se em a e b) Leucemia-linfoma linfoblástico de células NK M6 eritroleucemia (há > 50% de componentes eritroblásticos e > 30% de granulocítico) - M7 megacariocítica (ao menos 30% de megacariócitos jovens)- Classificações da LMA pela FAB e OMS Esses materiais são submetidos à citometria de fluxo, na qual anticorpos monoclonais dirigidos a clusters de diferenciação (CD) são aplicados. A cariotipagem pode ser de grande valia, assim como a biologia molecular para identificar essas variações, que são importantes para o prognóstico geral. Principais alterações genéticas e classificações da LMA associadas Alguns outros exames complementares podem ser solicitados para auxiliar na detecção de complicações, como: Hemograma: identifica anemia normo ou macrocítica e normocrômica, com reticulocitopenia, plaquetopenia e leucocitose; Avaliação bioquímica: destaque para função hepática e renal; Coagulograma; Β-HCG: descartar gestação antes do tratamento; Punção do LCR: só na presença de sinais e sintomas associados ao SNC; Sumário de urina e urocultura: se há suspeita de infecções; Exames de imagem; HLA: apenas em pacientes < 70 anos e seus irmãos. PROGNÓSTICO E CONDUTA TERAPÊUTICA: O grau de resposta terapêutica de pacientes com LMA é heterogêneo, dependendo Júlia Figueirêdo – FADIGA, PERDA DE PESO E ANEMIAS bastante de fatores prognósticos, em sua maioria inerentes ao indivíduo, como idade > 55 anos (menor taxa de remissão completa). Outro aspecto importante é a reação à quimioterapia de indução (primeira fase do tratamento), que indica melhor prognóstico, quando comparada a quadros refratários. A exposição prévia a quimioterápicos, bem como o contato com radiação e outros agentes citotóxicos, bem como o histórico de síndromes mielodisplásicas, tornam o portador de LMA mais susceptível a recidivas. Quanto ao tratamento da leucemia mieloide aguda, ele pode ser dividido em três etapas principais, a saber: Tratamento de suporte: Essa estratégia tem como finalidade diminuir a mortalidade e a morbidade dos pacientes com LMA, sendo crucial para reduzir a complicações decorrentes da terapia de indução. Uma estratégia importante nesse processo é a realização de um acesso venoso central, que será uma via segura para administração medicamentosa. De modo a evitar infecções intestinais capazes de se disseminar durante o tratamento quimioterápico, recomenda-se a prescrição de vermífugos. A antibioticoterapia de amplo espectro escalonada também pode ser empregada na presença de febre. Sempre que necessário deve ser fornecido suporte transfusional, com fornecimento de produtos irradiados e filtrados, como hemácias (para anemias sintomáticas) e plaquetas. Para o controle das náuseas e vômitos associados à quimioterapia, são prescritos antieméticos antagonistas serotoninérgicos, como a ondansetrona, que pode ou não ser complementada por antagonistas da neurocinina 1 (aprepitanto). Tratamento de indução (da remissão): Tem como maio propósito a diminuição da massa tumoral, reestabelecendo o processo normal de hematopoese. De forma geral, a terapia-padrão consiste na combinação de antraciclina e citarabina, contraindicada apenas na LMA-M3. A antraciclina age na produção de radicais livres e na inibição da topoisomerase II, provocando senescência e apoptose. A citarabina, por sua vez, bloqueia enzimas que sintetizam DNA. O protocolo consiste em daunorrubicina por 3 dias e citarabina por 7 dias, repetido, por via intravenosa, após 14 a 38 dias na ausência de remissão completa. Esse estado de remissão é caracterizado por ausência de blastos (< 5% na medula), neutrófilos > 1.000/mm³ e plaquetas > 100.000/mm³. Dados moleculares e citogenéticos também influenciam diretamente no desfecho da doença, que pode ser “favorável”, “intermediário” ou “mau”, conforme o risco de complicações. Algumas emergências oncológicas, como a síndrome de lise tumoral e a leucostase podem ocorrer durante o tratamento. Nesse contexto, medidas de suporte servem tanto para sua profilaxia (alopurinol e hidratação na SLT) quanto seu manejo. Júlia Figueirêdo – FADIGA, PERDA DE PESO E ANEMIAS Para evitar o desenvolvimento de efeitos adversos, é necessário monitorar e avaliar a função cardíaca (afetada por antracíclicos) e a coordenação motora, possivelmente impactada pela ação tóxica cerebelar da citarabina. Correlação entre a ação da antraciclina e o desenvolvimento de fenômenos cardíacos Tratamento pós-remissão: A finalidade dessa etapa é a eliminação da leucemia, evitando, da melhor forma possível, a ocorrência de recidivas. Após a conquista da remissão completa, tratamentos adicionais (“de consolidação”) com quimioterapia ou transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH), pode ser indicada. O tratamento medicamentoso com 4ª 4 ciclos mensais de citarabina é a estratégia preconizada em casos de bom prognóstico. O TCTH alogênico (infusão celular de um doador relacionado ou não ao paciente) após a remissão é correlacionado ao menor desenvolvimento de novos episódios leucêmicos. Esse fenômeno se deve ao efeito da quimioterapia de condicionamento, fornecida em altas doses antes do procedimento em si. As principais indicações desse transplante são os indivíduos com risco elevado de recidivas, como: Primeira remissão completa em portadores de alterações genéticas ou LMA iatrogênica/derivada de síndromes mielodisplásicas; Pacientes com refratariedade terapêutica ou recidiva precoce. Fluxograma de escolha terapêutica na LMA A sobrevida desses pacientes tem aumentado consideravelmente, ainda que a idade avançada seja um importante critério de desfechos menos favoráveis. O TCTH autólogo (uso de células do próprio paciente) ainda possui recomendações limitadas, como contraindicação à quimioterapia, pacientes idosos e na ausência de doadores. O risco do retorno da LMA é considerado alto nos primeiros três anos após a terapia inicial. O tratamento de resgate consiste em anti-neoplásicos e medicamentos com alvos moleculares. Júlia Figueirêdo – FADIGA, PERDA DE PESO E ANEMIAS Comparação entre o período de sobrevida médio em pacientes < 60 anos (vermelho) e idosos (preto) LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA: A leucemia mieloide crônica (LMC) é uma neoplasia mieloproliferativa decorrente da hiperproliferação de células mieloides, porém sua evolução é insidiosa, com a replicação de espécimes maduros, porém anormais. Os achados característicos dessa condição são leucocitose com desvio à esquerda, basofilia e plaquetose. No que se refere à epidemiologia, nota-se que essa leucemia é mais comum em adultos entre 40 e 60 anos, com leve preferência pelo sexo masculino. FISIOPATOLOGIA: A LMC foi a primeira neoplasia hematológica a ser diretamente associada a uma anormalidade genética, conhecida como cromossomo Filadélfia (Ph), produto da translocação recíproca entre cromossomos 9 e 22. Organização do cromossomo Filadélfia Esse tipo de mutação leva ao desenvolvimento do proto-oncogene BCR-ABL, que estimula a produção de proteína mutante com ação de tirosina- quinase, atuante na proliferação de células leucêmicas, granulócitos alterados. A evasão da apoptose pelas células leucêmicas é comum, contribuindo para a hiperplasia dessas formações, “imortalizadas” na medula e na circulação. QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO: A LMC por vezes é assintomática, detectada apenas com a realização de exames de rotina. Nas manifestações sintomáticas, as principais queixas são anorexia, intolerância a exercícios (cansaço), saciedade precoce e distensão abdominal. No exame físico, são relevantes a esplenomegalia (presente em quase todos os pacientes) e a palidez. A confirmação diagnóstica, no entanto, depende de alguns exames, como: Mielograma: A análise da medulaóssea evidencia intensa hiperceularidade hematopoiética, com redução na concentração de tecido adiposo. Há predomínio de granulopoese, ao passo que a produção de hemácias é reduzida e os megacariócitos apresentam-se normais. Aspirado medular hipercelular, com precursores de granulócitos Júlia Figueirêdo – FADIGA, PERDA DE PESO E ANEMIAS Cariotipagem de medula óssea: Tem como finalidade a detecção do cromossomo Filadélfia, presente em 95% dos portadores de LMC, ainda que outras anormalidades citogenéticas clonais possam ser encontradas, normalmente antecedendo um período de evolução acentuada do quadro. Dentre tais alterações, as mais comuns são a trissomia do cromossomo 8, a duplicação do cromossomo Ph e o isocromossomo 17q. Hibridização in situ fluorescente (FISH): É uma técnica que, ainda que não substitua o cariótipo, pode ser realizada de forma mais rápida, com amostras de sangue periférico. Nesse exame, “sondas” de DNA, específicas para as regiões dos genes BCR e ABL são utilizadas para a detecção do cromossomo Ph ou da proteína proto- oncogênica. FISH com padrão normal na esquerda e padrão Ph + na direita, com genes BCR (vermelho) e ABL (verde) evidentes Técnicas da transcriptase reversa para as proteínas BCR-ABL: O RT-PCR para a proteína BCR-ABL pode ser denominado como uma reação qualitativa, confirmando o diagnóstico de LMC. O RQ-PCR, reação em cadeia da polimerase em tempo real, corresponde à avaliação quantitativa da efetividade terapêutica e de sua manutenção. O aumento dessa titulação após a quimioterapia é indício da perda de resposta citogenética completa, podendo implicar em redução da sobrevida. Hemograma: Normalmente revela as primeiras manifestações da LMC. Há leucocitose com desvio à esquerda (presença de granulócitos jovens), elevando-se caso o paciente se mantenha sem tratamento. A quantificação de blastos presentes no sangue periférico pode ser útil para a classificação da fase da doença. Achados como eosinofilia, neutrófilos alterados (baixa atividade da fosfatase alcalina leucocitária) e basofilia são comuns. Durante esse processo de avaliação diagnóstica, a leucemia mieloide crônica pode ser classificado em três fases, denominadas crônica, acelerada e crise blástica. Essa estratificação é o principal preditor de sobrevida na LMC, que pode se manter estável por anos durante a etapa crônica. Os parâmetros para a categorização da LMC podem variar entre instituições e organizações, sendo os mais usados definidos pela ELN. Na LMC, alterações eritrocitárias e linfocitárias são pouco frequentes. Júlia Figueirêdo – FADIGA, PERDA DE PESO E ANEMIAS ELN OMS Fase acelerada Blastos no sangue periférico ou medula entre 15 e 20% + promielócitos > 30% Basófilos em sangue periférico ≥ 20% Anormalidades clonais extras no cromossomo Ph Plaquetopenia (< 100 mil) persistente não associada a terapia Blastos em sangue periférico e medula entre 15 e 19% Basófilos em sangue periférico ≥ 20% Plaquetopenia persistente OU plaquetose não responsiva Esplenomegalia Leucocitose progressiva Crise blástica Blastos em sangue periférico ou medula ≥ 30% Manifestações extramedulares Blastos em sangue periférico ou medula (cluster) ≥ 20% Manifestações extramedulares Eventos típicos das fases de LMC de acordo com a ELN e a OMS PROGNÓSTICO E TRATAMENTO: O escore de Sokal corresponde ao principal mecanismo para avaliação prognóstica na LMC, aplicável a diversas estratégias terapêuticas. O escore de EUTOS foi desenvolvido mais recentemente, baseando-se no aspecto do baço e na quantificação de basófilos. Parâmetros dos escores prognósticos da LMC O manejo da LMC visa a erradicação dos clones leucêmicos, alcançada por meio de três metas distintas, a saber: Meta hematológica: alcance de hemogramas normais; Citogenética: eliminação dos clones do cromossomo Filadélfia na medula óssea; Molecular: ao menos uma diminuição na quantidade de BCR-ABL, monitorada por RQ-PCR. Os inibidores de tirosina quinase (ITK) são os medicamentos mais seletivos atualmente para o bloqueio das oncoproteínas codificada por BCR-ABL. O representante de primeira geração desse grupo é o imatinibe, fornecido em dose inicial de 400 mg/dia na fase crônica e 600 mg diárias nas etapas acelerada e de crise blástica. Esse fármaco está associado a efeitos adversos como mialgia, rash cutâneo, câimbras, toxicidade hematológica e hepática. Medicamentos de segunda geração, como o nilonitibe e dasatinibe, responsáveis por aumentar ainda mais a sobrevida de pacientes com LMA, principalmente aqueles refratários ao tratamento inicial. Caso ocorra falha terapêutica, o protocolo requer a troca do ITK ou o escalonamento de sua dose. Os critérios que determinam esse acontecimento são: Júlia Figueirêdo – FADIGA, PERDA DE PESO E ANEMIAS Má adesão terapêutica; Mutações no gene ABL (possíveis indutores de resistência); Intolerância decorrente de efeitos adversos. O monitoramento da resposta aos inibidores de tirosina quinase requer hemogramas seriados e citogenética medular nos marcos de 3, 6 e 12 meses após o início do tratamento, e na dosagem de BCR-ABL a cada 3 meses. A repetição desses exames deve ser mantida até o alcance das metas terapêuticas já descritas. Critérios de falha terapêutica no controle da LMC LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA: A leucemia linfoide aguda (LLA), é marcada pela proliferação excessiva de precursores dos linfócitos T e B, induzindo acúmulo dessas células jovens (blásticas) na medula óssea. Com essa “sobrecarga”, a produção de outras células sanguíneas é suprimida, induzindo quadros de anemia, plaquetopenia e neutropenia. A LLA corresponde à neoplasia mais comum na infância, tendo maior incidência em crianças de 1 a 4 anos. Um outro aumento modal de casos ocorre após a 5ª década de vida. Essa forma de leucemia tende a acometer mais indivíduos do sexo masculino ETIOPATOGENIA: A etiologia da LLA é multifatorial, podendo surgir a partir do contato com agentes químicos diversos (pesticidas e quimioterápicos), radiação ionizante, de infecções virais (HIV, HTLV e EBV), e alterações cromossômicas. Nessa apresentação neoplásica, rearranjos cromossômicos e aneuploidias são fases precoces da leucogênese, ao passo que as mutações genéticas são adquiridas mais posteriormente. Alterações comuns envolvem a hiperexpressão de oncogenes e translocações estimuladoras de paraproteínas. Na LLA de linfócitos B (LLA-B), podem ser observadas disfunções em genes que ditam o desenvolvimento linfoide, assim como rearranjos, deleções, amplificações em genes supressores tumorais e de regulação do ciclo celular. A apresentação com acometimento de células T (LLA-T), por sua vez, conta com translocações que alteram a transcrição dos receptores linfocitários, além de distúrbios em reguladores da sinalização celular. O transplante alogênico de medula óssea pode ser indicado a jovens com resistência a todos os ITK ou que apresentem mutações genéticas específicas. Júlia Figueirêdo – FADIGA, PERDA DE PESO E ANEMIAS Evolução citogenética da LLA de linfócitos B e T QUADRO CLÍNICO: Assim como nas outras formas de leucemia, os sintomas dependem da infiltração medular e da consequente diminuição da produção de células sanguíneas normais, sendo também necessário considerar a ocorrência de acometimento de outros órgãos. Tipicamente há palidez, fadiga, palpitações e dispneia associados à anemia, febre e infecções de repetição (vias urinárias e respiratórias). A plaquetopenia induz sangramentos espontâneos em mucosas,assim como petéquias e equimoses. Petéquias em MMSS de paciente com LLA O SNC também pode ser alvo de infiltração linfoide, seja pela progressão da doença em si ou por lesões iatrogênicas. Nessa situação, os pacientes cursam com cefaleia, alterações sensitivas de nervos cranianos e indícios de hipertensão intracraniana. Esse fenômeno, assim como o infiltrado testicular, são preditores de mau prognóstico. Particularmente na LLA-T é possível observar sintomas como tosse seca e indícios de compressão da veia cava superior (inchaço da face, tronco e braços) derivados da formação de massas mediastinais de grande volume. Massa mediastinal extensa em indivíduo com LLA-T A infiltração medular maciça é responsável pelo desenvolvimento de fortes dores ósseas, que podem ser desencadeadas pela compressão esternal (sinal de Kraver). Crianças costumam evoluir com dores articulares semelhantes à artrite (com inflamação), indicando a preferência tumoral pela região epifisária. DIAGNÓSTICO: A realização do hemograma e do esfregaço de sangue periférico, ainda que não seja específica para o diagnóstico, pode indicar alterações comuns na LLA, como: Anemia normocítica e normocrômica com reticulopenia; Plaquetopenia (normalmente < 100 mil); O exame físico revela achados importantes, como hepatoesplenomegalia e linfadenopatia de diversas cadeias ganglionares. Júlia Figueirêdo – FADIGA, PERDA DE PESO E ANEMIAS Neutropenia (entre 10 e 100 mil/mm³). o Ressalta-se que nem sempre são detectados blastos. Ainda no contexto de exames complementares gerais solicitados na suspeita de leucemia linfoide aguda, destacam-se: Provas bioquímicas: bilirrubina total e frações, eletrólitos, ureia/creatinina, ácido úrico, transaminases, LDH, gama-GT; Sorologias: hepatites A, B e C, HIV, HTLV, CMV, Chagas e toxoplasmose; Coagulograma; Sumário de urina; Radiografia de tórax (PA e perfil); o Se necessário, solicita-se um ecocardiograma para avaliar a função cardíaca. USG abdomino-pélvica; Punção do líquor (na suspeita de infiltração). A análise do esfregaço medular, por sua vez, permite a observação direta das células precursoras e de suas alterações. Esse material é submetido a provas citoquímicas e genéticas, de imunofenotipagem e moleculares. Esse primeiro tipo de análise é necessário para o diagnóstico diferencial com LMA. Nesse caso há reação negativa para ambos os marcadores testados. Se não for possível coletar o aspirado, a medula deverá ser biopsiada, procedendo com avaliações morfológicas e imuno- histoquímicas. Nessas análises, os linfoblastos podem tanto se apresentar com núcleos desproporcionalmente grandes quanto com maior composição citoplasmática, que normalmente não apresenta grânulos. A imunofenotipagem, realizada a partir da citometria de fluxo, permite que sejam detectadas marcas alteradas nos linfócitos, o que pode servir como um importante sinalizador de doença residual. Nesses exames, a LLA-B é tipicamente caracterizada por antígenos de células B (CD119, 79a e 22), ao passo que a LLA-T conta com marcadores de linhagem T (CD3). CLASSIFICAÇÃO: Tal qual as demais leucemias, a LLA também pode ser estratificada, a saber: Critérios morfológicos – FAB: o diagnóstico da leucemia necessita de ao menos 30% de blastos medulares, sem grânulos citoplasmáticos. o LLA L1: marcada por blastos pequenos e homogêneos, com núcleo grande e nucléolo pouco evidente; Mielograma da LLA L1 o LLA L2: os blastos já possuem dimensões variadas e o núcleo reduz de tamanho, com nucléolo proeminente. O citoplasma não possui grânulos e é basofílico; Provas imunofenotípicas são importantes pois é impossível diferenciar pela forma os linfócitos B e T Júlia Figueirêdo – FADIGA, PERDA DE PESO E ANEMIAS Mielograma da LLA L2 o LLA L3: há blastos grandes, com citoplasma repleto de vacúolos e muito basofílico. Essa classificação está associada ao linfoma de Burkitt e à leucemia de fenótipo B maduro. Evidências de LLA L3 em mielograma Critérios imunofenotípicos – EGIL: seu maior objetivo é a diferenciação entre LLA e LMA, bem como de manifestações bifenotípicas (mieloide e linfoide). Suas divisões baseiam-se na detecção de marcadores específicos para células B ou T, já descritos anteriormente. Classificação EGIL da LLA-B Classificação EGIL para a LLA-T Critérios imunofenotípicos e genético- moleculares - OMS: necessita de uma contagem de blastos medulares > 20%. o Leucemia/linfoma linfoblástico B não especificada; o Leucemia/linfoma linfoblástico B com anormalidades citogenéticas recorrentes; o Leucemia/linfoma linfoblástico T. PROGNÓSTICO E TRATAMENTO: Mesmo sendo uma doença bastante heterogênea, destacam-se como fatores mais relevantes para a sobrevida dos portadores de LLA a idade subtipos imunofenotípico e citogenético e a presença de leucocitose. Assim, nas manifestações específicas, são indicadores de pior prognóstico: LLA-B: contagem de leucócitos > 30 mil/mm³, remissão tardia após o tratamento, idade > 35 anos, e alterações genéticas (ex.: cromossomo Filadélfia); LLA-T: leucocitose > 1000 mil/mm³, remissão arrastada (mais de 4 semanas após tratamento), idade avançada e subtipos celulares imaturos (pró e pré- T). Júlia Figueirêdo – FADIGA, PERDA DE PESO E ANEMIAS A doença residual mínima, marcada pela perpetuação de linfócitos alterados mesmo após a quimioterapia, é um preditor independente de recidiva quando > 0,001%. O tratamento da LLA busca, a partir da quimioterapia, eliminar os clones leucêmicos, normalizando a hematopoese. Esse objetivo é alcançado em etapas, a saber: Indução da remissão: normalmente composto por 3 ou 4 medicamentos (vincristina, antracíclicos, asparaginase e prednisona), se estende por cerca de um a dois meses; Consolidação: conta com altas doses de metotrexato ou citarabina; Manutenção: tem duração média de 2 a 3 anos, sendo empregado metotrexato e 6-mercaptopurina. Medidas de suporte, estratégias de combate a complicações ou efeitos adversos, também são frequentemente empregadas, como: Hidratação venosa adequada e alopurinol: profilaxia contra síndrome da lise tumoral; Leucaférese: indicada somente em casos com leucocitose > 100.000/mm³; Tratamento de infecções com antibióticos de amplo espectro; Uso de hemoderivados: mantém a contagem de hemoglobinas e plaquetas estável. Todas as bolsas devem ser leucodepletadas e irradiadas; Profilaxia contra a infiltração do SNC: realizada por meio da associação entre metotrexato, citarabina e dexametasona, podendo ou não se valer da radioterapia. Pacientes que apresentem alto risco de recidivas são boas indicações ao TCTH, que pode tanto ser alogênico, na existência de doador compatível, ou autogênico. Podem ser infundidas células-tronco medulares ou do sangue periférico. Principais características do tratamento da LLA LEUCEMIA LINFOCÍTICA CRÔNICA: A leucemia linfocítica crônica (LLC) pode ser definida como uma neoplasia específica de linfócitos B maduros, na qual essas células se acumulam tanto a nível medular quanto plasmático, chegando até a afetar tecidos linfoides. A apresentação dessa doença é heterogênea, podendo tanto assumir a forma de LLC propriamente dita quanto a de linfoma linfocítico de células pequenas (com linfadenopatia). Pacientes pediátricos são muito mais propensos a uma remissão completa (85 a 90% dos casos) ao passo que apenas 30 a 40% dos adultos são curados A recidiva no SNC é um desfecho importante, precipitado, em crianças, pela leucocitose acentuada, presença de blastos no líquor e resistênciaterapêutica. Em adultos, isso ocorre principalmente na presença de fenótipos maduros e de massas mediastinais Júlia Figueirêdo – FADIGA, PERDA DE PESO E ANEMIAS Essa é a leucemia mais comum no ocidente, com prevalência elevada principalmente em homens e indivíduos na sétima década de vida, sendo rara antes dos 40 anos. Quadros assintomáticos podem ser detectados ao acaso por meio de exames de rotina, aumentando a ocorrência de diagnósticos em jovens. FISIOPATOLOGIA: A etiologia da LLC ainda não é clara, não havendo associações entre seu desenvolvimento e a exposição a determinados agentes ambientais. O principal fator de risco para essa condição é o histórico familiar, com risco cerca de 8,5 vezes maior que o da população geral. Esses pacientes também apresentam idade mais precoce ao diagnóstico. A patogenia da LLC é complexa, tendo como “base” o acúmulo de linfócitos B com pouca capacidade proliferativa e defeitos da apoptose, decorrentes de alterações genéticas nesses codificadores. Diversas proteínas estimuladoras do crescimento estão ativadas nas células leucêmicas, o que contribui para a perpetuação desse quadro. Alguns estudos imuno-histoquímicos sugerem que portadores de mutações apresentam distúrbios em células B de memória. Na ausência desse achado, os clones são de linfócitos virgens. Patogênese da LLC (CLL, em inglês), evidenciando o papel da MBL em seu desenvolvimento De modo resumido, as células B clonais (predispostas a alterações) são criadas pelas células-tronco hematopoéticas, porém o fenômeno leucêmico somente ocorre a partir de distúrbios cromossômicos que afetam a resistência a apoptose e a função do microRNA. A mudança para LLC, por sua vez, ocorre após o desencadeamento de nova atividade leucêmica, agora nos linfócitos maduros. QUADRO CLÍNICO: Como mencionado anteriormente, uma parcela significativa dos portadores de LLC não apresenta sintomas, sendo a detecção da doença limitada à presença de linfocitose periférica, combinada ou não com hepatoesplenomegalia e adenomegalia (simétrica). Esses achados ao exame físico podem surgir apenas com a evolução do quadro. Os sintomas mais comumente encontrados são astenia, febre de origem indeterminada, sudorese noturna e, na doença avançada, sangramentos. A susceptibilidade a infecções, nessa apresentação, resulta da Assume-se que a LLC representa uma evolução da linfocitose B monoclonal, condução na qual há imunofenótipo leucêmico não acompanhado por alta contagem de células B nem por sintomas da doença Júlia Figueirêdo – FADIGA, PERDA DE PESO E ANEMIAS hipogamaglobulinemia, principalmente da fração IgG. Principais sintomas associados à LLC O desenvolvimento de distúrbios autoimunes, como anemia hemolítica ou púrpura trombocitopênica imunológica também pode ser observado, pois a LLC induz a perda de mecanismos regulatórios nos linfócitos T. Esse fenômeno também está associado a um maior risco para uma segunda neoplasia, normalmente direcionada à pele, TGI ou sistema respiratório. DIAGNÓSTICO: A confirmação diagnóstica da LLC necessita, impreterivelmente, da detecção de: Presença, no sangue periférico, de ao menos 5x109/L de células B por mais de 3 meses; o Dessas, não deve haver mais de 55% de pró-linfócitos. Células leucêmicas pequenas, de núcleo denso e citoplasma escasso, com cromatina condensada; Citometria de fluxo com marcadores antigênicos típicos e monoclonalidade para cadeia leve das imunoglobulinas. Achados fenotípicos podem ser usados no diagnóstico diferencial da LLC O linfoma linfocítico de células pequenas é caracterizado pela linfopenia em sangue periférico, porém com valores menores que os da LLC, sem que ocorram citopenias associadas. Nesse caso, é necessária a avaliação histopatológica de linfonodos biopsiados. Os exames complementares a ser solicitados na LLC são os mesmos indicados na leucemia linfoide aguda, somados à investigação de anticorpos irregulares. A realização de aspirado e biópsia medular não é imperativa para o diagnóstico, porém devem ser feitos antes do início do tratamento em pacientes com alterações do hemograma (descarta outras etiologias). Normalmente essas análises revelam ambiente hipercelular, com infiltrado predominante de linfócitos. A hematopoese residual não é alterada. O exame citogenético, por sua vez, tem importância prognóstica, devendo ser feito tanto ao diagnóstico quanto no início de novas terapias. A leucemia linfoide crônica pode se “transformar” em outra neoplasia maligna, como linfoma não Hodgkin difuso de células B ou leucemia pró- linfocítica. Júlia Figueirêdo – FADIGA, PERDA DE PESO E ANEMIAS A LLC apresenta também formas atípicas, como a LLC com aumento de pró- linfócitos, na qual essas células representam 11 a 55% da celularidade do esfregaço periférico, junto aos linfócitos típicos da leucemia. Restos nucleares são achados comuns, denominados manchas de Gumprecht, de concentração proporcional à leucocitose. Manchas de Gumprecht em esfregaço de LLC com aumento de pró-linfócitos PROGNÓSTICO E TRATAMENTO: O estadiamento clínico da LLC é realizado de acordo com critérios sintomatológicos e com as características do sangue periférico, podendo tanto auxiliar a avaliar o prognóstico quanto orientar o manejo da doença. Os sistemas mais utilizados são os de Raí (5 estádios) e o de Binet (3 níveis de risco). Ambos são capazes de estimar a sobrevida dos pacientes. Parâmetros analisados no escore de Raí Avaliação do risco da LLC pelo escore de Binet Uma ressalva importante é que ambos os escores não consideram formas indolentes e progressivas da leucemia, além de não conseguirem predizer o grau de resposta ao tratamento. O tratamento da LLC não é curativo e pode induzir diversos efeitos adversos, justificando a necessidade de uma indicação adequada, normalmente direcionada a casos sintomáticos e ativos. Portadores de doença de baixo risco (assintomáticos e em estádios precoces) podem permanecer por anos após o diagnóstico sob a estratégia watch and wait. Esse protocolo é marcado pela repetição seriada de exames, inicialmente a cada trimestre, porém com espaçamento que pode tornar-se anual na ausência de siais de progressão. Obrigatoriamente, devem ser tratados: Pacientes em boa condição física, sem comorbidades e função renal normal: a quimioterapia é fornecida em dose plena de fludarabina, ciclosfofamida e rituximabe, a cada 28 dias (ciclos); Portadores de comorbidades relevantes: dada a toxicidade de alguns medicamentos, deve-se indicar clorambucil ou bendamustina associada a anticorpos monoclonais anti-CD20, também em ciclos; Júlia Figueirêdo – FADIGA, PERDA DE PESO E ANEMIAS Pacientes com comorbidades importantes e baixa expectativa de vida: devem receber cuidados paliativos, não havendo benefício do uso de ciclos quimioterápicos. Independentemente da estratégia, o paciente deve ser avaliado após o 6º ciclo em busca de sinais de remissão clínica. Indícios de tratamento obrigatório da LLC Em caso de recidiva ou LLC refratária, são considerados como estratégias: Se a 1ª remissão for > 12 meses: repetição da quimioterapia de 1ª linha; Recidivas precoces (< 12 meses da quimioterapia) ou refratariedade: mudança do esquema terapêutico, com novos imunomoduladores e indicação de TCTH alogênico. Algumas medidas de suporte devem ser fornecidas, como a profilaxia de infecções oportunistas e a administração de G- CSF (fator de crescimento de granulócitos) em indivíduos com neutropenia
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