Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Introdução à CitologiaIntrodução à Citologia principais eventos ocorridos no ramo daprincipais eventos ocorridos no ramo da biologia celular desde a invenção dobiologia celular desde a invenção do microscópio até a descoberta da célulamicroscópio até a descoberta da célula • 1590: Hans Janssen e Zacharias Janssen, os holandeses fabricantes de óculos, criaram lentes capazes de ampliar imagens, permitindo uma visão de detalhes impossíveis de serem visualizados a olho nu. Acredita-se terem sido os inventores do primeiro microscópio. • 1665: Robert Hook, cientista inglês, inventa o microscópio composto (com lente ocular e objetiva). A partir de observações realizadas em finos cortes de cortiça (material de origem vegetal), descreveu pequenas cavidades preenchidas por ar, no caso as paredes celulares das células mortas do tecido observado por ele, nomeando-as “célula” (do latim cella: pequeno compartimento), sendo a descoberta de maior divulgação do século XVII. • 1673: Anton Van Leeuwenhock, holandês, construiu o seu próprio microscópio simples e conseguiu visualizar pela primeira vez células vivas (em material biológico humano: sangue, fibras musculares, espermatozoides etc.). • 1831: Robert Brown, botânico escocês, descreveu pela primeira vez o núcleo, constatando que a maioria das células possuía uma estrutura interna ovoide ou esférica. • 1838: Mathias Jakob Schleiden, botânico alemão, defende que as plantas e seus órgãos eram formados por células e relaciona o núcleo à divisão celular. • 1839: Theodor Schwann, fisiologista alemão, por meio de estudos com tecidos animais, descobre a enzima pepsina, o metabolismo celular e a fisiologia de células musculares e nervosas. Teoria celularTeoria celular •formulada por meio do estudo das propriedades das células; •Mathias Jakob Shleiden e Theodor Schwann (entre os anos de 1838 e 1839) - formularam a hipótese de que todos os seres vivos são constituídos por uma ou mais células, e a célula é a unidade estrutural da vida, sendo esta a base da teoria celular; •Rudolf Virchow (1855) - propôs a ideia de que todas as células são provenientes de outra célula pré-existente; •Walther Flemming (1878) - estudou o processo de divisão celular e a distribuição dos cromossomos no processo que chamou de mitose, conseguindo comprovar como a multiplicação das células ocorria; Princípios fundamentaisPrincípios fundamentais • Todos os seres vivos são formados por uma ou mais células. • Toda célula se origina de outra preexistente. • A célula é a menor unidade estrutural e funcional de todos os seres vivos. Atualmente, afirma-se que as células são formadas por três partes básicas: a membrana, o citoplasma e o núcleo, e possuem basicamente a mesma constituição química. Obs.: MicroscopiaMicroscopia •o objetivo é permitir que possamos distinguir detalhes não observáveis a olho nu, por meio de imagens ampliadas de um objeto; •o microscópio possibilitou a evolução no conhecimento sobre o funcionamento e tratamento de doenças; •É importante sabermos que existem vários tipos de microscópios ópticos (de fluorescência, de polarização, ultravioleta etc.) e microscópios eletrônicos (de varredura e de transmissão) e cada um deles é utilizado para uma determinada finalidade, sendo possível visualizar diferentes níveis de estruturas, dependendo do tamanho, espessura, origem, dentre outras características Células procariontesCélulas procariontes •são células bem simples, consideradas primitivas, e quando comparadas a outro tipo de célula, são consideradas bem menores; •são caracterizadas pela escassez de membranas – em geral, a membrana plasmática é a única membrana presente nesse tipo de célula; •seu material genético fica disperso no citoplasma, uma vez que ela não tem núcleo, e o DNA se apresenta na forma de anel e não está associado a proteínas (histonas); •a molécula de DNA se enrola formando um bloco denso chamado de nucleoide; •o citoplasma não é compartimentado, por essas células não possuírem citoesqueleto, e sua forma é definida por uma parede celular, cobertura resistente que serve como proteção para a célula (proteção mecânica); •possuem formas simples e variadas, como esferas, bastonetes ou hélices e, em alguns casos, podem formar colônias; • os seres vivos que possuem células procariontes são denominados procariotas: são as bactérias e cianobactérias (cianofíceas ou algas azuis); •a bactéria Escherichia coli é a célula procariota mais estudada, por sua estrutura simplificada e a sua rápida multiplicação.; • a E. coli tem a forma de bastão, é separada pelo meio externo por uma membrana plasmática, por fora desta membrana ainda possui uma parede rígida composta de proteínas e glicosaminoglicanas, com função protetora; • as células procariontes não possuem organelas, com exceção dos ribossomos, que podem se ligar a moléculas de RNAm (formando os polirribossomos); • não se dividem por mitose e meiose, utilizam um mecanismo bem mais simples, a reprodução assexuada binária ou por bipartição. • no processo de reprodução, a bactéria duplica o seu material genético e se divide em duas, ambas as partes terão a mesma quantidade de DNA. Algumas células procariontes autotróficas (realizam fotossíntese) possuem em seu citoplasma membranas paralelas entre si, associadas à clorofila ou a outros pigmentos responsáveis pela captação de energia luminosa. A maioria, no entanto, são células heterotróficas, que dependem de uma fonte externa de energia, e utilizam mecanismos de absorção de alimentos por meio da fermentação ou respiração celular; • as células procariontes podem, ainda, possuir flagelos (auxiliam na locomoção) e fímbrias ou pili (auxiliam na aderência às células hospedeiras). Células EucariontesCélulas Eucariontes •possuem um núcleo bem individualizado e delimitado pelo envoltório nuclear; • em geral, há um núcleo por célula, mas algumas células podem ter mais de um núcleo; • são células mais complexas e maiores do que as células procariontes e estão presentes nos protozoários, fungos, algas, plantas e animais; •são caracterizadas pela riqueza de membranas, além da membrana plasmática e da membrana nuclear, possuem compartimentos internos menores, denominados organelas citoplasmáticas, responsáveis por processos metabólicos; • o material genético está separado do citoplasma por uma membrana dupla chamada de carioteca; • os filamentos de DNA se ligam a proteínas histonas e formam filamentos chamados de cromatina, por sua vez dentro da cromatina são encontrados os nucléolos; • realizam um processo de divisão mais complexo, que envolvem os mecanismos de mitose e meiose; • com o sistema de organelas, as células eucariontes aumentaram a sua eficiência, permitindo atingirem tamanhos maiores sem prejuízo de suas funções; Célula AnimalCélula Animal •é uma célula eucarionte presente nos animais do Reino Animalia e é caracterizada por não ter parede celular, sendo delimitada pela membrana plasmática, responsável por delimitar e proteger a célula. •possui membrana plasmática, citoplasma e ribossomos. • o citoplasma é constituído pelo citosol, composto por água, proteínas, íons, aminoácidos, enzimas, entre outros. •dspersos no citoplasma, nestas células encontramos as organelas citoplasmáticas. • estas organelas são estruturas intracelulares com funções bem definidas, responsáveis pelo funcionamento das células: digestão, respiração, sintetização e transporte de proteínas. Célula VegetalCélula Vegetal •é uma célula eucarionte e é muito semelhante à célula animal: tem núcleo, ribossomos, retículo endoplasmático rugoso e liso, complexo de Golgi, citoesqueleto, mitocôndrias, dente outros; • as células vegetais possuem a parede celular, responsável pela proteção das células e dos vacúolos, uma vez que os vacúolos das células vegetais são muito maiores do que os das células animais e podem ocupar quase todo o volume celular; •devido a sua capacidade de produzir o próprio alimento, ou seja, por ser autotrófica, para realizar a fotossíntese ascélulas possuem uma organela específica, os plastos (ou plastídeos); •os plastos são diferenciados de acordo com a função que exercem e podem ser classificados como cromoplastos (possuem pigmentos coloridos, como carotenoides e xantofilas), leucoplastos (ausente de pigmentos, armazenam lipídeos, amido e proteínas) e cloroplastos (possuem o pigmento da clorofila, responsável pela absorção da luz e realização da fotossíntese). •outra organela presente somente em células vegetais é o glioxissomo, semelhante ao peroxissomo, porém especializado, o qual é importante na germinação de sementes; VírusVírus •são estruturas muito pequenas, visíveis somente com a microscopia eletrônica; •são conhecidos pelas doenças que causam aos seres humanos, animais e plantas; •uma das principais características destes organismos que os diferencia de outros seres vivos é não possuírem células, ou seja, são acelulares; •os vírus são formados por uma molécula de DNA ou RNA (material genético), envoltos por uma estrutura conhecida por capsídeo, composta por proteínas; •os vírus precisam de uma célula hospedeira viva para replicar o seu material genético, porque eles não possuem metabolismo próprio e acabam utilizando todas as organelas e enzimas de uma célula para se reproduzir, prejudicando, assim, as funcionalidades da célula; •segundo as considerações científicas, analisando a característica dos seres vivos de se reproduzirem, a capacidade de evoluírem em resposta ao ambiente e apresentarem uma variabilidade, os vírus devem, então, ser considerados organismos vivos; •no entanto, por não possuírem metabolismo próprio, muitos cientistas acreditam que deveriam ser considerados somente partículas infecciosas, entidades sem vida, ao invés de seres vivos propriamente ditos; Tipos de VírusTipos de Vírus Estrutura do VírusEstrutura do Vírus Membrana PlasmáticaMembrana Plasmática •a membrana plasmática ou celular, como também é chamada, é a estrutura que delimita a célula, ou seja, separa o meio intracelular do extracelular; •está presente na superfície de todas as células, sejam elas procariontes ou eucariontes, e é responsável por manter a integridade da célula e controlar o tráfego de substâncias que entram e saem, formando uma barreira seletiva com uma estrutura complexa e organizada; •não pode ser visualizada em microscópio óptico, no entanto, a sua existência já era conhecida antes da invenção do microscópio eletrônico, por meio de técnicas de coloração e contrastes; •um dos primeiros indícios de sua existência foi a observação da alteração do volume das células de acordo com a concentração de soluções inseridas nestas; Composição e FunçõesComposição e Funções •todas as membranas plasmáticas são constituídas basicamente por moléculas de lipídeos, proteínas e cadeias de carboidratos ligados aos lipídios e às proteínas; •a proporção destes componentes varia conforme o tipo de célula; •os lipídios associados às membranas são moléculas com uma extremidade hidrofílica e uma cadeia hidrofóbica; • as moléculas que apresentam a região hidrofílica têm afinidade com a água, sendo solúveis em meio aquoso, isto ocorre porque elas são moléculas polares; •a região hidrofóbica destas moléculas tem aversão à água e é insolúvel em meio aquoso, porém solúvel em lipídios e considerada apolar; •as moléculas que apresentam estas características são consideradas anfipáticas, ou seja, elas têm regiões hidrofílicas e hidrofóbicas; • os lipídios mais abundantes da membrana são os fosfolipídios, por conterem grupos fosfato e, dentre eles, os mais comuns encontrados nas membranas celulares são os fosfoglicerídeos, esfingolipídios, colesterol e glicolipídios; • graças às suas propriedades anfipáticas, os fosfolipídios, em meio aquoso, formam uma dupla camada ou bicamada, com porções hidrofóbicas voltadas para o interior da célula e a as extremidades hidrofílicas voltadas para o meio exterior aquoso; •essa característica é essencial para a manutenção da bicamada lipídica, estrutura básica universal da membrana plasmática, assim como de outras membranas biológicas, que, associadas a proteínas, constituem um mosaico fluido, que estudaremos mais adiante; ProteínasProteínas •as proteínas podem ser consideradas o segundo maior componente das membranas plasmáticas, cuja atividade metabólica depende delas; •cada tipo de membrana tem proteínas características, responsáveis pelas funções da membrana (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2012); •existem dois grandes grupos de proteínas, as integrais (ou intrínsecas) e as periféricas (ou extrínsecas), classificadas de acordo com a facilidade ou não de extraí- las da bicamada lipídica; •elas atravessam a bicamada lipídica e auxiliam em quase todas as funções da membrana e estão envolvidas no transporte através da membrana e na comunicação celular; •as proteínas se encontram agrupadas pela membrana de acordo com as suas especialidades, uma vez que são as principais responsáveis pela atividade da membrana plasmática; •os outros componentes da membrana celular são os carboidratos (oligossacarídeos); •encontrados na superfície externa das células, eles podem estar associados às proteínas (glicoproteínas) ou aos lipídios (glicolipídios); •quando associados às proteínas, os carboidratos formam marcadores celulares, que permitem às células reconhecerem umas às outras; CarboidratosCarboidratos GlicocáliceGlicocálice •a região composta por glicoproteínas e glicolipídios é denominada de glicocálice ou glicocálix, com importantes funções para a célula, desde proteção contra lesões de natureza química e mecânica, capacidade de adsorver água (evitando ligações indesejadas entre células), reconhecimento celular e adesão celular (importante para criação de tecidos); •o glicocálice das hemácias determina os grupos sanguíneos (A, B, AB ou O). O reconhecimento do tipo sanguíneo é extremamente importante para a realização de transfusões de sangue e tratamento de algumas doenças; Membrana PlasmáticaMembrana Plasmática e suas característicase suas características •além da sua propriedade de permeabilidade seletiva, controlando o fluxo de substâncias na célula, a membrana plasmática possui outras duas características: a sua fluidez e assimetria; •1972 - modelo de mosaico fluido, idealizado por Singer e Nicholson; •o modelo foi assim denominado, porque a membrana plasmática se assemelha a um mosaico composto por uma combinação de proteínas e lipídios (fosfolipídios); •a bicamada da membrana é formada por fosfolipídios, moléculas anfipáticas que se encontram em constante deslocamento, permitindo a fluidez da membrana; •as moléculas de proteínas presentes na bicamada da membrana estão dispostas com a sua parte hidrofílica em contato com a região aquosa da célula; •algumas proteínas podem se deslocar lateralmente, comprovando que a membrana é um fluido que permite a movimentação das proteínas dentro de uma matriz lipídica líquida; •a membrana plasmática apresenta uma assimetria entre as duas faces de sua membrana, as quais marcam a composição de lipídios e de proteínas. •o fator que corrobora com esta assimetria é a distribuição das moléculas de carboidratos (glicolipídios e glicoproteínas), localizadas somente na face da membrana voltada para o meio extracelular, conhecida como glicocálix; •as regiões da membrana sofrem determinadas modificações especializando-a para uma atividade mais específica, como absorção de substâncias, aderência, locomoção e comunicação intracelular. •alguns exemplos mais conhecidos destas especializações são: -->Microvilosidades:prolongamentos digitiformes, encontradas na superfície de células do intestino e rins, aumentam a absorção de nutrientes; -->Desmossomos: estruturas formadas pela membrana com a função de manter as células unidas umas às outras, aumentando a adesão entre elas; são encontrados em vários pontos da superfície da membrana plasmática; -->Cílios e flagelos: estruturas citoplasmáticas anexas à membrana plasmática, com função, em geral, de locomoção; os flagelospor exemplo são encontrados em espermatozoides, enquanto os cílios estão presentes nas vias respiratórias, auxiliando na defesa (retenção de impurezas); Transportes daTransportes da Membrana PlasmáticaMembrana Plasmática •as moléculas seguem um gradiente de concentração, isto significa que elas sempre seguem em direção ao local de maior concentração para o local de menor concentração, até que a distribuição das moléculas seja uniforme, e para manter o equilíbrio, o intercâmbio de substâncias passa a ser proporcional. •caracteriza-se o meio intra e extracelular como isotônico, quando a concentração de soluto é igual no meio interno e externo da célula; •hipertônico, quando a concentração de soluto é maior em relação ao solvente, no meio; • hipotônico, quando a concentração de soluto é menor em relação ao solvente, no meio; Transporte PassivoTransporte Passivo •é caracterizado pela passagem das substâncias através da membrana plasmática, seguindo o gradiente de concentração, da região mais concentrada para a menos concentrada, podendo ocorrer tanto no interior das células como entre as células e o meio externo; •existem três tipos: difusão simples, difusão facilitada e osmose; •na difusão simples ou passiva, o soluto é transferido através da membrana plasmática do meio mais concentrado para o menos concentrado, podendo entrar ou sair da célula de acordo com a disposição destas concentrações nos meios intra e extracelulares; •o soluto precisa ser pequeno e apolar; •a força que impulsiona o soluto para dentro ou para fora da célula é a própria agitação térmica das moléculas, não havendo gasto de energia (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2012). •a relação entre a concentração de O2 e CO2 nas células é devida à difusão simples; •na osmose, a passagem do solvente ocorre de uma região com baixa concentração de soluto para uma região mais concentrada; •a entrada ou saída do solvente na célula depende da quantidade de soluto presente, controlada pela pressão osmótica, que atua no equilíbrio destas concentrações; •quando estuda-se as células do sangue (hemácias) e as inserem em um meio hipotônico, a água passará por osmose para o interior da célula, mais concentrado; •a célula acaba inchando por ganhar água e, pode, até mesmo estourar; •as mesmas células inseridas em um meio hipertônico perdem água para o meio e acabam murchando, muitas vezes, elas podem inclusive morrer ou ter as suas funções afetadas; •o ideal é que as células estejam em um meio isotônico, com a mesma pressão osmótica nos meios intra e extracelular, permitindo a entrada e saída de água da célula com facilidade; •na difusão facilitada, as moléculas que não conseguem atravessar facilmente a membrana precisam do auxílio de algumas proteínas com função transportadora, chamadas de proteínas permeases ou carreadoras; •estas proteínas transportam as substâncias (moléculas e íons) polares que não conseguem atravessar a parte dos fosfolipídios (hidrofóbica) da membrana; •ex.: a molécula de glicose, algumas vitaminas e aminoácidos; •as proteínas que auxiliam neste transporte são capazes de mudar a sua conformação de forma e reconhecerem a substância que deve ser transportada, facilitando o transporte, sem gasto de energia, a favor do gradiente de concentração; •este processo ocorre em uma velocidade maior do que o processo de difusão simples; •diferentemente das células animais, as células vegetais quando expostas ao meio hipotônico ou hipertônico, em virtude da presença de parede celular, impedem a entrada ou saída excessiva de água na célula; •as células vegetais ficam turgidas, mas não chegam a se romper, ou ficam plasmolisadas, quando perdem muita água, no entanto, a sua composição interna fica preservada e ao absorver água, elas retornam à sua situação inicial; Transporte AtivoTransporte Ativo •transporte ativo primário utiliza uma fonte de energia química, como o trifosfato de adenosina (ATP) ou outro fosfato rico em energia, para ativar as proteínas transportadoras e mover as substâncias através da membrana contra o seu gradiente; •um exemplo é a bomba de sódio-potássio, que utiliza proteínas transportadoras que capturam os íons de sódio (Na+) de dentro do citoplasma da célula e os bombeia para fora delas, enquanto capturam os íons de potássio (K+) do meio externo bombeando-os para o interior das células; •como as proteínas utilizam energia, proveniente do ATP, este processo de transporte é considerado ativo primário; •a bomba de Na+/K+ tem a importante função de manter as concentrações apropriadas destes íons nas células vivas, controlando a estabilidade do volume celular e a concentração de água no interior da célula, evitando assim que as células inchem a ponto de estourarem; •além disso, a bomba de sódio-potássio está diretamente relacionada às funções fisiológicas dos processos de contração muscular e condução dos impulsos nervosos, manutenção de gradientes eletroquímicos na célula e em suas organelas; •transporte ativo secundário (cotransporte) é caracterizado pelo uso de energia indireta, por meio do uso de um gradiente eletroquímico gerado pelo transporte ativo primário para mover outras substâncias contra os seus gradientes. •este tipo de transporte depende da atividade em paralelo de um transportador ativo primário; •a energia armazenada em gradientes, proveniente do transporte ativo primário, é utilizada no lugar da energia química (molécula de ATP) para ativar as proteínas transportadoras e realizar o transporte; •este tipo de transporte ativo secundário ocorre por exemplo nas células do intestino delgado, durante a absorção de glicose na superfície da célula exposta à luz do intestino (BARRETO et al., 2014); •envolve o englobamento e transporte de partículas maiores, moléculas, solutos, pedaços de tecido, microrganismos, dentre outros; •este processo é diferenciado pelo tipo de substância englobada; •englobamento de partículas sólidas, por pseudópodes); •as partículas englobadas sofrem processo de digestão intracelular por auxílio de enzimas presentes nos lisossomos; •englobamento de partículas líquidas, por meio de invaginações; •permite à célula a liberação ou excreção de produtos metabólicos provenientes de digestão celular, ou compostos sintetizados no interior da célula, em grandes quantidades; •o complexo de Golgi está envolvido neste processo de liberação de moléculas da célula para o meio extracelular; Sinalizações celularesSinalizações celulares •são essenciais para que as células decodifiquem os sinais recebidos do ambiente e de outras células, havendo uma diversidade de sinais que estimulam a comunicação intracelular, como estímulos físicos (luz, temperatura), hormônios, neurotransmissores, patógenos, dentre outros; •a sinalização celular é um complexo sistema de comunicação que coordena as atividades e funções celulares, seja em células procariontes ou eucariontes; •por meio dos sinais recebidos, as células sabem como e quando devem agir, desde a formação de tecidos, síntese de anticorpos, multiplicação celular até a coordenação do metabolismo e de várias outras atividades celulares; •a base da comunicação celular ocorre com a emissão de um sinal produzido por uma célula emissora e liberado no meio extracelular; •este sinal é enviado através de moléculas sinalizadoras (ligantes), que podem ser proteínas, peptídeos, aminoácidos, nucleotídeos, hormônios, gases e derivados de ácidos graxos. •as moléculas sinalizadoras “flutuam” no meio extracelular até serem reconhecidas por uma proteína receptora localizada na célula-alvo (célula que irá receber o sinal); •é importante saber que não são todas as células que podem receber todos os sinais: a célula só recebe o sinal se tiver uma proteína específica (receptor) para receber aquele sinal; •as proteínas receptoras estão localizadas na superfície das membranas, quando a molécula sinalizadora tem natureza hidrofílica, ou localizadas no interior das células, no citoplasma ou núcleo, quando a natureza da molécula sinalizadora é hidrofóbica; •ligante:molécula sinalizadora que se liga a um sítio específico de uma proteína ou outra molécula; •receptor: proteína localizada na superfície da membrana plasmática ou no interior da célula, que se liga à molécula sinalizadora; •quando o ligante se prende à proteína receptora, a ligação ativa o receptor, que por sua vez ativa uma ou mais proteínas sinalizadoras intracelulares e, desta forma, a mensagem é retransmitida por uma cadeia de mensageiros químicos dentro da célula, possibilitando a resposta celular, ou seja, o sinal intercelular (entre as células) original é convertido em sinal intracelular (dentro das células), ocorrendo a transdução do sinal, permitindo que a informação chegue ao alvo intracelular apropriado (proteínas efetoras) que acionam a resposta; •cada célula é programada para responder a combinações específicas de moléculas sinalizadoras; •a célula passa por mudanças, que permitem, por exemplo, em resposta, alterar a atividade de um gene, alterar a indução de uma divisão celular, alterar funções do metabolismo, formas e movimentos celulares, entre outras. •a troca de sinais químicos entre as células regula quase todas as funções celulares, e um mesmo sinal pode causar diferentes efeitos dependendo do receptor ao qual ele se associa; Tipos de SinalizaçãoTipos de Sinalização •sinalização dependente de contato: ocorre em contato direto, quando as moléculas sinalizadoras permanecem ligadas à membrana plasmática de uma célula e podem interagir com receptores de uma célula adjacente; •é importante durante o desenvolvimento embrionário e a resposta imune; •em alguns casos, as células podem não estar tão próximas umas das outras e as células se comunicam estendendo prolongamentos, que formam canais, para fazer o contato com a outra célula; •estes canais por onde percorrem íons e substâncias pequenas de uma célula à outra, são as junções comunicantes ou gaps (em células animais) e plasmodesmos (em células vegetais); Dependente de contatoDependente de contato •sinalização parácrina: ocorre em distâncias curtas, quando as moléculas sinalizadoras estão muito próximas às células-alvo; •neste caso, as moléculas atuam em diferentes células vizinhas; •são exemplos os hormônios, tais como as citocinas, fatores de crescimento, neurotransmissores, entre outros; •este tipo de sinalização pode ser classificado também como autócrina, quando a célula responde à sinalização através da molécula sinalizadora que ela mesma produziu. •a célula emissora e a célula-alvo são a mesma célula; •sinalização sináptica: ocorre em longas distâncias e as moléculas sinalizadoras (neurotransmissores) são liberadas por neurônios por meio de sinais elétricos, em uma longa fibra (axônio); •quando o impulso alcança a sinapse (junção de duas células nervosas, onde ocorre a transmissão de sinal), os neurotransmissores são liberados e desencadeiam respostas em células-alvo que estão localizadas em outras partes do organismo; •os neurotransmissores, uma vez liberados, podem ser degradados ou retomados pela célula emissora, para que a sinapse fique preparada para receber o próximo sinal; •estas sinalizações através dos neurotransmissores podem ser consideradas também endócrinas (por percorrerem longas distâncias) ou parácrinas (por percorrerem curtas distâncias, nos casos em que neurônios próximos se comunicam nas sinapses); •sinalização endócrina: ocorre também em longas distâncias, neste caso as moléculas sinalizadoras (hormônios) são secretadas na corrente sanguínea até alcançar a célula-alvo; •o sistema circulatório, como uma rede de distribuição, se encarrega de transportar os hormônios por todo o corpo, permitindo a sua atuação em células-alvo que estejam em qualquer parte do corpo; •nos animais, as glândulas endócrinas são as células que liberam um ou mais tipos de hormônios, podemos citar a tireoide, o hipotálamo, as gônadas, a pituitária e o pâncreas; Moléculas hidrossolúveisMoléculas hidrossolúveis •moléculas de peso molecular considerável, como os aminoácidos, as catecolaminas e peptídeos – são os neurotransmissores e os hormônios, podem se difundir pela membrana e chegar ao núcleo, transportadas por carreadoras; Moléculas lipossolúveisMoléculas lipossolúveis •moléculas de pouco peso molecular, são derivadas do colesterol (esteroides), de aminoácidos (tireoides) e compostos gasosos (óxido nítrico – NO e monóxido de carbono – CO, que se ligam a receptores intracelulares; Receptores intracelularesReceptores intracelulares •(proteínas receptoras) são encontrados dentro da célula, no citoplasma ou no núcleo; •geralmente se ligam a pequenas moléculas hidrofóbicas, transportadas por carreadoras para atravessarem a membrana plasmática por difusão; •os hormônios esteroidais (testosterona, estrogênio, cortisol), hormônios da tireoide e a vitamina D, presentes no corpo humano são exemplos de moléculas hidrofóbicas; Receptores deReceptores de superfície celularsuperfície celular •são as proteínas localizadas na superfície externa da célula; •as moléculas grandes ou hidrofílicas, que não conseguem atravessar a membrana plasmática se ligam a três tipos de receptores: acoplados a canais iônicos, acoplados a enzimas e acoplados à proteína G; •todos eles são proteínas transmembranas e não entram na célula, a menos que sejam degradados; Acoplados a canaisAcoplados a canais iônicosiônicos •são canais controlados por um ligante; •em resposta à ligação, estes receptores possuem uma região intramembranal com um canal hidrofílico no meio dele, permitindo que os íons atravessem a membrana sem precisar se deparar com a camada fosfolipídica; •a alteração dos níveis de íons dentro da célula pode alterar a atividade de outras moléculas, na produção de uma resposta; •a sinalização sináptica, que envolve a transmissão rápida de sinais entre células eletricamente excitáveis, está envolvida com estes receptores; Acoplados a enzimasAcoplados a enzimas •são receptores da membrana plasmática que estão associados a uma enzima, podendo este receptor ser a enzima que catalisa a reação, ou em outros casos, o receptor interage com outra enzima. •um exemplo são os receptores tirosina quinases (RTKs), encontrados em humanos e em outras espécies; Acoplados à proteína GAcoplados à proteína G (GPCRs)(GPCRs) •são heterogêneos e se ligam a diversos tipos de ligantes; •são receptores associados a uma proteína transmembrana multipasso, isso significa que atravessam a membrana sete vezes e, ao se ligarem à molécula sinalizadora, ativam outras proteínas, alterando a sua conformação e transmitindo o sinal adiante; •a sinalização celular associada a este tipo de receptor pode se repetir várias vezes em resposta à molécula sinalizadora, em um ciclo; •estes receptores atuam indiretamente regulando a atividade de uma proteína-alvo ligada à membrana plasmática, que pode ser um canal iônico ou uma enzima; Proteínas G e sequênciaProteínas G e sequência de sinalizaçõesde sinalizações •as proteínas G (nucleotídeos de guanosina) fazem parte de uma família com mais de 50 tipos descritos; •são proteínas com estado inativo, acopladas a receptores no meio intracelular com propriedades funcionais e estruturais, que quando ativadas podem migrar pelo citosol e ativar enzimas efetoras ou canais iônicos, realizando a transdução de sinais; •as proteínas G recebem este nome porque se combinam com nucleotídeos da guanina GDT (trifosfato de guanosina) e GTP (difosfato de guanosina), possuem alto peso molecular e são formadas por três polipeptídios distintos, ou subunidades, α (liga e hidrolisa GTP), β e γ (responsáveis pelo ancoramento à membrana), formando um complexo transdutor de sinais; •as proteínas G funcionam como interruptores, quando associadas com GTP estão “ligadas” (ativadas) e associadas à GDP estão “desligadas” (desativadas). •quando a célula-alvo recebe o primeiro mensageiro (hormônio, neurotransmissor, secreção parácrina) e este se liga ao receptor acoplado à proteína G, estes são ativados, e a proteína G pode ativar outras proteínas(proteínas G estimulatórias – Gs) ou inibir proteínas (proteínas inibitórias – Gi); •as proteínas G estimulatórias fazem o efeito cascata de sinalização, quando um receptor recebe o ligante e ativa a proteína G, ela por sua vez ativa uma terceira proteína, geralmente uma enzima efetora (adenilciclase ou fosfolipase C); •ao serem ativadas pela proteína G por meio da sua ação enzimática geram várias reações moleculares de curta duração que levam a uma modificação no comportamento celular; •a enzima ativada gera um segundo mensageiro que afetará outros alvos. Alguns exemplos de tipos de proteínas G: Gs, Gq, Gi, Gt, Go e Gk; •a adenilciclase é uma importante enzima que tem papel no processo de sequenciamento de sinalizações envolvendo a proteína G; •quando esta enzima é ativada pela proteína G, ela hidrolisa uma molécula de ATP, retirando o fosfato dela, transformando-a em AMP (adenosina monofosfato) ou AMPc (AMP cíclico); •o aumento do número de AMPc aumenta consequentemente o número de enzimas citoplasmáticas ativadas por ela, reagindo ao pico de concentração; •para que este mecanismo funcione bem é necessário controlar a concentração de AMPc, somente assim a célula poderá perceber o próximo sinal e há uma enzima específica para controlar este processo; •as proteínas G junto de seus receptores transmitem sinais de hormônios e neurotransmissores, sendo importantes intermediários para a fisiologia do organismo, controlando o metabolismo celular, como o sistema cardíaco, funções cerebrais e controle hormonal; •quando há alterações na fisiologia da proteína G muitos distúrbios orgânicos podem ser gerados;
Compartilhar