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- -1 LEGISLAÇÃO E EXERCÍCIO PROFISSIONAL ATIVIDADE DE ENFERMAGEM NAS SUAS DIMENSÕES LEGAIS E ÉTICAS Renata de Moura Bubadué - -2 Olá! Você está na unidade . Conheça aqui os aspectosAtividade de enfermagem nas suas dimensões legais e éticas legais e éticos que envolvem as atividades da enfermagem em seus níveis técnico e de graduação. Aprofunde conhecimentos sobre fundamentos legais e éticos da atividade profissional da equipe de enfermagem no cuidado à população em dimensões que envolvem atividades de gestão, assistência, ensino e pesquisa. Aprenda sobre a regulamentação da profissão no Brasil. Compreenda como ética é aplicada no cotidiano profissional em diversos cenários de atuação da enfermagem. Bons estudos! 1 Noções preliminares Aqui será aprofundada a das atividades de enfermagem, fornecendo subsídios conceituais eregulamentação científicos para que você exerça a profissão em cenários diversos. O tema contribuirá para que você consiga desenvolver habilidades de sustentar sua prática profissional no âmbito , de , e assistencial ensino gestão . Assim, essa amplitude de atuação fará de você um profissional mais completo e com capacidade depesquisa resolver questões éticas e profissionais que transcendem o cotidiano do cuidado. O comprometimento profissional da enfermagem dá-se com as pessoas, sendo que suas ações em todos âmbitos já mencionados têm como destinatário final elas mesmas. Compreender a regulamentação profissional da enfermagem transcende a e perpassa normativas de classe nos âmbitos federais,Lei do Exercício Profissional estaduais e secretariais. Você, como futuro profissional de enfermagem, é autônomo e atua com o mesmo valor e peso na equipe que médicos, fisioterapeutas, nutricionistas etc. O conhecimento científico que você irá adquirir advém do campo profissional da enfermagem e, por isso, é singular e vital para manutenção da profissão. Assista aí https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2 /d0a872798e286a643a331c9c50ca1bca https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2/d0a872798e286a643a331c9c50ca1bca https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2/d0a872798e286a643a331c9c50ca1bca - -3 2 Regulamentação do exercício profissional Tendo como base a trajetória histórica e legal da enfermagem, bem como aspectos gerais da Lei do Exercício e o e sabendo que asProfissional (Lei 7.498/86) Decreto regulamentador (Decreto n.94.406/87) categorias profissionais reconhecidas por lei são as de , , enfermeiro técnico de enfermagem auxiliar de e ; iremos nos aprofundar em suas atribuições, dando ênfase ao enfermeiro por se tratarenfermagem parteiras do profissional que desenvolve as atividades mais complexas. Figura 1 - Exercício profissional Fonte: Spotmatik, iStock, 2020. #PraCegoVer: a imagem mostra profissionais da saúde andando no corredor de um ambiente hospitalar. - -4 2.1 Regulamentação do exercício profissional do enfermeiro no âmbito da gestão A atividade de gestão dos serviços de enfermagem é de competência e responsabilidade do enfermeiro. , porque é a atividade descrita e regulamentada nas Competência Diretrizes Curriculares do Curso de , cujas competências de liderança, administração e gerenciamento, tomada de decisão eEnfermagem comunicação são apontadas. Já a diz respeito às atribuições de gestão previstas no artigo 11responsabilidade da e no artigo oito do .Lei do Exercício Profissional Decreto número 94.406/87 Para desempenhar esse papel, o enfermeiro assume uma postura de liderança na equipe de enfermagem. Mas o que isso significa? Na administração, a liderança pode ser desenvolvida sobre perspectivas diversas, as quais serão descritas na sequência. Existem líderes que são autoritários e ditam as regras que julgam ser as mais efetivas para um determinado contexto. Geralmente, são focados na resolução de problemas imediatos, fazendo com que sua equipe seja dependente de sua presença para dar continuidade ao serviço. Não há nada de errado em utilizar uma liderança , contudo, existem fatores que não fazem dessa liderança a melhor a ser aplicada a longo prazo, comoautoritária inspirar medo em sua equipe, por exemplo. Um líder autoritário utilizará padrões e experiências próprias para tomar decisões, sem consultar e valorizar a voz de sua equipe, segundo Ribeiro et al (2006). Já a , como o nome já diz, permite a valorização do conhecimento dos diversos membrosliderança democrática da equipe. O líder, aqui, desenvolve papel decisório, porém ouve e proporciona espaço para questionamentos e discussões antes de executar as medidas necessárias para o andamento do serviço. Sua posição é flexível e acolhedora aos membros da equipe, ouvindo-os e direcionando-os de acordo com suas potencialidades e fazendo com que eles façam parte do processo de gestão. Como exemplo, digamos que você, enquanto enfermeiro de uma unidade de terapia intensiva, deva organizar a escala anual do seu serviço. Na liderança autoritária, você decidirá todos os plantões, as folgas e quando cada um tirará férias de modo a tornar o serviço efetivo; já na democrática, você ouvirá os períodos em que seus funcionários gostariam de ter férias e folgas, em qual período eles se sentem mais produtivos no trabalho, qual o período que eles gostariam de tirar suas férias e quais dias da semana são os mais favoráveis às folgas. Assim, na liderança democrática, o enfermeiro ouve e esclarece que não será possível atender a todas demandas, uma vez que os profissionais têm preferências semelhantes (ex.: folga no domingo, férias em janeiro etc.); mas tenta organizar o serviço de acordo a manter sua equipe satisfeita e inclusa no processo atendendo ao maior número de solicitações sem prejudicar o andamento da unidade. - -5 Por fim, tem-se a , em que o enfermeiro confia integralmente em sua equipe e oferece liberdadegestão liberal para a tomada de decisão sem supervisão direta. Esse tipo de liderança é empregado, geralmente, quando o enfermeiro delega funções de cuidados diretos de baixa complexidade (banho, cuidados de conforto, punção etc.) ao técnico e ao auxiliar de enfermagem. A gestão do cuidado faz parte das atividades de gestão do enfermeiro, contudo, as atividades que envolvem a efetivação dos planos de cuidado traçados dependem de processos em que os outros membros da equipe têm liberdade para desempenhar ações e tomar decisões de acordo com suas habilidades e competências sem necessidade de supervisão direta. A ocorre em todos os modelos de liderança, afinal, a chefia é responsabilidade legal dosupervisão indireta enfermeiro. Essas atividades de administração e chefia são reguladas por normativas que envolvem o direito do paciente, os direitos constitucionais das pessoas, os direitos e deveres trabalhistas de cada nível de formação da classe e aqueles amplos para todos. Nesse âmbito, o aparece de maneira indireta, uma vez que todas as ações administrativasdireito do paciente internas na equipe e no serviço têm impacto nas ações de saúde e na qualidade da assistência, cujo acesso é garantido na de 13 de agosto de 2009. Os perpassam todos ePortaria 1.820 direitos constitucionais abrangem questões de cidadania e respeito. Nesse sentido, as ações do enfermeiro gestor deve ocorrer em consonância com os princípios constitucionais, de acordo com o disposto no artigo quinto da Constituição , conforme Brasil (1988):Federativa do Brasil [t]odos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. Referente às , tem-se o direito de técnicos e auxiliares não serem expostos ànormativas trabalhistas de classe retaliação, humilhação e qualquer tipo de constrangimento; bem como o respeito à sua carga horária e descansos entre os plantões. Jáas referentes à direitos de férias, pagamentos, décimo-terceirosquestões burocráticas cabem aos , que podem integrar uma enfermeira com formação para isso nos contextos derecursos humanos saúde. A gestão envolve não só gestão do serviço, mas também a gestão do cuidado, realizada nos moldes da sistematização da assistência de enfermagem e processo de enfermagem. Dessa forma, a gestão pode ocorrer tanto em nível de equipe quanto em nível assistencial. - -6 Assista aí https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2 /1a398eb29857f1941f710b30842ef3b5 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2/1a398eb29857f1941f710b30842ef3b5 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2/1a398eb29857f1941f710b30842ef3b5 - -7 2.2 Regulamentação do exercício profissional do enfermeiro no âmbito da assistência Quando falamos de assistência, temos que pensar que isso envolve o cuidado ao paciente nos níveis de atenção , e de . A regulamentação profissional do enfermeiro perpassa todashospitalar ambulatorial atenção primária atividades desempenhadas pelos técnicos e auxiliares, além de atividades específicas do nível de formação de graduação. Sabendo-se os procedimentos privativos do enfermeiro, aprofundaremos, aqui, as atribuições que envolvem a consulta de enfermagem, a Sistematização da Assistência da Enfermagem (SAE), o Processo de Enfermagem (PE) e o cuidado voltado à defesa do paciente no âmbito dos serviços de saúde. A é regulamentada pelo artigo 11 da Lei do Exercício Profissional e pelo artigo oito doconsulta de enfermagem Decreto que o regulamenta. Ela consiste em uma entrevista, acompanhada de exame físico, realizada pelo enfermeiro no âmbito ambulatorial e de atenção primária. Nesses espaços, o enfermeiro encontra pacientes de diversas idades e consegue identificar situações que favoreçam a promoção à saúde e auxiliem na detecção precoce de agravos pela medicina. Para isso, é necessário que o enfermeiro tenha amplo conhecimento clínico e trabalhe sob uma perspectiva de humanização da assistência, uma vez que é o profissional que tem contato com o paciente com maior frequência. Estudos apontam que a consulta de enfermagem tem impacto positivo na saúde da comunidade, especialmente, quando realizada nos moldes da SAE e do PE, conforme Oliveira et al (2012). A é ampla e engloba maneiras e instrumentos de organizar o . Os principais instrumentos dizem respeitoSAE PE aos protocolos, fluxogramas e diretrizes de enfermagem, cuja elaboração deve ser feita pelo enfermeiro e a sua implementação deve ser realizada por toda a equipe. Essas ferramentas auxiliam na otimização do cumprimento das atividades profissionais previstas em leis, decretos e portarias. Além da gestão do cuidado, existem procedimentos de regulamentação exclusiva do enfermeiro. Segundo o artigo 11 da Lei 7.498/86 e o artigo oito do Decreto 94.406/87, o cuidado direto ao paciente grave com risco deve ser realizado pelo enfermeiro. Como esse paciente, compreendem-se pessoas cujas demandas dede vida cuidado sejam extremamente complexas e o manuseio de dispositivos apresentem-lhes graves riscos. Nesse sentido, o enfermeiro deve atuar no cuidado direto desempenhando atividades que, normalmente, seriam delegadas. Um exemplo disso é um paciente em estado grave, cujo manuseio durante o banho, por exemplo, pode resultar na diminuição de sua saturação de oxigênio. Pacientes nessas condições estão em situações críticas, utilizando - -8 diversos aparelhos de suporte de vida que devem ser preservados. Assim, o cuidado complexo e redobrado exige fidelidade às técnicas para prevenir infecções hospitalares e, por isso, devem ser realizados pelo enfermeiro ou com sua supervisão direta. Outra atividade privativa do enfermeiro diz respeito à inserção e manejo do . Essecateterismo umbilical procedimento é bastante aplicado na , sendo sua técnica bastante precisa. Com isso, o risco paraneonatologia erros de inserção e infecção durante seu manejo é bastante alto, exigindo maiores níveis de formação. Desde 2011, a do Conselho Federal de Enfermagem (COFEn) regulamentou a atividade comoResolução número 388 privativa do enfermeiro, descrevendo a necessidade de capacitação para a atividade. Procedimentos como a não têm resolução específica restringindo-os àsondagem vesical de alívio e de demora competência do enfermeiro, contudo, existe uma resolução de 2013 que aprova um parecer normativo para o procedimento em âmbito de equipe. Nesse anexo, dispõe-se da inserção e do manejo como atividade de enfermagem, que, por ser um procedimento considerado complexo, fica restrito ao profissional com graduação. Essa interpretação foi confirmada em uma Plenária e publicado no site do COFEn em 2015. Já a são privativas do enfermeiro desde 2019, a partir dasondagem naso/orogástrica e naso/oro entérica publicação da .Resolução COFEn 619 Assim como a sondagem, outros são considerados complexos e, por isso, de competênciaprocedimentos exclusiva do enfermeiro, mesmo que não existam resoluções ou portarias explicitando isso. Vamos relembrá-los: acompanhamento de pré-natal de baixo risco; episiotomia; episiorrafia; aplicação de anestesia local; aprazamento de prescrição médica; classificação de risco; punção de Port-a-Cath; punção de veia jugular; passagem e cuidados do cateter venoso central de inserção periferia de longa permanência (PICC); administração de quimioterapia; retirada de drenos; coleta de gasometria arterial; administração de nutrição parenteral. - -9 De maneira geral, o exercício profissional do enfermeiro é ampliado e complexo, centrado no paciente e com responsabilidade legal pelo serviço oferecido pela equipe. Nesse sentido, é importante destacar que o trabalho assistencial do enfermeiro é respaldado legalmente para atuar em todas frentes do trabalho da enfermagem. 2.3 Regulamentação do exercício profissional do enfermeiro no âmbito do ensino A enfermagem é uma ciência cujo conhecimento interdisciplinar compõe um corpo de informações científicas capazes de atender às demandas do cuidado em saúde de seres humanos. Nesse sentido, o ensino de conhecimentos específicos da área da enfermagem deve ser realizado por , uma vez que éprofissionais da área preciso ter formação para ensinar habilidades específicas. Um advogado, por exemplo, não tem ferramentas para ensinar a ciência da enfermagem. Ele pode ensinar conteúdos específicos da área do direito aplicados na enfermagem e na saúde, contudo, não possuirá aporte científico para ensinar sobre SAE, planejamento de cuidado, procedimentos específicos etc. Por isso, a atividade do ensino de enfermagem é uma habilidade adquirida durante o curso de graduação. Nesse sentido, a regulamentação dessas atividades de ensino está inserida nas Diretrizes Nacionais do Curso de , publicada em 2001, por meio da Graduação em Enfermagem Resolução do Conselho Nacional de Educação ./Conselho de Educação Superior Ao mesmo tempo que o estudante adquire essa competência ao ser habilitado como enfermeiro, é essa normativa que explicita que apenas o enfermeiro pode ensinar conteúdos de enfermagem. Com isso, o ensino do deve ser realizado por um profissional graduado. Já oCurso Técnico de Enfermagem ensino superior exige modalidades mais avançadas como e , restringindo atividades demestrado doutorado supervisão de estágio aos enfermeiros sem essas titulações citadas anteriormente. É importante ressaltar que a exigência dessas titulações surgiu como uma normativa das universidades federais, tornando-se uma demanda de mercado para faculdades particulares devido os requisitos do para credenciamentoMinistério da Educação de cursos de graduação. E por que é importante saber isso? Porque você, quando se formar enfermeiro, saíra habilitado a desempenhar também o papel de educador na área. - -10 2.4 Regulamentação do exercício profissionaldo enfermeiro no âmbito da pesquisa No Brasil, a pesquisa está bastante ligada às instituições de ensino e à procura pela qualificação no mestrado e doutorado. É crescente a busca da pesquisa por profissionais que atuam na prática profissional como forma de contribuir para melhorar a qualidade da assistência às pessoas que frequentam os serviços de saúde. Enquanto área de conhecimento, a enfermagem desenvolve pesquisas com seres humanos, sendo necessária à sua regulação por cadastrados em uma plataforma nacional. Essas pesquisasComitês de Ética em Pesquisa devem ser orientadas pela , que apresenta diretrizesResolução 466 de 2012 do Conselho Nacional de Saúde para esses projetos. Ainda não é necessário aprofundar esses conhecimentos, porém é importante que você saiba que o enfermeiro também é habilitado a ser pesquisador, sendo respaldado na Lei do Exercício Profissional (1986). Fique de olho O primeiro contato com a pesquisa é na graduação, sendo o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) uma investigação que pode contribuir com a ciência da enfermagem. O detalhamento dos procedimentos éticos pode ser encontrado em um artigo bastante completo publicado em 2019 por Karla Patrícia Cardoso Amorim, chamado “Ética em pesquisa no sistema CEP-CONEP brasileiro: reflexões necessárias”. - -11 2.5 Regulamentação do exercício profissional do técnico de enfermagem A Lei do Exercício Profissional aborda a regulamentação do técnico de enfermagem (TE). No entanto, essa é uma das classes de maior em relação à identificação de quais atribuições podem ficar sob suacontrovérsia responsabilidade. Por isso, existem vários documentos, sejam eles resoluções, portarias ou pareceres, para esclarecer de que forma , tais como a beneficiência e não maleficiência do paciente, são avaliadas.questões éticas Como exemplo, temos :três normativas Resolução 0511/2016 Aprova Norma Técnica para atuação de enfermagem, incluindo técnicos, na hemoterapia. Parecer 01/2018/COFEN/CTAB Dispõe da atuação do TE na Estratégia Saúde da Família na ausência temporária do enfermeiro responsável técnico pela Unidade Básica. Parecer do Conselheiro 063/2018 Resolve sobre a retirada da sonda vesical de demora pelo TE. No primeiro documento, tem-se a regulamentação das atividades referentes à hemoterapia como atividade a ser supervisionada por um enfermeiro. A supervisão envolve aspectos administrativos que vão ser construídos de acordo com o perfil do gestor e confiança em sua equipe, respeitando os limites legais das atribuições a serem delegadas ao TE. Já o segundo flexibiliza algumas atividades que seriam privativas do enfermeiro, como consulta de enfermagem e gestão do serviço em ausência eventual da chefia. Isso significa que o TE pode atuar em situações atípicas para que o serviço dê continuidade ao atendimento à população. Por fim, o terceiro parecer resolve que, apesar da inserção da sonda vesical de demora ser um procedimento complexo que demanda execução por um profissional de nível superior, a sua retirada oferece um risco menor ao paciente. Com isso, é autorizada a retirada do dispositivo por TE. Fique de olho A delegação de atividades de enfermagem a TE é bastante regulamentada e controlada. Portanto, é importante sempre checar o Portal do COFEN para encontrar as situações em que o enfermeiro tem respaldo para isso. Entre no site e explore as publicações para seu aprofundamento. - -12 2.6 Regulamentação do exercício profissional do auxiliar de enfermagem Esse profissional tem sua regulamentação descrita na Lei do Exercício Profissional, contudo, existem algumas atualizações importantes publicadas na e .Resolução 280/2003 Parecer número 07/2014/COFEN/CTLN A resolução resolve proibir a atuação desse nível de formação como auxiliar de cirurgia. Já o parecer reforça os artigos 11, 12 e 13, restringindo sua atuação à procedimentos de baixo risco e conferindo-lhe o direito de participar da equipe de saúde de acordo com sua formação. - -13 3 Código de Ética Profissional de Enfermagem No , autorizado e publicado na , há aspectosCódigo de Enfermagem Resolução COFEn 564/2017 e seu anexo nos quais ainda devemos nos aprofundar, especialmente aqueles que envolvem situações em que os profissionais se sentem desconfortáveis. Então, aqui, vamos discutir questões que envolvem a e .moral ética Figura 2 - Ética Fonte: Olivier Le Moal, Shutterstock, 2020. #PraCegoVer: a imagem mostra uma bússola apontando para a palavra “ética”. A consiste em uma série de costumes pautados em ideologias. Todos temos ideologia, afinal não acreditarmoral em algo também é se posicionar. Nesse sentido, quando refletimos sobre nossa atuação profissional como enfermeiros, devemos trabalhar internamente nossos limites e potencialidades, pois quem somos e no que acreditamos pode interferir no cuidado prestado. No estudo desenvolvido por Bubadué e Cabral (2018), os resultados apontam que, mesmo sem perceber, os enfermeiros têm com crianças com HIV, fazendo com que o cuidado desenvolvido em relação a elaspreconceito seja diferente. Esse preconceito pode ser resultado de diversas questões construídas culturalmente, como o contexto da década de 1980, que são muito difíceis de romper, especialmente porque a maioria nem percebe que essa tensão e distanciamento da criança com HIV e sua família interferem no cuidado integral. Nesse estudo, a interferência manifesta-se na não apropriação de questões importantes para esses pacientes por desconforto de tratar o tema, dificuldade de interagir com essas pessoas e dificuldade de realizar procedimentos de forma tranquila. - -14 Nesse sentido, quando pensamos no Código de Ética de Enfermagem como um modulador das atitudes dos profissionais, buscamos nele a sustentação para nossas atitudes. É claro que não encontraremos as especificidades de cada situação, mas existem pontos chave que são deveres profissionais. Por exemplo: Assista aí https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2 /c5aa5cfee6ce88cd189851c2defb98b9 Art. 24 Exercer a profissão com justiça, compromisso, equidade, resolutividade, dignidade, competência, responsabilidade, honestidade e lealdade. Art. 48 Prestar assistência de Enfermagem promovendo a qualidade de vida à pessoa e família no processo do nascer, viver, morrer e luto. Vamos refletir sobre o que o artigo 24 nos diz. Nele, encontramos os princípios éticos que regem a prática profissional da enfermagem. Os princípios de e relacionam-se indiretamente, uma vez que reconhecer uma pessoa em todajustiça dignidade sua integralidade também faz parte de respeitar suas crenças, características, escolhas, raça, cor, orientação sexual e práticas de vida. Esse ato de tratar e respeitar a todos de maneira igual é uma postura de justiça. Parece simples, não? Então vamos pensar em uma questão hipotética mais complexa. A enfermeira Michele é casada e tem dois filhos, frequenta a igreja católica semanalmente, é contra o aborto e pensa no sexo como uma expressão de amor entre duas pessoas comprometidas. Ela trabalha em um hospital de referência em atendimento à saúde da mulher no Brasil e, frequentemente, é confrontada com situações que a faz repensar como deve agir. Certo dia, recebeu uma mulher de 19 anos com grande sangramento vaginal que se recusava a dizer como esse processo teve início. Após o exame físico e primeiro atendimento, ela foi internada para um processo de curetagem. Descobre-se que essa mulher estava grávida e decidiu interromper a gravidez com um cabide e com uma medicação que uma amiga lhe deu. Ela trabalha como profissional do sexo e a gravidez foi algo inesperado em decorrência de um atendimento a um cliente que insistiu para que fizessem sexo sem camisinha. Neste dia, Michele, que é completamente contra as práticas de vida da jovem – sejam elas em relação à profissão que exerce ou ao procedimento abortivo que ela realizou de forma caseira –, era a única enfermeira no plantão. A paciente,com hemorragia, gritava de dor e explicava que não tinha a intenção de fazer o procedimento, mas, ao mesmo tempo também não tinha condições de criar uma criança. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2/c5aa5cfee6ce88cd189851c2defb98b9 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2/c5aa5cfee6ce88cd189851c2defb98b9 - -15 Em Michele crescia em desconforto e um sentimento de desgosto com respeito à atitude da mulher. Contudo, refletiu sobre sua posição enquanto profissional e manteve-se firme durante o procedimento de curetagem enquanto enfermeira responsável da unidade. É difícil dizer o quanto isso interferiu na sua interação com a paciente, mas o respeito à ética profissional e a postura que isso demanda deve transcender às crenças pessoais. Essa competência profissional é adquirida ao longo do curso de enfermagem e aperfeiçoada na prática profissional para o , outro princípiocuidado resolutivo ético respeitado na situação hipotética descrita. Nesse contexto, a responsabilidade profissional foi posta em prática durante todo o processo, sendo e ao desempenho de suas funções inevitável, bem como a . Já o artigo 48 éhonestidade lealdade equidade bastante autoexplicativo e foi cumprido na situação apresentada. Retomando as atribuições descritas na seção anterior, o Código de Ética de Enfermagem orienta que não exista desvio de função. Contudo, algumas situações são passíveis de adequação. Em situações desse tipo, o que existe é uma à população.avaliação do impacto Será que o benefício de deixar um técnico de enfermagem responsável pela Estratégia de Saúde da Família durante três dias de afastamento do enfermeiro em decorrência de uma doença é maior do que o risco de deixá- lo responsável? Isso vai depender da competência técnica dessa pessoa, do treinamento prévio realizado pelo enfermeiro e do quanto esse profissional está comprometido em atender às demandas da população. Se existir a confiança do supervisor em seu subordinado e, conforme já vimos, há respaldo documental para essa medida publicado pelo Conselho Federal de Enfermagem; então, não haverá implicação ética para tal conduta. No entanto, deve-se reforçar que se houver alguma ocorrência ou atividade ilícita durante esse período, a responsabilidade é do que delegou a função e a punição será decidida pelo órgão responsável deenfermeiro acordo com critérios específicos. Outra questão fundamental a ser abordada é o , especialmente, em situações como a do casosigilo profissional hipotético de Michele. Uma questão polêmica naquele caso é o fato de o aborto ser um procedimento ilegal no Brasil, salvo exceções. Apesar de a jovem poder ter provocado o sangramento que exigiu um processo de curetagem, é preciso ter claro que essa é uma acusação bastante séria e que existem critérios para quebra de sigilo profissional, cujo dever é descrito no Código de Ética. Assim, é difícil traçarmos uma conduta linear por necessitar de consultoria especializada do campo do direito e da bioética. Nesse sentido, deixa-se a reflexão de que todas nossas condutas no campo profissional devem ser pensadas e organizadas de acordo com as regulamentações. Fique de olho - -16 Não iremos nos restringir às questões da infância, pois são bastante específicas, contudo, recomenda-se que essas sejam exploradas ao longo do curso e revisitadas quando necessário. Aqui, vamos pensar um pouco no compromisso ético do enfermeiro para a .melhoria da assistência de seu serviço Como vimos anteriormente, a pesquisa é uma habilidade adquirida e uma atribuição do enfermeiro, contudo, o que não sabemos é que a produção do conhecimento também deve seguir uma conduta ética. O que significa que a pesquisa deve ser pensada, escrita, conduzida e publicada seguindo princípios éticos, os quais incluem a responsabilidade do enfermeiro em contribuir para a construção do conhecimento na área e a devolução dos resultados à população. A pesquisa é realizada para melhorar ou resolver uma questão de saúde da sociedade. Ela deve beneficiar a população e contribuir para o seu bem-estar, seja ele por meio do manejo de doenças ou da sua prevenção. As pesquisas ocorrem de acordo com a época que vivemos. Em 2020, a grande pandemia da Covid-19 fez com que pesquisadores direcionassem seus estudos para o manejo do cuidado de enfermagem nesse contexto, ou sobre o estresse e o enfrentado pelos profissionais da área. Isso é apenas um exemplo para demonstrarburnout como a pesquisa desenvolvida pelo enfermeiro está em consonância com a demanda da população. Essa dinâmica favorece a responsabilidade ética do enfermeiro em desempenhar papéis que primam pela contribuição e o benefício à sociedade. Os procedimentos éticos de condução serão abordados em outro momento, contudo, vamos pensar no que acontece depois da pesquisa. Como ocorre a publicação desses dados? Geralmente, são publicados em periódicos de impacto, contudo, uma questão bastante importante a se considerar é que existe grande dificuldade de acesso a esses materiais. Nesse sentido, discute-se muito sobre a responsabilidade ética do enfermeiro em dar retorno dos resultados em uma linguagem acessível. Amorim (2019) convida-nos à seguinte reflexão: Quais os cuidados dispensados às pessoas que participam dos estudos após o seu término? Que conhecimento é repassado a eles? Nos ensaios clínicos envolvendo medicamentos (se comprovado o efeito positivo destes), os pacientes têm tido a garantia de continuidade do tratamento após a conclusão do estudo? Acredita-se que as respostas para essas questões serão na sua maioria: nenhum ou poucos. O sigilo profissional se estende à criança e ao adolescente, sendo assim, em uma consulta individual, o enfermeiro deve respeitar a privacidade infantil, mesmo sob solicitação dos pais. Existem exceções e elas estarão ligadas ao grau do risco a ser submetido à criança. - -17 Pensando nisso, vamos pensar no Código de Ética em Enfermagem como uma normativa ampliada que orienta condutas em diversos campos de atuação profissional previstos em lei. Por isso, pensar na conduta ética envolve todos aspectos da prática de enfermagem. Assim, considere esse assunto um guia que deve ser revisitado e complementado pelas leituras completas dos documentos e artigos complementares. é isso Aí! Nesta unidade, você teve a oportunidade de: • conhecer aspectos legais e éticos das atividades da enfermagem; • conhecer os fundamentos legais e éticos da atividade profissional da equipe de enfermagem no cuidado à população em diversas dimensões; • entender as dimensões que envolvem atividades de gestão, assistência, ensino e pesquisa; • aprender sobre a regulamentação da profissão no Brasil; • compreender como a ética é aplicada no cotidiano profissional em diversos cenários de atuação da enfermagem. Referências AMORIM, K. P. C. Ética em pesquisa no sistema CEP-CONEP brasileiro: reflexões necessárias. Ciênc. saúde , Rio de Janeiro, v. 24, n. 3, p. 1033-1040, mar. 2019.coletiva BRASIL. . Dispõe sobre o exercício da Enfermagem e dá outras providências.Decreto número 94.406/87 Brasília: DOU, 1987. BRASIL. Lei número 7.498, de 25 de junho de 1986. Dispõe sobre o exercício da Enfermagem. e dá outras providências. Brasília: DOU, 1986. BUBADUÉ, R. M.; CABRAL, I. E. Advocacy care on HIV disclosure to children. , Nova Jérsei, 2018.Nurisng Inquiry BUB, M. B. C. Ética e prática profissional em saúde. , Florianópolis, v. 14, n. 1, p. Texto contexto - enfermagem 65-74, mar. 2005. CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. . Aprova o código de ética de enfermagem.Resolução 554/2017 Brasília: DOU, 2017. CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. . Normativa a atuação da equipe de enfermagemResolução 619/2019 na sondagem oro/nasogástrica e nasoentérica. Brasília: DOU, 2019. • • • • • - -18 COSTA, R. et al. O legado de Florence Nightingale: uma viagem no tempo. , Texto contexto - enfermagem Florianópolis, v. 18,n. 4, p. 661-669, dez. 2009. FRELLO, A. T.; CARRARO, T. E. Contribuições de Florence Nightingale: uma revisão integrativa da literatura. 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Olá! 1 Noções preliminares Assista aí 2 Regulamentação do exercício profissional 2.1 Regulamentação do exercício profissional do enfermeiro no âmbito da gestão Assista aí 2.2 Regulamentação do exercício profissional do enfermeiro no âmbito da assistência 2.3 Regulamentação do exercício profissional do enfermeiro no âmbito do ensino 2.4 Regulamentação do exercício profissional do enfermeiro no âmbito da pesquisa 2.5 Regulamentação do exercício profissional do técnico de enfermagem 2.6 Regulamentação do exercício profissional do auxiliar de enfermagem 3 Código de Ética Profissional de Enfermagem Assista aí é isso Aí! Referências
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