Buscar

Aleitamento materno - Pediatria

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Pediatria – Carolina Dalavale. 
 
1 
Definições 
• Aleitamento materno exclusivo: 
✓ Pode ser o leite da mãe ou banco de leite. 
✓ Não pode aleitamento cruzado. 
✓ Só pode receber: eventuais medicações, vitaminas e minerais. 
• Aleitamento misto: 
✓ Só se alimenta de leite (leite de cabra, vaca, amêndoa, aveia). 
✓ Aleitamento materno + de outra fonte. 
• Aleitamento predominante: 
✓ Criança se alimenta do leite materno + líquidos (suco, chá, água...). 
✓ Não entra outros leites nessa definição. 
✓ Não recomendar o aleitamento predominante. 
• Aleitamento complementado: 
✓ Além do leite humano, criança ingere, como fonte nutricional, outros alimentos sólidos/semisólidos. 
 
Recomendações atuais 
• Aleitamento materno, no mínimo, até 2 anos. 
• Aleitamento materno exclusivo até os 6 meses. 
• A partir dos 6 meses: alimentação complementada. 
✓ Aleitamento materno continua sendo a base da alimentação do bebê. 
✓ Papas de frutas, papas salgada (ou principal) – não é usado alimentos líquidos e sim, sólidos e semisólidos. 
✓ Não pode liquidificar. 
✓ Papa principal: cereal/tubérculo, leguminosa (feijão, soja, lentilha, ervilha), proteínas animais (frango, 
carne bovina, ovo, peixe, vísceras), hortaliças e verduras. 
• Armazenamento: 
✓ 12 horas na geladeira e 15 dias no freezer. 
✓ Usar pote de vidro com tampa de plástico. 
✓ Oferecer na colher ou copinho. 
 
Fisiologia da lactação 
• Ocitocina (neurohipófise): contrai musculatura lisa ao redor das glândulas mamárias para ejeção do leite. 
• Prolactina: produção do leite. 
• Adrenalina: inibe a prolactina, inibe produção de leite. 
• Gestação – ESTÁGIO I: 
✓ Estrogênio e progesterona: “preparo das mamas” 
✓ Progesterona: proliferação dos alvéolos – estrutura responsável pela produção do leite. 
✓ Estrogênio: proliferação dos ductos lactíferos – permite escoamento do leite. 
✓ Prolactina: altos níveis durante a gestação, porém, não produz leite devido a sua ação ser inibida durante 
a gestação através dos hormônios placentários. 
• Após o nascimento – ESTÁGIO II: 
✓ Fim da inibição da prolactina: apojadura (“descida do leite”). 
✓ Apojadura: independe de qualquer estímulo. 
• Durante a lactação – ESTAGIO III: 
✓ Depende de dois estímulos: 
Pediatria – Carolina Dalavale. 
 
2 
▪ Sucção: estimulação do complexo mamilo-areolar, manda estimulo aferente para a hipófise 
anterior – libera prolactina – produção de leite. Além da estimulação da hipófise anterior, estimula 
também a hipófise posterior, que libera ocitocina – ejeção do leite para os seios lactíferos (age 
nas células mioepiteliais – células contrateis que envolvem os alvéolos). 
▪ Ocitocina: pode ser inibido por diversos eventos, quando ocorrer liberação de 
adrenalina (dor, estresse). 
▪ Esvaziamento da mama. 
 
Vantagens 
• Nutriz: prático e barato, involução uterina (por causa da ocitocina), perda ponderal, prevenção de câncer (mama, 
colo de útero), lactação amenorreica. 
• Lactente: completo, previne infecções e alergias. 
 
Leite materno 
• Fatores protetores: 
✓ Imunoglobulinas: 
▪ IgA secretória: mãe produz IgA especifica para o ambiente em que vive (patógenos) e 
consequentemente, protege a criança contra esses patógenos. 
✓ Lisozima: destrói patógenos e aumenta a partir de 6 meses de lactação. 
✓ Lactoferrina: quela o ferro aumentando a biodisponibilidade, facilitando a absorção e diminuindo o 
acúmulo no intestino (bactérias intestinais usam o ferro como alimentação, se está ligado a lactoferrina, 
diminui a biodisponibilidade para os patógenos). 
▪ Ação bacteriostática: impede proliferação bacteriana. 
✓ Fator bífido: alimento para as bactérias saprofitas do intestino (lactobacilos). 
▪ Glicoproteína. 
✓ Macrófagos, linfócitos. 
✓ Lactoperoxidase: destrói algumas bactérias. 
 
Componentes Leite humano Leite de vaca 
Energia (Kcal/dL) 71 69 
Proteínas (g/dL) 1,1 3,3 
Gorduras (g/dL) 4,5 3,8 
Lactose (g/dL) 7 4,8 
Sódio (mEq/dL) 41 150 
- Proteínas: precisa ter menos proteína para não ter sobrecarga renal. 
- Leite humano tem menor % de caseína e mais proteína no soro do leite: mais vantajoso pois a proteína do soro é 
mais fácil ser absorvida e digestão mais rápida, quando comparada com a caseína. 
- Proteína no soro do leite humano: alfa-lactoalbumina (menos alergênico do que comparado ao leite de vaca que 
predomina a b-lactoglobulina). 
- Menos sódio e menor sobrecarga renal. 
- Há estudos já comprovando que o que faz a criança ganhar excesso de peso, nos primeiros meses de vida, é a 
proteína. Isso é maléfico a longo prazo, pois aumenta risco de obesidade no futuro. 
- Lactose: faz com que as fezes sejam mais fluidas e ácidas. 
Pediatria – Carolina Dalavale. 
 
3 
- Ferro tem maior biodisponibilidade no LM do que no LV. A lactoferrina se liga ao ferro e só libera esse no sitio de 
absorção (intestino). Quando comparado com o leite de vaca, a concentração é a mesma, o que muda é a 
biodisponibilidade. 
Comparação qualitativa Leite humano Leite de vaca 
Gordura Lipase 
LC–PUFA 
Gordura saturada 
Proteína Caseína (36%) 
Alfa-lactoalbumina 
Caseína (82%) 
Beta-lactoglobulina 
 
-LC–PUFA: ácidos graxos de cadeia longa rico em poliinsaturados (ARA/DHA). Importante para desenvolvimento do 
SNC (terminar a mielinização) e formação da retina. 
- Alfa-lactoalbumina: digestão mais fácil. 
 
Possíveis carências do LM 
• Vitamina K: 
✓ Principal fonte de vitamina K é do intestino grosso, através das bactérias. Porém, o bebê vem praticamente 
“sem” essas bactérias. 
✓ Aplicação intramuscular ao nascimento: uma aplicação só. 
• Flúor: 
✓ Fonte até os 6 meses: através do leite materno (ingere água fluoretada). 
• Ferro – sulfato ferroso (costuma ter 20% de ferro elementar): 
Situação suplementação ferro Recomendação 
LM exclusivo A partir dos 3 meses até 2 anos. 
Dose: 1 mg/kg/dia. 
Fórmula láctea A partir de 500mL/dia – não suplementar. 
Prematuros ou < 2,5 kg A partir de 30 dias de vida até 2 anos. 
1º ano: 2 mg/kg/dia. 
1º ao 2º ano: 1 mg/kg/dia. 
1500 – 1000g Começa com 30 dias de vida. 
1º ano: 3 mg/kg/dia. 
1º ao 2º ano: 1 mg/kg/dia. 
< 1000g Começa com 30 dias de vida. 
1º ano: 4 mg/kg/dia. 
1º ao 2º ano: 1 mg/kg/dia. 
 
• Vitamina D: para todas as crianças (SBP). 
Situação de acordo com SBP Recomendações 
 < 1 ano 400 UI/dia 
 12 meses – 24 meses 600 UI/dia 
!!! geralmente cada gota tem 200U. 
 
Fases da produção do LM 
• Modificações no leite durante a lactação: 
✓ A transição leva em torno 2 semanas. 
✓ Colostro: 
▪ É um transudato de plasma (não depende do amadurecimento da mama). 
▪ Tem mais proteínas e eletrólitos. 
Pediatria – Carolina Dalavale. 
 
4 
▪ Mais vitaminas lipossolúveis, principalmente vitamina A (por isso a coloração mais amarelada). 
▪ Secretado entre 3º e 5º dia de vida da criança. 
✓ Leite de transição. 
✓ Leite maduro: 
▪ Em torno de 600mL/dia. Tem mais gordura, lactose, vitaminas hidrossolúveis (quando comparado 
ao colostro). 
▪ Ter mais gordura e lactose dependem do amadurecimento da mama. 
▪ Secretado entre 10º e, no máximo, 14º dia de vida da criança. 
• Modificações no leite durante a mamada: 
✓ Leite anterior: 
✓ Leite posterior: 
▪ Mais gordura: aumenta até 5x ao longo da mamada. 
▪ Responsável pela saciedade e ganho de peso. 
• Modificações durante o dia: 
✓ Aumenta a gordura (a noite). 
 
Constituinte Colostro Leite maduro 
Calorias (kcal/dL) 67 71 
Lactose (g/dL) 5,7 7 
Gordura (g/dL) 3 4,5 
Proteína (g/dL) 2,2 1,1 
Eletrólitos (mEq/l) 68 41 
 
Impossibilidade do LM 
• Fórmula infantil: sempre priorizar. 
• Quando inevitável: leite de vaca. 
✓ < 4 meses: é necessário diluir em água (acrescentar óleo para aumentar densidade calórica). 
✓ > 4 meses: não diluir. 
Técnica da amamentação 
• Posição: 
✓ Bebe trazido ao seio. 
✓ Barriga com barriga – corpo próximo ao da mãe. 
✓ Corpo centralizado.✓ Bebe nem apoiado e alinhado – cabeça e tronco no mesmo eixo. 
• Pega: 
✓ Boca bem aberta (pega maior quantidade de seios lactíferos). 
✓ Aréola não visibilizada: mais visível acima da boca. 
✓ Lábio inferior evertido. 
✓ Queixo toca a mama. 
• Queixas comuns: 
✓ Hipogalactia (“pouco leite”). 
✓ Fissura (“peito rachado”). 
✓ Ingurgitamento mamário (“seio empedrado”): começa ter edema e compromete a drenagem linfática – 
fica aumentada, difusamente hiperemiada, pele fica brilhante. 
▪ Indicações: livre demanda, ordenha antes da mamada (facilita a pega), esvaziar as mamas após a 
mamada, intervalos entre as mamadas pode fazer compressas frias (crioterapia), promove 
vasoconstrição. 
Pediatria – Carolina Dalavale. 
 
5 
✓ Mastite: apenas um quadrante da mama que está inflamada. Indicar esvaziamento das mamas. Se houver 
indícios de infecção sistêmica (calafrio, febre), iniciar ATB (S. aureus). Quando tem infecção, pode evoluir 
para abscesso e ser necessário fazer drenagem. 
✓ Geralmente, as queixas citadas acima estão associadas à pega e posição inadequadas. Orientar manter 
amamentação, corrigir a pega e posição. 
✓ “Leite fraco”: fazer avaliação objetiva – como o peso; manter AME, avaliar técnica correta. 
 
Contraindicações 
• Doenças da mãe: 
✓ Contraindicações absolutas: 
▪ Psicose puerperal grave. 
▪ HTLV I e II (vírus T-linfotrópico humano). 
▪ HIV. 
▪ Uso de antineoplásicos ou radiofármacos. 
✓ Contraindicações relativas: 
▪ Citomegalia: CI ingerir leite in-natura, IG < 32/30 semanas. Torna indicado, quando o leite for 
pasteurizado. 
▪ Herpes simples: CI quando houver lesão na mama. 
▪ Doença de Chagas: se estiver na fase aguda e sangramento no mamilo. 
▪ Varicela: problema não é o LM, é o contato direto 
• Mãe com varicela entre 5 dias antes do parto e 2 dias depois do parto (varicela aguda) – 
quer dizer que mãe está transmitindo, não passou anticorpo para o filho. O problema está 
nas lesões e não no aleitamento. 
✓ Não contraindicam: 
▪ Tuberculose: RN recebe quimioprofilaxia primária quando mãe é bacilífera. 
▪ Hepatite B: RN recebe vacina e imunoglobulina. 
• Doença da criança: 
✓ Galactosemia: incapacidade de absorver/metabolizar galactose (erro inato no metabolismo da galactose). 
▪ Pode ingerir de leite vegetal, ou animal sem lactose. 
▪ Geralmente leite de soja. 
✓ Condições que necessitem de jejum. 
✓ Fenilcetonúria: cuidado, nem sempre é contraindicado (???). 
▪ Não metaboliza fenilalanina – aminoácido essencial. 
▪ Leite materno + complementa a dieta com fórmula sem FAL. 
▪ Tem que ter acompanhamento para avaliar os níveis de FAL. 
• Uso de medicamentos: 
✓ Imunossupressores e citotóxicos. 
✓ Compostos radioativos. 
✓ Linezolida e ganciclovir. 
✓ Amiodarona: criança pode desenvolver hipotireoidismo. 
 
 
 
 
Referências 
Aleitamento materno – Medcurso.

Continue navegando