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Insuficiência Respiratória

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1 
 
INTRODUÇÃO: 
• A insuficiência respiratória aguda (IRpA) é uma síndrome potencialmente grave; 
• É uma das principais indicações de internação em unidades de terapia intensiva; 
• Mesmo possuindo diferentes condições clínicas possam evoluir com IRpA, todas apresentarão 
comprometimento nas trocas gasosas que caracterizarão a síndrome; 
• A manutenção de níveis adequados de oxigênio (O2) no sangue arterial é fundamental para o bom 
funcionamento celular, visto que o O2 é essencial para fosforilação oxidativa e geração de energia 
sob a forma de ATP. 
DEFINIÇÃO 
• A insuficiência respiratória aguda (IRpA) é definida como a incapacidade do sistema respiratório, 
desenvolvida agudamente, em promover adequadamente as trocas gasosas, por meio da membrana 
alveolocapilar; 
• Não é uma patologia e sim uma condição clínica que abrange várias patologias; 
• Do ponto de vista de parâmetros gasométricos, a IRpA é definida pela presença de: 
• PaO2 <55-60 mmHg, com o paciente respirando ar ambiente (FIO2 =0,21) 
• Que pode estar ou não associada a: 
• PaCO2 >50 mmHg, usualmente determinando acidose respiratória (pH <7,35). 
 
 
• Caso o paciente já esteja recebendo suplementação de O2, a definição gasométrica da IRpA passa 
a ser dada pela relação PaO2 /FIO2, a qual deverá ser <300 mmHg. 
 
CLASSIFICAÇÃO: 
• Existe dois tipos principais de insuficiência respiratória: 
• Insuficiência respiratória aguda: surge repentinamente devido a obstrução das vias respiratórias, 
acidentes de trânsito, abuso de drogas ou AVC, por exemplo; 
• Insuficiência respiratória crônica: surge ao longo do tempo devido a outras doenças crônicas, como 
DPOC, impedindo a realização de atividades diárias, como subir escadas, sem sentir falta de ar. 
 
SINTOMAS: 
• Os sintomas da insuficiência respiratória podem variar de acordo com a sua causa, assim como os 
níveis de oxigênio e dióxido de carbono no corpo. No entanto, os mais comuns incluem: 
• Sensação de falta de ar; 
• Pele, lábios e unhas de coloração azulada; 
• Respiração rápida; 
• Confusão mental; 
• Cansaço excessivo e sonolência; 
• Batimentos cardíacos irregulares; 
• Na presença de hipoxemia, taquicardia, taquipneia, ansiedade, diaforese, confusão, cianose, 
hipertensão e acidose láctica podem fazer parte do quadro clínico; 
Esses valores podem encontrar variação de acordo com a idade e a concentração de oxigênio inspirada 
 
 
 
 
 
2 
• Em casos mais graves de hipoxemia, também podem estar presentes bradicardia, hipotensão e 
convulsões; 
• Nos casos que cursam com hipercapnia, podem estar presentes sonolência, letargia, agitação, 
tremor, fala arrastada, cefaleia, asterixe e, em casos mais graves, papiledema e coma. 
 
POSSÍVEIS CAUSAS DA INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA 
• Qualquer doença ou condição que afete direta ou indiretamente o pulmão pode causar insuficiência 
respiratória. Assim, algumas das causas mais comuns incluem: 
• Distrofia muscular ou outras alterações que afetem os nervos dos músculos respiratórios; 
• Uso de drogas, especialmente no caso de overdose; 
• Doenças pulmonares, como DPOC, asma, pneumonia ou embolia; 
• Inalação de fumaça ou outros agentes irritantes. 
• Além disso, alguns problemas cardíacos, como a insuficiência cardíaca também podem ter como 
sequela a insuficiência respiratória, principalmente quando o tratamento não é feito de forma 
adequada. 
CAUSAS DE INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA TIPO I – HIPOXÊMICA 
• Cardíacos: insuficiência ventricular esquerda, isquemia miocárdica, pericardite, tamponamento, 
cardíaco, arritmias, miocardite, miocardiopatias, shunt intracardíaco, obstrução de saída do 
ventrículo esquerdo, patologia valvar, emergência hipertensiva; 
• Parenquimatosos pulmonares: pneumonia, pneumonite, contusão pulmonar, atelectasia, fibrose 
pulmonar, síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA), sarcoidose, tuberculose; 
• Doenças da pleura: pneumotórax, derrame pleural, aderências pleurais; 
• Vasculares: embolia pulmonar (trombos, ar, líquido amniótico, gordura), hipertensão arterial 
pulmonar, crise falcêmica, vasculite e fístula arteriovenosa; 
• Outros: anemia, choque, crise tireotóxica, coma mixedematoso. 
CAUSAS DE INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA TIPO II – HIPERCÁPNICA E HIPOXÊMICA 
• Alteração do drive respiratório: doenças intracranianas primárias, trauma e hemorragias, 
medicamentos (barbitúricos, opioides e benzodiazepínicos) e tóxicos, administração excessiva de 
O2 ao paciente; 
• Doenças neuromusculares: lesões raquimedulares por trauma, compressão tumoral ou vascular, 
polineurite, miastenia grave, doença de Parkinson, doenças por liberação de toxinas (tétano e 
botulismo), esclerose lateral amiotrófica (ELA). 
• Distúrbios metabólicos: acidose ou alcalose grave, hipocalemia, hipofosfatemia, hipomagnesemia; 
• Doenças das vias aéreas: estenose de glote, paralisia • bilateral de corda vocal, tumores, aspiração 
de corpo estranho, epiglotite, síndrome da apneia obstrutiva do sono (superiores), além de DPOC e 
asma (inferiores); 
• Alterações musculoesqueléticas: cifoescoliose e espondilite anquilosante, tórax instável; 
• Síndrome da hipoventilação por obesidade; 
• Doenças pulmonares que provocam acentuado distúrbio V/Q: SDRA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
FISIOPATOLOGIA DA IRPA 
• A IRpA pode ocorrer por diferentes mecanismos fisiopatológicos: hipoventilação, distúrbios de 
difusão, distúrbios na relação ventilação/perfusão, inalação de gás com baixa concentração de 
oxigênio; 
• De acordo com a fisiopatologia, pode-se classificá-la em hipoxêmica (tipo I) e em hipercápnica (tipo 
II); 
• Pode-se lançar mão do cálculo do gradiente alveoloarterial de oxigênio para diferenciar se a 
insuficiência respiratória é do tipo hipoxêmica ou hipercápnica; 
• Em situações de hipoventilação, o aumento correspondente da pressão parcial de CO2 dentro dos 
alvéolos propicia a redução da pressão parcial de oxigênio nesse local; 
• Caso a hipoventilação seja o único mecanismo presente, haverá uma redução correspondente na 
pressão parcial de oxigênio arterial, permitindo que o gradiente permaneça normal; 
• Se o gradiente estiver alargado, significa que existe alguma barreira à troca gasosa na membrana 
alveolocapilar; 
HIPOXÊMICA - TIPO I 
• Pode ser gerada por quatro mecanismos distintos e que podem acontecer em um mesmo paciente. 
São eles: 
DISTÚRBIO VENTILAÇÃO/PERFUSÃO (V/Q): 
• Incluídos o efeito shunt, caracterizado pela perfusão de áreas não ventiladas, e o efeito espaço-
morto, de ventilação de áreas não perfundidas; 
• As causas mais comuns de IRpA são as que cursam com alteração na V/Q, sobretudo baixa V/Q; 
• Na baixa V/Q, parte do sangue que chega aos pulmões passa por alvéolos pouco ventilados (ou não 
ventilados), portanto com níveis baixos de O2 , o que ocasiona oxigenação insuficiente. A depender 
da fração do sangue que passa por estas regiões, o resultado final será a hipoxemia; 
• A outra alteração V/Q ocorre no sentido inverso, com áreas alveolares ventiladas adequadamente, 
porém mal perfundidas (ou não perfundidas). Quando isso ocorre em grandes extensões, funciona 
como hipoventilação, pois a ventilação alveolar está sendo “perdida” para áreas onde não há trocas 
gasosas, com consequente hipoxemia e hipercapnia; 
• Convencionalmente, chamamos de espaço-morto as situações em que a ventilação ocorre em 
alvéolos não perfundidos e de efeito espaço-morto aquelas em que a ventilação ocorre em alvéolos 
mal perfundidos (V/Q alta); 
DÉFICITS DE DIFUSÃO: 
• Alteração na superfície de troca do alvéolo; 
• Nos distúrbios de difusão, há espessamento da membrana alvéolo-capilar, dificultando a difusão 
passiva de O2 e CO2; 
REDUÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE OXIGÊNIO NO AR 
HIPERCÁPNICA – TIPO II 
• Relacionado com a hipoventilação alveolar; 
• A hipoventilação é caracterizada pela renovação ineficaz do ar alveolar por movimentação de 
quantidades inadequadas do ar atmosférico até os alvéolos; 
• Como o sangue venoso continua chegando aos pulmões com baixasconcentrações de O2 e elevadas 
concentrações de CO2, resultado do metabolismo celular, os níveis alveolares destes gases 
tornam-se progressivamente mais baixos (para o O2) e mais altos (para o CO2). Em algum momento 
na evolução desta condição, que será mais rápido ou tardio em função de sua intensidade, o 
indivíduo apresentará hipoxemia e hipercapnia; 
• Por fim, a IRpA pode ocorrer por inalação de ar com baixos níveis de O2, como ocorre nas 
intoxicações por outros gases, como o monóxido de carbono (CO). 
 
 
 
 
 
 
 
4 
CLASSIFICAÇÃO DA IRPA 
• Com base no mecanismo fisiopatológico, a IRpA pode ser classificada em pulmonar ou extra-
pulmonar; 
• Na IRpA pulmonar, também chamada de tipo I, o comprometimento das trocas gasosas se deve a 
alterações na membrana alvéolo capilar ou na relação V/Q; 
• Já na IRpA extra-pulmonar, ou tipo II, a capacidade de troca gasosa entre os alvéolos e os capilares 
está mantida, mas aqueles são hipoventilados e, portanto, não apresentam níveis adequados de O2 
e CO2 que permitam a troca gasosa eficaz; 
• Apesar desta classificação didática da IRpA, não é raro a ocorrência simultânea de mais de um dos 
mecanismos descritos em uma mesma condição clínica. 
DIAGNÓSTICO: 
• Na maior parte dos casos, esse diagnóstico pode ser feito apenas com a avaliação dos sintomas, do 
histórico clínico da pessoa e monitorização dos seus sinais vitais, mas também podem ser usados 
exames de sangue, como a gasometria, para avaliar as quantidades de oxigênio e dióxido de 
carbono; 
• Quando não existe uma causa aparente para o surgimento da insuficiência, o médico pode ainda 
pedir um raio X do tórax para identificar se existe algum problema pulmonar que possa estar 
causando a alteração; 
• Lembrando que o paciente pode estar irresponsivo, nesse caso deve-se iniciar o ABCD primário do 
suporte avançado de vida (SAV) ou advanced cardiac life support (ACLS) antes de começar a 
avaliação e fato; 
• Uma gasometria arterial deve ser colhida tão logo a condição de insuficiência respiratória seja 
suspeita, pois, assim, pode-se calcular o gradiente alveoloarterial de oxigênio e distinguir pacientes 
que estão apresentando um quadro de hipoventilação de pacientes que estão cursando com déficits 
de difusão e distúrbios de ventilação/perfusão (V/Q); 
• Quando se suspeita de causa cardíaca, deve-se solicitar um eletrocardiograma (ECG), o qual pode 
revelar sobrecarga de cavidades cardíacas e sinais de isquemia ou arritmia, em alguns casos; 
• Em caso de suspeita de tromboembolismo pulmonar (TEP), deve-se aplicar o escore de 
probabilidade de Wells e coletar sangue para mensuração do D-dímero, que é um teste muito 
sensível e pouco específico; 
• Se o escore de Wells indicar alta probabilidade de TEP e o D-dímero for positivo, deve-se partir para 
métodos de confirmação do diagnóstico por meios indiretos (ecocardiograma) e diretos de 
demonstrar a falha de enchimento vascular (tomografia helicoidal contrastada, cintilografia 
pulmonar e arteriografia que constitui o padrão de referência para o diagnóstico); 
• É importante ressaltar que frequentemente esses pacientes podem portar trombose venosa 
profunda (TVP), de modo que a realização de uma ultrassonografia com Doppler venoso de membros 
inferiores pode ser necessária. 
APRESENTAÇÃO GASOMÉTRICA DA IRPA 
• A gasometria arterial é o principal instrumento de avaliação desta síndrome; 
• Na IRpA pulmonar (tipo I)ma alteração gasométrica encontrada é a hipoxemia. Em relação ao CO2, 
ele tende a estar baixo (hipocapnia) em função da hiperventilação compensatória, elevando-se 
apenas em formas graves e/ou avançadas; 
• Na IRpA extra-pulmonar (tipo II), a gasometria mostra tanto hipoxemia quanto hipercapnia, visto 
que sua causa é a hipoventilação; 
• Um parâmetro que pode ser derivado da gasometria arterial e que auxilia na caracterização da 
origem da IRpA é a diferença alvéolo arterial de oxigênio (PAO2 – PaO2 ou P(A-a)O2); 
• Ao calcular a diferença de pressão parcial de oxigênio entre o ar alveolar e o sangue arterial, ela 
estima a eficácia da troca gasosa pela membrana alvéolo-capilar. Em condições normais, espera-
se uma pequena P(A-a)O2 , decorrente de umas poucas áreas de baixa V/Q normalmente presentes. 
Entretanto, uma P(A-a)O2 aumentada (alargada) indica uma ineficácia nas trocas gasosas, ou por 
comprometimento de difusão ou por alteração V/Q; 
 
 
 
 
5 
 
 
REFERÊNCIAS 
DO VALLE PINHEIRO¹, Bruno; PINHEIRO, Guilherme Sotto Maior; MENDES, Matheus Miranda. 
Entendendo melhor a insuficiência respiratória aguda. Pulmão RJ, v. 24, n. 3, p. 3-8, 2015. 
DO AMARAL, José Luiz Gomes et al. Anestesiologia e medicina intensiva. 1. ed. São Paulo: 
Manole, 2011. 776 p.

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