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Victoria K. L. Cardoso Lesões elementares ……...Introdução……... Os 10 princípios da avaliação: 1. Boa anamnese - idade, mecanismo e energia do trauma. 2. Anamnese e exame físico - são suficientes para a suspeita do diagnóstico, que deve ser complementado com os demais exames. 3. Pacientes com sintomas sugestivos de fratura sem alteração no exame radiográfico deve ser tratados com imobilização. 4. Exames radiográficos DEVEM ter bom padrão. 5. Estudos radiográficos DEVEM ser realizados antes de qualquer procedimento terapêutico terapêutico. 6. Viabilidade neuro-vascular deve ser documentada antes de qualquer procedimento terapêutico. 7. Em pacientes com traumas em MMII, a capacidade de deambular deve ser checada antes da liberação da carga total. 8. Os pacientes devem receber instruções explícitas de cuidados posteriores antes de deixar o pronto-socorro - monitoramento de sinais neurovasculares ou aumento da pressão do compartimento, cuidados com o gesso, suporte de peso, uso de muleta e tempo de seguimento. 9. Cuidado com os diagnósticos menos letais politraumatizados. 10. Todas as lesões ortopédicas devem ser descritas com precisão. ……...Lesões elementares……... Descrevendo uma fratura: PROVA ● Exposta ou fechada. ○ Fechadas: a pele sobrejacente permanece intacta. ○ Exposta: a pele sobrejacente se rompe e o osso fraturado se comunica com o ambiente por meio da ferida na pele. ■ Também pode haver apenas uma lesão sem exposição direta do osso, mas com uma lesão expondo sangue e se esse sangue tiver partículas de gordura, é lesão exposta pois o sangue é do osso. ● Localização anatômica. Victoria K. L. Cardoso ○ Diáfise do osso tal; metáfise ou lâmina epifisal. ● Direção do traço (mecanismo). ○ Transverso: trauma direto - são perpendiculares ao eixo longo de um osso. ○ Oblíquo: trauma em torção - ocorrem em um ângulo. ○ Espiral: implicam em mecanismo rotatório, sendo diferenciadas das fraturas oblíquas por um componente paralelo ao eixo longo do osso em pelo menos 1 incidência. ○ Fraturas cominutivas: têm > 2 fragmentos ósseos; englobam as fraturas segmentares (2 fraturas separadas no mesmo osso). ○ Fraturas por avulsão: são “fraturas” de tendão ou de ligamento, que desalojam um fragmento ósseo. ○ Fraturas impactadas: encurtam o osso e podem ser visíveis como uma densidade focal anormal na trabécula óssea ou em irregularidades no córtex ósseo. ○ Fraturas em toro: (encurvamento do córtex ósseo) e fraturas em galho verde (rachaduras em apenas 1 lado do córtex) são fraturas da infância. ■ As fraturas no toro só podem ser visíveis como irregularidades sutis no córtex do osso. ● Número de fragmentos (energia). ● Completa ou incompleta. ○ Completa: é aquela que atinge inteiramente a estrutura óssea. ○ Incompleta: é aquela que gera lesão parcial. ○ Fratura cominutiva: processo em que o osso é dividido em mais de dois pedaços, é como se ele fosse “esmagado”. ● Reduzida ou desviada. ○ Fratura desviada: fragmentos do osso se deslocam. ● Cisalhamento, avulsão ou impacção. ○ Cisalhamento: é um tipo de carga que tende a torcer um osso; acontece quando uma força tende a girar um osso em torno do seu eixo longitudinal, estando uma de suas extremidades fixas (ou impedida de girar livremente). Victoria K. L. Cardoso ○ Avulsão: é o destacamento do fragmento de osso, resultado de tração do ligamento, do tendão ou da cápsula articular do seu ponto de inserção óssea. ● Fratura patológica ou por stress. ○ Fratura patológica: resultam de aplicação de força leve ou mínima ao osso enfraquecido em decorrência de uma doença (p. ex., câncer, cistos, infecções ou osteoporose). ○ Fratur por stress: resultam da aplicação repetitiva de força moderada ou aplicação de força intensa que gera uma fratura. Tipos de fraturas: Desvio X Angulação: ……...Luxação……... Conceito: lesão provocada por força em uma articulação, forçando-a a um movimento acima do fisiologicamente permitido, levando a um estiramento ligamentar. Pode haver: ● Perda total ou parcial (subluxação) da congruência articular. ● Possui dor, edema, impotência funcional e deformidade. Classificação: ● Grau I: há estiramento ou pequena rotura das fibras ligamentares com pouca ou nenhuma instabilidade articular. Victoria K. L. Cardoso ● Grau II: ocorre alguma rotura e separação das fibras ligamentares e moderada instabilidade da articulação. ● Grau III: há rompimento total e separação das fibras ligamentares e grande instabilidade da articulação. ……...Entorses……... Conceito: ● Lesão provocada por uma força que atua em uma articulação, forçando-a a um movimento acima do fisiológico, levando a um estiramento ligamentar. Tipos de graus: (PROVA) ● Grau I: estiramento leve e roturas microscópicas das fibras dos ligamentos; há alguma sensibilidade e edema ao redor do tornozelo. ● Grau II: ruptura parcial do ligamento; há sensibilidade moderada e edema ao redor do tornozelo, com movimento anormal da articulação. ● Grau III: ocorre rompimento total (completo) e separação do ligamento; há sensibilidade e edema significativos, com dores muito fortes e de imediato; também há desequilíbrio substancial da articulação. Tratamento: PRICE PROTECTION REST ICE COMPRESSION E .Distração x Luxação x Angulação. Distração: é a separação do eixo longitudinal. Luxação: é o grau em que as bordas da fratura estão desalinhadas entre si; é descrita em milímetros ou porcentagem de espessura do osso. Angulação: consiste no ângulo do fragmento distal medido a partir do fragmento proximal. Victoria K. L. Cardoso Obs: luxação e angulação podem ocorrer no plano ventrodorsal, no plano lateromedial ou em ambos. ……...Fraturas em crianças……... Fratura em galho verde: “rachaduras” em apenas 1 lado do córtex. Deformidade plástica: trauma que produz uma distração no lado convexo do osso sem chegar ao bordo côncavo e sem atingir o limiar de fratura. Fratura em toros (PROVA): encurvamento do córtex ósseo. ● As fraturas no toro só podem ser visíveis como irregularidades sutis no córtex do osso. Fratura da cartilagem: 15% das fraturas em idade pediátrica são desse tipo, causada pela compressão ou pela lesão vascular na região metafiso-epifisaria. ● Esse tipo de lesão pode produzir encurtamentos, deformidades ou ambas. Lesões fisárias OU deslizamento fisário: (PROVA) ● Classificação de Salter-Harris das fraturas do disco epifisário (placa de crescimento): ○ Tipos I à IV: são separações fisárias; a placa de crescimento é separada da metáfise. ○ Tipo II: é a mais comum. ○ Tipo V: é a menos comum. Obs: lesões fisárias em MMII Pode causar perna em varo ou em valgo …..Complicações das fraturas…. Infecções: osteomielite. ● Osteomielite aguda: muita clínica e alterações laboratoriais, mas sem radiografia alterada ● Osteomielite crônica: sem clínica ou alterações laboratoriais, mas a radiografia está bem alterada. Victoria K. L. Cardoso Hemorragia - lesão vascular: ● Lesão nervosa: ○ Neuropraxia: recuperação total (100%). ○ Axoniotmese: recuperação incompleta. ○ Neurotmese: não recupera nada. Síndrome compartimental: ● Diminuição do compartimento. ● Aumento do conteúdo. ● Os 5 P’s para diagnóstico: ○ Pain. ○ Parsthesias. ○ Pallor. ○ Pulseless. ○ Paralyses. Outras: ● Necrose vascular. ● Distrofia simpático-reflexa. ● Embolia gordurosa. ● Flictenas. ● Pseudoartrose. ……...Lesões musculares……... Conceito: pode ocorrer por fatores causais extrínsecos ou intrínsecos. ● Fatores causais extrínsecos: ○ Contusão muscular: geralmente é causada por trauma direto provocando dor, inchaço e rigidez na região, sendo muito comum a lesão em atletas. ■ Grau I: estiramento. ■ Grau II: ruptura parcial. ■ Grau III: ruptura total. Obs: CUIDADO COM A SÍNDROME COMPARTIMENTAL → a pressão tecidual aumenta no espaço fascial fechado, rompendo o fornecimento vascular e reduzindo a perfusão do tecido; quando não tratada pode levar à rabdomiólise, hiperpotassemia e infecção. Também pode causar contraturas, déficits sensoriais e paralisia,além de colocar em risco a viabilidade (possivelmente exigindo amputação) e sobrevivência do membro. ● Fatores causais intrínsecos: ○ Lesões musculares sem roturas de fibras: ■ Câimbras: deficiência de íons de magnésio, cálcio e potássio; atividade física muito intensa e desidratação. ■ Contratura muscular: acontece quando o músculo faz a contração de maneira Victoria K. L. Cardoso incorreta e não retorna ao seu estado normal de relaxamento; podendo ser por resposta a uma sobrecarga de esforço sobre um músculo ou tendão. ■ Estiramento: rompimento de um músculo ou de tecido muscular que liga o músculo ao osso (tendão). ○ Lesões musculares com roturas de fibras: ■ Lesões parciais. ■ Lesões totais. Tratamento: gelo + repouso + alongamento + HIDRATAÇÃO. Dores musculares tardias (DMT’s): ● Micro lesões de fibras musculares. ● Atividade física intensa em musculatura flácida. Tratamento: gelo + repouso + alongamento + HIDRATAÇÃO. Tendinite: é uma inflamação com dor e inchaço do tendão, podendo ocorrer em qualquer tendão do corpo, mas é mais frequente nos ombros, cotovelos, punhos e joelho. ● Overuse. ● Diminuição do suprimento sanguíneo. ● Desbalanço muscular. ● Diminuição da elasticidade. ● Diminuição do arco de movimento.
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