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Cirurgia Veterinária - Neoplasias Cutâneas e Subcutâneas

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Roger F Gomes – pág. 1 
 
Neoplasias Cutâneas e Subcutâneas – Princípios Gerais 
 
São as neoplasias mais frequentes no cão e as 
segundas mais frequentes no gato. Correspondem a 20-
40% dos tumores cutâneos que são histologicamente 
malignos nos cães e de 50-60% nos gatos. A principal 
estratégica terapêutica é a cirurgia. É preciso ter as 
informações do tipo de tumor, o estádio e grau 
histológico. 
 
 A cirurgia pode ser diagnostica (biopsia) ou 
curativa (excisão completa), paliativa ou citoredutora. Em 
geral, a primeira cirurgia apresenta melhores 
probabilidades da excisão completa, por isso é importante 
um bom planejamento. 
 Excisão incompleta: 
o Não tem valor terapêutico, só valor 
diagnostico; 
o Recidiva da neoplasia dá-se em pouco 
tempo; 
o Periferia do tumor é metabolicamente 
mais ativa, com celular biologicamente 
mais agressivas, mais rica em tecido 
vascular do que o centro do tumor; 
o Margens cirúrgicas limas é o principal 
fator no controle do tumor; 
o Margens de segurança dependem do 
tipo histológico do tumor e do grau de 
diferenciação. 
 Margens de segurança na excisão: 
o Considerações anatômicas não são o 
primeiro determinante para a extensão 
das margens cirúrgicas; 
o Classificação: 
▪ Intracapsular ou citoredutora; 
▪ Marginal – excisão mesmo 
junto à capsula ou 
pseudocapsular – deixando 
células neoplásicas para trás; 
▪ Amplas – não se toca no 
tumor nem na capsula, tecido 
normal na periferia; 
▪ Radical – remoção de uma 
estrutura ou compartimento 
na sua totalidade. 
o Em 3 dimensões: 
▪ Biopsia VS PAAF; 
▪ Biopsia permite identificar 
histologicamente o tumor e o 
grau de diferenciação – valor 
preditivo no prognostico; 
▪ PAAF – permite diferenciar 
neoplasia de outras lesões em 
90% dos casos. 
 
 Biopsias incisionais; 
 Agulha trucut por vezes não permite amostras 
com dimensão suficiente; 
 Biopsias excisionais – quando é possível 
margens de segurança 
 
 
 
Princípios Cirúrgicos 
 Importante conhecimento de técnicas de 
reconstrução e de enxertos cutâneos; 
Roger F Gomes – pág. 2 
 
 Preferível excisão agressiva do tumor com 
cicatrização da ferida por 2ª intenção do que 
excisão marginal; 
 Não manipular o tumor diretamente – utilizar 
suturas de retenção ou pinças de allis; 
 Se o leito do tumor for penetrado mudar de 
instrumentos e luvas; 
 Lavagem regular da incisão cirúrgica ao longo da 
cirurgia; 
 Excisão em primeiro lugar das neoplasias 
benignas – se coexistência com neoplasia 
malignas; 
 Ligar as artérias nutrícias precocemente reduz a 
liberação de células para a corrente sanguínea; 
 Conservação do nódulo em formaldeído e envio 
para analise histopatológica; 
 Margens devem ser marcadas com tinta da 
china – se contaminadas; 
 Excisão da cicatriz – duas semanas depois – 
margem 2 a 3 cm; 
 Fatores que afetam a cicatrização da ferida 
cirúrgica: 
o Quimioterapia – iniciar 10 dias depois da 
cirurgia; 
o Radioterapia – 1 a 3 semanas após 
cirurgia; 
 Estadiamento do tumor: 
o Sistema TNM da OMS; 
o Avaliação do paciente; 
o Citologia e Histopatologia. 
 
 
 
 
Avaliação do Paciente 
 Anamnese: 
o Duração da lesão, velocidade de 
crescimento, prurido, edema e 
inflamação, alterações ao longo do 
tempo; 
 Exame clinico completo: 
o Parâmetros do tumor – dimensões em 
3 planos; 
o Localização anatômica; 
o Consistência; 
o Cor; 
o Adesão a planos tecidulares mais 
profundos; 
o Ulceração da pele; 
o Sinais de inflamação. 
 Extensão da lesão: 
o Grandes massas, limites mal definidos 
próxima de estruturas vitais, fixação a 
planos tecidulares mais profundos, 
resultados da citologia e histopatologia; 
o Condicionam escolha de exames 
imagiológicos; 
o TAC, ecografia, RM, Rx: 
 TAC torácico – mais sensível para a detecção 
de nódulos metastáticos comparados com Rx; 
o 1 m VS 7-9 mm. 
 PAAF de linfonodos locais: 
o Evidencia de metástase nos linfonodos 
locais é um indicador importante de 
metástases sistêmicas e apresenta um 
valor preditivo; 
 Linfadenectomia: 
o Reduz a taxa de metastização; 
o Reduz os sinais clínicos associados às 
síndromes paraneoplasicos e alivia os 
sinais clínicos relacionados a 
linfoadenomegalia. 
 
Em geral, as neoplasias cutâneas e subcutâneas 
quando benignas podem ser completamente excisadas 
com pequenas margens de segurança. Classificação: 
 Mesenquimatosas; 
 Tumores de células redondas; 
o Linfoma cutâneo, mastocitoma, 
histiocitoma, plasmocitoma; 
 Epiteliais. 
 
 
No cão, as mais comuns são: 
 Papiloma; 
Roger F Gomes – pág. 3 
 
 Carcinoma de células escamosas; 
 Adenomas das glândulas hepatoides; 
 Adenocarcinoma do saco anal; 
 Mastocitomas; 
 Neoplasias mamarias. 
 
No gato, as mais comuns são: 
 Fibrosarcoma vacinal; 
 Carcinoma de células escamosas; 
 Neoplasias mamarias; 
 Hiperplasia fibroadenomatosa. 
 
Carcinoma de Células Escamosas 
 Tumor maligno, da pele localmente invasivo; 
 Mais frequente em países tropicais e subtropicais; 
 Associado à exposição solar (UV); 
 Localizado em pele não pigmentada; 
 Fatores de risco são inflamação crônica, lesões 
térmicas como queimaduras; 
 Em cães, a localização mais frequente é no plano 
nasal, raiz ungueal, escroto, membros e anus; 
 Em gatos, pavilhão auricular, plano nasal e 
pálpebras; 
 Acontece mais em animais de pelagem clara. 
 Pode ser ulcerativo ou proliferativo; 
 Ulcerativo – crosta (estádio Tis) que evolui para 
ulcera; 
 Proliferativo – placa ou lesão em couve-flor; 
 Muito invasivos localmente, metastização tardia; 
 Melhores resultados no estádio Tis e T1; 
 Excisão cirúrgica tem melhores resultados; 
 Para além da cirurgia para estádios Tis e T1 
existem alternativas não cirúrgicas; 
 > ou = T2 a cirurgia é agressiva e é o melhor 
prognostico; 
 Criocirurgia em pequenas lesões superficiais; 
 Radioterapia; 
 Terapêutica fotodinâmica: sensibilizador local ou 
sistêmico; 
 Terapêutica imunomoduladora: imiquimod 
modificador da resposta imune, com efeitos 
antivirais e antitumorais; 
 Imiquimod 5% - creme aplicado durante 12 
semanas. 
 Cirurgia: 
o CCE – planectomia do plano nasal 
(nosectomy) pode ser necessário 
maxilectomia rostral; 
o Pálpebras – técnica de reconstrução da 
pálpebra inferior; 
o Pavilhão auricular – aurectomia; 
o Margens de 1 cm. 
 
Adenomas das Glândulas Hepatoides 
Perianais 
 PAAF; 
 Diagnóstico definitivo: 
o Adenoma VS adenocarcinoma: por 
biopsia pré-operatória de massas 
perianais (recomendado); se faz a 
ressecção marginal de um 
adenocarcinoma contamina uma grande 
área levando a uma recorrência do 
tumor que é mais difícil de tratar. 
 
Adenomas Perianais 
 São benignos; 
 Maioria dependentes de hormônios sexuais; 
 Crescimento estimulado por androgênios; 
 Machos inteiros são predispostos; 
o Pode ocorrer em fêmeas e machos 
castrados; 
o Gatos – nunca descrito; 
o Raças nórdicas predispostas; 
 Crescimento lento sem metastização; 
 90% são tratados com sucesso com 
orquiectomia e noduloctomia; 
 No caso de adenomas de grandes dimensões – 
orquiectomia primeiro para regressão da 
neoplasia – pode demorar meses. 
 Excisão com margens mínimas; 
 Lesões circunscritas com 0 de 1 a 2 cm; 
 Podem ser tratadas com criocirurgia ou laser de 
CO2; 
 
Adenocarcinomas Perianais 
 Menos frequentes; 
 Ocorrem em machos intactos e castrados e 
fêmeas; 
 Crescimento não depende de hormônios; 
 Crescimento mais rápido e fixo aos tecidos 
profundos; 
 Pode estar ulcerado; 
 Não responde à castração: 
Roger F Gomes – pág. 4 
 
o 15% dos pacientes apresentam 
metástase no momento do diagnostico; 
o Metastização ocorre nos linfonodos 
sublombares, pulmão, fígado, rins e 
osso; 
o Metástase distante são raras; 
 Margens circunscritas amplas – 3 cm: 
o Pode-se remover até 50% do esfíncter 
anal externo – perda transitória da 
continência fecal. 
 
Adenocarcinomados Sacos Anais 
 Igualmente frequente no macho e fêmea; 
 Metastização requente para linfonodos 
sublombares: 
o Linfoadenomegalia pode ser massiva 
causando obstrução do canal pélvico e 
obstipação; 
 Hipercalcemia – principal síndrome 
paraneoplasicos; 
 Estadiar – Rx torácico, TAC torácico e ecografia 
abdominal. 
 Fatores de prognósticos negativos: 
o Dimensão do tumor, presença de 
metástase, hipercalcemia; 
 Fatores de prognósticos positivos: 
o Excisão cirúrgica (mesmo que marginal) 
e linfadenectomia apresenta melhores 
tempos de sobrevivência. 
 
Fibrosarcomas 
 Fibrosarcoma felino associado a local de 
administração – Fibrosarcoma vacinal 
o Sarcomas associados a inflamação local 
ou trauma; 
o Associado a administração de vacinas 
inativadas da raiva e vírus da leucemia 
felina. No entanto, associado a outras 
vacinas multivalentes, administração de 
penicilinas de longa ação, administração 
de metiprednisolona e presença de 
suturas não absorvíveis. 
 Fibrosarcoma felino associado a local de aplicação 
o Comparado com outros sarcomas – 
apresentam um comportamento 
biológico de malignidade mais agressivo 
e um componente inflamatório; 
o Localização preferencial – tecido 
subcutâneo entre as escapulas (84%); 
o Recomendações atuais da task force 
sarcoma associado a vacinação: 
padronizar o local de administração das 
vacinas; raiva parte distal do membro 
torácico direito, FelV parte distal do 
TEM, multivalentes na zona do ombro 
direito. 
o Diagnostico: PAAF – presuntivo, biopsia 
– definitivo; 
o Fator de prognostico positivo: dimensão 
do tumor, margens cirúrgicas livres de a 
neoplasia; 
o Excisão cirúrgica: margens amplas de 4 
a 5 cm e um a dois planos fasciais 
profundamente ao tumor. 
o Excisão cirúrgica ampla, por vezes é 
necessário. 
o Pode ser feito osteotomia dos 
processos espinhosos, escapulectomia 
parcial (até 60%), ressecção da parede 
torácica ou parede abdominal e 
hemipelviectomia; 
o Associado ou não radioterapia; 
o Também pode ser feita imunoterapia 
com interleucina – 2 utilizando um vetor 
viral. 
o Prevenção e monitoração: 
▪ Avaliar o risco benéfico da 
utilização de determinadas 
vacinas (ex.: FelV em gatos 
indoors); 
▪ Remover nódulos nos locais de 
administração de vacinas com 
mais de 3 meses de duração; 
▪ > 2 cm O; 
▪ Seguir recomendações para os 
locais de administração das 
vacinas; 
▪ Reobservar todos os animais 
de 3 em 3 meses durante o 
primeiro ano. 
 
Tumores Mamários 
 Cadela – 5 pares de glândulas mamarias; 
 Gata – 4 pares de glândulas mamarias; 
 Cadela – M1 e M2 drenam para linfonodo axilar: 
o M3 e M4 podem drenar para o 
linfonodo axilar e linfonodo 
inguinofemoral; 
o M5 por vezes drena também para o 
linfonodo ilíaco médio. 
Roger F Gomes – pág. 5 
 
 Gata – M1 drena para o linfonodo axilar: 
o M2 drena para o linfonodo axilar e para 
o linfonodo inguinal; 
o M3 e M4 drenam para o linfonodo 
inguinal e a M3 também pode drenar 
para o linfonodo axilar. 
 Tumores mais comuns na cadela intacta – 53% 
malignos; 
 Influencia hormonal no desenvolvimento: 
o O fator de risco mais importante para o 
desenvolvimento de tumores mamários 
malignos – momento da esterilização 
cirúrgica; 
o Antes do primeiro cio – 0,5% 
prevalência de tumores mamários 
malignos; 
o Antes do 2º cio – prevalência de 8%; 
o Após o 2º e antes dos 2 anos de idade 
– prevalência de 26% 
 Na cadela: 
o Presença de receptores de estrogênio 
e progesterona em tecido mamário 
normal e 90% dos benignos. Correlação 
negativa entre a presença destes 
receptores e agressividade dos tumores 
maligno. 
o Subtipos histológicos: grande variedade 
(classificação da OMS), recorrência local 
e a metástase distante estreitamente 
relacionadas com o tipo de crescimento: 
▪ Intraductal; 
▪ Infiltrativo; 
▪ Invasivo (crescimento para o 
interior dos vasos). 
o Maioria de origem epitelial; 
o Sarcoma – minoria; 
o Simples – são compostos apenas de 
epitélio neoplásico; 
o Mistos: componentes epiteliais e 
mioepiteliais; ou com áreas de osso e 
cartilagem. 
o Carcinoma inflamatório mamário: 
▪ Forma especial de carcinoma 
inflamatório; 
▪ Progressão rápida, 
metastização elevada, 
presente em cadelas inteiras; 
▪ Consistência firme, edema 
extenso, eritema e dor, 
múltiplas glândulas afetadas; 
▪ Secundária ou primária: 
secundária segue-se à 
presença de um nódulo 
mamário de longa duração ou 
após mastectomia de nódulo 
mamário; 
▪ PAAF permite distinguir de 
outras afecções inflamatórias; 
▪ Rápida progressão clínica (5-30 
dias) e elevada taxa de 
metastização (pode chegar aos 
100%); 
▪ Altamente invasivo; 
▪ Não é uma afecção cirúrgica. 
▪ Tempo médio de 
sobrevivência (25 – 30 dias); 
▪ Melhora com piroxicam PO – 
185 dias. 
▪ Em geral, apresentam-se 
como nódulos simples ou 
múltiplos; 
▪ Sinais clínicos de malignidade; 
▪ Crescimento rápido; 
▪ Adesão a tecidos mais 
profundos; 
▪ Ulceração; 
▪ Crescimento invasivo e limites 
mal definidos; 
o Diagnostico: PAAF – sem utilidade. 
Citologia pode ter ausência de 
características de malignidade em 
neoplasias benignas. Regiões de 
neoplasia benigna e neoplasia maligna 
podem estar presentes no mesmo 
nódulo. 
o Estadiar; 
o Classificação OMS: realizar PAAF de 
linfonodos se apresentar linfadenopatia 
ou linfonodo palpável. 
o Atenção linfonodo ilíaco médio em 
cadelas com nódulos em M5 – ecografia 
abdominal. 
o Pulmões – metástases distantes – local 
mais frequente. Rx torácico – Lldto, 
LIesq, DV 
o Terapêutica de escolha: cirurgia. Não 
indicada no carcinoma inflamatório e em 
situações em que existe metástase 
distantes; 
o Tumores maiores que 0,5 – 1 cm ou 
mostrando evidência de invasão 
tecidular – margens de 2 a 3 cm; 
o Tumores > 3 cm e com metástases 
regionais. Necessitam de cirurgia radical 
com possível excisão de parte da 
Roger F Gomes – pág. 6 
 
parede abdominal e cirurgia 
reconstrutiva. 
o Avaliar sempre as margens do tecido 
(completo ou incompleto); 
o Investigação do tipo histológico – 
classificação do tumor e grau de 
invasibilidade; 
o Se as margens estiverem incompletas 
programar 2ª cirurgia; 
o OVH: 
▪ Não previne a formação de 
novo tumores malignos; 
▪ Regride tecido mamário – 
facilita o reconhecimento de 
novos tumores; 
▪ Previne a formação de 
tumores benignos. 
o Técnicas cirúrgicas: 
▪ Nodulectomia; 
▪ Mastectomia simples; 
▪ Mastectomia regional; 
▪ Mastectomia radical ou de 
cadeia. 
 
Nodulecotmia 
 É a excisão de cirúrgica de pequenos nódulos 
(<0,5 cm), conhecido como benignos, com uma 
pequena margem de tecido; 
 Não utilizar em tumores malignos; 
 
Mastectomia Simples 
 Envolve a remoção de uma glândula mamária; 
 Pode ser usado para tumores localizados no 
centro da glândula mamária mais ou menos fixos 
aos tecidos adjacentes; 
 Margens de 2 – 3 cm; 
 Fáscia e camada muscular deve ser incluída nas 
margens; 
 Glândulas M1 e M2, M4 e M5 são confluentes – 
mastectomia nem sempre é possível. 
 
Mastectomia Regional 
 Baseada na drenagem linfática e venosa 
conhecida; 
 Baseia-se na remoção em bloco das glândulas 
mamárias 1 a 3 – tumores localizados M1 e M2; 
 Remoção em bloco de M3 a M5 para tumores 
localizados em M4 e M5; 
 Inclui a linfadenectomia dos linfonodos regionais 
respectivos. 
 
Mastectomia Radical ou de Cadeia 
 A drenagem linfática da M3 para os linfonodos 
axilar e inguinal; 
 M4 também pode drenar para esses linfonodos: 
o Existência ocasional de comunicação 
linfática entre várias glândulas torna as 
metástases previsíveis; 
o Nódulos múltiplos, nódulos na M3, 
massas de grande dimensão com 
fixação aos tecidos subjacentes; 
o Mastectomia em bloco de M1 a M5; 
o Unilateral ou bilateral (intervalo de 4 a 6 
semanas); 
 
Fatores de Prognósticos de Tumores 
Mamários 
 Tipo histológico; 
 Grau de diferenciação e invasibilidade de tecidos; 
 Dimensões do tumor: > 5 cm; Duração do tumor: > 6 meses, maior risco de 
metástase no linfonodo, menor tempo de 
sobrevivência; 
 Presença de metástase no linfonodo é um m mau 
prognostico; 
 80% dos cães com metástase no linfonodo, 
apresentam recorrência do linfonodo; 
 
Tumores Mamários 
 Na gata: 
o A incidência de tumores mamários na 
gata é inferior a cadela; 
o 85% são histologicamente e 
biologicamente malignos; 
o Influencia hormonal; 
o Gatas esterilizadas dos 6 meses e do 
ano de idade apresentam 
respectivamente uma redução de 91% a 
86% de carcinoma mamário; 
o Uso prévio de progestágenos e 
estrogênios para supressa de cio 
Roger F Gomes – pág. 7 
 
aumenta consideravelmente o risco de 
neoplasias mamarias; 
o Apresentação: 
▪ Nódulos simples ou múltiplos; 
▪ Ulcerados (25%); 
▪ Crescimento invasivo e 
aderente aos tecidos 
musculares e pele; 
▪ 80% apresenta metástases no 
momento do diagnostico; 
▪ 80% são adenocarcinomas. 
o Diagnostico: 
▪ Histopatologia; 
▪ Biopsias pré-operatórias 
raramente indicadas – 85% 
dos tumores são malignos; 
▪ Estadiamento; 
▪ Sistema TNM – OMS; 
▪ Terapêutica: mastectomia 
radical da cadeira afetada: 
devido à natureza invasiva e a 
metastização precoce associar 
linfadenectomia do axilar e 
inguinal. Envolvimento bilateral 
– mastectomia bilateral radical 
– intervalo de 4 a 6 semanas. 
o Prognostico depende: 
▪ Dimensão do tumor: > 3 cm – 
tempo de sobrevivência médio 
de 4 meses; 
▪ Grau histológico; 
▪ Extensão da cirurgia: menos 
agressiva está associada a 
períodos mais curtos livres de 
doença e a tempos de 
sobrevivência mais curtos. 
 
Mastocitomas Cutâneos – cão: 
 21% de todos os tumores cutâneos; 
 Predisposição de algumas raças: 
o Boxer, bull terrier, buldogues inglês; 
o Retrievers; 
o Sharpeis e cocker spaniel; 
 Ocorrem na pele e subcutâneas; 
 Não encapsuladas; 
 Tronco + comum, membros, cabeça e pescoço; 
 Causa multifatorial; 
 Fatores genéticos prováveis; 
 Fator das células estaminais – estimulador 
importante da diferenciação dos mastócitos – 
liga-se ao receptor KIT – receptor da tirosina 
cinase – codificado pelo oncogene C – kit – 
mutações nesta gente são responsáveis pela 
neoplasia. 
 Apresentação: 
o Nódulo cutâneo ou subcutâneo isolado; 
o 25% podem ser múltiplos; 
o Apresentam-se sob várias formas 
dependendo do grau de diferenciação: 
▪ Crescimento lento, nódulo 
alopécico; 
▪ Crescimento rápido, nódulo 
ulcerado com sinais de 
inflamação. Edema, eritema e 
inflamação do tumor e tecidos 
adjacentes. 
o Sinais decorrentes da liberação da 
histamina; 
o Choque anafilático – tumores muito 
extensos; 
o Ulceração GI – vômitos, anorexia, 
diarreia, melena, anemia, dor abdominal; 
o Localmente pode ocorrer atraso na 
cicatrização das feridas cirúrgicas – 
ativação de enzimas proteolíticas e fator 
supressor dos fibroblastos. 
 Metastização – linfonodos, fígado e baço; 
 Diagnóstico: 
o PAAF diagnostica em 96% dos casos; 
o Estadiar; 
o PAAF dos linfonodos, fígado, baço e 
medula óssea; 
o Coloração diff-quick; 
 Cirurgia: 
o 3 cm de margem e pelo menos um 
plano fascial não invadido pelo tumor. 
o Usar bloqueadores dos receptores H1 e 
H2 quando existem sinais de 
degranulação dos mastócitos; 
o Grandes massas – citoredução com 
protocolo de prednisolona (reduz o 
tamanho em 20-75%) e vimblastina; 
o Localização do tumor: prepuciais e 
escrotais – biologicamente mais 
agressivos; 
o Intervalo livre da doença – 4,2 meses 
VS 33,9 meses; 
o Avaliar margens da excisão. 
Dermatite das Pregas Cutâneas ou Intertrigo 
 Resulta do contato friccional entre as pregas 
cutâneas e tecidos mucocutaneos; 
 Locais mais afetados: 
o Lábios; 
Roger F Gomes – pág. 8 
 
o Face; 
o Região perivulvar; 
o Base da cauda; 
 Congênitas no caso da cauda em saca rolhas: 
o Pregas faciais em raças braquicefalicas.; 
 Ou adquiridas da obesidade, processo inflamatório 
ou dermatoses; 
 Excessiva acumulação de secreção sebácea; 
 Sobrecrescimento bacteriano e fúngico 
(Malassezia spp.); 
 Fricção das pregas; 
 Sinais clínicos: 
o Prurido, exsudato, mau odor e eritema; 
 Manejo medico pode ser tentado: 
o Antissépticos tópicos, AB orais e perde 
de peso. 
 
Pioderma Interdigital 
 Trauma local crônico; 
 Fragmentos de pelos e detritos no espaço 
interdigital – resultam numa reação de corpo 
estranho e formação de fistulas infectadas com 
Staphylococcus spp.; 
 Raças mais afetadas: 
o Buldogue inglês, West Highland white 
terrier, Scottish terrier – raças 
predispostos; 
 Sinais clínicos – prurido, fistulas e postura 
plantígrada; 
 Causas predisponentes: 
o Atopia, hipersensibilidade alimentar, 
demodecose, dermatite por Malassezia. 
 Tratamento médico: 
o AB a longo prazo – 4 a 6 semanas; 
▪ Baseado em TSA; 
o Antissépticos locais – mupirocina; 
 Doenças persistente – excisão dos tecidos – 
prega interdigital: 
o Biopsiar tecidos – Histopatologia; 
o Lesões nodulares – e folículos 
adjacentes – excisão com laser de CO2. 
 
 
Neoplasia dos Dígitos/Amputação Digital 
 Indicações para amputação digital: 
o Neoplasias dos dígitos; 
o Osteomielite bacteriana ou fúngica das 
falanges; 
o Traumas severos com isquemia dos 
dedos; 
 Sinais clínicos: 
o Tumefação do dedo; 
o Inflamação, dor; 
o Unhas distróficas; 
o Queda da unha; 
o Nódulo; 
o Ulceração. 
 O nível de amputação deve ser o mais próxima 
possível; 
 Ao nível da articulação metacárpico-falângico ou 
metatarso-falângica; 
 Neoplasia dos dedos; 
 Mais frequente em pacientes geriátricos (10 – 12 
anos de idade); 
 Mais frequente em raças grandes e raça média. 
 Exemplos: 
o Carcinoma das células escamosas – mais 
frequente em cães de pelagem preta; 
o Melanomas; 
o Mastocitomas; 
o Chegam ao epitélio ungueal; 
 São agressivos; 
 Elevado potencial metastático: 
o Menos frequente nos osteosarcomas, 
outros sarcomas; 
 Diagnostico – biopsia, Rx dígitos – destruição 
óssea: 
o Estadiar. 
 Taxa de sobrevivência de 45 – 100% 1 após a 
cirurgia; 
 Em gatos acontece: 
o Neoplasias de um ou mais dedos; 
o Metástases de neoplasias pulmonares; 
o Carcinomas nos dígitos altamente 
agressivos. 
 Principais complicações: 
o Deiscência da sutura, infecção; 
o Amputação do dedo 3 e 4 pode resultar 
em claudicação residual. 
 
Higroma 
 Tumefação crônica de tecido que contem fluido 
seroso; 
 Resulta de trauma crônica sobre uma 
proeminência óssea; 
 Inicialmente estéreis podem infectar e tornar-se 
dolorosos; 
Roger F Gomes – pág. 9 
 
 Aspiração de conteúdos podem introduzir 
bactérias; 
 Inicialmente – pode modificar-se os fatores de 
risco: 
o Eliminar trauma repetido; 
o Camas almofadas; 
o Bandagens compressivas e ajustáveis do 
cotovelo; 
o Várias modelos. 
 Cirurgia deve ser evitada; 
 Indicações: 
o Cápsula fibrosa espessa; 
o Higroma infectado – necessita de AB de 
colocar drenos de penrose ou de 
coleção fechada; 
o Não aplicar drenos de penrose em 
higromas ulcerados. 
 Fazer várias incisões, roturar aderências, lavar 
cavidade e colocar vários drenos de penrose – 
suturá-los; 
 Aplicar um penso não aderente em forma de 
donut; 
 Alivia pressão, absorve fluidos de drenagem e 
previne trauma; 
 Mudar o penso diariamente; 
 Remover os drenos quando a drenagem de 
fluidos for mínima e o tecido fibroso aderir a 
superfície óssea (2 – 3 semanas); 
 Mudar penso até 1 semana após remoção dos 
drenos. 
 Excisão quando se forma tecido fibrótico, fistula 
ou infecção se desenvolve sem formação de 
uma cavidade com fluido; 
 Remover o calo protetor; 
 Necessita de dois enxertos bipediculados bilaterais 
para encerrar defeito ou de padrão axial; 
 Excisão de todos o tecido fibrótico, colocação de 
drenos e penso Robert-Jones; 
 Incisão e suturas colocadas lateralmente ou 
medialmente à proeminência óssea; 
 Alta prevalência de complicações – suturas em 
que existe deiscência podem não cicatrizar;Higroma do Cotovelo – mais frequente 
 Cavidade preenchida por fluido rodeada por 
tecido conjuntivo denso; 
 Aspecto lateral do cotovelo; 
 Frequente em cães jovens de raças grandes a 
gigantes; 
 Bilaterais, não dolorosas; 
 Animais que dormem em pisos duros; 
 Predisposição – animais magros e com pele fina. 
 
Fistulas Adquiridas ou Tractos Fistulosos 
 São ulceras tubulares cobertas de tecido de 
granulação; 
 Orifício na pele com uma abertura cutânea 
rodeada por tecido fibrótico; 
 Causas: 
o CE – Ex.: praganas; 
o Implantes cirúrgicos; 
o Perfurações de vísceras; 
o Esteatites e paniculites; 
o Infecção primária por Nocardia spp, 
Mycobacterium spp.; 
 Fistulas apresentam infecções secundarias por 
fungos e bactérias; 
 Dor, corrimento purulento e tumefação; 
 Pontos de comum entrada: 
o Espaço interdigital, narinas, conjuntiva, 
mucosa oral, canal auditivo. 
 Migram nos tecidos e causam abcessos; 
 Diagnostico: 
o CE radiopacos – Rx; 
o Ecografia – CE radioluscentes; 
o Definitivo – fistulografia com contraste 
positivo. 
 Tratamento: 
o Remoção cirúrgica pode ser através de 
dissecção incisional ou excisional; 
o Ou remoção do CE; 
o Incisional – injeção de azul de metileno 
a 1% com um cateter e abrir o trato 
fistuloso até a sua origem; 
o Excisional – incisão elíptica na abertura 
da fistula – colocar um cateter e dissecar 
em volta da fistula; 
o Identificação de CE – e extração – 
cicatrização por 2ª intenção. 
 
Abcessos e Feridas de Mordedura 
 Mordeduras podem provocar lacerações, feridas 
puntiformes, esmagamento de tecido e avulsão 
da pele; 
 Lesões múltiplas: 
o Pescoço; 
o Extremidades; 
o Abdômen; 
o Cabeça; 
Roger F Gomes – pág. 10 
 
o Períneo. 
 Feridas infectadas; 
 Tecido necrótico, isquemia de tecidos, 
acumulação de fluidos – ambiente ideal para 
proliferação de bactérias. 
 Ambiente tecidular – sinérgico para o 
crescimento de bactérias anaeróbias; 
 Flora bacteriana da cavidade bucal, pele e 
ambiente; 
 Normalmente são feridas infectadas; 
 Considerar flora mista; 
 Gram -, Gram + e anaeróbios; 
 AB – quinolonas + cefalosporinas + metronidazol; 
 Terapêutica: 
o Tricotomia ampla + lavagem + 
exploração das lacerações e punçoes – 
eliminar tecido necrótico e outros 
detritos; 
o Feridas com mais de 8 horas e com 
grande lesão tecidular – colocar penso 
seco – molhado e tratar como ferida 
aberta; 
o Após 3 – 5 dias de lavagem, AB e 
drenagem – encerrar de forma primaria 
tardia com ou sem dreno. 
o Feridas muito contaminadas e com 
muito tecido necrótico requerem penso 
e tratamento como ferida aberta 
durante mais tempo e possivelmente de 
forma secundária (após o aparecimento 
de tecido de granulação) ou por 2ª 
intenção; 
o O encerramento de feridas puntiformes, 
feridas infectadas e com trauma 
tecidular elevado conduz a abcesso; 
o Segue-se: tricotomia ampla, preparação 
antisseptica da pele, abertura da 
cavidade pela fistula ou por incisão 
independente, colheita de amostras para 
cultivo e TSA, lavagem e desbridamento 
de tecido necrótico (colocação de 
drenos ou deixar a ferida aberta + 
penso). 
 
 
 
Otohematoma 
 Acumulação de sangue no interior da cartilagem 
auricular; 
 Manifesta-se por tumefação flutuante na 
superfície concava da orelha na totalidade ou em 
parte; 
 Sacudidelas da cabeça fazem rotura da cartilagem 
e dos ramos da artéria auricular principal; 
 Secundaria a otite externa; 
 Menos frequente por trauma direto. 
 Inicialmente ocorre tumefação flutuante que se 
transforma tumefação dura devido à fibrose; 
 Tratamento médico: 
o Punção com agulha e drenagem – 
recidiva. 
 Tratamento cirúrgico: 
o O mais precoce possível; 
o Incisão na pele e remoção dos coágulos 
de fibrina e sanguíneos; 
o Fixação da pele à cartilagem enquanto 
a incisão cicatriza por 2ª intenção.

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