Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Roger F Gomes – pág. 1 Neoplasias Cutâneas e Subcutâneas – Princípios Gerais São as neoplasias mais frequentes no cão e as segundas mais frequentes no gato. Correspondem a 20- 40% dos tumores cutâneos que são histologicamente malignos nos cães e de 50-60% nos gatos. A principal estratégica terapêutica é a cirurgia. É preciso ter as informações do tipo de tumor, o estádio e grau histológico. A cirurgia pode ser diagnostica (biopsia) ou curativa (excisão completa), paliativa ou citoredutora. Em geral, a primeira cirurgia apresenta melhores probabilidades da excisão completa, por isso é importante um bom planejamento. Excisão incompleta: o Não tem valor terapêutico, só valor diagnostico; o Recidiva da neoplasia dá-se em pouco tempo; o Periferia do tumor é metabolicamente mais ativa, com celular biologicamente mais agressivas, mais rica em tecido vascular do que o centro do tumor; o Margens cirúrgicas limas é o principal fator no controle do tumor; o Margens de segurança dependem do tipo histológico do tumor e do grau de diferenciação. Margens de segurança na excisão: o Considerações anatômicas não são o primeiro determinante para a extensão das margens cirúrgicas; o Classificação: ▪ Intracapsular ou citoredutora; ▪ Marginal – excisão mesmo junto à capsula ou pseudocapsular – deixando células neoplásicas para trás; ▪ Amplas – não se toca no tumor nem na capsula, tecido normal na periferia; ▪ Radical – remoção de uma estrutura ou compartimento na sua totalidade. o Em 3 dimensões: ▪ Biopsia VS PAAF; ▪ Biopsia permite identificar histologicamente o tumor e o grau de diferenciação – valor preditivo no prognostico; ▪ PAAF – permite diferenciar neoplasia de outras lesões em 90% dos casos. Biopsias incisionais; Agulha trucut por vezes não permite amostras com dimensão suficiente; Biopsias excisionais – quando é possível margens de segurança Princípios Cirúrgicos Importante conhecimento de técnicas de reconstrução e de enxertos cutâneos; Roger F Gomes – pág. 2 Preferível excisão agressiva do tumor com cicatrização da ferida por 2ª intenção do que excisão marginal; Não manipular o tumor diretamente – utilizar suturas de retenção ou pinças de allis; Se o leito do tumor for penetrado mudar de instrumentos e luvas; Lavagem regular da incisão cirúrgica ao longo da cirurgia; Excisão em primeiro lugar das neoplasias benignas – se coexistência com neoplasia malignas; Ligar as artérias nutrícias precocemente reduz a liberação de células para a corrente sanguínea; Conservação do nódulo em formaldeído e envio para analise histopatológica; Margens devem ser marcadas com tinta da china – se contaminadas; Excisão da cicatriz – duas semanas depois – margem 2 a 3 cm; Fatores que afetam a cicatrização da ferida cirúrgica: o Quimioterapia – iniciar 10 dias depois da cirurgia; o Radioterapia – 1 a 3 semanas após cirurgia; Estadiamento do tumor: o Sistema TNM da OMS; o Avaliação do paciente; o Citologia e Histopatologia. Avaliação do Paciente Anamnese: o Duração da lesão, velocidade de crescimento, prurido, edema e inflamação, alterações ao longo do tempo; Exame clinico completo: o Parâmetros do tumor – dimensões em 3 planos; o Localização anatômica; o Consistência; o Cor; o Adesão a planos tecidulares mais profundos; o Ulceração da pele; o Sinais de inflamação. Extensão da lesão: o Grandes massas, limites mal definidos próxima de estruturas vitais, fixação a planos tecidulares mais profundos, resultados da citologia e histopatologia; o Condicionam escolha de exames imagiológicos; o TAC, ecografia, RM, Rx: TAC torácico – mais sensível para a detecção de nódulos metastáticos comparados com Rx; o 1 m VS 7-9 mm. PAAF de linfonodos locais: o Evidencia de metástase nos linfonodos locais é um indicador importante de metástases sistêmicas e apresenta um valor preditivo; Linfadenectomia: o Reduz a taxa de metastização; o Reduz os sinais clínicos associados às síndromes paraneoplasicos e alivia os sinais clínicos relacionados a linfoadenomegalia. Em geral, as neoplasias cutâneas e subcutâneas quando benignas podem ser completamente excisadas com pequenas margens de segurança. Classificação: Mesenquimatosas; Tumores de células redondas; o Linfoma cutâneo, mastocitoma, histiocitoma, plasmocitoma; Epiteliais. No cão, as mais comuns são: Papiloma; Roger F Gomes – pág. 3 Carcinoma de células escamosas; Adenomas das glândulas hepatoides; Adenocarcinoma do saco anal; Mastocitomas; Neoplasias mamarias. No gato, as mais comuns são: Fibrosarcoma vacinal; Carcinoma de células escamosas; Neoplasias mamarias; Hiperplasia fibroadenomatosa. Carcinoma de Células Escamosas Tumor maligno, da pele localmente invasivo; Mais frequente em países tropicais e subtropicais; Associado à exposição solar (UV); Localizado em pele não pigmentada; Fatores de risco são inflamação crônica, lesões térmicas como queimaduras; Em cães, a localização mais frequente é no plano nasal, raiz ungueal, escroto, membros e anus; Em gatos, pavilhão auricular, plano nasal e pálpebras; Acontece mais em animais de pelagem clara. Pode ser ulcerativo ou proliferativo; Ulcerativo – crosta (estádio Tis) que evolui para ulcera; Proliferativo – placa ou lesão em couve-flor; Muito invasivos localmente, metastização tardia; Melhores resultados no estádio Tis e T1; Excisão cirúrgica tem melhores resultados; Para além da cirurgia para estádios Tis e T1 existem alternativas não cirúrgicas; > ou = T2 a cirurgia é agressiva e é o melhor prognostico; Criocirurgia em pequenas lesões superficiais; Radioterapia; Terapêutica fotodinâmica: sensibilizador local ou sistêmico; Terapêutica imunomoduladora: imiquimod modificador da resposta imune, com efeitos antivirais e antitumorais; Imiquimod 5% - creme aplicado durante 12 semanas. Cirurgia: o CCE – planectomia do plano nasal (nosectomy) pode ser necessário maxilectomia rostral; o Pálpebras – técnica de reconstrução da pálpebra inferior; o Pavilhão auricular – aurectomia; o Margens de 1 cm. Adenomas das Glândulas Hepatoides Perianais PAAF; Diagnóstico definitivo: o Adenoma VS adenocarcinoma: por biopsia pré-operatória de massas perianais (recomendado); se faz a ressecção marginal de um adenocarcinoma contamina uma grande área levando a uma recorrência do tumor que é mais difícil de tratar. Adenomas Perianais São benignos; Maioria dependentes de hormônios sexuais; Crescimento estimulado por androgênios; Machos inteiros são predispostos; o Pode ocorrer em fêmeas e machos castrados; o Gatos – nunca descrito; o Raças nórdicas predispostas; Crescimento lento sem metastização; 90% são tratados com sucesso com orquiectomia e noduloctomia; No caso de adenomas de grandes dimensões – orquiectomia primeiro para regressão da neoplasia – pode demorar meses. Excisão com margens mínimas; Lesões circunscritas com 0 de 1 a 2 cm; Podem ser tratadas com criocirurgia ou laser de CO2; Adenocarcinomas Perianais Menos frequentes; Ocorrem em machos intactos e castrados e fêmeas; Crescimento não depende de hormônios; Crescimento mais rápido e fixo aos tecidos profundos; Pode estar ulcerado; Não responde à castração: Roger F Gomes – pág. 4 o 15% dos pacientes apresentam metástase no momento do diagnostico; o Metastização ocorre nos linfonodos sublombares, pulmão, fígado, rins e osso; o Metástase distante são raras; Margens circunscritas amplas – 3 cm: o Pode-se remover até 50% do esfíncter anal externo – perda transitória da continência fecal. Adenocarcinomados Sacos Anais Igualmente frequente no macho e fêmea; Metastização requente para linfonodos sublombares: o Linfoadenomegalia pode ser massiva causando obstrução do canal pélvico e obstipação; Hipercalcemia – principal síndrome paraneoplasicos; Estadiar – Rx torácico, TAC torácico e ecografia abdominal. Fatores de prognósticos negativos: o Dimensão do tumor, presença de metástase, hipercalcemia; Fatores de prognósticos positivos: o Excisão cirúrgica (mesmo que marginal) e linfadenectomia apresenta melhores tempos de sobrevivência. Fibrosarcomas Fibrosarcoma felino associado a local de administração – Fibrosarcoma vacinal o Sarcomas associados a inflamação local ou trauma; o Associado a administração de vacinas inativadas da raiva e vírus da leucemia felina. No entanto, associado a outras vacinas multivalentes, administração de penicilinas de longa ação, administração de metiprednisolona e presença de suturas não absorvíveis. Fibrosarcoma felino associado a local de aplicação o Comparado com outros sarcomas – apresentam um comportamento biológico de malignidade mais agressivo e um componente inflamatório; o Localização preferencial – tecido subcutâneo entre as escapulas (84%); o Recomendações atuais da task force sarcoma associado a vacinação: padronizar o local de administração das vacinas; raiva parte distal do membro torácico direito, FelV parte distal do TEM, multivalentes na zona do ombro direito. o Diagnostico: PAAF – presuntivo, biopsia – definitivo; o Fator de prognostico positivo: dimensão do tumor, margens cirúrgicas livres de a neoplasia; o Excisão cirúrgica: margens amplas de 4 a 5 cm e um a dois planos fasciais profundamente ao tumor. o Excisão cirúrgica ampla, por vezes é necessário. o Pode ser feito osteotomia dos processos espinhosos, escapulectomia parcial (até 60%), ressecção da parede torácica ou parede abdominal e hemipelviectomia; o Associado ou não radioterapia; o Também pode ser feita imunoterapia com interleucina – 2 utilizando um vetor viral. o Prevenção e monitoração: ▪ Avaliar o risco benéfico da utilização de determinadas vacinas (ex.: FelV em gatos indoors); ▪ Remover nódulos nos locais de administração de vacinas com mais de 3 meses de duração; ▪ > 2 cm O; ▪ Seguir recomendações para os locais de administração das vacinas; ▪ Reobservar todos os animais de 3 em 3 meses durante o primeiro ano. Tumores Mamários Cadela – 5 pares de glândulas mamarias; Gata – 4 pares de glândulas mamarias; Cadela – M1 e M2 drenam para linfonodo axilar: o M3 e M4 podem drenar para o linfonodo axilar e linfonodo inguinofemoral; o M5 por vezes drena também para o linfonodo ilíaco médio. Roger F Gomes – pág. 5 Gata – M1 drena para o linfonodo axilar: o M2 drena para o linfonodo axilar e para o linfonodo inguinal; o M3 e M4 drenam para o linfonodo inguinal e a M3 também pode drenar para o linfonodo axilar. Tumores mais comuns na cadela intacta – 53% malignos; Influencia hormonal no desenvolvimento: o O fator de risco mais importante para o desenvolvimento de tumores mamários malignos – momento da esterilização cirúrgica; o Antes do primeiro cio – 0,5% prevalência de tumores mamários malignos; o Antes do 2º cio – prevalência de 8%; o Após o 2º e antes dos 2 anos de idade – prevalência de 26% Na cadela: o Presença de receptores de estrogênio e progesterona em tecido mamário normal e 90% dos benignos. Correlação negativa entre a presença destes receptores e agressividade dos tumores maligno. o Subtipos histológicos: grande variedade (classificação da OMS), recorrência local e a metástase distante estreitamente relacionadas com o tipo de crescimento: ▪ Intraductal; ▪ Infiltrativo; ▪ Invasivo (crescimento para o interior dos vasos). o Maioria de origem epitelial; o Sarcoma – minoria; o Simples – são compostos apenas de epitélio neoplásico; o Mistos: componentes epiteliais e mioepiteliais; ou com áreas de osso e cartilagem. o Carcinoma inflamatório mamário: ▪ Forma especial de carcinoma inflamatório; ▪ Progressão rápida, metastização elevada, presente em cadelas inteiras; ▪ Consistência firme, edema extenso, eritema e dor, múltiplas glândulas afetadas; ▪ Secundária ou primária: secundária segue-se à presença de um nódulo mamário de longa duração ou após mastectomia de nódulo mamário; ▪ PAAF permite distinguir de outras afecções inflamatórias; ▪ Rápida progressão clínica (5-30 dias) e elevada taxa de metastização (pode chegar aos 100%); ▪ Altamente invasivo; ▪ Não é uma afecção cirúrgica. ▪ Tempo médio de sobrevivência (25 – 30 dias); ▪ Melhora com piroxicam PO – 185 dias. ▪ Em geral, apresentam-se como nódulos simples ou múltiplos; ▪ Sinais clínicos de malignidade; ▪ Crescimento rápido; ▪ Adesão a tecidos mais profundos; ▪ Ulceração; ▪ Crescimento invasivo e limites mal definidos; o Diagnostico: PAAF – sem utilidade. Citologia pode ter ausência de características de malignidade em neoplasias benignas. Regiões de neoplasia benigna e neoplasia maligna podem estar presentes no mesmo nódulo. o Estadiar; o Classificação OMS: realizar PAAF de linfonodos se apresentar linfadenopatia ou linfonodo palpável. o Atenção linfonodo ilíaco médio em cadelas com nódulos em M5 – ecografia abdominal. o Pulmões – metástases distantes – local mais frequente. Rx torácico – Lldto, LIesq, DV o Terapêutica de escolha: cirurgia. Não indicada no carcinoma inflamatório e em situações em que existe metástase distantes; o Tumores maiores que 0,5 – 1 cm ou mostrando evidência de invasão tecidular – margens de 2 a 3 cm; o Tumores > 3 cm e com metástases regionais. Necessitam de cirurgia radical com possível excisão de parte da Roger F Gomes – pág. 6 parede abdominal e cirurgia reconstrutiva. o Avaliar sempre as margens do tecido (completo ou incompleto); o Investigação do tipo histológico – classificação do tumor e grau de invasibilidade; o Se as margens estiverem incompletas programar 2ª cirurgia; o OVH: ▪ Não previne a formação de novo tumores malignos; ▪ Regride tecido mamário – facilita o reconhecimento de novos tumores; ▪ Previne a formação de tumores benignos. o Técnicas cirúrgicas: ▪ Nodulectomia; ▪ Mastectomia simples; ▪ Mastectomia regional; ▪ Mastectomia radical ou de cadeia. Nodulecotmia É a excisão de cirúrgica de pequenos nódulos (<0,5 cm), conhecido como benignos, com uma pequena margem de tecido; Não utilizar em tumores malignos; Mastectomia Simples Envolve a remoção de uma glândula mamária; Pode ser usado para tumores localizados no centro da glândula mamária mais ou menos fixos aos tecidos adjacentes; Margens de 2 – 3 cm; Fáscia e camada muscular deve ser incluída nas margens; Glândulas M1 e M2, M4 e M5 são confluentes – mastectomia nem sempre é possível. Mastectomia Regional Baseada na drenagem linfática e venosa conhecida; Baseia-se na remoção em bloco das glândulas mamárias 1 a 3 – tumores localizados M1 e M2; Remoção em bloco de M3 a M5 para tumores localizados em M4 e M5; Inclui a linfadenectomia dos linfonodos regionais respectivos. Mastectomia Radical ou de Cadeia A drenagem linfática da M3 para os linfonodos axilar e inguinal; M4 também pode drenar para esses linfonodos: o Existência ocasional de comunicação linfática entre várias glândulas torna as metástases previsíveis; o Nódulos múltiplos, nódulos na M3, massas de grande dimensão com fixação aos tecidos subjacentes; o Mastectomia em bloco de M1 a M5; o Unilateral ou bilateral (intervalo de 4 a 6 semanas); Fatores de Prognósticos de Tumores Mamários Tipo histológico; Grau de diferenciação e invasibilidade de tecidos; Dimensões do tumor: > 5 cm; Duração do tumor: > 6 meses, maior risco de metástase no linfonodo, menor tempo de sobrevivência; Presença de metástase no linfonodo é um m mau prognostico; 80% dos cães com metástase no linfonodo, apresentam recorrência do linfonodo; Tumores Mamários Na gata: o A incidência de tumores mamários na gata é inferior a cadela; o 85% são histologicamente e biologicamente malignos; o Influencia hormonal; o Gatas esterilizadas dos 6 meses e do ano de idade apresentam respectivamente uma redução de 91% a 86% de carcinoma mamário; o Uso prévio de progestágenos e estrogênios para supressa de cio Roger F Gomes – pág. 7 aumenta consideravelmente o risco de neoplasias mamarias; o Apresentação: ▪ Nódulos simples ou múltiplos; ▪ Ulcerados (25%); ▪ Crescimento invasivo e aderente aos tecidos musculares e pele; ▪ 80% apresenta metástases no momento do diagnostico; ▪ 80% são adenocarcinomas. o Diagnostico: ▪ Histopatologia; ▪ Biopsias pré-operatórias raramente indicadas – 85% dos tumores são malignos; ▪ Estadiamento; ▪ Sistema TNM – OMS; ▪ Terapêutica: mastectomia radical da cadeira afetada: devido à natureza invasiva e a metastização precoce associar linfadenectomia do axilar e inguinal. Envolvimento bilateral – mastectomia bilateral radical – intervalo de 4 a 6 semanas. o Prognostico depende: ▪ Dimensão do tumor: > 3 cm – tempo de sobrevivência médio de 4 meses; ▪ Grau histológico; ▪ Extensão da cirurgia: menos agressiva está associada a períodos mais curtos livres de doença e a tempos de sobrevivência mais curtos. Mastocitomas Cutâneos – cão: 21% de todos os tumores cutâneos; Predisposição de algumas raças: o Boxer, bull terrier, buldogues inglês; o Retrievers; o Sharpeis e cocker spaniel; Ocorrem na pele e subcutâneas; Não encapsuladas; Tronco + comum, membros, cabeça e pescoço; Causa multifatorial; Fatores genéticos prováveis; Fator das células estaminais – estimulador importante da diferenciação dos mastócitos – liga-se ao receptor KIT – receptor da tirosina cinase – codificado pelo oncogene C – kit – mutações nesta gente são responsáveis pela neoplasia. Apresentação: o Nódulo cutâneo ou subcutâneo isolado; o 25% podem ser múltiplos; o Apresentam-se sob várias formas dependendo do grau de diferenciação: ▪ Crescimento lento, nódulo alopécico; ▪ Crescimento rápido, nódulo ulcerado com sinais de inflamação. Edema, eritema e inflamação do tumor e tecidos adjacentes. o Sinais decorrentes da liberação da histamina; o Choque anafilático – tumores muito extensos; o Ulceração GI – vômitos, anorexia, diarreia, melena, anemia, dor abdominal; o Localmente pode ocorrer atraso na cicatrização das feridas cirúrgicas – ativação de enzimas proteolíticas e fator supressor dos fibroblastos. Metastização – linfonodos, fígado e baço; Diagnóstico: o PAAF diagnostica em 96% dos casos; o Estadiar; o PAAF dos linfonodos, fígado, baço e medula óssea; o Coloração diff-quick; Cirurgia: o 3 cm de margem e pelo menos um plano fascial não invadido pelo tumor. o Usar bloqueadores dos receptores H1 e H2 quando existem sinais de degranulação dos mastócitos; o Grandes massas – citoredução com protocolo de prednisolona (reduz o tamanho em 20-75%) e vimblastina; o Localização do tumor: prepuciais e escrotais – biologicamente mais agressivos; o Intervalo livre da doença – 4,2 meses VS 33,9 meses; o Avaliar margens da excisão. Dermatite das Pregas Cutâneas ou Intertrigo Resulta do contato friccional entre as pregas cutâneas e tecidos mucocutaneos; Locais mais afetados: o Lábios; Roger F Gomes – pág. 8 o Face; o Região perivulvar; o Base da cauda; Congênitas no caso da cauda em saca rolhas: o Pregas faciais em raças braquicefalicas.; Ou adquiridas da obesidade, processo inflamatório ou dermatoses; Excessiva acumulação de secreção sebácea; Sobrecrescimento bacteriano e fúngico (Malassezia spp.); Fricção das pregas; Sinais clínicos: o Prurido, exsudato, mau odor e eritema; Manejo medico pode ser tentado: o Antissépticos tópicos, AB orais e perde de peso. Pioderma Interdigital Trauma local crônico; Fragmentos de pelos e detritos no espaço interdigital – resultam numa reação de corpo estranho e formação de fistulas infectadas com Staphylococcus spp.; Raças mais afetadas: o Buldogue inglês, West Highland white terrier, Scottish terrier – raças predispostos; Sinais clínicos – prurido, fistulas e postura plantígrada; Causas predisponentes: o Atopia, hipersensibilidade alimentar, demodecose, dermatite por Malassezia. Tratamento médico: o AB a longo prazo – 4 a 6 semanas; ▪ Baseado em TSA; o Antissépticos locais – mupirocina; Doenças persistente – excisão dos tecidos – prega interdigital: o Biopsiar tecidos – Histopatologia; o Lesões nodulares – e folículos adjacentes – excisão com laser de CO2. Neoplasia dos Dígitos/Amputação Digital Indicações para amputação digital: o Neoplasias dos dígitos; o Osteomielite bacteriana ou fúngica das falanges; o Traumas severos com isquemia dos dedos; Sinais clínicos: o Tumefação do dedo; o Inflamação, dor; o Unhas distróficas; o Queda da unha; o Nódulo; o Ulceração. O nível de amputação deve ser o mais próxima possível; Ao nível da articulação metacárpico-falângico ou metatarso-falângica; Neoplasia dos dedos; Mais frequente em pacientes geriátricos (10 – 12 anos de idade); Mais frequente em raças grandes e raça média. Exemplos: o Carcinoma das células escamosas – mais frequente em cães de pelagem preta; o Melanomas; o Mastocitomas; o Chegam ao epitélio ungueal; São agressivos; Elevado potencial metastático: o Menos frequente nos osteosarcomas, outros sarcomas; Diagnostico – biopsia, Rx dígitos – destruição óssea: o Estadiar. Taxa de sobrevivência de 45 – 100% 1 após a cirurgia; Em gatos acontece: o Neoplasias de um ou mais dedos; o Metástases de neoplasias pulmonares; o Carcinomas nos dígitos altamente agressivos. Principais complicações: o Deiscência da sutura, infecção; o Amputação do dedo 3 e 4 pode resultar em claudicação residual. Higroma Tumefação crônica de tecido que contem fluido seroso; Resulta de trauma crônica sobre uma proeminência óssea; Inicialmente estéreis podem infectar e tornar-se dolorosos; Roger F Gomes – pág. 9 Aspiração de conteúdos podem introduzir bactérias; Inicialmente – pode modificar-se os fatores de risco: o Eliminar trauma repetido; o Camas almofadas; o Bandagens compressivas e ajustáveis do cotovelo; o Várias modelos. Cirurgia deve ser evitada; Indicações: o Cápsula fibrosa espessa; o Higroma infectado – necessita de AB de colocar drenos de penrose ou de coleção fechada; o Não aplicar drenos de penrose em higromas ulcerados. Fazer várias incisões, roturar aderências, lavar cavidade e colocar vários drenos de penrose – suturá-los; Aplicar um penso não aderente em forma de donut; Alivia pressão, absorve fluidos de drenagem e previne trauma; Mudar o penso diariamente; Remover os drenos quando a drenagem de fluidos for mínima e o tecido fibroso aderir a superfície óssea (2 – 3 semanas); Mudar penso até 1 semana após remoção dos drenos. Excisão quando se forma tecido fibrótico, fistula ou infecção se desenvolve sem formação de uma cavidade com fluido; Remover o calo protetor; Necessita de dois enxertos bipediculados bilaterais para encerrar defeito ou de padrão axial; Excisão de todos o tecido fibrótico, colocação de drenos e penso Robert-Jones; Incisão e suturas colocadas lateralmente ou medialmente à proeminência óssea; Alta prevalência de complicações – suturas em que existe deiscência podem não cicatrizar;Higroma do Cotovelo – mais frequente Cavidade preenchida por fluido rodeada por tecido conjuntivo denso; Aspecto lateral do cotovelo; Frequente em cães jovens de raças grandes a gigantes; Bilaterais, não dolorosas; Animais que dormem em pisos duros; Predisposição – animais magros e com pele fina. Fistulas Adquiridas ou Tractos Fistulosos São ulceras tubulares cobertas de tecido de granulação; Orifício na pele com uma abertura cutânea rodeada por tecido fibrótico; Causas: o CE – Ex.: praganas; o Implantes cirúrgicos; o Perfurações de vísceras; o Esteatites e paniculites; o Infecção primária por Nocardia spp, Mycobacterium spp.; Fistulas apresentam infecções secundarias por fungos e bactérias; Dor, corrimento purulento e tumefação; Pontos de comum entrada: o Espaço interdigital, narinas, conjuntiva, mucosa oral, canal auditivo. Migram nos tecidos e causam abcessos; Diagnostico: o CE radiopacos – Rx; o Ecografia – CE radioluscentes; o Definitivo – fistulografia com contraste positivo. Tratamento: o Remoção cirúrgica pode ser através de dissecção incisional ou excisional; o Ou remoção do CE; o Incisional – injeção de azul de metileno a 1% com um cateter e abrir o trato fistuloso até a sua origem; o Excisional – incisão elíptica na abertura da fistula – colocar um cateter e dissecar em volta da fistula; o Identificação de CE – e extração – cicatrização por 2ª intenção. Abcessos e Feridas de Mordedura Mordeduras podem provocar lacerações, feridas puntiformes, esmagamento de tecido e avulsão da pele; Lesões múltiplas: o Pescoço; o Extremidades; o Abdômen; o Cabeça; Roger F Gomes – pág. 10 o Períneo. Feridas infectadas; Tecido necrótico, isquemia de tecidos, acumulação de fluidos – ambiente ideal para proliferação de bactérias. Ambiente tecidular – sinérgico para o crescimento de bactérias anaeróbias; Flora bacteriana da cavidade bucal, pele e ambiente; Normalmente são feridas infectadas; Considerar flora mista; Gram -, Gram + e anaeróbios; AB – quinolonas + cefalosporinas + metronidazol; Terapêutica: o Tricotomia ampla + lavagem + exploração das lacerações e punçoes – eliminar tecido necrótico e outros detritos; o Feridas com mais de 8 horas e com grande lesão tecidular – colocar penso seco – molhado e tratar como ferida aberta; o Após 3 – 5 dias de lavagem, AB e drenagem – encerrar de forma primaria tardia com ou sem dreno. o Feridas muito contaminadas e com muito tecido necrótico requerem penso e tratamento como ferida aberta durante mais tempo e possivelmente de forma secundária (após o aparecimento de tecido de granulação) ou por 2ª intenção; o O encerramento de feridas puntiformes, feridas infectadas e com trauma tecidular elevado conduz a abcesso; o Segue-se: tricotomia ampla, preparação antisseptica da pele, abertura da cavidade pela fistula ou por incisão independente, colheita de amostras para cultivo e TSA, lavagem e desbridamento de tecido necrótico (colocação de drenos ou deixar a ferida aberta + penso). Otohematoma Acumulação de sangue no interior da cartilagem auricular; Manifesta-se por tumefação flutuante na superfície concava da orelha na totalidade ou em parte; Sacudidelas da cabeça fazem rotura da cartilagem e dos ramos da artéria auricular principal; Secundaria a otite externa; Menos frequente por trauma direto. Inicialmente ocorre tumefação flutuante que se transforma tumefação dura devido à fibrose; Tratamento médico: o Punção com agulha e drenagem – recidiva. Tratamento cirúrgico: o O mais precoce possível; o Incisão na pele e remoção dos coágulos de fibrina e sanguíneos; o Fixação da pele à cartilagem enquanto a incisão cicatriza por 2ª intenção.
Compartilhar