Buscar

Mecanismos de Neurotransmissão

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Mecanismo de Neurotransmissão 
1) Explicar os mecanismos de transmissão neuronal (sinapses químicas e elétricas, o 
que são e como atuam os neurotransmissores). 
O Tecido nervoso caracteriza-se pela capacidade de suas células comunicarem-se 
entre si, processando e transmitindo informação a longa distância. Essa propriedade 
é possível graças à existência de dois mecanismos de sinalização: a condução 
axônica e a transmissão sináptica. 
 
o A sinapse é o ponto de contato entre os neurônios; 
o As sinapses determinar as direções em que os sinais nervosos vão se distribuir 
pelo SN; 
o As sinapses executam a ação seletiva, bloqueando os sinais fracos e 
permitindo que os sinais fortes passem; 
o As sinapses são controladas por sinais FACILITADORES e INIBITÓRIOS vindo de 
diferentes partes do SN → Isso faz com que os neurônios transmitam o sinal 
para o neurônio seguinte de forma mais fácil ou com dificuldades; 
o Alguns neurônios pós-sinápticos respondem também com grandes números 
de impulsos enquanto outros respondem com apenas alguns impulsos; 
o As sinapses a medida em que podem bloquear um sinal fraco, também pode 
amplifica-lo e transmitir esses sinais para várias direções do sistema nervoso. 
 
As sinapses são responsáveis pelo armazenamento de informações (memória): 
o Um estimulo sensorial provoca ao mesmo tempo, uma resposta imediata e 
também um armazenamento desse estimulo 
o O estimulo armazenado servirá para mais tarde moldar atividades cognitivas 
e motoras 
o Esse armazenamento de informações ocorre devido a SINAPSE 
o Cada vez em que a mesma informação é repetida, a mesma sequencia de 
sinapse é feita e cada vez mais esse processo fica facilitado 
o Uma vez que ocorre esses armazenamento, essas informações se tornam 
parte do “mecanismo de processamento do cérebro” e será usada 
futuramente na forma de PENSAMENTOS: Processo cognitivo que vai 
comparar as novas experiencias sensoriais com as informações armazenadas 
 
Sinapses do Sistema Nervoso Central 
o As informações são transmitidas pelo sistema nervoso por meio de potenciais 
de ação denominados impulsos nervosos; 
o Esses impulsos nervosos são propagados por sucessão de neurônios. 
 
Funções sinápticas dos neurônios: 
o Ser bloqueado, na sua transmissão de um neurônio para outro; 
o Pode ser transformado de impulso único para impulsos repetitivos; 
o Pode ser integrado a impulsos vindos de outros neurônios, para gerar 
padrões de impulsos muito complexos em neurônios sucessivos. 
 
 
As sinapses podem ser elétricas ou químicas: 
1) Sinapses Elétricas: 
o A corrente elétrica (iônica) flui diretamente do terminal pré-sináptico para o 
pós-sináptico através de canais de baixa resistência que unem as duas células 
na região de contato sináptico (junção GAP). 
o São encontradas no coração (discos intercalares), no músculo liso (útero) e 
no sistema nervoso (dendritos). 
o Por serem praticamente insensíveis à ação das drogas são refratárias à 
manipulação farmacológica, não sendo alvo de maior interesse terapêutico. 
o Possuem transmissão bidirecional, e por isso podem colaborar na 
coordenação das atividades de grandes grupos de neurônios 
interconectados: elas são úteis para detectar coincidência de 
despolarizações simultâneas dentro de um grupo de neurônios 
interconectados, permite aumentar a sensibilidade neural e também 
promover um disparo sincronizado de um grupo de neurônios 
interconectados. 
 
2) Sinapses Químicas: 
o Se dá por meio de neurotransmissores; 
o Esses neurotransmissores se ligam a proteínas de membrana dos neurônios 
pós-sinápticos e podem causas efeito excitatório, inibitório ou modificar o 
modo de sensibilidade da célula. 
o As sinapses químicas possuem transmissão unidirecional: essa característica é 
importante porque faz com que os impulsos cheguem a alvos específicos. É a 
partir desse princípio da condução unidirecional das sinapses químicas que o 
sistema nervoso consegue executar suas funções motoras, sensitivas, de 
memorização e outras. 
o Os neurônios pré e pós-sinápticos não entram em contato, estando separados 
por uma fenda sináptica com distância entre 20 e 20 nm. O transmissor 
químico liberado pelo elemento pré-sináptico tem de se difundir pelo líquido 
extracelular da fenda até alcançar a membrana pós-sináptica e interagir 
com seus receptores farmacológicos para dar início à resposta pós-sináptica 
o Apesar da transmissão química ser um processo mais lento que a eletrônica, 
apresenta a vantagem do sinal pré-sináptico poder ser amplificado, 
permitindo que pequenos terminais pré possam ativar grandes neurônios pós-
sinápticos. Dois tipos de mensageiros químicos são encontrados nos terminais 
pré-sinápticos: 
 Neurotransmissor: substância química que ao interagir com seu 
receptor determina o aparecimento de uma potencial pós-sináptico 
excitatório rápido ou inibitório. 
 Neuromodulador: substância química que ao interagir com seu 
receptor altera a liberação de um neurotransmissor ou altera a 
excitabilidade pós-sináptica facilitando ou dificultando a ativação do 
elemento pós-sináptico pelo neurotransmissor. Enquanto os 
neurotransmissores são moléculas de pequeno tamanho e peso 
molecular, em geral aminas ou aminoácidos, ou neuromoduladores são 
em sua maioria peptídeos. 
o No cérebro, a maior parte são sinapses químicas, mas podem existir os dois 
tipos em alguns neurônios; 
 
Anatomia fisiológica da Sinapse: 
 
 
o No final do axônio do neurônio pré-sináptico existem os terminais pré-
sinápticos que serão responsáveis pela liberação dos neurotransmissores. 
o Esses terminais terminam na superfície do neurônio pós-sinaptico nas regiões 
do corpo celular (5%-20% dos terminais) e em maios parte dos dendritos. 
o Os neurônios motores se diferem dos neurônios encontrados de outras partes 
do sistema nervoso como o encéfalo e a medula em: tamanho do corpo 
celular; tamanho, número e comprimento de dendritos. Essas diferenças 
fazem os neurônios de diversas partes do SN reagirem de modo diferente aos 
sinais sinápticos aferentes, e por isso executam funções distintas. 
Terminais pré-sinápticos: 
o Os dois neurônios ficam separados por uma área denominada FENDA 
SINAPTICA, formada por um espaço entre os TERMINAIS PRÉSINAPTICOS e 
NEURONIO PÓS-SINAPTICOS; 
o No terminal sináptico os principais elementos serão as VESICULAS que 
carrearam os NEUROTRANSMISSORES e as mitocôndrias que são necessárias 
para fornecer a energia para síntese de novas vesículas 
o Quando há o estimulo do neurônio, a vesícula se adere a membrana do 
terminal pré-sináptico e libera o neurotransmissor na fenda sináptica 
o Os neurotransmissores vão se ligar a receptores na membrana pós-
sinápticas e causar alterações de permeabilidade da membrana 
o As alterações de permeabilidade da membrana vão depender do tipo de 
neurotransmissor, no caso se ele é EXCITATÓRIO ou INIBITÓRIO → A 
membrana pós-sináptica possui os RECEPTORES EXCITATÓRIOS e INIBITÓRIOS 
que vão se ligar a esses neurotransmissores 
o Dependendo do tipo de neurotransmissor liberado, a sinapse vai ESTIMULAR 
ou INIBIR o neurônio pós-sináptico 
 
 
Receptores pós-sinápticos: 
o Os receptores pré-sinápticos eles podem ser receptores IÔNICOS 
(RECEPTORES IONOTRÓPICOS) e os receptores de segundos mensageiros 
(RECEPTORES METABOTRÓPICOS) 
o O neurotransmissor se liga a parte extracelular desse receptor, ativando-o 
e provocando mudanças nas células 
o A ativação desses receptores controla a abertura de canais iônicos na 
célula, por duas principais formas: 
- Controle direto dos canais iônicos, permitindo a passagem de íons 
específicos através da membrana; 
- Ativação de segundo mensageiro, que possui uma parte intracelular a 
qual promoverá a ativação de uma ou mais substâncias no interior do 
neurônio pós-sináptico. 
 
Canais Iônicos: 
Podem ser canais de sódio (CANAIS CATIÔNICOS +), ou canais decloreto 
(CANAIS ANIÔNICOS -) e outros íons → Os canais catiônicos quando ativos, 
permitirão a entrada de íons SÓDIO e o neurotransmissor que o abriu é 
denominado EXCITATÓRIO, enquanto os neurotransmissores que permitem a 
passagem dos ânions pela ativação dos canais aniônicos, são denominados 
INIBITÓRIOS – Esses canais abrem em milissegundos, e se fecham também muito 
rápido quando os neurotransmissores não estão mais ligados a eles 
 
Receptores Metabotrópicos: 
Quando ativados produzem mudanças prolongadas dos neurônios, com a 
duração de segundos a meses mesmo após a dissipação dos neurotransmissores 
→ Os casos de excitação ou inibição neuronal pós-sinápticas prolongadas é 
realizada por meio da ativação dos segundos mensagens, isso acontece por 
exemplo no processo da memória → Os canais iônico não são capazes de 
causar essas mudanças prolongadas pois os efeitos dos neurotransmissores só 
presenciados enquanto estiverem ligado aos receptores 
 
 
 
Receptores Excitatório e Inibitórios: 
o Excitação: 
- Abertura dos canais de sódio: Permitem o influxo de sódio (aumento da 
carga) para a célula, aumentando o potencial de membrana intracelular 
em direção a um potencial mais positivo, desencadeando um potencial 
de ação 
- Condução reduzida pelos canais de cloreto e/ou potássio: Esse evento 
diminui a difusão de íons cloreto para dentro da célula (menos carga 
negativa entrando), ou evite que íons potássio saia para fora da célula 
(concentração de mais carga positiva na célula) → Isso faz com que o 
potencial interno de membrana fique mais positivo do que o normal, 
configurando portanto um efeito EXCITATÓRIO 
- Alterações no metabolismo do neurônio pós-sináptico: Aumenta a 
atividade celular, aumenta o número de receptores de membrana 
excitatórios ou diminuem a quantidade de receptores de membrana 
inibitórios 
 
o Inibição: 
- Abertura dos canais de cloreto na membrana pós-sináptica: Permite 
entrada de cloreto para dentro da célula (carga negativa), fazendo com 
que a membrana celular interna fique mais negativa e, portanto, tenha 
um caráter inibitório 
- Aumento na condutância de íons potássio: Abertura dos canais de 
potássio, aumentam a permeabilidade da membrana fazendo com que 
os íons potássio efluam para o meio extracelular, diminuindo a carga 
positiva dentro da célula, o que ocasiona um caráter inibitório 
- Ativação de enzimas receptoras: Diminui a atividade celular metabólica, 
aumenta o número de receptores inibitórios ou diminui o número de 
receptores excitatórios na membrana 
 
Neurotransmissores 
Os neurotransmissores se dividem em dois grupos: 
o Neurotransmissores com moléculas pequenas e de ação rápida: 
Induzem respostar agudas do sistema nervoso (ex: transmissão dos sinais 
sensoriais para o encéfalo e dos sinais motores do encéfalo para o músculo). 
o Neuropeptídeos (tamanho maior e ação lenta): 
Provocam ação mais prolongada, como mudanças a longo prazo do 
número de receptores neuronais, abertura ou fechamento por longos 
períodos de canais iônicos e mudanças a longo prazo do número ou 
dimensão das sinapses. 
 
Neurotransmissores de moléculas pequenas e ação rápida: 
o Devem estar no interior do neurônio pré- sináptico: são produzidos no citosol 
do terminal pré-sináptico e entram nas vesículas sinápticas por meio de 
transporte ativo. A substância deve ser liberada em resposta a estimulação 
pré-sináptica. 
o A substância deve ter receptores específicos na membrana pós-sinaptica e 
um mecanismo de remoção da fenda. 
o Cada vez que o potencial de ação atinge a membrana pré-sináptica, não é 
liberado de uma só vez todas as vesículas. 
o A ação do neurotransmissor ocorre muito rápida, e geralmente seu principal 
efeito é de aumentar ou diminuir a condutância dos canais iônicos → 
Aumento da condutância ao sódio, provocando excitação ou aumento da 
condução do cloreto ou potássio, causando um efeito inibitório. 
o As vesículas são RECICLADAS → Quando liberam seu conteúdo, passam a 
fazer parte da membrana celular e com o passar do tempo, a vesícula se 
destaca da membrana e é usada novamente para armazenar o 
neurotransmissor. 
 
 
2) Entender a fisiopatologia da depressão (mecanismo neurobiológico). 
Definição 
o Tristeza, melancolia, angústia, infelicidade são sentimento próprios da 
existência humana. 
o Quando esses sentimento se “acumulam”, começam a ficar intensos, 
duradouros e trazem prejuízos, estamos diante da depressão. 
o A depressão ocorre nos casos quadros unipolares e bipolares. 
o É uma doença de expressão clínica completa particularmente o humor: 
acomete o individuo em sua totalidade, provocando sensação de 
desconforto e sofrimento 
o A depressão causa sintomas físicos como: Sensação de fadiga/cansaço; 
lentificação geral; perturbação do sono, perda de peso e diminuição das 
apetências 
 
Epidemiologia 
o Prevalência e incidência variáveis, mas universalmente encontrada e descrita 
há milênio. 
- Prevalência atual: 8% a 16,8% na população geral. 
- Incidência pode chegar a 30% em um ano. 
- 2x mais prevalente em mulheres. 
o Início normalmente entre 20 e 40 anos (média de 29anos). 
o Pode ocorrer em qualquer idade. 
o Após o primeiro episódio, o paciente tem cerca de 50% de chance de ter um 
segundo. Após o segundo episódio, a chance de recorrência é de cerca de 
70% e, após o terceiro episódio, 90%. 
o A medida que a doença progride, o intervalo entre os episódios diminui e a 
gravidade aumenta. 
o Para evitar recaídas, não se suspende a medicação logo após remissão, 
mantendo por mais tempo a depender do quadro. 
o É a maior causa de anos vividos com incapacidade e uma das três principais 
causas de anos de vida perdidos. 
 
 
 
Etiologia e Fisiopatologia 
o Etiologia multifatorial: questões pessoais e psicológicas + questões biológicas 
e genéticas + questões ambientais e ocorrências da vida. 
o Teorias: questões hormonais (alterações de eixo hipotálamo-hipófise-adrenal 
e tireoidianos), hipóteses relacionadas à inflamação e citocinas, questões 
genéticas e epigenéticas, teorias ambientais, formação da personalidade e 
ocorrências de vida, alterações de rirmos biológicos e uso de substâncias 
psicoativas 
o Teoria neurobiológica, que baseias os tratamentos atuais (teoria 
monoaminérgica): via final comum da depressão seria alteração dos 
neurotransmissores serotonina, dopamina e noradrenalina. 
o A teoria que marcou a era moderna da psicofarmacologia na psiquiatria foi 
a teoria conhecida como “monoaminas da depressão”, que caracteriza a 
depressão como uma diminuição dos níveis de monoaminas disponíveis ao 
Sistema Nervoso Central (SNC), como a dopamina, noradrenalina e a 
serotonina. Esta teoria permaneceu como a mais aceita por décadas, sendo 
elaborados medicamentos baseados na maior disponibilização dessas 
monoaminas ao SNC. Baseando-se nisso é que foram criados os Inibidores da 
Monoaminoxidase (IMAO), representados pela tranilcipromina 
e moclobemida; e os Antidepressivos Tricíclicos (ACTs), representados pela 
amitriptilia e imipramina, sendo que o primeiro atua na inibição da oxidação 
de monoaminas e o segundo atuando através da inibição dos 
transportadores que recaptam as monoaminas, aumentando sua 
concentração nas fendas sinápticas. Essas classes de fármacos já existem há 
mais de 60 anos e o uso destes vêm diminuindo com a descoberta de novos 
fármacos. 
o Com o passar do tempo surgiram outros de mecanismos mais específicos e 
efeitos adversos reduzidos, atuando em sua grande maioria na inibição da 
recaptação das monoaminas, a exemplo dos Inibidores da Recaptação 
Seletiva da Serotonina (ISRS), como a fluoxetina e sertralina e os Inibidores 
Seletivos da Recaptação de Serotonina e Noradrenalina (ISRSNs) como a 
duloxetina e venlafaxina; que têm como principal avanço sua seletividade 
em relação ao neurotransmissor recaptado. Isto reduz os efeitos adversos, quepassaram a ser um obstáculo ao uso dos ACTs, frente a ação em outros 
receptores de aminas biogênicas (histamina, dopamina acetilcolina), 
provocando casos de sedação, hipotensão ortostática, prejuízo cognitivo, 
sedação e boca seca. Os IMAOs também apresentavam uma série de efeitos 
indesejados e potencialmente perigosos como crises hipertensivas e síndrome 
serotoninérgica, acarretando uma baixa adesão a estas duas classes de 
fármacos. Os inibidores de recaptação seletivos, apesar do perfil de 
segurança melhor, também possuem efeitos adversos comuns (menos 
nocivos à saúde), como impotência sexual, perda de libido, náusea, perda 
de apetite, cefaleia e insônia. 
o Passados décadas, esta teoria recebeu diversas adaptações. A mais nova 
teoria em questão é a de que em vez de derivar de defeitos primários na 
sinalização de monoaminas, a depressão pode resultar de experiências de 
vida estressantes que causam danos neuronais substanciais e consequentes 
defeitos no processamento cerebral. Portanto, por mais que as monoaminas 
continuem tendo seu efeito fisiopatológico na depressão, as causas de 
origem passam a ser de domínio comportamental, exigindo, dessa forma, não 
somente a farmacoterapia, como também tratamentos psicoterapêuticos. 
 
3) Compreender a ação dos antidepressivos (no processo de neurotransmissão) e as 
vias alternativas (psicoterapia e outros se houverem). 
Ação dos Antidepressivos 
o Antidepressivos Inibidores da Monoaminooxidade (IMAOs): 
O mecanismo de ação dos IMAOs foi pouco estudado e ainda não está 
totalmente esclarecido.Sabe-se que a atividade da enzima monoaminoxidase 
(MAO) está inibida. Os subtipos da MAO, A e B, estão envolvidos no metabolismo 
de serotonina, noradrenalina e dopamina. Isocarboxazida, fenelzina e 
tranilcipromina são IMAOs não seletivos que se ligam de forma irreversível às MAOs 
A e B. A redução na atividade da MAO resulta em aumento na concentração 
desses neurotransmissores nos locais de armazenamento no sistema nervoso 
central (SNC) e no sistema nervoso simpático. O incremento na disponibilidade 
de um ou mais neurotransmissores tem sido relacionado à ação antidepressiva 
dos IMAOs. A inibição não seletiva dos IMAOs fenelzina, isocarboxazida e 
tranilcipromina resulta em subsensibilização de receptores a2- ou b-adrenérgicos 
e de serotonina. Possivelmente as mudanças nas características dos receptores 
produzidas pela administração crônica de IMAOs se correlacionam melhor com 
a atividade antidepressiva do que o aumento na atividade do neurônio 
secundária ao aumento na concentração de neurotransmissores, e pode explicar 
a demora para início da ação terapêutica. 
 
o Antidepressivos Tricíclicos (ADT’s): 
O mecanismo de ação comum aos antidepressivos tricíclicos em nível pré-sináptico 
é o bloqueio de recaptura de monoaminas, principalmente norepinefrina (NE) e 
serotonina (5-HT), em menor proporção dopamina (DA). Aminas terciárias inibem 
preferencialmente a recaptura de 5-HT e secundárias a de NE. Atualmente se 
considera não haver diferenças significativas quanto à seletividade do bloqueio de 
recaptura pré-sináptico. A atividade pós-sináptica varia de acordo com o sistema 
neurotransmissor envolvido e geralmente é responsável pelos efeitos colaterais. Os 
ADTs bloqueiam receptores muscarínicos (colinérgicos), histaminérgicos de tipo 1, 
a2 e b-adrenérgicos, serotonérgicos diversos e mais raramente dopaminérgicos. 
Essas ações não se correlacionam necessariamente com efeito antidepressivo, mas 
com efeitos colaterais. O bloqueio do receptor 5-HT1 contribuiria para o efeito 
terapêutico. 
 
Contudo, esta ação aguda dos antidepressivos no sistema de transmissão 
monoaminérgica, por si só, não explicava a demora para o início da ação 
antidepressiva, observável clinicamente após duas semanas de uso. Estudos 
recentes das vias receptoras pós-sinápticas e de mensageiros secundários, assim 
como da expressão genética, podem desempenhar papel importante na 
elucidação das mudanças que ocorrem a longo prazo no funcionamento cerebral 
resultante da utilização crônica de antidepressivo 
 
Embora o mecanismo de ação exato não tenha sido totalmente elucidado, sabe-
se que os ADTs promovem agudamente aumento na eficiência da transmissão 
monoaminérgica (e possivelmente GABAérgica), envolvendo os sistemas 
noradrenérgico e serotoninérgico através do aumento na concentração sináptica 
de norepinefrina e serotonina por bloqueio de recaptura.3 Cronicamente os ADTs 
dessensibilizam receptores b1 adrenérgicos, serotonérgicos 5-HT2 e provavelmente 
5-HT1A no sistema nervoso central. Sistemas mensageiros secundários estão 
envolvidos nessas mudanças. AMP cíclico, cálcio, diacilglicerol e fosfolípides 
estimulam a fosforilação de quinases proteicas, possivelmente envolvidas na síntese 
de catecolaminas. Podem aumentar a ligação de proteína G a receptores 
subseqüentemente dessensibilizados, exercendo ação reguladora no receptor. Os 
hormônios (como estradiol e progesterona) são substâncias também implicadas na 
alteração da sensibilidade ou no número de receptores pelos ADTs, interferindo na 
capacidade de ligação da imipramina ao hipotálamo. 
A ação antienurética do hidrocloridro de imipramina não está estabelecida. 
Acredita-se que esteja associada com o efeito anticolinérgico da imipramina. O 
efeito antiobsessivo da clomipramina talvez se correlacione com a inibição da 
recaptura de serotonina e conseqüente subsensiblização compensatória dos 
subtipos de receptores serotonérgicos. No transtorno do pânico, os estudos sugerem 
prejuízo no funcionamento do sistema nervoso autônomo, que causa liberação 
excessiva de norepinefrina do locus ceruleus. Pensa-se que os ADTs diminuam a taxa 
de disparo do locus ceruleus por regulação na função de receptores a2 e b-
adrenérgicos e no turnover de noradrenalina. A ação antinevrálgica dos ADTs não 
está necessariamente relacionada à melhora da depressão. A analgesia pode ser 
mediada por mudanças na concentração central de monoaminas, 
particularmente serotonina, além do efeito direto ou indireto dos ADTs nos sistemas 
opióides endógenos. Na úlcera péptica, os ADTs são eficazes na melhora da dor e 
ajudam na cicatrização completa pela sua capacidade de bloquear receptores 
H2 nas células parietais e pelo efeito sedativo e anticolinérgico. Na bulimia nervosa 
parece haver efeito independente da melhora da depressão. O mecanismo de 
ação envolvido na incontinência urinária pode incluir atividade anticolinérgica, 
resultando no aumento da capacidade vesical, estimulação direta beta-
adrenérgica e atividade agonista alfa- adrenérgica, resultando em aumento do 
tônus esfincteriano e também por bloqueio central de recaptação. 
Outras ações dos ADTs incluem efeito anticolinérgico periférico e central devido à 
potente e elevada afinidade de ligação por receptores muscarínicos; efeito 
sedativo pela forte afinidade de ligação por receptores histamina H1 e hipotensão 
ortostática devida a bloqueio alfa-adrenérgico. Além disto, os ADTs são agentes 
antiarrítmicos da classe 1A que, como a quinidina, em doses terapêuticas diminuem 
moderadamente a condução intraventricular e em doses elevadas podem causar 
bloqueio grave de condução e arritmias ventriculares. 
o Antidepressivos inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRSs): 
Os ISRSs, citalopram, fluoxetina, fluvoxamina, paroxetina e sertralina são o resultado 
de pesquisa racional para encontrar medicamentos tão eficazes quanto os ADTs, 
mas com poucos problemas de tolerabilidade e segurança. Os ISRSs inibem de 
forma potente e seletiva a recaptação de serotonina, resultando em 
potencialização da neurotransmissão serotonérgica. Embora compartilhem o 
principal mecanismo de ação, os ISRS são estruturalmente distintos com marcadas 
diferenças no perfil farmacodinâmico e farmacocinético. A potência da inibição 
de recaptação da serotonina é variada, assim comoa seletividade por 
noradrenalina e dopamina. Sertralina e paroxetina são os mais potentes inibidores 
de recaptação. A potência relativa da sertralina em inibir a recaptação de 
dopamina a diferencia farmacologicamente dos outros ISRSs. A afinidade por 
neuroreceptores, tais como sigmal, muscarínicos e 5-HT2c, também difere muito. 
Mais ainda, a inibição da sintetase óxido-nítrica pela paroxetina e possivelmente por 
outros ISRSs, pode ter efeitos farmacodinâmicos significativos. Citalopram e 
fluoxetina são misturas racêmicas de diferentes formas quiral que possuem perfis 
farmacodinâmico e farmacocinético variados. Fluoxetina possui metabólito de 
ação prolongada e farmacologicamente ativo. Os ISRSs também possuem perfis 
farmacocinéticos variados, que incluem meia vida, farmacocinética linear versus 
não linear, efeito da idade na sua depuração e no seu potencial de inibir isoenzimas 
metabolizadoras de medicamentos do citocromo P450 (CYP). Estas diferenças 
farmacológicas e farmacocinéticas sustentam as diferenças clínicas cada vez mais 
importantes dos ISRSs. 
o Inibidor seletivo de recaptura de 5-HT/NE (ISR SN) 
VENLAFAXINA 
A venlafaxina e seu metabólito ativo O-desmetilvenlafaxina (ODV) são inibidores 
seletivos da recaptação de serotonina e noradrenalina (ISRSNs), e apresentam fraca 
atividade como inibidores da recaptação de dopamina (clinicamente significativo 
apenas com doses elevadas). A potência da inibição de recaptura de serotonina é 
algo superior à de recaptura de noradrenalina, ocorrendo em doses inferiores. A 
venlafaxina e o ODV não apresentam afinidade por receptores adrenérgicos alfa-
1, receptores muscarínicos ou histamínicos e também não inibem a monoamino-
oxidase. Alteram a sensibilidade de receptores beta-adrenérgicos após dose única, 
diferente de outros antidepressivos que levam à dessensibilização desses receptores 
após doses repetidas. 
 
o Inibidores de recaptura de serotonina e antagonista alfa 2 (IRSAs): 
NEFAZODONA 
A nefazodona, uma fenilpiperazina, embora estrutural e quimicamente relacionada 
à trazodona, difere desta farmacologicamente. O mecanismo de ação da 
nefazodona se dá por meio da inibição da captação neuronal de serotonina e 
noradrenalina. É antagonista de receptores 5-HT2 e de receptores alfa-1 
adrenérgicos.A administração crônica de nefazodona leva à dessensibilização de 
receptores 5-HT2a, porém não de receptores beta-adrenérgicos, sugerindo que não 
iniba a captação de noradrenalina in vivo.Estudos in vitro não evidenciaram 
afinidade significativa por receptores alfa-2 adrenérgicos, 5-HT1a, colinérgicos, 
dopaminérgicos, histamínicos, benzodiazepínicos, GABAérgicos. Promove 
subsensibilização de receptores beta- adrenérgicos 
 
TRADOZONA: 
O mecanismo de ação postulado para a trazodona envolve a inibição da 
recaptação de serotonina e noradrenalina. A longo prazo ocorre a 
dessensibilização e diminuição no número de receptores beta-adrenérgicos e 5-
HT2A. Apresenta atividade antagonista de receptores alfa-1-adrenérgicos e anti-
histamínicos, mais relacionadas aos seus efeitos colaterais. O metabólito ativo mCPP 
também apresenta algum grau de atividade serotonérgica pós-sináptica 
 
 
 
 
o Inibidor seletivo de recaptação de norepinefrina (ISRN): 
REBOXETINA 
A reboxetina é o primeiro composto comercializado de uma nova classe de 
antidepressivos inibidores da recaptação de noradrenalina (IRNAs), estruturalmente 
semelhantes à viloxazina.Apresenta atividade seletiva sobre a recaptação de 
noradrenalina, com atividade antagonista alfa-2. Não possui efeitos significativos 
sobre receptores colinérgicos, histamínicos, alfa-1-adrenérgicos, ou na inibição da 
monoaminoxidase e seu efeito antidepressivo foi descrito inicialmente na década 
de 1980. 
 
o Inibidor seletivo de recaptura de dopamina (ISRD): 
BUPROPION 
Embora não completamente conhecido, o mecanismo de ação do bupropion se 
dá através de sua atividade noradrenérgica e dopaminérgica. O bupropion 
aumenta a liberação de noradrenalina corpórea e é um fraco inibidor in vitro da 
captação neuronal de noradrenalina e de dopamina, porém de relevância 
farmacológica. O hidroxibupropion é seu metabólito ativo. O bupropion não inibe a 
monoaminoxidase e tem pouca afinidade pelo sistema serotonérgico. Também não 
interage com receptores histamínicos e colinérgicos, levando a uma maior 
tolerabilidade. 
 
o Antidepressivo noradrebérgico e específico serotoninérgico (ANES): 
MIRTAZAPINA 
A ação da mirtazapina se dá através do aumento da atividade noradrenérgica e 
serotonérgica central. A mirtazapina é um antagonista de auto e hetero-receptores 
alfa-2 adrenérgicos pré-sinápticos e antagonista 5-HT2 e 5-HT3 pós-sináptico. 
Apresenta fraca afinidade pelos receptores 5-HT1a e 5-HT1b pós-sinápticos. Sua 
afinidade pelos receptores histamínicos H1 explica o efeito sedativo. Apresenta 
fraca atividade por receptores muscarínicos e dopaminérgicos 
 
Psicoterapia 
o Na psicoterapia comportamental os modelos mais freqüentemente praticados 
são os de autocontrole e o de treinamento de habilidades sociais 
o Assume-se que a depressão e os reforços sejam fenômenos relacionados, e que 
os déficits nas habilidades sociais contribuam para a incapacidade do paciente 
de obter os reforços positivos disponíveis no ambiente social e/ou de lidar com 
as adversidades do cotidiano 
o Há quatro elementos básicos nesta terapia: análise funcional do contexto dos 
sintomas, monitoração e planejamento de atividades com o paciente, manejo 
de experiências aversivas e desenvolvimento de habilidades sociais 
o O modelo de Beck (terapia cognitiva comportamental) é o mais pesquisado na 
psicoterapia cognitiva → Pacientes deprimidos expressariam “pensamentos 
automáticos negativos” sobre si mesmos, seu mundo e seu futuro 
o Beck notou que essas cognições negativas se mantinham por meio de um 
modelo distorcido de processar informações, criando um círculo vicioso, em que 
o afeto deprimido aumentava a intensidade dos pensamentos negativos que, 
por seu turno, aumentavam os distúrbios afetivos, cognitivos e comportamentais. 
o As cognições negativas surgiriam da ativação de crenças disfuncionais 
subjacentes, aprendidas, construídas e mantidas, de forma inconsciente, desde 
a infância. 
o A característica essencial desta terapia é o uso de uma abordagem 
colaborativa, de “testagem” das hipóteses distorcidas do paciente. 
o Os sintomas agudos da depressão são enfrentados com o uso de técnicas 
comportamentais e verbais (identificação, enfrentamento e desafio das 
cognições negativas) 
o Mais adiante, as intervenções têm como alvo desafiar as crenças disfuncionais 
mais arraigadas e assim, tentar diminuir a vulnerabilidade do paciente a 
episódios futuros 
o As psicoterapias psicodinâmicas breves tradicionais têm em comum a 
concepção da depressão como um fracasso adaptativo resultante de conflitos 
intrapsíquicos, e mais modernamente, de distúrbios relacionais. 
o Ao invés de se dirigirem aos sintomas depressivos em si mesmos, elas têm como 
objetivo usar a relação terapêutica para investigar e esclarecer esses conflitos 
precoces, principalmente os relacionados com problemas de privação, 
proximidade e intimidade afetivas. 
o Os diversos formatos dessas psicoterapias compartilham pelo menos uma ou 
mais das seguintes características: foco centralizado em temas de perdas e 
separação, seleção de pacientes altamente motivados, e ênfase relativa nas 
interpretações transferenciais e na elaboração da raiva e pesar pela 
terminação sempre iminente da terapia 
4) Conhecer a ação de substância químicas (álcool e medicamentos) que alteram as 
sinapses e interferem na neurotransmissão.

Continue navegando