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Comunicação e marketing em 
midias digitais 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE 
INTELECTUAL 
Ana Cristina Pinheiro 
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 1 
Prezado aluno, 
 
Esta apostila é a versão estática, em formato .pdf, da disciplina online e contém 
todas as informações necessárias a quem deseja fazer uma leitura mais linear 
do conteúdo. 
Os termos e as expressões destacadas de laranja são definidos ao final da 
apostila em um conjunto organizado de texto denominado NOTAS. Nele, você 
encontrará explicações detalhadas, exemplos, biografias ou comentários a 
respeito de cada item. 
Além disso, há três caixas de destaque ao longo do conteúdo. 
A caixa de atenção é usada para enfatizar questões importantes e implica um 
momento de pausa para reflexão. Trata-se de pequenos trechos evidenciados 
devido a seu valor em relação à temática principal em discussão. 
A galeria de vídeos, por sua vez, aponta as produções audiovisuais que você 
deve assistir no ambiente online – aquelas que o ajudarão a refletir, de forma 
mais específica, sobre determinado conceito ou sobre algum tema abordado na 
disciplina. Se você quiser, poderá usar o QR Code para acessar essas produções 
audiovisuais, diretamente, a partir de seu dispositivo móvel. 
Por fim, na caixa de Aprenda mais, você encontrará indicações de materiais 
complementares – tais como obras renomadas da área de estudo, pesquisas, 
artigos, links etc. – para enriquecer seu conhecimento. 
Aliados ao conteúdo da disciplina, todos esses elementos foram planejados e 
organizados para tornar a aula mais interativa e servem de apoio a seu 
aprendizado! 
Bons estudos! 
 
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 2 
Direito do Consumidor e Propriedade 
Intelectual - Apostila 
Apresentação 
O cidadão é protegido por direitos garantidos constitucionalmente, assim como 
o consumidor e autor de obras possuem o agasalho jurídico e judicial que os 
ampara nos segmentos pessoais, acadêmicos e profissionais. 
O Direito permeia nossa vida por meio das diversas relações jurídicas firmadas 
em contratos previstos em nosso ordenamento jurídico, como uma espécie de 
negócios jurídicos. 
Neste sentido, todos os profissionais, inclusive os de comunicação em mídias 
digitais, devem ter uma noção básica não só dos seus direitos constitucionais, 
como também dos direitos contratual, consumerista, trabalhista, autoral e 
digital, de modo que possam exercer suas funções de maneira mais legítima, 
segura e contundente com o cuidado de estar agindo em conformidade com a 
lei. 
Sendo assim, esta disciplina tem como objetivos: 
1. Apresentar os direitos constitucionais garantidos na Lei Maior com vistas à 
proteção do direito contratual, consumerista, trabalhista e autoral; 
2. Descrever e alertar sobre as práticas abusivas e ilícitas, como crimes virtuais 
e pirataria, praticados pela internet, que ocorrem no exercício da função na 
ótica do direito autoral; 
3. Esclarecer detalhes sobre o marco civil da internet e sobre as licenças 
flexíveis que relativizaram os direitos autorais no Brasil e no mundo. 
 
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 3 
Aula 1: Noções de Direito Constitucional 
Introdução 
Iniciaremos nossa primeira aula com uma pergunta: Neste exato momento em 
que você acessou o sistema para assistir a aula está ocorrendo uma relação 
jurídica? 
A resposta correta é sim, pois você assiste a esta aula por ter firmado contrato 
de prestação de serviços educacionais com a Estácio para se qualificar 
profissionalmente. Dessa maneira, você percebe que o Direito faz parte do seu 
cotidiano. 
Conhecer o Direito é imprescindível para efetivá-lo e para que a ordem seja 
mantida na sociedade. Para isso, é fundamental conhecer a Constituição 
Federal do Brasil, que serve de base para as demais leis. 
Você está familiarizado com os princípios e direitos fundamentais inerentes a 
todos nós, brasileiros e estrangeiros residentes, no Brasil? Você sabe quais são 
os princípios contratuais e os requisitos de validade que devem orientar a 
elaboração dos contratos? Saberia afirmar se é possível firmar um contrato via 
web? 
Nesta aula, estudaremos esses conceitos e, ao final, você será capaz de 
responder a todos esses questionamentos. 
 
Objetivo: 
1. Analisar os princípios constitucionais e os direitos fundamentais dos cidadãos 
protegidos e assegurados na Constituição Federal, voltados para o direito à 
intimidade, à vida privada, à honra, à imagem das pessoas, à inviolabilidade de 
domicílio, de correspondência, direito à propriedade e os direitos autorais de 
obras artísticas, científicas e literárias; 
2. Analisar os princípios contratuais e os requisitos de validade do contrato 
firmado para estabelecer as mais diversas relações jurídicas no cotidiano, 
incluindo o contrato via web. 
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 4 
Conteúdo 
Constituição Federal 
 
A Constituição Federal é nossa Lei Maior e regula de forma genérica todos os 
demais direitos e nenhuma norma infraconstitucional pode ferir os princípios 
constitucionais. A atual Constituição é datada de 5 de outubro de 1988. 
 
Princípios básicos da Constituição Federal 
A Carta Magna tem a seguinte redação em seu Art. 1º: 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos 
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático 
de Direito e tem como fundamentos: 
 
I. A soberania 
 
O Brasil é soberano para fazer cumprir as leis em seu território. 
 
II. A cidadania 
 
Promover o exercício dos direitos e deveres básicos do cidadão sejam eles 
sociais, civis e políticos. 
 
III. A dignidade da pessoa humana 
 
Valor moral, respeito e consideração por parte do Estado que deve ser 
oferecido ao cidadão, através das políticas públicas. 
 
IV. Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa 
 
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 5 
Proteção das leis trabalhistas e o incentivo à iniciativa privada na produção ou 
circulação de bens ou serviços, através da criação de empresas. 
 
V. O pluralismo político 
 
Assegurar a liberdade de expressão, manifestação e opinião, garantindo-se a 
participação do povo na formação da democracia do país. 
 
Princípios básicos da Constituição Federal 
O Governo é uno, único, separado em Poderes que representam a União, que 
são os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, cada qual com sua atribuição 
e função, conforme Art. 2º da Constituição Federal. 
 
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o 
Legislativo, o Executivo e o Judiciário. 
 
Poder Legislativo 
 
Propõe leis, emendas à Constituição, medidas provisórias, decretos legislativos 
e resoluções. Exercido pelo Congresso Nacional, composto pela Câmara dos 
Deputados e pelo Senado Federal. 
 
Poder Executivo 
 
Direção da administração federal. Sanciona, promulga e veta leis. Coloca 
programas de governo em prática. Exercido pelo Presidente da República, que 
também pode propor leis, e pelos Ministros de Estado. 
 
Poder Judiciário 
 
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 6 
Garante direitos e resolve conflitos entre cidadãos, entidades e Estado. Zela 
pelo cumprimento da Constituição e dá a palavra final em questões que 
envolvam suas normas. Exercido pelo Supremo Tribunal Federal, órgão 
máximo, e outros Tribunais. O STF é composto por onze Ministros escolhidos 
pelo Presidente da República. 
 
Muito se fala sobre os três poderes na política brasileira. Mas, afinal, o que é o 
poder executivo, legislativo e judiciário? 
 
Direitos fundamentais dos cidadãos 
Você conhece os direitos fundamentais assegurados na Constituição Federal? 
Eles estão protegidos e assegurados no art. 5º da Constituição Federal em seus 
78 incisos e prevê em seu caput:Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
Incisos I a LXXVIII. 
 
É importante destacar o princípio da igualdade (isonomia). 
 
[...] Todos são iguais perante a lei [...] 
 
Direitos fundamentais dos cidadãos ligados ao Direito Autoral 
Alguns dos Direitos Fundamentais dos cidadãos assegurados pelo Artigo 5º da 
Constituição Federal são inerentes ao Direito Autoral. 
Vejamos alguns incisos do Art. 5º destacados: 
 
 
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 7 
Inciso IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o 
anonimato. 
 
Isso quer dizer que as pessoas podem expressar seus pensamentos e vontades, 
contudo devem assumir a autoria do que dizem e produzem. 
 
Inciso X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a 
imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano 
material ou moral decorrente de sua violação. 
 
Isso quer dizer que ninguém tem o direito de invadir a privacidade de outra 
pessoa, seja por meio de ligação telefônica, publicação de fotos ou comentários 
sobre uma pessoa sem que esta tenha autorizado, cabendo indenização. No 
entanto, se for pessoa famosa ou local público, esse princípio fica mitigado, em 
razão do princípio de liberdade de expressão e do interesse social que se 
sobrepõe a esse. 
 
Inciso XII – é inviolável o sigilo da correspondência e das 
comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, 
salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma 
que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução 
processual penal. 
 
Esse inciso é regulamentado pela Lei nº 9.296, de 1996 
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9296.htm). Dessa maneira, assim 
como a correspondência e a conversa telefônica, o e-mail deve ser preservado, 
com exceções conforme veremos na próxima aula. 
 
 
 
 
 
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 8 
Inciso XXII – é garantido o direito de propriedade. 
 
Trata de propriedade material, bens móveis ou imóveis, como casa, automóvel. 
Significa, também, propriedade imaterial ou intelectual, como livro, filme, 
música, foto, software. 
 
Inciso XXIII – a propriedade atenderá a sua função social. 
 
É interesse da coletividade. Existe a quebra de patente por interesse coletivo. 
Exemplo: O inventor de uma vacina contra o câncer pode registrar seu invento 
e estar protegido. No entanto, como é caso de interesse da coletividade, a 
patente será quebrada para que o governo utilize essa vacina, mas o seu direito 
como autor da obra e de receber pelo invento continua preservado, conforme 
veremos na aula 3, sobre direitos autorais. 
 
Inciso XXVII – aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, 
publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros 
pelo tempo que a lei fixar. 
 
Como exemplo, podemos citar as obras de autores de livros e músicas que 
possuem o direito autoral, ou seja, de ter o nome na obra e de auferir os lucros 
advindos desta obra. 
 
Domínio Público 
A legislação brasileira dos direitos autorais (Lei 9.610/98) prevê que a regra 
geral para que as obras caiam em domínio público é de 70 anos após a morte 
do seu autor. Esse tempo começa a ser contado no dia 1 de janeiro do ano 
subsequente ao falecimento, obedecida a ordem sucessória da lei civil 
(descendentes, ascendentes, cônjuge e colaterais). Contudo, se não houver 
deixado sucessores, a obra cairá em domínio público na data do falecimento de 
seu autor. Exemplo: as obras de Noel Rosa caíram em domínio público em 
2008. 
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 9 
 
Uma obra em domínio público, em regra, não pode ser licenciada, mas há 
alternativas, como a licença CC, da organização Creative Commons, que 
sinaliza que o autor abriu mão de todos os direitos. 
Quando uma obra está em domínio público não é possível a recuperação dos 
direitos sobre a obra aos detentores. 
Nos Estados Unidos nada entrará em domínio público – pelo menos até 2019 – 
por causa de sucessivas mudanças na legislação, que ampliou para 95 anos o 
tempo para o domínio público. As obras de Walt Disney já teriam caído em 
domínio público se não tivesse ocorrido a mudança na lei. 
No caso de coautoria, quando a obra literária, artística ou científica for 
indivisível, o período previsto para o domínio público é de 70 anos após a morte 
do último coautor sobrevivente. 
 
 
Atenção 
 Vejamos como a Constituição Federal garante os direitos 
concernentes às mídias e meios de imprensa. 
Art. 5º XXVIII – são assegurados, nos termos da lei: 
a) proteção às participações individuais em obras coletivas e 
à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas 
atividades desportivas; 
Art. 220 – A manifestação do pensamento, a criação, a 
expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou 
veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o 
disposto nesta Constituição. 
§ 1º – Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir 
embaraço à plena liberdade de informação jornalística em 
qualquer veículo de comunicação social, observado o 
disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV. 
 
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 10 
Atividade proposta 
Vamos fazer uma atividade! 
No final de um jogo de futebol no Maracanã, as câmeras de uma emissora de 
televisão focalizaram um casal feliz comemorando a vitória do seu time. A 
esposa do torcedor, que assistia ao jogo em casa, reconheceu o marido e pediu 
o divórcio. Há, no caso, violação ao direito de imagem? Pode o torcedor 
(marido) obter indenização a esse título da emissora de televisão? Explique de 
acordo com os princípios constitucionais. 
 
Chave de resposta: Embora a imagem seja resguardada pela Constituição 
Federal, não há violação ao direito de imagem, pois ele encontrava-se em local 
"público", utilizado amplamente pela mídia, através de emissoras de televisão. 
O direito de imagem, nesse caso, é mitigado pela liberdade de imprensa, pois 
todos que frequentam estádios de futebol sabem que podem ser filmados, sem 
que haja afronta à sua imagem. Ponderação de valores entre os princípios da 
honra e da imagem e da liberdade de imprensa garantidos constitucionalmente. 
 
Dos Contratos em Geral 
O contrato existente no Estado Liberal foi trilhado pela liberalidade da 
autonomia da vontade. Este período foi marcado pelo auge do individualismo, 
que limitava ao máximo a intervenção estatal nas relações privadas, elevando 
os acordos à categoria de lei, obrigando as partes a cumprirem o contratado 
(pacta sunt servanda). Agora vamos estudar alguns Artigos da Lei 10.406, 
de 10 de janeiro de 2002, que institui o Código Civil. 
 
Art. 421 
 
A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da 
função social do contrato. 
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 11 
A função social do contrato acentua a diretriz de “sociedade de direito” e, por 
identificação dialética, guarda intimidade com o princípio da função social da 
propriedade, prevista na Constituição. 
 
Art. 422 
 
Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do 
contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé. 
O Princípio da probidade contempla honestidade, integridade, honra. O 
Princípio da boa-fé reflete uma regra de conduta e ética adequada, leal, 
honesta, orientadora da construção do Código Civil. 
 
 
Atenção 
 De acordo com Alves (2014), em análise do artigo 421 do 
Código Civil Brasileiro, “[...] percebe-se, que a supremacia 
da vontade, obrigava as partes a cumprir o acordo por eles 
estabelecido, ainda que seu conteúdo estivesse moldado 
de forma viciada. A vontade das partes, elevada aostatus 
de lei, validava o acordo que empregava esse artifício, pois 
assim estabeleceram (e aceitaram) os contratantes”. 
Alves (2014) afirma que “[...] sobre o pretexto de 
liberdade, os grupos econômicos mais fortes se favoreciam 
em detrimento de outros, praticando a injustiça 
contratual”. 
Finaliza Alves (2014): “[...] A liberdade de contratar torna-
se, então, um verdadeiro cárcere aos menos favorecidos, à 
medida que se tornam escassas suas opções de satisfação 
das suas necessidades, seja de trabalho, ou de consumo, 
senão através das grandes indústrias que se formavam, 
estabelecendo unilateralmente as condições dos contratos”. 
 
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 12 
Interpretação dos contratos de adesão 
Sobre a interpretação dos contratos, vejamos o que diz o Art. 423 do Código 
Civil. 
 
Art. 423 do Código Civil: Quando houver no contrato de adesão cláusulas 
ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável 
ao aderente. 
 
O Art. 47 do Código de Defesa do Consumidor (CDC) é mais amplo, pois 
estabelece que as cláusulas contratuais sejam interpretadas sempre de maneira 
mais favorável ao consumidor, independente de obscuridade ou ambiguidade 
da cláusula. Não existe um contrato de adesão, existem contratos celebrados 
por adesão, como os contratos com os bancos. 
O Código Civil não conceitua o contrato de adesão. O conceito está no CDC. 
Vejamos: 
 
Art. 54 do CDC: Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido 
aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo 
fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou 
modificar substancialmente seu conteúdo. 
 
O contrato de adesão não é uma espécie contratual propriamente dita, pois 
pode conter diversas modalidades obrigacionais. Segundo Marques (2011), é 
um método de contratação, cuja forma de aceitação de um dos contratantes 
ocorre com a simples adesão a um conteúdo preestabelecido pelo outro 
contratante. 
 
Proteção do aderente e validade do contrato 
O estipulante, por ter o poder de estabelecer unilateralmente as cláusulas 
contratuais, não pode impor ao aderente renúncia antecipada de direito 
decorrente das características essenciais do negócio que está celebrando. 
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 13 
 
Segundo Tepedino (2006), “a jurisprudência brasileira tem levado à nulidade 
cláusulas que contrariem não só o conceito de natureza, mas ainda a finalidade 
econômica do contrato, principalmente quando tal renúncia atinja o cerne 
mesmo daquele pacto. A lógica de tais decisões não se limita às relações de 
consumo, ainda que este tenha sido o seu cenário original; afinal, como já 
visto, o Art. 422 também prescreve a necessidade de se preservar a boa-fé 
objetiva no âmbito dos contratos paritários”. 
 
As cláusulas abusivas são nulas (nulidade absoluta); isso não significa, porém, 
que necessariamente haverá nulidade de todo o contrato. 
Sobre a validade do negócio jurídico, vejamos o Art. 104 do Código Civil. 
 
A validade do negócio jurídico requer: 
I – agente capaz; 
II – objeto lícito, possível, determinado ou determinável; 
III – forma prescrita ou não defesa em lei. 
 
De acordo com o artigo 104 do Código Civil, os sujeitos têm de ter capacidade 
civil (maiores de 18 anos), o objeto tem que ser lícito e a forma prescrita ou 
não proibida em lei. 
 
O contrato via web 
A contratação eletrônica segue os mesmos princípios legais existentes na 
formação de um contrato por escrito. 
O contrato formalizado por meio eletrônico é chamado de contratação a 
distância, que não possui a presença física simultânea das partes no mesmo 
lugar, e no qual as partes expressam seu consentimento quanto à origem e ao 
destino, por meio de equipamentos eletrônicos de processamento e 
armazenamento de dados conectados por meio de cabo, rádio, meios óticos ou 
eletromagnéticos. 
 
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 14 
A forma mais conhecida de uma contratação eletrônica é aquela em que as 
partes em uma relação negocial utilizam computadores e redes de 
telecomunicação para emitirem suas declarações de vontade contratual, isto é, 
as ofertas e as aceitações contratuais. 
A celebração de um contrato eletrônico pode ocorrer por meio eletrônico de 
dados, como na hipótese em que os agentes manifestam suas vontades através 
do envio de mensagens ou e-mails, ou ainda, quando há manifestação de 
vontade de apenas uma das partes por meio eletrônico (e-mail) para receber o 
contrato físico posteriormente. 
O contrato será firmado e cumprido por meio digital quando o bem for digital, 
como músicas, toques de celular. Ocorrerá da mesma maneira se for moeda 
como cartão de crédito, débito automático, ou poderá ser o bem digital e o 
pagamento físico – cheque ou em banco. 
 
A emissão da aceitação contratual, que coincide com os termos da oferta 
também emitida por meios eletrônicos, caracteriza um contrato eletrônico. 
O critério utilizado pela lei é o da presença jurídica e não o da presença física, 
como se extrai do Art. 428, I do Código Civil, que considera presente a 
pessoa que utiliza telefone ou meio de comunicação semelhante para contratar. 
Assim é que presentes são aqueles em que a aceitação pode ser feita 
imediatamente à proposta. Se o contratante precisar de prazo para aceitar, a 
proposta será considerada entre ausentes. 
Segundo Gagliano e Pamplona Filho (2006), os contratos eletrônicos podem ser 
tanto entre presentes quanto entre ausentes: “nessa linha de raciocínio, 
poderemos considerar, entre presentes, o contrato celebrado eletronicamente 
em um chat (salas virtuais de comunicação), haja vista que as partes 
envolvidas mantêm contato direto entre si quando de sua formação, e, por 
outro lado, entre ausentes, aquele formado por meio de envio de mensagem 
eletrônica (e-mail), pois, nesse caso, medeia um lapso entre a emissão da 
oferta e a resposta”. 
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 15 
A aceitação deve ser imediata porque a proposta feita pela internet online (em 
que há interação como Facebook e WhatsApp) é considerada como se a pessoa 
estivesse presente. 
 
Atividade proposta 2 
Vamos fazer uma atividade! 
Anne, web designer em Curitiba, após troca de e-mails com informações sobre 
o seu serviço (via internet online) com Henrique (residente no Rio de Janeiro) 
apresenta-lhe online (também via internet/Facebook) proposta para criar uma 
fan page para sua empresa, indicando o preço e o tempo de entrega do 
serviço. Responda às questões abaixo: 
a) Pode-se afirmar que houve um contrato? Se afirmativa a resposta, qual tipo 
de contrato? 
b) A proposta feita online por Anne vincula? Justifique sua resposta e destaque, 
em caso afirmativo, o que significaria a obrigatoriedade da oferta. 
c) Em que momento poderia ser considerada aceita a proposta e formado 
finalmente o contrato? 
 
Chave de resposta: 
a) Sim, por meio do contato pela internet (contrato via web ou eletrônico). 
Contrato de prestação de serviços. 
b) Sim, vincula. Se contiver todos os elementos essenciais do negócio jurídico 
(sujeitos capazes, objeto lícito e forma prescrita em lei – Art. 104 do CC). 
c) A aceitação deve ser imediata porque a proposta feita pela internet 
(interação online) é considerada como se a pessoa estivesse presente. 
 
Aprenda Mais 
Para saber mais sobre o que é uma República Federativa, acesse: 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rep%C3%BAblica_federal. 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rep%C3%BAblica_federal
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 16 
Para saber mais sobre as licenças, acesse o site da Creative Commons 
(https://creativecommons.org/licenses/?lang=pt_BR). 
 
Referências 
ALVES, E. B. V. Uma análise do art. 421 do Código Civil Brasileiro. 
JurisWay. Disponível em: http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=3830.Acesso em 25.05.2014 
BRASIL. Código Civil e Constituição Federal – Tradicional, 65. ed. São 
Paulo: Editora Saraiva, 2014. 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: Coleção Saraiva 
de legislação. São Paulo, 2014. 
GAGLIANO, P. S.; PAMPLONA FILHO, R. Novo curso de direito civil: 
contratos. Tomo I. São Paulo: Saraiva, 2006. 
MARQUES, C. L. Contratos no código de defesa do consumidor. 6. ed. São 
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2014. 
____________. Contratos no Código de Defesa do Consumidor. Curitiba: 
Editora Revista dos Tribunais, 2011, p. 58. 
SOUZA, A. G. R. Contratos eletrônicos. Disponível em: 
http://jus.com.br/artigos/24370/contratos-eletronicos. Acesso em 25.05.2014. 
TEPEDINO, G. (org). Código civil comentado: à luz da Constituição Federal. 
Rio de Janeiro: Renovar, 2006. p. 31. 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://creativecommons.org/licenses/?lang=pt_BR
http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=3830
http://jus.com.br/artigos/24370/contratos-eletronicos
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 17 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
Os princípios constitucionais estão previstos na Constituição Federal e todas as 
normas devem seguir orientação desses princípios, que são: 
a) Vida, liberdade, igualdade, segurança e propriedade. 
b) Soberania, cidadania, dignidade, valores sociais e pluralismo. 
c) Soberania, cidadania, vida, igualdade e liberdade. 
d) Vida, dignidade, cidadania, liberdade e igualdade. 
 
Questão 2 
Correlacione a função exercida por cada um dos Poderes da União: 
1. Poder Legislativo ( ) Aplica as leis e zela pelo cumprimento da 
Constituição. 
2. Poder Executivo ( ) Elabora leis e emendas constitucionais. 
3. Poder Judiciário ( ) Administra o país. Torna as leis vigentes. 
 
Questão 3 
Os direitos fundamentais estão assegurados no art. 5º da Constituição Federal 
como invioláveis. São estes: 
a) Soberania, cidadania, dignidade, valor social e pluralismo. 
b) Soberania, cidadania, vida, liberdade e dignidade. 
c) Vida, liberdade, igualdade, cidadania e soberania. 
d) Vida, liberdade, igualdade, propriedade e segurança. 
 
 
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 18 
Questão 4 
Entre os direitos fundamentais protegidos no art. 5º da Constituição Federal e 
inerentes ao direito autoral assinale V para Verdadeiro ou F para Falso: 
( ) É livre a manifestação de pensamento, sendo vedado o anonimato. 
( ) São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das 
pessoas. 
( ) É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações 
telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, mesmo por 
ordem judicial. 
( ) Aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou 
reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que 
a lei fixar. 
 
Questão 5 
O art. 5º XXII garante o direito de propriedade seja material ou imaterial 
(intelectual). São exemplos de propriedade imaterial. Use V para Verdadeiro ou 
F para Falso: 
( ) Automóvel 
( ) Relógio 
( ) Música 
( ) Filme 
 
 
 
 
 
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 19 
Questão 6 
O contrato existente no Estado liberal foi trilhado pela liberalidade da 
autonomia da vontade. Este período foi marcado pelo auge do individualismo, 
que limitava ao máximo a intervenção estatal nas relações privadas, elevando 
os acordos à categoria de lei, obrigando as partes a cumprirem o contratado 
(pacta sunt servanda). Esse termo significa que: 
a) Não há liberdade de contratar. 
b) O contrato não podia ser firmado no estado liberal. 
c) O contrato faz lei entre as partes. 
d) Havia intervenção estatal nos contratos. 
 
Questão 7 
Analise a charge e assinale a opção correta: 
 
Fonte: http://funny-pictures.picphotos.net/ 
 
a) Não há possibilidade de cancelar, pois já manifestou a vontade ao 
assinar o contrato. 
b) Há possibilidade de cancelar porque o pacta sunt servanda (pacto que 
diz que o contrato faz lei entre as partes) não está mais vigendo. 
http://funny-pictures.picphotos.net/
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 20 
c) Não há possibilidade de cancelar, pois o pacta sunt servanda continua 
vigendo. 
d) Há possibilidade de cancelar, pois o pacta sunt servanda, embora ainda 
vigente, está flexibilizado, considerando as cláusulas abusivas que 
possam existir num contrato. 
 
Questão 8 
O art. 422 do CC prevê que os contratantes são obrigados a guardar, tanto na 
conclusão do contrato quanto em sua execução, os princípios: 
a) Da probidade e da boa-fé. 
b) Da probidade e da função social do contrato. 
c) Da boa-fé e da função social do contrato. 
d) Da boa-fé e da dignidade. 
 
Questão 9 
A respeito do contrato de adesão, assinale V para Verdadeiro e F para Falso: 
( ) O Código Civil conceitua o contrato de adesão. 
( ) Não existe um contrato de adesão, existem contratos celebrados por 
adesão, como os contratos de banco, por exemplo. 
( ) O contrato de adesão não é uma espécie contratual propriamente dita. 
( ) Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou 
contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável a quem 
elaborou o contrato. 
 
 
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 21 
Questão 10 
A respeito dos contratos via web, também denominados eletrônicos, assinale a 
opção correta: 
a) A contratação eletrônica não segue os mesmos princípios legais 
existentes na formação de um contrato por escrito. 
b) A aceitação deve ser imediata porque a proposta feita pela internet 
online (em que há interação como Facebook e WhatsApp) é considerada 
como se a pessoa estivesse presente. 
c) É considerado entre presentes o contrato celebrado eletronicamente 
formado por meio de envio de mensagem eletrônica (e-mail). 
d) Quando a aceitação contratual emitida desse modo não coincide com os 
termos da oferta também emitida por meios eletrônicos. 
 
 
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 22 
Notas 
Art. 428, I do Código Civil: Deixa de ser obrigatória a proposta: 
I – se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. 
Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio 
de comunicação semelhante. 
 
Art. 47 do Código de Defesa do Consumidor: As cláusulas contratuais 
serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor. 
 
Pacta sunt servanda: Pacto mais antigo que existe. Significa que os 
contratos devem ser cumpridos. Esse pacto, embora ainda vigente, está 
flexibilizado, considerando as cláusulas abusivas que possam estar apostas 
num contrato. Trata-se de um princípio da força obrigatória dos contratos. No 
Estado liberal, esse princípio era tomado como absoluto. No entanto, na 
concepção atual do direito civil, à luz dos preceitos constitucionais vigentes e 
dos próprios princípios consagrados pelo CC/2002, tal princípio foi relativizado 
com vistas à melhor proteção da dignidade humana. 
 
Sujeitos: Estipulante – Detém o poder negocial. 
Aderente – Aceita cláusulas preestabelecidas, sem poder de alterá-las. 
 
 
 
 
 
 
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 23 
Chaves de resposta 
Aula 1 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - B 
Justificativa: De acordo com o art. 1º da Constituição Federal, a República 
Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e 
do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como 
fundamentos: I – a soberania; II – a cidadania; III – a dignidade da pessoa 
humana; IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V – o 
pluralismo político. 
 
Questão 2 - C, A, B 
Justificativa: Poder Legislativo elabora leis e emendas constitucionais: 
apresenta projeto de lei, discute, vota e aprova. Em seguida, encaminha para a 
sanção, promulgação e publicação do Poder Executivo, que é o Poder que 
administra o país e torna as leis vigentes atravésda publicação no Diário 
Oficial. O Poder Judiciário aplica as leis e zela pelo fiel cumprimento da 
Constituição Federal. 
 
Questão 3 - D 
Justificativa: Art. 5º: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
 
Questão 4 - V, V, F, V 
Justificativa: A primeira alternativa é verdadeira porque cada pessoa pode 
manifestar seu pensamento, desde que se identifique; a segunda alternativa é 
verdadeira porque a intimidade e privacidade estão protegidas, pois uma 
pessoa não pode ter sua foto exibida sem que tenha autorizado, a não ser que 
esteja em local público; a terceira alternativa é falsa porque neste caso, salvo 
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 24 
por ordem judicial para esclarecimento de qualquer aspecto jurídico ou judicial, 
como por exemplo: pessoas que enviam e-mails ou postam no Facebook 
comentários racistas terão sua intimidade mitigada. A quarta alternativa é 
verdadeira porque o autor da obra possui todos os direitos após o registro, 
assim como seus herdeiros, seja por 20 anos por patente ou 70 anos de direito 
autoral. 
 
Questão 5 - F, F, V, V 
Justificativa: As primeira e segunda alternativa são falsas porque automóvel e 
relógio são bens móveis; a terceira alternativa é verdadeira, pois música é obra 
do espírito, criação, inspiração, dom; a quarta alternativa é verdadeira, pois 
filme é derivado do dom de criar, é inspiração, talento, criação. 
 
Questão 6 - C 
Justificativa: Trata-se de um princípio da força obrigatória dos contratos. No 
Estado liberal, esse princípio era tomado como absoluto. 
 
Questão 7 - D 
Justificativa: Embora se tratando de um princípio da força obrigatória dos 
contratos, na concepção atual do direito civil, à luz dos preceitos constitucionais 
vigentes e dos próprios princípios consagrados pelo CC/2002, tal princípio foi 
relativizado com vistas à melhor proteção da dignidade humana. 
 
Questão 8 - A 
Justificativa: Princípio da Probidade: honestidade, integridade, honra. Princípio 
da boa-fé: reflete uma regra de conduta e ética adequada, leal, honesta, 
orientadora da construção do Código Civil. 
 
Questão 9 - F, V, V, F 
Justificativa: O Código Civil NÃO conceitua o contrato de adesão. Quando 
houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á 
adotar a interpretação mais favorável ao aderente. 
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 25 
Questão 10 - B 
Justificativa: O artigo 428, I, CC considera presente a pessoa que utiliza 
telefone ou meio de comunicação semelhante para contratar. Assim é que 
presentes são aqueles em que a aceitação pode ser feita imediatamente à 
proposta. Se o contratante precisar de prazo para aceitar, a proposta será 
considerada entre ausentes. A aceitação deve ser imediata porque a proposta 
feita pela internet online (em que há interação como Facebook e WhatsApp) é 
considerada como se a pessoa estivesse presente. 
 
 
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 26 
Conteudista 
Ana Cristina Augusto Pinheiro possui Graduação em Direito, Especialização 
em Direito Civil e Processo Civil e Mestrado em Direito (Direito do Estado e 
acesso à Justiça). Atualmente, é advogada, professora de Graduação em 
Direito, Graduação em EAD no curso de Marketing e Gestão Pública e 
Professora e Conteudista da Pós-Graduação no curso de Comunicação e 
Marketing em Mídias Digitais na Universidade Estácio de Sá. 
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/3499122560523759 
 
 
http://lattes.cnpq.br/3499122560523759
 
 
 
 
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 1 
Prezado aluno, 
 
Esta apostila é a versão estática, em formato .pdf, da disciplina online e contém 
todas as informações necessárias a quem deseja fazer uma leitura mais linear 
do conteúdo. 
Os termos e as expressões destacadas de laranja são definidos ao final da 
apostila em um conjunto organizado de texto denominado NOTAS. Nele, você 
encontrará explicações detalhadas, exemplos, biografias ou comentários a 
respeito de cada item. 
Além disso, há três caixas de destaque ao longo do conteúdo. 
A caixa de atenção é usada para enfatizar questões importantes e implica um 
momento de pausa para reflexão. Trata-se de pequenos trechos evidenciados 
devido a seu valor em relação à temática principal em discussão. 
A galeria de vídeos, por sua vez, aponta as produções audiovisuais que você 
deve assistir no ambiente online – aquelas que o ajudarão a refletir, de forma 
mais específica, sobre determinado conceito ou sobre algum tema abordado na 
disciplina. Se você quiser, poderá usar o QR Code para acessar essas produções 
audiovisuais, diretamente, a partir de seu dispositivo móvel. 
Por fim, na caixa de Aprenda mais, você encontrará indicações de materiais 
complementares – tais como obras renomadas da área de estudo, pesquisas, 
artigos, links etc. – para enriquecer seu conhecimento. 
Aliados ao conteúdo da disciplina, todos esses elementos foram planejados e 
organizados para tornar a aula mais interativa e servem de apoio a seu 
aprendizado! 
Bons estudos! 
 
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 2 
Introdução 
Nesta aula, iremos estudar o Código de Defesa do Consumidor (CDC) e 
conhecer os direitos básicos do consumidor. Analisaremos casos em que 
produtos e serviços comprados causaram prejuízo ou insatisfação e 
observaremos quais deverão ser os procedimentos nesse caso. 
Identificaremos publicidade abusiva e propaganda enganosa. Veremos como o 
CDC protege as relações de consumo eletrônico. Descreveremos a norma que 
rege as leis do trabalho. Definiremos a diferença entre o trabalho presencial e o 
teletrabalho. 
Por fim, investigaremos se o monitoramento de seu e-mail corporativo é 
considerado invasão de privacidade, por parte de seu empregador. 
 
Objetivo: 
1. Analisar a aplicação do Código de Defesa do Consumidor de maneira geral e 
no comércio eletrônico, os conceitos de consumidor e fornecedor, os direitos 
básicos do consumidor, a propaganda enganosa e a publicidade abusiva, os 
órgãos fiscalizadores de defesa do consumidor. 
2. Compreender os conceitos relacionados às relações trabalhistas entre 
empregado e empregador, o e-mail funcional, o teletrabalho, a rescisão do 
trabalho e o sigilo profissional. 
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 3 
Conteúdo 
Partes da relação comercial 
A Lei 8.078, de 11 de setembro de 1990, estabeleceu o Código de Defesa do 
Consumidor (CDC) e surgiu em um momento de mudança na forma do 
consumo, em que havia a necessidade de uma legislação de defesa para a 
parte mais vulnerável na relação de comércio: o consumidor. 
 
O reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor deve ser considerado 
fundamental para que tenhamos o equilíbrio entre consumidor e fornecedor. 
Vejamos o que enunciam os artigos do CDC sobre essas as partes da relação 
comercial: 
 
Consumidor 
O CDC foi criado para proteger o consumidor, considerando que “consumidor é 
toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produtos ou serviços como 
destinatário final” (art.2º do CDC). 
Dessa maneira, consumidor é o que compra para uso próprio, não revendendo 
os produtos adquiridos, nem os transformando para a produção de outros 
produtos. 
 
Fornecedor 
O art. 3° expressa que fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou 
privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que 
desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, 
transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de 
produtos ou prestação de serviços. 
O conceito de consumidor vem sempre ligado ao conceito de fornecedor, como 
os dois lados de uma mesma moeda.Consumidor e fornecedor, como os define 
a lei, formam juntos o que se chama de relação de consumo. 
 
 
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 4 
Produto 
O art. 3º, parágrafo 1º diz que produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, 
material ou imaterial. 
 
Serviço 
O art. 3°, parágrafo 2° afirma que serviço é qualquer atividade fornecida no 
mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza 
bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações 
de caráter trabalhista. 
 
 
Atenção 
 Além do consumidor padrão, ou standard, a lei define 
ainda três outros tipos de consumidores por equiparação. 
O objetivo dessa equiparação é o de permitir a defesa 
geral ou em bloco, de toda uma classe de consumidores. 
Vejamos os tipos de consumidores definidos na lei: 
• A coletividade de pessoas, ainda que 
indetermináveis, que tenha participado de relações 
de consumo (art. 2º, parágrafo único do CDC). O 
art. 2º, parágrafo único, do CDC completa-se com o 
art. 81, que trata dos interesses difusos, 
interesses coletivos e interesses individuais 
homogêneos, que podem ser defendidos mediante 
ação civil pública. 
• As pessoas prejudicadas por danos causados por 
produtos ou serviços (art. 17, CDC). 
• As pessoas expostas a certas práticas comerciais 
previstas no CDC, como ofertas, publicidade, 
métodos abusivos, cobrança de dívida, banco de 
dados ou cadastro de consumidores (art. 29, CDC). 
 
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 5 
Direitos básicos do consumidor 
O CDC, no seu art. 6º, arrola uma série de direitos básicos do consumidor, 
como: 
• Proteção contra produtos e serviços perigosos ou nocivos; 
• Informação adequada sobre os produtos e serviços; 
• Proibição de publicidade enganosa e de práticas abusivas; 
• Reparação de danos; 
• Facilidades no âmbito judicial. 
 
Os direitos do consumidor constituem um direito difuso. Isso significa dizer 
que, o marketing globalmente considerado, pode ser suscetível de controle e 
fiscalização por toda a sociedade. 
 
 
Atenção 
 No que se refere às facilidades judiciais, inclui-se a 
possibilidade de inversão do ônus da prova, ou seja, o 
fornecedor é que terá de provar que o reclamante não tem 
razão, ficando este dispensado da prova de suas 
alegações. A medida poderá ser adotada pelo Juiz, se for 
verossímil a alegação do reclamante, segundo as regras 
ordinárias de experiência, ou se ele for pobre (CDC, art. 
6º, VIII). 
 
Os direitos básicos do consumidor, segundo o artigo 6º do CDC são: 
I – A proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por 
práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou 
nocivos; 
II – A educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e 
serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações; 
III – A informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, 
com especificação correta de quantidade, características, composição, 
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 6 
qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que 
apresentem; 
IV – A proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais 
coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou 
impostas no fornecimento de produtos e serviços; 
V – A modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações 
desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as 
tornem excessivamente onerosas; 
VI – A efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, 
individuais, coletivos e difusos; 
VII – O acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção 
ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, 
assegurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados; 
VIII – A facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus 
da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil 
a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de 
experiências; 
IX – (vetado); 
X – A adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral. 
 
Reparação de danos 
No caso de danos efetivos, causados por produtos ou serviços, os fornecedores 
respondem de modo objetivo, ou seja, devem indenizar o dano 
independentemente da prova de culpa. É o que se chama responsabilidade civil 
objetiva ou sem culpa. 
Essa hipótese refere-se aos danos oriundos de defeitos de projeto, fabricação, 
construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou 
acondicionamento do produto. Também abrange a responsabilidade por 
informações insuficientes ou inadequadas sobre a utilização e os riscos do 
produto (art. 12, CDC). 
Entretanto, o fabricante, o construtor, o produtor ou importador não poderá ser 
responsabilizado se provar que não colocou o produto no mercado, que o 
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 7 
defeito inexiste ou que houve culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro 
(art. 12, § 3º, CDC). 
O comerciante passa a responder pelo produto quando não houver identificação 
clara do fabricante, construtor, produtor ou importador, e ainda no caso de 
conservação inadequada de produtos perecíveis (art. 13, CDC). 
 
Vamos ver um exemplo de informação inadequada? 
 
Um exemplo de informação errada é a confecção de rótulos ou bulas com letras 
tão minúsculas a ponto de serem praticamente ilegíveis, a não ser mediante o 
uso de lupa ou lente de aumento. 
 
 
Atenção 
 Tratando-se de profissionais liberais, como médicos, 
engenheiros ou advogados, é necessária a prova da culpa 
(art. 14, § 4º, CDC). 
A indenização, além dos danos, abrange também as 
perdas e os lucros cessantes, uma vez que constituem 
modalidades de dano. 
A ação judicial prescreve em cinco anos, a partir do 
conhecimento do dano e de sua autoria (art. 27, CDC). 
 
Prazos de reclamação 
O consumidor tem noventa dias para reclamar dos produtos ou serviços 
duráveis, e trinta dias dos não duráveis, a partir da entrega (art. 26, CDC). 
No caso de defeito oculto ou de difícil constatação, conta-se o prazo a partir da 
verificação do defeito (art. 26, § 3º, CDC). Havendo garantia do fornecedor, o 
prazo é o da garantia, mais o prazo acima dado pela lei (art. 50, CDC). 
Os prazos referidos são de decadência que, ao contrário dos prazos de 
prescrição, não comportam interrupção nem suspensão. O CDC, porém, 
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 8 
quebrando a regra geral da matéria, prevê suspensão de decadência, obstando 
o decurso do prazo com a reclamação comprovada ou a instauração de 
inquérito civil (art. 26, § 2º, CDC), voltando o prazo a correr a partir da 
resposta negativa do fornecedor (art. 26, § 2º, I). 
A reclamação deve ser atendida em trinta dias. Não atendida no prazo, o 
consumidor pode exigir, à sua escolha, de acordo com os artigos 19 e 20, CDC: 
• Diminuição de preço; 
• Substituição do produto; 
• Devolução do dinheiro; 
• Complementação de peso ou medida; 
• Reparação do serviço. 
 
 
Observe, em síntese, os prazos de reclamação: 
 
 
 
Havendo reclamação comprovada ou inquérito civil, fica obstada a contagem do 
prazo, até o atendimento ou resposta negativa do fornecedor. 
Em relação às substituições e devoluções, clique aqui e leia o texto do art. 18 
do CDC. 
 
O texto do artigo 18 do CDC é o seguinte: 
Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem 
solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem 
impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o 
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 9 
valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com as indicações 
constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, 
respeitadasas variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor 
exigir a substituição das partes viciadas. 
§ 1º Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o 
consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: 
I – A substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas 
condições de uso; 
II – A restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem 
prejuízo de eventuais perdas e danos; 
III – O abatimento proporcional do preço. 
 
Informação ao consumidor 
Conforme o art. 31 da Lei 8.078/90 (CDC), a oferta é toda informação ou 
publicidade suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de 
comunicação, com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados. 
Há diferença entre publicidade e propaganda: 
 
Publicidade 
 
Tem objetivo comercial, próprio para anunciar produtos possíveis de 
negociação. 
 
Propaganda 
 
Possui um fim ideológico próprio para a propagação de princípios, ideias, 
teorias, com objetivo religioso, político ou cívico. 
 
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 10 
Publicidade enganosa 
As práticas comerciais são regidas por leis com o objetivo de defender o 
consumidor. O art. 37 do CDC versa sobre a publicidade enganosa e a abusiva, 
que são duas atividades proibidas. Veja alguns exemplos: 
 
Estudo mostra que propaganda de alimentos para crianças contribui para 
obesidade infantil. 
 
Em 2013, uma rede de fast food foi multada por publicidade abusiva para 
crianças. 
 
Coca-Cola anunciou que não fará mais propaganda para menores de 12 anos. 
 
Em 2014, Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente 
(Conanda), publicou a resolução que indica o que é publicidade abusiva para 
crianças. 
 
Além disso, são proibidas práticas comerciais abusivas como condicionar a 
venda de um produto ou serviço não solicitado, recusar vender se houver 
estoque, enviar ou entregar produto ou serviço sem a solicitação prévia do 
consumidor, executar serviços sem autorização do cliente, entre outras 
hipóteses arroladas no art.39. 
 
Art. 37 – É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva. 
§ 1° É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de 
caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, 
mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da 
natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e 
quaisquer outros dados sobre produtos e serviços. 
§ 2° É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de qualquer 
natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se 
aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita 
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 11 
valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar 
de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança. 
§ 3° Para os efeitos deste código, a publicidade é enganosa por omissão 
quando deixar de informar sobre dado essencial do produto ou serviço. 
§ 4° (vetado). 
 
Sanções penais 
O CDC estabelece uma série de sanções administrativas nas relações de 
consumo, sem prejuízo das de natureza civil ou penal, como: 
 
• Multa 
• Apreensão ou inutilização do produto 
• Cassação do registro do produto ou de licença do estabelecimento 
• Suspensão temporária de atividade 
• Interdição do estabelecimento 
• Imposição de contrapropaganda no caso de propaganda enganosa 
 
 
O CDC consigna, também, figuras relativas a crimes contra as relações de 
consumo, cabendo registrar ocorrência na Delegacia do Consumidor (Decon). 
 
Órgãos fiscalizadores e de defesa dos direitos do consumidor 
Existem instituições destinadas à fiscalização e à defesa dos direitos do 
consumidor, como o Procon, os Juizados Especiais e o Conar. Vejamos cada um 
em detalhes: 
 
Procon 
É uma fundação com personalidade jurídica de direito público, cujo objetivo é 
elaborar e executar a política estadual de proteção e defesa do consumidor. 
Pode ser estadual ou municipal e, segundo o artigo 105 da Lei 8.078/90 do 
CDC, é parte integrante do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor. 
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 12 
O órgão funciona como auxiliar do Poder Judiciário, tentando solucionar 
previamente os conflitos entre o consumidor e a empresa que vende um 
produto ou presta um serviço, e quando não há acordo, encaminha o caso para 
o Juizado Especial Cível com jurisdição sobre o local. 
 
Juizados Especiais Cíveis 
A Lei 9099/95 instituiu os Juizados Especiais no Brasil. Isso democratizou o 
acesso à Justiça para as causas de menor complexidade e até 40 salários 
mínimos, sendo que se o valor da causa não exceder a 20 salários mínimos, 
não necessita de representação de advogado. 
Essa lei proporcionou um avanço em relação às causas do consumidor, 
permitindo a busca pelos seus direitos de forma gratuita, célere e 
desburocratizada. 
 
Conar 
É uma ONG encarregada de fazer valer o Código Brasileiro de 
Autorregulamentação Publicitária. 
A partir da denúncia, que pode ser de consumidores ou autoridades, o Conar 
recomenda aos veículos de comunicação a suspensão da exibição da peça ou 
sugere correções à propaganda. Pode, inclusive, advertir anunciante e agência, 
sendo capaz de adotar medida liminar de sustação no intervalo de algumas 
horas a partir do momento em que toma conhecimento da denúncia, aplicando 
as sanções cabíveis, que compreendem advertência, recomendação de sustação 
de divulgação do anúncio, recomendação de alteração ou correção e divulgação 
da posição da entidade. 
Vamos ver dois exemplos! 
Em 2011, o Conar julgou que uma propaganda do azeite Gallo permitia 
interpretações racistas e teria de ser alterado. 
Em 2013, uma empresa do Ceará retirou os anúncios antes da decisão final do 
Conar. 
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 13 
Responsabilidade civil das agências de propaganda 
O marketing é a técnica utilizada para dinamizar e extrair o máximo de proveito 
do mercado. De acordo com Guimarães (2007), cabe às agências de 
publicidade: 
• Responder sobre sua atividade fim ao desenvolver algum tipo de 
publicidade; 
• Verificar a veracidade das informações fornecidas pelo anunciante. 
 
Desse modo, as agências de publicidade são as responsáveis, sob o comando 
do anunciante, por conferir licitude aos anúncios e comerciais. 
 
As feiras de negócio podem ser consideradas como um excelente ambiente de 
publicizar um produto. Ao usar a publicidade do tipo testemunhal de pessoa 
famosa dentro do ambiente da feira, a celebridade poderá ser responsabilizada 
por um produto que venha a causar danos às pessoas que lá experimentavam o 
produto. Esse tipo de dano é chamado de dano por equiparação. 
Nesse sentido, a celebridade que fizer anúncio publicitário poderá ser 
responsabilizada civil e criminalmente, tanto por infração contratual quanto 
extracontratual, caso alguém que faça uso normal e previsível de produto ou 
serviço sofra grave dano. 
 
O código de autorregulamentação publicitária recomenda que as agências 
façam sua identificação junto ao anúncio, estabelecendo que elas são 
corresponsáveis com o anunciante pela publicidade realizada e pela 
desobediência aos preceitos do Código (art. 45, b), bem como prevê no artigo 
46 que qualquer pessoa que tenha participado do planejamento, da criação, 
execução e veiculação de um anúncio responde na medida de seus respectivos 
poderes. 
 
O art. 15 do Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária afirma: 
Os padrões éticos de conduta estabelecidos neste Código devem ser 
respeitados por quantos estão envolvidos na atividade publicitária, sejam 
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 14 
anunciantes, agências de publicidade, veículos de divulgação, sejam 
publicitários, jornalistas e outros profissionais de comunicaçãoparticipantes do 
processo publicitário. 
 
Comércio eletrônico 
O desenvolvimento tecnológico tem possibilitado, nos últimos anos, a aparição 
de novos meios de informação que configuraram a chamada Sociedade da 
Informação. 
Os progressos da tecnologia têm-se manifestado no campo informático e 
consumerista, em razão do aumento progressivo do número de computadores 
pessoais e pelo acesso das pessoas à internet, difundindo as transações 
eletrônicas. 
 
Em 15 de março de 2013, Dia Mundial do Consumidor, o Governo Federal 
promulgou o Decreto nº 7.962 para regulamentar a Lei no 8.078/90 (CDC) 
sobre a contratação no comércio eletrônico. 
 
Veja a previsão de crescimento do comércio eletrônico em 2014. 
 
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 15 
 
Adaptado de: http://www.manacacomunicacao.com.br/saiba-como-pegar-
carona-no-crescimento-do-comercio-eletronico. 
 
Válido apenas para as aquisições efetivadas fora do estabelecimento comercial 
(internet, telefone etc.), o direito de arrependimento é um período concedido 
ao consumidor para que o mesmo possa refletir quanto à aquisição de produtos 
ou serviços. 
Inegavelmente, o consumidor que contrata pela internet encontra-se vulnerável 
por conta das técnicas de marketing que evoluíram tanto que conseguem 
convencer o consumidor a adquirir produtos pela facilidade de aquisição e de 
pagamento. 
 
O crescimento exponencial do comércio eletrônico condicionou a aplicação 
extensiva do CDC a essa nova modalidade de consumo, fazendo com que o 
consumidor passasse a ter mais segurança. 
 
 
Atenção 
 O artigo 49 do CDC protege o consumidor na compra e 
afirma: 
O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias 
a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do 
produto ou serviço, sempre que a contratação de 
fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do 
estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou 
a domicílio. 
 
Direito do Trabalho 
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) regula as relações trabalhistas e 
define os conceitos de empregador e empregado conforme a seguir: 
 
http://www.manacacomunicacao.com.br/saiba-como-pegar-carona-no-crescimento-do-comercio-eletronico
http://www.manacacomunicacao.com.br/saiba-como-pegar-carona-no-crescimento-do-comercio-eletronico
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 16 
Empregador 
 
O art. 2º afirma que: 
Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os 
riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de 
serviço. 
 
Empregado 
 
O art. 3º enuncia que: 
Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza 
não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. 
Parágrafo único – Não haverá distinções relativas à espécie de emprego e à 
condição de trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico e manual. 
 
Trabalho a distância 
O art. 6º da CLT regulamenta o trabalho a distância, conceitua e disciplina as 
relações de teletrabalho e dá outras providências. Esse artigo foi alterado pela 
Lei 12.551, de 15 de dezembro de 2011. 
Conforme enunciado da referida lei, seu objetivo é o de “equiparar os efeitos 
jurídicos da subordinação exercida por meios telemáticos e informatizados à 
exercida por meios pessoais e diretos”. 
 
São direitos do empregado teletrabalhador: 
• Igualdade de tratamento no que diz respeito à filiação sindical, 
participação na negociação coletiva, proteção à saúde, segurança social 
e estabilidade no emprego, além da garantia a não discriminação e 
acesso à qualificação e informação profissionais; 
• Proteção ao salário, férias e sua respectiva remuneração, gozo de 
feriados, licenças previstas na CLT e faltas por doença. 
 
 
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 17 
O art. 6º da CLT afirma que: 
Não se distingue entre o trabalho realizado no estabelecimento do empregador, 
o executado no domicílio do empregado e o realizado a distância, desde que 
estejam caracterizados os pressupostos da relação de emprego. 
Parágrafo único. Os meios telemáticos e informatizados de comando, controle e 
supervisão se equiparam, para fins de subordinação jurídica, aos meios 
pessoais e diretos de comando, controle e supervisão do trabalho alheio. 
 
E-mail corporativo 
O e-mail corporativo pode ser monitorado pela empresa, segundo 
entendimento da Justiça, não configurando violação de sigilo. As mensagens 
trocadas no e-mail corporativo são de interesse de todos os envolvidos no 
exercício da função na empresa. 
A legislação civil define que a empresa é responsável por atos praticados pelos 
profissionais, seja durante o trabalho ou por causa dele. O Código Civil de 2002 
estabeleceu que o empregador responde pelos atos dos seus empregados, 
serviçais ou prepostos, desde que estejam no exercício do trabalho que lhes 
competir ou em razão dele (art. 932, III). O mesmo artigo prevê, ainda, que o 
empregador responde por tais atos, ainda que não haja culpa de sua parte. 
 
Se o conteúdo do correio eletrônico da empresa for utilizado de forma 
inadequada, com mensagens de conteúdo pornográfico, ilícito, a empresa tem 
legitimidade para estabelecer sanções administrativas como advertências, 
podendo até ocorrer demissão por justa causa. 
A empresa não pode vistoriar o conteúdo do e-mail particular ou pessoal do 
funcionário, ainda que o acesso tenha ocorrido durante a jornada de trabalho. 
As regras da empresa quanto ao uso do e-mail corporativo devem ser claras, 
bem como as consequências da inadequação de sua utilização para estabelecer 
as normas de ética e de conduta no trabalho. 
Clique aqui e veja um exemplo de decisão do Judiciário sobre uso do e-mail 
corporativo, na Súmula 126 do (Tribunal Superior do Trabalho (TST). 
 
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 18 
Súmula 126 do (Tribunal Superior do Trabalho (TST). 
[...] 
6. A concessão, por parte do empregador, de caixa de e-mail a seus 
empregados em suas dependências tem por finalidade potencializar a agilização 
e eficiência de suas funções para o alcance do objeto social da empresa, o qual 
justifica a sua própria existência e deve estar no centro do interesse de todos 
aqueles que dela fazem parte, inclusive por meio do contrato de trabalho. 
[...] 
8. Assim, se o empregado eventualmente se utiliza da caixa de e-mail 
corporativo para assuntos particulares, deve fazê-lo consciente de que o seu 
acesso pelo empregador não representa violação de suas correspondências 
pessoais, tampouco violação de sua privacidade ou intimidade, porque se trata 
de equipamento e tecnologia fornecidos pelo empregador para utilização no 
trabalho e para alcance das finalidades da empresa. 
 
Violação de segredo de empresa e sigilo de informação 
E se alguma informação da empresa vazar? De acordo com o art. 482 da CLT, 
se for comprovado o prejuízo para a empresa e a má-fé do empregado pode 
ocorrer demissão por justa causa por violação de segredo da empresa. 
A violação de segredo da empresa ocorre na hipótese de o empregado divulgar 
informações sigilosas sem a expressa autorização do empregador, em relação 
a tudo que é de conhecimento do empregado enquanto subordinado daquela 
empresa, que não faz parte do conhecimento público, como: 
• Projetos; 
• Patentes de invenção; 
• Fórmulas; 
• Métodos de execução; 
• Sites. 
 
 
O art. 482 afirma que: 
Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador: 
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 19 
a) Ato de improbidade; 
b) Incontinência de conduta ou mau procedimento; 
c) Negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do 
empregador, e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual 
trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço; 
d) Condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenhahavido suspensão da execução da pena; 
e) Desídia no desempenho das respectivas funções; 
f) Embriaguez habitual ou em serviço; 
g) Violação de segredo da empresa; 
h) Ato de indisciplina ou de insubordinação; 
i) Abandono de emprego; 
j) Ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer 
pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima 
defesa, própria ou de outrem; 
k) Ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o 
empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, 
própria ou de outrem; 
l) Prática constante de jogos de azar. 
 
No caso de a empresa descobrir um medicamento adequado para a cura do 
câncer e o empregado divulgar, por uma questão humanitária e sociológica o 
ocorrido, não caracteriza, em tese, má-fé, assim como comentários sobre 
projetos futuros da empresa publicados em mídia impressa e digital. 
 
Caracteriza má-fé a intenção de prejudicar a empresa, a investigação de dados, 
arquivos, documentos, acessando e copiando arquivos do computador, e-mails 
particulares, em que o empregado investiga e toma conhecimento de algo, 
sobre o qual não deveria ter qualquer conhecimento. Há entendimento de que, 
mesmo que esse empregado não revele o que descobriu, ele já teria cometido 
a falta grave, pois teria praticado o ato de violação, perdendo a confiança 
depositada pelo empregador em sua pessoa. 
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 20 
Atividade proposta 
Vamos fazer uma atividade! 
Antes de mais nada, responda: Você conhece alguém que já comprou algum 
produto impróprio para o consumo ou para o uso? O que essa pessoa fez ao 
constatar o problema? Procurou o fornecedor ou fabricante? Como foi o 
atendimento? 
Leia o artigo da Revista Veja: Consumidor mal-intencionado prejudica avanços 
no direito do consumidor (http://veja.abril.com.br/noticia/economia/pessoas-
mal-intencionadas-prejudicam-avancos-do-direito-do-consumidor). 
Após a leitura do artigo, questione o que leva o cidadão a confiar em uma 
marca. O que você acha que compõe a credibilidade de determinada empresa? 
De que forma os poucos consumidores que tentam tirar vantagem de empresas 
criam obstáculos para a maioria que realmente precisa de uma solução para 
problemas com os fabricantes? 
 
Chave de resposta: 
No próprio artigo está a resposta: “Existem compradores que se aproveitam da 
pressão dos órgãos de defesa para tirar vantagem. E assim, entre o abuso e o 
despreparo, quem realmente precisa de uma solução acaba prejudicado. “O 
consumidor honesto, maioria esmagadora dos reclamantes, acaba pagando 
pelos 2% que são mau-caráter”, afirma Maurício Vargas, presidente do Reclame 
Aqui, que recebe cerca de 300 mil reclamações por mês de consumidores.” 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://veja.abril.com.br/noticia/economia/pessoas-mal-intencionadas-prejudicam-avancos-do-direito-do-consumidor
http://veja.abril.com.br/noticia/economia/pessoas-mal-intencionadas-prejudicam-avancos-do-direito-do-consumidor
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 21 
Aprenda Mais 
Para saber mais sobre a inversão do ônus da prova do CDC, assista ao vídeo: 
Inversão do ônus da prova 
Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=SJMq3Iw2na0 
Fonte: TV Justiça (http://www.youtube.com/user/TVJustica) 
 
Para saber mais sobre sigilo e segredo profissional, assista ao vídeo: Sigilo e 
segredo profissional 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=PLUfC0ZV1fw 
Fonte: TV Justiça (http://www.youtube.com/user/TVJustica) 
 
Para saber mais como comprar pela internet, acesse o texto: 8 dicas para 
comprar online com segurança 
Disponível em: http://daraujo.com/8-dicas-para-comprar-on-line-com-
seguranca/ 
 
Para saber mais sobre instituições destinadas à fiscalização e à defesa dos 
direitos do consumidor, acesse os sites: 
• Conar (http://www.conar.org.br/) 
• Procon (http://www.procon.rj.gov.br) 
 
 
http://www.youtube.com/watch?v=SJMq3Iw2na0
http://www.youtube.com/user/TVJustica
https://www.youtube.com/watch?v=PLUfC0ZV1fw
http://www.youtube.com/user/TVJustica
http://daraujo.com/8-dicas-para-comprar-on-line-com-seguranca/
http://daraujo.com/8-dicas-para-comprar-on-line-com-seguranca/
http://www.conar.org.br/
http://www.procon.rj.gov.br/
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 22 
Referências 
BRASIL. Código de Proteção e Defesa do Consumidor. 24. ed. Rio de 
Janeiro: Editora Saraiva, 2014. 
BRASIL. Código Civil e Constituição Federal. 65. ed. Tradicional. Rio de 
Janeiro: Editora Saraiva, 2014. 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Rio de Janeiro: 
Coleção Saraiva de Legislação, 2014. 
GUIMARÃES, P. J. S. A Publicidade Ilícita e a Responsabilidade Civil das 
Celebridades que dela participam – v.16. 2. ed. São Paulo: Editora Revista 
dos Tribunais, 2007. 
MARQUES, C. L. Contratos no código de defesa do consumidor. 6ª ed. 
São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2014. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 23 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
O Código de Defesa do Consumidor, Lei 8.078 de 11 de setembro de 1990, 
surgiu no momento em que havia uma mudança na forma do consumo. Era 
necessária, portanto, uma legislação de defesa para a parte mais vulnerável na 
relação de consumo, que é o: 
a) Legislador 
b) Fornecedor 
c) Consumidor 
d) Comerciante 
Questão 2 
Correlacione o conceito de cada um dos envolvidos na relação de consumo: 
1. Consumidor ( ) é toda pessoa física ou jurídica, ..., que 
desenvolve atividade de produção, montagem, 
criação, construção, transformação, 
importação, exportação, distribuição ou 
comercialização de produtos ou prestação de 
serviços. 
2. Fornecedor ( ) é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou 
imaterial. 
3. Produto ( ) é qualquer atividade fornecida no mercado de 
consumo, mediante remuneração, inclusive as 
de natureza bancária, financeira, de crédito e 
securitária, salvo as decorrentes das relações 
de caráter trabalhista. 
4. Serviço ( ) é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou 
utiliza produto ou serviço como destinatário 
final. 
 
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 24 
Questão 3 
O reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor é fundamental para que 
tenhamos o equilíbrio entre: 
a) Consumidor x legislador 
b) Consumidor x juiz 
c) Fornecedor x legislador 
d) Consumidor x fornecedor 
 
Questão 4 
A respeito da propaganda enganosa e da publicidade abusiva, assinale V para 
Verdadeiro ou F para Falso: 
( ) É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de 
caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer 
outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o 
consumidor. 
( ) É abusiva a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que 
incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da 
deficiência de julgamento e experiência da criança. 
( ) São órgãos fiscalizadores e de defesa dos direitos do consumidor o 
Procon, o Conar e os Juizados Especiais Cíveis. 
( ) Uma celebridade contratada para divulgar um produto ou serviço não 
poderá ser responsabilizada civil e criminalmente, caso alguém que faça 
uso normal e previsível de produto que ele fizer anuncio publicitário vier 
a sofrer grave dano tanto por infração contratual quanto 
extracontratual. 
 
 
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 25 
Questão 5 
Rômulo, estudante do curso de MBA em Comunicação e Marketing em Mídias 
Digitais, adquire pelo comércio eletrônico (internet) um audiobook (livro em 
Cpara auxiliá-lo em seus estudos. Ao receber o livro, verifica que não contempla 
todos os temas que necessita. De acordo com o Código de Defesa do 
Consumidor: 
a) Rômulo não poderá devolver o produto, pois o mesmo não apresentou 
defeito. 
b) Como o contratode consumo fora concluído fora do estabelecimento 
comercial, Rômulo tem direito de arrependimento no prazo de 7 dias. 
c) O prazo de arrependimento é de 30 dias. 
d) Rômulo poderá apenas trocar o produto por outro, não tendo direito à 
restituição em dinheiro. 
 
Questão 6 
A CLT é a Consolidação das Leis do Trabalho e regula a relação entre 
empregador e empregado. Assim, o conceito de empregado, segundo o art. 3º 
da referida lei é: 
a) Toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a 
empregador, sob a dependência deste e mediante salário. 
b) Toda pessoa jurídica que prestar serviços de natureza não eventual a 
empregador, sob a dependência deste e mediante salário. 
Toda pessoa física que prestar serviços de natureza eventual a 
empregador, sob a dependência deste e mediante salário. 
c) Toda pessoa física que prestar serviços de natureza eventual a 
empregador, sob a dependência deste e mediante salário 
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 26 
d) Toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a 
empregador, não estando sob a dependência deste e mediante salário. 
 
Questão 7 
O art. 6º regulamenta o trabalho à distância, conceitua e disciplina as relações 
de teletrabalho e dá outras providências. A respeito do teletrabalho marque a 
alternativa falsa. 
a) Não se distingue entre o trabalho realizado no estabelecimento do 
empregador, o executado no domicílio do empregado e o realizado a 
distância, desde que estejam caracterizados os pressupostos da relação 
de emprego. 
b) Por poder ser exercido em qualquer lugar, o teletrabalho aumenta a 
qualidade de vida e a produtividade. 
c) Entre os direitos do teletrabalhador há a proteção ao salário, férias e sua 
respectiva remuneração, gozo de feriados, licenças previstas na CLT e 
faltas por doença. 
d) Não estão garantidos ao empregado teletrabalhador a igualdade de 
tratamento no que diz respeito à filiação sindical, participação na 
negociação coletiva, proteção à saúde, segurança social e estabilidade no 
emprego, além da garantia à não discriminação e acesso à qualificação e 
informação profissionais. 
 
 
 
 
 
 
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 27 
Questão 8 
Em relação ao uso de e-mail corporativo, marque a alternativa verdadeira. 
a) As mensagens trocadas no e-mail corporativo devem ser de interesse 
pessoal e não de todos os envolvidos no exercício da função na empresa. 
b) O e-mail corporativo pode ser monitorado pela empresa, segundo 
entendimento da Justiça, não configurando violação de sigilo. 
c) Mesmo que o conteúdo do e-mail corporativo seja utilizado de forma 
inadequada, não pode ocorrer demissão por justa causa. 
d) A empresa pode vistoriar o conteúdo do e-mail particular ou pessoal do 
funcionário, quando o acesso tenha ocorrido durante a jornada de 
trabalho. 
 
Questão 9 
A violação de segredo da empresa ocorre na hipótese do empregado, divulgar 
informações sigilosas, ou sem a expressa autorização do empregador, em 
relação a: projetos, patentes de invenção, fórmulas, métodos de execução, 
sites, enfim, tudo aquilo que é de conhecimento do empregado enquanto 
subordinado daquela empresa, que não faz parte do conhecimento público. A 
demissão por justa causa por violação de segredo da empresa ocorre se restar 
comprovado: 
a) O comentário despretensioso do empregado sobre o sistema de RH da 
empresa. 
b) O interesse público da violação do segredo pelo empregado. 
c) A conversa em uma roda de amigos do empregado sobre o projeto da 
empresa para o próximo semestre publicado nas mídias digitais. 
d) O prejuízo para a empresa e a má-fé do empregado. 
 
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 28 
Questão 10 
São direitos do empregado teletrabalhador: 
I. Igualdade de tratamento no que diz respeito à filiação sindical e 
participação na negociação coletiva. 
II. Proteção à saúde, segurança social e estabilidade no emprego. 
III. Garantia a não discriminação e acesso à qualificação e informação 
profissionais. 
IV. Proteção ao salário, férias e sua respectiva remuneração, gozo de 
feriados, licenças previstas na CLT e faltas por doença. 
 
a) I e II estão corretas. 
b) II e III estão corretas. 
c) II e IV estão corretas. 
d) todas estão corretas. 
 
 
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 29 
Decon: Defesa do Consumidor é a Delegacia de Crimes contra o Consumidor e 
a Economia Popular. Trata de casos criminais quando o crime é previsto no 
Código de Defesa do Consumidor. O órgão não faz conciliações, apenas 
registra as ocorrências de crime contra o consumidor e contra a economia 
popular. 
 
Decreto: Decreto é um ato legislativo emanado do Poder Executivo. Assim, se 
algum assunto é objeto de um decreto, a norma não poderia inovar o 
ordenamento jurídico, criando direitos e deveres que não estivessem previstos 
em Lei. 
 
Direitos difusos: Direitos difusos são todos aqueles direitos que não podem 
ser atribuídos a um grupo específico de pessoas, pois dizem respeito a toda a 
sociedade. 
 
Fonte: http://portal.mj.gov.br 
 
Interesses coletivos: São os que abrangem grupos, categorias ou classes de 
pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica-base 
(art.81, parágrafo único, CDC). 
 
Interesses difusos: São os que abrangem um grupo de pessoas 
indeterminadas, ligadas por uma circunstância de fato (art.81, parágrafo único, 
CDC). 
 
Interesses individuais homogêneos: São os decorrentes de origem 
comum (art.81, parágrafo único, CDC). 
 
Súmula: É a pacificação do entendimento do Tribunal sobre assuntos 
divergentes que não estão previstos na lei. O Judiciário, pela inércia do 
http://portal.mj.gov.br/
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 30 
Legislativo em adequar a lei ao caso concreto, toma decisões mediante 
petições dos cidadãos que necessitam de aparato jurídico e judicial para as 
mais diversas situações do cotidiano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 31 
Aula 2 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - C 
Justificativa: O reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor, que é a 
parte mais fraca da relação deve ser considerado fundamental para que 
tenhamos o equilíbrio entre consumidor e fornecedor. 
 
Questão 2 - B, C, D, A 
Justificativa: Conforme o art. 2º do CDC, consumidor é toda pessoa física ou 
jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. O art. 
3º conceitua fornecedor como toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, 
nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolve 
atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, 
importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou 
prestação de serviços. O § 1º do art. 3º conceitua produto que é qualquer bem, 
móvel ou imóvel, material ou imaterial. Por fim, o § 2º do art. 3º conceitua 
serviço, que é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante 
remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e 
securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista. 
 
Questão 3 - D 
Justificativa: O fornecedor, parte mais forte da relação, sempre ditou as regras 
do mercado antes do advento do CDC (Código de Defesa do Consumidor) que 
reconhece o consumidor como a parte mais fraca estabelecendo esse equilíbrio. 
 
Questão 4 - V, V, V, F 
Justificativa: A primeira alternativa é verdadeira por causa do artigo 37, § 1º do 
CDC; a segunda alternativa é verdadeira por causa do artigo 37, § 2º do CDC; a 
terceira alternativa é verdadeira porque Procon é o Programa de Proteção e 
Defesa do Consumidor e tem por objetivo elaborar e executar a política 
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR E PROPRIEDADE INTELECTUAL 32 
estadual de proteção e defesa do consumidor.

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