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Legislação aduaneira

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Prévia do material em texto

Indaial – 2020
LegisLação MarítiMa, 
aduaneira e Portuária
Prof. José Geraldo Lamim
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Prof. José Geraldo Lamim
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
L231l
 Lamim, José Geraldo
 Legislação marítima, aduaneira e portuária. / José Geraldo 
Lamim. – Indaial: UNIASSELVI, 2020.
 191 p.; il. 
 ISBN 978-65-5663-062-5
1. Legislação marítima. – Brasil. 2. Legislação portuária. – Brasil. 
Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 382.0981
aPresentação
Prezado acadêmico! O comércio internacional brasileiro tem apresen-
tado números expressivos de crescimento e desenvolvimento nestes últimos 
anos, transformando o país não apenas em uma nação exportadora de com-
modities, mas também de uma ampla gama de produtos acabados, manufa-
turados, com tecnologia e design que vem conquistando novos mercados e 
novos consumidores mais exigentes.
Este crescimento no setor internacional, além de produtos, demanda 
também uma necessidade de mais profissionais preparados para atuar e auxi-
liar as empresas nesta tarefa, nem sempre tão simples, pois exige conhecimen-
tos e habilidades técnicas para proporcionar um assessoramento adequado às 
empresas e fazer que seus produtos sejam entregues aos mercados consumi-
dores internacionais com qualidade, agilidade e dentro das rígidas normas de 
transporte e legislação nacional e internacional.
Desta forma, caro acadêmico, na disciplina Legislação Marítima, Adu-
aneira e Portuária, estudaremos os principais conceitos da legislação nacional 
e internacional, bem como seus órgãos reguladores com a finalidade de pro-
porcionar os conhecimentos e habilidades necessárias para auxiliar as empre-
sas em sua tarefa de explorar novos mercados ou ainda aumentar a sua parti-
cipação de forma consistente nos países onde já possuem participação.
A Unidade 1 explorará os conhecimentos relativos aos conceitos ini-
ciais da Legislação Marítima, Aduaneira e Portuária, principalmente, a for-
ma como a estrutura de comércio exterior nacional está formalizada. Com o 
aumento da participação das empresas brasileiras no mercado internacional, 
conforme comentado anteriormente, essa estrutura também vem se modifi-
cando ao longo dos últimos anos para propiciar um maior controle e também 
segurança nas transações internacionais. O governo brasileiro através de sua 
equipe de comércio internacional, vem aprimorando e modernizando estes 
controles, através da informatização e também da reestruturação de seus ór-
gãos intervenientes no comercio internacional. Estudaremos detalhadamente 
cada um destes órgãos e seu papel em fomentar e auxiliar de forma segura e 
consistente as empresas que já têm sua participação internacional ou aquelas 
que estão iniciando seus estudos para começar a exportar. Veremos também 
os conhecimentos relativos à classificação fiscal das mercadorias, sua finalida-
de e particularidades, além de adquirir conhecimentos sobre contratos inter-
nacionais de compra e venda.
A partir da Unidade 2 e com os conhecimentos adquiridos anterior-
mente, apresentaremos uma etapa de grande importância para que os futu-
ros exportadores e importadores possam compreender melhor como funciona 
o controle aduaneiro exercido pelo Estado, bem como a sua importância no 
sentido de dar credibilidade e mais segurança as operações internacionais. 
Esta forma de controle foi estruturada de forma que todas as operações, in-
dependentemente de tipo, tamanho de empresa ou local onde ela efetua suas 
operações, tenham um controle efetivo do governo, evitando, desta forma, as 
operações irregulares que prejudicam a imagem não somente do país, mas 
da comunidade empresarial. Estudaremos também os Regimes Aduaneiros 
Especiais e como podem ser utilizados para redução de carga tributária e faci-
litação de algumas operações específicas, que podem proporcionar mais agi-
lidade e redução no custo final do produto importado ou exportado. Além 
destes regimes, os aspectos sobre valoração aduaneira que são considerados 
principalmente para o cálculo dos produtos importados e como o governo 
determina a sua classificação fiscal.
Na Unidade 3, nós trataremos especificamente da Legislação Marítima 
e Portuária. Estudaremos sobre a evolução histórica da exploração portuária 
e o importante papel de controle exercido pelo governo como regulador da 
infraestrutura aquaviária a qual interfere diretamente nas operações logísticas 
do comércio internacional. Os locais ou estruturas utilizadas na movimenta-
ção de produtos destinados ao mercado internacional tem um funcionamento 
e uma regulamentação própria e como envolve movimentação de produtos e 
divisas, requerem também um controle específico, mesmo porque, todos os 
países que participam do comércio internacional, seguem regras rígidas de 
controle definidas pelos organismos reguladores internacionais.
Boa leitura e bons estudos!
Prof. José Geraldo Lamim
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui 
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida-
de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun-
to em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos 
materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais 
os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais 
que possuem o código QR Code, que é um código 
que permite que você acesse um conteúdo interativo 
relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos 
e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar 
mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!
UNI
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você 
terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen-
tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
suMário
UNIDADE 1 — CONCEITOS INICIAIS DE LEGISLAÇÃO MARÍTIMA, 
 ADUANEIRA E PORTUÁRIA ................................................................................ 1
TÓPICO 1 — INSTITUIÇÕES INTERVENIENTES NO COMÉRCIO 
 EXTERIOR BRASILEIRO ............................................................................................3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 INSTITUIÇÕES INTERVENIENTES NO COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO .............. 4
2.1 RECEITA FEDERAL DO BRASIL (RFB) ...................................................................................... 5
 2.1.2 Controle governamental ....................................................................................................... 7
2.2 SECEX – SECRETARIA DE COMÉRCIO EXTERIOR ............................................................. 10
2.3 BACEN – BANCO CENTRAL DO BRASIL .............................................................................. 11
2.4 MINISTÉRIO DAS RELAÇOES EXTERIORES – MRE ............................................................ 13
2.5 CAMEX – CÂMARA DE COMÉRCIO EXTERIOR ................................................................. 14
3 SISCOMEX .......................................................................................................................................... 16
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 24
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 25
TÓPICO 2 — CLASSIFICAÇÃO FISCAL DE MERCADORIAS ................................................ 27
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 27
2 CONCEITO DE NOMENCLATURA ............................................................................................. 27
3 SISTEMA HARMÔNICO DE CODIFICAÇÃO/IDENTIFICAÇÃO DE MERCADORIAS 30
4 NOMENCLATURA COMUM DO MERCOSUL (NCM) E OUTRAS ..................................... 34
4.1 NOMENCLATURA DE VALOR ADUANEIRO E ESTATÍSTICA (NVE) ............................ 36
4.2 NOMENCLATURA SIMPLIFICADA PARA A CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIA .. 37
4.3 PENALIDADES RELATIVAS À DESCRIÇÃO INCOMPLETA OU 
 CLASSIFICAÇÃO INEXATA ...................................................................................................... 38
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 44
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 45
TÓPICO 3 —CONTRATOS INTERNACIONAIS: GARANTIAS, CONTRATOS DE 
 COMPRA E VENDA .................................................................................................... 47
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 47
2 GARANTIAS ...................................................................................................................................... 47
3 CONTRATOS DE COMPRA E VENDA ....................................................................................... 49
3.1 CONTRATO DE COMPRA E VENDA INTERNACIONAL .................................................. 50
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 52
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 55
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 56
UNIDADE 2 — CONCEITOS INICIAIS DE LEGISLAÇÃO MARÍTIMA, 
 ADUANEIRA E PORTUÁRIA .............................................................................. 59
TÓPICO 1 — CONTROLE ADUANEIRO E JURISDIÇÃO ADUANEIRA .............................. 61
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 61
2 JURISDIÇÃO ADUANEIRA ........................................................................................................... 61
2.1 RECINTOS ALFANDEGADOS .................................................................................................. 64
 2.1.1 Porto Seco .............................................................................................................................. 67
 2.1.2 Controle aduaneiro de veículos ......................................................................................... 68
 2.1.3 Controle aduaneiro de mercadorias e despacho aduaneiro .......................................... 69
 2.1.4 Controle aduaneiro sobre importadores e exportadores ............................................... 70
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 74
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 75
TÓPICO 2 — REGIMES ADUANEIROS ESPECIAIS................................................................... 77
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 77
2 ISENÇÃO DE IMPOSTOS .............................................................................................................. 78
3 IMUNIDADE ..................................................................................................................................... 79
4 ALÍQUOTA ZERO ............................................................................................................................. 80
5 EX-TARIFÁRIO .................................................................................................................................. 81
6 DRAWBACK ...................................................................................................................................... 82
6.1 DRAWBACK SUSPENSÃO ......................................................................................................... 83
6.2 DRAWBACK ISENÇÃO ............................................................................................................... 83
6.3 DRAWBACK RESTITUIÇÃO ...................................................................................................... 84
7 ENTREPOSTO ADUANEIRO ........................................................................................................ 84
7.1 OPERACIONALIZAÇÃO DO ENTREPOSTO ADUANEIRO .............................................. 85
8 ADMISSÃO TEMPORÁRIA ........................................................................................................... 85
9 EXPORTAÇÃO TEMPORÁRIA ...................................................................................................... 86
10 TRÂNSITO ADUANEIRO ............................................................................................................. 87
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 92
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 93
TÓPICO 3 —VALORAÇÃO ADUANEIRA ..................................................................................... 95
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 95
2 HISTÓRICO ........................................................................................................................................ 95
3 PRINCÍPIOS DE VALORAÇÃO ADUANEIRA ........................................................................ 101
4 MÉTODOS DE VALORAÇÃO ADUANEIRA ........................................................................... 103
5 PARCELASACRESCIDAS AO VALOR ADUANEIRO .......................................................... 112
6 VALORES EXCLUÍDOS DO VALOR ADUANEIRO ............................................................... 113
7 NÃO APLICAÇÃO DO ACORDO DE VALORAÇÃO ADUANEIRA ................................. 113
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 115
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 123
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 124
UNIDADE 3 —LEGISLAÇÃO MARÍTIMA E PORTUÁRIA .................................................... 127
TÓPICO 1 —DOMÍNIO E REGULAÇÃO DO MONOPÓLIO ................................................. 129
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 129
2 DOMÍNIO E REGULAÇÃO DO MONOPÓLIO ...................................................................... 130
 2.1 DOMÍNIO PÚBLICO AQUAVIÁRIO ................................................................................... 131
 2.2 NOÇÕES SOBRE PORTO ........................................................................................................ 132
 2.3 TERMINAIS PORTUÁRIOS ................................................................................................... 133
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 140
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 141
TÓPICO 2 — A REGULAÇÃO DA INFRAESTRUTURA AQUAVIÁRIA .............................. 143
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 143
2 AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES AQUAVIÁRIOS – ANTAQ ......................... 143
3 CAP (CONSELHO DE AUTORIDADE PORTUÁRIA) ............................................................ 148
4 ÓRGÃO GESTOR DE MAO DE OBRA – OGMO .................................................................... 150
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 155
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 156
TÓPICO 3 — DIAGNÓSTICO DA ESTRUTURA PORTUÁRIA ............................................. 157
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 157
2 A INFLUÊNCIA SINDICAL NA ATIVIDADE PORTUÁRIA ................................................ 157
3 FUNÇÕES DOS TRABALHADORES PORTUÁRIOS ............................................................ 170
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 173
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 175
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 176
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 177 
1
UNIDADE 1 —
CONCEITOS INICIAIS DE 
LEGISLAÇÃO MARÍTIMA, ADUANEIRA 
E PORTUÁRIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você será capaz de:
• conhecer quais são as instituições intervenientes no comércio exterior 
brasileiro;
• perceber o papel que as instituições desemprenham na cadeia de exporta-
ção e importação;
• entender como funciona o Sistema de Comércio Exterior – SISCOMEX e 
como a implementação mudou a forma como exportadores e importado-
res realizam suas operações;
• entender como funciona o sistema de Classificação Fiscal e suas implica-
ções na tributação dos produtos;
• identificar quais são as garantias, direitos e deveres inerentes aos Contra-
tos Internacionais.
Esta unidade está dividida em três tópicos. Ao final de cada um deles, 
você encontrará atividades que proporcionarão auxílio na aprendizagem e 
fixação dos conhecimentos adquiridos.
TÓPICO 1 – INSTITUIÇÕES INTERVENIENTES NO COMÉRCIO 
 EXTERIOR BRASILEIRO
TÓPICO 2 – CLASSIFICAÇÃO FISCAL DE MERCADORIAS
TÓPICO 3 – CONTRATOS INTERNACIONAIS: GARANTIAS,
 CONTRATOS DE COMPRA E VENDA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1 —
UNIDADE 1
INSTITUIÇÕES INTERVENIENTES 
NO COMÉRCIO EXTERIOR 
BRASILEIRO
1 INTRODUÇÃO
A atividade de comércio internacional tem sido uma das responsáveis 
pelo crescimento econômico do país e também pela continuidade de várias em-
presas, que visualizaram, na atividade internacional, uma grande oportunidade 
para enfrentar, não somente as crises do mercado doméstico, como também ex-
pandir suas atividades e solidificar sua posição no mercado.
Para que uma empresa possa ingressar nesse mercado com segurança, são 
imprescindíveis um planejamento e uma preparação adequada, pois o comércio 
internacional, difere em vários aspectos do mercado local. São muitas particulari-
dades e controles a serem observados para que as operações internacionais gerem 
não somente lucro, mas também uma satisfação e um crescimento contínuo na 
atividade empresarial.
 
A atividade internacional vem apresentando números robustos em ter-
mos de crescimento das transações de compra e venda dos mais variados pro-
dutos. Vale ressaltar que a evolução dos meios de comunicação, principalmente, 
a internet, abriu novas portas e novos leques para efetuar essas transações. Con-
forme Barbosa (2004, p. 16), “o principal motivo que conduz uma empresa a se 
prepara para entrar na competição global seja justamente o de melhorar o seu 
desempenho geral e potencializar o seu crescimento”.
 
Assim como no Brasil, os principais players do comércio internacional, 
adotam rígidos controles para controlar o fluxo contínuo financeiro e de merca-
dorias que são negociadas todos os dias, ininterruptamente.
Como estamos falando sobre comércio internacional como uma forma de 
estratégia das empresas para expansão de suas atividades, uma boa dica de leitura é o livro 
COMPETIÇÃO ON COMPETITION, Porter, Michael E. Capitulo 1.
DICAS
UNIDADE 1 — CONCEITOS INICIAIS DE LEGISLAÇÃO MARÍTIMA, ADUANEIRA E PORTUÁRIA
4
Nesta primeira unidade, nós estudaremos mais detidamente a estrutura e 
os órgãos governamentais envolvidos nestes controles. É de fundamental impor-
tância conhecer e saber a qual deles se reportar para verificar as particularidades 
dos produtos a serem importados ou exportados, evitando-se, desta forma, sur-
presas desagradáveis que podem encarecer o custo da operação ou até inviabili-
zar o negócio.
Além desses órgãos, estudaremos também o sistema de classificação de 
mercadorias e como esta classificação influencia diretamente a identificação do 
produto e sua respectiva alíquota para tributação.
Complementando os conhecimentos adquiridos, teremos também a opor-
tunidade de conhecer um pouco dos aspectos relacionados aos contratos interna-
cionais, responsabilidades, garantias e demais aspectos relacionados à compra e 
venda de produtos para o mercado externo.
2 INSTITUIÇÕES INTERVENIENTES NO COMÉRCIO EXTERIOR 
BRASILEIRO
Conforme comentamos anteriormente, o nosso país vem passando por 
profundas mudanças políticas e econômicas, principalmente, voltadas ao merca-
do internacional. Com o recrudescimento do mercado doméstico, muitas empre-
sas viramno mercado internacional grande oportunidade não somente para con-
tinuar atuando no mercado, bem como expandir sua participação e conquistar 
novas fronteiras. Desta forma, a empresa consolida sua posição e adquire novos 
conhecimentos para aproveitar melhor sua estrutura e diversificar sua área de 
atuação.
Para tanto, o conhecimento sobre o funcionamento da estrutura interna-
cional e seus respectivos órgãos é imprescindível para o sucesso de suas opera-
ções. O objetivo da gestão estratégica de uma empresa visa à maximização da 
rentabilidade do capital investido e à minimização dos riscos (LUDOVICO, 2007).
A estrutura do comércio exterior brasileiro é descentralizada e formada 
por uma série de órgãos encarregados de definir as políticas e diretrizes para o 
desenvolvimento do comércio internacional. Cada um dos seus órgãos possui um 
papel bem definido e tem uma atuação bastante presente na área internacional. 
Assim, importadores e exportadores têm acesso à informação irrestrita e apoio a 
questões ligadas às áreas especificas em que atuam.
Veremos, a seguir, quais são esses órgãos, suas atribuições, estrutura e 
como podem auxiliar nas tarefas de importação ou exportação de cada empresa, 
independentemente de produto, área de atuação, tamanho ou outros aspectos.
 
TÓPICO 1 — CONCEITOS INICIAIS DE LEGISLAÇÃO MARÍTIMA, ADUANEIRA E PORTUÁRIA
5
2.1 RECEITA FEDERAL DO BRASIL (RFB)
A Receita Federal do Brasil, além de exercer um papel fundamental no co-
mércio exterior do país, tem como atribuição principal a fiscalização das importa-
ções e exportações de mercadorias e também dos serviços, arrecadando os impos-
tos e direitos aduaneiros incidentes sobre a entrada de mercadorias no País. Este 
órgão está presente em todo o território nacional, principalmente, nos locais ou re-
cintos alfandegados, de que trataremos posteriormente, auxiliando, principalmen-
te, no controle de entrada e saída de todos os produtos movimentados no território 
nacional. Desta forma, o órgão, além do controle, não só o garante, mas também a 
credibilidade necessária aos participantes da cadeia de comércio internacional.
Além do território nacional, a Receita Federal brasileira também atua em 
conjunto com outros organismos fiscalizados internacionais como a OMA (Orga-
nização Mundial das Aduanas) desempenhando um papel fundamental, princi-
palmente, no combate ao contrabando e tráfico de drogas.
Esta forma de cooperação garante ações e respostas mais rápidas ao com-
bate dos ilícitos aduaneiros, não somente às questões de contrabando e drogas, 
mas também às operações de evasão de divisas que lesam o Estado.
A Receita Federal também desempenha um importante papel na adminis-
tração dos tributos de competência da União, notadamente sobre aqueles inciden-
tes no comércio exterior, foco principal de nosso estudo. Tais tributos são essenciais 
para a arrecadação das contribuições sociais do Brasil, tendo em vista que o volume 
arrecadado representa uma parcela significativa do total arrecadado no país.
Sua atuação também alcança o poder executivo federal, pois tem papel na 
formulação da política tributária brasileira. Quando pensamos em Receita Fede-
ral, normalmente imaginamos apenas apreensão de mercadorias, contrabando e 
tráfico de drogas, entretanto, a Aduana tem um papel bem mais amplo, inclusive 
no combate ao descaminho, pirataria, fraude comercial, tráfico de pessoas e ani-
mais e vários outros atos ilícitos voltados ao comércio internacional.
Seguem as principais competências da Receita Federal (RECEITA, 2019, s.p.).
• controle e administração dos tributos incidentes no mercado doméstico e também dos 
impostos devidos no comércio exterior, notadamente nas operações de importação;
• gerenciamento, controle e execução dos processos e atividades que envolvem a 
área estratégica de arrecadação, lançamento de ofício, cobrança administrativa, 
fiscalização, pesquisa e investigação fiscal e controle da arrecadação administrada 
pelo Estado;
• gerenciamento e execução dos serviços específicos de administração, fiscalização e 
controle da área aduaneira e internacional;
• força tarefa para repressão aos ilícitos aduaneiros como descaminho, contrabando, 
tráfico de drogas e pessoas e, dentro do limite legal da sua alçada ou área de atuação;
UNIDADE 1 — CONCEITOS INICIAIS DE LEGISLAÇÃO MARÍTIMA, ADUANEIRA E PORTUÁRIA
6
• levantamento de dados para a preparação e o e julgamento, em primeira instância, 
dos processos administrativos de determinação e exigência de créditos tributários 
devidos a União;
• estudos constantes e atualizados de forma cada vez mais dinâmica e informatizada 
para a interpretação, aplicação e elaboração de propostas para o aperfeiçoamento e 
modernização da legislação tributária e aduaneira federal;
• apoio legal e administrativo para formulação de políticas tributárias e aduaneiras 
para direcionar ações gerenciais da área governamental;
• formulação e apoio técnico e administrativo para dar subsídios à elaboração do 
orçamento de receitas oriundas da arrecadação e benefícios tributários da União 
concedidos as empresas participantes das atividades de comercio nacional e 
internacional;
• aproximação e novas formas de buscas a interação e integração com o cidadão por 
meio dos novos e diversos canais de atendimento, presencial ou a distância através 
da web e aplicativos voltados as empresas e aos cidadãos em geral;
• apoio às ações voltadas para a educação fiscal para o exercício da cidadania através 
de palestras e material divulgado principalmente via web para qualquer cidadão;
• participação ativa na formulação e gestão da política de informações econômico-fiscais;
• formulação de programas específicos para a promoção da integração com órgãos 
públicos e privados afins, melhorando e estreitando o seu relacionamento, 
mediante convênios para troca de informações, novos métodos e técnicas para 
uma ação fiscal mais eficiente, bem como a racionalização de atividades, inclusive 
com a delegação de competência;
• participação e atuação na cooperação internacional e na negociação e implementação 
de acordos internacionais em matéria tributária e aduaneira através na participação 
de acordos de comércio internacional.
Para que a Receita Federal possa desempenhar todos os papéis acima, é 
necessária uma estrutura organizacional bem completa e definida a fim de es-
truturar de forma adequada todas as ações. Segue a estrutura organizacional da 
Receita Federal do Brasil:
DICAS
Assista ao vídeo intitulado: Receita Federal do Brasil – Vigilância aduaneira e 
repressão ao contrabando e descaminho. Acesse o link https://www.youtube.com/wat-
ch?v=Afr5Ab97lYQ.
TÓPICO 1 — CONCEITOS INICIAIS DE LEGISLAÇÃO MARÍTIMA, ADUANEIRA E PORTUÁRIA
7
Conforme foi possível observar a Receita Federal tem um papel prepon-
derante na fiscalização e arrecadação do país, contribuindo para que as operações 
efetuadas tenham credibilidade e segurança para todos. A seguir, falaremos a 
respeito dos aspectos ligados a necessidade de controle destas operações.
2.1.2 Controle governamental
 
Conforme observamos até aqui, todas as operações que envolvem a troca 
de mercadoria alem das fronteiras nacionais, necessitam de um controle específi-
co da área governamental, independente do país cuja operação está sendo efetu-
ada, ou ainda, independentemente se for exportação ou importação.
Ressaltamos que estes controles não são exclusivos do Brasil, sendo ado-
tados também em qualquer outro país do mundo. Existem várias razões que 
determinam qual tipo de controle a ser aplicado a cada tipo de operação. A in-
tervenção justifica-se por envolver deveres, obrigações e direitos de cada país, 
além da mera compra de um produto ou serviço quando é efetuado no mercado 
doméstico, por exemplo.
Nas operações internacionais, cada país procura zelar não somente pelo 
controle de suas fronteiras, mas também por outros interesses estratégicos que 
gravitam ao redor do universo das compras e vendas no mercadoexterno.
Segundo Bizelli (2006, p. 15), basicamente, o controle destas operações é 
efetuado levando-se em conta os seguintes fatores:
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos 
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UNIDADE 1 — CONCEITOS INICIAIS DE LEGISLAÇÃO MARÍTIMA, ADUANEIRA E PORTUÁRIA
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a) Arrecadação tributária: o II é o responsável pela principal fonte de 
arrecadação de impostos incidentes sobre as importações, onerando a 
entrada de mercadorias estrangeiras em território nacional.
b) Prevenção da evasão de divisas: controle de preços para inibir 
ações fraudulentas, interposição fraudulenta, sub faturamento, super 
faturamento e outras práticas desleais utilizadas para dificultar a ação 
da fiscalização do Estado com o intuito de burlar as leis e regras do 
sistema tributário e financeiro nacional.
c) Equilíbrio da balança comercial: equalizar o equilíbrio das entradas 
e saídas de mercadorias e recursos com a finalidade de promover o 
desenvolvimento sustentável da nação, levando-se em consideração 
fatores como renovação do parque industrial, necessidades industriais 
de compra de matérias-primas ou aquelas voltadas a execução de 
projetos governamentais.
d) Concorrência com similares estrangeiros: objetivo de preservar a 
industria nacional e o pleno emprego, proporcionando as empresas, 
igualdade de condições para competir com produtos importados 
de baixissimo custo ou práticas desleais que mascaram os valores 
importados.
Nos últimos anos, a Receita Federal também vem se preparando para de-
sempenhar novos papéis na sociedade, com o aumento das operações internacio-
nais, novas demandas surgiram no cenário econômico nacional e internacional 
e como um órgão de extrema importância como este, existe a necessidade de se 
adaptar as novas demandas sociais e também se modernizar para exercer melhor 
o seu papel de controle.
O controle fiscal se pauta pelo controle da arrecadação tributária 
com o objetivo de financiar o funcionamento do Estado. O foco do 
controle fiscal é a obtenção de receitas públicas. Considerando então 
que o controle aduaneiro e o controle fiscal têm objetivos distintos, 
sendo as vezes, conflitantes, há aqueles que defendem a existência 
de dois órgãos, retirando-se da Receita Federal o controle aduaneiro. 
Atualmente, no entanto, prevalece a decisão política de concentração 
dos controles em uma única instituição (LUZ, 2012, p. 80).
Dessa forma, através de uma modernização constante, não somente dos 
meios informatizados de controle, mas também de várias ações voltadas ao pre-
paro de seus profissionais, a RFB vem se estruturando também para combater 
novos desafios no comércio internacional, tais como:
- Aumento das ameaças transnacionais;
- Expansão do terrorismo mundial;
- Aumento do crime organizado;
- Necessidade de maior fiscalização para proteção ambiental;
- Ameaças à segurança nacional e maior proteção as áreas de fronteira.
Estes são apenas alguns dos novos desafios da Aduana moderna para au-
xiliar o país no crescimento e desenvolvimento internacional, sem, no entanto, 
tornar as operações lentas demais, atrapalhando o desempenho das empresas. 
Buscar o equilíbrio entre fiscalização e desenvolvimento internacional não é tão 
simples, mas através de novas ações e investimentos em tecnologia, a aduana 
TÓPICO 1 — CONCEITOS INICIAIS DE LEGISLAÇÃO MARÍTIMA, ADUANEIRA E PORTUÁRIA
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nacional vem se preparando adequadamente para estes novos desafios, com agi-
lidade e segurança a todos os envolvidos na cadeia de comércio internacional.
Algumas ações que estão sendo tomadas ao longo destes últimos anos 
para auxiliar nas tarefas da Aduana:
- Modernização dos sistemas informatizados como o SISCOMEX importação e 
exportação;
- Participação mais ativa em acordos internacionais e de cooperação aduaneira 
mundial;
- Adesão a convenções internacionais;
- Harmonização e simplificação da legislação aduaneira;
- Desenvolvimento do modelo OEA (Operador Econômico Autorizado) através 
de critérios de reconhecimento mútuo internacional (análise de risco das 
operações);
- Modernização de instalações, veículos e equipamentos;
- Aprimoramento dos requisitos de segurança em locais alfandegados.
O controle governamental, realizado através de sua estrutura de fiscali-
zação é fundamental para o desenvolvimento da qualquer nação, pois, através 
deste controle, é que o Estado não somente efetua a arrecadação de impostos, mas 
também regulamenta toda a cadeia envolvida no processo.
A seguir, estudaremos a respeito de outro órgão extremamente importan-
te na área internacional.
NOTA
A Secretaria da Receita Federal do Brasil é um órgão específico, singular, 
subordinado ao Ministério da Economia, exercendo funções essenciais para que o Estado 
possa cumprir seus objetivos. É responsável pela administração dos tributos de com-
petência da União, inclusive os previdenciários, e aqueles incidentes sobre o comércio 
exterior, abrangendo parte significativa das contribuições sociais do País.
Também subsidia o Poder Executivo Federal na formulação da política tributária brasileira, 
previne e combate à sonegação fiscal, o contrabando, o descaminho, a pirataria, a fraude 
comercial, o tráfico de drogas e de animais em extinção e outros atos ilícitos relacionados 
ao comércio internacional.
FONTE: <http://receita.economia.gov.br/sobre/institucional>. Acesso em: 16 nov. 2019.
UNIDADE 1 — CONCEITOS INICIAIS DE LEGISLAÇÃO MARÍTIMA, ADUANEIRA E PORTUÁRIA
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2.2 SECEX – SECRETARIA DE COMÉRCIO EXTERIOR
A SECEX tem como principal função assessorar e dar suporte ao MDIC 
(Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio) na condução das políti-
cas de comércio exterior, nas áreas de importação e exportação. É o órgão estraté-
gico do Ministério tendo como papel fundamental a gestão do controle comercial. 
A SECEX normatiza, supervisiona, orienta, planeja, controla e avalia as ativida-
des de comércio exterior. Suas ações estão alinhadas com as normas e diretrizes 
da Camex (Câmara de Comércio Exterior e do MDIC. Entre os seus principais 
objetivos, podemos destacar (SISCOMEX, 2019):
1. Sugerir medidas de políticas fiscais e cambiais, de financiamento, de seguro, 
de transporte e fretes e de promoção comercial, ou seja, apresentar sugestões 
para incrementar e facilitar a participação de empresas brasileiras no comércio 
internacional.
2. Participar das negociações e representar o governo brasileiro em acordos ou 
convênios internacionais relacionados ao comércio exterior, defendendo os 
interesses comerciais do país nestas negociações.
3. Planejar e elaborar novas propostas de políticas de comércio exterior e 
estabelecer não somente as normas, bem como as diretrizes e instrumentos 
legais necessárias a sua implementação.
4. Após a etapa de planejamento, auxiliar a implementar os mecanismos de 
defesa comercial e apoiar os exportadores que são submetidos a processos 
de investigação de defesa comercial no exterior, auxiliando juridicamente e 
representando o governo nestas demandas.
Conforme se encontra estruturado nos órgãos de gestão do comércio 
exterior nacional, é possível identificar que a SECEX é um dos principais 
órgãos ligados ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, 
desempenhando um papel preponderante no gerenciamento e monitoramento 
do comércio internacional, ou seja, é um órgão que está à frente das decisões 
e políticas voltadas à área internacional. A estrutura organizacional da SECEX 
está dividida, basicamente em quatro departamentos de apoio e controle: 
ECEX, DEINT, DECOM e DEPLA.
TÓPICO 1 — CONCEITOS INICIAIS DE LEGISLAÇÃO MARÍTIMA,ADUANEIRA E PORTUÁRIA
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Analisando melhor cada um dos órgãos acima, teremos: 
a) DECEX (Departamento de Comércio Exterior) – Concentra e centraliza toda 
a parte operacional da SECEX. Tem como função principal, a elaboração e 
implementação dos dispositivos legais, inerentes ao aspecto comercial das 
diversas fases, do comércio exterior brasileiro. Suas atribuições, entre outras, 
contemplam o licenciamento de mercadorias importação e exportação, além da 
gestão do Sistema Brasileiro de Comércio Exterior (SISCOMEX).
b) DEINT (Departamento de Negociações Internacionais) – Orienta e coordena 
os trabalhos de negociações e participações internacionais brasileiras a qual o 
Brasil participa.
c) DECOM (Departamento de Defesa Comercial) – Efetua o monitoramento das 
operações efetuadas pelas empresas participantes do mercado internacional, 
principalmente aquelas voltadas a importação e que podem configurar 
em operações prejudiciais não somente as empresas brasileiras, bem como 
aos seus produtos. O DECOM também fica encarregado de monitorar os 
processos contra empresas nacionais que podem ser iniciados na comunidade 
internacional por práticas ilícitas. Desta forma, este órgão fornece o suporte 
necessário, assistência e assessoria jurídica quando necessário.
d) DEPLA (Departamento de Planejamento e Desenvolvimento do Comércio 
Exterior) – O DEPLA é um órgão encarregado de incentivar e promover a criação 
de ações que possam desenvolver o cenário de comércio exterior nacional 
através de programas específicos para a área internacional. Este departamento 
é responsável pela coleta, análise e sistematização dos dados e informações 
estatísticas. A partir da análise destes dados, são apresentadas as propostas 
objetivando a formulação de políticas específicas para o desenvolvimento de 
do comércio exterior brasileiro.
Conforme observamos acima, o Secex é um braço importante do MDIC, 
auxiliando isoladamente ou em conjunto com outros órgãos a formular, controlar 
e sinalizar com novas políticas voltadas ao desenvolvimento da área internacional.
O próximo integrante da estrutura de comércio exterior nacional monitora 
especificamente assuntos ligados à área financeira internacional. A seguir, vamos 
aprender um pouco sobre o papel do BACEN.
2.3 BACEN – BANCO CENTRAL DO BRASIL
Conforme descrito no site do Bacen (BACEN, 2019), o Banco Central do 
Brasil foi criado pela Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964. É o principal órgão 
executor das orientações do Conselho Monetário Nacional e também responsável 
por garantir o poder de compra da moeda nacional, proporcionando liquidez e 
segurança e tranquilidade aos mercados financeiros. Seus principais objetivos são: 
- Se propõe a zelar e resguardar pela adequada liquidez da economia nacional.
- Controlar e manter as reservas internacionais em nível adequado, servindo como 
UNIDADE 1 — CONCEITOS INICIAIS DE LEGISLAÇÃO MARÍTIMA, ADUANEIRA E PORTUÁRIA
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base de decisões estratégicas governamentais na área econômico-financeira. 
- Traçar estratégias adequadas para estimular a população visando à formação de 
uma cultura poupadora.
- Monitorar constantemente e preservar a estabilidade do sistema financeiro, bem 
como aperfeiçoar frequentemente este sistema.
Dentre suas várias atribuições, podemos destacar: 
- Controlar e emitir papel-moeda e moeda metálica.
- Coordenar e executar os serviços do meio circulante. 
- Administrar e receber recolhimentos compulsórios e voluntários das institui-
ções financeiras e bancárias.
- Operacionalizar as operações de redesconto, além de empréstimos as institui-
ções financeiras que estejam em dificuldade momentânea. 
- Controlar e regulamentar a execução dos serviços de compensação de cheques 
e outros papéis utilizados no meio financeiro.
- Efetuar operações de compra e venda de títulos públicos federais.
- Coordenar e exercer o controle de crédito. 
- Possui autonomia para exercer a fiscalização das instituições financeiras, assim 
como impor sansões em caso de descumprimento das regras do sistema finan-
ceiro nacional. 
- Análise e autorização ou não para o funcionamento das instituições financeiras. 
- Determina as condições para o exercício de quaisquer cargos de direção nas 
instituições financeiras, através de uma análise detalhada do perfil dos gestores 
candidatos a estes cargos. 
- Exerce uma espécie de vigilância sobre as possíveis interferências de outras em-
presas nos mercados financeiros e de capitais. 
- Monitora e controlar o fluxo de capitais estrangeiros no país com o intuito de 
evitar grandes flutuações neste mercado.
 
A sede do BACEN está localizada em Brasília, capital do País, além de pos-
suir representações nas capitais dos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São 
Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Ceará e Pará.
Conforme descrito acima, o Banco Central tem um papel fundamental no 
controle monetário do País, sua atuação tem ampla e total influência no mercado 
financeiro nacional, além de ser responsável por manter estável e controlar toda a 
economia nacional. Este órgão também tem como função promover o desenvol-
vimento econômico e sustentável através de esforços para melhor distribuição de 
renda na nação.
Resumidamente falando, caro acadêmico, o Banco Central tem amplos po-
deres no sistema financeiro e tem a responsabilidade de colocar em prática todas 
as determinações baixadas pelo Conselho Monetário Nacional e desta forma pode 
interferir de maneira controlada no sistema financeiro nacional.
Finalmente, o BACEN tem papel preponderante no mercado cambial, pro-
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porcionando estabilidade relativa as taxas de câmbio e do equilíbrio no balanço de 
pagamentos. Pode comprar e vender moeda estrangeira e realizar operações de 
crédito no exterior, atuando principalmente em períodos de crise quando o dólar 
pode apresentar uma alta significativa e através da atuação do Bacen, nestes perío-
dos, é possível frear uma possível escalada de aumentos da moeda americana.
NOTA
Novas notas e moedas são colocadas em circulação de acordo com o cresci-
mento do meio circulante (do dinheiro vivo) no país, acompanhando a evolução da econo-
mia, dos preços, as mudanças no comportamento da população e o aumento do volume 
de saques. Além disso, é preciso substituir as cédulas e moedas que são inutilizadas por se 
encontrarem muito desgastadas ou avariadas.
FONTE: <https://bit.ly/32rKLHV>. Acesso em: 16 nov. 2019.
Seguindo com o estudo dos órgãos participantes da cadeia de comércio 
exterior brasileiro, falaremos, a seguir, sobre o Ministério das relações Exteriores 
e seu papel no apoio aos exportadores e importadores.
2.4 MINISTÉRIO DAS RELAÇOES EXTERIORES – MRE
Promove as exportações brasileiras, mantendo um cadastro de expor-
tadores brasileiros e importadores estrangeiros, encarregando-se dos estudos e 
pesquisas sobre mercados externos e intercâmbio comercial brasileiro. Divulga 
oportunidades comerciais para o Brasil, organiza feiras e promove a vinda ao 
nosso país de importadores estrangeiros.
I- Assuntos ligados à Política internacional;
II- Relações diplomáticas Além das atribuições acima, o MRE responsável 
por estabelecer e manter relações diplomáticas com Estados e organismos 
internacionais.
De acordo com Artigo 33 do Decreto nº 4118/02, (MRE, 2019), as áreas de 
competência do Ministério das Relações Exteriores são as seguintes e serviços 
consulares inerentes à atividade internacional: 
III- Atuar de forma a promover novos negócios através da participação nas 
negociações comerciais, econômicas, técnicas e culturais com governos e 
entidades estrangeiras em qualquer região do mundo.
IV- Participar ativamente de Programas de cooperação internacional que facilitam 
as negociações e fomentam negócios.
UNIDADE 1 — CONCEITOS INICIAIS DE LEGISLAÇÃO MARÍTIMA, ADUANEIRA E PORTUÁRIA
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V- Prestar um papel de amplo apoio a delegações, missões empresariais,comi-
tivas e representações brasileiras em agências e organismos internacionais e 
multilaterais.
O Ministério das Relações Exteriores, apesar de não possuir um papel 
muito amplo dentro dos demais órgãos da cadeia internacional, presta um gran-
de serviço de apoio às empresas que queiram participar do comércio internacio-
nal, quer seja através do suporte a feiras e outras ou ainda estreitando os laços 
comerciais e promovendo a aproximação com outras nações.
A seguir, iremos discorrer sobre outro órgão extremamente importante 
na cadeia de comércio internacional, o CAMEX, sua importância e atuação no 
controle e regulamentação desta atividade.
2.5 CAMEX – CÂMARA DE COMÉRCIO EXTERIOR
A Câmara de Comércio Exterior – Camex, do Ministério da Economia 
– tem como principal objetivo a regulamentação, formulação, a adoção, a im-
plementação e a coordenação de políticas e de atividades relativas ao comércio 
exterior de bens e serviços, incluído a área de turismo internacional, com vistas a 
promover o comércio exterior, os investimentos e a competitividade internacional 
do País. Segundo a Lei nº 13.844, de 2019 e o Decreto nº 4.732, de 2003 (CAMEX 
2019). Este órgão tem uma atuação relevante em toda a cadeira de comércio exte-
rior como veremos a seguir, inclusive no que tange aos assuntos ligados à tribu-
tação dos produtos importados, o que influencia diretamente no funcionamento 
das empresas brasileiras, mesmo aquelas que não têm sua atividade diretamente 
ligada ao comércio exterior.
A Câmara de Comércio Exterior é formada por diversos órgão que tem um 
papel bastante definido dentro desta estrutura comercial internacional e prestam 
suporte administrativo nas mais variadas áreas do comércio exterior. “Segundo 
o art. 5 do Decreto nº 1386/85, que lançou a Camex, a criação, por parte dos Ór-
gãos da Administração Federal, de qualquer exigência administrativa, registros, 
controles diretos ou indiretos sobre as operações de comércio exterior fica sujeita 
à prévia aprovação da Câmara de Comércio Exterior” (VAZQUEZ, 2002, p. 25). 
De acordo com a Resolução nº 7, de 22 de fevereiro de 2018 (CAMEX, 
2019) a Câmara de Comércio Exterior é composta pelos seguintes órgãos:
• Conselho de Ministros da Camex (órgão deliberador e que formaliza as decisões.
• Comitê executivo de gestão, denominado de Gecex.
• Secretaria Executiva para apoio aos demais órgãos.
• Conselho consultivo do setor privado ou Conex.
• Comitê de financiamento e garantia das exportações – Cofig, o qual viabiliza o 
acesso ao crédito para os exportadores.
TÓPICO 1 — CONCEITOS INICIAIS DE LEGISLAÇÃO MARÍTIMA, ADUANEIRA E PORTUÁRIA
15
• Comitê nacional de facilitação de comercio – Confac, implementando novas 
políticas e soluções para a viabilidade dos negócios internacionais.
• Comitê nacional de investimentos – Coninv, para captar recursos que serão 
posteriormente utilizados no desenvolvimento de novos projetos.
• Comitê nacional de promoção comercial – Copcom que atua nas diversas áreas 
internacionais para a promoção do comércio exterior.
Quanto a sua atuação, abrangência e importância, veremos a seguir as 
principais atribuições deste órgão:
I- coordenar e definir a pauta relativa as diretrizes e procedimentos para imple-
mentação de uma política de comércio exterior que promova a devida inser-
ção do país na economia e comércio internacional;
II- promover a coordenação e orientação entre os diversos órgão, conforme já vimos 
anteriormente, que possuam as competências necessárias para atuar nas diversas 
áreas internacionais;
III- dentro de sua participação nas atividades de exportação e importação, divulgar e 
organizar as diretrizes e orientações sobre normas e procedimentos, para diversos 
temas estritamente ligados a área internacional, dentro, é claro, de suas restrições 
legais (disponível em Resolução nº 7, de 22 de fevereiro de 2018 (CAMEX, 2019):
• Promover a racionalização, divulgação e simplificação de procedimentos, exi-
gências e controles administrativos incidentes sobre importações e exportações.
• Conceder a habilitação e credenciamento formal de empresas para a prática de 
comércio exterior.
• Definir os conceitos fundamentais inerentes a exportação e importação.
• Promover de forma harmônica a classificação e padronização de produtos.
• Promover ações regulamentares sobre a marcação e rotulagem de mercadorias.
• Definir as regras de origem e procedência de mercadorias, as quais impactam 
diretamente na sua carga tributária.
IV- a Camex também atua fortemente no estabelecimento das diretrizes para as 
negociações de acordos e convênios relativos ao comércio exterior de natureza 
bilateral, regional ou multilateral. Tais acordos irão refletir posteriormente 
não somente nas empresas internacionais, mas também nas nacionais que 
indiretamente participam da atividade de comércio exterior;
V- promover e orientar a política aduaneira, observada a competência e as 
restrições especificas do Ministério da Fazenda;
VI- formular e orientar sobre as diretrizes básicas da política tarifária na 
importação e exportação;
VII- estabelecer diretrizes e medida dirigidas à simplificação e racionalização do 
comércio exterior, Inclusive, promovendo a utilização de sistemas informatizados;
VIII- implementar e estabelecer normas, diretrizes e procedimentos para 
investigações relativas a práticas desleais de comércio exterior auxiliando as 
empresas em demandas judiciais;
IX- promover e facilitar as diretrizes para a política de financiamento das 
UNIDADE 1 — CONCEITOS INICIAIS DE LEGISLAÇÃO MARÍTIMA, ADUANEIRA E PORTUÁRIA
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exportações de bens e serviços, bem como para a cobertura dos riscos de 
operações a prazo, inclusive as relativas ao seguro de crédito às exportações.
 
Tais normas auxiliam bastante, principalmente, as novas empresas parti-
cipantes deste mercado.
X- estabelecer, coordenar e fixar as normas necessárias para pôr em prática as 
políticas de promoção de mercadorias e de serviços no exterior e de informação 
comercial;
XI- participar e também opinar e orientar sobre política de frete e transportes 
internacionais, portuários, aeroportuários e de fronteiras, visando à sua 
adaptação aos objetivos da política de comércio exterior e ao aprimoramento 
da concorrência. Este assunto vem sendo discutido amplamente no sentido de 
reduzir os custos logísticos da cadeia de comércio exterior nacional;
XII- promover e orientar novas políticas de incentivo à melhoria dos serviços 
aeroportuários, de transporte e de turismo, com vistas ao incremento das 
exportações e da prestação desses serviços a usuários oriundos do exterior.
Para melhor entendimento e fixação do conteúdo, seguem as principais 
atribuições deste órgão:
- Elaborar e sugerir novas políticas a serem utilizadas na área de comércio 
internacional, bem como analisar e emitir pareceres a respeito das normas 
aplicáveis e legislação pertinentes a areal de comércio exterior nacional.
- Tem poderes para alterar as alíquotas do I.I. e I.P.I.
- Estabelece as diretrizes para investigações relativas a práticas desleais de 
comércio exterior.
- Avalia o impacto das medidas cambiais, monetárias e fiscais sobre o comércio 
exterior.
- Responsável pela concessão de áreas de livre comércio, zonas francas e ZPEs.
Conforme exposto acima, a Camex tem um vasto leque de atuação no 
mercado internacional, sua atuação, principalmente, no que concerne às alíquo-
tas de importação, influencia sobremaneira no custo dos produtos importados e 
torna-se também determinante para a proteção de algumas atividades industriais 
do nosso país.
Seguindo nossos estudos, a partir deste próximo item, falaremos a respei-
to dos diversos órgãos anuentes da cadeia de comércio exterior brasileira.
3 SISCOMEX
O Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX) foi instituído 
através pelo Decreto n° 660, de 25 de setembro de 1992. Este sistema representa 
toda a sistemática administrativa do comércio exterior brasileiro, através da inte-
gração e gerenciamentodas atividades afins da Secretaria de Comércio Exterior 
TÓPICO 1 — CONCEITOS INICIAIS DE LEGISLAÇÃO MARÍTIMA, ADUANEIRA E PORTUÁRIA
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(SECEX), da Secretaria da Receita Federal (SRF) e do Banco Central do Brasil (BA-
CEN), no registro, monitoramento e controle das diferentes etapas das operações 
de exportação (MDIC, 2019).
 
A partir de 1993, com a criação deste sistema, todas as etapas do pro-
cessamento administrativo relativas às exportações foram informatizadas, regu-
lamentadas e padronizadas. Todas as operações, sem exceção, passaram a ser 
registradas e monitoradas via Sistema e analisadas "online" em tempo real, pelos 
diversos órgãos gestores e anuentes que atuam em comércio exterior, tanto os 
chamados órgãos "gestores" (SECEX, SRF e BACEN) como os órgãos "anuentes", 
que atuam apenas em algumas operações específicas (MAPA, IBAMA, Ministério 
da Saúde, Departamento da Polícia Federal, Comando do Exército etc.). 
Durante a criação e desenvolvimento do SISCOMEX, foram unificados 
todos os conceitos, descrições de produtos, os códigos e nomenclaturas (NCM), 
tornando viável a adoção de um fluxo único e sistematizado de informações. 
Concebido totalmente de forma informatizada, que permite a eliminação de di-
versos documentos utilizados no processamento das operações, tornando todo o 
processo muito mais ágil e uniforme.
Principal ferramenta do governo brasileiro para controlar as opera-
ções de comércio exterior, o SISCOMEX é um sistema informatizado 
dedicado ao processamento da documentação relativa a importações 
e exportações. O sistema interliga Receita Federal e todas as unidades 
aduaneiras do país com o Serpro, o Banco Central, agências bancárias 
que operam em cambio, Exportadores, Importadores, Despachantes 
Aduaneiros, Aeroportos, Portos e Terminais retro portuários alfande-
gados (RODRIGUES, 2015, p. 246).
O Sistema passa por atualizações constantes, tornando-o cada vez mais 
ágil, moderno e proporcionando uma integração total entre os seus participantes. 
A partir de 2014, o SISCOMEX é parte integrante do Portal Único de Comércio 
Exterior, onde foram reunidos todos os sistemas utilizados no comércio exterior 
brasileiro, facilitando e simplificando sobremaneira o acesso a todos os sistemas 
pelos seus usuários.
Relacionamos, a seguir, os principais usuários do Siscomex/Exportação/
Importação: 
a) Todos os importadores, exportadores depositários e transportadores, através 
de seus empregados ou representantes legais devidamente credenciados via 
sistema. 
b) A SECEX – Secretaria de Comércio Exterior, a RFB – Receita Federal do Brasil 
e todos os demais órgãos anuentes, por meio de seus servidores devidamente 
cadastrados no Sistema e identificados através de seu número de matrícula 
funcional, identificando com precisão o servidor cadastrado.
c) Todas as Instituições Financeiras, credenciadas pelo BACEN e autorizadas a 
elaborar Licença de Importação, por meio de seus funcionários. 
UNIDADE 1 — CONCEITOS INICIAIS DE LEGISLAÇÃO MARÍTIMA, ADUANEIRA E PORTUÁRIA
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d) O Banco Central do Brasil e todas as Instituições Financeiras autorizadas a 
operar em câmbio, mediante acesso aos dados transferidos para o sistema 
SISBACEN.
Na ilustração, a seguir, é possível sintetizar a integração entre o portal e 
seus diversos órgãos usuários.
FIGURA 1 – ÓRGÃOS PARTICIPANTES DO SISCOMEX
FONTE: <www.mdic.gov.br›. Acesso em: 12 nov. 2019.
Todos os usuários do Sistema devem habilitar-se para acessar as infor-
mações necessárias ao desempenho de suas atividades, mediante identificação, 
através de certificação digital e especificação de nível de acesso de dados.
O acesso ao Siscomex é permitido apenas aos usuários credenciados, ob-
servados a legislação do órgão concedente e os limites das funções por ele admi-
nistradas. Sua utilização é totalmente monitorada, garantindo segurança e confia-
bilidade nas informações inseridas no sistema.
Após o desenvolvimento e consolidação do sistema na exportação, o go-
verno brasileiro deu início ao desenvolvimento do sistema de importação ou 
Siscomex Importação, o qual por ter uma base de dados mais ampla do que o 
sistema de exportação, foi lançado somente no ano de 2012 com uma versão to-
talmente disponível via Web. 
Após a migração não somente dos sistemas de exportação e importação 
para o acesso via Web, houve uma grande facilitação ao seu acesso, proporcio-
nando por exemplo, que as empresas importadoras, exportadores e seus repre-
sentantes legais pudessem efetuar todos os procedimentos e registros burocráti-
cos, além de possibilitar o total acompanhamento de todas as fases do processo, 
desde o seu registro, parametrização e desembaraço através da internet, de forma 
totalmente gratuita. 
Atualmente, o SISCOMEX Importação também é parte integrante do por-
tal único de comércio exterior conforme comentado anteriormente. Outra grande 
funcionalidade deste Sistema é com relação ao acesso, pode ser efetuado a partir 
de qualquer ponto conectado via internet, sem qualquer custo ao usuário e a ha-
bilitação de empresas e seus representantes legais pode ser feita diretamente no 
TÓPICO 1 — CONCEITOS INICIAIS DE LEGISLAÇÃO MARÍTIMA, ADUANEIRA E PORTUÁRIA
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sistema mediante cadastro e aprovação junto à Secretaria da Receita Federal.
Após a empresa possuir o acesso, pode ser efetuado ou habilitado ao sis-
tema pela pessoa física responsável por pessoa jurídica, para prática de atos de 
exportação ou de importação no SISCOMEX. Conforme a legislação nacional, não 
existe a obrigatoriedade de utilização da figura do Despachante Aduaneiro para 
a prática de todos os trâmites legais relacionados às etapas do despacho, entre-
tanto, como estes profissionais atuam de forma a auxiliar as empresas na área bu-
rocrática relacionada aos procedimentos aduaneiros, o SISCOMEX também per-
mite que estes representantes sejam legalmente credenciados através do Sistema.
O Sistema basicamente funciona com uma grande base de dados nacio-
nais, reunindo um único fluxo de informações, tornando-o uma potente ferra-
menta tecnológica, facilitando e otimizando as tarefas de controle e monitora-
mento das operações internacionais pelos órgãos governamentais.
A adoção deste programa trouxe um enorme benefício aos seus usuários 
promovendo uma ampla desburocratização, aliada à segurança e confiabilidade 
dos dados inseridos no programa. Com a criação do sistema, além do controle 
efetivo de todas as operações, também ficou disponível a todos os órgãos um 
grande banco de dados gerenciais, que podem ser utilizados na determinação e 
execução de políticas individualizadas para cada setor da economia.
Entre as vantagens do sistema, podemos citar:
a) Harmonização de conceitos e uniformização de códigos e nomenclaturas;
b) Ampliação dos pontos de atendimento;
c) Eliminação de coexistências de controles e sistemas paralelos de coleta de dados;
d) Simplificação e padronização de documentos;
e) Diminuição significativa do volume de documentos;
f) Agilidade na coleta e processamento de informações por meio eletrônico; 
g) Redução de custos administrativos para todos os envolvidos no Sistema.
Nas ilustrações a seguir, de forma resumida, é possível demonstrar clara-
mente como houve um enorme avanço em todos os procedimentos relacionados 
à área de comércio exterior do nosso país.
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FIGURA 2 – CENÁRIO ANTERIOR AO SISCOMEX
FONTE: <www.mdic.gov.br›. Acesso em: 12 nov. 2019.
TÓPICO 1 — CONCEITOS INICIAIS DE LEGISLAÇÃO MARÍTIMA, ADUANEIRA E PORTUÁRIA
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FIGURA 3 – CENÁRIO ATUAL DO SISCOMEX INTEGRADO COM PORTAL ÚNICO
FONTE: <www.mdic.gov.br›. Acesso em: 12 nov. 2019.
NOTA
O SISCOMEX é um instrumento administrativo que integra as atividades de re-
gistro, acompanhamento e controle das operações de comércio exterior, através de um fluxo 
único, computadorizado, de informações, integrando as atividades da SECEX, BACEN e SRF.
FONTE: <https://bit.ly/3hddMv0>. Acesso em: 16nov. 2019.
 
UNIDADE 1 — CONCEITOS INICIAIS DE LEGISLAÇÃO MARÍTIMA, ADUANEIRA E PORTUÁRIA
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COMÉRCIO EXTERIOR DO BRASIL
SAMIR KEEDI
O comércio exterior brasileiro, como todos sabem, tem sido uma gangorra permanente. Ao 
longo dos anos e décadas, nós o vemos crescer e se reduzir. Tanto em valores absolutos 
quanto em percentuais relativos à nossa economia e ao comércio mundial.
Considerando os últimos quase 70 anos, desde 1950, impressiona as variações que temos 
apresentado. Já tivemos abertura econômica, que é a relação do comércio exterior com o 
Produto Interno Bruto (PIB), de 26,5% em 1954, a maior da história. A partir de então houve 
uma queda contínua e célere até 1967. Em que atingimos nosso fundo do poço com 9,9%.
Tomando um PIB de US$ 100,00 como exemplo, isso significa que em 1954 nosso comér-
cio exterior apresentou nas duas mãos, exportação mais importação, o valor total de US$ 
26,50. Em 1967 esse valor desceu a US$ 9,90.
A partir de 1968 retomamos o crescimento, com algumas variações de subida e descida. 
Em 1984 atingimos um novo pico com US$ 21,60. Então nova queda contínua até US$ 11,10 
em 1990, em que praticamente houve uma estagnação até 2000, final do milênio. Em 2004 
novo pico, com valor de US$ 23,80. Desde então temos uma estabilização com média em 
torno de quase US$ 20,00. Em 2016 ficamos em US$ 17,90. Em 2017 ficou parecido.
Em relação ao comércio exterior mundial, não tivemos coisa muito diferente. Em 1951 
apresentamos média de 2,3% das transações internacionais. Em 1965 participamos com 
apenas ínfimos 7,6% do que o mundo transacionou. Desde então, tivemos médias desde 
0,8% até 1,45% em 2011. Hoje estamos em torno de 1,0%.
Assim, grosso modo, podemos cravar que nosso histórico de comércio exterior é de cerca 
de 20% do nosso PIB e, aproximadamente, 1,1% do mundial. Muito pouco para um país com 
nossas potencialidades. Considerando tudo que temos, deveríamos estar próximos à China. 
Que no final dos anos 1970, quando mudou seu sistema econômico e abraçou o capitalis-
mo e o comércio exterior, era menor que o nosso, e atingiu 11% do comércio mundial. Hoje 
somos 10% do que eles são.
No mínimo, para sermos coerentes conosco, teríamos que ter um comex de cerca de 3%. 
Que é mais ou menos o que representamos para o mundo em termos de economia, po-
pulação e território.
E, pior de tudo, o que explica isso nem é um mistério que deve ser estudado. É apenas a 
desconsideração com aquilo que é a melhor forma de desenvolvimento de um país. Qual-
quer um. Quando se volta ao comércio exterior, encontra-se lá fora um mercado mais de 
30 vezes o nosso. Tanto considerando a população efetiva, nominal, quanto consumidora 
de fato.
Claro que não é tudo, mas, isso explica boa parte do nosso fracasso econômico. Ter aten-
ção apenas com nosso mercado interno. Que é diminuto, talvez uns 15%-20% da nossa 
população. Não mais que isso considerando todas as condições que temos para consumo. 
Enorme desemprego, apenas 15% da nossa população com carteira assinada, bolsa-esmo-
la, média salarial no país de pouco mais de R$ 2.000,00 etc.
Assim Brasil, governo, empresas, precisamos, antes tarde do que nunca, acordar para o co-
mércio exterior. Olhá-lo com o carinho que merece, e que já fez desenvolver dezenas de 
IMPORTANT
E
TÓPICO 1 — CONCEITOS INICIAIS DE LEGISLAÇÃO MARÍTIMA, ADUANEIRA E PORTUÁRIA
23
países. A relação de desenvolvimento dos países com o comércio exterior é direta. Quem 
o pratica se desenvolve, quem não o faz fica a ver navios.
Mas, claro, não depende apenas de termos mercadorias, de serem boas e adequadas ao 
mercado externo, ter bom preço etc. O comércio exterior é feito de muito mais coisas do 
que isso.
Temos que cuidar da nossa infraestrutura e matriz de transporte, que são horríveis, das 
piores da Via Láctea, considerando as condições que temos e pelo nosso nível de desen-
volvimento e de sermos considerados um país emergente (sic).
Também reduzirmos nossa carga tributária, que faz nossos produtos serem mais caros. 
Como exemplo, na média geral, nossa produção de mercadorias é 23% mais cara que a dos 
EUA. Incompreensível, quando sabemos que eles têm uma renda per capita de quase US$ 
60,000.00 enquanto a nossa patina em torno de US$ 9,000.00.
Em especial nossos profissionais, que se percebe que pouco sabem. Pouco se estuda, pou-
co se lê, acreditando que conhecimento cai do céu com a chuva. Não, não cai, é preciso 
ler, estudar, aprender, analisar, saber como as coisas funcionam.
Para pararmos de ter que dizer que nosso COMEX não está preparado quanto a profis-
sionais. Que uma minoria, bem minoria, sabe exatamente o que está fazendo, se ajusta a 
qualquer situação de desconforto e vai em frente. E uma maioria absoluta apenas faz, e a 
coisa vai até o primeiro obstáculo. Aí para tudo. E é bom que pare, pois, se for alguém com 
parcos conhecimentos, tiver atitude, e resolver ir em frente, arrisca-se a estragar tudo e 
quebrar uma empresa.
Precisamos que o Brasil, governo, empresas, profissionais entendam que o desenvolvimen-
to primário só ocorre com o comércio exterior. Atingindo-se então um bom resultado, 
qualidade e barateamento dos produtos pela economia de escala, chegando a um bom 
PIB e renda per capita, emprego suficiente, aí sim, o mercado interno terá condições de 
alavancar o desenvolvimento.
FONTE: Disponível em: <https://bit.ly/3jcTIec>. Acesso em: 11 dez. 2019.
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Neste tópico, você aprendeu que:
• O comércio internacional tornou-se uma grande fonte de oportunidades para as 
empresas nacionais, principalmente, para diversificar seu mercado de atuação e 
também driblar os ciclos de crise econômica e recessão que vivemos em nosso país.
• Para se habilitar a atuar no mercado internacional, as empresas precisam se pre-
parar não somente em termos de produção e gerenciamento do negócio, mas tam-
bém, conhecer como funciona a estrutura atual do comércio exterior brasileiro.
• As instituições intervenientes que atuam na fiscalização e controle das operações 
de compra e venda no mercado internacional, desempenham um importante pa-
pel principalmente no que diz respeito à arrecadação e controle do Estado e tem 
uma estrutura muito bem estruturada para auxiliar não somente o Estado, mas 
também aos exportadores e importadores em todas as fases do negócio.
• O comércio internacional brasileiro possui, além de uma estrutura formada por 
diversos órgãos oficiais, uma série de programas que facilitam a atividade, um 
deles e o mais representativo, o SISCOMEX, é o programa principal que reúne 
todos os participantes da cadeia de comércio exterior.
RESUMO DO TÓPICO 1
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1 No mês de março, o governo decidiu reduzir a alíquota do Imposto de 
Importação da pauta de alguns produtos provenientes dos Estados Unidos 
para incentivar o intercâmbio entre os países. Antes de tomar tal decisão, 
uma equipe governamental analisou os impactos econômicos desta 
redução. Qual é o órgão governamental encarregado deste tipo de estudo?
a) ( ) IRF.
b) ( ) SECEX.
c) ( ) GECEX.
d) ( ) ANVISA.
e) ( ) CAMEX.
2 Conforme estudado, existe uma série de controles e normas editados por 
vários órgãos oficiais que regulamentam as operações de comércio exterior 
no Brasil. O mais abrangente de todos, a Aduana, tem por missão principal 
a fiscalização e o controle das cargas importadas e exportadas através do 
território nacional. Dentre as suas atribuições, o fiscal da Aduana deve 
observar e conferir se a classificação tarifária está de acordo com o produto 
importado, sua tributação e outros aspectos como se o produto está sujeito 
ao licenciamento prévio de importação.
Com relação ao licenciamento prévio, qual é o órgão que tem por objetivo, 
definir quais os produtos necessitam de licenciamento para que sua importação 
seja devidamente autorizada:
a) ( ) A IRF, pois ela também legisla sobre esta matéria.
b) ( ) O MDIC, pois o licenciamento é uma mera orientação para entrada de 
produtos no país.
c) ( ) O DECEX é o único responsável pela análise eelaboração da listagem 
dos produtos sujeitos ao licenciamento de mercadorias importadas.
d) ( ) É papel da CAMEX definir sobre as normas relativas à classificação fiscal.
e) ( ) Pode ser a ANVISA pois ela diz respeito também a produtos importados 
para consumo humano e animal.
3 Assinale a correta sequência de V ou F. Podemos firmar que a Aduana: 
( ) É um departamento subordinado ao Ministério da Fazenda.
( ) É uma instituição voltada para o recolhimento de impostos e fiscalização.
( ) A Aduana ou alfândega é a instituição que controla e administra o 
fluxo internacional de cargas e mercadorias. 
( ) É um órgão governamental encarregado de analisar se é possível ou não 
aumentar ou diminuir as alíquotas de impostos.
AUTOATIVIDADE
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( ) Podemos afirmar que a Aduana é apenas um órgão executivo, pois cuida 
apenas da parte burocrática do comércio exterior. A etapa de fiscalização 
das mercadorias é efetuada apenas pelos demais órgãos anuentes.
a) ( ) V – F – V – F – F.
b) ( ) V – V – V – F – F.
c) ( ) V – F – V – V – F.
d) ( ) F – F – V – F – V. 
e) ( ) F – V – V – F – F.
4 O controle exercido pelos órgãos competentes ocorre em todo o território 
nacional, notadamente, nos locais onde existe a circulação de mercadorias, 
pessoas e veículos destinados ou provenientes do exterior. Nestes 
locais, denominados Recintos Alfandegados, caso uma empresa efetue a 
importação de uma mercadoria cuja entrada no país é legalmente permitida, 
entretanto, se esta mercadoria for declarada com valores inferiores aos 
praticados no mercado internacional, podemos concluir que:
a) ( ) A operação acima seria caracterizada como crime de contrabando, 
sujeita apenas à multa sobre o valor da mercadoria.
b) ( ) Neste caso a empresa estava utilizando de artifícios ilegais para 
promover a lavagem de dinheiro.
c) ( ) A empresa utilizou de expediente irregular para violar o regime de 
cotas de importação.
d) ( ) Podemos afirmar que a empresa cometeu crime de Descaminho.
e) ( ) Sem sombra de dúvida, esta operação é equiparada a sonegação de 
mercadoria.
TÓPICO 2 —
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TÓPICO 2 —
UNIDADE 1
CLASSIFICAÇÃO FISCAL DE 
MERCADORIAS
1 INTRODUÇÃO
A atividade de compra, venda, troca de mercadorias, bens e serviços vem aumen-
tando consideravelmente todos os anos e praticamente em todas as regiões do planeta. 
O advento da globalização somado a rápida evolução dos meios de co-
municação e novas tecnologias desenvolvidas na área de comércio internacional, 
impulsionavam de forma significativa esse incremento do comércio mundial.
Aliado a este crescimento do mercado internacional, as empresas também 
evoluíram, desenvolveram novas formas de fabricar os seus produtos, além de diver-
sificar o leque de mercadorias para atingir o seu consumidor onde quer que ele esteja.
Obviamente, o aumento da produção e comercialização nacional e inter-
nacional, trouxe também alguns problemas na correta identificação destes produ-
tos e serviços. Além das novidades de produtos, também tivemos a criação de no-
vos materiais que compõem as mercadorias, além da fragmentação da produção.
Hoje é comum termos produtos fabricados em países diferentes, total ou 
parcial para posteriormente serem comercializados em mercados distintos.
Estas novas formas de produzir e comercializar trouxe também a neces-
sidade por parte dos países de encontrar maneiras mais práticas e eficientes de 
identificar e catalogar esses produtos, tornando mais prático, rápido e fácil sua 
correta identificação, principalmente para fins tributários, principalmente para o 
devido recolhimento dos impostos e taxas incidentes sobre a importação.
Desta forma, abordaremos no tópico a seguir os aspectos relacionados 
a classificação fiscal de mercadorias, sua importância, bem como os métodos e 
critérios utilizados para o correto enquadramento fiscal, evitando-se penalida-
des dos órgãos oficiais envolvidos nas operações de comércio internacional, bem 
como o recolhimento de multas, atrasos no desembaraço alfandegário entre ou-
tros prejuízos decorrentes do desconhecimento relativo a classificação fiscal.
2 CONCEITO DE NOMENCLATURA
A nomenclatura de mercadoria, como veremos detalhadamente a seguir, 
representou um grande avanço para a verificação, controle e tributação das mer-
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UNIDADE 1 — CONCEITOS INICIAIS DE LEGISLAÇÃO MARÍTIMA, ADUANEIRA E PORTUÁRIA
cadorias importadas. Considerando-se que existe uma gama enorme de merca-
dorias produzidas em todos os países do mundo é humanamente impossível 
identificar cada uma delas se não houver uma forma lógica e ordenada de catalo-
gar todo este universo de produtos, inclusive, levando-se em consideração as di-
ferenças de materiais utilizados na fabricação, finalidades, entre outros aspectos, 
que podem diferenciar um mesmo produto de outro.
Em princípio, a única forma lógica que poderia ser utilizada, seria uma 
espécie de classificação em ordem alfabética, listando produto por produto. A 
partir de então, como continuidade, haveria a necessidade de definir qual tipo de 
carga tributária seria determinada a eles.
Considerando que todas as mercadorias existentes no mundo podem, sem 
tese, ser importadas pelo nosso país, cabe ao governo brasileiro a definição das alí-
quotas do imposto de importação para cada espécie deles. O normal é que cada bem 
tenha uma alíquota respectiva, mas nada impede que um país defina uma única alí-
quota para a importação de todo e qualquer tipo de produto (LUZ, 2012, p. 296).
Vale ressaltar que a questão relativa às alíquotas cobradas na importação 
dos produtos, pode variar de país para país, inclusive, alguns adotam um sistema 
de cobrança ou taxa única independentemente do tipo de produto.
Retornando ao parágrafo anterior, se imaginarmos rapidamente, teríamos 
uma lista gigantesca de produtos em cada letra do alfabeto, o que dificultaria 
sobremaneira a sua localização, assim como, com relação às alíquotas, teríamos 
uma grande dificuldade para identificá-las de forma rápida e segura.
Dessa forma, surgiu a ideia de classificar por capítulos, seções ou grupos 
de produtos e enquadrar os diferentes tipos de produtos nestes capítulos. Na 
Figura 8, temos um exemplo de uma mercadoria constante da seção VII da Tarifa 
Externa Comum, cuja consulta foi efetuada através de um sistema próprio desti-
nado a empresas que atuam na área de comércio exterior, ou seja, temos capítu-
los para grupos de produtos os quais são posteriormente subdivididos conforme 
veremos posteriormente.
Existem muitas vantagens para este tipo de classificação, por exemplo, o se-
tor tributário do governo poderia instituir uma alíquota única para todos os produtos 
deste grupo ou, de acordo com os interesses comerciais do país, pode pormenorizar 
ou seja, criar alíquotas diferentes para alguns produtos do mesmo capítulo que gera-
riam impostos maiores ou menores dependendo da estratégia governamental.
Por intermédio desse sistema, é possível não apenas identificar e des-
crever as mercadorias (levando-se em consideração suas características 
genéricas até o maior nível de detalhamento possível), mas sobretudo 
referenciá-las em todos os aspectos inerentes ao comércio exterior, ou 
seja, fiscais, cambiais, comerciais, tributários, estatísticos e até mesmo 
políticos, oferecendo condições para o desenvolvimento das relações 
de comércio entre as nações (FARO; FARO, 2007, p. 28).
TÓPICO 2 —
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Se o país possui um acordo de cooperação econômica com determinada nação, 
podem-se cobrar percentuais mais baixos de um país e mais elevados de outro, criando 
um maior vínculo comercial com determinadas nações ou blocos econômicos.
Dentro da classificação normal de cada produto, também é detalhada a 
forma de medida estatística oficial ou a comercializada pelas empresas, como 
quilo, tonelada, metro cúbico, unidade etc.
Vamos mostrar um exemplo mais completo desta classificação, tomando 
como base a Seção VII, que se refere a plástico e suas obras:
FIGURA 4 – TELA DE CONSULTA A CLASSIFICAÇÃO FISCAL (POLÍMEROS)

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