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Estácio Resumo- Aula 2, Módulo 1, Hermeneutica Jurídica

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Módulo 1 
Identificar os elementos da lógica formal e aristotélica presentes no raciocínio válido, 
bem como os elementos da retórica aristotélica presentes no argumento persuasivo 
O que é a lógica? 
 A lógica “é a ciência que estuda princípios e métodos de inferência, tendo como objetivo principal 
determinar em que condições certas coisas se seguem (são consequência), ou não, das outras” (MORTARI, 
2001). 
Mas o que é uma inferência? 
Uma das formas de organizar as informações é o pensamento. No entanto, nem todo pensamento pode 
ser considerado organizado. Quando um pensamento possui uma estrutura específica, com um início 
(premissas) do qual decorrem consequências (conclusões), podemos dizer que estamos diante de um 
raciocínio, uma espécie de pensamento que tem a seguinte estrutura: 
Premissa(s) (P) + Conclusão (C) 
Em que C decorre necessária e consequentemente de P. 
Quando pensamos nessa forma estruturada e obtemos uma informação, estamos diante de uma 
inferência. Inferências são raciocínios que produzem novas informações para seus usuários. Observemos 
o exemplo clássico da lógica aristotélica: 
Premissa¹ Todo ser humano é mortal. 
Premissa² Sócrates é um ser humano. 
Conclusão₢ Logo, Sócrates é mortal. 
Portanto, uma inferência é um raciocínio do qual decorrem informações numa relação de consequência 
entre as informações obtidas da ligação entre premissas e conclusões. Porém, como garantir que tais 
inferências possam ser consideradas corretas ou não? Como saber que a conclusão “Sócrates é mortal” 
decorre das premissas anteriores P¹ e P²? 
A lógica é a área do conhecimento que estuda as condições formais de validade dos raciocínios que 
fazemos. Para avaliar nossos raciocínios, ela fornecerá ferramentas necessárias para investigar se a ligação 
entre as premissas e a conclusão é válida ou não. Seu objeto são os argumentos. 
ARGUMENTOS 
A lógica estuda as regras que tornam argumentos formalmente válidos ou não. Nem todo pensamento é 
um raciocínio, ou seja, nem todo pensamento é um argumento. 
Podemos pensar: “Hoje está terrivelmente quente”, ou “O que irei comprar para o aniversário de João?”, 
ou “Não gosto de bolo de milho”. Mas isso não representa um raciocínio ou um argumento, porque faltam 
elementos, estruturas que compõem um argumento. 
Um argumento tem de conter: 
• Um conjunto de proposições ou enunciados. 
• Pelo menos mais de uma premissa (proposições). 
• Apenas e tão somente uma conclusão: sentença conclusiva. 
• Uma ligação consequente e necessária entre premissas e conclusões: a conclusão decorre (ou não) 
das premissas. 
javascript:void(0)
Mortari (2001) nos ensina que um argumento é um “conjunto não vazio de proposições”. Isso significa que 
temos um grupo (conjunto) de afirmações (proposições) que têm a pretensão de declarar uma 
propriedade dos objetos que pode ser considerada verdadeira ou falsa. 
Quando as proposições são seguidas de uma terceira, também informativa, acompanhada da palavra 
“logo”, “então”, “portanto”, começamos a construir um argumento. Quando a conclusão extrai a sua 
informação das informações dadas pelas premissas, construindo, assim, uma relação de justificação, 
estamos diante de um argumento. Veja que a conclusão (C), “Sócrates é mortal”, decorre das premissas 
anteriores. 
O argumento, então, traz algumas características que são extremamente úteis às pessoas em seu 
cotidiano, vejamos: 
• O argumento é positivo, está falado, escrito, redigido, prolatado, toma corpo, sai da mente de 
quem o diz, podemos ter acesso objetivo a ele. 
• O argumento tem uma intenção daquele que o constrói, que é expor uma conclusão justificada nas 
premissas (MORTARI, 2001). 
 
Então, um argumento é um conjunto não vazio de proposições, no qual a conclusão tem a intenção de ser 
justificada pelas premissas. Na lição de Neves Filho e Rui (2016), a lógica é a área do conhecimento que 
estuda os princípios e métodos da inferência, tendo por objetivo principal determinar em que condições 
certas coisas se seguem (são consequência), ou não, de outras. 
 
VERDADE, VALIDADE E CORREÇÃO 
Precisamos entender quando um argumento pode ser considerado válido ou não. Vejamos alguns 
exemplos: 
P¹: Todo papagaio é pássaro. 
P²: Verdinho é um papagaio. 
(C) Verdinho é pássaro. 
Vemos que a conclusão “Verdinho é pássaro” é consequente das premissas. Se “todo papagaio é pássaro”, 
conjunto maior, e “Verdinho é papagaio”, logo, “Verdinho” é um elemento no conjunto dos pássaros, que 
inclui os papagaios. Todavia, poderíamos, com essa mesma maneira de exemplificar, perceber uma 
conclusão que não se segue das premissas. Vejamos: 
P¹: Todo tigre é um mamífero. 
P²: Leo é um mamífero. 
C Leo é um tigre. 
 
Podemos perceber que a conclusão “Leo é um tigre” não parece decorrer das premissas anteriores. Pode 
até ser verdade que “Leo seja um tigre”, mas não podemos inferir isso das informações anteriores, pois 
nem todo mamífero é tigre, ou o fato de que “Leo é um mamífero” pode implicar que ele seja um leão, 
gato, cachorro etc. Vejamos: 
Exemplo 2A 
Tigre -> Mamífero 
Leo -> Mamífero 
Leo -> Mamífero <- Tigre 
Exemplo 3 
P¹: Todo brasileiro torce para a 
seleção. 
P²: Marcus Vinícius torce para a 
Exemplo 3A 
Brasileiro -> Torcedor 
Marcus Vinícius -> Torcedor 
seleção. 
C: Marcus Vinícius é brasileiro. 
Marcus Vinícius ->Torcedor <- 
Brasileiro 
 
Vemos que, mesmo que as premissas sejam verdadeiras, na ligação entre premissas e conclusão, nos 
exemplos 2 e 3, temos um não se segue (non sequitur), isto é, a conclusão com seu conteúdo não se segue 
das premissas. Os argumentos estão na forma inválida, conforme ensinam Neves Filho e Rui (2016): 
FORMA INVÁLIDA DA LÓGICA 
Se X, então Y 
Y é verdadeiro 
----------------------------- 
Logo, X é verdadeiro 
Se essas proposições pudessem ser reconstruídas, poderíamos ver o que a lógica formal chama de modus 
ponens, que Neves Filho e Rui (2016) consideram a forma válida da lógica: 
FORMA INVÁLIDA DA LÓGICA 
Se X, então Y 
X é verdadeiro 
----------------------------- 
Logo, Y é verdadeiro 
Além do modus ponens, também podemos considerar como válida a forma do modus tollens, ou a 
chamada prova indireta ou modo apagógico: 
MODUS TOLLENS 
Se X, então Y 
Y é falso 
----------------------- 
X é falso 
Podemos reescrever os exemplos para que eles ganhem uma forma considerada válida pela lógica formal: 
Exemplo 2C 
P¹: Todo arquiteto é um 
artista. 
P²: Leonardo é 
arquiteto. 
C Leonardo é um 
artista. 
Exemplo 3C 
P¹: Todo brasileiro torce 
para a seleção. 
P²: Marcus Vinícius é 
brasileiro. 
C: Marcus Vinícius torce 
para a seleção. 
Exemplo 2D 
Arquiteto -> Artista 
Leonardo -> Arquiteto 
Leonardo -> Arquiteto -
> Artista 
 
Exemplo 3D 
Brasileiro ->Torcedor 
Marcus Vinícius -> 
Brasileiro 
Marcus Vinícius -> 
Brasileiro -> Torcedor 
 
Portanto, a validade de um argumento depende da existência de uma relação consequente entre as 
premissas e a conclusão. A validade é um critério que analisa os argumentos a partir da forma com a qual 
se relacionam premissas e conclusões. É nesse sentido a definição de Mortari (2001): “um argumento é 
válido se qualquer circunstância que torne suas premissas verdadeiras faz com que a sua conclusão seja 
automaticamente verdadeira”. 
É importante perceber que a validade ou invalidade de um argumento é independente da verdade ou 
falsidade de uma das suas proposições. É possível haver proposições falsas dentro de um argumento, mas, 
ainda assim, tal argumento ser válido. A validade ou invalidade é uma propriedade dos argumentos. Por 
último, precisamos entender quando um argumento é considerado correto. Um argumento é considerado 
correto se for válido e se suas premissas forem verdadeiras. 
 
• Proposições (sentenças declarativas)- Verdadeiras ou falsas 
• Argumentos (conjunto de proposições)- Válidos ou inválidos (Análise formal da relação de 
consequência)• Argumentos (conjunto de proposições)- Corretos ou incorretos 
A correção ou incorreção dos argumentos depende que as premissas sejam verdadeiras e o raciocínio seja 
válido. Exemplo 4: 
¹P: Todos os seres humanos são mortais. 
P²: John Stuart Mill é um ser humano. 
C John Stuart Mill é mortal. 
Esse raciocínio é formalmente válido e correto. Contudo, para considerar um raciocínio correto, o ônus não 
seria grande demais? É tarefa da lógica analisar e nos dizer quando estamos diante de um raciocínio 
correto ou não? 
Temos de responder que não. A lógica formal não pretende dar respostas sobre a verdade ou a falsidade 
das nossas proposições. Ela estuda apenas regras das inferências, raciocínios ou argumentos que podem 
ser considerados válidos. 
RACIOCÍNIO DEDUTIVO 
Todos os exemplos tratados até o presente momento podem ser considerados deduções. O raciocínio 
dedutivo é um padrão clássico na lógica formal, desde Aristóteles até a lógica clássica e seus 
desdobramentos. Murcho (2015) considera que a própria noção de validade é estruturada na dedução, por 
isso usa a definição validade dedutiva: “um argumento dedutivo é válido se, e só se, é impossível as suas 
premissas serem verdadeiras e a sua conclusão ser falsa”. 
 Isto é, ao deduzir, extraímos proposições implícitas ou contidas na premissa maior, como se 
desdobrássemos a premissa maior até chegar à conclusão. 
O raciocínio dedutivo é a base de muitas das práticas jurídicas que desempenhamos em todos os níveis. A 
compreensão da hierarquia das normas, fundada no pensamento de Hans Kelsen (1881-1973), é um dos 
primeiros exemplos que aprendemos no curso de Direito. 
Podemos perceber que a validade das normas, do ponto 
de vista do devido processo legislativo e da ordem constitucional, está arquitetada na forma de um 
raciocínio dedutivo. A Constituição Federal de 1988 é a norma maior (premissa maior) que contém todas 
as demais normas, validando-as ao distribuir as competências inerentes aos poderes da República, aos 
entes federativos, os direitos fundamentais dos cidadãos e dos indivíduos. Por um raciocínio de teoria do 
ordenamento jurídico, a ordem constitucional conforma todas as demais normas jurídicas, bem como a 
ação das instituições e dos cidadãos. 
O raciocínio dedutivo também está na base de muitas decisões judiciais. Ao aplicar a lei, o magistrado, 
muitas vezes, analisa fatos com base nas premissas legais que constroem o caso. Vejamos um exemplo: 
• P¹: Todos são iguais perante a lei, homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações perante a 
Constituição. 
• P²: A Lei Maria da Penha promove a igualdade entre homens e mulheres. 
• Logo, o art. 1º da Lei Maria da Penha é constitucional. 
O Legislativo no devido processo legislativo 
Legisladores fazem deduções para saber se as 
normas que constroem estão de acordo com as 
premissas constitucionais e legais. 
Advogados na prática jurídica 
Advogados fazem deduções para avaliar normas 
entre si (hierarquia) para garantir a proteção dos 
direitos dos cidadãos que representam. 
Advogados fazem deduções em suas petições para 
demonstrar que determinados fatos estão de 
acordo, ou não, com as premissas legais vigentes 
no ordenamento jurúdico. 
Advogados fazem deduções para demonstrar 
perante magistrados que os cidadãos têm direitos 
a ser assegurados. 
Magistrados na prática judicial constitucional 
Ministros do STF e juízes nas esferas do Poder 
Judiciário fazem deduções para saber se as normas 
infraconstitucionais e práticas do Estado estão de 
acordo com a Constituição Federal de 1988. 
Magistrados na prática judicial infraconstitucional 
Magistrados, dos diferentes tribunais, fazem 
deduções para saber se normas, fatos e pedidos 
questionados e reivindicados pelos cidadãos, 
representados ou não por seus advogados, estão 
de acordo com as premissas legais, normativas e 
interpretativas do ordenamento jurídico vigente. 
RACIOCÍNIO INDUTIVO 
A indução é outro modo de raciocinar. Diferentemente da dedução (não ampliativa), a indução amplia 
nosso conhecimento sobre os fatos no mundo. Todavia, ela não é fundamentada na certeza de que a 
conclusão seja verdadeira, mas, sim, na probabilidade que a conclusão seja verdadeira, pois é provável 
que a conclusão seja verdadeira. Uma boa definição do raciocínio indutivo é dada por Mundim (2002, 
grifos nossos): 
• Se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão não é necessariamente verdadeira. 
• A conclusão encerra informação que não estava, nem implicitamente, nas premissas. 
• Há uma ampliação daquilo que já sabemos. 
Percebemos, então, que o raciocínio indutivo realiza raciocínios cuja assertividade não é possível 
assegurar. Segue um exemplo: 
Exemplo 7 
Em pesquisas de opinião dos consumidores: 
(Indução por generalização estatística) 
P: “Compra online é preferência de 74% dos consumidores”*. 
Conclusão: consumidores preferem fazer compras online.. 
A indução está muito associada à pesquisa científica, às estatísticas e à produção de dados empíricos Parte 
da ideia de que a observação dos fatos e sua ocorrência de forma persistente e consistente nos 
demonstrará uma lei geral sobre a realidade. Os exemplos clássicos, dos manuais de lógica formal, ilustram 
vários exemplos de raciocínios indutivos ligados à Ciência: 
P¹: Ferro conduz eletricidade. 
P²: Cobre conduz eletricidade. 
P³: Prata conduz eletricidade. 
Logo, metais conduzem eletricidade. 
Na prática jurídica, tais raciocínios também possuem um lugar especial, pois são bastante utilizados 
quando a controvérsia se dá sobre fatos. Debater sobre fenômenos e percepções dos fatos, sua 
regularidade e seu sentido, bem como sua força de justificação, conduz os usuários da prática jurídica à 
utilização de raciocínios indutivos, como argumentos indutivos baseados em probabilidades, na 
autoridade, na evidência e nas relações causais. 
No que tange aos argumentos indutivos baseados na autoridade, implica afirmar que acreditaremos que X 
é verdade com base no nível de crença que temos ou não de que a declaração feita pelo emissor é 
justificável ou não: 
Exemplo 
• P¹: O perito concluiu que a bala que atingiu José Guilherme veio da arma de Moraes de Almeida. 
Logo, a bala que atingiu José Guilherme foi disparada pela arma de Moraes de Almeida. 
Esses exemplos demonstram os argumentos indutivos baseados na autoridade. Diante do fato de que um 
argumento indutivo não é capaz de garantir a verdade, o que faria desses e de alguns verdadeiros, ou, de 
certo modo, extremamente persuasivos? 
Raciocínios indutivos fortes ou persuasivos dependem do nível de confiança que temos na objetividade 
com que os fenômenos em que eles se baseiam foram observados. Essa observação precisa ser 
suficientemente testada para que possamos perceber uma relação de causalidade que se confirmará 
todas as vezes em que as mesmas condições se repetirem. 
Pelo menos dois métodos nesse aspecto podem proporcionar induções: 
• Enumerativo- Quanto mais vezes mais testes forem feitos, chegando-se à mesma conclusão, mais 
forte será a indução. 
• Eliminatório- Não visa à quantidade de instâncias em que as premissas foram testadas, mas sim à 
variedade de testes a que foram submetidas as premissas. 
 
Ao variar as formas e os modos de testes, é possível eliminar as premissas não compatíveis, aumentando a 
força das conclusões. 
ANALOGIA 
Por último, cabe trazer uma modalidade de raciocínio indutivo bastante utilizada na prática jurídica: a 
analogia. A analogia é um dos nossos raciocínios mais cotidianos. Costumamos fazer comparações com 
fatos que ocorreram no passado, entendendo que podem se repetir no presente ou no futuro. Por 
exemplo, se foi pedida uma pizza de atum em determinada pizzaria e todos gostamos, talvez sejamos 
conduzidos pelo nosso raciocínio a pedir novamente a mesma pizza. 
Como modalidade de argumento indutivo, não se pode considerar um raciocínio por analogia válido ou 
inválidonos estritos termos da lógica formal. Por isso, os filósofos e teóricos da lógica consideram que o 
máximo que podemos esperar de uma analogia é que ela seja, novamente, provavelmente certa. 
Mas no que consiste uma analogia? 
Basicamente em traçar semelhanças entre duas ou mais entidades. Um argumento por analogia consiste 
em estabelecer essas semelhanças e concluir que um ou mais predicados de uma das entidades está 
presente na(s) outra(s). Quando fazemos uma analogia, partimos de uma particularidade para alcançar 
outra. 
Exemplo 15 
P¹: A, B, C e D têm as propriedades X e Y. 
P²: A, B e C têm a propriedade Z. 
Logo, D também tem a propriedade Z. 
Um argumento por analogia será mais forte ou persuasivo na medida em que: 
• For maior o número de entidades semelhantes comparadas. 
• For maior o número de propriedades semelhantes entre as entidades comparadas. 
• For mais calibrada a relação entre premissas e conclusões. Conclusões mais prováveis em relação às 
premissas tornam a analogia mais persuasiva do que conclusões menos prováveis. 
• For menor o número de propriedades em que as entidades comparadas não são semelhantes. 
• Quanto mais relevantes forem as semelhanças, para que se possa dar sustentação à conclusão. 
Na prática jurídica, podemos dizer que a analogia pode operar de forma persuasiva quando: 
Na prática advocatícia 
Fatos semelhantes possam sustentar aplicação das 
normas de forma ampliativa e isonômica, 
garantindo pedidos e/ou provisões semelhantes. 
Normas semelhantes possam ser reivindicadas 
como aplicáveis a fatos semelhantes de modo a 
garantir direitos. 
Casos semelhantes possam ser utilizados para 
reformar ou criticar casos semelhantes que foram 
decididos de maneira diferente. 
Na prática judicial 
Fatos semelhantes possam ser avaliados para que 
as decisões possuam coerência com relação os 
normas semelhantes aplicáveis. 
Casos semelhantes possam fornecer soluções para 
casos semelhantes ainda não decididos. 
Casos semelhantes possam ser decididos de forma 
semelhante. 
 
Em geral, a analogia confere maior racionalidade argumentativa ao exercício da advocacia e da jurisdição 
de modo a estabelecer uma rede de inferências por meio de padrões que poderão orientar a aplicação do 
Direito a fim de gerar maior direcionamento e alinhamento de expectativas por parte dos usuários do 
sistema jurídico. Não obstante, a analogia é um instrumento de saneamento e organização do 
ordenamento, na medida em que é reivindicada como forma de complementação das lacunas existentes 
no ordenamento jurídico. 
 
LÓGICA ARISTOTÉLICA 
Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.) é fundamental para a lógica e seu desenvolvimento no Ocidente. Embora a 
lógica clássica de Frege e Russell tenha reformulado a lógica, ainda é útil o estudo da sistematização 
aristotélica, sobretudo aos participantes da prática do Direito. 
 Desse modo, a lógica tornaria explícita a forma implícita do nosso pensamento. 
Para Aristóteles, uma sentença é composta por termos (horos) que, relacionados sintaticamente, 
funcionam como sujeito e predicado. Um termo isolado não pode ser considerado verdadeiro nem falso; 
mas, num enunciado, pode ser atribuído valor de verdade. Então, ele pode ser uma afirmação (kataphasis) 
ou uma negação (apophais). Vejamos alguns exemplos: 
Exemplo 16 
• Elementos: João, carros, ônibus, lagoa, mar, rio, prédio, rua, árvore, cachorro, frango. 
• Afirmações, Sujeito Predicado, “João é alto”, “O carro é rápido”, “A árvore é verde”, “O ônibus é 
lento”, “O frango frito é gostoso”. 
• Negações, Sujeito Predicado, “João não é alto”, “O carro não é rápido”, “A árvore não é verde”, “O 
ônibus não é lento”, “O frango frito não é gostoso”. 
Para Aristóteles, alguns termos são particulares (João, Ricardo, Maria etc.); outros são universais (homem, 
mulher, criança, carro, gato, onça, cadeira etc.). O elemento de ligação entre sujeito e predicado é a 
cópula. Os enunciados também podem ser universais ou particulares. Assim: “Todo ser humano é mortal” 
(universal); “Alguns indivíduos estão doentes” (particular); Um enunciado é uma proposição na forma: 
(S é P) ou (S -> P) 
Na lógica de Aristóteles, existem três princípios fundamentais: 
• Princípio da identidade- A = A 
• Princípio da não contradição- É impossível afirmar que A é A e que A não é A ao mesmo tempo. 
• Princípio do terceiro excluído- Uma proposição é verdadeira ou falsa, não há terceira possibilidade. 
Uma vez que podemos fazer afirmações ou negações, é importante destacar o princípio da contradição 
(antiphasis) segundo o qual toda afirmação corresponde a uma negação, de tal forma que toda negação 
nega exatamente aquilo que a afirmação afirma. A informação vinda de uma contradição ou é verdadeira, 
ou é falsa; não podem ambas ser verdadeiras ou falsas ao mesmo tempo. Contraditórios não podem ser 
ambos verdadeiros. Com isso, acompanhando a lição de Neves Filho e Rui (2016), podemos explicitar que 
em Aristóteles: 
UNIVERSAL 
AFIRMATIVO 
Todo S é P 
Ex.: “Todo ser humano é 
mortal.” 
UNIVERSAL NEGATIVO 
Nenhum S é P 
Ex.: “Nenhum ser 
humano é mortal.” 
 
PARTICULAR 
AFIRMATIVO 
Algum S é P 
Alguns gatos são 
pardos. 
Alguns políticos são 
honestos. 
PARTICULAR NEGATIVO 
Algum S é não P 
Algum S -> ~ P 
Alguns gatos são não 
pardos. 
Alguns políticos são não 
honestos. 
Logo, podemos introduzir o quadro aristotélico de oposição: 
 
Temos quatro relações possíveis 
(A e E), (I e O) contrários. 
(A e O), (E e I) contraditórios. 
Lei dos contraditórios: 
• Se (Todos os gatos são brancos) for verdadeiro, então (Algum gato não é branco) é falso. 
Se (Todos os seres humanos são mortais) for verdadeiro, então (Algum ser humano é imortal) é 
falso. 
Se (nenhum S é P) for verdadeiro, então (algum S é P) será falso. 
Lei dos contrários: 
• nos informará que, se há verdade num dos enunciados, isso implicará a falsidade do outro. Nesse 
caso, ambos não podem ser simultaneamente verdadeiros, mas podem ser simultaneamente 
falsos. 
• Podemos exemplificar usando o silogismo clássico da lógica formal: se “todo ser humano é mortal”, 
então “nenhum ser humano é mortal” é falso; mas, se “todo ser humano é mortal” é falso, então 
“nenhum ser humano é mortal” pode ser falso também. 
Lei dos subcontrários 
• nos diz que I e O nunca poderão ser ao mesmo tempo falsas, mas poderão ser ao mesmo tempo 
verdadeiras. 
Lei de subalternação 
• temos dois casos: (A) e (B). No primeiro, da verdade dos enunciados universais se segue a verdade 
dos enunciados particulares subalternos. Se S é P V, então algum S é P será verdade também. 
• Se “todos os homens são mortais”, então “algum homem é mortal” é verdadeiro também. 
• Da mesma maneira, o enunciado universal negativo: “se nenhum humano é mortal”, então é 
verdadeiro que “algum anjo não seja mortal”. 
Ainda nesse primeiro caso, é preciso destacar que, se o universal for falso, isso não implica que o particular 
o seja também. Se “todos os homens forem anjos” é falso, podemos, ainda, dizer nesse primeiro caso que 
“alguns homens são anjos”. O mesmo vale para as universais negativas. Se “nenhum anjo pecou” for falso, 
poderemos dizer que “algum anjo não pecou”. 
A lei de subalternação implica um segundo caso (B) que se divide em dois: 
• (b.1) se o particular for falso, então o universal será falso também (ex.: se “algum homem é anjo” 
for falso, então “todo homem é anjo” será falso também; se “alguns cães são raivosos” for falso, 
então “todos os cães são raivosos” será falso também. Com a particular negativa: se “algum anjo 
não é pecador” for falso, então “nenhum anjo é pecador” será falso; se algumas pizzas não são de 
atum” for falso, então “nenhuma pizza é de atum” será falso também. 
• b.2) que diz o seguinte: se o particular for verdadeiro, não se segue que o universal o seja. Então, se 
“alguns seres humanos pecaram” for verdadeiro, não se segue que “todos os seres humanos 
pecaram”. Ainda, se“algumas pizzas são de atum” for verdadeiro, não se segue que “todas as 
pizzas sejam de atum”. Se “alguns cidadãos cometeram crime”, não se segue que “todos os 
cidadãos tenham cometido crime”. Da mesma forma, da particular negativa para a universal 
negativa, se “algum homem não cometeu crime”, não se segue que “nenhum homem tenha 
cometido crime”. 
Agora que aprendemos as leis da lógica aristotélica, vamos praticar com os exemplos a seguir: 
Universal afirmativa (A)- Todos os planetas são redondos. 
Universal negativa (E)- ? 
Particular afirmativa (I)- ? 
Particular negativa (O)- ? 
1. Se (A) for verdadeiro, então (O) é (V) ou (F)? 
2. Se (A) for verdadeiro, então (E) é (V) ou (F)? 
3. Se (I) for verdadeiro, então (A) é (V) ou (F)? 
4. Se (O) for verdadeiro, então (E) é (V) ou (F)? 
Vamos lá! Pelo quadro de oposição de Aristóteles, poderíamos dizer que: 
• Se (A) é verdadeiro, então, (0) é falso, pois: “se todos os planetas são redondos” (Se todo S é P) 
for verdadeiro, então (Algum S não é P) “alguns planetas não são redondos” será falso pela lei da 
contradição. 
• Se (A) for verdadeiro, então (E) é falso. Pela lei dos contrários, ambos não podem ser ao mesmo 
tempo verdadeiros, mas poderiam ser, ao mesmo tempo, falsos. Se “todos os planetas são 
redondos” for verdadeiro, então, ao mesmo tempo, não poderia ser verdadeiro que “Nenhum 
planeta é redondo”. 
• Se (I), “Alguns planetas são redondos”, for verdadeiro, então (A), “Todos os planetas são 
redondos”, pode ser que seja verdadeiro, não sabemos. 
• Se (O), “Alguns planetas não são redondos”, for verdadeiro, não se segue que (E), “Nenhum 
planeta é redondo”, seja verdadeiro, pois pode haver, ainda assim, planetas redondos. 
RETÓRICA ARISTOTÉLICA 
Costumamos dizer que a pessoa que fala bem é “cativante”, que tem uma “boa retórica”. Poderíamos 
aprender a falar bem de forma tão magistral ou apenas aqueles com certo dom específico poderiam 
convencer as pessoas por meio da palavra? Há alguma maneira de fazer isso? 
Sim, podemos dizer que a retórica é fundamental para entendermos como o discurso pode ser persuasivo. 
Nesse ponto, como na lógica, o filósofo Aristóteles é um dos grandes responsáveis, senão o maior, por 
termos até os dias atuais a retórica. 
A retórica adquire seu grande valor por meio da obra de Aristóteles, que lhe deu um tratamento 
sistemático, ligado ao conhecimento e à ação prática. Para Olivier Reboul (2004), Aristóteles resgata a 
retórica do viés estratégico e propagandista dos sofistas para dar a ela o rigor da coesão e do silogismo 
(entimema). Acima de tudo, Aristóteles relaciona a retórica com a dialética, construindo entre elas uma 
relação diferente em comparação a que os sofistas e Platão fizeram anteriormente. 
Com Aristóteles, a retórica é uma arte que possui teor cognitivo, sendo capaz também de lidar com a 
verdade, trazendo à tona o médium do nosso saber sobre as relações práticas. De maneira didática, Olivier 
Reboul (2004) organiza o quadro que nos ajuda a visualizar melhor o papel da retórica em Aristóteles: 
 
Agora que conseguimos situar a visão de Aristóteles sobre a retórica, podemos visualizar pontos centrais 
da sua sistematização. A primeira delas é a divisão do discurso, que na retórica são quatro: 
• A invenção é para a preparação do discurso, momento em que se obtêm as informações, os dados, 
os elementos que deverão compor o discurso. 
• A disposição é a organização da ordem com a qual serão apresentados os argumentos, dando 
sentido, nexo e intencionalidade à persuasão do público. 
• A elocução é o estilo que modula o discurso de forma a entender o auditório e se fazer 
compreender. 
• A ação é o ato prático em que se faz o proferimento do discurso. Ao proferir o discurso, é 
necessário estar alinhado com os demais elementos. 
Esses quatro passos para a construção de uma boa retórica precisam estar adequados com os gêneros de 
discurso. Em Aristóteles, esses gêneros são três: judiciário, deliberativo e epidíctico. 
 
O judiciário é feito por aqueles que acusam ou defendem. Estrutura-se sob as causas de fato passadas, 
debate o justo ou não justo do caso pela dedução (como visto no item anterior deste módulo). Sua forma é 
a retrospectiva e visa persuadir os magistrados, o júri, os desembargadores e também a sociedade civil da 
justiça do caso. Interessante que podemos ver num acórdão (decisão dada pelo colegiado de magistrados, 
sejam desembargadores ou ministros, magistrados de 2ª instância ou dos tribunais superiores) que há 
sempre uma parte chamada “relatório” em que o magistrado recupera os fatos do mundo e do processo 
antes de expor seu raciocínio jurídico para a decisão. Também os advogados reconstroem os fatos para dar 
uma cronologia retrospectiva ao caso. 
O deliberativo destina-se à definição da utilidade ou não das decisões para a vida da comunidade política. 
Devemos ou não ir à guerra? Devemos ou não redistribuir recursos? Devemos ou não distribuir vacinas? É 
necessário um lockdown durante a pandemia? Essas deliberações dizem respeito às questões públicas da 
vida em comunidade. Por isso, elas assumem esse caráter futuro, voltado para a análise das consequências 
da tomada de decisão. Nesse aspecto, lembrar dos exemplos e das consequências de tomadas de decisão 
anteriores pode ajudar a comunidade a decidir. 
O epidíctico perfaz os discursos em que avaliamos ou não uma prática presente da comunidade, 
especialmente em momentos de grande reflexão e significado: a morte de um ente querido (pensemos nos 
velórios); a pregação pelos clérigos em templos religiosos; a censura pública diante de uma prática 
condenável; o elogio público diante de um comportamento admirável. Por isso, o orador, neste caso, 
escolhe um aspecto censurável ou louvável e o amplifica, de forma a dar luz. 
• É importante que vejamos essas estruturas não como isoladas. De fato, elas permeiam a vida social 
e se entrelaçam. Não são separadas e estanques. Todas possuem um tipo de argumento específico, 
mas que pode transitar para o outro. 
No judiciário, utilizamos a dedução, mas nada impede que utilizemos a indução ou a analogia na defesa de 
um caso. O mesmo também vale para o discurso deliberativo. Se é voltado para o futuro, é prospectivo, 
também podemos fazer raciocínios dedutivos com ele. A organização e sistematização dada por Aristóteles 
é didática, permitindo, inclusive, que possamos articular essas modalidades de acordo com as 
necessidades do contexto em que nos encontramos no debate. 
Uma vez que conseguimos visualizar os destinatários dos discursos, os argumentos que são módulos e as 
ênfases, a sistematização de Aristóteles da boa retórica ainda nos apresenta três elementos que se 
referem a elementos extrínsecos do discurso. Nesse ponto, é como se estivéssemos modulando o mesmo: 
• ETHOS- Caráter do orador em/na relação com o auditório 
• PATHOS- Emoções, sentimentos, paixões do auditório 
• LOGOS- Razão do discurso, Aspecto dialético 
O ethos é o caráter do orador no discurso diante do auditório. Seu caráter deve parecer ao auditório 
confiável, empático. O orador precisa se conectar com o público, articulando de modo a criar uma relação 
de reciprocidade em que se possa confiar nele. Aqui, cabe mencionar um verdadeiro exercício de 
alteridade, pois, se vou tratar, por exemplo, com pessoas que possuem uma vida rural, preciso estabelecer 
com elas uma rede de confiança específica. Se eu for tratar com pessoas de comunidades urbanas, no 
entanto, preciso modular minha posição para os problemas da vida urbana. O orador precisa compreender 
o seu público e se ligar a ele, transmitindo que compreende os problemas e a escuta daqueles com quem 
articula. 
Já o pathos são paixões, emoções, sentimentos do auditório com quem o orador precisa empaticamente 
se conectar. Conforme destaca Reboul (2004), entra em cena a necessidade da Psicologia – isso mesmo: 
Aristóteles já tinha colocado na pauta a necessidade de compreendera subjetividade das pessoas. O 
orador, ao entender as paixões do público, precisa se conectar com sua psicologia. Entender a rede de 
afetividades do público pelo qual articula as razões é tarefa do orador de forma a construir os caminhos da 
retórica. As artes literárias, então, seriam tributárias da retórica na medida em que conseguiu destacar a 
importância dos afetos que devem emergir tanto do caráter do orador (ethos) quanto das emoções do 
auditório (pathos). 
Aos lados afetivos, junta-se o logos, o lado dialético da retórica ligado ao discurso, no qual a estrutura da 
razão pode ligar-se à persuasão. Aqui, a retórica se apresenta por meio do silogismo dedutivo (entinema) e 
das induções. A partir do silogismo dedutivo a retórica pode demonstrar sua racionalidade, apoiando-se 
naquilo que é verossímil ao público. Apelando ao comum, pode demostrar suas conclusões. O mesmo com 
as induções, que têm centralidade na analogia, permitindo que, por meio dos casos passados, das 
ocorrências passadas, seja possível inferir prováveis conclusões necessárias ao domínio do razoável, do 
justo e do valoroso. 
Na sistematização dada por Aristóteles, os lugares do discurso (topoi) poderiam, na lição de Reboul (2004), 
ser considerados de duas formas: 
 
Mais do que um argumento pronto ou do que um argumento que permanece no tempo e no espaço, os 
topoi podem ser considerados padrões argumentativos, instruções gerais que poderiam ser aplicadas a 
vários tipos de argumentos (GRÁCIO, 2015). Então, de que maneira poderíamos entender os topoi? 
Em primeiro lugar, os topoi são lugares de onde parte a argumentação, lugar-comum que gera o debate. 
Esses lugares de onde se fala seriam preenchidos por uma série de argumentos já disponíveis na cultura 
comum. Esses mesmos topoi também serviriam de esquemas estruturais de onde se podem extrair 
argumentos. Por último, os topoi poderiam estar na nossa psicologia, razão pela qual podemos recuperar 
em nossa memória muitos de seus elementos (GRÁCIO, 2015). Suas características poderiam ser 
organizadas da seguinte maneira: 
• Analíticos: aqueles que nos permitem decompor, dividir e encontrar solução para os problemas. 
• Vazios de conteúdo: aqueles em que o topos opera com um mecanismo heurístico que traz à tona 
a necessidade de preenchimento de conteúdo. 
• Compartilhados socialmente: aqueles que estão presentes na cultura geral e que podem ser 
resgatados a qualquer momento para dar sentido à argumentação. 
 
 
	ARGUMENTOS
	 O argumento é positivo, está falado, escrito, redigido, prolatado, toma corpo, sai da mente de quem o diz, podemos ter acesso objetivo a ele.
	 O argumento tem uma intenção daquele que o constrói, que é expor uma conclusão justificada nas premissas (MORTARI, 2001).
	RACIOCÍNIO DEDUTIVO
	RACIOCÍNIO INDUTIVO
	 Enumerativo- Quanto mais vezes mais testes forem feitos, chegando-se à mesma conclusão, mais forte será a indução.
	 Eliminatório- Não visa à quantidade de instâncias em que as premissas foram testadas, mas sim à variedade de testes a que foram submetidas as premissas.
	Mas no que consiste uma analogia?
	RETÓRICA ARISTOTÉLICA

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