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Carolina Amorim – Tutoria – UC8 PROBLEMA 1: ANATOMIA DO SNC E NÍVEIS DE CONSIÊNCIA Objetivos: 1. Revisar a anatomia macroscópica do Sistema Nervoso Central e relacionar com sua função. 2. Entender a embriologia do Sistema Nervoso Central (estrutura, divisões e cronologia). 3. Explicar os níveis de consciência e escala de Glasgow (reflexo da pupila*). 4. Compreender o processo de formação e os tipos de memória. 1° OBJETIVO Revisar a anatomia macroscópica do Sistema Nervoso Central e relacionar com sua função. O Sistema Nervoso Central é dividido em: ▪ Encéfalo: cérebro e cerebelo. É envolvido por membranas chamadas meninges, cuja função é proteger o encéfalo e a medula contra choques mecânicos. ▪ Medula Espinal: tronco encefálico (Mesencéfalo, Ponte e Bulbo) - A medula espinal conecta-se com o encéfalo por meio do forame magno do occipital e está envolvida pelos ossos da coluna vertebral. O SNC é aquele que se localiza dentro do esqueleto axial (cavidade craniana e canal vertebral) e processa muitos tipos diferentes de informações sensitivas. Também é a fonte dos pensamentos, das emoções e das memórias. A maioria dos sinais que estimulam a contração muscular e a liberação das secreções glandulares se origina no SNC. Sistema Nervoso Periférico: ▪ Nervos: espinais e cranianos ▪ Gânglios e terminações nervosas O SNP é aquele que se encontra fora do esqueleto axial Obs.: Essa distinção, embora geralmente utilizada, não é perfeitamente exata, pois como é óbvio, os nervos e raízes nervosas, para fazer conexão com o SNC, penetram no crânio e no canal vertebral. Além disso, alguns gânglios localizam-se dentro do esqueleto axial. Divisão embriológica: Prosencéfalo: Telencéfalo e Diencéfalo – Cérebro Mesencéfalo: Mesencéfalo Rombencéfalo: Metencéfalo – Cerebelo e Ponte Mielencéfalo – Bulbo TELENCÉFALO Esta é a parte que as pessoas chamam de “cérebro” mas, na realidade, já na formação embriológica, a vesícula ou dilatação telencefálica quase que se subdivide em 2 (direita e esquerda), e que juntas recobrem quase que totalmente o diencéfalo. A maior parte da substância cinzenta fica por fora (córtex cerebral), com espessura de 1 a 4 mm. Os autores admitem que tem bilhões de neurônios (alguns chegam até 25 bilhões), mas um número exato fica bem difícil. O restante da substância cinzenta fica dentro da substância branca, na forma de núcleos. O córtex cerebral é considerado como uma das áreas mais importantes do Sistema Nervoso (SN). ▪ Núcleos Principais (da Base): caudado, putâmen, globo pálido, claustrum, acumbens, complexo amigdalóide. ▪ Centro Branco Medular: apresenta a coroa radiada e a cápsula interna e outras cápsula menores (externa e extrema); além das comissuras, sendo a maior o corpo caloso. O hemisfério direito controla a metade esquerda do corpo e, vice-versa. É o que se pode chamar de dominância cruzada, com relação ao corpo. Geralmente o hemisfério esquerdo é dominante. Esta “dominância” deve-se às funções da linguagem estarem situadas, na grande maioria das pessoas, do lado esquerdo, e não a relação sensório-motora somática destra ou sinistra (canhota). Mesmo nas pessoas “canhotas”, as fibras comissurais (principalmente o corpo caloso), transmitem informações para o lado oposto, para interpretação do estímulo. ▪ Hemisfério direito: é de relação espacial, habilidades musicais, artísticas, reconhecer fisionomias ▪ Hemisfério esquerdo: é mais verbal (linguagem) e raciocínio matemático. Cada hemisfério cerebral apresenta 3 faces, 3 pólos e 5 grandes regiões ou lobos. o Faces: Carolina Amorim – Tutoria – UC8 o Súpero-lateral o Medial o Inferior o Pólos: o Frontal o Temporal o Occipital o Lobos 1. Frontal: fica na parte da frente do crânio, é responsável pelo planejamento de ações, bem como o pensamento abstrato. Ainda nestes encontra-se o córtex Motor e o córtex pré-frontal. - Córtex motor: está relacionado a motricidade voluntaria. - Córtex pré-frontal: está relacionado com o planejamento de comportamentos e pensamentos complexos, a atividade básica desta área cerebelar é resultado de pensamentos e ações em acordo e metas. Apresenta na face dorsolateral os sulcos: o Sulco Pré-central: mais ou menos paralelo ao sulco central e muitas vezes dividido em dois segmentos o Sulco Frontal superior: inicia-se geralmente na porção superior do sulco pré-central e tem direção aproximadamente perpendicular a ele o Sulco Frontal inferior: partindo da porção inferior do sulco pré-central, dirige-se para frente e para baixo. Apresenta na face medial os sulcos: o Sulco do corpo caloso: começa abaixo do rostro do corpo caloso, contorna o tronco e o esplênio do corpo caloso, onde continua, já no lobo temporal, com o sulco do hipocampo o Sulco do cíngulo: tem curso paralelo ao sulco do corpo caloso, do qual é separado pelo giro do cíngulo. Termina posteriormente, dividindo-se em dois ramos: ramo marginal (se curva em direção à margem superior do hemisfério), e o sulco subparietal (continua posteriormente na direção do sulco do cíngulo. Apresenta os giros: o Giro frontal superior: Localiza-se entre os sulcos frontal superior e frontal inferior. o Giro Frontal Inferior (Giro de Broca): Centro Motor da Fala – na maioria das pessoas no esquerdo. É subdividido em ramos anterior e ascendente do sulco lateral, em três partes (orbital, triangular e opercular). Se localiza abaixo do sulco frontal inferior. 2. Parietal: está na parte superior do cérebro, possibilitam a percepção de sensações como tato, dor e calor. Por ser responsável em receber estímulos obtidos com o ambiente externo, representa todas as áreas do corpo Apresenta os sulcos: o Sulco pós-central: quase paralelo ao sulco central, é frequentemente dividido em dois segmentos, que podem estar mais ou menos distantes um do outro o Sulco intraparietal: muito variável e geralmente perpendicular ao pós-central, com o qual pode estar unido, estende-se para trás para terminar no lobo occiptal. Ele separa o lóbulo parietal superior do lóbulo parietal inferior. Apresenta os giros: o Giro pós-central: entre os sulcos central e pós- central, onde se localiza uma das mais importantes áreas sensitivas do córtex, área somestésica 3. Occipital: fica localizado na parte inferior do cérebro e processa estímulos visuais que decodificam e classificam em cores, tamanhos, formas etc. Apresenta na face medial os sulcos: o Sulco calcarino: inicia-se abaixo do esplênio do corpo caloso e tem um trajeto arqueado em direção ao polo occipital. Nos lábios do sulco calcarino localiza-se a área visual, também chamada área estriada por que o córtex apresenta uma estria branca visível a olho nu. o Sulco parietoocciptal: muito profundo, separa o lobo occipital do parietal e encontra, em ângulo agudo, o sulco calcarino. Apresenta os giros: o Giro complexo: tem forma triangular e está entre o sulco parietoccipital e o sulco calcarino 4. Temporal: se localiza próximo as orelhas e é responsável por processar estímulos auditivos que permite reconhecer diferentes sons e sua origem. Apresenta na face dorsolateral os sulcos: o Sulco temporal superior: inicia-se próximo ao polo temporal e dirige-se para trás, paralelamente ao ramo posterior do sulco lateral, terminando no lobo parietal o Sulco temporal inferior: paralelo ao sulco temporal superior, geralmente formado por duas ou mais partes descontinuas Apresenta na face medial os sulcos: o Sulco occípito-temporal o Sulco colateral o Sulco do hipocampo Apresenta os giros: o Giro temporal superior: está entre os sulcos lateral e temporal superior Carolina Amorim – Tutoria – UC8 o Giro temporal médio: está entre os sulcos temporal superior e temporal inferioro Giro temporal inferior: está abaixo do sulco temporal, se limita com o sulco occipito-temporal, geralmente situado na face inferior do hemisfério cerebral. o Giro Temporal Transverso Anterior: Centro da Audição - Ínsula. Com se percebe, os 4 primeiros lobos têm relação óssea e recebe os nomes dos ossos, mas o 5º lobo (ínsula), por ficar recoberto pelos outros lobos, fica isolado, como que “ilhado” na própria massa cerebral, daí o nome de ínsula (ilha pequena). Isto se deve ao fato que a ínsula é uma região bem mais antiga que as outras e, durante o desenvolvimento embriológico, os outros lobos passam por cima dele, encobrindo-o, isolando-o. No córtex cerebral vamos encontrar várias áreas responsáveis por diversas funções: o Giro Pré – Central: Centro Motor do Corpo Humano. Fica entre o sulco central e o sulco pré- central o Giro Pós – Central: Centro Sensitivo e Gustativo do Corpo Humano o Giro Frontal Inferior (Giro de Broca): Centro Motor da Fala – na maioria das pessoas no esquerdo. É subdividido em ramos anterior e ascendente do sulco lateral, em três partes (orbital, triangular e opercular). Se localiza abaixo do sulco frontal inferior. o Giro Temporal Transverso Anterior: Centro da Audição o Lóbulo Parietal Inferior: Centro Associativo da Linguagem – maioria no esquerdo o Rinencéfalo: Centro da Olfação o Lobo Occipital: Centro da Visão o Giro Hipocampo: Centro Primário da Memória o Todo o Encéfalo: Centro Secundário da Memória o Centro dos Instintos e Emoções – Sistema Límbico: várias áreas encefálicas: giro límbico, lobo frontal, tronco encefálico, diencéfalo, cerebelo Na Face Medial: 1. Corpo caloso: tem a função de estabelecer uma conexão entre os hemisférios cerebrais direito e esquerdo, permitindo a transmissão de informações entre eles. A maior das comissuras Carolina Amorim – Tutoria – UC8 inter-hemisféricas, é formado por grande número de fibras mielínicas, que cruzam o plano sagital mediano e penetram de cada lado no centro branco medular do cérebro, unindo áreas simétricas do córtex cerebral de cada hemisfério. Se divide em tronco, esplênio, joelho, rostro do corpo caloso, que termina na comissura anterior (uma das comissuras inter-hemisféricas) 2. Fórnix: feixe complexo de fibras que, entretanto, não pode ser visto em toda a sua extensão em um corte sagital do cérebro. É constituído por duas metades laterais e simétricas, afastadas nas extremidades e unidas entre si no trajeto abaixo do corpo caloso. 3. Septo Pelúcido: está entre o corpo caloso e o fórnix e separa os dois ventrículos laterais. É constituído por delgadas lâminas de tecido nervoso Morfologia dos ventrículos laterais Os hemisférios cerebrais possuem cavidades revestidas de epêndima e contendo liquido cerebroespinal, os ventrículos laterais esquerdo e direito, que se comunicam com o III ventrículo pelo respectivo forame interventricular. Exceto por este forame cada ventrículo é uma cavidade completamente fechada, cuja capacidade varia de um indivíduo para outro, e apresenta sempre uma parte central e três cornos que correspondem aos três polos do hemisfério. As partes que se projetam nos lobos frontal, occipital e temporal são, respectivamente, os cornos anterior, posterior e inferior. Com exceção do corno inferior, todas as partes do ventrículo lateral têm o teto formado pelo corpo caloso, cuja remoção expõe amplamente a cavidade ventricular. DIENCÉFALO Compreende as seguintes partes: tálamo, hipotálamo, epitálamo e subtálamo, todas em relação com o III ventrículo. III VENTRÍCULO: O fluido cerebroespinhal entra no terceiro ventrículo vindo dos dois ventrículos laterais, pelo Forame de Monro. O líquido sai do ventrículo através do aqueduto de Sylvius. Se comunica com o IV ventrículo pelo aqueduto cerebral, e com os ventrículos laterais pelos respectivos forames interventriculares. No assoalho do III ventrículo, dispõem-se, de diante para trás: quiasma óptico, infundíbulo, túber cinéreo e corpos mamilares, pertencentes ao hipotálamo. A parede posterior do ventrículo, muito pequena é formada pelo epitálamo, que se localiza acima do sulco hipotalâmico. Saindo de cada lado do epitálamo e percorrendo a parte mais alta das paredes laterais do ventrículo, há um feixe de fibras nervosas, as estrias medulares do tálamo, onde se insere a tela corioide que forma o teto do III ventrículo. A partir da tela corioide do III ventrículo, invaginam-se na luz ventricular os plexos corioides do III ventrículo. A parede anterior do III ventrículo é formada pela lâmina terminal, fina lâmina de tecido nervoso que une os dois hemisférios e se dispõe entre o quiasma óptico e a comissura anterior. TÁLAMO: É uma área muito importante do cérebro, relacionada sobretudo com a sensibilidade. São duas massas volumosas de substância cinzenta, de forma ovoide, dispostas uma de cada lado na porção laterodorsal do diencéfalo. ▪ Extremidade anterior: apresenta uma eminência, o tubérculo anterior do tálamo ▪ Extremidade posterior: é maior que a anterior e apresenta uma grande eminência, o pulvinar, que se projeta sobre os corpos geniculados lateral e medial - Corpo geniculado medial: faz parte da via auditiva - Corpo geniculado lateral: faz parte da via óptica Obs.: ambos são considerados por alguns autores como constituindo uma divisão do diencéfalo denominada metatálamo. ▪ Face superior: faz parte do assoalho do ventrículo lateral ▪ Face medial: forma a maior parte das paredes laterais do III ventrículo. ▪ Face lateral: separada do telencéfalo pela cápsula interna, compacto feixe de fibras que liga o córtex cerebral a centros nervosos subcorticais e só pode ser vista em secções ou dissecações do cérebro ▪ Face inferior: continua com o hipotálamo e o subtálamo. Funções: a) Sensibilidade: todos os impulsos sensitivos, antes de chegar ao córtex, param em um núcleo talâmico, fazendo exceção apenas os impulsos olfatórios. Carolina Amorim – Tutoria – UC8 Tem, assim, papel de distribuir às áreas específicas do córtex impulsos que recebe das vias sensoriais. Entretanto, a sensibilidade talâmica, ao contrário da cortical, não é discriminativa e não permite, por exemplo, o reconhecimento da forma e do tamanho de um objeto pelo tato. b) Motricidade: através dos núcleos ventral anterior e ventral lateral, interpostos, respectivamente, em circuitos palidocorticais e cerebelocorticais c) Comportamento emocional: através do núcleo dorsomedial com suas conexões coma a área pré- frontal d) Memória: através do núcleo do corpo anterior e suas conexões com os núcleos mamilares do hipotálamo e) Ativação do córtex: através dos núcleos talâmicos inespecíficos e suas conexões com a formação reticular fazendo parte do Sistema Ativador Reticular Ascendente (SARA) Núcleos do tálamo: ▪ Núcleo medial dorsal ▪ Núcleos mediais ▪ Núcleos geniculados medial e lateral ▪ Pulvinar ▪ Núcleos anteriores ▪ Núcleos intralaminares ▪ Núcleo lateral dorsal ▪ Núcleo lateral posterior ▪ Núcleo ventral anterior ▪ Núcleo ventral posterior ▪ Núcleo ventral lateral HIPOTÁLAMO: é a parte do diencéfalo que se encontra abaixo do tálamo. Possui várias subdivisões e núcleos, incluindo a zona periventricular, zona medial e a zona lateral. ▪ Face anterior: ele se estende superiormente para a lâmina terminal, e se funde com certas estruturas olfativas, na região da substância perfurada anterior. ▪ Face medial: forma a parede do III ventrículo abaixo do nível do sulco hipotalâmico ▪ Face posterior: o hipotálamo se funde com o tálamo ventral, e através deste com o tegmento do mesencéfalo. ▪ Face inferior: o hipotálamo está relacionado a estruturas do assoalho do terceiro ventrículo. Essas são o túber cinéreo, oinfundíbulo e os corpos mamilares, que são considerados parte do hipotálamo. Inclui: ▪ Área pré-óptica: envolvida na regulação da temperatura ▪ Núcleos mamilares: auxiliam na memória e cognição como parte do circuito de Papez ▪ Núcleo paraventricular: um importante centro de controle autonômico ▪ Núcleo supraquiasmático: controle do ritmo circadiano ▪ Núcleo arqueado (ou infundibular): fornece inibição da secreção de prolactina para a glândula hipófise e está envolvido no controle da fome ▪ Núcleo posterior: envolvido na regulação da temperatura ▪ Núcleo anterior: forma parte do sistema hipocampal da memória episódica ▪ Núcleo dorsomedial: auxilia na regulação do ritmo circadiano ▪ Núcleo ventromedial: serve como centro da saciedade para regulação do comportamento relacionado a alimentação e peso corporal ▪ Hipotálamo lateral: auxilia na coordenação da deglutição. Lesões nessa área levam a afagia e adipsia ▪ Núcleo supra-óptico: facilita a secreção de vasopressina para osmorregulação ▪ Núcleo tuberomamilar: única fonte de neurônios histamínicos ▪ Núcleo tuberal lateral: envolvido na regulação da alimentação e metabolismo ▪ Núcleo intermédio: regula o sono EPITÁLAMO: está localizado na parte superior e posterior do diencéfalo e contém formações importantes, a habênula e a glândula pineal. ▪ Habênula: está situada de cada lado no trígono da habênula e participa da regulação dos níveis de dopamina via mesolímbica, principal área de prazer do cérebro. Ela pertence ao sistema límbico. ▪ Glândula pineal: é a principal fonte de melatonina, que é a responsável pelas funções atribuídas à glândula pineal. Ela é sintetizada pelo pincalócitos a partir da serotonina e o processo de produção é ativado pela noradrenalina liberada pelas fibras simpáticas. Durante o dia, as fibras têm pouca atividade e os níveis de melatonina na pineal e na circulação são muito baixos, entretanto, durante a noite, a inervação simpática da pineal é ativada, liberando noradrenalina, e os níveis de melatonina circulante aumentas cerca de dez vezes. Obs.: esse ritmo não é intrínseco à pineal, pois decorre da atividade rítmica do núcleo supraquiasmático do Carolina Amorim – Tutoria – UC8 hipotálamo, transmitida à pineal através da inervação simpática. Obs.: A melatonina tem função antigonadotrópica, inibindo as glândulas do hipotálamo, sincroniza o ritmo circadiano de vigília-sono, regula a glicemia (inibe a secreção de insulina nas células beta das ilhotas pancreáticas), regula a morte celular por apoptose, tem ação antioxidante e regula o sistema imune. SUBTÁLAMO: é uma pequena área situada na parte posterior do diencéfalo na transição com o mesencéfalo, limitando-se superiormente com o tálamo, lateralmente com a cápsula interna e medialmente com o hipotálamo. Ele inclui núcleos e substância cinzenta como a zona incerta, núcleo reticular e o núcleo perigeniculado. A zona incerta fornece estimulação por ácido gama-aminobutírico (GABAérgica) para o tálamo, enquanto o núcleo reticular fornece regulação GABAérgica para o feixe talamocortical. Coletivamente, o núcleo pré-geniculado e o núcleo geniculado lateral formam o complexo geniculado lateral. CEREBELO O cerebelo e o cérebro são os dois órgãos que constituem o sistema nervoso supressegmentar. Tanto o cerebelo quanto o cérebro apresentam um córtex que envolve um centro de substância branca (o centro medular do cérebro e corpo medular do cerebelo), onde são observadas massas de substância cinzenta (os núcleos centrais do cerebelo e os núcleos da base do cérebro). Anatomicamente, o cerebelo é dividido em três lobos: ▪ lobo anterior ▪ posterior ▪ flóculonodular. Existem duas fissuras que realizam essa divisão, a fissura primária, que divide o lobo anterior e posterior, e a fissura póstero-lateral que separa o lobo flóculonodular do lobo posterior. Importantes estruturas do cerebelo são as tonsilas ou amígdalas cerebelares, localizadas na porção inferomedial do cerebelo, e que se projetam sobre a face dorsal do bulbo. Obs.: Em situações de hipertensão intracraniana, pode ocorrer a herniação dessas tonsilas em direção ao forame magno, e consequentemente ocorre a compressão do bulbo. Essa compressão pode levar a morte, pois no bulbo temos importantes centros, como por exemplo, o centro respiratório. Se dividir o cerebelo, baseada nas conexões do córtex com os núcleos centrais, dá a base para divisão funcional, em três partes: ▪ Vestibulocerebelo: compreende o lobo floculonodular e tem conexões com o núcleo fastigial e os núcleos vestibulares ▪ Espinocerebelo: compreende o vérmis e a zona intermédia dos hemisférios e tem conexões com a medula ▪ Cerebrocerebelo: compreende a zona lateral e tem conexões com o córtex cerebral Carolina Amorim – Tutoria – UC8 Funções: ▪ Manutenção do equilíbrio e da postura: se fazem basicamente pelo vestíbulo-cerebelo, que promove a contração adequada dos músculos axiais e proximais dos membros, de modo a manter o equilíbrio e a postura normal, mesmo nas condições em que o corpo se desloca. ▪ Controle do tônus muscular: um dos sintomas de descerebelização é a perda do tônus muscular, que pode ocorrer também por lesão dos núcleos centrais. Sabe-se que esses núcleos, em especial o dendeado e interposto mentem, mesmo na ausência de movimento, certo nível de atividade espontânea. Essa atividade, agindo sobre os neurônios motores das vias laterais (trato corticoespinal e rubroespinal) é também importante para a manutenção do tônus. ▪ Controle dos movimentos voluntários: o mecanismo através do qual o cerebelo controla o movimento envolve duas etapas: - Planejamento do movimento: é elaborado no cerebrocerebelo, a partir de informações trazidas, pela via córtico-ponto-cerebelar, de áreas do córtex cerebral ligadas a funções psíquicas superior (áreas de associação) e que expressam a “intenção” do movimento - Correção do movimento já em execução. ▪ Aprendizagem motora: admite-se que o cerebelo participa desse processo através das fibras olivocerebelares, que chegam ao córtex cerebelar como fibras trepadeiras e fazem sinapses diretamente com as células de Purkinje ▪ Funções não motoras: estudos de neuroimagem funcional demonstraram que o cerebelo participa também de funções congnitivas, executadas principalmente pelo cerebrocerebelo. MEDULA MESENCÉFALO: localiza-se entre o diencéfalo e a ponte, e é atravessado por um canal conhecido como aqueduto cerebral ou aqueduto de Sylvius, que conecta o terceiro ao quarto ventrículo permitindo a passagem do líquido cefalorraquidiano (LCR). Dorsalmente a este canal encontra-se o teto do IV ventrículo, enquanto ventralmente ao aqueduto encontram- se os pedúnculos cerebrais. Esses pedúnculos se dividem em porção ventral que é a base do pedúnculo e porção dorsal que é o tegmento. Os pedúnculos são dois feixes de fibras, calibrosos, que surgem na borda superior da ponte e penetram no cérebro. Entre os dois pedúnculos existe a fossa interpeduncular. Existe também a substância negra, formada por melanina, e dessa substância delimitam-se sulcos, sendo dois longitudinais, um sulco lateral (o sulco lateral do mesencéfalo) e um sulco medial (sulco medial do pedúnculo cerebral). O sulco medial possui uma grande importância, pois é dele que emerge o III par craniano, o nervo oculomotor. O teto do mesencéfalo contém algumas estruturas posteriores importantes e conhecidas que são os colículos. ▪ Colículos: são quatro eminências arredondadas, que formam a lâmina quadrigêmea, sendo dois colículos superiores e dois colículos inferiores. De cada colículo inferior, emerge o quarto par, o nervo troclear. Assim, o nervo troclear emerge abaixo do colículo inferior, contorna o mesencéfalo, e surgeventralmente entre o mesencéfalo e a ponte. https://blog.jaleko.com.br/puncao-liquorica-e-analise-do-liquor-lcr/ https://blog.jaleko.com.br/puncao-liquorica-e-analise-do-liquor-lcr/ https://blog.jaleko.com.br/nervos-cranianos-nervos-oculomotor-iii-nervo-troclear-iv-e-nervo-abducente-vi/ https://blog.jaleko.com.br/nervos-cranianos-nervos-oculomotor-iii-nervo-troclear-iv-e-nervo-abducente-vi/ https://blog.jaleko.com.br/nervos-cranianos-nervos-oculomotor-iii-nervo-troclear-iv-e-nervo-abducente-vi/ https://blog.jaleko.com.br/nervos-cranianos-nervos-oculomotor-iii-nervo-troclear-iv-e-nervo-abducente-vi/ Carolina Amorim – Tutoria – UC8 Além do surgimento do VI par inferiormente aos colículos inferiores, os colículos possuem ainda outras funções. Isso porque esses se ligam aos corpos geniculados (estruturas do diencéfalo). O colículo inferior se liga ao corpo geniculado medial e faz parte da via auditiva. Já o colículo superior se liga ao corpo geniculado lateral e está envolvido na via óptica. No mesencéfalo temos também a presença do núcleo rubro, localizado posteriormente à substância negra do mesencéfalo e superiormente à decussação dos pedúnculos cerebelares superiores. O núcleo rubro apresenta duas porções: ▪ Porção caudal: envolvida no sistema alternativo de motricidade ▪ Porção rostral: a principal constituinte do núcleo, e essa faz conexão com o cerebelo, com o núcleo olivar inferior e conexões corticais, estando envolvida em padrões de aprendizagem motora. PONTE: localiza-se entre o mesencéfalo e o bulbo. Situada ventralmente ao cerebelo, repousa sobre a parte basilar do osso occipital e o dorso da sela túrcica. Possui inúmeros feixes que convergem e formam o pedúnculo cerebelar médio, um de cada lado, e esses penetra no hemisfério cerebelar correspondente. Na superfície ventral da ponte, existe um sulco importante, o sulco basilar, que aloja a artéria basilar. A região da ponte é muito rica quando se fala de nervos cranianos, pois muitos emergem nessa região. No limite entre a ponte e o pedúnculo cerebelar médio emerge um par muito importante, o quinto par. O nervo trigêmeo possui duas raízes que emergem nessa região, uma raiz maior, que é a raiz sensitiva, e uma raiz menor, a raiz motora. Na transição entre ponte e bulbo, existe o sulco bulbopontino, também emergem alguns pares. Entre a ponte e a pirâmide do bulbo, emerge o sexto par, o nervo abducente. Lateralmente, próximo ao flóculo do cerebelo, emerge o oitavo par, o nervo vestibulococlear. E medialmente ao nervo vestibulococlear, emerge o sétimo par, o conhecido nervo facial, envolvido, dentre diversas funções, na motricidade dos músculos da face. Entre o VII e o VIII par, surge a raiz sensitiva do nervo facial, o nervo intermédio. BULBO: Importante já ressaltar a importância do bulbo. O bulbo é uma estrutura importantíssima no nosso organismo, sendo chamado de centro vital. Isso porque, nele se localiza o centro respiratório que faz a regulação do ritmo respiratório. Além desse controle essencial, no bulbo localiza-se também o centro vasomotor e o centro do vômito. Especialmente pelo centro respiratório e centro vasomotor, lesões nessa região são perigosíssimas, como uma lesão de base de crânio, pois a ausência de atividade desses centros pode levar à morte. É também conhecido como medula oblonga, é uma das estruturas que compõe o tronco cerebral. Sua forma é semelhante a um cone, e a extremidade menor “desse cone” é contínua com a medula espinal. Superiormente, o bulbo limita-se com a ponte, pelo sulco bulbopontino onde emergem vários pares cranianos, como já conversamos. Na superfície do bulbo, podemos ver alguns sulcos e esses se continuam na medula espinal. São esses sulcos que delimitam as porções anterior, lateral e posterior do bulbo, e na medula os correspondentes são os funículos. Havendo essa separação, na área anterior do bulbo existe a fissura mediana anterior, e lateralmente a essa fissura, existem as pirâmides, que são eminências alongadas. As pirâmides bulbares são formadas por um feixe de fibras nervosas descendentes, que fazem a ligação entre as áreas motoras cerebrais e os neurônios motores da medula. Essas fibras (que formam o trato corticoespinal), na região mais terminal do bulbo, se cruzam, formando a decussação das pirâmides (tenho certeza que você já ouviu falar sobre isso). Quando estudamos lesões nervosas, por exemplo, é de suma importância saber se aquela estrutura lesionada, como um trato, decussa ou não nas pirâmides bulbares, pois isso vai determinar o lado de acometimento – ipsilateral ou contralateral à lesão). Devido à decussação das pirâmides, o hemisfério cerebral esquerdo controla o lado direito do corpo, e vice versa. Na área lateral do bulbo, existem dois sulcos, o sulco lateral anterior e sulco lateral posterior. Entre esses sulcos, podemos observar a oliva bulbar, uma eminência oval e composta por substância cinzenta do núcleo olivar inferior. https://blog.jaleko.com.br/cerebelo-anatomia-funcao-semiologia-e-as-sindromes-cerebelares/ https://blog.jaleko.com.br/nervos-cranianos-nervo-trigemeo-v/ https://blog.jaleko.com.br/nervos-cranianos-nervo-trigemeo-v/ https://blog.jaleko.com.br/nervos-cranianos-nervos-oculomotor-iii-nervo-troclear-iv-e-nervo-abducente-vi/ https://blog.jaleko.com.br/nervos-cranianos-nervos-oculomotor-iii-nervo-troclear-iv-e-nervo-abducente-vi/ https://blog.jaleko.com.br/cerebelo-anatomia-funcao-semiologia-e-as-sindromes-cerebelares/ https://blog.jaleko.com.br/nervos-cranianos-nervo-vestibulococlear-o-oitavo-par-viii/ https://blog.jaleko.com.br/nervos-cranianos-nervo-facial-vii/ https://blog.jaleko.com.br/musculos-da-mimica-facial-os-maestros-das-expressoes-faciais/ Carolina Amorim – Tutoria – UC8 Imagem 9: Nessa imagem podemos ver a ponte e o bulbo. Observe no bulbo algumas estruturas que conversamos. A oliva bulbar, como uma eminência arredondada. A pirâmide bulbar, uma eminência alongada, e que decussa, ou seja, cruza. No sulco lateral anterior, emerge o nervo hipoglosso. Do sulco lateral posterior emergem raízes que formam o nervo glossofaríngeo e o nervo vago, além de fibras que formam a raiz craniana do nervo acessório. As partes posteriores da ponte e do bulbo formam o assoalho do quarto ventrículo, a fossa romboide, e não poderíamos deixar de falar dessa região pois é nele que estão localizadas diversas estruturas importantes. O locus ceruleus que possui hormônios produtores de melanina, e nos mantém em vigília. A área vestibular que contêm neurônios envolvidos na via auditiva. O trígono do nervo vago, que contém o núcleo desse nervo, e está envolvido no peristaltismo. O trígono do hipoglosso, que também contém o núcleo do mesmo nervo, e está envolvido com a motricidade da língua. A área postrema relacionada ao reflexo do vômito. E o colículo facial, formado por fibras do nervo facial. 2° OBJETIVO Entender a embriologia do Sistema Nervoso Central (estrutura, divisões e cronologia). O sistema nervoso é formado a partir do folheto embrionário ectodérmico. O princípio dessa formação consiste no espessamento do ectoderma, situado acima da notocorda, formando a placa neural por volta do 20º dia. As primeiras indicações do desenvolvimento do sistema nervoso aparecem durante a terceira semana, já que a placa neural e o sulco neural se desenvolvem no aspecto posterior do embrião trilaminar. Dos três folhetos embrionários é o ectoderma aquele que está em contato com o meio externo e é deste folheto que se origina o sistema nervoso. O primeiro indício de formação do sistema nervoso consiste em um espessamento do ectoderma, situado acima da notocorda, formando a chamada placa neural. A placa neural cresce progressivamente, torna-se mais espessa e adquire um sulco longitudinal denominado sulco neural, que se aprofunda para formar a goteira neural. Os lábios da goleiraneural se fundem para formar o tubo neural. O ectoderma não diferenciado, então, se fecha sobre o tubo neural, isolando-o assim do meio externo. No ponto em que este ectoderma encontra os lábios da goteira neural, desenvolvem-se células que formam de cada lado uma lâmina longitudinal denominada crista neural, situada dorsolateralmente ao tubo neural. Obs.: O tubo neural dá origem a elementos do sistema nervoso central, enquanto a crista dá origem a elementos do sistema nervoso periférico, além de elementos não pertencentes ao sistema nervoso CRISTA NEURAL: Após sua formação, as cristas neurais são contínuas no sentido craniocaudal e rapidamente, entretanto, elas se dividem, dando origem a diversos fragmentos que vão formar os gânglios espinhais, situados na raiz dorsal dos nervos espinhais. https://blog.jaleko.com.br/nervos-cranianos-nervo-hipoglosso-o-decimo-segundo-par-xii/ https://blog.jaleko.com.br/nervos-cranianos-nervo-glossofaringeo-ix-e-nervo-vago-x/ https://blog.jaleko.com.br/nervos-cranianos-nervo-glossofaringeo-ix-e-nervo-vago-x/ https://blog.jaleko.com.br/nervos-cranianos-nervo-acessorio-o-decimo-primeiro-par-xi/ Carolina Amorim – Tutoria – UC8 Neles se diferenciam os neurônios sensitivos, pseudounipolarcs, cujos prolongamentos centrais se ligam ao tubo neural, enquanto os prolongamentos periféricos se ligam aos dermátomosdos somitos. Os elementos derivados da crista neural são os seguintes: gânglios sensitivos; gânglios do sistema nervoso autônomo (viscerais); medula da glândula supra-renal; paragânglios; melanócitos; células de Schwann: anfícitos; células C da tireóide: odontoblastos. Entretanto, pesquisas mais recentes demonstraram que algumas estruturas tidas como derivadas do ectoderma na realidade se originam da crista neural, como a dura-máter, a aracnóide e algumas partes do crânio. TUBO NEURAL: O fechamento da goteira neural e, concomitantemente, a fusão do ectoderma não diferenciado é um processo que se inicia no meio da goteira neural e é mais lento nas suas extremidades. Assim, em uma determinada idade, temos tubo neural no meio do embrião e goteira nas extremidades. Mesmo em fases mais adiantadas, permanecem nas extremidades cranial e caudal do embrião dois pequenos orifícios, que são denominados, respectivamente, neuróporo rostral e neuróporo caudal. Estas: são as últimas partes do sistema nervoso a se fecharem. Paredes do tubo neural: O crescimento das paredes do tubo neural não é uniforme, dando origem às seguintes formações: a) duas lâminas alares; b) duas lâminas basais; c) uma lâmina do assoalho; d) uma lâmina do teto. Separando, de cada lado, as lâminas alares das lâminas basais há o chamado sulco limitante. O conhecimento destas formações é importante porque os seus derivados, no adulto, obedecem a uma certa disposição topográfica e funcional. Assim, das lâminas alares e basais derivam neurônios e grupos de neurônios (núcleos) ligados, respectivamente, à sensibilidade e à motricidade, situados na medula e no tronco encefálico. Nas lâminas basais diferenciam-se os neurônios motores, e nas lâminas alares fazem conexão os prolongamentos centrais dos neurônios sensitivos situados nos gânglios espinhais. O sulco limitante pode ser identificado mesmo no sistema nervoso do adulto e separa formações motoras de formações sensitivas. As áreas situadas próximo ao sulco limitante relacionam- se com a inervação das vísceras; as mais afastadas inervam territórios somáticos (músculos esqueléticos e formações cutâneas). Dilatações do tubo neural: Desde o início de sua formação, o calibre do tubo neural não é uniforme. A parte cranial, que dá origem ao encéfalo do adulto, torna-se dilatada e constitui o encéfalo primitivo, ou arquencéfalo; a parte caudal, que dá origem à medula do adulto, permanece com calibre uniforme e constitui a medula primitiva do embrião. No arquencéfalo distinguem-se inicialmente três dilatações, que são as vesículas encefálicas primordiais denominadas: prosencéfalo, mesencéfalo e rombencéfalo. Com o subseqüente desenvolvimento do embrião, o prosencéfalo dá origem a duas vesículas, telencéfalo e diencéfalo. O mesencéfalo não se modifica, e o rombencéfalo origina o metencéfalo e o mielencéfalo. O telencéfalo compreende uma parte mediana, da qual se evaginam duas porções laterais, as vesículas telencefálicas laterais. A parte mediana é fechada anteriormente por uma lâmina que constitui a porção mais cranial do sistema nervoso e se denomina lâmina terminal. As vesículas telencefálicas laterais crescem muito para formar os hemisférios cerebrais e escondem quase completamente a parte mediana e o diencéfalo. O diencéfalo apresenta quatro pequenos divertículos: dois laterais, as vesículas ópticas, que formam a retina; um dorsal, que forma a glândula pineal; e um ventral, o infundíbulo, que forma a neurohipófise. Cavidade do tubo neural: A luz da medula primitiva forma, no adulto, o canal central da medula ou canal do epêndima que no homem é muito estreito e parcialmente obliterado. A cavidade dilatada do rombencéfalo forma o IV ventrículo. A cavidade do diencéfalo e a da parte mediana do telencéfalo formam o III ventrículo. A luz do mesencéfalo permanece estreita e constitui o aqueduto cerebral (ou de Sylvius), que une o III ao IV ventrículo. A luz das vesículas telencefálicas laterais forma, de cada lado, os ventrículos laterais, unidos ao III ventrículo pelos dois forames interventriculares (ou de Monro). Todas estas cavidades são revestidas por um epitélio cuboidal denominado epêndima e, com exceção do canal central da medula, contêm um líquido denominado líquido cérebro- espinhal, ou líquor. FLEXURAS: A primeira flexura a aparecer é a flexura cefálica, que surge na região entre o mesencéfalo e o prosencéfalo. Logo surge, entre a medula primitiva e o arquencéfalo, uma segunda flexura, denominada flexura cervical. Ela é Carolina Amorim – Tutoria – UC8 determinada por uma flexão veritral de toda a cabeça do embrião na região do futuro pescoço. Finalmente aparece uma terceira flexura, de direção contrária às duas primeiras, no ponto de união entre o meta e o mielencéfalo: a flexura pontina. Com o desenvolvimento, as duas flexuras caudais se desfazem e praticamente desaparecem. Entretanto, a flexura cefálica permanece, determinando, no encéfalo do homem adulto, um ângulo entre o cérebro, derivado do prosencéfalo, e o resto do neuro-eixo 3° OBJETIVO Explicar os níveis de consciência e escala de Glasgow (reflexo da pupila*). COMA: Estado caracterizado pela ausência de despertar, no qual o paciente permanece de olhos fechados, inconsciente, não podendo ser despertado por nenhum estímulo e não tendo percepção de si mesmo nem do meio ambiente. Este estado é provocado por falha do sistema reticular ativador ascendente (SRAA), sistema controlador do ciclo sono-vigília e responsável pela manutenção da consciência. O comprometimento do SRAA resulta de lesões cerebrais agudas, graves, bilaterais ou difusas, corticais ou subcorticais, talâmicas ou do tegmento paramediano. Por questões práticas, o estado de coma se caracteriza clinicamente por falha na abertura ocular quando estimulado, resposta motora que se restringe a movimentos de retirada e resposta verbal ausente ou resumida a sons não verbais. CONSCIÊNCIA: Consciência significa capacidade de percepção do próprio indivíduo e dos estímulos provenientes do meio ambiente, sendo uma experiência de grande magnitude e complexidade (Williams, 1894). A consciência possui dois componentes fundamentais: o despertar e o conteúdo. Ambos são necessários para a manutenção da consciência. O despertar, ou vigília, depende da integridade do sistema reticular ativador ascendente formado por grupos neuronais do tegmento do troncoencefálico que se projetam diretamente para núcleos intralaminares talâmicos e daí para neurônios corticais bilateralmente (SRAA). O conteúdo da consciência consiste na capacidade cognitiva individual (funcionamento específico relacionado à atenção, memória, intenção, humor, emoção e processamento executivo) e depende da integridade funcional do córtex cerebral e suas conexões subcorticais. Portanto, alterações do tronco encefálico ou de ambos hemisféricos cerebrais podem causar alteração no nível de consciência e no seu conteúdo. Níveis de consciência: a) Sonolência: Caracteriza-se por uma condição em que o paciente permanece adormecido, mas desperta e responde adequadamente aos estímulos externos sonoros. Volta a adormecer tão logo os estímulos cessam. b) Obnubilação: Estado confusional em que os estímulos externos são mal interpretados resultando em desorientação e dificuldade para atender adequadamente aos comandos, além de dificuldade de reconhecer pessoas ou ambientes. Pode se alternar com períodos de sonolência ou torpor c) Delírio: Estado de desorientação, irritabilidade, percepção prejudicada do ambiente e dos estímulos externos. Podem ocorrer alucinações visuais e auditivas. Frequentemente associado a distúrbios metabólicos, intoxicação exógena, abstinência ao álcool e drogas e quadros infecciosos do sistema nervoso central. d) Torpor: Nível de consciência que antecede o coma. Difere deste pela obtenção do despertar através de estímulos dolorosos, vigorosos e repetidos. A vigília dura muito pouco tempo e o paciente logo retorna à sua condição prévia. Não há resposta verbal adequada. e) Coma: Condição em que o despertar é impossível de se obter, mesmo através de estímulos físicos externos vigorosos ou fisiológicos internos. Há perda da percepção do meio e de si mesmo. Não há evidência de ciclo sono-vigília no eletroencefalograma. SÍNDROME DE VIGÍLIA ARRESPONSIVA: o termo “estado vegetativo” vem sendo abandonado e substituído por Síndrome de vigília arresponsiva. Nesse estado, o indivíduo volta parcialmente ao estado de alerta, mas não interage com o ambiente. O cérebro mantém suas funções automáticas, que proporcionam reflexos de sucção ou movimentos das córneas, porém, sem nenhuma atividade voluntária por parte do paciente. Carolina Amorim – Tutoria – UC8 COMA ESTRUTURAL: A situação é causada por traumatismo ou acidente vascular cerebral (AVC), que promove alteração física no tecido do cérebro (edemas ou perda de massa encefálica). Os traumatismos cranianos, provocados por acidentes, geram uma lesão no sistema responsável por receber e distribuir os sinais nervosos para outras partes do cérebro, mantendo o indivíduo em estado de alerta. COMA NÃO ESTRUTURAL: É o coma originado por falhas metabólicas, que ocorrem pelo excesso ou falta de uma substância no sangue, afetando o consumo de energia cerebral. Entre as situações que podem levar a esse tipo de coma estão a hipoglicemia ou excesso de glicose em pacientes com diabetes, intoxicações por álcool ou outras substâncias ou a falta de oxigênio em episódios de asfixia. COMA INDUZIDO: O coma induzido é um procedimento médico reversível, realizado com o uso de medicamentos, geralmente em cirurgias de grande complexidade, no tratamento de pacientes internados em Centros de Terapias Intensivas (CTIs) e em casos de hipertensão intracraniana e epilepsia, por exemplo ESTADO MINIMAMENTE CONSCIENTE: os pacientes não se encontram em estado vegetativo, mas apresentam sério comprometimento da consciência, não se comunicam de forma consciente, mas têm noção de si mesmo e do meio ambiente. O paciente pode apresentar seguir comandos simples, resposta gestual ou verbal do tipo sim ou não, fala inteligível e comportamento motor ou afetivo em resposta a estimulo emocional. ESTADO CONFUSIONAL AGUDO: ocorre a restauração da capacidade de usar objetos de forma funcional e há recuperação da comunicação verbal, o paciente apresenta- se confuso e desorientado e está propenso a episódios de agitação psicomotora, a performance cognitiva encontra-se prejudicada. MUTISMO ACINÉTICO: o paciente apresenta incapacidade de seguir os comandos verbais, de falar e de se envolver em algum comportamento dirigido a uma meta. SÍNDROME DO CATIVEIRO: quadro de quadriplegia e anartria resultante de lesão grave das vias dos tratos corticoespinhal e corticobulbar. A lesão provoca dano motor, mantém o ciclo sono-vigília normal e as funções cognitivas. O paciente se apresenta afônico, quadriplégico e de olhos abertos. ESTADO VEGETATIVO: apresenta ciclo sono-vigília intacto, mas está incosciente de si mesmo e do meio ambiente, os pacientes são desprovidos de vida intelectual e atividade social. o Persistente: mais de 30 dias após lesão. o Permanente: irreversível, após 3 meses da lesão não traumática ou 12 meses da lesão traumática. ESCALA DE GLASGOW: O objetivo era fornecer uma metodologia de atendimento que apontasse tanto a profundidade do dano neurológico quanto a duração clínica de inconsciência e coma, auxiliando no prognóstico da vítima e na prevenção de eventuais sequelas. Originalmente, na ECG a gravidade do comprometimento neurológico era analisada por meio de três parâmetros: abertura ocular, respostas verbais e, resposta motora. Recentemente, em abril de 2018, a escala original foi atualizada com a inclusão da avaliação da reatividade pupilar, podendo agora variar de 01 a 15, diferentemente da original, que variava de 03 a 15. Algumas nomenclaturas também foram alteradas na última atualização, como por exemplo: De: “Estímulo doloroso” Para: “Estímulo físico à pressão”. A explicação desta alteração está no fato de que a ideia não é a de um estímulo doloroso qualquer, mas sim de Carolina Amorim – Tutoria – UC8 uma resposta à pressão em locais específicos, como no leito ungueal, na região do trapézio e na incisura supraorbitária. “Palavras inapropriadas” ⟶ “Palavras” “Sons incompreensível” ⟶ “Sons”. “Retirada Inespecífica” ⟶ “Flexão Normal”. “Decorticação” ⟶ “Flexão Anormal”. “Descerebração” ⟶ “Extensão”. Todas estas mudanças visam a simplificação do processo e sua aplicabilidade, focando na praticidade e fornecendo subsídios para uma melhor avaliação da gravidade e prognóstico. INDICADORES São quatro os indicadores utilizados nessa escala: ▪ Abertura ocular ▪ Resposta Verbal ▪ Resposta Motora ▪ Reatividade Pupilar ABERTURA OCULAR (ESCALA ORIGINAL): A pontuação varia de 1 a 4. (4) Abertura Espontânea: abre os olhos sem a necessidade de estímulo externo (3) Abertura ao som: abre os olhos a partir de estímulos verbais. (2) Abertura à pressão: paciente abre os olhos após estímulos. (1) Abertura Ausente: não responde aos estímulos anteriores e os olhos permanecem fechados. (NT) Não testável RESPOSTA VERBAL (ESCALA ORIGINAL): A pontuação varia de 1 a 5. (5) Resposta Verbal Orientada: orientado em tempo, espaço e pessoa. (4) Resposta Verbal Confusa: indivíduo consegue conversar, responde às perguntas de forma incorreta ou desorientada. (3) Palavras Inapropriadas: não consegue falar em frases, interage através de sons ou por vezes, com blasfêmias. (2) Sons ininteligíveis: resposta ausente, somente gemidos. (1) Ausente: não produz sons, após vários estímulos, inclusive dolorosos. (NT) Não testável. RESPOSTA MOTORA (ESCALA ORIGINAL): A pontuação varia de 1 a 6. (6) Resposta Motora à Ordem: cumpre ordens de atividade motora (duas ações) como apertar a mão do profissional e colocar a língua para fora. (5) Resposta Motora Localizadora: Localiza e procura interromper fonte de estímulo doloroso. (4) Flexão normal: a mão não alcança a fonte do estímulo, mas há uma flexão rápida do braço ao nível do cotovelo e na direção externaao corpo. (3) Flexão anormal: a mão não alcança a fonte do estímulo, mas há uma flexão lenta do braço na direção interna do corpo. (2) Extensão: há uma extensão do braço ao nível do cotovelo. (1) Resposta Motora Ausente: não há resposta motora mesmo perante a estímulos dolorosos. (NT) Não testável. RESPOSTA PUPILAR (ATUALIZAÇÃO 2018): A pontuação varia de -2 a 0. (-2) Inexistente: nenhuma pupila reage ao estímulo de luz (-1) Parcial: apenas uma pupila reage ao estímulo de luz. (0) Completa: as duas pupilas reagem ao estímulo de luz. (NT) Não testável Após a soma dos pontos dos fatores originais da escala, o médico ou enfermeiro avaliará como a pupila reage a estímulos luminosos. Se ambas as pupilas reagirem à luz, a soma da escala se mantém. Se apenas uma pupila reagir, subtrai-se um ponto da escala. Caso nenhuma das pupilas reaja, dois pontos são subtraídos da somatória FÓRMULA APLICADA: Pontuação final = Abertura ocular [1 a 4] + Resposta verbal [1 a 5] + Resposta motora [1 a 6] – Reatividade Pupilar [0 a 2] Carolina Amorim – Tutoria – UC8 CRITÉRIOS DE APLICAÇÃO E PONTUAÇÃO Na prática, incialmente deve-se identificar se o paciente está em condições para a aplicação da ECG. Por exemplo, pacientes visivelmente alcoolizados, que fizeram uso de drogas ou medicações que possam levar a alteração do nível de consciência, prejudicam sua aplicação. Se a soma dos resultados ficar entre 13 e 15, a lesão é considerada leve. Entre 9 e 12, é moderada, mas se o resultado pertencer ao intervalo entre 3 e 8, a lesão é grave e necessita de intubação orotraqueal para proteção de via aérea. Uma pontuação de 8 ou menos na ECG configura uma definição geralmente aceita de coma ou lesão cerebral grave. Pacientes com lesão cerebral que tenham uma pontuação ECG de 9 a 12 são categorizados como tendo “Lesão moderada” e indivíduos com escore ECG de 13 a 15 são designados como tendo “lesão leve”. ▪ Pontuação < 3: Coma. Significa que a pessoa não abre os olhos, não fala nem se mexe ou reage a estímulos. ▪ Pontuação = ou > 8: Considerado um caso crítico nas alterações dos níveis de consciência. Indicada a intubação orotraqueal para proteção da via aérea. ▪ Pontuação = ou > 9: Não há necessidade de proteção da via aérea, porém é necessária avaliação seriada para acompanhamento da evolução do paciente. ▪ Pontuação = 15: É o máximo da escala. Significa que a pessoa abre os olhos espontaneamente, fala coerentemente e obedece a comandos para se movimentar Por exemplo, o escore 9 pode ser atribuído tanto a uma pessoa que abre os olhos quando recebe a ordem, não fala e apenas emite sons e tem flexão normal (a soma do escore neste exemplo seria 3 + 2 + 4 = 9), como a uma pessoa que só abre os olhos com estímulos físicos à pressão, conversa de forma desorientada e tem flexão anormal (2 + 4 + 3 = 9). Com o Glasgow < 9 não se pode garantir que o paciente terá reflexos de tosse, mesmo que os parâmetros vitais, como saturação, estejam bons, nesse caso é necessária a intubação para proteger a via aérea e evitar que esse paciente broncoaspire. Obs.: O grau 3 na Escala de Glasgow, entretanto, não indica morte cerebral. Mas, segundo médicos, não é comum pacientes com esse grau de lesão retomarem a consciência. Segundo o ECG, quando é necessário fazer suporte respiratório (invasivo e não invasivo- IOT, CPAP, BIPAP)? Se o resultado pertencer ao intervalo entre 3 e 8, a lesão é grave e necessita de intubação orotraqueal para proteção de via aérea. INCLUSÃO DE “CRITÉRIO NÃO -TESTÁVEL” Sabemos que nem todos os pacientes são susceptíveis a serem avaliados da forma como a antiga Escala de Glasgow propõe. Por exemplo: pacientes amputados não necessariamente terão uma avaliação fidedigna da Resposta motora; pacientes que apresentam surdez não serão responsivos a comandos verbais. Considerando essas necessidades tão individuais, além das pontuações nos critérios previamente estabelecidos, podemos agora marcá- los como “NÃO TESTÁVEL” (NT). NOVA ESCALA DE COMA DE GLASGOW 4° OBJETIVO Compreender o processo de formação e os tipos de memória. Divide-se de antemão as memórias em dois grandes grupos. Um chamado memória filogenética e o outro ontogenética. ▪ Memória filogenética: é armazenada na bagagem genética, e promove comportamentos que são então selecionados, é passada pelo registro Carolina Amorim – Tutoria – UC8 genético do ser humano. É exemplo disso, a atitude do recém-nascido de procurar o seio materno para sua alimentação. ▪ Memória ontogenética: enfoque dos estudos neurofisiológicos, é adquirida em vida (mesmo que intrauterina), é essencial para a sobrevivência dos animais que a possuem, mas não são repassadas geneticamente. A memória ontogenética, por sua vez, possui diversas subdivisões. Uma interessante maneira de classificar estas subdivisões envolve dois critérios. Um critério é o tempo de duração da memória e o outro a sua natureza. Quanto ao tempo as memórias podem ser classificadas em ultrarrápida, de curta duração e de longa duração. A memória ultra rápida dura apenas alguns segundos. A de curta duração tem duração um pouco maior, podendo se estender por alguns minutos. A de longa duração, como é sabido, pode durar até mesmo uma vida inteira. Pode-se distinguir dois tipos de memória: memória recente, que permite a retenção de informações durante pouco tempo (horas ou dias), e memória remota, ou permanente, na qual esta retenção pode permanecer por vários anos. A memória remota é muito estável e mantém-se inalterada mesmo após danos cerebrais graves, enquanto a memória recente é mais lábil e pode ser comprometida em várias situações patológicas. Não se sabe exatamente onde são armazenadas as informações no caso da memória remota, mas admite-se que isso ocorra em áreas de associação do neocortex. Sabe-se, entretanto, que a memória recente depende do sistema límbico, que está envolvido nos processos de retenção e consolidação de informações novas e possivelmente também em seu armazenamento temporário e transferência para áreas neocorticais de associação para armazenamento permanente. Embora a participação do sistema límbico, em especial do hipocampo e da amígdala, no processo de consolidação da memória recente e sua transformação em memória remota seja hoje geralmente aceita, não se sabe exatamente como isto se faz. A hipótese mais tradicional é a memória recente sendo armazenada temporariamente no hipocampo e na amígdala, sendo depois transferida para o neocortex para armazenamento permanente. Outra hipótese é que a memória recente já de início estaria no neocortex, onde seria gradualmente consolidada e transformada em memória remota por ação do hipocampo e da amígdala, agindo através de suas conexões com o neocortex. Quanto a natureza a memória pode ser subdividida em três subtipos: ▪ Explícita: aquela e ser chamada de declarativa o Episódica: é a memória neurológica de fatos sequenciados, com referência temporal (os acontecimentos de uma partida de futebol por exemplo). Quando envolve eventos datados, relacionados ao tempo. Usamos a memória episódica, por exemplo, quando lembramos do ataque terrorista em 11 de setembro. o Semântica: envolve informações atemporais (time que o indivíduo torce, nome de seus conhecidos). Abrange a memória do significado das palavras A memória explícita (declarativa) armazena e evoca informação de fatos e de dados levados ao nosso conhecimento através dos sentidos e de processos internos do cérebro, como associação de dados, dedução e criação de ideias. Esse tipo de memória é levado ao nível consciente através de proposições verbais, imagens, sons etc. A memória declarativa inclui a memória de fatos vivenciados pela pessoa (memória episódica) e de informaçõesadquiridas pela transmissão do saber de forma escrita, visual e sonora (memória semântica). o Evocação consciente o Flexível ▪ Implícita: que não faz sentido evocá-la por meio de palavras. Não precisa ser verbalizada (declarada). É a memória para procedimentos e habilidades, por exemplo, a habilidade para dirigir, jogar bola, dar um nó no cordão do sapato e da gravata, etc. Pode ser de quatro subtipos: o Memória implícita de representação perceptual: se refere a informações sensoriais que são gravadas e que não é associado significado, é uma memória pré- consciente. Considera-se que a memória pode ser evocada por meio de "dicas" (fragmentos de uma imagem, a primeira palavra de uma poesia, certos gestos, odores ou sons). o De procedimentos: envolve hábitos e habilidades. Conhecemos os movimentos necessários para dar um nó em uma garvata, nadar, dirigir um carro, sem que seja preciso descrevê-lo verbalmente o Associativa: é o que permite o armazenamento de informações que Carolina Amorim – Tutoria – UC8 ligam estímulos e respostas mutuamente. Empregamos a memória associativa, por exemplo, quando começamos a salivar pelo simples fato de olhar para um alimento apetitoso, por termos, em algum momento de nossa vida associado seu aspecto ou cheiro à alimentação. o Não associativa: quando pela repetição do estimulo se atenua ou hipersensibiliza uma resposta a memória em questão. Usamos a memória não associativa quando, sem nos darmos conta, aprendemos que um estímulo repetitivo, por exemplo, o latido de um cãozinho, não traz riscos, o que nos faz relaxar e ignorá- lo. A memória implícita armazena dados relacionados à aquisição de habilidades mediante a repetição de uma atividade que segue sempre o mesmo padrão. Nela se incluem todas as habilidades motoras, sensitivas e intelectuais, bem como toda forma de condicionamento. A capacidade assim adquirida não depende da consciência. o Automática, pouco processamento consciente. o Inflexível, estreitamente relacionadas às condições originais em que o aprendizado ocorreu. Córtex pré-frontal: determina o conteúdo da memória operacional que será selecionado para armazenamento, conforme a relevância da informação, tem relação acesso às áreas das memórias curta e longa para averiguar a necessidade do armazenamento. Ao se reconhecer rostos familiares sem que saiba explicar o porquê, fez-se uso da memória implícita. Um terceiro tipo é a memória operacional.
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