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Organização do Sistema Nervoso

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ANATOMIA
Unidade III
7 ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO E SISTEMA NERVOSO CENTRAL
Você está dirigindo pela autoestrada e ouve um forte ruído à sua esquerda. Prontamente desvia 
para a direita. Matheus deixa uma anotação na mesa da cozinha: “Vejo você mais tarde. Fique com tudo 
pronto às 19 horas”. Você sabe que “tudo pronto” é o jantar para os convidados. Você está dormitando, 
porém acorda assim que seu bebê começa a choramingar. O que tais fatos têm em comum? Eles são 
exemplos diários do funcionamento de seu sistema nervoso (SN), que traz quase que permanentemente 
suas células corporais em atividade.
O SN é o sistema regente de controle e de comunicação do organismo. Todo pensamento, ato e 
emoção refletem a sua atividade. Suas células se comunicam por sinais elétricos e químicos, os quais são 
velozes e específicos, geralmente promovendo respostas quase que instantâneas.
Com apenas 2 quilogramas de peso e cerca de 3% da massa corporal total, o SN é um dos menores, 
todavia mais complexos, dos doze sistemas corporais. Essa rede complexa de bilhões de neurônios e 
de um número ainda maior de células da neuroglia está organizada em duas subdivisões principais: o 
sistema nervoso central (SNC) e o sistema nervoso periférico (SNP), conforme ilustra a figura a seguir:
Encéfalo
Medula espinal
Figura 210 – SNC e SNP
 Observação
Os neurônios são células especializadas para a condução e a transmissão 
de sinais elétricos no SN. Já as células da neuroglia ajudam os neurônios a 
realizarem seus papéis, como os astrócitos e os oligodendrócitos, no SNC, e 
as células de Schwann e as células satélites, no SNP.
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Unidade III
 Lembrete
O SNC corresponde ao encéfalo e à medula espinal dos vertebrados, 
enquanto o SNP equipara-se aos neurônios, às células da neuroglia, aos 
gânglios e aos nervos cranianos e espinais que se situam fora do SNC.
Conquanto seja muitas vezes comparado com um computador, o SN é bem mais complexo e 
mutável do que qualquer dispositivo eletrônico. Ainda assim, como em uma máquina, o veloz fluxo de 
dados e a alta atividade de processamento dependem de atividade elétrica. Contudo, desigualmente 
do computador, partes do cérebro apresentam a capacidade de reorganizar as conexões elétricas 
anteriormente estabelecidas conforme a chegada de novos dados, de tal modo que compõe parte do 
processo de aprendizagem.
Em conjunto com os órgãos endócrinos, o SN controla e adéqua as atividades de outros sistemas. 
Esses dois sistemas partilham relevantes características estruturais e funcionais. Ambos dependem de 
alguma maneira de comunicação química com tecidos e órgãos-alvo e habitualmente agem de maneira 
complementar. O SN normalmente age provendo ligeiras e sucintas respostas a estímulos, alterando 
provisoriamente as atividades de outros sistemas orgânicos. A resposta pode ser praticamente imediata, 
ou seja, em poucos milissegundos, e os fins esvaecem logo após interromper a atividade nervosa. Em 
compensação, as respostas endócrinas caracteristicamente possuem desenvolvimento mais brando do 
que as do SN, porém comumente persistem mais tempo, ou seja, horas, dias ou anos. Os órgãos endócrinos 
modulam a atividade metabólica dos demais sistemas em resposta à disponibilidade de nutrientes e à 
demanda energética. Eles também coordenam processos ininterruptos por longos períodos, isto é, meses 
a anos, como o crescimento e o desenvolvimento.
 Lembrete
Os órgãos endócrinos são responsáveis pela produção de hormônios, 
sendo eles lançados diretamente na corrente sanguínea, e atingem 
determinados tecidos-alvo.
7.1 Organização do sistema nervoso
A neuroanatomia significa o estudo do SN. Ele apresenta o nome de sistema porque é composto de 
um tecido fundamental, que é o tecido nervoso, o qual, por sua vez, é composto de células nervosas 
chamadas de neurônios. Os neurônios, portanto, são as unidades morfofuncionais desse sistema.
 Lembrete
Os neurônios são as unidades morfofuncionais do sistema nervoso. 
Portanto, eles são as células especializadas para a condução e a transmissão 
de sinais elétricos no SN.
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ANATOMIA
7.1.1 Introdução à terminologia da Neuroanatomia
A terminologia da Neuroanatomia é detalhada na descrição da organização tridimensional complexa 
do encéfalo. Os eixos do SN são com facilidade entendidos em animais, que possuem um SNC mais simples 
do que os dos seres humanos. No gato, por exemplo, o eixo rostrocaudal se estende aproximadamente 
em linha reta desde o nariz até à cauda, conforme ilustra a figura a seguir: 
Dorsal
Ventral
Rostral Caudal
Figura 211 – Os eixos anatômicos e a sua relação com o SNC
Esse eixo chamamos de eixo longitudinal do SN, mais frequentemente de neuroeixo, porque o SNC 
possui uma organização longitudinal predominante. O eixo dorsoventral, perpendicular ao eixo rostral, 
se estende desde o dorso até o abdome. As terminologias posterior e anterior são sinônimos de dorsal e 
ventral, concomitantemente, conforme ilustra a figura a seguir: 
Rostral
Caudal
Dorsal
(superior)
Dorsal
(posterior)
Ventral
(anterior)
Ventral
(posterior)
Figura 212 – Os eixos anatômicos e a sua relação com o SNC
 Lembrete
Neuroeixo é a linha imaginária que se estende da extremidade inferior 
da medula espinal até a região mais superior do encéfalo.
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Unidade III
O eixo longitudinal do SN humano não é reto como no gato. Durante a formação, o encéfalo 
(e, por conseguinte, seu eixo longitudinal) sofre uma curvatura proeminente, ou flexura, na região 
do mesencéfalo. Em vez de descrever as estruturas anatômicas localizadas rostrais a essa flexura, 
normalmente usam-se as terminologias superior e inferior. Essa curvatura do eixo reflete a insistência 
da flexura cefálica.
Portanto, determinaremos três planos fundamentais em relação ao eixo longitudinal do SN nos 
quais as secções anatômicas são realizadas. Veremos ainda as secções horizontais, as quais são realizadas 
paralelamente ao eixo longitudinal, de um lado a outro; as secções transversais, que são realizadas 
perpendicularmente ao eixo longitudinal, entre as faces anterior e posterior; as secções transversais do 
hemisfério cerebral, que são aproximadamente paralelas à sutura coronal do crânio e, por conseguinte, 
também chamadas de cortes coronais; as secções sagitais, as quais são realizadas paralelamente tanto 
ao eixo longitudinal do SNC como à linha mediana, entre as faces anterior e posterior; e, por fim, 
descreveremos uma secção mediossagital, que divide o SNC em duas metades simétricas, enquanto uma 
secção parassagital é realizada fora da linha mediana. 
Lembramos, também, que em Neuroanatomia diversos afixos ou termos são utilizados. Na tabela a 
seguir mostramos o significado, com exemplos, de alguns afixos:
Tabela 2 – Significado, com exemplos de alguns afixos ou termos 
que são utilizados frequentemente em Neuroanatomia
Afixos ou termos Significado Exemplo
Arac- Teia de aranha Aracnoide-máter
Colículo Saliência Colículo inferior
Córtex “Casca” exterior Córtex cerebral
Di- Através Diencéfalo
Dura Duro, resistente Dura-máter
-encéfalo Pertencente ao encéfalo Mesencéfalo
Fascículo Feixe Fascículo lateral
Foice “Em forma de foice” Foice do cerebelo
Lemnisco Fita Lemnisco lateral
Mes- Meio Mesencéfalo
Met- Depois Metencéfalo
Miel- Medula Mielencéfalo
Pedúnculo Ponte Pedúnculo cerebral
Pros- Em Prosencéfalo
Romb- “Em forma de diamante” Rombencéfalo
Sub- Abaixo Subcortical
Tel- Final Telencéfalo
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ANATOMIA
 Saiba mais
Vamos relaxar! No site indicado a seguir você conhecerá 45 fatos 
curiosos sobre o cérebro humano. Boa leitura!
45 FATOS curiosos sobre o cérebro humano. Galileu, 2 set. 2015. 
Disponível em: <https://revistagalileu.globo.com/Caminhos-para-o-futuro/
Saude/noticia/2016/09/45-fatos-curiosos-sobre-o-cerebro-humano.
html>. Acesso em: 31 mar. 2018.
7.1.2 Divisão do SN
Veremos agora que o SN é um todo. Sua divisão em partes tem um significado apenas didático, pois 
as diversas partes estão intensamente relacionadas do ponto de vista morfológico e funcional. O SN 
pode ser dividido em partes, levando-se em conta o critério anatômico, o critério funcional e o critério 
embriológico. Existe ainda uma divisão quanto à segmentação. A tabela a seguir mostra a divisão com 
base nos critérios anatômicos do SN:
Tabela 3 – Classificação hierárquica das grandes estruturas neuroanatômicas
SNC
Encéfalo
Medula 
espinal
Cérebro Cerebelo Tronco encefálico
Telencéfalo Diencéfalo
Cortex 
cerebelar
Núcleos 
profundos
Mesencéfalo Ponte BulboCórtex 
cerebral
Núcleos 
da base
Tálamo
Hipotálamo
Epitálamo
Subtálamo
7.1.2.1 Divisão do SN com base nos critérios anatômicos
Esta divisão, que é uma das mais estimadas, é composta de SNC e de SNP. O SNC é aquele que 
se situa dentro do esqueleto axial, ou seja, a cavidade craniana e o canal vertebral, constituído pela 
superposição dos forames vertebrais, e o SNP é aquele que se situa fora desse esqueleto. Em geral, 
idealiza-se que o SNC apresenta duas partes principais: o encéfalo e a medula espinal. O encéfalo e a 
medula espinal formam o neuroeixo. O encéfalo é dividido nas seguintes partes: o cérebro, o tronco 
encefálico e o cerebelo. Chamamos de cérebro o par de hemisférios cerebrais e o diencéfalo. O tronco 
encefálico abrange o mesencéfalo, a ponte e o bulbo ou a medula oblonga. No homem, a relação entre 
o tronco encefálico e o cérebro pode ser rudemente confrontada à que há entre o tronco e a copa de 
uma árvore, conforme ilustra a figura a seguir:
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Prosencéfalo
Mesencéfalo
Rombencéfalo
Cervical
Torácica
Coccígea
Cérebro
Lombar
Sacral
Medula espinal
Nervo isquiático
Nervo ulnar
Nervo mediano
Nervo radial
Plaxo branquial Nervo frênico
Nervo obturatório
Nervo femoral
Plaxo lombar
Plaxo sacral
Cerebelo
Mesencéfalo
Ponte
Bulbo
Figura 213 – Divisão do SN com base nos critérios anatômicos
 Lembrete
De acordo com a localização de suas partes, o SN é dividido em SNC e SNP.
Vamos estudar o tronco encefálico? Como vimos, ele é dividido em mesencéfalo, ponte e bulbo. 
O mesencéfalo é a parte estreita do encéfalo que conecta o cérebro na ponte e no cerebelo. À 
cavidade estreita do mesencéfalo chamamos de aqueduto do mesencéfalo, o qual interliga o III e o 
IV ventrículo. O bulbo apresenta uma forma cônica e conecta-se à ponte, superiormente, e à medula 
espinal, inferiormente. Abrange muitas quantidades de neurônios, chamadas de núcleos, e serve de 
via para as fibras nervosas ascendentes e descendentes. A ponte situa-se sobre a face anterior do 
cerebelo, inferior ao mesencéfalo e superior ao bulbo. A ponte deriva o seu nome do amplo número 
de fibras transversais sobre sua face anterior que conectam os dois hemisférios cerebelares. 
Outra parte que estudaremos no nosso encéfalo é o cerebelo. Ele é a formação nervosa volumosa, 
localizada atrás do bulbo e da ponte, adentrando na constituição do teto do IV ventrículo. O bulbo, a 
ponte e o cerebelo rodeiam uma cavidade preenchida com liquor ou líquido cerebrospinal (LCS), o IV 
ventrículo. Este se conecta superiormente com o III ventrículo por meio do aqueduto do mesencéfalo; 
inferiormente, continua-se com o canal central da medula espinal. Comunica-se com o espaço 
subaracnóideo por meio de três aberturas na parte inferior do teto. Através dessas aberturas que o LCS 
dentro do SNC atinge o espaço subaracnóideo.
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Por fim, veremos o cérebro, que compõe a maior parte do encéfalo. Ele é formado por dois hemisférios, 
que são conectados por uma massa de substância branca chamada de corpo caloso. Cada hemisfério 
cerebral expande-se do osso frontal ao osso occipital no crânio, superiormente à fossa anterior do crânio 
e à fossa média do crânio; posteriormente, o cérebro permanece acima do tentório do cerebelo. Os 
hemisférios cerebrais são separados por uma fenda profunda, a fissura longitudinal do cérebro, dentro 
da qual se projeta a foice do cérebro. 
 Observação
O corpo caloso consiste em um conjunto de fibras transversais, 
que, ao cruzarem a linha média, se abrem em leques, de forma a 
alcançar os diferentes pontos de toda a convexidade cerebral. 
Emergindo abaixo do corpo caloso está o fórnice, um feixe complexo 
de fibras nervosas. O infundíbulo da hipófise é uma formação nervosa 
em forma de funil.
Como vimos anteriormente, o cérebro apresenta dois hemisférios cerebrais e o diencéfalo. 
Veremos agora o diencéfalo. Ele está quase totalmente escondido da superfície do encéfalo. 
Inclui o tálamo dorsalmente, e o hipotálamo ventralmente. O tálamo é uma massa ovoide ampla 
de substância cinzenta, que se localiza de cada lado do III ventrículo. A extremidade anterior do 
tálamo constitui o limite posterior do forame interventricular, a abertura entre os ventrículos 
laterais e o III ventrículo. O hipotálamo compõe a parte inferior da parede lateral e o assoalho 
do III ventrículo.
 Observação
Forame interventricular, ou forame de Monro, é a abertura entre o 
ventrículo lateral e o III ventrículo. Está situado entre as colunas do fórnice 
e a extremidade anterior do tálamo.
 Lembrete
Uma das regiões mais relevantes do SNC, o hipotálamo, pertence 
ao diencéfalo.
A continuidade do SNC acontece pela medula espinal. Ela se localiza dentro do canal vertebral, na 
coluna vertebral, e, assim como o encéfalo, é envolvida por três meninges: a dura-máter, a aracnoide-
máter e a pia-máter, conforme ilustram as figuras a seguir:
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Figura 214 – Dura-máter
Figura 215 – Aracnoide-máter
Figura 216 – Pia-máter
Ela é aproximadamente cilíndrica e inicia superiormente no forame magno do crânio, onde é 
contínua com o bulbo, conforme ilustra a figura a seguir: 
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ANATOMIA
Figura 217 – Região proximal da medula espinal, dentro do canal vertebral (a parte posterior das vértebras foi removida para 
exposição da medula). Em sua parte proximal, observa-se sua conformação cilíndrica e a emergência de filetes nervosos que formam 
os nervos espinais. Vê-se, ainda, a dura-máter, semirremovida nesta peça
Acaba inferiormente na região lombar. Abaixo, a medula espinal afila-se no cone medular, a partir 
do ápice do qual um prolongamento da pia-máter, o filamento terminal, desce para aderir ao dorso do 
cóccix, conforme ilustra a figura a seguir:
Figura 218 – Em sua região distal, vê-se sua terminação cônica e a cauda equina 
que preenche a porção distal do canal vertebral
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Unidade III
 Observação
As meninges são revestimentos do SNC originado do mesênquima 
e de células da crista neural. Há três meninges: dura-máter, aracnoide-
máter e pia-máter.
Agora vamos descrever a parte periférica do SN. O SNPabrange os nervos cranianos e os nervos 
espinais, os gânglios e as terminações nervosas. Portanto, são vias que transportam os estímulos ao SNC 
ou que carregam até os órgãos efetuadores as ordens procedidas da parte central.
 Lembrete
Gânglios são grupos de neurônios do exterior do SNC. Nervos são feixes 
de axônios periféricos com um trajeto comum.
Os 31 pares de nervos espinais estão aderidos por meio das raízes ventrais ou motoras e das raízes 
dorsais ou sensitivas. Cada raiz adere à medula por uma sequência de radículas, as quais abraçam toda 
a extensão do segmento medular correspondente. Cada raiz nervosa dorsal possui um gânglio da raiz 
dorsal, cujas células dão origem às fibras nervosas periféricas e centrais.
Os 12 de nervos cranianos estão conectados com o encéfalo, sendo que os dois primeiros pares, o nervo 
olfatório e o nervo óptico, apresentam origens encefálicas no telencéfalo e diencéfalo, respectivamente. 
Os demais pares de nervos cranianos possuem origens encefálicas no tronco encefálico.
 Saiba mais
A análise da evolução filogenética do SN possibilita a concepção 
da sua morfologia e permite que sejam entendidas as relações entre os 
desenvolvimentos e as interações das estruturas nervosas e os prováveis 
comportamentos dos seus referentes seres, assim como provoca 
questionamentos sobre a própria noção de fatos, como a consciência. 
Portanto, sugerimos que você aprecie o artigo científico a seguir:
RIBAS, G. C. Considerações sobre a evolução filogenética do sistema 
nervoso, o comportamento e a emergência da consciência. Revista Brasileira 
de Psiquiatria, v. 28, n. 4, p. 326-338, 2006.
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7.1.2.2 Divisão do SN do ponto de vista funcional
Do ponto de vista funcional, podemos dividir o SN em sistema nervoso somático (SNS) e sistema 
nervoso visceral (SNV). O SNS é também chamado de SN da vida de relação, ou seja, aquele que 
relaciona o organismo com o meio. Para isso, a parte aferente do SNS comunica aos centros nervosos 
gerados em receptores periféricos o que se passa no meio ambiente. Por outro lado, a parte eferente 
do SNS conduz aos músculos estriados esqueléticos o comando dos centros nervosos, derivando 
movimentos que levam a um maior relacionamento ou integração com o meio externo. 
O SNV, ou da vida vegetativa, se relaciona com a inervação das estruturas viscerais e é muito 
interessante para a integração da atividade das vísceras no sentido da homeostase. De tal modo, como 
o SNS, caracteriza-se no SNV uma parte aferente e outra parte eferente. O componente aferente leva os 
impulsos nervosos oriundos em receptores das vísceras, os visceroceptores, a áreas específicas do SNC. O 
componente eferente traz impulsos de certos centros nervosos até as estruturas viscerais, acabando em 
glândulas no músculo liso ou no músculo estriado cardíaco. Por definição, chamamos de SNA apenas o 
componente eferente do SNV, sendo que o SNA se divide em simpático e parassimpático.
 Observação
O controle dos papéis – por exemplo, a digestão, a frequência cardíaca, a 
micção e a deglutição – é realizado por uma parte do SN chamada de SNA.
7.1.2.3 Divisão do SN com base na segmentação ou metameria
Podemos dividir o SN em sistema nervoso segmentar e suprassegmentar. A segmentação no SN 
é demonstrada pela conexão com os nervos. Referimos, pois, ao sistema nervoso segmentar todo o 
SNP, mais aquelas partes do SNC que estão em relação direta com os nervos típicos, ou seja, a medula 
espinal e o tronco encefálico. O cérebro e o cerebelo, como falamos, pertencem ao sistema nervoso 
suprassegmentar. O nervo olfatório e o nervo óptico se ligam ao cérebro, todavia não são considerados 
nervos típicos. De tal modo, nos órgãos do sistema nervoso suprassegmentar, a substância cinzenta 
situa-se por fora da substância branca e forma uma camada fina, o córtex, que reveste toda a superfície 
do órgão. Já nos órgãos do sistema nervoso segmentar não há córtex, e a substância cinzenta pode 
situar-se por dentro da branca, como acontece na medula espinal. O sistema nervoso segmentar aportou 
na evolução antes do suprassegmentar e, funcionalmente, dizemos que é subordinado. De tal modo, as 
comunicações entre o sistema nervoso suprassegmentar e os órgãos periféricos, os receptores e os 
efetuadores se realizam por meio do sistema nervoso segmentar.
 Lembrete
A substância cinzenta é a parte do tecido nervoso na qual predominam 
corpos celulares de neurônios, enquanto a substância branca é a parte do 
tecido nervoso em que predominam axônios mielínicos. 
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Recordaremos agora um pouco sobre a história. Andreas Vesalius, em seu estudo De humani 
corporis fabrica (apud GOMES et al., 2015, p. 157), escreveu a respeito do cérebro e do sistema 
nervoso. Ele afirmou: “o encéfalo é a sede da alma dos indivíduos e das suas faculdades. Ele reside 
no crânio, sendo que magnificamente se ajusta ao seu formato na cavidade superior da cabeça, e 
assim ocupa todo esse espaço”.
Vesalius, em alguns trechos de seu livro, faz menções da abertura do crânio com analogias à de um 
cofre. Diz: 
[...] primeiro, o encéfalo está protegido por uma membrana, a dura-máter. 
Após a sua remoção, surgem as partes dos hemisférios cerebrais direito e 
esquerdo, que por sua vez é contínuo pela medula oblonga e medula espinal 
(apud GOMES et al., 2015, p. 157).
Ele prossegue: 
[...] após a remoção da dura-máter percebam que ela envia uma dobra 
entre os dois hemisférios cerebrais (foice do cérebro), e entre o cérebro 
e o cerebelo (tentório do cerebelo). Assim, a exposição dos hemisférios 
cerebrais possibilita a visualização de duas grandes cavidades 
(ventriculos laterais), os giros cerebrais e a substância branca subcortical. 
Em um nível mais profundo observam-se estruturas subcorticais, como 
o tálamo, o globo pálido, o putame, o núcleo caudado e as cápsulas 
internas e externas. A remoção da parte posterior do cérebro revela o 
cerebelo e o tronco encefálico. Após “virar” anteriormente o cerebelo e 
todo o tronco encefálico, enfim a medula espinal aparece (apud GOMES 
et al., 2015, p. 157).
Segue a sua descrição: 
[...] internamente, os ventrículos laterais estão conectados com o III ventrículo, 
e este por sua vez é contínuo por um canal (aqueduto do mesencéfalo) que 
termina no IV ventrículo. Nos ventrículos pode ser observado um plexo ou 
redes (plexo corioideo). Vejam o septo (septo pelúcido), o corpo caloso, a 
abóbada (fundo de saco) e o cerebelo, sua relação com esses ventrículos 
(apud GOMES et al., 2015, p. 157). 
A figura a seguir ilustra essa descrição:
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ANATOMIA
Figura 219 – Ilustração de Fabrica (1555)
Perceberam como os fatos históricos facilitam o entendimento sobre as estruturas anatômicas? 
Vamos agora a um “pequeno glossário” das estruturas anatômicas mencionadas por Vesalius:
• Bulbo ou medula oblonga é a parte inferior do tronco encefálico.
• Foice do cérebro é um septo vertical mediano em forma de foice que ocupa a fissura longitudinal 
do cérebro separando os dois hemisférios cerebrais.
• Tentório do cerebelo é uma dobra da dura-máter que separa o cerebelo do lobo occipital 
do cérebro.
• Tálamo é uma parte do cérebro.
• Globo pálido e putame são estruturas que formam os núcleos da base.
• Cápsula interna consiste em um feixe de fibras localizadas no cérebro que apresenta partes do 
neurônio que se dirigem ao córtex cerebral ou partem dele com destino a regiões subcorticais.
• Cápsula externa é uma lâmina branca encontrada entre algunsdos núcleos da base.
• Septo pelúcido é uma estrutura anatômica fina que separa os dois ventrículos laterais.
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Unidade III
Veja:
Mesencéfalo
Ponte
Bulbo
Medula espinal
Cerebelo
IV ventrículo cerebral
Tálamo
Figura 220 – Vista medial do tálamo, tronco encefálico e cerebelo no plano de secção sagital
 Lembrete
O tronco encefálico é dividido em mesencéfalo, ponte e bulbo.
Foice do cérebro
Figura 221 – Vista inferior da meninge dura-máter
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ANATOMIA
Corpo caloso
Septo pelúcido
Núcleo da base
(núcleo caudado)
Ventrículo lateral
Figura 222 – Vista anterior do cérebro no plano de secção coronal
7.1.3 Papéis do SN
Estudaremos agora os papéis do SN. Sabemos que o SN efetua trabalhos complexos. Ele nos 
possibilita sentir diversas fragrâncias, dialogar e recordar acontecimentos do passado; do mesmo 
modo, ele produz sinais que controlam os movimentos corporais e regula o funcionamento dos 
órgãos internos. Essas várias atividades podem ser reunidas em três papéis fundamentais: sensitivo 
(aporte), integrador (processamento) e motor (saída).
No papel sensitivo, os receptores sensitivos detectam estímulos internos, como o aumento 
da pressão arterial, ou estímulos externos, como uma gota de água caindo na sua perna. Essas 
informações são então levadas para o encéfalo e para a medula espinal por meio dos nervos 
cranianos e espinais.
No papel integrador, o SN processa as informações sensitivas, avaliando-as e tomando as 
resoluções apropriadas para cada resposta em uma atividade que chamamos de integração.
No papel motor, após o processamento das informações sensitivas, o SN pode desencadear 
uma resposta motora específica por meio da ativação de efetores, como os músculos e as glândulas 
por intermédio dos nervos cranianos e espinais. A estimulação dos efetores gera a contração dos 
músculos e a secreção de hormônios pelos órgãos endócrinos.
Podemos exemplificar os três papéis fundamentais do SN associando à ideia de quando você 
recebe um telefonema após escutar o aparelho tocar. O som do toque do telefone estimula 
receptores sensitivos em suas orelhas, sendo ele o papel sensitivo. Essas informações auditivas 
são então transmitidas para o encéfalo, onde são processadas, e é tomada a decisão de receber ao 
telefonema, sendo ele o papel integrador. Após isso, o encéfalo estimula a contração de músculos 
específicos que lhe possibilitarão apanhar o telefone e apertar a tecla adequada para atendê-lo, 
sendo ele o papel motor. O diagrama a seguir mostra uma visão geral funcional do SN. Esse 
diagrama apresenta a relação entre o SNC e o SNP, assim como os componentes e os papéis das 
divisões aferentes e eferentes.
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Unidade III
Processamento 
de informação
Músculo 
estriado 
esquelético
Receptores 
sensitivos 
especiais
Receptores 
sensitivos 
somáticos
Sistema nervoso 
somático
Sistema nervoso 
autônomo
Informação 
sensitiva 
na parte 
aferente
Comandos 
motores 
na parte 
eferente
Inclui
Receptores sensitivos viscerais
Parassimpático e Simpático
Sistema Nervoso Central
(encéfalo e medula espinal)
Sistema 
Nervoso 
Periférico
– Músculos lisos
– Músculo 
estriado cardíaco
– Glândulas
Receptores Efetuadores
Figura 223 – Uma visão geral funcional do SN
7.1.4 O tecido nervoso
Veremos agora que os tecidos do organismo são classificados em quatro tipos fundamentais com 
base na estrutura e função: o tecido epitelial, que forra as superfícies do corpo, as cavidades do corpo, 
os ductos, e forma as glândulas; o tecido conjuntivo, que liga, sustenta e protege as partes do corpo; o 
tecido muscular, que se contrai para produzir movimentos; e o tecido nervoso, que principia e transmite 
impulsos nervosos de uma parte do organismo para outra.
O tecido nervoso, que nos interessa no momento, incide apenas em dois tipos de células: os neurônios 
e as neuroglias. Assim, a menor unidade morfofuncional do SN é o neurônio, sendo ele uma célula 
especializada na transmissão de impulsos nervosos. Existem tipos diferentes de neurônios; contudo, 
podemos observar que eles são constituídos pelos dendritos, que recebem impulsos de outras células; 
pelo corpo ou pericário, que é o centro metabólico do neurônio e onde é processado o impulso nervoso; 
e pelo axônio, que é o prolongamento que conduz o impulso nervoso. A figura a seguir mostra uma 
visão geral dos neurônios. Já a neuroglia (glia = cola) suporta, nutre e protege os neurônios e mantém 
a homeostase no líquido intersticial que banha os neurônios. As neuroglias são em torno de cinco vezes 
mais numerosas que os neurônios. 
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ANATOMIA
Corpo
Axônio
Dendrito
Bainha de mielina
Núcleo do corpo
Figura 224 – Visão geral dos neurônios
 Lembrete
O SN é formado por células nervosas, os neurônios, e por células 
chamadas em conjunto de neuroglia.
Axônio é o prolongamento do neurônio que leva o potencial de ação do 
pericário até seu alvo.
Dendrito é um dos prolongamentos que parte do pericário e recebe um 
influxo sináptico.
7.1.4.1 Visão geral dos neurônios
Os nomes conferidos aos neurônios foram indicados em razão do seu tamanho, forma, aspecto, 
função ou provável descobridor (por exemplo, a célula de Purkinje, do cerebelo). O tamanho e a forma dos 
corpos celulares são bastante variáveis. O diâmetro do corpo celular pode variar de quatro micrometros 
(por exemplo, a célula granular do cerebelo) a 125 micrometros (por exemplo, o neurônio motor da 
medula espinal).
Os neurônios podem exibir diversas formas: piramidal, ampuliforme, estrelada ou granular. 
Uma peculiaridade adicional desses pericários é o número de organização de seus processos. 
Alguns neurônios têm poucos dendritos, enquanto outros apresentam numerosas projeções de 
dendritos. Com exceção de dois tipos celulares, os quais chamamos de célula amácrina, sem 
axônio (por exemplo, os neurônios da retina e as células granulares do bulbo olfatório), todos os 
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Unidade III
neurônios têm pelo menos um axônio e um ou mais dendritos. A figura a seguir ilustra os tipos 
básicos de neurônios quanto ao número de prolongamentos:
Dendrito
Corpo
Corpo
Corpo
Axônio
Fusiforme Estrelado Piramidal Pirforme
AxônioAxônio
Figura 225 – Prolongamentos dos neurônios 
Os dendritos (grego: déndron = árvore), em geral, são curtos, de alguns micrômetros a alguns 
milímetros de comprimento, ramificados, como se fossem galhos de uma árvore. Os dendritos têm 
“espinhas” que servem como ponto de contatos sinápticos.
Os axônios (grego: áxon = eixo), na grande maioria dos neurônios, é longo e fino e se origina do 
pericário ou de um dendrito principal em uma região chamada de cone de implantação. O axônio possui 
comprimento muito variável, dependendo do tipo de neurônio, podendo ter, na espécie humana, de 
alguns milímetros a mais de um metro. Eles podem ser mielínicos ou amielínicos. 
 Lembrete
O axônio, apresentando ou não bainha de mielina, é também chamado 
de fibra nervosa.
 Saiba mais
Leia o artigo a seguir:
MENDES, P. B.; DE MELO, S. R. Origem e desenvolvimento da mielina no 
sistema nervoso central: um estudo de revisão. Saúde e Pesquisa, v. 4, n. 1, 
p. 93-99, 2011. Disponível em: <http://periodicos.unicesumar.edu.br/index.
php/saudpesq/article/view/1654>. Acesso em: 12 jun. 2018.
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ANATOMIA
Cada neurônio apresenta apenas um axônio, todavia cada axônio normalmente apresenta 
vários ramos chamados de colaterais. Um axônio e seus colaterais acabam por ramos finos 
separados entre si chamados de telodendro. A extremidade distal de cada telodendro se expande 
no interior de pequenas estruturas em forma de bulbo chamadas de terminações axônicas. Nas 
terminações axônicas são armazenadas substâncias químicas chamadas de neurotransmissores. 
As moléculas dos neurotransmissores liberadas pelas terminações axônicas constituem o meio de 
comunicação em uma sinapse. Alguns neurônios, entretanto, especializam-se em secreção. Seus 
axônios terminam próximos a capilares sanguíneos que captam o produto de secreção liberado, 
em geral um polipeptídio. Os neurônios desse tipo são chamados de neuromoduladores e se 
encontram na região do cérebro. 
 Lembrete
Neurotransmissores são moléculas envolvidas na transmissão do 
impulso nervoso. São eles que medeiam a passagem do sinal elétrico entre 
dois neurônios ou entre um neurônio e uma fibra muscular.
Neuromoduladores são substâncias químicas aptas a alterar a 
transmissão do impulso nervoso.
7.1.4.2 Classificação dos neurônios
Os neurônios podem ser classificados de acordo com a sua forma e a sua função. Quanto à forma, 
distinguem-se os neurônios multipolares, com muitos dendritos que se estendem a partir de todo o 
corpo. Os neurônios multipolares são encontrados no corno anterior da medula espinal, nas células de 
Purkinje no córtex do cerebelo e nas células piramidais no córtex do telencéfalo.
Outros tipos de neurônios classificados quanto à forma são os neurônios bipolares, que possuem 
um dendrito e um axônio, e estão presentes na retina, no epitélio olfatório, em gânglios dos nervos 
cranianos e na orelha interna. Os neurônios pseudounipolares são os que apresentam um axônio 
dendrítico e desenvolvem-se durante o período fetal, de um neurônio bipolar. Eles encontram-se no 
gânglio espinal e nos gânglios sensitivos dos nervos trigêmeo, facial, glossofaríngeo e vago. Por fim, há 
os neurônios unipolares, que aparecem raramente em vertebrados. São encontrados, principalmente, 
durante a embriogênese.
Funcionalmente, os neurônios podem ser classificados em três tipos: neurônios aferentes 
ou sensitivos, neurônios eferentes ou motores e interneurônios ou de associação. Os neurônios 
sensitivos são aqueles que transmitem o impulso oriundo da periferia para a parte central do SN. 
Os neurônios motores transmitem o impulso da parte central do SN em direção à periferia. Os 
interneurônios realizam a conexão entre os neurônios na parte central do SN, ou seja, ligam um 
neurônio a outro.
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Neurônio sensitivo ou neurônio aferente é o que leva a informação ao SNC.
Neurônio motor é o que inerva o músculo estriado esquelético e a 
musculatura lisa das vísceras.
Já o interneurônio apresenta prolongamentos curtos e está situado 
entre dois outros neurônios.
7.1.4.3 Sinapses
As sinapses são pontos de transmissão descontínua de estímulos de um neurônio para outro ou 
para um órgão efetuador. Quanto à forma e ao modo de funcionamento, reconhecem-se dois tipos de 
sinapses: elétricas e químicas.
 Lembrete
Sinapses são áreas de contato direto entre dois neurônios ou entre um 
neurônio e uma célula efetora, sendo ela um músculo ou uma glândula.
7.1.4.4 Arco reflexo
Os impulsos nervosos que se difundem em sentido ao SNC, dentro dele ou para fora dele, adotam 
modelos característicos, dependendo do tipo de informação, origem e destino. A via seguida pelos 
impulsos nervosos que geram um reflexo chamamos de arco reflexo. A figura a seguir ilustra um 
arco reflexo:
Chegada do 
estímulo e ativação 
do receptor
Ativação de 
um neurônio 
sensitivo
Processamento 
da informação 
no SNCResposta do 
efetuador
Ativação do 
neurônio motor
Etapa 1 Etapa 2
Etapa 3
Etapa 5 Etapa 4
Estímulo Receptor
Arco 
reflexo
Raiz 
anterior
Raiz 
posterior
Sensação 
transmitida ao 
encéfalo via 
colateral
Legenda
Efetuador
Figura 226 – Um arco reflexo
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ANATOMIA
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O arco reflexo é a resposta involuntária rápida a certo estímulo periférico 
originado pela alça de conexão sináptica localizada na medula espinal. É 
chamado de simples quando compreende apenas um neurônio sensitivo e 
um motor ou composto quando entre eles existe um interneurônio.
Vamos recordar e exemplificar as ideias inicias que estudamos sobre o SN? Ele provê ao organismo 
humano uma forma dinâmica de comunicação interna, que nos possibilita mover, falar e coordenar a 
atividade de bilhões de células. De tal modo, a atividade neural é basicamente valiosa para a capacidade 
corporal de manter a homeostasia.
Todos os comportamentos, das respostas reflexas simples até as ações mentais complexas, são o 
produto da sinalização entre os neurônios, que permanecem interconectados de maneira adequada. 
Avaliando-se a simples ação de golpear em uma bola de tênis com uma raquete, conforme ilustra a figura 
a seguir, a informação visual acerca do movimento da aproximação da bola é analisada pelo sistema 
visual, sendo ajustada com a informação proprioceptiva sobre a posição dos membros superiores, dos 
membros inferiores e do tronco para o cálculo do movimento preciso para interceptar a bola. Quando o 
movimento se inicia, muitas pequenas adaptações do programa motor são efetuadas, com base em um 
fluxo constante de informação sensorial sobre o trajeto da bola que se aproxima. Por fim, o ato completo 
é compreensível à consciência, e dessa maneira provocaria memórias e emoções.
Córtex visual
Amígdala
Hipotálamo
Núcleos 
da base
Núcleos do 
tronco encefálico
Córtex pré-motor
Córtex motor
Hipocampo
Córtex parietal posterior
Cerebelo
Medula espinal
A
B
Figura 227 – Um comportamento simples é mediado por diversas áreas do encéfalo
Na figura anterior, em A, um jogador de tênis, observando a aproximação de uma bola, utiliza o 
córtex visual para identificar seu: tamanho, direção e velocidade dessa bola. O córtex pré-motor gera 
um programa motor para rebatê-la. A amígdala age em conjunto com outras áreas encefálicas para 
adequar a frequência cardíaca, a frequência respiratória e outros mecanismos homeostáticos, acionando 
o hipotálamo para incitar o jogador a rebater a bola de maneira apropriada. Na parte B, para realizar 
a jogada, o jogador deve utilizar todas as estruturas anatômicas esquematizadas na parte A. O córtex 
motor transmite sinais à medula espinal que acionam e inibem muitos músculos nos membros superiores 
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e inferiores. Os núcleos da base envolvem-se na iniciação de padrões motores e quiçá na evocação 
de movimentos aprendidos para bater na bola de forma adequada. O cerebelo adéqua movimentos 
baseado na informação proprioceptiva dos receptores sensoriais periféricos. O córtex parietal posterior 
provê ao jogador um sentido de onde seu corpo está situado no espaço e como o seu membro superior 
com a raquete se posiciona em relação a seu corpo. Durante esse ato, os neurônios do tronco encefálico 
ajustam a frequência cardíaca, a frequência respiratória e o estado de atenção. O hipocampo não está 
empenhado em alcançar a bola, contudo está envolvido em registrar a jogada na memória com a 
intenção de que o jogador possa se triunfar disso mais tarde.
7.1.4.5 Neuroglias
Vimos, ainda, que outras células compõem o SN, auxiliando para fornecer sustentação funcional ao 
neurônio, cadauma com um papel definido, e formando coletivamente as neuroglias, células da glia 
ou gliócitos. Algumas neuroglias são encontradas tanto no SNC como no SNP. Elas são as células mais 
comuns do tecido nervoso, podendo a proporção entre neurônios e neuroglias variar de 1:10 a 1:50. Em 
comparação aos neurônios, a neuroglia não produz, nem conduz impulsos nervosos e pode multiplicar-
se e dividir-se no SN maduro.
 Lembrete
As células da neuroglia desempenham diversos tipos de papéis relevantes 
no SN, tanto no SNC como no SNP.
7.1.4.6 Neuroglias no SNC
No SNC, a neuroglia compreende os astrócitos, os oligodendrócitos, a micróglia e um tipo de glia 
com disposição epitelial, as células ependimárias. Os astrócitos (do grego astron = estrela e kytos = 
vaso oco) possuem semelhança a uma estrela, estão entre as neuroglias mais numerosas e maiores no 
encéfalo. Há dois tipos de astrócitos, os astrócitos protoplasmáticos, localizados na substância cinzenta, 
e os astrócitos fibrosos, encontrados na substância branca, conforme ilustra a figura a seguir:
Figura 228 – Astrócitos protoplasmáticos e astrócitos fibrosos
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Os papéis dos astrócitos são a manutenção da constância no meio interno do SNC, através da ingestão 
de metabólitos neuronais; a participação na estrutura da barreira hematoencefálica; a fagocitose de 
células mortas; a cicatrização no SNC, por exemplo, após infarto cerebral, em caso de esclerose múltipla; 
a formação e o intercâmbio do glutamato; e a sustentação e o isolamento de neurônios.
 Lembrete
Os astrócitos apresentam o papel de sustentação e isolamento do neurônio. 
Os oligodendrócitos (do grego oligo = pouco, dendron = árvore e glia = cola) são menores que 
os astrócitos e possuem poucos prolongamentos, que também podem formar pés vasculares. O papel 
dos oligodendrócitos é a produção das bainhas de mielina, que servem de isolantes elétricos para os 
neurônios do SNC. Um único oligodendrócito contribui para a formação da mielina de vários axônios.
 Lembrete
Os oligodendrócitos formam a bainha de mielina, que reveste os 
neurônios da parte central do sistema nervoso. 
As micróglias (do grego micros = pequeno e glia = cola), diferentemente de outros neurônios e 
outras neuroglias, é de origem mesodérmica e aparece precocemente durante o desenvolvimento 
do SNC. Elas são células pequenas e alongadas que possuem poucos prolongamentos. Entre os 
papéis das micróglias estão a apresentação de antígenos, a fagocitose, a mobilidade ameboide e 
as secreções de citocinas e de fatores de crescimento. A figura a seguir ilustra diferentes tipos de 
células da neuroglia no SNC:
Figura 229 – Micróglias e oligodendrócitos
 Lembrete
As micróglias apresentam o papel de defesa do neurônio. 
As células ependimárias (do grego ependyma = roupa de cima) são células cuboides ou prismáticas 
que forram, como epitélio de revestimento simples, as paredes dos ventrículos encefálicos, do 
aqueduto do mesencéfalo e do canal da medula espinal. Um tipo de célula ependimária modificada 
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recobre tufos de tecido conjuntivo, rico em capilares sanguíneos, que se projetam da pia-máter, 
constituindo os plexos corióideos, responsáveis pela formação do líquido cerebrospinal. As células 
ependimárias têm como função a regulação das trocas entre o LCS dentro dos ventrículos encefálicos 
e no canal da medula espinal através de movimentos ciliares. Além disso, há sugestão de que as 
células ependimárias também apresentariam um papel absortivo. Crê-se que as células ependimárias 
carregam substâncias químicas do LCS para a hipófise, cujo desempenho implicaria na administração 
da produção de hormônios pelo lobo anterior da hipófise. A figura a seguir ilustra uma visão 
esquemática da disposição das neuroglias no SNC:
Astrócito
Neurônio
Vaso de sangue
Oligodendrócito
Micróglia
Figura 230 – Visão esquemática da disposição das neuroglias no SNC
 Lembrete
As células ependimárias localizam-se nos ventrículos e estão associadas 
à produção do LCS.
7.1.4.7 Neuroglias no SNP
A neuroglia periférica compreende as células satélites, ou anfícitos, e as células de Schwann, oriundas 
da crista neural. Assim, as células satélites envolvem os corpos celulares, dos gânglios sensitivos e do 
SNA, e as células de Schwann circundam os axônios, formando os seus envoltórios, que são a bainha 
de mielina e o neurilema. Cada célula de Schwann mieliniza um único axônio. Já os papéis das células 
satélites consistem em regular a troca de nutrientes e produtos residuais entre o pericário e o líquido 
extracelular. Elas também colaboram para o isolamento do neurônio de quaisquer outros estímulos que 
não sejam aqueles situados nas sinapses.
 Lembrete
As células satélites envolvem o corpo celular do neurônio sensitivo.
Já as células de Schwann circundam os axônios, compondo a bainha de 
mielina, e participam no processo de regeneração da fibra nervosa.
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Comparado a outras espécies, o encéfalo humano é, de longe, o mais complexo e influente, porque 
além do grande número de neurônios ele apresenta a capacidade admirável de reparar seus próprios 
papéis. O encéfalo expõe o crescimento de conexões neuronais. Durante nossa vida, apenas um único 
neurônio pode realizar cerca de 6.000 a 20.000 conexões sinápticas com outros neurônios situados 
em várias partes do encéfalo, e o número de sinapses que cada neurônio é apto a fazer tem maior 
importância no papel encefálico do que o próprio número dessas células. Nosso encéfalo teve um longo 
caminho evolutivo. 
 Saiba mais
Com o intuito de desvendar os mistérios encefálicos, indicamos o 
artigo científico:
SCHMIDEK, W. R.; CANTOS, G. A. Evolução do sistema nervoso, 
especialização hemisférica e plasticidade cerebral: um caminho ainda a 
ser percorrido. Revista Pensamento Biocêntrico, n. 10, p. 181-204, jul./dez. 
2008. Disponível em: <http://opessoa.fflch.usp.br/sites/opessoa.fflch.usp.
br/files/Evolucao-Cerebro.pdf>. Acesso em: 31 mar. 2018. 
7.2 Sistema nervoso central
7.2.1 Generalidades sobre o encéfalo
A arte de pensamento do nosso encéfalo arquitetou a tecnologia para lançarmos foguetes no 
espaço, sanarmos patologias, mapearmos o genoma humano e fracionarmos os átomos. Mas com 
todas essas concretizações, o encéfalo humano continua ainda vastamente desconhecido em seus 
próprios funcionamentos.
Este conjunto de estruturas anatômicas consiste em um dos maiores órgãos do corpo humano, 
formado de aproximadamente 100 bilhões de neurônios e 10 a 50 trilhões de neuroglias. No homem 
adulto médio, o encéfalo humano pesa cerca de 1.400 gramas, o equivalente a 2% da massa corporal 
total. O encéfalo do homem é, em média, um pouco mais pesado que o da mulher, ainda que isso não 
tenha relações com a inteligência. Dessa maneira, o peso do nosso encéfalo varia segundo numerosas 
situações, como a idade, a massa corporal, a estatura e a raça.
Entretanto, o ser humano não é o que apresenta o maior encéfalo entre os vertebrados, pois este não 
é apenas o órgão do pensamento, mas especial, e primitivamente, um aparelho reflexo para a percepção 
dos sentidos e do movimento muscular. Por isso os animais grandes possuem, para o serviço de seu 
volumoso corpo, um encéfalo pesado. Assim, o encéfalo da baleia é seis vezes maior do que o humano 
e o do elefante é três vezes maior. 
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Sabemos que o desenvolvimento humano se iniciou intimamente nos macacos. O fato característico 
e determinante para o ser humano não é o aumento de seu encéfalo, porém a sua transformação e o 
desenvolvimento do lobo frontal. Superpondo-se o perfil craniano do macaco, do homem primordial de 
Java (que viveu há 1 milhão de anos), do homem europeu da idade do gelo (há 100.000 anos), do negro 
australiano e do europeu da atualidade, observamos que nos últimos 100.000 anos o encéfalo aumentou 
muito pouco, contudo deslocou-se para diante, numa espécie de linha ondulada: o ser humano de hoje 
em dia é superior ao seu ancestral menos por sua massa encefálica que pela posse do lobo frontal. De tal 
modo, quanto maior a fronte, tanto mais volumoso será o encéfalo, conforme ilustra a figura a seguir:
Figura 231 – Durante a evolução das espécies, aconteceu um aumento progressivo na parte 
mais rostral do SNC, a chamada encefalização
 Lembrete
Percorrendo a escala dos vertebrados, podemos verificar agora uma 
tendência evolutiva, a da encefalização. Há um aumento gradativo do 
encéfalo, provocado por um acúmulo de células e circuitos nervosos na 
parte cefálica do animal. 
Fatores de variação anatômica, por exemplo, a idade, fazem com que o peso do encéfalo humano 
se altere. Assim, ele alcança o seu peso máximo entre 20 e 30 anos de idade. Entre os 30 e 40 anos de 
idade, paralisa o seu desenvolvimento, e a partir de 50 anos de idade reduz rapidamente. Dos 50 aos 70 
anos de idade, se aponta o maior descenso, de tal maneira que nos indivíduos de 70 a 80 anos de idade o 
encéfalo humano pesa de 50 a 100 gramas a menos de quando se tinha 30 anos. Nenhum órgão avoluma 
tão veloz desenvolvimento durante os primeiros anos de vida como o encéfalo humano. O encéfalo do 
recém-nascido pesa em média 400 gramas; esse peso é duplicado com um ano de idade (ou seja, 800 
gramas) e triplicado aos cinco anos de idade (ou seja, 1.200 gramas). Durante a vida intrauterina, o 
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acelerado desenvolvimento encefálico acontece desde o sexto até o oitavo mês de gestação. O peso 
do encéfalo no sexto mês de gestação é de 100 gramas, dobra no oitavo mês de gestação (ou seja, 200 
gramas) e quadruplica no recém-nascido, chegando a 400 gramas.
 Lembrete
Quanto maior o encéfalo de uma espécie – e, consequentemente, quanto 
mais elevada a quantidade de sulcos e giros –, mais evoluída ela será! Portanto, 
se o córtex cerebral humano fosse “alisado e retificado”, desaparecendo os 
sulcos, daria uma superfície de cerca de 2 metros de comprimento.
Veremos agora que não têm valor algum todos os dados da literatura sobre diferenças no tamanho 
craniano e o peso encefálico nos diversos povos e raças, pois o exame encefálico é um dos mais difíceis 
trabalhos técnicos das medidas biológicas. O encéfalo possui 70% de água, ou seja, 1 quilograma 
desse líquido; por aí se pode calcular quão grandes serão os erros e as variações nas medidas em 
consequência da simples variação no grau da humidade do encéfalo por ocasião do exame. Na série dos 
pesos encefálicos, os europeus estão mais próximos dos negros que dos chineses que compõem a raça 
de encéfalo maior. Mesmo assim, entre os países europeus, o peso médio do encéfalo humano varia, 
por exemplo, nos alemães (1.425 gramas), nos suecos (1.399 gramas), nos ingleses (1.346 gramas), nos 
italianos (1.301 gramas) e nos franceses (1.280 gramas); contudo, as discrepâncias entre a estatura e a 
massa corporal entre uns e outros indivíduos também é um fator relevante.
Comparando-se, como fez no começo deste século o pesquisador Moebius, o tamanho da cabeça 
de 100 indivíduos das classes educadas com o de 100 presos débeis mentais, atingimos este resultado: 
tanto na maioria dos indivíduos instruídos como dos criminosos, a cabeça é de tamanho médio, sendo 
55-58 o número de seu chapéu. Nos indivíduos cujo chapéu possui o número 55, há mais criminosos 
(10%) e menos indivíduos educados (1%), enquanto acima de 58 o número do chapéu corresponde mais 
a indivíduos cultos (40%) do que a criminosos (3%). Obtém-se assim um resultado típico para todas as 
pesquisas dessa espécie: 100 indivíduos educados apresentam, juntos, dimensões encefálicas e cranianas 
maiores que os 100 criminosos. Porém, analisando um indivíduo isolado não se pode estabelecer relação 
alguma. Há indivíduos cultos com cabeça pequena e dementes com crânio grande. Um encéfalo pequeno 
pode ser capaz de muito e um grande nada valer.
O mesmo resultado se obtém comparando o encéfalo dos indivíduos produtivos. Não há 
relação direta entre o tamanho do encéfalo e a capacidade mental. A maioria dos indivíduos 
bem-dotados apresenta um encéfalo de tamanho médio, enquanto são relativamente poucos 
os que possuem encéfalo grande ou pequeno, sendo exceções dois dos maiores gênios em 
terrenos diversos: Rafael e Bach. A seguir, exemplificamos uma lista de alguns indivíduos de 
encéfalo médio: Bismarck (político), 1.807 gramas; Kant (filósofo), 1.600 gramas; Giacomini 
(anatomista), 1.495 gramas; Broca (anatomista), 1.484 gramas; Dante (poeta), 1.427 gramas; 
Einstein (físico), 1.230 gramas; Coveiro (zoólogo), 1.830 gramas; Webster (advogado), 1.518 
gramas; Tiedemann (médico), 1.253 gramas; Hausmann (urbanista), 1.225 gramas; Franz Gall 
(pai da localização das funções cerebrais), 1.198 gramas.
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Observamos que o encéfalo de Einstein não era maior do que a média, no entanto ele continha um 
número expressivamente menor de neurônios por unidade de volume. Esse encontrado aceitaria que se 
conjecturasse que, no encéfalo de Einstein, as conexões neuronais eram muito mais complexas do que a 
média. Graças ao número superior de sinapses por volume, os neurônios poderiam ficar mais distantes 
uns dos outros.
Portanto, as variações do peso encefálico nos seres humanos, conforme observado anteriormente, 
modificam dentro de limites muito extensos, sendo considerados como normais os encéfalos entre 
1.050 a 2.000 gramas. Acima do peso máximo apontado, os indivíduos são chamados de macrocéfalos; 
abaixo desses valores, os indivíduos são chamados de microcéfalos. Uma vez que não há necessidade de 
alargamento para adequar o encéfalo pequeno, o crânio também se mantém pequeno.
 Saiba mais
O desenvolvimento da inteligência é regido concomitantemente por aspectos 
genéticos, neurológicos e cognitivos. Sobre o assunto, leia o artigo científico: 
TORRES, V. S. Desenvolvimento da inteligência: aspectos envolvidos. 
Revista de Ciências Humanas, n. 28, p. 11-34, 2000. Disponível em: <https://
periodicos.ufsc.br/index.php/revistacfh/article/view/23969>. Acesso em: 26 
abr. 2018. 
E como se pode aplicar, na prática ao exercício, as informações 
apresentadas anteriormente sobre o SN? Acesse:
KRAEMER, W. J.; FLECK, S. J.; DESCHENES, M. R. Fisiologia do exercício: 
teoria e prática. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 
Certamente os conhecimentos adquiridos fortalecerão sua formação. 
7.2.2 Morfogênese do SN
O desenvolvimento pré-natal da espécie humana ocorre durante 266 dias, correspondendo ao 
período de 38 semanas. Na clínica médica, o período da gestação é calculado a partir do primeiro dia 
da última menstruação, ou seja, pós-menstruação. Dessa maneira, aos 266 dias relativos ao período de 
desenvolvimento pré-natal adicionam-se 14 dias, totalizando 280 dias, ou 40 semanas de gestação. 
Uma vez que o tempo entre a menstruação e a ovulação com a concepção subsequente é modificável, 
pois nem sempre obedece aos 14 dias, diferentes meios podem ser utilizados para estimar a data do 
nascimento quando o dia da concepção é desconhecido. 
A determinaçãodo tempo de desenvolvimento pré-natal é realizada a partir do instante da 
fertilização, ou seja, pós-concepção. Assim, o desenvolvimento pré-natal pode ser dividido em três 
períodos. O período inicial, chamado de desenvolvimento precoce, corresponde às primeiras semanas 
de desenvolvimento, entre a primeira e a terceira semanas de desenvolvimento. O segundo período, 
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chamado de período embrionário, envolve a quarta até a oitava semana de desenvolvimento. 
O terceiro período, chamado de período fetal, abrange a nona até a trigésima oitava semana de 
desenvolvimento pré-natal. 
7.2.2.1 Da fertilização até a nidação
O desenvolvimento de cada ser humano inicia com a fertilização do ovócito pelo 
espermatozoide. Após a fertilização, tem início uma série de eventos que caracterizam a 
formação do zigoto que dará origem ao futuro embrião. O zigoto é uma célula única na qual 
estão presentes os 46 cromossomos oriundos dos gametas dos pais, portanto, 23 cromossomos 
dos pais e 23 cromossomos das mães.
A partir de 24 horas contadas após a fertilização, o zigoto começa a sofrer sucessivas divisões 
mitóticas, primeiramente originando inúmeras células até que por volta do sexto dia após 
a fertilização, já no útero, esse conjunto de células se implanta no endométrio. Damos a esse 
fenômeno o nome de nidação. 
 Lembrete
A nidação ou implantação é o momento em que o “novo ser” se fixa ao útero.
Repetidas mitoses, chamadas de clivagem, convertem o zigoto em um agrupamento de células, 
uma mórula (do latim morus = amora), por volta do quarto dia após o coito. No quinto dia, a mórula 
torna-se blastocisto (do grego kystis = vesícula), à medida que surgem espaços intercelulares que 
confluem compondo uma cavidade central ou blastocele (do grego koilos = cavidade), conforme 
ilustra a figura a seguir: 
Figura 232 – Ilustrações sequenciais da primeira clivagem do zigoto com a formação da mórula
 Observação
A clivagem da célula tem início cerca de 30 horas após a fertilização. As 
primeiras células formadas são chamadas de blastômeros (do grego blasto 
= broto ou embrião e meros = partes).
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Crê-se que são necessários, possivelmente, dois ou três dias para que se originem cinco ou seis 
clivagens; enquanto isso ocorre, o ovo passa por meio da tuba uterina. A mórula está envolta pela zona 
pelúcida e é constituída por uma massa celular externa, em torno de uma massa celular interna. 
A partir do estágio de oito blastômeros, eles se juntam fortemente entre si, levando a um 
fenômeno de compactação do embrião que, no entanto, é maciço. Quando penetra na cavidade 
uterina, a mórula com 12 a 16 blastômeros tem 72 horas de evolução a partir da fertilização. 
Uma vez que a mórula se depara dentro do útero, suas células periféricas segregam líquido, o 
que leva à formação de uma cavidade em seu interior. Esse estágio embrionário é chamado de 
blástula ou blastocisto. 
 Lembrete
O blastocisto corresponde ao estágio de desenvolvimento do embrião 
que sucede a mórula e precede a gástrula. Consiste em uma camada de 
células e uma cavidade preenchida por líquido.
O blastocisto é formado por uma camada de células periféricas que abrangem o trofoblasto (do 
grego trophe = desenvolver ou nutrir), que corresponde à massa celular externa, e um maciço celular 
interno, o nó ou botão embrionário, que equivale à massa celular interna ou embrioblasto. Calcula-se 
que no quarto dia a partir da fertilização o blastocisto conta com cerca de 60 células.
 Observação
O embrioblasto é o grupo de blastômeros localizados centralmente que 
dará origem ao embrião. A implantação do blastocisto completa-se durante 
a segunda semana do desenvolvimento. Com a progressão da implantação, 
acontecem modificações no embrioblasto, as quais resultam em uma placa 
bilaminar chamada de disco embrionário, sendo composto de epiblasto e 
de hipoblasto.
Por sua vez, o trofoblasto é a camada celular externa que comporá a 
parte embrionária da placenta.
Células especializadas do trofoblasto produzem projeções em forma de dedos chamadas de 
sinciciotrofoblasto. O sinciciotrofoblasto origina-se de uma parte específica do trofoblasto chamada de 
citotrofoblasto, situado próximo ao embrioblasto. O blastocisto ampara-se contra o aborto, secretando 
um hormônio que indiretamente impede a menstruação. Até mesmo antes do início da implantação, 
o sinciciotrofoblasto secreta gonadotrofina coriônica humana, a hCG. Esse hormônio é análogo ao 
hormônio luteinizante em seus efeitos e, portanto, está apto a conservar o corpo lúteo além do tempo 
que, caso oposto, deveria regredir.
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Cerca de seis a nove dias após a fertilização, a hCG pode ser detectada no sangue da mulher prenhe. 
Na urina, o hormônio pode ser detectado apenas 14 dias pós-fertilização. A hCG também semelha ser 
responsável pelas sensações de vômito, a êmese da gestação, durante os estágios iniciais da gestação.
A secreção de estrógenos e de progesterona é conservada, e a menstruação normalmente é suspensa. 
A hCG cai em torno da décima semana da gestação. De fato, esse hormônio só é imprescindível durante 
as primeiras cinco a seis semanas de gestação porque a própria placenta se torna uma glândula ativa 
secretora de esteroides nesse momento.
7.2.2.2 Folhetos embrionários
Durante a segunda semana de gestação, enquanto o blastocisto está sendo incluído na mucosa 
uterina, o embrioblasto se prolifera rapidamente. Ele se achata e assim é formado o folheto embrionário, 
que consiste de duas camadas: o ectoderma (do grego ecto = externo e derm = pele) e o endoderma (do 
grego endo = interno e derm = pele). 
A terceira semana do desenvolvimento embrionário é caracterizada por formação da linha primitiva, 
desenvolvimento da notocorda e começo da morfogênese, ou gastrulação, processo pelo qual o folheto 
embrionário bilaminar é convertido em folheto embrionário trilaminar, momento em que uma terceira 
camada, a mesoderma (do grego meso = meio e derm = pele), forma-se entre o endoderma e o ectoderma. 
Cada um dos três folhetos embrionários dará origem a tecidos e órgãos específicos.
 Lembrete
O ectoderma origina a epiderme, os sistemas nervosos central e 
periférico, o olho, a orelha interna e os vários tecidos conectivos da cabeça.
O mesoderma dá origem a todos os músculos esqueléticos, células 
sanguíneas e revestimento dos vasos sanguíneos, a todo o músculo liso 
visceral, todos os revestimentos serosos das cavidades do corpo, os órgãos 
dos sistemas urinário e genital, a maior parte do sistema cardiovascular e 
todos os tecidos conjuntivos do tronco.
O endoderma origina os revestimentos epiteliais das vias respiratórias e 
o trato gastrintestinal, incluindo glândulas associadas.
 Observação
A partir do nó ou botão embrionário, células mesodérmicas 
indiferenciadas (células mesenquimais) migram em sentido cefálico, 
compondo um bastão celular sólido, o processo notocorda, o qual, logo em 
seguida, assume uma luz constituindo um canal, a notocorda. 
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O SN dos vertebrados tem origem no folheto embrionário mais externo do embrião, ou seja, no 
ectoderma, dado importante, pois remete à origem evolutiva do SN, que, primitivamente, teria 
aparecido na superfície externa dos animais. Na espécie humana, o surgimento do SN acontece na 
terceira semana de vida, quando parte do ectoderma se transformano neuroectoderma, o que se traduz 
em um espessamento, a placa neural. 
7.2.2.3 Formação do SN
Quando o embrião humano está com 1,5 milímetros de comprimento e aproximadamente 18 dias de 
vida, o ectoderma torna-se encorpado para compor a placa neural. A placa neural, que é piriforme e mais 
larga cranialmente, desenvolve um sulco neural longitudinal, que em seguida exibe uma invaginação 
para o interior do embrião, compondo o sulco neural, cujas extremidades terminam se juntando, e se 
sobressaindo do ectoderma para formar um tubo que se situa no interior do mesoderma, chamado de 
tubo neural. Nesse momento de junção logo abaixo do ectoderma compõem-se dois prolongamentos 
laterais, as cristas neurais, conforme ilustra a figura a seguir:
Placa neural
Sulco neural
Goteira neural
Gânglio espinhal
Crista neural
Tubo neural
Figura 233 – Formação do tubo neural e da crista neural
O desenvolvimento do tubo neural, o qual é precursor do cérebro e da medula espinal, determina 
um processo chamado de neurulação. O tubo neural dá origem a elementos do SNC, enquanto a crista 
neural dá origem a elementos SNP, além de elementos não pertencentes ao SN. Portanto, os elementos 
procedidos da crista neural são os seguintes: os gânglios sensitivos, os gânglios do SNA, a medula da 
glândula suprarrenal, os paragânglios, os melanócitos, as células de Schwann, os anfícitos, as células C da 
tireoide e os odontoblastos. Contudo, pesquisas mais atualizadas confirmaram que algumas estruturas 
tidas como oriundas do ectoderma na realidade se originam da crista neural, como a dura-máter, a 
aracnoide-máter e algumas partes do crânio.
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 Lembrete
A neurulação faz parte da organogênese nos embriões vertebrados e é 
o processo de formação do tubo neural, rudimento do SNC. 
A extremidade anterior do tubo neural se desenvolve mais que a parte posterior e compõe uma 
dilatação chamada de vesícula encefálica ou arquencéfalo, o começo do SNC. Essa parte anterior 
dilatada vai compor o encéfalo, e a parte posterior, que não se diferencia tanto, vai compor a 
medula espinal.
A vesícula encefálica, prosseguindo o seu desenvolvimento, se divide em três vesículas primordiais, 
chamadas respectivamente de prosencéfalo, a anterior; mesencéfalo, a média; e rombencéfalo, a 
posterior. Esta última é contínua com o tubo neural restante, a medula espinal.
Na fase seguinte, o prosencéfalo se divide outra vez, constituindo duas novas vesículas: o telencéfalo, 
a mais anterior, e o diencéfalo, a segunda. A segunda vesícula primitiva, que agora passou a ser a 
terceira, persiste inalterada e prossegue sendo o mesencéfalo.
A última vesícula, o rombencéfalo, se diferencia outra vez, constituindo duas novas vesículas: o 
metencéfalo, que vai formar a ponte e o cerebelo, e o mielencéfalo, que vai constituir o bulbo. As três 
vesículas encefálicas primordiais que dão origem a cinco vesículas secundárias estão ilustradas na 
figura a seguir: 
Prosencéfalo
Mesencéfalo
Rombencéfalo
Mesencéfalo Mesencéfalo
Metencéfalo
Mielencéfalo
Diencéfalo
Telencéfalo
Figura 234 – Vesículas encefálicas
 Saiba mais
Efeitos sobre os mecanismos da patogênese da infecção pelo Zika 
vírus no SNC parecem ser claros e estão intimamente ligados aos casos de 
microcefalia. Convidamos você a realizar a leitura do artigo científico: 
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NUNES, M. L. et al. Microcephaly and Zika virus: a clinical and 
epidemiological analysis of the current outbreak in Brazil. Jornal de 
Pediatria, v. 92, n. 3, p. 230-240, 2016. Disponível em: <https://www.ncbi.
nlm.nih.gov/pubmed/27049675>. Acesso em: 18 mar. 2018. 
A figura a seguir mostra o desenvolvimento do encéfalo desde o estágio de cinco vesículas (em 
torno da quinta semana) até um nível bem avançado, contudo ainda incompleto, do desenvolvimento 
(ao nascimento). Observe como a estrutura se torna progressivamente maior e mais complexa com o 
surgimento de sulcos e giros a partir do sexto mês de gestação:
5 semanas 7 semanas 14 semanas
24 semanas 40 semanas
Figura 235 – Desenvolvimento do encéfalo humano na vida intrauterina
7.2.3 Anatomia da medula espinal
Estudaremos agora a medula espinal. Ela é uma das partes do SNC, situada dentro do canal 
vertebral, que apresenta o papel de protegê-la. Contudo, as lesões medulares podem acontecer 
nos traumatismos da coluna vertebral, como em acidentes automobilísticos, hoje em dia cada 
vez mais corriqueiros. O termo medula procede de miolo, em razão de sua posição no interior 
das vértebras.
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ANATOMIA
 Saiba mais
Leia o boxe 5.4, sobre as lesões na medula espinal, da obra a seguir. O 
assunto vai conduzi-lo a maiores informações sobre como trabalhar com 
indivíduos lesados medulares. 
KRAEMER, W. J.; FLECK, S. J.; DESCHENES, M. R. Fisiologia do exercício: 
teoria e prática. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 
A medula espinal está limitada superiormente pelo bulbo, conforme ilustra a figura a seguir, no 
plano transversal, passando entre os côndilos do osso occipital e C1, sendo que esse plano passa pela 
decussação das pirâmides, e o seu limite inferior é L2. Em adultos, o comprimento da medula espinal 
fica em torno de 40 a 45 centímetros de comprimento, com 1 centímetro de diâmetro. Em homens 
adultos, o peso da medula espinal varia entre 25 e 30 gramas, e em mulheres adultas, o peso da 
medula espinal varia entre 23 e 28 gramas. Ela representa, portanto, 1/5 do peso do cerebelo e apenas 
2% do peso do cérebro.
Figura 236 – Limite superior da medula espinal
O desenvolvimento em comprimento da medula espinal é equivalente ao da coluna vertebral 
até o terceiro mês de vida intrauterina, preenchendo toda a extensão do canal vertebral. As raízes 
medulares possuem um percurso horizontal para organizarem os nervos espinais e transcorrerem pelos 
seus forames intervertebrais. Com base nesse período, a coluna vertebral tem um crescimento mais 
veloz que a medula espinal, existindo uma ascensão ilusória; por isso, ainda que a medula espinal 
prossiga crescendo, a sua situação dentro do canal vertebral é cada vez mais superior. No momento do 
nascimento, a parte inferior da medula espinal localiza-se ao nível de L3; na idade adulta, ao nível do 
disco intervertebral de L1, conforme ilustra a figura a seguir:
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Unidade III
Cone medular
Fim do saco da aracnoide 
e dura (S2)
Filamento 
terminal
Filamento 
terminal
Raiz do 1º nervo sacro
(parte da cauda equina)
Nascimento
Adulto
LCS
Figura 237 – Desenvolvimento em comprimento da medula espinal
As raízes medulares, que no começo eram horizontais, passam, após à formação embriológica, a 
conduzir-se inferiormente de maneira mais oblíqua, para alcançarem os relativos forames intervertebrais. 
Um conjunto de raízes situadas embaixo da medula espinal expõe uma aparência de “rabo de cavalo”, 
sendo chamado de cauda equina. Em virtude de uma ascensão ilusória da medula espinal, inutiliza-se a 
correspondência entre os segmentos medulares e os segmentos vertebrais. O quarto segmento lombar 
vertebral, por exemplo, localiza-se debaixo da medula espinal, ao nível da cauda equina. A medula 
espinal corresponde à parte caudal do tubo neural, expondo raras mudanças durante a sua formação 
embriológica. O canal central, com as células ependimárias, é virtual. As raízes medulares, tanto quanto 
os nervos espinais, constituem parte do SNP.
Com uma aparência cilíndrica em quase toda sua extensão, com algumas variações, a medulaespinal é delicadamente achatada no seu eixo anteroposterior e possui duas dilatações: uma 
cervical, que se estende dos segmentos C4 até T1 da medula espinal, e a outra lombossacral, que se 
estende dos segmentos L1 até S3 da medula espinal. Essas dilatações da medula espinal, chamadas 
de intumescência cervical (a superior) e intumescência lombossacral (a inferior), estão diretamente 
correlacionadas com o surgimento das raízes nervosas, que constituem o plexo braquial e o plexo 
lombossacral, os quais inervam os membros superiores e os membros inferiores, nessa ordem. A 
região final da medula espinal é delicada e compõe o chamado cone medular, o qual se liga ao 
filamento terminal meníngeo.
Ao examinarmos a superfície externa da medula espinal intacta, após sua remoção do canal vertebral, 
verificamos, em toda a sua extensão, a presença de seis sulcos, sendo três anteriores e três posteriores. 
Esses sulcos são detalhes anatômicos relevantes para a orientação da medula espinal post mortem e a 
correspondência com as suas estruturas internas. 
Anteriormente, observamos a fissura mediana anterior, central, bem profunda e com vasos de sangue 
no seu interior; posteriormente, o sulco mediano posterior, pouco profundo, com vasos de sangue pouco 
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ANATOMIA
aparente e apenas ao nível cervical; e o sulco intermédio posterior, localizado entre o sulco mediano 
posterior e os sulcos laterais posteriores. Lateralmente, verificamos o sulco lateral anterior e o sulco 
lateral posterior, pouco profundo. Pelo sulco lateral anterior saem as radículas anteriores, enquanto pelo 
sulco lateral posterior adentram as radículas posteriores. 
As estruturas anatômicas chamadas de radículas são pequenos filamentos nervosos, podendo ser 
anteriores e posteriores. Um conjunto de radículas constitui as raízes, que também podem ser anteriores 
e posteriores. Essas estruturas anatômicas são vistas na superfície externa da medula espinal, do mesmo 
modo que o gânglio, que é uma dilatação arredondada só encontrada na raiz posterior, portanto 
chamado de gânglio da raiz posterior, conforme ilustra a figura a seguir:
Figura 238 – A medula espinal
Outra estrutura anatômica vista na superfície externa da medula espinal é o tronco. O tronco 
consiste na união das raízes anteriores e posteriores. Ele irá passar pelo forame intervertebral das 
vértebras adjacentes. Já o segmento é a parte da medula espinal que corresponde ao conjunto 
de radículas, tanto anteriores quanto posteriores, que adentram na constituição de uma raiz de 
cada lado e enfim na composição de um tronco nervoso. A medula espinal contém 31 segmentos, 
pois este é o número de troncos nervosos, sendo eles 8 cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 
sacrais e 1 coccígeo.
O primeiro segmento cervical está entre o osso occipital e C1; por consequência são oito 
segmentos cervicais. Sabemos que os segmentos coccígeos careceriam ser três troncos; contudo, 
dois dos segmentos que se reservavam à cauda equina retrocedem e por esse motivo somente um 
segmento coccígeo é funcional.
Como a medula espinal é menor do que a coluna vertebral, as radículas e as raízes necessitam 
se alongar para atingir os respectivos forames intervertebrais que lhes correspondem. Constitui-se, 
no interior da coluna vertebral, depois de L2, um amontoado de radículas e de raízes longas que são 
chamadas de cauda equina, conforme ilustra a figura a seguir: 
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Unidade III
Figura 239 – Visão posterior da parte inferior da medula espinal e da cauda 
equina após a abertura da dura-máter
Outra estrutura anatômica relevante encontrada na medula espinal é o filamento terminal. Ele 
consiste num fio de pia-máter que se compõe no cone medular e atravessa o saco dural, onde é reforçado 
por dura-máter, fixando a medula espinal ao cóccix.
 Observação
O saco dural é o envoltório terminal das meninges até os níveis de L2 
e de L3.
Os papéis da medula espinal estão relacionados à participação de processamento das informações 
sensoriais oriundas dos membros, do tronco e de muitos órgãos internos, ao comando direto dos 
movimentos corporais e ao desempenho das diversas funções viscerais. Também provê um caminho 
para a transmissão de dados sensoriais nos tratos que sobem até o encéfalo e de dados motores nos 
tratos descendentes.
Ao realizarmos um corte transversal da medula espinal, é percebido que, em oposição do 
visto no encéfalo, a substância cinzenta se encontra na parte profunda e a substância branca, 
superficialmente, conforme ilustra a figura a seguir. A substância cinzenta apresenta o aspecto 
de borboleta ou, também, da letra H, motivo pelo qual é comumente designada de “H medular”. 
As duas partes posteriores do “H medular” são designadas de colunas, ou cornos dorsais, ou corno 
posterior; e as duas partes anteriores do “H medular” são designadas colunas, ou cornos ventrais, 
ou cornos anteriores.
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ANATOMIA
 
Dorsal
Substância 
cinzenta
Ventral
Figura 240 – Fotomicrografia de secção de medula espinal corada com Luxol fast blue. 
Verificamos profundamente o “H” medular e, em seu entorno, a substância branca
Na substância branca existem as fibras nervosas, na maioria com mielina, posicionada 
paralelamente ao eixo longitudinal da medula espinal. Essas fibras nervosas tanto derivam-se na 
medula espinal e projetam-se para o encéfalo, sendo chamadas de fibras ascendentes ou vias 
sensitivas, quanto o contrário, ou seja, derivam-se no encéfalo e caminham-se para a medula 
espinal, sendo chamadas de fibras descendentes ou vias motoras.
Todas essas fibras nervosas são reunidas em funículos ou cordões, em cada lado da medula 
espinal. O funículo anterior está localizado entre a fissura mediana anterior e o sulco lateral 
anterior; o funículo lateral está localizado entre o sulco lateral anterior e o sulco lateral posterior; 
e o funículo posterior está localizado entre o sulco lateral posterior e o sulco mediano posterior. 
Na parte cervical, o funículo posterior é dividido em dois fascículos, o fascículo grácil e o fascículo 
cuneiforme, pelo sulco intermédio posterior, conforme ilustra a figura a seguir:
Figura 241 – Esquema da medula espinal em secção transversal
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Unidade III
Exemplo de aplicação
As vias ascendentes podem ser estudadas segundo a sua localização nos funículos medulares 
ou conforme as suas características funcionais. Indicamos aqui que você estude de acordo com as 
suas características funcionais. Fisiologicamente, o sistema somestésico pode ser dividido em três: 
exteroceptivo (sensibilidade tátil proveniente da pele), proprioceptivo (proveniente de receptores 
em músculos e articulações) e interoceptivo (proveniente de receptores localizados em todo o 
organismo). Faça o estudo dessas vias ao realizar a leitura e esquematize-as para uma maior 
compreensão das vias ascendentes.
Leia a obra a seguir e bons estudos!
MARTINEZ, A. M. B.; ALLODI, S.; UZIEL, D. Neuroanatomia essencial. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
 Lembrete
Funículos são cordões de substância branca ao longo da medula espinal. 
A quantidade de substância branca altera em relação à substância cinzenta conforme o nível 
craniocaudal da medula espinal, tendo maior volume nos níveis mais altos. Portanto, na intumescência 
cervical e na intumescência lombar, a coluna anterior profere-se mais, em virtude da formação dos 
plexos nervosos.
Como todo o SNC, a medula espinal é protegida por membranas

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