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AULA 1 PNEUMO: SEMIOLOGIA PULMONAR (slides) EXAME FÍSICO ESTADO FÍSICO GERAL: correlação com afecções pulmonares Verificar se paciente está hidratado, corado, eupneico. Baqueteamento ou hipocratismo digital Mecanismo desconhecido Não explicado apenas pela hipoxemia. Fatores neurogênicos: alívio imediato do baqueteamento após vagotomia, em portadores de carcinoma brônquico, mesmo sem ressecção da lesão primária Fatores genéticos: hipocratismo hereditário Liberação de fatores de crescimento vascular (teoria mais aceita) – neoformação de capilares nas extremidades Cianose Pode ser classificada em central e periférica Central: decorre de hipoxemia – IrpA Periférica: Diminuição do fluxo sanguíneo – generalizada ou regional (obstruções arteriais periféricas). Com a redução do fluxo do sangue arterial, há maior extração do oxigênio que é ofertado, aumentando os níveis de hemoglobina não oxigenada. Além de cianótica, a pele é fria e úmida. Não é um achado clínico precoce de hipoxemia – PaO2 < 50 mmHg ou < 40 mmHg Dificultadores: raça negra, icterícia, iluminação com luz fluorescente, anemia Mais precocemente identificada na poliglobulia Importante conhecer as linhas e regiões torácicas 1) INSPEÇÃO: INSPEÇÃO ESTÁTICA: forma do tórax e suas anomalias congênitas ou adquiridas, localizadas ou difusas, simétricas ou não INSPEÇÃO DINÂMICA: movimentos respiratórios, suas características e alterações 1.1 INSPEÇÃO ESTÁTICA: Tipo de tórax Tórax plano ou plano: parede anterior perde sua convexidade normal, com redução do diâmetro AP – costelas maior inclinação, EIC diminuído e ângulo de Louis torna-se mais nítido Tórax em tonel: aumento do diâmetro AP, com horizontalização dos arcos costais e abaulamento da coluna dorsal Tórax infundibuliforme (pectus excavatum): depressão na parte inferior do esterno e região epigástrica. Em geral: congênito. Tórax cariniforme (pectus carinatum): esterno é proeminente e costelas horizontalizadas – “tórax de pombo”. Origem congênita ou adquirida (raquitismo na infância) Tórax Cifótico: curvatura em gibosidade da coluna dorsal. Origem congênita, postura defeituosa, Mal de Pott, osteomielite ou neoplasias Tórax Escoliótico: assimétrico em decorrência do desvio lateral do segmento torácico Tórax cifoescoliótico 1.2 INSPEÇÃO DINÂMICA: Movimentos respiratórios Tipo respiratório Ritmo respiratório Tiragem Expansibilidade Tipo respiratório: movimentação do tórax e abdome Posição ortostática ou sentado: respiração torácica Decúbito dorsal: respiração diafragmática Respiração paradoxal: movimento de retração da parede abdominal anterior durante a inspiração, mais bem observado com o paciente em decúbito dorsal – paralisia diafragmática bilateral, que em um contexto de insuficiência respiratória em que houve um período de trabalho respiratório aumentado, sugere a fadiga desse músculo. Ritmo respiratório Frequência respiratória: observação simples dos movimentos respiratórios e contagem do número de incursões respiratórias por minuto Eupneia: ritmo, frequência e amplitude normais. Adultos: 12 a 20 ipm. Dispneia: respiração difícil, curta, trabalhosa Taquipneia: respiração rápida e pouco profunda Bradipneia: respiração lenta Apneia: ausência de respiração Ritmos anormais: Respiração de Cheyne-Stokes o Causas: ICC, HIC, AVE, TCE o Variações de tensão de O2 e CO2 no sangue o Percepção auditiva > visual Respiração de Biot o Causas: ICC, HIC, AVE, TCE – grave comprometimento cerebral o 2 fases: apneia e movimentos anárquicos Respiração de Kussmaul o Causas: acidose (principalmente diabética) o 4 fases: Inspirações ruidosas Apneia em inspiração Expirações ruidosas Apneia em expiração Respiração suspirosa o Movimentos inspiratórios de amplitude crescente seguidos de expiração breve e rápida. Outras vezes, os movimentos respiratórios normais são interrompidos por “suspiros” isolados ou agrupados o Causas: tensão emocional e ansiedade Tiragem Retração dos espaços intercostais Pode ser difusa ou localizada – supraclavicular, infraclavicular, intercostal ou epigástrica Expansibilidade 2) PALPAÇÃO Completa a inspeção: mobilidade da caixa torácica Exame de lesões superficiais: forma, volume e consistência Sensibilidade superficial e profunda Temperatura cutânea Edema e enfisema subcutâneos Grupos ganglionares Frêmito toracovocal –FTV Vibração das cordas vocais transmitidas à parede torácica Trinta e três Mão direita espalmada – regiões homólogas Mais acentuado a direita e em bases FTV: normal, aumentado, diminuído ou abolido DP ou pneumotórax: diminuição ou abolição FTV Atelectasias: diminuição ou abolição do FTV Condensações pulmonares com brônquios permeáveis: aumento do FTV Frêmito brônquico: equivalente tátil dos estertores Frêmito pleural: sensação tátil do ruído de atrito provocado pelas duas superfícies rugosas dos folhetos pleurais e que muitas vezes precede os derrames pleurais 3) PERCUSSÃO Localização e tamanho das lesões Alterações da parede torácica – obesidade, massas musculares, hipertrofias e edemas Pulmão normal: Som claro pulmonar Derrame pleural: macicez Condensação: macicez Enfisema, crise de asma, cistos aéreos, cavernas insufladas: hipersonoridade ou timpanismo Pneumotórax: som timpânico 4) AUSCULTA Tórax despido Respirar com a boca entreaberta sem fazer ruído Face posterior, laterais e anterior Maneira simétrica Sons normais: som traqueal, brônquico, murmúrio vesicular, som broncovesicular. Sons anormais: o Descontínuos: estertores finos, estertores grossos o Contínuos: roncos, sibilos e estridor o Atrito pleural Sons vocais: broncofonia, egofonia, pectorilóquia fônica e afônica SOM TRAQUEAL Região de projeção da traqueia, no pescoço e na região esternal Passagem de ar na fenda glótica e na traqueia Componente inspiratório: ruído soproso (rude) Intervalo silencioso Componente expiratório: mais forte e prolongado SOM BRÔNQUICO Som traqueal na zona de projeção dos brônquios de maior calibre, face anterior do tórax e proximidades do esterno Componente expiratório menos intenso que o som traqueal Condensação pulmonar, atelectasia ou regiões próximas de cavernas superficiais MURMÚRIO VESICULAR Ruído ouvido na maior parte do tórax Turbulência de ar contra as bifurcações brônquicas e ao passar por cavidades de tamanhos diferentes (bronquíolos alvéolos) Componente inspiratório: mais intenso, duradouro e tonalidade mais alta Sem intervalo silencioso Componente expiratório: mais fraco, curto e tonalidade mais baixa Mais fraco e suave que o som brônquico Aumento do MV: Diminuição do MV: Aumento da fase expiratória: asma, enfisema MURMÚRIO VESICULAR Ruído ouvido na maior parte do tórax Turbulência de ar contra as bifurcações brônquicas e ao passar por cavidades de tamanhos diferentes (bronquíolos alvéolos) Componente inspiratório: mais intenso, duradouro e tonalidade mais alta Sem intervalo silencioso Componente expiratório: mais fraco, curto e tonalidade mais baixa Mais fraco e suave que o som brônquico Aumento do MV: respiração ampla, após esforço, crianças, pessoas magras, nas afecções unilaterais com o pulmão contralateral vicariante Diminuição do MV: pneumotórax, derrame ou espessamento pleural, enfisema pulmonar, diminuição da movimentação TX, obstrução VAS (espasmo ou edema de glote, obstrução da traqueia), oclusão parcial ou total de bronquiolos Aumento da fase expiratória: asma, enfisema SOM BRONCOVESICULAR Caracteristicasdo som brônquico com as do MV Inspiração e expiração: mesma intensidade e duração – um pouco mais fortes que no MV, mas ainda mais fracas do que o som brônquico Condensação pulmonar, atelectasia por compressão ou caverna 4.2 SONS ANORMAIS ESTERTORES FINOS Final da inspiração Frequência alta: agudos Curta duração Não se modificam com a tosse Atrito de cabelos ou velcro Presença de material exsudativo nos alvéolos ou alteração no tecido de suporte das paredes brônquicas PNM, congestão pulmonar, doenças intersticiais pulmonares ESTERTORES GROSSOS Inicio da inspiração durante toda a expiração Frequência baixa – grave Maior duração que os estertores finos Modificam-se com a tosse Abertura e fechamento de vias respiratórias contendo secreção e afrouxamento da estrutura de suporte das paredes brônquicas Bronquite crônica e bronquiectasias RONCOS Frequência baixa – grave Vibrações das paredes brônquicas quando há estreitamento (espasmo, edema da parede ou secreção) Asma brônquica, bronquites, bronquiectasias e obstruções localizadas Aparecem na inspiração como na expiração, mas predominam nesta última Fugazes e mutáveis SIBILOS Agudos Vibrações das paredes bronquiolares quando há estreitamento Inspirações e expiração Asma e bronquite Se localizados: neoplasia ou CE ESTRIDOR Semiosbtrução da laringe ou da traqueia Difteria, laringes agudas, câncer da laringe e estenose da traqueia SOPROS Grandes cavernas (brônquio de drenagem permeável) ATRITO PLEURAL Pleurite Ruído irregular, descontinuo Grave Mais intenso na inspiração Ranger de couro AUSCULTA DA VOZ Voz pronunciada e cochichada Trinta e três Ressonância vocal Normal: sons incompreensíveis – parênquima normal absorve os componentes sonoros Consolidação – transmissão é facilitada – Aumento da ressonância vocal ou broncofonia Atelectasia, espessamento ou derrames pleurais – diminui a ressonância vocal Pectorilóquia fônica: ouve com nitidez a voz falada Pectorilóquia afônica: ouve com nitidez a voz cochichada Ressonância vocal normal Ressonância vocal diminuída Ressonância vocal aumentada: o Broncofonia – ausculta-se a voz sem nitidez o Pectorilóquia fônica: ausculta-se a voz nitidamente o Pectorilóquia afônica: ausculta-se a voz mesmo se cochichada SÍNDROMES BRONCOPULMOMARES E PLEURAIS 1. SÍNDROME BRÔNQUICA Sintomas: tosse, dispneia Inspeção: dispneia, hiperinsuflação, tiragem Palpação: FTV normal ou diminuido Percussão: normal ou hipersonaridade Ausculta: MV diminuído com expiração prolongada, sibilos, poder haver roncos e estertores grossos Exemplos: asma, DPOC, BQT 2. SÍNDROME DE CONSOLIDAÇÃO PULMONAR Sintomas: tosse produtiva, dispneia, dor torácica. Inspeção: expansibilidade diminuída Palpação: expansibilidade diminuída e FTV aumentado Percussão: submacicez e macicez Ausculta: som brônquico, broncofonia, pectorilóquia, estertores finos Exemplos: pneumonia, infarto pulmonar, tuberculose 3. SÍNDROME DE ATELECTASIA Sintomas: dispneia, tosse seca Inspeção: retração hemitórax, tiragem Palpação: expansibilidade diminuída e FTV diminuído ou abolido Percussão: submacicez e macicez Ausculta: som broncovesicular, ressonância vocal diminuida Exemplos: neoplasias, CE 4. SÍNDROME DE HIPERAERAÇÃO PULMONAR Exemplos: enfisema Sintomas: dispneia Inspeção: expansibilidade diminuída, tórax em tonel Palpação: expansibilidade diminuída e FTV diminuído Percussão: normal no inicio, hipersonaridade com o avançar Ausculta: MV diminuído, fase expiratória prolongada, ressonância vocal diminuida 5. SÍNDROME PLEURÍTICA Exemplos: tuberculose, pneumonia, colagenose Sintomas: dor TX Inspeção: expansibilidade diminuída Palpação: expansibilidade diminuída e FTV diminuído Percussão: normal e submacicez Ausculta: atrito pleural 6. SÍNDROME DE DERRAME PLEURAL Exemplos: pneumonia, neoplasia, tuberculose Sintomas: dispneia, tosse, dor TX Inspeção: expansibilidade diminuída Palpação: expansibilidade diminuída e FTV abolido Percussão: macicez Ausculta: MV abolido 7. SÍNDROME DE PNEUMOTÓRAX Exemplos: trauma, blebs, tuberculose Sintomas: dispneia, dor TX Inspeção: normal, aumento EIC Palpação: expansibilidade diminuída e FTV diminuído Percussão: hipersonaridade ou timpânico Ausculta: MV diminuído
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