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Exame Físico - Sistema Respiratório DEFINIÇÕES: · Hematose = nutrientes; · Localização e morfologia: Região torácica; 3 Lobos direitos, 2 lobos esquerdos; · Funções: condução do ar para vias aéreas inferiores; proteção contra corpos estranhos, aquecimento, filtração e umidificação do ar inspirado. CICLO RESPIRATÓRIO · Inspiração: · Mov. voluntário; · Aumento do diâmetro da caixa torácica; · Diafragma contrai, e o ar entra; · O ar rico em 02 penetra nas VAS (boca, faringe e laringe); · Ocorre a hematose nas VAI (alvéolos), 02 penetra no sangue pelos capilares > veias pulmonares; • O sangue oxigenado percorre a · Expiração: · Mov. passivo; · Redução do diâmetro da caixa torácica; · Diafragma relaxa, e o ar sai; · Ar rico EM CO2 proveniente das artéria pulmonares capilares > alveolares; · O ar é liberado pelas VAS. MÚSCULOS RESPIRATÓRIOS ✓Principais: diafragma e intercostais; ✓Acessórios: escaleno, trapézio e esternocleidomastoideo. O estímulo respiratório vem do bulbo (SNC), e se propaga pelo nervo frênico. Ele ajusta a frequência e a profundidade de cada IR. BULBO - CENTRO RESPIRATÓRIO · A respiração é controlada automaticamente por um centro nervoso localizado no bulbo; · Desse centro partem os nervos que estimulam a contração dos músculos respiratórios (diafragma e intercostais). · Fatores que estimulam o bulbo: (Aumenta a FR) · Elevação da concentração de CO2 no sangue; · Diminuição da concentração de O2 no sangue; · Excesso de H + no sangue (acidez no sangue). · Fatores que inibem o bulbo: (Diminui a FR) · Diminuição da concentração de CO2 no sangue; · Elevação da concentração de O2 no sangue. · Déficit de H + no sangue (sangue alcalino). Controle dos Movimentos Respiratórios O centro respiratório(CR) pode ser inibido ou estimulado de acordo com três parâmetros: Acidose & Alcalose Valores de refer. da Gasometria Arterial *HIPERCAPNIA é o aumento do gás carbônico no sangue arterial que pode ser provocado por uma hipoventilação alveolar. *HIPOCAPNIA: diminuição de dióxido de carbono no sangue, onde ele se apresenta esp. na forma de ácido carbônico, provocado por uma hiperventilação alveolar. *HIPÓXIA: Ausência de oxigênio suficiente nos tecidos para manter as funções corporais. CO2 + H2O = H2CO3 = H+ + HCO3 SEGMENTOS DAS VAS ATUANTES NA RESPIRAÇÃO FARINGE: SEGMENTOS · Nasofaringe- controla a pressão aérea das membranas timpânicas; · Orofaringe- alojam as tonsilas, tecidos linfóides protetores contra infecções; · Laringofaringe- filtra, umedece e aquece o ar em direção das VAI. LARINGE: ÓRGÃO COM DUPLA FUNÇÃO. · Localizado acima da traqueia, onde a glândula tireoide repousa; · Possui epiglote e glote (segmento com função respiratória e digestiva). Semiologia Respiratória ENTREVISTA · QUEIXA PRINCIPAL Dor torácica, tosse, dispneia, expectoração ou hemoptise. *DISPNEIA: falta de ar e outros tipos de incômodos respiratórios. *HEMOPTISE: eliminação de sangue do trato respiratório pela tosse. · HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL Investigar em ordem cronológica (dias, meses, anos...) SINTOMATOLOGIA PULMONAR · Dor torácica: localização, duração, intensidade e tipos de dor - diferenciar entre problemas pulmonares e/ou cardíacos; · Tosse: reflexos aos estímulos irritantes na laringe, traqueia ou brônquios. Questionar tempo de início e frequência, se é dolorosa, seca ou produtiva; · Dispneia: dificuldade respiratória, questionar se é estática ou dinâmica, frequência; · Expectoração: cor (claro, amarelo, verde ou sanguinolento); odor; consistência e quantidade; · Hemoptise: sangramento nasal, (local ou proveniente do estômago ou pulmão) - vermelho vivo. · HISTÓRIA PREGRESSA Doenças respiratórias, alergias (rinite), imunização, internamentos e cirurgias prévias. · HISTÓRIA ATUAL Transmissão genética ou infecciosa - asma, fibrose cística, enfisema, DPOC, CA de pulmão, infecções respiratórias, tuberculose. · HISTÓRIA OCUPACIONAL Exposição produtos químicos, poeiras, sílica, poluição, vapor e fumaça (incluindo tabaco). · HÁBITOS DE VIDA História de fumo, bebidas alcoólicas e uso de drogas (lícitas e ilícitas). OBS> O tecido pulmonar não possui fibras álgicas. Assim, a dor de origem pulmonar advém da inflamação da pleura visceral. Exame Físico CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES - Iniciar do ápice em direção às bases, de um hemitórax (linha medioesternal - anterior/ linha medioespinhal - posterior) para o outro; - Despir o paciente até a cintura; - Tórax anterior: deitado em decúbito dorsal. - Tórax posterior: sentado com os braços cruzados anteriormente; · O tórax é examinado nas regiões anterior, laterais e posterior, sendo as regiões anterior e posterior divididas em superior, média e inferior. LINHAS E PONTOS DE REFERÊNCIA Inspeção ESTÁTICA -Na inspeção dinâmica, uma série de informações é identificada: frequência respiratória, sincronismo, alterações do ritmo, expansibilidade pulmonar, retrações inspiratórias e cornagem. *CORNAGEM: É um ruído respiratório intenso e contínuo, audível sem necessidade do estetoscópio. É decorrente de obstrução laríngea , por inflamações (laringite estridulosa, crupe, reação anafilática e edema de Rencke dos fumantes), ou presença de corpo estranho na via aérea superior. -Observar condições da pele (coloração, cicatrizes, lesões), pelos e sua distribuição, presença de circulação colateral, formato do tórax, abaulamentos e retrações. · Abaulamentos: Aumento do volume de um dos HT, como no derrame pleural, aneurisma de aorta, tumor de timo ou mediastino e hipertrofia do ventrículo direito. · Retrações: Restrição de um dos HT que corresponde às atelectasias. Tipos de tórax Observe a forma da caixa torácica, verificando desvios em seu alinhamento e se os diâmetros anteroposterior e laterolateral são semelhantes. Esses sinais identificam possíveis anomalias. · Chato: Diâmetro anteroposterior reduzido, mais comum em longilíneos, sem significado patológico. As escápulas sobressaem claramente no relevo torácico. · Tonel / barril: Aumento do diâmetro anteroposterior em consequência da insuflação excessiva dos pulmões, como no enfisema ou idosos sem doença pulmonar. · Cifoescoliótico: Combinação de uma alteração cifótica, com desvio lateral da coluna vertebral (escoliose). Pode ser congênito. Pode produzir restrição grave da expansão torácica, causando insuficiência respiratória. · Em sino / piriforme: A porção inferior torna-se alargada como a boca de um sino, lembrando um cone de base inferior. Aparece nas grandes hepatoesplenomegalias e na ascite volumosa. *ASCITE: ou barriga d'água, é o nome dado ao acúmulo anormal de líquidos dentro da cavidade peritoneal. · Em funil, escavado ou de sapateiro: Há uma depressão na porção inferior do esterno, ocorre a compressão do coração e dos grandes vasos podendo causar sopros. · Cariniforme, quilha de navio ou peito de pombo (pectus carinatum): Esterno se projeta para frente aumentando o diâmetro anteroposterior. Pode ser congênito ou adquirido. Normal; Tórax de barril; Cifoescoliótico; Pectus excavatum; Pectus carinatum. DINÂMICA # Alterações no ritmo e frequência Movimentos do tórax e do abdome · Torácica: Mulheres, decorrente da maior função dos músculos escaleno e esternocleidomastóideo; · Abdominal: Homens e crianças, maior ação do diafragma. Eupnéia: respiração sem esforço, com FR dentro dos parâmetros normais para a idade (FR normal); Apnéia: pausa respiratória com mais de 10 segundos de duração, em média; Taquipneia: aumento da FR, que pode ser fisiológica, como no exercício físico, ou não. Presente nas doenças pulmonares restritivas, dor torácica, distúrbios do diafragma e febre. Bradipnéia: diminuição da FR, que também pode ser fisiológica, como durante o sono; em atletas. Patologicamente está presente no coma diabético e na depressão do SNC. Ortopneia: dispneia de decúbito, que melhora na posição ortostática; Tropopnéia: dispneia relacionada com o decúbito lateral; Dispneia suspirosa: presença de suspirosseguidos, entre respirações normais. Evidência estados de ansiedade. Hiperpnéia - aumento da profundidade; é fisiológica após exercício intenso. Causas: ansiedade, acidose metabólica ou lesões neurológicas. O sincronismo pode ser observado quando o tórax e o abdome se elevam, na inspiração, e retraem-se, na expiração. No assincronismo respiratório , ocorre a retração abdominal durante a inspiração - Sinal de Hoover , o que evidencia a fadiga dos músculos acessórios da respiração e, sobretudo, do diafragma, (insuficiência respiratória, DPOC descompensada, muitas vezes associada à contração dos lábios). · Ritmo de Cheyne Stokes: Há uma dispneia periódica. Alternância de períodos de respiração profunda e apneia. Pode ocorrer na ICC, AVE, hipertensão intracraniana, lesão do centro respiratório e intoxicação morfina e barbitúricos. É normal em RN e idosos durante o sono.Sinal encontrado em pacientes com insuficiência ventricular esquerda; · Ritmo de Biot ou atáxico: movimentos respiratórios irregulares em frequência e amplitude, podendo haver períodos de apneia. Tem prognóstico ruim; pode ocorrer no coma, meningites, hematoma extradural e processos expansivos (neoplasias); · Respiração de Kussmaul: padrão respiratório profundo e trabalhoso (hiperventilação), sem pausa. Didaticamente ocorre em 4 fases: inspiração ruidosa, apnéia em inspiração, expiração ruidosa e apnéia em expiração. Associada à cetoacidose diabética e insuficiência renal; · Ritmo de Cantani: caracterizado por respiração rápida com aumento da frequência e amplitude. Esse ritmo é associado aos estados de acidose metabólica. Tiragem respiratória: quadro de dificuldade respiratória, decorrente da obstrução do trato respiratório (em decorrência da excessiva pressão negativa no interior da caixa torácica), desde as fossas nasais, até a traqueia. Os sintomas podem manifestar-se com estridor, retração de fúrcula esternal, retração intercostal e até cianose. Palpação # Visa avaliar a estrutura da parede torácica, a sua expansibilidade e a presença de frêmito toracovocal. · Estrutura - textura da pele, músculos, cartilagens e ossos; · Avalie, também, a sensibilidade tátil, térmica e dolorosa em cada hemitórax. EXPANSIBILIDADE TORÁCICA Normalmente é simétrica; avalia os movimentos respiratórios do ápice (Manobra de Ruault) e da base pulmonar separadamente. Ápice: Diminuição/ausência da mobilidade, de um ou de ambos os ápices pulmonares (pneumonias, pneumotórax, pleurites, processos cicatriciais). Base: Diminuição da expansão. · unilateral: derrame pleural, hepatoesplenomegalias; · bilateral: gravidez, ascite, obesidade grave e derrame pleural bilateral. # Observe se a movimentação das mãos acompanha as incursões respiratórias, com a mesma amplitude e nas duas direções. # Registre se a expansibilidade pulmonar é normal (profunda) ou diminuída, e se é simétrica ou assimétrica. # A diminuição da expansibilidade pode indicar pneumonia, pneumotórax ou derrame pleural. FRÊMITO TÓRACO VOCAL São as vibrações percebidas na parede torácica pela mão do examinador quando o paciente emite algum som. · Solicitar ao paciente que pronuncie a frase "trinta e três"; · Aumentado: consolidação dos espaços aéreos (pneumonia); · Diminuído/ausente: atelectasia, derrame pleural e pneumotórax. *ATELECTASIA: É o colapso do tecido pulmonar com perda de volume. # A intensidade do frêmito toracovocal pode sofrer variações fisiológicas, sendo menos intensa nas mulheres, devido ao timbre da voz, e nas pessoas com parede torácica espessa. Percussão Visa determinar se os tecidos subjacentes estão cheios de ar, líquido ou material sólido, além de estimar o tamanho de estruturas internas do tórax. Inicia pelo ápice pulmonar. Ao exame normal: O pulmão tem um som claro; na área de projeção do coração, fígado e baço é maciço; e no fundo do estômago (espaço de Traube) ocorre o timpanismo. TÉCNICA Posiciona seu dedo médio sobre a parede torácica do paciente e percute com o dedo médio da mão oposta. Alterações mais comuns: · Hipersonoridade: Percebe-se percussão mais clara. Aumento de nos alvéolos pulmonares (enfisema). Áreas ao redor de uma condensação ou acima de um derrame pleural. Uma nota de intensidade muito alta; tom mais alto; longa duração. Exemplos: DPOC; asma. · Submacicez e macicez: Diminuição ou ausência da sonoridade. Redução ou ausência de ar dentro dos alvéolos. Derrames ou espessamentos pleurais, condensação pulmonar (pneumonias, TBC, infarto pulmonar e neoplasias, hemotórax, empiema, tuberculose); · Timpanismo: Ar aprisionado no espaço pleural como no pneumotórax ou numa grande cavidade intrapulmonar (caverna tuberculosa). Intensidade alta; tom agudo; longa duração. · Macicez pétrea: intensidade suave; tom agudo; curta duração. Exemplo: derrame pleural extenso; Ausculta · Considerações: uso do estetoscópio; despir o paciente (só o tórax). Sons normais: · Som traqueal; · Som brônquico / Som broncovesicular; · Som respiratório ou murmúrio vesicular. · Ressonância vocal RUÍDOS ADVENTÍCIOS Sons anormais: · Contínuos: · Sibilos; · Roncos; · Estridor. · Descontínuos: · Crepitações / estalos / estertores; · Finos: mais tardios; · Grossos; · Atrito pleural. Sons normais · Som traqueal: Audível na região da traqueia, pescoço e região esternal. Na inspiração o ruído é soproso, mais ou menos rude, separado da expiração (mais forte e longo) por um curto intervalo silencioso. · Som brônquico: É o som traqueal audível na zona de projeção de brônquios de maior calibre, na face anterior do tórax, nas proximidades do externo. O componente expiratório é menos intenso. · Murmúrio vesicular: Audíveis na maior parte do tórax, corresponde ao som do ar passando por cavidades de tamanhos diferentes, como bronquíolos para alvéolos e vice-versa. Na inspiração é mais alto, intenso e duradouro do que na expiração. Não se percebe intervalo de silêncio entre inspiração e expiração. É mais forte na parte ântero-superior, nas axilas e nas regiões infra escapulares. É o som ouvido na periferia pulmonar durante a respiração não forçada. Ao contrário dos anteriores, ele é ouvido apenas durante a inspiração e no início da expiração. __________________________________ A diminuição dos sons respiratórios normais pode estar relacionada com o grau de obstrução das vias aéreas, em pacientes com DPOC ou em estado de mal asmático. Nos casos de derrames pleurais, devido à barreira criada entre o pulmão e o tórax, também é possível identificar a diminuição ou a abolição daqueles sons. Sons anormais contínuos · Sibilos: Presença de secreção / menor do diâmetro. Sons agudos de alta frequência, que surgem na inspiração e expiração; geralmente múltiplos e disseminados pelo tórax (asma e bronquite) ou localizados em uma região (neoplasia ou corpo estranho). Originam-se de vibrações das paredes bronquiolares e de seu conteúdo gasoso, e ocorrem tanto na inspiração, quanto na expiração. · Roncos: Presença de secreção em VAS. Sons graves, de baixa frequência, predominante na expiração, fugazes, mutáveis, surgindo e desaparecendo em curto período de tempo (asma brônquica, bronquites, bronquiectasias, obstruções localizadas). Originam-se nas vibrações das paredes brônquicas e do conteúdo gasoso, quando há estreitamento desses ductos, seja por espasmo ou edema da parede ou, principalmente, por secreções a ela aderidas. · Estridor: Sons de alta frequência decorrentes da oclusão ou sem oclusão da laringe ou traqueia (difteria, laringite aguda, câncer da laringe, estenose da traqueia e corpo estranho, indivíduos com edema de glote). *ESTENOSE: estreitamento traqueal, dificultando a passagem de ar aos pulmões, e em casos mais graves podendo gerar grave insuficiência respiratória (falta de ar) Sons anormais descontínuos (explosivos, intermitentes e de curta duração) - Creptos / estertores / estalos. Indicam secreção nas VAI # Os sons ou ruídos adventícios são alterações da ausculta normal. Quando identificados,devem ser descritos quanto a sua localização, cronologia e intensidade. · Finos: Audíveis no final da inspiração com frequência alta e de curta duração, não mudam com a tosse - pneumonia, congestão pulmonar na ICC esquerda e doenças pulmonares intersticiais. · Grossos: Frequência menor e de maior duração que os finos; sofrem alteração com a tosse; audíveis no fim da inspiração e em toda a expiração - bronquite crônica e bronquiectasia. *BRONQUIECTASIA: consiste na dilatação e destruição de brônquios de grosso calibre causada pela infecção e inflamação crônica. · Atrito pleural: Som irregular, de baixa frequência e maior duração, mais intenso na inspiração e nas regiões axilares inferiores, similar ao atrito de pano velho, causado inflamatório por ou processo neoplásico, onde ocorre fricção entre as pleuras parietal e visceral. Ranger de couro novo. PRINCIPAIS AFECÇÕES DO S.R. · Atelectasia; · Pneumonias; · Derrame pleura; · DPOC; · Enfisema pulmonar; · Bronquites; · Bronquiectasias.
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