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04 - Resumo THAU III Arquitetura do Metal

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1 
ARQUITETURA DO METAL 
Arquitetura e Urbanismo da Sociedade Industrial 
 
(arquitetura do metal) 
 
Ferro Fundido (cast iron ) 
 
Minério de ferro levado à fusão e lançado em moldes. Contém alto 
teor de impurezas devido ao processo de fundir o minério 
misturado ao combustível. 
 
• Combustível: originalmente carão vegetal (charcoal) – 
produzia menos fumaça, menos cinzas, menos impurezas. 
→ No final do século XVII, no entanto, devido à escassez de 
madeira e à prioridade dada à indústria naval, criou-se o 
estímulo ao uso de carvão mineral (até então evitado 
devido ao seu alto teor de impurezas prejudiciais à 
qualidade/resistência do ferro produzido). 
 
• 1707: Abraham Darby começou a produzir em Coalbrookdale 
(Shropshire) vasilhames, panelas e pregos de ferro fundido 
em moldes de areia (processo por ele patenteado); 
• 1709: A. Darby começou a utilizar o carvão mineral com baixo 
conteúdo de enxofre em seus fornos de fundição de ferro; 
→ As altas temperaturas atingidas nestes fornos 
garantiam grande fluidez ao ferro fundido, permitindo-
lhe preencher formas intrincadas/de pequenas 
dimensões. 
→ Defeito deste ferro: muito frágil devido ao alto teor de 
impurezas, principalmente fósforo (decorrente da alta 
temperatura de fusão). 
 
Na segunda metade do século XVIII houve grande evolução dos 
fornos aquecidos a coque (carvão) mineral), seu número multiplicou-
se: até o final do século, aproximadamente 80% da produção 
inglesa de ferro era feita neste tipo de fornos. 
 
Ferro Forjado (wrought iron ) 
 
Teor de carbono menor do que o do ferro fundido (ferro forjado 
menos de 0,1%, ferro fundido aproximadamente 3%) → ferro 
forjado é mais flexível/menos frágil, é 3x mais resistente à tração 
que o ferro fundido, resistência à compressão são equivalentes. 
 
• 1784: Henry Cort patenteia método de produção de ferro 
forjado – “ pudelagem” 
→ Ferro fundido é refundido e na refusão oxigenado 
mediante movimentação da massa em fusão; 
→ Oxigenação reduz teor de carbono, permitindo separação 
dos corpos de ferro puro, de ponto de fusão mais alto, 
das impurezas; 
→ Esferas de aproximadamente 40kg eram removidas dos 
fornos e colocadas em prensas ou martelos hidráulicos 
para remoção da escória fundida e da produção de 
barras de ferro (“forjado”). 
 
Processo de Cort permitiu produção econômica do ferro forjado, 
na forma de barras e chapas. (Elliott, C.D., pag. 80) 
 
Com a Rolling machine (1784) ele conseguia produzir em uma hora 
a mesma quantidade de ferro forjado que se produzia em 2 
semanas anteriormente. 
 
 
Imagem retirada do slide do professor 
 
Aço (steel ) 
 
Liga de ferro e carbono: teor de carbono até 0,15% corresponde 
à baixa dureza, entre 0,15% e 0,30% corresponde à medida 
dureza, a partir daí é classificado como aço de alta dureza. Máximo 
teor de carbono admissível: 2% (Wordsworth Dictionary of 
Science & Technology). 
 
 
 
2 
Originalmente produzido em 3 etapas: 
 
1. Ferro fundido: teor de carbono entre 2 e 4,5%; 
2. Ferro forjado: teor de carbono ≤ 0,1%; 
3. Aço: por meio da adição de carbono ao ferro forjado levado 
à fusão. 
 
Tal processo era muito caro (alto consumo energético), o que 
tornava o aço um produto pouco usado (só em objetos onde metal 
de alta resistência era imprescindível, como por exemplo na 
cutelaria. 
 
• 1855: Henry Bessemer obtém patente para a fabricação de 
aço mediante injeção de ar em ferro em estado de fusão; 
• 1856: H. Bessemer patenteia seu conversor para fabricação 
de aço mediante injeção de ar em ferro em estado de fusão. 
 
• 1879: Define-se processo que resolve 2 problemas do 
processo original de Bessemer – excesso de oxigênio e 
fósforo. 
→ Excesso de oxigênio resolvido pela adição de spiegeleisen 
(manganês + carbono + ferro) de Robert Forester 
Mushet à massa de ferro fundente (manganês 
combinava-se com oxigênio, aumentando o teor de 
carbono da massa fundente). 
→ Execesso de fósforo resolvido por Sidney Gilchrist 
Thomas e Percy Gilchrist em trabalho conjunto, que 
desenvolveram revestimentos alcalinos das paredes 
internas do conversos, que tinham capacidade de 
remover o fósforo; 
 
Ficou conhecido como processo Bessemer-Mushet-Thomas-
Gilchrist; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Imagens retiradas do slide do professor 
 
A indústria desse moinho pegou fogo, assim como acontecia com 
diversas indústrias nessa época, e passaram a buscar soluções 
construtivas visando evitar que tais incêndios destruíssem tudo. 
 
O uso do metal (ferro) nas edificações 
 
Típica fábrica têxtil do final do século XVIII: 
• 5/6 pavimentos de altura; 
• Grossas paredes envoltórias de alvenaria; 
• Pisos de madeira apoiados sobre vigas também de madeira; 
• Largura total do prédio em torno de 8,50m, extensão por 
volta de 36m; 
• Largura interna total dividida em 2 ou 3 vãos menores por 
linhas de pilares/colunas; 
• Pisos de madeira, lampiões, retalhos de panos e máquinas 
engraxadas tornavam tais prédios presas fáceis de 
incêndios; 
→ As altas taxas de seguros exigidas levaram seus 
proprietários a explorar possibilidades de construção 
metálica. 
 
 
 
3 
Em 1792, William Strutt construiu em Derbyshire um cotonifício 
para malharia de seu pai, no qual se empregaram pela primeira vez 
colunas de ferro fundido que dividiam o vão interno dos 5 primeiros 
prisos em 3 vãos de aproximadamente 2,70m. 
• O 6° piso tinha vão total liberado porque a cobertura apoiava-
se sobre treliças de madeira capazes de vencer aquele vão. 
 
O mesmo Strutt construiu na mesma época em Milford um 
depósito de 4 pavimentos, com técnica similar à do cotonifício: 
• Partes expostas das vigas de madeira eram protegidas por 
placas de gesso e pisos feitos de abóbadas de tijolos 
cerâmicos niveladas com areia (para receber o piso 
propriamente dito); cunhas de madeira fixas às bases das 
vigas de madeira serviam de base/ arranque/apoio para 
estas abóbadas; 
• Colunas de ferro fundido de pavimentos contíguos eram 
solidarizadas por barras metálicas que atravessavam vigas 
de madeira ligando o topo da coluna do pavimento inferior 
com a base da coluna do pavimento superior; 
• Tirantes metálicos horizontais fixos justamente na transição 
entre 2 colunas contíguas garantiam contraventamento 
lateral; 
• Colunas metálicas permaneciam expostas/sem qualquer tipo 
de revestimento de proteção ao fogo. (ELLIOTT, pág. 70) 
 
 
Imagem retirada do slide do professor 
 
• Fiação de Shrewsbury, próxima a Manchester, Charles Bage 
(1796-1797): 
→ Exemplo pioneiro em que a madeira foi completamente 
suprimida da construção, inclusive das esquadrias; 
→ Vigas feitas de placas metálicas verticais de 
aproximadamente 27,5cm de altura, vencendo 4 vãos de 
aproximadamente 2,85m; 
→ Vigas feitas em 2 segmentos rebitados junto à linha de 
pilares centrais; 
→ Vigas tinham alargamento em sua base – chegavam a 
aproximadamente 12,5cm de largura; 
→ Sustentação do piso feita da mesma forma acima 
descrita. 
 
 
Imagem retirada do slide do professor 
 
Vinte anos depois, construíam-se estruturas portantes metálicas 
em que a área de influência de uma única coluna/de uma única 
viga havia dobrado 
 
 
Redução da relação área construída/quantidade de ferro 
consumido = otimização no aproveitamento do material 
 
 
Aumento na flexibilidade funcional/liberdade de ocupação dos 
pisos industriais (ampliação dos vãos-livres = redução dos 
obstáculos representados por colunas e pilares) 
 
 
Impulso na difusão do uso do metal na construção industrial 
(significativa redução do efeito limitador até então exercido pelo 
preço do ferro na adoção desta alternativa técnica) 
 
• Fábrica de Chocolates Menier, Jules Saulnier (1871-1872) – 
Noisieel, França 
→ Necessidade de reduzir peso próprio do edifício 
(fundações) levou à solução técnico-construtiva: 
esqueleto metálico rigidizado por peças diagonais 
preenchidopor tijolados furados, painéis de 
fechamento de tijolos revestidos por cerâmica 
esmaltada de cores variadas. 
→ Carga dos pavimentos assim construídos 
transmitida aos pilares de alvenaria por meio de 
vigas metálicas de seção tubular; 
 
4 
 
 
 
Imagens retiradas do slide do professor 
 
Pontes Metálicas 
 
• Primeira ponte metálica da história: ponte sobre o rio Severn 
em Coalbrookdale, Abraham Darby III e John Wikinson (1779) 
– vão de 30m, feita de ferro fundido 
→ Construída para facilitar o acesso dos operários e dos 
veículos à fundição de Darby por sobre o Rio Severn. 
→ 2 arcos de ferro fundido, cada um pesando 
aproximadamente 6 toneladas, vencem o vão; 
→ Peso total do ferro empregado na ponte: 
aproximadamente 380 toneladas; 
→ Nervuras principais, de 21m de comprimento, fundidas 
em moldes de areia a céu aberto, sobre os quais foi 
vertido o ferro diretamente de altos fornos; 
→ “Carpintaria metálica”: no início, metal era utilizado como 
se fosse madeira (transferência tecnológica); 
 
 
 
 
Imagens retiradas do slide do professor 
 
• Ponte suspensa sobre o estreito de Menai, junto a Bangor 
(País de Gales), Thomas Telford (1818-1826) – vão de 175m; 
→ Material: 16 correntes de ferro fundido, cada uma feita 
de 2538 elos e 521m de comprimento; 
→ Quantidade total de ferro: 2200 toneladas; 
→ Tabuleiro original de madeira foi substituído em 1893 por 
ferro; 
→ Correntes de ferro foram substituídas em 1940 por 
correntes de aço; 
 
 
 
 
Imagens retiradas do slide do professor 
 
• Clifton Bridge, Bristol (Reino Unido), Isambard Kingdom Brunel 
(1864) – vão de 214m e aproximadamente 100m acima da 
lâmina d’água (sobre o rio Avon); 
→ Ponte suspensa por correntes de ferro forjado (as 
atuais foram tiradas da Hungerford Bridge, no Tâmisa); 
→ Pilões não são idênticos; 
→ Correntes estão apoiadas sobre roldanas, para poderem 
movimentar-se independentemente entre si; 
 
 
5 
 
 
 
Imagens retiradas do slide do professor 
 
• Viaduto de Garabit, Gustave Eiffel (1882-1884) – extensão: 
565m, vão de 165m; 
→ Ferro forjado; 
 
 
Imagem retiradas do slide do professor 
 
Estações Ferroviárias 
 
• Estação de Crown Street, em Liverpool, considerada a 
primeira da história (1830) – projeto atribuído a George 
Stephenson; 
→ Por ser (na época) muito afastada do centro de Liverpool, 
6 anos depois foi substituída por uma nova construída no 
centro, passando a ser utilizada apenas como terminal de 
carga; 
 
• Euston Station, primeira estação da cidade de Londres (1837) 
→ Colunas metálicas para sustentar a cobertura: ferro 
fundido; 
→ Elementos esbeltos: ferro forjado; 
→ A fachada de ligação da estação com a cidade com estilo 
do passado era considerada nobre; 
 
 
Alamy Stock Photo 
 
 
 
 
Imagens retiradas do slide do professor 
 
• King Cross Station, Lewis Cubitt (1851-1852), Londres; 
→ Era vitoriana; 
→ Arcos de madeira apoiados em mísulas de ferro forjado 
fixas às paredes de alvenaria; 
→ Vão livre destes arcos: aproximadamente 31m; 
 
 
 
6 
 
 
Imagens retiradas do slide do professor 
 
 
Alamy Stock Photo 
 
• St. Pancras Station, Londres, William Henry Barlow e 
Rowland M. Ordish (1863-1865); 
→ Vão livre 73m; 
→ Extensão da área coberta das plataformas de embarque: 
210m; 
→ Altura máxima da cobertura (interna): 30m; 
→ Ferro forjado; 
→ Estas dimensões mantiveram-se insuperadas até 1889, 
com Galerie des Machines; 
→ Os arcos metálicos arrancavam do chão, ao qual estavam 
ligados rigidamente, transmitindo-lhe diretamente aos 
empuxos sem construções intermediarias (ao contrário 
das estruturas similares da época, que utilizavam apoios 
articulados – roletes, pivôs, articulações); 
 
 
Imagem retirada do slide do professor 
Estufas 
 
Existiam desde o século XVII. 
 
Inicialmente evitou-se o uso do ferro devido à sua alta condutividade 
térmica e resultante condensação de água em sua superfície. 
 
Soluções técnico-construtivas aqui desenvolvidas foram 
transferidas para as galerias comerciais/passagens cobertas, 
cujos vãos modestos não representavam problemas maiores para 
concepção e execução dos subsistemas portantes. 
 
• Estufa dos jardins de Chatsworth, Derbyshire, Joseph 
Paxton (1836-1841) – The great conservatory 
→ 85m de extensão, 38m de largura e 20m de altura; 
→ Nave central apoiada em colunas de ferro fundido + 
naves laterais; 
→ De ferro fundido eram apenas as colunas e uma galeria 
que circundava a nave central; 
→ Demais elementos de estrutura eram treliças de madeira 
laminada; 
→ Perfis metálicos da pele de fechamento feitos em fresas 
movidas a vapor desenvolvidos por Paxton; 
→ Cobertura feita de módulos de 2 águas em espinha de 
peixe – as 2 águas permitiam a entrada dos raios de sol 
quando este estava inclinado (manhãs e tardes), 
amenizando-os nas horas do dia de sol alto (mesmo 
recurso foi utilizado posteriormente no Crystal Palace). 
 
 
Imagem retirada do slide do professor 
 
• Estufa de Palmeiras do Jardim Botânico Real de Kew (Surrey 
– sudoeste de Londres, junto ao Tâmisa), Decimus Burton e 
Richard Turner (1844-1848) 
→ De ferro fundido eram apenas as colunas e uma galeria 
que circundava a nave central; 
→ Demais elementos da estrutura eram treliças de madeira 
laminada; 
→ Alimentação de carvão das caldeiras de aquecimento 
feita por vagonetas circundando em túnel sob a estufa; 
 
7 
 
 
 
 
 
 
 
Imagens retiradas do slide do professor 
 
→ Temperatura mantida permanentemente em 27°C por meio 
de tubos alimentados de água quente fornecida por 12 
caldeiras; 
→ Colunas de seção oca e calhas coletoras junto à base de 
pedra conduziam águas pluviais a um reservatório 
subterrâneo; 
→ Exaustão da fumaça e alimentação das caldeiras com água e 
carvão (este último em vagonetas sobre trilhos) feitas 
através de túnel ligado à chaminé e à caixa d’água colocadas 
visualmente separadas da estufa e compostas à maneira de 
um campanário; 
 
 
Imagem retirada do slide do professor 
 
Exposições Universais 
 
O conceito das exposições universais vem do século XVII, quando se 
buscava uma vitrine para os produtos da indústria e do comércio. 
 
Pensava-se, além disso, que tais eventos fortaleceriam a unidade 
e a fraternidade entre as nações, além do livre comércio. Outro 
aspecto importante deste esforço conjunto era uma crença 
partilhada por todos na capacidade técnica ilimitada da humanidade. 
 
Tais eventos, pela quantidade de pessoas que a eles acorriam e 
pela sua provisoriedade, eram oportunidades ímpares para a 
aplicação de novos materiais e técnicas construtivas e para a 
busca de formas rápidas de montagem e desmontagem dos 
edifícios. 
 
A primeira destas exposições foi a de 1851, em Londres, onde o 
papel da vitrine foi desempenhado pelo Crystal Palace; 95 países 
participaram desta exposição. 
 
A exposição de 1851, em Londres, teve 6 milhões de visitantes, a 
de Paris em 1900 teve 48 milhões de visitantes. (Architectural 
competitions, vol. 1, pag. 143). 
 
 
 
 
8 
Pavilhão da Primeira Exposição Universal (Londres, 1851) 
 
Em março de 1850 foi lançado um concurso internacional para o 
projeto de um pavilhão para a exposição universal. Faziam parte 
da comissão julgadora, entre outros: Charles Barry, Robert 
Stephenson e Isambard Kingdom Brunel (arquitetos e engenheiros). 
 
245 projetos foram submetidos, mas a comissão decidiu não 
adotar nenhum dos projetos e elaborar um projeto próprio. 
 
Neste momento, Paxton decidiu elaborar um projeto, depois de 
receber a informação de um dos membros da comissão julgadora 
que outros projetos poderiam ser eventualmente examinados. Seu 
projeto original para o Crystal Palace era um volume plano com 
cobertura de ferro e vidro. 
 
Charles Barry forçou a adoção da abóbada central, sob a ameaça 
de abandonar a comissão caso não se atenuasse o despojamento/ 
a pobreza formaldo projeto. 
 
O projeto definitivo foi aceito em 26 de julho de 1850 e em 7 
semanas o projeto executivo estava concluído. Em 26 de setembro 
colocou-se a primeira coluna de ferro fundido no local. 
 
• Crystal Palace, Joseph Paxton, 1851 
→ Abóbada central permitiu que fossem preservadas, 
dentro da construção, árvores que havia no local – 
origem da arquitetura nas estufas de plantas, ficou, 
assim, patente; 
 
 
Imagem retirada do slide do professor 
 
→ Extensão total: aprox.. 563m; 
→ Largura total: aprox.. 124m; 
→ Altura máxima na nave principal: aprox.. 33m; 
→ Área de vidro da abóbada: aprox.. 83.000m²; 
→ Área total construída: aprox.. 70.000m² (7ha); 
→ Todo edifício projetado sobre uma reticula modulada em 
aproximadamente 7,30m – esta modulação regulou o 
dimensionamento dos elementos construtivos; 
 
 
 
Imagem retirada do slide do professor 
 
→ Alas laterais, tanto no corpo longitudinal quanto no 
transversal, têm 3 pavimentos escalonados (recuam 
progressivamente); 
 
 
Imagem retirada do slide do professor 
 
→ Elementos construtivos produzidos industrialmente/em 
grandes séries; 
→ Colunas ocas de ferro fundido sustentavam vigas 
treliçadas e funcionavam como tubos de queda pluviais; 
→ Paredes eram feitas de madeira e vidro; 
→ Abóbada que cobria a nave principal era feita de arcos 
de madeira e foi modulada a partir da maior lâmina de 
vidro que se podia produzir na época (1,20 x 0,25 – 
lâminas produzidas pela planificação de cilindros soprados 
artesanalmente); 
 
 
Imagem retirada do slide do professor 
 
9 
→ Conceito construtivo desta cobertura idêntico à estufa 
de Chatsworth: módulos de duas águas com perfis de 
fixação das lâminas dispostos em espinha de peixe; 
→ Indústria responsável pelo vidro foi a mesma que havia 
fornecido os vidros da estufa de Chatsworth, produzidos 
com processo novo para a época; 
 
 
 
Imagem retirada do slide do professor 
 
→ Consumiram-se aproximadamente 3.500 toneladas de ferro 
fundido para colunas de seção oca e vigas treliçadas de 
pequenos vãos maiores; 
→ Indústria responsável pelas peças metálicas era fornecedora 
das ferrovias; 
→ Fundações de concreto; 
→ Fundamental para viabilização do projeto de Paxton foi a 
rapidez com que ele acionou seus contatos nas indústrias do 
ferro e do vidro da época para que estas se pusessem em 
condições de fornecer-lhe os elementos construtivos 
necessários à execução – algo que ele fez no momento em 
que lançou o projeto; 
→ A montagem do edifício (inclusive envidraçamento da 
abóbada) durou 4 meses; 
→ Confiabilidade/estabilidade da construção testada antes da 
abertura da exposição fazendo marcharem soldados e 
rolarem bolas de canhão pelas galerias onde o público iria 
circular (Elliott, pag. 101); 
→ O Crystal Palace teve sérios problemas de condicionamento/ 
climatização devido ao excesso de luz/sol, o que levou à 
adoção de sombreamento (toldos, etc) em certas áreas do 
pavilhão; 
→ Pavilhões posteriores reduziram áreas envidraçadas, 
limitando-se a janelas de clerestório e outros planos verticais; 
 
Expo de Paris, 1889 
 
Exposição em comemoração ao centenário da Revolução Francesa, 
teve mais de 32 milhões de visitantes. 
 
 
Imagem retirada do slide do professor 
 
A ideia de construir o primeiro monumento de 1000 pés de altura 
por ocasião da Exposição de 89 de Paris partiu de dois engenheiros: 
Emile Nougier e Maurice Koechlin, ambos empregados no escritório 
de engenharia de Eiffel, já na época um engenheiro de renome. 
Esboços iniciais destes 2 engenheiros são bastante similares à 
torre executada. 
 
Inicialmente, Eiffel foi cético em relação à ideia da torre, só a 
aceitou de fato depois que os 2 engenheiros, junto com o arquiteto 
Stephen Sauvestre (responsável pela decoração da torre) 
concluíram os planos iniciais. Foi apresentada ao ministro do 
comércio na época, que prontamente aceitou-a. 
 
 
Imagem retirada do slide do professor 
 
Lançou-se, então, um concurso para o projeto de parque de 
exposições e de uma torre de 300m de altura. O prazo 
estabelecido para a entrega dos trabalhos – 17 dias – foi definido 
para garantir que o projeto de Eiffel, já pronto, fosse o vencedor. 
 
• Torre Eiffel: 
→ Forma da torre: curvatura das 4 costelas que lhe 
definem a silhueta – definida considerando efeitos do 
vento; 
→ A mesma preocupação amparou a decisão pelo material 
vazado (reduzir a resistência do vento); 
 
10 
→ O primeiro princípio de estética arquitetônica prescreve 
que as linhas essenciais de um monumento devem 
adequar-se perfeitamente à sua destinação; 
 
 
Imagem retirada do slide do professor 
 
→ Superestrutura metálica assenta sobre 4 sapatas de 
concreto maciço de aproximadamente 2,10m de 
espessura, as sapatas mais próximas ao Sena estão 
aproximadamente 8m mais baixas do que as mais 
afastadas; 
→ Sobre cada uma delas estão construídos pilares de 
aproximadamente 7,5 x 7,5m solidarizados entre si por 
barras de ferro forjado de aproximadamente 10cm; 
→ 7.300 toneladas de aço/ferro consumidas na torre; 
 
 
Imagem retirada do slide do professor 
 
• Galeria das Máquinas, arquiteto Charles Dutert e engenheiro 
Victor Contamin. 
→ Extensão: 420m; 
→ Largura/vão-livre: 115m; 
→ Altura máxima dos arcos: 43m; 
→ Arcos de seção oca executados de chapas e cantoneiras 
de ferro forjado rebitados; 
→ Largura total, incluindo espessura das chapas: 
aproximadamente 40cm; 
→ Ponte rolante percorria toda a extensão do pavilhão, 
acima dos stands de exposição, oferecendo aos 
visitantes a possibilidade de uma visão panorâmica do 
conjunto; 
→ Arcos são concebidos como treliças triarticuladas: 
articulações eram roletes de aço, junto aos arranques 
com diâmetro de 35cm, no topo 50cm; 
→ Pele de cobertura do pavilhão de vidro branco com 
desenhos azulados; 
 
 
 
 
 
 
Imagens retiradas do slide do professor 
 
Consumo de Massa 
 
Galerias Comerciais 
 
Primeiros casos de agrupamento de pequenas lojas de passagens 
cobertas por estruturas de metal e vidro datam do final do século 
XVIII em Paris (por volta de 1770). Já aqui se pode falar deste novo 
tipo de espaço arquitetônico-urbano característico da Revolução 
 
11 
Industrial (MIGNOT, pag. 238). Intensificação da atividade comercial 
dentro da cidade. 
 
Pelos anos 20 do século XIX o tipo já estava a bastante difundido, 
sendo dessa época a adoção da designação “galeria”, ao invés de 
“passagem” – sinal do crescente interesse e cuidado com que 
estes espaços são projetados e decorados. 
 
Passagens/galerias foram um meio de estender/multiplicar a 
superfície de contato entre rua e espaços comerciais. A adoção 
de iluminação a gás (exemplo precursor é de 1817, em Paris) 
reforçou ainda mais este efeito multiplicador das fachadas 
comerciais (MIGNOT, pag. 218-241). 
 
• Galeria Vittorio Emanuele, Milão 1875: construída junto como 
parte de um programa de remodelação da praça da catedral 
de Milão. 
→ Nave principal da galeria tem 200m de extensão, ligando 
a praça da catedral com a praça do Scalla (casa de 
ópera); 
→ Cúpula octogonal coroa o cruzamento das 2 naves que 
constituem a galeria; 
→ Altura aproximada das abóbadas: 30m; 
→ Vão das abóbadas: 14,5m; 
→ Estrutura: ferro forjado; 
 
 
 
 
Imagens retiradas do slide do professor 
 
• Galeria Umberto I, Emanuele Rocco, Nápoles, 1887-1890 
→ Modelo: Gal Vittorio Emanuele, Milão; 
→ Partido cruciforme e a grande cúpula; 
 
 
 
 
Imagens retiradas do slide do professor 
 
Lojas de Departamento 
 
• Au Bon Marché, Louis Charles Boileau – Paris, 1869-1872 
→ Tipo de “loja de departamentos” que surgiu na França; 
→ Edifício existe até hoje, tendo sua fachada sido revestida 
com pedra nos anos 1920; 
→ Pátio coberto; 
→ Espaço articulador: o grande hall de entrada 
 
 
 
 
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Imagens retiradas do slide do professor 
 
Mercados 
 
• Les Halles Centralesde Paris, Victor Baltard, 1851-1858 
→ Um projeto em alvenaria com aparência de fortaleza, do 
mesmo Baltard, deveria ter sido construído no loca, tendo 
sua execução chegado a iniciar; 
→ Haussmann vetou-o, exigindo que se construísse algo 
aproveitando técnicas/materiais modernos para a época 
– ou seja, metal: “Somente me são úteis vastos guarda-
chuvas, nada mais.” (Benevolo, Hist. da arq. moderna, pag. 
126); 
→ Área total de 9 ha: 12 quarteirões em 2 alas de 6, cada 
um deles coberto por um dos “guarda-chuvas” de 
Haussmann; ruas entre quarteirões igualmente cobertas; 
→ Construção essencialmente de ferro fundido e vidro, 
apenas uma base e partes inferiores da construção 
eram de alvenaria; 
→ Colunas esbeltas de ferro fundido funcionavam também 
como tubos de queda pluviais; 
→ Considerado o precursor dos pavilhões de marcado 
modernos, construídos para atender grandes 
populações/multidões; 
→ A solução técnico-construtiva adotada para Les Halles 
garantia, pela sua leveza, ventilação e iluminação 
necessárias (Elliott, pag. 74); 
→ Demolição ocorreu entre 1971 e 1973, e 2 pavilhões 
foram remontados: um integralmente (em Nogent-sur-
Marne, para abrigrar uma casa de espetáculos – Pavillon 
Baltard) e o outro, apenas parcialmente (em Yokohama, 
no Japão); 
 
 
Imagem retirada do slide do professor

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