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Anestesiologia veterinária - Anestésicos dissociativos

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Anestesiologia Veterinária 
Anestesia dissociativa 
Introdução 
Os anestésicos dissociativos são 
derivados da fenciclidina, que produzem um 
denominado estado de “anestesia 
dissociativa”, que se caracteriza pela 
dissociação dos sistemas talamocortical e 
límbico, causando uma alteração no estado 
de consciência. 
Os anestésicos dissociativos atuam 
sobre os receptores NMDA, 
opioides, monoaminérgicos e muscarínicos. 
Além disso, interagem com os canais de 
cálcio regulados por voltagem. 
Os principais derivados da 
fenciclidina são a cetamina e a tiletamina, 
são antagonistas não competitivos no 
receptor NMDA. Ligam-se ao sítio de 
ligação da fenciclidina, o que impede a 
ligação do glutamato, um neurotransmissor 
excitatório. 
Estes anestésicos são bastante 
versáteis por três principais motivos; 
o Podem ser utilizados por via 
intramuscular 
o Promove analgesia 
o Possui janela terapêutica bem ampla 
Em animais agressivos e selvagens o 
uso da anestesia dissociativa é a melhor 
alternativa, pois pode ser aplicada de forma 
intramuscular, sem necessidade de 
contenção do animal. 
Mecanismos de ação 
 O principal neurotransmissor 
excitatório do sistema nervoso central é o 
glutamato, atuando principalmente nos 
receptores NMDA que estão presentes em 
mais de 80% dos neurônios, a ativação 
desses receptores promove excitação. 
 Os anestésicos dissociativos atuam 
nos receptores NMDA de forma não 
competitiva com o glutamato, ocorrendo 
depressão do córtex cerebral (inibindo 
SNC), inibindo estímulos como; 
o Dor 
o Tato 
o Temperatura e visão 
Exceto o olfato. 
 Todavia, os anestésicos dissociativos 
inibem a recaptação de catecolaminas, desta 
forma, o bloquei dos receptores NMDA e o 
bloquei da recaptação de serotonina 
estimula o sistema límbico, relacionado a; 
o Emoções 
o Memórias 
o Sonhos 
o Sensações de prazer 
 
Desta maneira, o animal está em estado 
não responsivo (anestesia), porém não está 
em estado de hipnose, desta maneira, os 
anestésicos dissociativos não podem ser 
caracterizados como anestésicos gerais. 
Estes fármacos também bloqueiam os 
receptores muscarínicos (conferindo 
analgesia especialmente somática), ativando 
sistema simpático e inibindo o 
parassimpático (utilizado por humanos de 
forma recreativa e ilícita). 
Efeitos clínicos 
 No sistema nervoso central ocorre 
o aumento do fluxo cerebral, seguido de 
vasodilatação que culmina em aumento da 
pressão intracraniana (podendo causar 
convulsões pós anestésicas). 
 Os reflexos protetores são 
mantidos, como o óculo palpebral e o 
laringotraqueal, também há rotação do 
globo ocular e nistagmo. 
 No sistema cardiovascular irá causar 
taquicardia, hipertensão e aumento do 
débito cardíaco, porém o volume sistólico 
irá diminuir, não sendo indicado para 
cardiopatas. 
 No sistema respiratório ocorrem 
alterações na frequência respiratória, 
possuindo tempo inspiratório maior e 
expiratória menor (respiração apneustica), 
ocorrendo o aumento das secreções 
respiratórias. 
 No sistema muscular, esses 
fármacos promovem rigidez, gerando 
movimentos involuntários, por isso, sempre 
devem ser associados a um relaxante 
muscular, podendo ser um agonista alfa2-
adrenérgico ou um benzodiazepínico. 
 Ocorre ainda o aumento da pressão 
intraocular, possuem efeito anti-inflamatório 
reduzindo as histaminas. 
Uso clínico 
 Além do uso como analgésico, 
também pode ser a base da anestésica, 
sendo o animal mantido em anestesia 
dissociativa para procedimento clínicos e 
cirurgias rápida, como a orquiectomia e a 
dermorrafia. Não viabiliza acesso a cavidade 
 Pode ser utilizado como indutor 
para uma anestesia inalatória. 
 A metabolização da cetamina 
ocorre no fígado e produz um pró-fármaco 
com 1/3 da ação da mesma, a nocetamina. 
A recuperação em gatos é mais lenta pela 
incapacidade dos felinos de quebrar a 
nocetamina, excretando a nocetamina 
intacta. 
 
Fonte; 
https://www.youtube.com/watch?v=5wC0lWecoLM&t=2s

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