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EXCELENTÍSSIMO JUÍZO DE DIREITO DA JUSTIÇA FEDERAL
Juarez, nacionalidade, estado civil, profissão, portador (a) do documento de identidade sob o n.º... e CPF sob o n.º..., e-mail..., residente e domiciliado (a) na Rua..., Bairro..., Cidade..., Estado..., vem a presença de Vossa Excelência propor a presente
AÇÃO declaratória CUMULADA COM REPETIÇÃO DE INDÉBITO
em face do ESTADO de Goiás, pessoa jurídica de direito público, inscrito no CNPJ n. ..., na pessoa do seu representante legal, com sede na Rua..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., pelas razões a seguir expostas:
1. FATOS
Juarez aposentou-se no serviço público federal em 15/05/2016. Três anos depois, foi acometido de neoplasia maligna, conforme atestado em laudo pericial, datado de 05/09/2019 e proferido por médico especialista em oncologia do Hospital Vita.
Em razão deste diagnóstico e de posse do laudo médico, Juarez protocolou, junto ao órgão em que trabalhava, ou seja, junto a sua fonte pagadora, pedido de concessão do benefício de isenção do imposto de renda relativamente aos seus proventos de aposentadoria. O pedido foi negado, sob o argumento de que o laudo pericial apresentado não fora emitido por serviço médico oficial da União. Juarez submeteu-se, então, a perícia feita por junta médica oficial da repartição pública que lhe concedera a aposentadoria. Após análise dos documentos apresentados e realização de exame físico, foi emitido laudo, datado de 06/02/2019, atestando ser o interessado realmente portador da alegada debilidade.
Com o laudo pericial comprovador da moléstia, emitdo por serviço médico oficial da União, Juarez protocolou, perante sua fonte pagadora, em 15/02/2019, novo pedido de reconhecimento da isenção. Transcorrido mais de um ano, a fonte pagadora continua procedendo aos descontos do imposto de renda incidente sobre os proventos da aposentadoria de Juarez, que, inconformado, procurou auxílio de profissional da advocacia.
2. FUNDAMENTAÇÃO DE MÉRITO
 Segundo o art. 6.°, inciso XIV, da Lei n.° 7.713/1988, com a redação dada pela Lei n.° 11.052/2004:
 
"Ficam isentos do imposto de renda os seguintes rendimentos percebidos por pessoas físicas: (...)
XIV - os proventos de aposentadoria ou reforma motivada por acidente em serviço e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma;
(...)"
Destaca-se que nos casos de isenção elencados no artigo 6º, inciso XIV, da Lei 7.713/1988, em razão da sua perda salarial, com remédios, tratamento médico especializado e exames periódicos, a isenção deve ser deferida a toda situação em que caracterizadas as patologias da Lei nº 7.713/88.
Solicita-se o reconhecimento da isenção, para que a remuneração devida não sofra mais nenhum tipo de redução, e a restituição de todo o valor pago de forma indevida.
atividade).”
Há uma importante decisão do Desembargador Federal Luciano Tolentino quando do julgamento dos embargos infringentes 2009.36.00.009545-1/BA, ao consignar que “não há sentido lógico-jurídico (nem ético) em afastar o tributo sobre proventos e, entretanto, mantê-lo sobre o salário, instituindo a figura bizarra do contribuinte “meio-portador de moléstia grave” ou o instituto bisonho dos “salários que não são rendimentos”. As normas jurídicas não podem conduzir a absurdos de ordem prática, tanto mais quando há duas leituras possíveis da isenção, uma mais evidente/exata (que adoto) e outro, fundada em interpretação “restritiva” (não “exata”).”
2.2. REPETIÇÃO DE INDÉBITO
Acerca do pagamento indevido, disciplina o Código Civil:
Art. 876. Todo aquele que recebeu o que lhe não era devido fica obrigado a restituir; obrigação que incumbe àquele que recebe dívida condicional antes de cumprida a condição.
Considerando, ainda, que o feito versa sobre repetição de indébito tributário, tem-se que deve seguir a regra prevista no § único do art. 167 do Código Tributário Nacional, que diz:
Art. 167 [...]
Parágrafo único. A restituição vence juros não capitalizáveis, a partir do trânsito em julgado da decisão definitiva que a determinar.
No mesmo compasso, do Enunciado Sumular 188 do Superior Tribunal de Justiça, extrai-se que “Os juros moratórios, na repetição do indébito, são devidos a partir do trânsito em julgado da sentença”.
Destarte, comprovada a cobrança indevida feita pelo Réu, consequência direta é sua condenação à devolução dos valores que recebeu, com as correções cabíveis.
2.3. ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA DE EVIDÊNCIA
O Novo Código de Processo Civil, dentre as inúmeras inovações processuais, apresentou o instituto da tutela de evidência, disciplinado no art. 311, in verbis:
Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:
I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte;
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa;
IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.
Nota-se que resta autorizada a concessão da tutela de evidência quando o fato constitutivo do direito do Autor restar demonstrado em prova documental, cuja força probante encontra-se diretamente ligada à questão de fato discutida na ação, e já exista tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante.
Destarte, ante a evidencia do direito da parte Autora, requer seja determinado o imediato estancamento das cobranças indevidas.
3. REQUERIMENTOS
Diante do exposto, requer:
1) A concessão do benefício da justiça gratuita, por não deter a parte Autora condições de arcar com as custas do processo sem prejuízo próprio ou de sua família, condição que expressamente declara, na forma do art. 4º da Lei 1.060/50 (declaração anexa);
2) A concessão da antecipação da tutela de evidência, nos termos do artigo 311, II, do CPC, para que a ... (informar Concessionária de Energia) promova a exclusão imediata das taxas denominadas TUST e TUSD da base de cálculo do ICMS cobrado nas faturas de energia elétrica da parte Autora, mediante o envio de ofício ao seguinte endereço: ... (informar sede da Concessionária de Energia);
3) A citação da ré (União), na pessoa de seu procurador, a produção de provas e a condenação da ré nas verbas da sucumbência. l
4) A procedência da presente ação, para:
a) O reconhecimento da isenção, para que a remuneração devida não sofra mais nenhum tipo de redução, e a restituição de todo o valor pago de forma indevida.
5) Requer a produção de todos os meios de prova em direito admitidos, notadamente a pericial;
6) Considerando que a questão de mérito é unicamente de direito, requer o julgamento antecipado da lide, conforme dispõe o art. 330, I, do Código de Processo Civil.
7) Informa, por fim, não ter interesse na realização de audiência de conciliação/mediação, nos termos do art. 319, VII, do CPC.
Dá-se à causa o valor de R$ ... (...).
Pede deferimento.
Leticia Stephany da Silva Ribeiro
 OAB xxx
Rol de Documentos
1) Procuração;
2) Identidade;
3) Comprovante de Residência;
4) Declaração de Hipossuficiência;
5) Contas de energiaelétrica dos últimos 5 anos;
6) Cálculo demonstrando a diferença dos valores devidos

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