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TCC COLOSTOMIA

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
ANGELO MENDES VALENTE
CARLA RODRIGUES PASCOAL
JULIA LACERDA LEITE PASSOS RIBEIRO
A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO INCENTIVO AO AUTOCUIDADO EM 
PACIENTES COLOSTOMIZADOS
MACAÉ
2012
ANGELO MENDES VALENTE
CARLA RODRIGUES PASCOAL
JULIA LACERDA LEITE PASSOS RIBEIRO
A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO INCENTIVO AO AUTOCUIDADO EM 
PACIENTES COLOSTOMIZADOS
Trabalho de Conclusão do Curso de 
enfermagem apresentado à 
Universidade Estácio de Sá como 
requisito parcial para obtenção de nota.
Docente: Profª Ms. Daniela Bastos
Silveira.
MACAÉ
2012
ANGELO MENDES VALENTE
CARLA RODRIGUES PASCOAL
JULIA LACERDA LEITE PASSOS RIBEIRO
A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO INCENTIVO AO AUTOCUIDADO EM 
PACIENTES COLOSTOMIZADOS
Trabalho de Conclusão do Curso de 
enfermagem apresentado à 
Universidade Estácio de Sá como 
requisito parcial para obtenção de nota.
Docente: Profª Ms. Daniela Bastos
Silveira
BANCA AVALIADORA
____________________________________________
Ms.Prof. Daniela Bastos Silveira
Universidade Estácio de Sá
__________________________________________
Ms.Prof. Silvana Rodrigues
Universidade Estácio de Sá
__________________________________________
Ms. Prof. Michele Barbosa
Universidade Estácio de Sá
Sem sonhos, a vida é uma 
manhã sem orvalhos,
um céu sem estrelas, um 
oceano sem ondas,
uma vida sem aventuras, 
uma existência sem sentido.
Augusto Cury
AGRADECIMENTOS
Primeiro a Deus, pois nada seríamos sem a fé que temos nele.
À professora Silvana Rodrigues, que nos incentivou ao tema e foi o palco de nossa 
motivação.
À professora Daniela Bastos Silveira, por toda a atenção dispensada na orientação 
deste trabalho.
Às nossas famílias pelo apoio e compreensão que reforçam a estrutura emocional e 
incentivam a perseverança necessária à vitória.
Aos colegas que se empenharam e dedicaram tempo e esforço na confecção deste 
trabalho, muitas vezes deixando de atender à necessidades outras em prol de um 
compromisso acadêmico, buscando qualidade e excelência.
RESUMO
O presente estudo tem como linha de pesquisa o cuidar no processo saúde-
doença e área predominante enfermagem em saúde coletiva, traz como tema A 
atuação do enfermeiro no incentivo ao autocuidado em pacientes colostomizados e 
traz como objeto de estudo, a colostomia. O que motivou o grupo a elaborar a 
construção deste trabalho foi a visita ao programa Pólo1-Macaé de Atenção a 
Clientes Ostomizados, onde foi observada a necessidade de um tratamento 
diferenciado a esses usuários, que possuem pouca ou nenhuma informação de sua 
nova condição após um procedimento cirúrgico de ostomia. Trazemos como 
problemática: Que ações podem ser desenvolvidas pelo enfermeiro frente ao pouco 
conhecimento do autocuidado nesses clientes? Como amenizar o sofrimento 
psicológico desses clientes que enfrentaram e/ou ainda enfrentarão o procedimento 
da colostomia? A pesquisa traz como objetivos: descrever o sentimento do cliente 
em relação à colostomia; Identificar que ações podem ser desenvolvidas pelo 
enfermeiro para orientar os clientes colostomizados a realizarem o autocuidado; e 
desenvolver um fluxograma para o atendimento do paciente colostomizado. 
Optamos pela seguinte metodologia: abordagem de natureza qualitativa; método 
descritivo e do tipo bibliográfica, baseados nas metodologias descritas por Triviños 
(1987) e Minayo (2003). Utilizamos como cenário as bibliotecas privadas e públicas 
do Município de Macaé e os sujeitos foram fontes como livros, artigos científicos de 
revistas especializadas, monografias, dissertações, entre outros. A revisão de 
literatura foi respaldada por diversos teóricos, entre eles: Vera Lúcia Conceição de 
Gouveia Santos (2000), Isabel Umbelina Ribeiro Cesaretti (2010), Adriana de Paula 
Congro Michelone (2004), entre outros. A análise de dados aponta que existe um 
enorme transtorno psicológico nos pacientes portadores de colostomias e a 
necessidade do ensino do autocuidado é algo real, que pode promover a 
independência e recuperação da auto-estima, proporcionando aumento de sua 
qualidade de vida. Observamos, também, a necessidade de investimento em 
profissionais e em pesquisas nesta área, para a formação de enfermeiros 
qualificados técnica e pedagogicamente. Assim, concluímos que o trabalho do 
enfermeiro divide-se em duas vertentes que são: o cuidar e o ensinar, e que para se 
cumprir tal missão se faz necessário a busca contínua pelo conhecimento e a difícil 
capacidade de se colocar no lugar do próximo, entendendo suas limitações e 
sentimentos.
Palavras-chave: Colostomia. Autocuidado. Cuidados de enfermagem.
ABSTRACT
The present study is driven by the research in the health-care disease and
predominant area in public health nursing, brings the theme The role of nurses in 
encouraging self-care in patients colostomized and brings the object of study, the
colostomy. What motivated the group to draw up the construction of this work was 
the visit to the program Polo1-Macaé Customer Care Ostomy, where we observed 
the need for a differentiated treatment to those users who have little or no information
of his new condition after a surgical procedure ostomy. We bring as problematic: 
What actions can be performed by nurses to low awareness of these self-care
clients? How to alleviate the psychological distress of those clients with the situation 
of colostomy? The research has as objectives: describe the feeling of the client in 
relation to colostomy; Identify what actions can be performed by nurses to guide 
customers to perform self-care ostomates and develop a flowchart to guide patient 
care colostomy. We chose the following methodology: a qualitative approach, 
descriptive method and the type literature, based methodology described by Triviños
(1987) and Minayo (2003). Used as a setting private and public libraries in the city of
Macae and subjects were sources such as books, scientific articles from specialized 
journals, monographs, dissertations, among others. The literature review was
supported by several theorists, including: Vera Lúcia Conceição de Gouveia Santos 
(2000), Isabel Ribeiro Umbelina Cesaretti (2010), Adriana Paula Michelon Conger
(2004), among others. The data analysis shows that there is a huge psychological 
disorder in patients with colostomies and necessity of teaching self-care is something 
real that can promote independence and recovery of self-esteem, providing 
increased quality of life. We also noted the need for investment professionals and 
research in this area, to train qualified nurses technically and pedagogically. So, we 
conclude that the nurse work is divided into two parts which are: the care and 
teaching, and to fulfil this mission is necessary the continuous search for knowledge 
and capacity to put yourself in the next, understanding their limitations and feelings.
Keywords: Colostomy. Self-care. Nursing care.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................
2. METODOLOGIA .....................................................................................
3. REVISÃO DE LITERATURA ..................................................................
3.1. O SISTEMA DIGESTIVO HUMANO E AS OSTOMIAS ...........................
3.2. O PROCEDIMENTO CIRÚRGICO DA COLOSTOMIA ...........................
3.3. ASPECTOS PSICOSSOCIAIS DA COLOSTOMIA .................................
3.3.1. A questão sexual ...................................................................................
3.4. AÇÕES DA ENFERMAGEM NA ASSISTÊNCIA AO PACIENTE 
COLOSTOMIZADO .................................................................................
3.4.1. Sistematização da assistência de enfermagem ................................
3.5. A QUESTÃO DO AUTOCUIDADO ..........................................................
3.5.1. Orientação para o autocuidado ...........................................................
3.6. PROPOSTA DE INTEGRAÇÃO DA REDE DE SAÚDE NOATENDIMENTO AO USUÁRIO COLOSTOMIZADO ..............................
4. ANÁLISE DE DADOS .............................................................................
5. CONCLUSÃO ..........................................................................................
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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14
14
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28
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38
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43
8
1. INTRODUÇÃO
Este estudo est€ inserido na linha de pesquisa o Cuidar no Processo Sade-
doen‚a e na área predominante Enfermagem em sade coletiva.
Tem como tema: A atua‚ƒo do enfermeiro no incentivo ao autocuidado em 
pacientes colostomizados e traz como objeto de estudo, a colostomia. 
A motivação para realizar essa pesquisa se deu quando „ramos acad…micos 
do 6† per‡odo do curso de Enfermagem, de uma conceituada universidade privada, 
do munic‡pio de Maca„. Surgiu a partir da visita ao programa Pˆlo1-Maca„ de 
Aten‚ƒo a Clientes Ostomizados, onde foi observada a necessidade de um 
tratamento diferenciado a esses usu€rios, que possuem pouca ou nenhuma 
informa‚ƒo de sua nova condi‚ƒo apˆs um procedimento cirrgico de ostomia. Essa 
motiva‚ƒo foi refor‚ada ao ouvirmos alguns relatos de pacientes do programa, que 
muito nos emocionaram, tais como:
Gra‚as a Deus que temos o Barracƒo e a Dr‰ Silvana para dar as bolsas pra 
nˆs. (J.S.F.)
Nƒo consigo mais trabalhar, fiquei depressivo e agora que to me 
recuperando. (M.L.)
TŠ muito satisfeito com o atendimento e aprendi bastante com tudo que 
passei aqui. (P.R.M.)
Diante dessa experi…ncia, resolvemos abordar a colostomia e, 
especificamente, a import‹ncia do aprendizado do autocuidado, que far€ parte da 
rotina da pessoa submetida Πesse procedimento.
A palavra estoma „ grega e significa “abertura”, “boca” ou “orif‡cio” (PAULA et 
al, 2009) e, assim, ostomia „ uma abertura na pele permitindo o contato de uma 
estrutura interna do corpo com o meio externo (BRUNNER E SUDDARTH, 2009). Na 
medicina, conhecemos algumas ostomias como a traqueostomia, gastrostomia, 
colostomia, entre outras.
Vemos, na historia, de acordo com relatos de Bechara et al (2005), que o 
primeiro estoma bem sucedido foi realizado em uma crian‚a com ‹nus imperfurado 
em 1793 e, em 1883, foi realizada uma colostomia para o tratamento combinado de 
c‹ncer retal.
Neste trabalho, abordaremos a colostomia, que, segundo Medeiros (1991)
apud Nosella (2006) „ a liga‚ƒo do intestino ao meio externo por uma abertura na 
parede abdominal. A colostomia consiste em um procedimento cirrgico que tem por 
9
finalidade promover uma saída alternativa das excretas do intestino após a utilização 
do alimento e formação do bolo fecal. Essa abertura cirúrgica realizada na parede 
abdominal permite que uma porção do intestino seja levada até a pele, 
exteriorizando-se por ela. Esta comunicação leva as fezes diretamente, pela área 
exposta, para fora do corpo, evitando a passagem de fezes pela porção doente ou 
lesionada do intestino. 
O trato gastrointestinal consiste de várias estruturas que serão descritas mais 
adiante, sendo os intestinos, parte dessas estruturas. Assim, o intestino grosso ou 
grande intestino é o foco de nosso estudo e consiste dos cólons (ascendente, 
transverso, descendente e sigmóide); reto e finalizando-se no ânus. É nessa 
estrutura que a colostomia é realizada e esta pode ser temporária ou definitiva de 
acordo com o objetivo do tratamento e o grau de lesão das estruturas (BRUNNER E 
SUDDARTH, 2009).
Colostomias são indicadas no tratamento de diversas doenças como 
diverticulite, doença inflamatória intestinal, anomalias congênitas, entre outras, tendo 
sua criação comum também nos casos de tumores colorretais (BECHARA et al 
2005).
A colostomia afeta diretamente a vida da pessoa submetida a esse 
procedimento, seja na relação com outras pessoas, seja, até mesmo, na sua relação 
consigo mesma, alterando sua imagem corporal e proporcionando um grau inicial de 
rejeição devido à essa distorção da imagem e pela nova rotina de vida.
Casos relatados na literatura (CESARETTI; SANTOS, 2010) demonstram que 
o sentimento de diferença e a timidez por conta da ostomia são bem freqüentes, o 
que causa dificuldade no relacionamento social e no cultivo de novas amizades. 
Segundo esses mesmos autores, pessoas colostomizadas enfrentam a perda 
do controle e eliminação de fezes e gases, contribuindo para o receio desse 
relacionamento. A parte afetiva fica prejudicada pela conseqüente idéia de 
inferioridade e da imagem corporal distorcida pela presença do estoma,
acompanhado da bolsa coletora. A baixa auto-estima contribui para todo esse 
conjunto de sentimentos negativos proporcionando episódios de depressão e, 
muitas vezes, pensamentos suicidas.
Cesaretti (2009) menciona o fato da dificuldade dos pacientes em 
compreender a cirurgia realizada e relata que o déficit de conhecimento aparece
quando eles se deparam com uma parte de seu intestino exteriorizada pelo abdome. 
10
A autora também relata que tanto os pacientes quanto os familiares buscam 
informações para enfrentar o desconhecido.
Em face ao exposto, levantamos os seguintes problemas de pesquisa: Que 
ações podem ser desenvolvidas pelo enfermeiro frente ao pouco conhecimento do 
autocuidado nesses clientes? Como amenizar o sofrimento psicológico desses
clientes que enfrentaram o procedimento da colostomia, bem como de seus 
familiares?
Nesse sentido, colocamos como objetivos: descrever o sentimento do cliente 
em relação à colostomia; identificar que ações podem ser desenvolvidas pelo 
enfermeiro para orientar os clientes colostomizados a realizarem o autocuidado; e 
desenvolver um fluxograma para o atendimento do paciente colostomizado.
JUSTIFICATIVA
De acordo com a Associação Brasileira de Ostomizados (ABRASO), no 
estado do Rio de Janeiro existem, atualmente, cerca de 8 mil ostomizados.
Os pacientes submetidos a esse procedimento tão delicado, que altera a 
rotina e toda a vida dos mesmos, enfrentam uma grande dificuldade em aceitar a 
nova condição de ostomizados e o déficit de informações sobre o cuidado com o 
estoma agrava ainda mais essa dificuldade.
Nesse aspecto, se faz necessária uma atenção especial por parte do 
enfermeiro no pré e pós-operatório e cuidado domiciliar, com o objetivo de orientar 
esse paciente sobre sua nova condição de vida, reduzir todas as suas dúvidas e 
questionamentos, bem como orientar quanto ao autocuidado na realização das 
trocas das bolsas e o cuidado com seu estoma.
A implementação de ações educativas e de um programa de orientação nos 
períodos operatórios ou mesmo de pacientes já operados que ainda não tem um 
conhecimento mais detalhado de sua condição pode proporcionar um maior conforto 
físico e psicológico a essas pessoas em sua vida diária, justificando, assim, a 
elaboração deste estudo.
11
RELEVNCIA SOCIAL
Vivemos em um mundo onde as caracter‡sticas f‡sicas fora do “padrƒo da 
normalidade” de uma pessoa chamam a aten‚ƒo de forma negativa e 
psicologicamente agressiva. Uma pessoa que passa por um procedimento invasivo 
como a colostomia, que deixa uma altera‚ƒo f‡sica incŠmoda, que exige constante 
aten‚ƒo e com caracter‡sticas peculiares de manuten‚ƒo, sente-se extremamente 
inibida no conv‡vio social, enfrentando episˆdios depressivos e at„ mesmo de
isolamento.
Nesse aspecto, este estudo apresenta importante relev‹ncia social quando se 
faz por instrumento de informa‚ƒo e orienta‚ƒo, tanto ao cliente quanto Œ sociedade 
e at„ mesmo aos profissionais de sade que nƒo t…m uma viv…ncia prˆxima Œs 
ostomias, no intuito de minimizar sentimentos negativos do paciente e abolir 
quaisquer tipos de preconceitos da sociedade. 
RELEVNCIA ACADMICA
A estomaterapia „ uma especialidade da Enfermagem, pouco difundida e que 
tem muito campo de conhecimento a ser explorado onde ainda existem poucas 
informa‚‘es a respeito.
A import‹ncia deste trabalho para o meio acad…mico se d€ na divulga‚ƒo de 
informa‚‘es t„cnicasaos colegas acad…micos de enfermagem, sobre o tratamento 
por e para ostomias, em espec‡fico a colostomia, bem como os cuidados de 
enfermagem ao paciente colostomizado e orienta‚ƒo ao autocuidado, uma vez que a 
disciplina que aborda a estomaterapia na gradua‚ƒo nem sempre „ obrigatˆria e 
muitos deixarƒo de ter contato com tal assunto. 
12
2. METODOLOGIA
Buscando fundamentar a atua‚ƒo do enfermeiro na presta‚ƒo de cuidado ao 
paciente colostomizado, realizamos um estudo com respaldo na abordagem 
qualitativa, por permitir qualifica‚‘es dos dados e subjetividade dos pesquisadores e 
nƒo apenas informa‚‘es sistem€ticas e exatas, baseadas em crit„rios num„ricos 
(MINAYO, 2003); m„todo descritivo, porque visa descrever as caracter‡sticas desta 
popula‚ƒo e relacion€-las (TRIVI’OS, 1987); e do tipo bibliogr€fica, porque foi 
produzida a partir de material j€ publicado (GIL, 2002).
Em rela‚ƒo Œ natureza da pesquisa, Minayo (2003) menciona que “a 
abordagem qualitativa aprofunda-se no mundo dos significados das a‚‘es e 
rela‚‘es humanas”. Sendo assim, nesta pesquisa, ao descrever o desenvolvimento 
de atividades do enfermeiro, torna-se relevante explicar o significado de suas a‚‘es, 
pois cada a‚ƒo ou omissƒo deste profissional, relativa ao tratamento do paciente,
ter€ inmeras implica‚‘es. 
Utilizamos o m„todo descritivo, sobre o qual Trivi“os (1987) afirma: “o estudo 
descritivo pretende descrever com exatidƒo os fatos e fenŠmenos de determinada 
realidade”. Rudio (1978) nos ensina que na pesquisa descritiva, o pesquisador 
procura conhecer e interpretar a realidade sem nela interferir para modific€-la. Ainda 
de acordo com Rudio, a pesquisa descritiva pode aparecer sob diversas formas e 
uma delas „ a pesquisa para análise de trabalho, a fim de identificar defici…ncias, 
elaborar programas de capacita‚ƒo, distribuir tarefas, determinar normas, etc. Em 
vista disso, este trabalho est€ de acordo com os fatos relacionados ao limitado 
conhecimento do autocuidado do cliente colostomizado, demonstrando que se faz 
importante a atua‚ƒo do enfermeiro no incentivo e na elabora‚ƒo de planos de 
assist…ncia e capacita‚ƒo ao autocuidado desse cliente.
Quanto aos procedimentos t„cnicos, ser€ abordada a pesquisa bibliogr€fica a 
partir de refer…ncias conceituais. De acordo com Gil (2002), a principal vantagem da 
pesquisa bibliogr€fica reside no fato de permitir ao investigador uma cobertura muito 
mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente. A leitura e an€lise 
das refer…ncias encontradas sobre o tema do estudo permitem um envolvimento 
maior com o assunto, tendo-se assim uma base consistente para o desenvolvimento 
do racioc‡nio frente ao que se prop‘e estudar. Logo, esta pesquisa utilizou acervos 
bibliogr€ficos, pois se apˆia em conhecimentos previamente adquiridos sobre o 
13
assunto, com busca de informações em referências como livros, artigos e revistas 
científicas (GIL, 2002).
O cenário desta pesquisa foram bibliotecas públicas e privadas do município 
de Macaé, bem como as instalações do programa Pólo 1-Macaé de Atenção a 
Clientes Ostomizados.
Os sujeitos foram fontes tais como livros, artigos científicos de revistas 
especializadas, monografias, dissertações entre outras.
A análise de dados foi baseada nos autores que respaldaram a construção da 
revisão de literatura.
14
3. REVISÃO DE LITERATURA
3.1. O SISTEMA DIGESTIVO HUMANO E AS OSTOMIAS
O trato gastrointestinal (GI) „ um tubo cont‡nuo que se estende da boca at„ o 
‹nus. Os ˆrgƒos do trato GI incluem a boca, a faringe, o esŠfago, o estŠmago, o 
intestino delgado e o intestino grosso. Os ˆrgƒos acessˆrios da digestƒo incluem os 
dentes, a l‡ngua, as gl‹ndulas salivares, o f‡gado, a ves‡cula biliar e o p‹ncreas 
(EST”CIO ENSINO SUPERIOR, 2008).
Fonte: Sobotta – Atlas de Anatomia Humana, p€g 14
O objeto de nosso estudo – a colostomia est€ diretamente ligado a uma parte 
espec‡fica do trato GI, que sƒo os intestinos e, por isso, nos deteremos mais nesta 
parte. O intestino delgado „ o local da digestƒo e absor‚ƒo e „ composto pelo 
duodeno, pelo jejuno e pelo ‡leo, que „ o segmento mais longo. J€ o intestino grosso 
tem o ceco como a primeira por‚ƒo. O cˆlon, que „ o segmento seguinte, se 
subdivide em ascendente, transverso, descendente e sigmˆide. Em seguida, vem o 
15
reto e o ânus (AIRES, 1999). Ainda de acordo com Aires (1999), algumas das 
principais funções do intestino grosso são a absorção de água e íons, principalmente 
sódio; produção de muco para lubrificação das fezes; regulação do volume e 
composição das fezes e seu armazenamento; e participação na regulação do 
potássio no organismo. 
Quando existe uma incapacidade do trato gastrointestinal, especificamente a 
porção intestinal, de realizar sua função de excreção, uma ostomia nessa região 
pode ser necessária. 
Bechara et al (2005) cita algumas doenças onde está indicada a realização de 
uma ostomia intestinal. Entre elas estão a diverticulite, doença inflamatória intestinal, 
incontinência anal, trauma, megacólon, anomalias congênitas, colites e retites 
actínicas e câncer.
Além das causas de doenças, Rocha (2011) relata as causas traumáticas 
como a penetração por arma branca e arma de fogo.
As ostomias intestinais para eliminações compreendem a ileostomia e a 
colostomia. Uma ileostomia é a confecção do estoma no íleo (ATKINSON; 
MURRAY, 1989) e sua realização elimina a capacidade do sistema intestinal de 
reabsorver líquidos, o que torna sua drenagem profusa e aquosa (PHIPPS; SANDS; 
MAREK, 2003). 
De acordo com estes mesmos autores, existem diferentes tipos de
ileostomias e cada uma possui características peculiares de acordo com a indicação 
e o procedimento adotado.
Uma colostomia é a confecção do estoma a partir do cólon e pode ser 
temporária ou permanente (ATKINSON; MURRAY, 1989). Segundo Phipps, Sands 
e Marek (2003), as colostomias podem ser: ascendente, do transverso, descendente 
e sigmóidea. Cada uma com suas características específicas no que diz respeito às 
eliminações.
3.2. O PROCEDIMENTO CIRÚRGICO DA COLOSTOMIA
A colostomia é uma ligação feita entre o intestino e a pele através de uma 
abertura cirúrgica na parede abdominal (MEDEIROS, 1991), assim como, de acordo 
com Benedini (1993) apud Reveles (2005), a colostomia é um procedimento 
16
cirrgico onde „ realizada uma abertura artificial entre o intestino e a parede 
abdominal para passagem do contedo intestinal.
Na cirurgia, parte do intestino „ exteriorizada no abdome e a outra parte tem a 
“boca” fechada por sutura.
De acordo com Brunner & Suddarth (2009), o estoma deve ser avaliado 
novamente tr…s semanas apˆs a cirurgia, quando diminui o edema e o formato 
est€vel „ alcan‚ado em torno de tr…s meses.
Como vimos, uma colostomia „ a cria‚ƒo cirrgica de uma abertura no cˆlon. 
Ela pode ser criada como um desvio fecal tempor€rio ou permanente, que possibilita 
a drenagem do contedo intestinal para fora do corpo (BRUNNER & SUDDARTH, 
2009) e a consist…ncia das fezes varia de acordo com a por‚ƒo do intestino onde a 
cirurgia for realizada (BARBUTTI et al, 2008).
Uma colostomia realizada no cˆlon ascendente (D) „ a menos comum, 
segundo Phipps, Sands e Marek (2003) e, pela proximidade com o ‡leo, suas 
elimina‚‘es sƒo liquefeitas ou pastosas. A realizada no cˆlon transverso (C)
geralmente „ tempor€ria e as fezes sƒo pastosas ou semi-sˆlidas. A colostomia do 
cˆlon descendente (B) „ a mais comum e as fezes sƒo semi-sˆlidas e a realizada no 
cˆlon sigmˆide (A), por ser bem prˆxima ao reto, tem suas elimina‚‘es sˆlidas.
Fonte: Brunner & Suddarth’s textbook of medical-surgical nursing. pag. 1061
17
Segundo Bechara et al (2005), existem cinco finalidades para a colostomia:
1) desviar o trânsito intestinal em casos de traumas anorretais ou em lesões 
inflamatórias;
2) descomprimir o cólon devido à obstrução intestinal baixa;
3) para realizar amputação do reto, devido atumores;
4) proteger anastomoses após ressecções colorretais; e 
5) aliviar a passagem em casos de retites com estenose ou fístulas.
As colostomias intestinais são consideradas temporárias quando se faz 
necessário desviar o trânsito intestinal para reparação de um segmento lesado (por 
arma de fogo ou faca, por exemplo) ou preparação de anastomoses e, definitivas se 
o procedimento visa substituir a função do ânus, como, por exemplo, nos casos de 
tratamento cirúrgico do câncer de reto (SWEARINGEN; HAWARD, 2001).
Após a realização da colostomia, é necessário o uso de uma bolsa para 
receber os resíduos intestinais. As bolsas para colostomia são dispositivos plásticos 
com um orifício no centro, por onde o estoma tem contato com o interior da bolsa; e 
um fundo aberto, onde se usa um grampo, que permite fechar esse fundo e abri-lo 
somente para higienizar a bolsa. O orifício para o estoma é rodeado por um adesivo 
em forma de circunferência para a fixação à pele peri-ostomal, conforme mostra a 
figura abaixo (BRUNNER & SUDDARTH, 2009):
Fonte: Brunner & Suddarth, Tratado de Enfermagem Médico-cirúrgica. Pag 1062.
18
Para a confecção de uma colostomia, alguns aspectos devem ser 
considerados no pré-operatório como o estado nutricional, padrões de eliminações, 
alergias e condições da parede abdominal (SANTOS, 1992; SMITH,1992; 
CESARETTI et al, 1997).
Segundo os mesmos autores, uma colostomia normal tem seu aspecto róseo 
e livre de sinais flogísticos.
Cruz (2008) cita algumas complicações mais comuns da colostomia, entre 
elas estão as infecções, isquemia, necrose, hérnia, prolapso, entre outras.
Nesse momento, temos a figura do enfermeiro no suporte pré-operatório 
fornecido ao paciente necessitado do procedimento da colostomia e no pós-
operatório quando suas dúvidas e questionamentos surgirão ao se deparar com sua 
nova rotina de vida. Falaremos sobre esses aspectos mais adiante.
Foto de um estoma íntegro.
Fonte: : http://www.telessauderj.uerj.br/ava/etc/launcher.php?v=p20618543 
em out 2012.
Prolapso de alça intestinal Processo infeccioso Dermatite 
Fonte: : http://www.telessauderj.uerj.br/ava/etc/launcher.php?v=p20618543 em out 2012.
19
3.3. ASPECTOS PSICOSSOCIAIS DA COLOSTOMIA
Fortes (1997) afirma que as necessidades humanas b€sicas sƒo 
necessidades comuns a qualquer ser humano e relata na palavras de Horta (1979) o 
conceito das necessidades humanas b€sicas como sendo o “estado de tens‘es, 
conscientes ou inconscientes, resultantes dos desequil‡brios homeodin‹micos dos 
fenŠmenos vitais”.
O mesmo autor, citando Maslow, em sua teoria da motiva‚ƒo humana, 
ressalta que todo ser humano possui necessidades comuns que motivam seu 
comportamento. Essas necessidades sƒo: necessidades fisiolˆgicas; de seguran‚a; 
de amor; de estima e de auto-realiza‚ƒo.
fonte:http://www.rota83.com/wp-content/uploads/2010/01/hierarquia_das_necessidades_de_maslow.png
Conforme vimos na figura anterior, sobre as necessidades apontadas por 
Maslow, as fisiolˆgicas estƒo em primeiro lugar, na base da pir‹mide, e devem ser 
atendidas como tais pela sua implica‚ƒo na sobreviv…ncia como, por exemplo, a 
necessidade do alimento, do oxig…nio, da €gua, entre outras. A necessidade de 
elimina‚ƒo tamb„m faz parte desse grupo e representa uma fun‚ƒo extremamente 
importante na vida de uma pessoa.
20
De acordo com Trentini et al (1997) apud Michelone e Santos (2004), as 
pessoas colostomizadas enfrentam perdas reais e simbólicas como a incapacidade 
do controle da eliminação de fezes e gases. Tal fato colabora para o isolamento 
psicológico e social. Além disso, a mutilação promove sentimento de repugnância e 
desprestígio perante a sociedade.
Para Cascais et al (2007), alguns sentimentos resultam da percepção da 
presença do estoma, pela pessoa. Entre estes sentimentos, destaca-se a perda da 
auto-estima e auto-conceito pela alteração corporal; perda do status social devido ao 
isolamento imposto pelo próprio portador do estoma; sentimento de inutilidade; 
depressão; ódio; repulsa; inaceitação, entre outros. Tais sentimentos podem levar ao 
comprometimento da estrutura familiar, além de contribuir para a queda da 
qualidade de vida. 
Gemelli e Zago (2002) também reforçam essa condição da preocupação dos 
pacientes colostomizados em relação à alteração de sua imagem corporal, com a 
sensação de mutilação e complexo de inferioridade e medo da rejeição das pessoas 
e sua própria. 
Esses sentimentos retratam diretamente o desequilíbrio das necessidades 
humanas básicas propostas por Maslow e reforçadas por Horta, onde o paciente não 
se sente seguro nem amado e sua auto-estima, completamente abalada.
Bechara et al (2005) demonstra, em sua pesquisa, onde foi aplicado um 
questionário objetivo multidisciplinar com 25 questões a 59 indivíduos do Núcleo de 
Ostomizados de Juiz de Fora e visou avaliar o retorno às atividades normais após a 
cirurgia, que, de seus entrevistados, entre homens e mulheres, onde o câncer 
correspondeu a 60% das causas, a maioria relatou que retomou as atividades de 
lazer, mas um percentual significativo informou que não o fez devido à insegurança,
vergonha e outras causas. Da mesma forma, outro percentual relatou não ter 
retomado suas atividades sexuais também por vergonha e/ou não aceitação do 
parceiro. Neste mesmo estudo, todos relataram a importância do apoio familiar no 
tratamento.
Segundo as palavras de De Paula (2009), o processo de aceitação e 
adaptação ao estoma é lento, progressivo e necessita do apoio familiar, para que 
não ocorra o isolamento e afastamento do convívio social, laboral e sexual.
A condição psicológica debilitada do paciente o impele à procurar apoio de 
diversas naturezas. O apoio familiar é indispensável, conforme referido nos relatos 
21
da pesquisa anterior; além da família e da pessoa amada, o paciente colostomizado 
sente-se mais sensível e inclinado a buscar apoio espiritual.
Sales et al (2010) aborda, em sua pesquisa, a necessidade da espiritualidade 
no entendimento da situação de ostomizado e baseia sua afirmação nos relatos de 
alguns de seus entrevistados:
É muita angústia, temos que buscar Deus para superar e apoiar em tudo 
que for possível...(S2)
Me apego na área espiritual para afastar de mim todo pensamento de 
derrota, não tenho de jeito nenhum esse sentimento...(S9)
O que tenho a dizer a outros ostomizados é que tenho muita fé em Deus e 
agradeçam todos os dias por estarem vivos...(S15)
Ainda de acordo com a autora, a fé e a ajuda divina funcionam como 
ferramentas de alívio da dor. Ajudam as pessoas a terem forças para enfrentar as 
dificuldades proporcionadas pela ostomia.
Sonobe et al (2002) também abordam a questão religiosa e referem uma 
postura do paciente de perda do controle do direcionamento de sua vida e de 
entrega à Deus a responsabilidade pela sua doença e pela sua recuperação.
Conforme relatam, também, Sonobe et al (2002), os aspectos psicossociais 
estão intimamente ligados ao tipo de resposta do paciente à determinada doença. 
Como por exemplo, o grau de instrução do paciente revela uma condição maior ou 
menor de entendimento da necessidade da confecção de uma colostomia e suas 
características peculiares, o que facilita a aprendizagem de sua anatomia e fisiologia 
intestinal e, consequentemente, do autocuidado.
Diante de tudo que observamos, percebemos o grande impacto psicossocial
que uma colostomia causa a uma pessoa; o quanto esse procedimento abala suas 
necessidades básicas e interfere em suas relações sociais promovendo diversos 
sentimentos negativos, refletindo em todos os aspectos de sua vida.
Contudo, entendemos que o ostomizado precisa encarar as fases do 
processo para poder vencê-las e realmente superar suas dificuldades. A duração 
dessas fases está relacionada às estruturas internas de cada indivíduo (SONOBE 
ET AL, 2002).
22
3.3.1. A QUESTÃO SEXUAL
Ainda acercada teoria das necessidades humanas básicas de Maslow, citada 
por Fortes (1997), vemos a necessidade sexual como uma das necessidades 
fisiológicas e, portanto, da base da pirâmide, que representam as necessidades de 
maior importância para o ser humano.
Silva (2005) apud Barbutti (2008) observa, com relação à atividade sexual que 
esta obedece a um forte impulso de natureza biológica, mas sua concretização e 
vivência dependem de aspectos psicológicos e culturais. O exercício saudável da 
sexualidade fortalece a autoconfiança, alivia não apenas tensões, como também, 
angústias. 
Entretanto, em pesquisas realizadas por Bechara et al (2005) e Cesaretti et al 
(2010), verificamos a dificuldade dos pacientes colostomizados em retomar sua vida 
sexual por diversos motivos, entre os quais destacamos a vergonha, problemas com 
o dispositivo e a não aceitação pelo parceiro. 
Confirmamos essa dificuldade nas palavras de um entrevistado de uma 
pesquisa efetuada por Sales et al (2010):
A ostomia é um grande problema pra quem é solteiro. Na hora da 
intimidade, tratando-se de sexo, é muito difícil, fiquei muito tempo sem ter 
ereção...(S2)
Cascais (2007) também nos informa, baseado nas palavras de Bechara et al 
(2005), que a vida sexual da pessoa ostomizada é afetada devido ao conceito de 
auto-imagem abalado, diminuindo a atração sexual. Essa imagem corporal é o modo 
como temos definido em nossa mente nossa estrutura corporal.
De acordo com Silva & Shimizu (2006), modificações na área sexual são tão 
profundas que, para as pessoas ostomizadas, o ato sexual torna-se secundário, 
podendo ser substituído por companheirismo, carinho e até mesmo atividade 
religiosa. 
Em outra pesquisa realizada por De Paula et al (2009), foram envolvidos 15 
participantes ostomizados intestinais, dos quais 8 eram mulheres e 7 homens; 2 
tinham entre 30 e 49 anos, 8 entre 50 e 69 anos e 5 com 70 em diante. 
Entre os mesmos havia 10 casados, 3 viúvos, 1 divorciado e 1 solteiro. Em 
relação à escolaridade, 2 eram analfabetos, 7 com ensino fundamental incompleto, 1 
23
com ensino fundamental completo, 4 com ensino m„dio completo e 1 com ensino 
superior incompleto. 
Quanto Œ doen‚a de base, foi observado que a maioria das ostomias se dava 
pelo c‹ncer intestinal, com dois casos de doen‚a inflamatˆria intestinal e o tempo de 
estoma variou entre 2 e mais de 20 anos.
Das respostas obtidas, verificou-se a questƒo da sexualidade como 
necessidade f‡sica, emocional e de partilha, onde as palavras “carinho”, “gostar”, 
“amor” e “compartilhar” apareceram em quase todos os relatos.
Diante desses resultados, os pesquisadores entenderam que a necessidade 
sexual vai al„m da questƒo f‡sica, do instinto sexual carnal, mas compreende 
afetividade, satisfa‚ƒo e bem estar f‡sico e emocional compartilhados com outra 
pessoa.
Foi observado, tamb„m, nos relatos, que a vida sexual antes do estoma teve 
grande influ…ncia no relacionamento pˆs-estoma, onde os casais que j€ tinham 
problemas nessa €rea acabaram enfrentando maior resist…ncia dos parceiros e, em 
alguns casos, o fim das atividades sexuais; enquanto em outros relatos de casais 
que possu‡am uma afetividade mais sˆlida e uma boa maturidade sexual, foi menos 
problem€tico trabalhar conjuntamente na busca de solu‚‘es adequadas para os 
mesmos.
De Paula et al (2009) perceberam que respeito, carinho mtuo e di€logo 
constroem o caminho para a busca do equil‡brio conjugal e sexual, proporcionando 
prazer no relacionamento e satisfa‚ƒo das necessidades f‡sicas e emocionais. 
Compartilhar com o parceiro minimiza ansiedades e inseguran‚as e favorece o 
processo de reabilita‚ƒo pela possibilidade de recebimento de carinho, amor e 
cuidados, entre outras formas de apoio.
Com todo o exposto, enfatizamos a import‹ncia do envolvimento do parceiro 
no plano assistencial Œ pessoa ostomizada desde a fase pr„-operatˆria para o 
sucesso de sua adapta‚ƒo ao estoma, bem como o apoio da fam‡lia como elemento 
essencial para atitudes positivas do paciente frente a essa nova condi‚ƒo de vida e 
retorno Œs atividades da vida di€ria, especialmente Œs atividades sexuais.
24
3.4. AÇÕES DA ENFERMAGEM NA ASSISTÊNCIA AO PACIENTE 
COLOSTOMIZADO.
De acordo com Horta (1979), a enfermagem é uma ciência porque estuda 
fenômenos reais e passiveis de experimentação; possui teorias que exprimem 
relação entre fatos e atos e; suas conclusões estão de acordo com as demais 
ciências empírico-formais e formais. Ainda na definição de Horta, citada por 
Kawamoto (1997), enfermagem é:
Ciência e arte de assistir ao ser humano no atendimento de suas 
necessidades básicas; de torná-lo independente desta assistência, quando 
possível, pelo ensino do auto-cuidado, de recuperar, manter e promover sua 
saúde em colaboração com outros profissionais.
Sob o olhar do Código de Ética da Enfermagem (Resolução COFEN 
311/2007), o enfermeiro tem um compromisso profissional na promoção, proteção e 
recuperação da saúde e sua reabilitação, respeitando os direitos do seu paciente 
(SANTOS, 2000).
Ainda de acordo com Santos (2000), os objetivos do cuidar de pacientes 
colostomizados estão dirigidos para a identificação de suas necessidades 
assistenciais, o estabelecimento do nível de ajuda profissional exigido e o adequado 
provimento de recursos para a reabilitação, sendo, para isso, necessária uma 
implementação de estratégias como a informação, instrução, motivação e 
treinamento do cliente e familiares.
A Estomaterapia é uma especialidade da Enfermagem (resolução COFEN 
389/2011) e enfermeiro estomaterapeuta é o profissional habilitado para cuidar e 
promover as orientações adequadas a esses clientes.
Gemelli e Zago (2002), nos mostram, em sua pesquisa realizada com oito
enfermeiros generalistas de unidades de clínica médica, cirúrgica e pediátrica, que, 
muitas vezes, o enfermeiro intensifica de tal forma seu desejo de promover ajuda e 
elevação da auto-estima do paciente que pode exacerbar essa intenção utilizando 
argumentos irreais e, muitas vezes, autoritários, exigindo que ele tenha que aceitar 
sua nova condição e viver uma vida normal. 
Entretanto, a concepção de normalidade é subjetiva e está relacionada à 
características sociais e culturais do paciente e de sua família. Ou seja, o paciente 
deve entender que precisa de cuidados especiais, mas que poderá viver sua vida de 
25
forma saudável, necessitando apenas de atenção à algumas situações específicas 
características da ostomia. Sendo assim, o profissional também precisa estar atento 
em como e quando orientar.
Ainda em sua pesquisa, Gemelli e Zago (2002) perceberam que as 
abordagens dos enfermeiros utilizados eram eminentemente técnicas no cuidado 
com o estoma e com a manutenção da bolsa, ficando um pouco à margem os 
aspectos psicológicos. Segundo as palavras desses mesmos autores, as 
dificuldades desses pacientes e de seus familiares ocorrem tanto no aspecto físico 
quanto no emocional e social.
Segundo Bechara (2005), a reintegração social do ostomizado é facilitada se 
ele fizer parte do Programa de Ostomizados, mantido pelo serviço público, para 
aquisição de dispositivos e acompanhamento profissional.
Assim, retomamos o questionamento proposto no início deste trabalho sobre
que ações podem ser desenvolvidas pelo enfermeiro frente ao pouco conhecimento 
do autocuidado nos pacientes destinados ao procedimento da colostomia e o que 
pode ser feito para minimizar seus transtornos psicológicos.
Alguns aspectos gerais dos cuidados que podem ser prestados no pré-
operatório de colostomia estão relacionados ao próprio ato operatório como o 
preparo intestinal para a anestesia, a preservação da pele onde será confeccionado 
o estoma e a questão do preparo emocional para o procedimento, que é, em si 
próprio, agressivo, uma vez que a integridade do corpo será abalada (SANTOS, 
1992; CEZARETI et al, 1997). Portanto, o suporte emocional é de extrema 
importânciae já pode ser trabalhado nessa fase para o desenvolvimento de 
mecanismos de enfrentamento.
Nesse sentido, cabe ao enfermeiro dispensar toda e qualquer atenção ao 
paciente, sanando suas dúvidas e receios, explicando honestamente todo o 
procedimento e principalmente, informá-lo da necessidade de colocação de uma 
bolsa de colostomia.
Identificamos na literatura que muitos pacientes acordam da cirurgia e se 
assustam quando se deparam com o estoma realizado, conforme Sales et al (2010) 
nos mostra, no relato de uma entrevistada de sua pesquisa, realizada em um 
hospital escola do Paraná, onde foram entrevistados 15 indivíduos ostomizados, 
usuários do ambulatório de estomaterapia do referido hospital:
26
Hoje passou, mas no começo foi muito difícil para aceitar a doença e a 
cirurgia. Passei por radio e quimioterapia, fiquei debilitada. Nunca tinha 
ouvido falar em colostomia, não sabia que isso existia. Fui para a cirurgia 
ainda sem entender certo como seria depois. Ninguém me falou que iria 
colocar bolsinha. E ninguém foi lá me explicar o que era aquela bolsa, como 
seriam as coisas depois que eu tivesse alta. Fiquei revoltada por ninguém 
ter me avisado que seria colocado aquela bolsinha. (S4)
Tomando esse relato como referência, percebemos a importância do 
atendimento humanizado do enfermeiro na abordagem ao paciente pré-ostomia, 
buscando minimizar os impactos físicos e psicológicos causados pela cirurgia.
Sonobe et al (2002) relatam a necessidade do enfermeiro aprofundar seus 
conhecimentos na experiência do colostomizado, além de adquirir conhecimentos 
técnicos, pois o contato com o paciente e a atenção dispensada aos seus relatos e 
vivências enriquece grandemente a capacidade do profissional em se colocar no 
lugar do paciente.
Para Gemelli e Zago (2002), o enfermeiro pode prestar uma assistência 
psicológica a esses pacientes, facilitando sua adaptação à nova condição de vida, 
através de informações e do ensino do autocuidado, bem como explicar aos 
familiares a necessidade do apoio nessa fase de adaptação. 
Estes autores ainda abordam a necessidade do conhecimento pelo 
enfermeiro de três elementos para o cuidado que são: ter conhecimento teórico da 
doença de base, bem como seus efeitos; ter empatia e auto-conhecimento.
Infelizmente, quando esses elementos são desconhecidos, os resultados são 
negativos, conforme vemos nos relatos da pesquisa desses mesmos autores:
A enfermeira pega a benzina e joga em cima da bolsa e cola na pele do 
paciente. Aquilo gruda e quando você vai retirar, arranca a pele do paciente 
junto!
Conforme referido acima, existe uma grande importância no conhecimento da 
doença de base do paciente, pois diferentes doenças podem ser causa de uma 
colostomia, mas suas próprias diferenças possuem também conseqüências 
diferenciadas, como é o caso do câncer, que além dos transtornos físicos, 
promovem abalo psicológico e emocional pelo medo de metástases e todo processo 
terapêutico que o câncer envolve.
Um ambiente de apoio e uma atitude positiva por parte da enfermagem são 
cruciais na promoção da adaptação do paciente para as alterações geradas pela 
27
cirurgia. O enfermeiro ajuda o paciente a superar a aversão ao estoma ou medo da 
auto-lesão realizando o cuidado e o ensino de maneira franca e aceitável e 
incentivando o paciente a conversar sobre seus sentimentos relativos ao estoma. 
A expressão facial amigável e de apoio do enfermeiro e outros indícios não-
verbais ajudam o paciente a desenvolver uma atitude positiva em relação ao cuidado 
independente do estoma (BRUNNER & SUDDARTH 2009).
Voltando à questão da necessidade da utilização da bolsa de colostomia, é 
um cuidado de enfermagem, a verificação da integridade da pele ao redor do 
estoma. De acordo com Brunner & Suddarth (2009), diversos fatores podem 
comprometer esta integridade como alergias, irritação química causada pelos 
efluentes, lesão mecânica pela remoção do dispositivo e infecções. Nesses casos, 
se fazem necessários alguns cuidados específicos de acordo com o problema 
apresentado, como, por exemplo, uso de nistatina em pó na presença de 
crescimento de leveduras.
Fonte: http://www.telessauderj.uerj.br/ava/etc/launcher.php?v=p20618543 em out 2012.
O uso de mecanismos de controle intestinal e irrigação da colostomia 
promovem maior conforto ao paciente e devem ser estimulados pelo enfermeiro e a 
manutenção do seu uso devidamente orientada visto que são recursos de fácil 
manuseio e simples utilização.
Entretanto, conforme Costa e Maruyama (2004) relatam, baseadas em Santos 
(1985), a educação para a irrigação intestinal da colostomia ainda é pouco 
divulgada, seja por falta de conhecimento dos profissionais ou pela falta de recursos 
materiais. Por isso, se faz importante que o enfermeiro esteja atento às inovações 
no tratamento desse grupo singular de pacientes.
28
Em pacientes colostomizados, as ações de enfermagem são bastante 
específicas e direcionadas ao cuidado do estoma, ao apoio psicológico e ao ensino 
do autocuidado. Tais cuidados serão abordados no tópico seguinte com a 
implementação da sistematização da assistência de enfermagem.
3.4.1. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
A implantação da assistência de enfermagem visa à identificação das 
necessidades humanas básicas, com seus conseqüentes diagnósticos classificados 
e a promoção de intervenções por parte da enfermagem visando humanizar e prover 
uma melhor qualidade no atendimento, fundamentado em conhecimentos técnico-
científico (REPPETTO; SOUZA, 2005). Para isso, são seguidos alguns passos que 
serão descritos adiante:
A SAE - Sistematização da Assistência de Enfermagem compreende as 
seguintes fases: histórico de enfermagem, composto pela identificação, anamnese e 
exame físico do paciente; o diagnóstico de enfermagem; o planejamento de 
enfermagem; implementação e avaliação de enfermagem (COFEN 358/2009).
- Histórico de enfermagem:
Para uma maior interação e estreitamento da relação paciente e profissional e 
adequação dos cuidados às necessidades individuais do paciente, devemos realizar 
uma entrevista com o mesmo onde procuramos conhecer algumas informações 
pessoais de caráter meramente burocráticas, assim como outras mais íntimas e 
pessoais.
No exame físico, na fase pré-operatória, procedemos, especificamente, a 
verificação da pele da região que receberá o estoma, enquanto que na fase pós-
operatória, a atenção se voltará para a ferida operatória e a implantação da 
colostomia, bem como as características e integridade da pele ao redor da ostomia.
- Diagnósticos de Enfermagem:
De acordo com a resolução COFEN 358 (2009), os dados coletados no 
histórico e exame físico proporcionarão as bases para a identificação dos problemas
e necessidades do cliente e auxiliarão no levantamento dos diagnósticos de 
enfermagem, que constituem a base para a seleção das ações terapêuticas.
29
Brunner e Suddarth (2009) descrevem alguns diagnósticos de enfermagem, 
presentes nesse contexto, que satisfazem os objetivos propostos e podem ser 
descritos neste trabalho. 
Entre eles temos: 
- déficit de conhecimento relacionado ao procedimento cirúrgico. 
- risco de integridade da pele prejudicada relacionada à irritação da pele 
periostomal;
- risco de nutrição desequilibrada para menos que as necessidades corporais 
relacionada à redução de alimentos que podem causar desconforto gastrointestinal;
- disfunção sexual relacionada à imagem corporal alterada;
- Planejamento de Enfermagem:
Elaboração das ações ou intervenções de enfermagem que serão realizadas 
com o objetivo de alcançar resultados positivos no processo saúde-doença (COFEN 
358/2009).
Por todo o exposto, devemos compreender o processo cirúrgico e as 
preparações pré-operatórias e cuidados pós-operatórios necessários.
Para isso consideramos os seguintes cuidados de enfermagem:
- verificar as informações que foram passadas ao paciente e à família,removendo dúvidas e ansiedades devido ao procedimento para que o paciente não 
mantenha sentimentos reprimidos e depressivos;
- explicar a patologia ao paciente e certificar-se da temporalidade do estoma a 
ser criado e sua importância para manter a vida em decorrência do agravo da 
patologia para não criar expectativas errôneas a respeito do tempo de uso da 
colostomia e de suas finalidades;
- incentivar o paciente a expor seus medos, preocupações e incertezas e 
retirar todas as dúvidas com argumentos concretos, sem omitir a verdade para 
conquistar sua confiança e adesão ao tratamento; 
- demonstrar o procedimento da troca e da irrigação da colostomia para 
prolongar o tempo entre as eliminações.
- demonstrar e incentivar o uso de barreiras de proteção cutânea como gel, 
pó, pastas, para diminuir a irritação cutânea e manter a integridade da pele;
30
- incentivar uma alimentação livre de substâncias irritantes ou que promovam 
aumento do trânsito intestinal, que gere massas ou gases para evitar grande 
freqüência de eliminações de fezes e gases;
- estar presente na primeira troca realizada pelo próprio paciente para 
orientar-lhe e promover a devida segurança no procedimento, assim como incentivar 
a presença de uma pessoa importante para o paciente para que visualize e aprenda 
e possa ajudá-lo em um segundo momento;
- encorajar a conversa com o(a) parceiro(a) sexual explicando e 
demonstrando a colostomia e seu funcionamento;
Santos (1992) sugere outro aspecto do cuidar, que é a visita de uma pessoa 
ostomizada reabilitada, treinada adequadamente para esta finalidade, em parceria 
com as associações de ostomizados, segundo programas pré-estabelecidos. Este 
ostomizado deve ter doença de base e ostomia similares ao paciente a ser visitado, 
desde que este concorde com a visita.
- Implementação de Enfermagem:
Conforme define a resolução COFEN 358 (2009), a implementação de 
enfermagem é a realização das ações ou intervenções determinadas na fase de 
planejamento. Sendo assim, todos os cuidados de enfermagem determinados 
devem ser colocados em prática por ocasião do atendimento ao paciente 
colostomizado, visando atender aos diagnósticos propostos anteriormente.
- Avaliação de Enfermagem:
Nesta etapa, procuramos verificar se alcançamos os objetivos propostos nas 
ações do planejamento. 
Nos pacientes colostomizados, observamos, prioritariamente, a necessidade 
do ensino do autocuidado e percebemos, também, o enorme impacto psicológico 
causado pela colostomia e, assim, traçamos o planejamento dos cuidados de 
enfermagem. Nesta fase de avaliação, evidenciaremos se os pacientes têm uma 
maior interação com o estoma; se conseguem promover a troca da bolsa, bem como 
o uso da técnica da irrigação; se retornam às suas atividades ocupacionais e 
sexuais e se encontram-se mais dispostos ao convívio social com aumento de sua 
auto-estima.
31
A avalia‚ƒo de enfermagem tamb„m nos mostra se sƒo necess€rias 
mudan‚as ou adapta‚‘es nas demais fases do processo (COFEN 358/2009).
3.5. A QUEST—O DO AUTOCUIDADO.
Em sua teoria do d„ficit de autocuidado, Orem (1991) apud George (2000) 
inter-relaciona outras teorias e conceitos que abordaremos a seguir inseridas de 
forma geral no contexto.
Orem (1991) conceitua o autocuidado como a atividade que os indiv‡duos 
praticam em seu benef‡cio, para manter a vida, a sade e o bem estar; e a ação de 
autocuidado, como a capacidade humana de engajar-se no autocuidado e esta 
capacidade „ afetada por alguns fatores como idade, sexo, estado de sade, 
condi‚ƒo sˆcio-cultural, entre outros.
Um conceito associado Œ teoria do autocuidado „ o da demanda terapêutica 
de autocuidado, que „ a totalidade de “a‚‘es de autocuidado a serem 
desempenhadas com alguma dura‚ƒo para preencher exig…ncias conhecidas de 
autocuidado” (OREM 1991).
A mesma autora tamb„m adiciona Œ teoria do autocuidado o conceito dos 
requisitos de autocuidado, que podem ser definidos como a‚‘es dirigidas Œ provisƒo 
de autocuidado e estƒo associados com os processos da vida e com a manuten‚ƒo 
da integridade da estrutura e do funcionamento humanos; com a adapta‚ƒo a um 
novo trabalho ou Œs modifica‚‘es do corpo, como as rugas e a perda de cabelo; e 
com as medidas m„dicas exigidas para diagnosticar ou corrigir a condi‚ƒo de 
doen‚a ou lesƒo.
Na teoria do autocuidado, Orem explica o que significa autocuidado. Na teoria 
do d„ficit de autocuidado, ela especifica quando a enfermagem „ necess€ria no 
aux‡lio ao autocuidado (GEORGE 2000).
A teoria do d„ficit de autocuidado de Orem indica que a enfermagem „ 
exigida quando uma pessoa „ incapaz ou limitada para prover seu autocuidado
(GEORGE 2000). 
Sendo assim, a enfermagem pode ser utilizada quando o cuidador nƒo possui 
habilidade para satisfazer uma demanda de autocuidado, quando a situa‚ƒo exige 
cuidados complexos e conhecimento t„cnico ou quando o indiv‡duo necessite de 
ajuda.
32
Orem (1991) identifica cinco métodos de ajuda, que são: 1) agir ou fazer para 
outra pessoa; 2) guiar e orientar; 3) proporcionar apoio físico e psicológico; 4) 
proporcionar e manter um ambiente de apoio ao desenvolvimento pessoal; 5) 
ensinar.
Abordaremos o 5º método apresentado, o de ensinar, uma vez que atende a 
um dos objetivos deste trabalho que é a orientação do paciente para o autocuidado.
3.5.1. ORIENTAÇÃO PARA O AUTOCUIDADO
Nas palavras de Reveles e Takahashi (2005), temos, na enfermagem, a ação 
educativa como um instrumento de grande importância na assistência, tendo o 
enfermeiro como, além de cuidador, um educador e é, nesse sentido, que este 
profissional deverá utilizar seu conhecimento técnico científico para a orientação do 
paciente e seus familiares na elaboração do plano do autocuidado após a alta e seu 
retorno ao lar.
De acordo com esses mesmos autores, essa ação de educação do paciente 
começa no pré-operatório, onde se faz necessário um vínculo de confiança entre 
profissional, paciente e familiares, para que o processo de aprendizagem ocorra de 
forma natural visando uma melhor adaptação ao novo estilo de vida do ostomizado. 
Em sua teoria, Orem (1991) relata acreditar que todos têm potencial para 
aprender e desenvolver as habilidades necessárias para o autocuidado, mas que 
alguns fatores, como idade, capacidade mental, cultura, sociedade, estado 
emocional, etc, interferem nessa capacidade. Quando o indivíduo não pode 
aprender as medidas para o autocuidado, outros devem aprender para cuidar 
(GEORGE 2000).
Para Gemelli e Zago (2002), o momento do diagnóstico e da informação da 
necessidade da ostomia é o ponto de início dos cuidados de enfermagem.
Mendonça et al (2007) estimula a apresentação de fotos de estomas 
intestinais com e sem bolsa coletora, a manipulação dos materiais, que farão uso, 
pelo paciente e sua família, o contato direto e real com o assunto e uma prévia do 
que irá acontecer, prevenindo surpresas no pós-operatório imediato.
Entretanto, Santos (1992) e Cesareti et al (1997), afirmam ser na fase pós-
operatória mediata, a partir do 3° dia pós-operatório que se preconiza o ensino 
33
gradativo do autocuidado que envolve, inicialmente, a visualiza‚ƒo e o toque 
precoce do estoma pelo paciente.
Esta intera‚ƒo inicial com o estoma, a partir do 3† dia tem sua import‹ncia 
destacada, uma vez que, de acordo com Sonobe et al (2002), nos primeiros dias 
apˆs a cirurgia, o paciente nƒo consegue nem mesmo olhar para o estoma e seus 
sentimentos ainda estƒo confusos e desorganizados.
Sendo assim, ainda nos baseando em Reveles e Takahashi (2005), temos, no 
pˆs-operatˆrio uma fase mais t„cnica relacionada aos cuidados com a prote‚ƒo com 
a pele periostomal, o cuidado com o esvaziamento e a higiene do local. 
Todas essas a‚‘es educativas visam Œ reabilita‚ƒo do ostomizado, Œ 
restitui‚ƒo das atividades de conv‡vio social e melhoria da qualidade de vida. 
Bechara et al (2005) afirma que a primeira etapa desse processo dereabilita‚ƒo 
deve ser a aceita‚ƒo do estoma pelo paciente, devendo este, entender que o 
estoma foi confeccionado com o objetivo de preservar sua sade.
Diversos fatores influenciam o autocuidado do paciente, bem como a adesƒo 
e motiva‚ƒo para o tratamento e as interven‚‘es propostas (SANTOS; SMITH, 
1992).
O incentivo ao autocuidado objetiva possibilitar ao paciente sua participa‚ƒo 
de forma efetiva no seu tratamento, fazendo com que o mesmo entenda que a 
continuidade dos cuidados para sua reabilita‚ƒo „, tamb„m, sua responsabilidade 
(ZAGO; CASAGRANDE, 1996).
Cesaretti et al (1997) identificam o relacionamento familiar, a sexualidade e as 
atividades da vida di€ria, de trabalho e lazer como determinantes para o alcance de 
uma boa adesƒo ao autocuidado.
Sonobe et al (2002) perceberam, em sua pesquisa, realizada no Hospital das 
Cl‡nicas da Faculdade de Medicina de Ribeirƒo Preto – USP, com 10 pacientes 
internados portadores de colostomias, que o aspecto de maior incŠmodo era o uso 
da bolsa de colostomia. Tal fato era percebido como experi…ncia de sofrimento, o 
que dificultava a manuten‚ƒo da bolsa pelo paciente.
Nesta mesma pesquisa, Sonobe et al (2002) demonstram, atrav„s do relato 
de uma paciente, a import‹ncia da participa‚ƒo de uma pessoa de confian‚a do 
paciente no aprendizado do manejo com a bolsa, onde a paciente relata ainda estar 
insegura, mas que conta com sua irmƒ, que tem maior grau de instru‚ƒo, para 
ajud€-la na higiene da bolsa de colostomia. 
34
Esse comportamento reforça a idéia da importância do relacionamento 
familiar no aprendizado do autocuidado, no sentido do apoio psicológico alcançado
pelo paciente.
Após a compreensão do paciente sobre sua condição e a necessidade do 
aprendizado da manipulação da bolsa de colostomia, o passo a passo apresentado 
a seguir é de grande auxílio nessa tarefa:
35
Fonte: Manual de orienta‚‘es sobre ostomias – INCA - 2003
36
Outro mecanismo utilizado no autocuidado para o controle do intestino é o 
uso da irrigação e sistema oclusor.
Conforme Costa e Maruyama (2004) descrevem, em seu trabalho, a auto-
irrigação intestinal possibilita ao paciente colostomizado controlar suas eliminações 
intestinais, colaborando para o aumento da auto-estima e, consequentemente, da 
reinserção na sociedade.
Não é objetivo deste trabalho, descrever minuciosamente a técnica da auto-
irrigação, apenas caracterizá-la, segundo as autoras citadas acima, como um 
mecanismo que reduz os problemas relacionados à incontinência fecal e às trocas 
constantes da bolsa, bem como ao controle do odor e ruídos, minimizando os 
traumas psicossociais. As figuras abaixo apresentam os materiais usados na 
irrigação e o sistema oclusor.
Entretanto, Cezareti et al (2008) nos ensinam que a auto-irrigação tem o 
mesmo princípio de funcionamento do enema, onde a introdução de um volume de 
água no cólon promove uma distensão do intestino e estimula a peristalse, com isso, 
promovendo o esvaziamento de seu conteúdo. Tal procedimento reduz, também, a 
formação de gases, pois diminui a microbiota bacteriana intestinal, responsável por 
essa produção.
Phipps et al (2003) afirmam que essa técnica é utilizada apenas nas 
colostomias de sigmóide, devido à maior consistência das fezes e nunca pode ser 
aplicada em uma ileostomia porque a drenagem é contínua e semi-líquida.
Fonte:http://www.medicinapratica.com.br/2009/10/05/
saude-medicina-pratica/colostomia-o-que-e-a-irrigacao/
Fonte: 
http://www.telessauderj.uerj.br/ava/etc/launcher.php?v=
p20618543 em out 2012.
37
A apresentação de todos esses dispositivos e equipamentos seria inútil para 
uma pessoa que não tivesse capacidade de compreensão de uma linguagem formal 
e técnica expostas acima. 
Para isso, o enfermeiro assume a função de educador e se coloca ao alcance 
desses pacientes para explicar detalhadamente os procedimentos e remover todas 
as dúvidas e dificuldades apresentadas.
O enfermeiro, estomaterapeuta ou não, ao lidar com pessoas portadoras de 
colostomia deve possuir uma elevada capacidade de se colocar no lugar dessas 
pessoas e procurar entender sua condição emocional (ZAGO; CASAGRANDE, 
1996). 
Um atendimento humanizado e completamente individualizado se faz 
necessário para que o paciente se exponha fisicamente e permita ao profissional 
demonstrar o procedimento de troca da bolsa, de higienização da área peri-ostomal, 
da irrigação e de quaisquer atividades relacionadas ao estoma.
O ensino do autocuidado deve atender às necessidades do paciente. O 
profissional ensinará as técnicas, mas terá maior atenção às dificuldades 
apresentadas pelo paciente durante a execução do procedimento ensinado.
38
3.6. PROPOSTA DE INTEGRA˜—O DA REDE DE SA™DE NO ATENDIMENTO AO 
USU”RIO COLOSTOMIZADO 
O Sistema ™nico de Sade – SUS „ um sistema integrado de aten‚ƒo ao 
cidadƒo brasileiro e tem como princ‡pios, entre outros, a universalidade de acesso 
em todos os n‡veis de aten‚ƒo; a integralidade e a igualdade da assist…ncia (LEI 
8.080 - 1990). 
Conforme apresentado neste trabalho, „ um cuidado de enfermagem a busca 
pela reintegra‚ƒo social dos pacientes portadores de colostomia. Segundo Bechara 
et al (2005), essa reintegra‚ƒo „ facilitada se ele fizer parte do programa de 
ostomizados, que „ mantido pelo servi‚o pblico, para aquisi‚ƒo dos dispositivos. 
Sendo assim, retornamos ao Programa Pˆlo 1-Maca„ de Aten‚ƒo a Clientes 
Ostomizados, que foi o palco inicial de todo esse trabalho e relembramos o objetivo 
proposto de cria‚ƒo de um fluxograma para o atendimento do paciente 
colostomizado.
Tomando o Sistema nico de Sade como refer…ncia e apˆs um longo 
per‡odo de discuss‘es e ajustes, elaboramos este fluxograma, a seguir, como uma 
proposta de atendimento do paciente colostomizado, podendo ser adaptado Π
realidade de diversos munic‡pios.
A inten‚ƒo deste fluxograma „ sugerir o funcionamento de uma cadeia de 
atendimento e o entrosamento da estrutura de sade, podendo ser adequado a 
qualquer servi‚o. Contudo, „ relevante destacar que o fluxo prioriza a comunica‚ƒo 
permanente entre os servi‚os, valorizando a aten‚ƒo prim€ria como a porta de 
entrada do usu€rio do servi‚o.
A proposta de atendimento baseia-se na estrutura dos n‡veis de 
complexidade, onde o paciente „ assistido em todos os n‡veis de aten‚ƒo Œ sade,
de acordo com a evolu‚ƒo de seu agravo e pelo sistema de refer…ncia e contra-
refer…ncia.
39
FLUXOGRAMA B”SICO PARA A CADEIA DE ATENDIMENTO AO CLIENTE 
OSTOMIZADO NO MUNICšPIO DE MACA› - RJ
NšVEL PRIMARIO - E.S.F 
PRIMEIRO ATENDIMENTO COM 
NECESSIDADE DE AVALIA˜—O 
ESPECIALIZADA
PROGRAMA PœLO 1-MACAE DE ATEN˜—O 
A CLIENTES OSTOMIZADOS
PACIENTE N—O-COLOSTOMIZADO PACIENTE PORTADOR DE COLOSTOMIA 
NšVEL SECUND”RIO - CENTRO 
DE REFERNCIA 
PACIENTE COM INDICA˜—O DE 
COLOSTOMIA
NšVEL TERCI”RIO
HOSPITAL
PRIMEIRO ATENDIMENTO PELA 
E.S.F. – NšVEL PRIMARIO
40
A seguir, as atribuições de cada fase:
Paciente não colostomizado:
No nível primário de atendimento, o paciente é assistido pela unidade de 
atenção primária (ESF) de sua área. 
Ao ser detectado alguma alteração que necessite de atendimento mais 
especializado, ele então é encaminhado ao centro de referência (que corresponde 
ao nível secundário) para exames complementares e chegada a um diagnóstico. 
Havendo a necessidade de internação para cirurgia de ostomia, o paciente é 
encaminhado do centro de especialidades ao hospital. Toda essa cadeia comunica-
se, mantendo a rede integrada.
No hospital, o paciente é internado e no pré-operatório é implementada a 
sistematização da assistência de enfermagem com toda orientação e cuidados já 
descritos neste trabalho.
Em seguida, o paciente é conduzido ao centro cirúrgico e em sua fase pós 
operatória, ocorre a continuidade da assistência de enfermagem, agora enfatizando 
os cuidados com a pele periostomal. 
Por ocasião da alta hospitalar, o paciente é orientado a retornar à unidade deatenção primária, para seu acompanhamento contínuo, e a procurar o programa de 
Atenção a Clientes Ostomizados, onde receberá:
- orientações mais específicas sobre o cuidado com a bolsa e demais técnicas 
de controle intestinal; 
- ensino do autocuidado;
- orientações nutricionais;
- apoio psicológico;
- recebimento de bolsas; e
- todo suporte educacional e assistencial pela enfermagem.
Paciente colostomizado:
O paciente já portador de uma ostomia que passa a integrar a clientela de 
uma unidade de saúde de atenção primária (ESF) receberá o mesmo 
direcionamento que o paciente proveniente do hospital recém operado. Será 
encaminhado ao programa para ostomizados, onde receberá todo tratamento acima 
descrito.
41
4. ANÁLISE DOS DADOS
O tema abordado permite uma ampla análise e elevado nível de 
subjetividade, onde entendemos o cuidado de enfermagem e o ensino do 
autocuidado como ações da enfermagem e, a execução do autocuidado como a 
atividade individual proporcionada pelo paciente para o seu próprio benefício.
Conforme vimos, o procedimento da colostomia se faz necessário para 
preservação da saúde em determinadas doenças, mas as conseqüências 
psicológicas são bastante expressivas e assustadoras.
Os relatos que presenciamos no programa Pólo 1-Macaé de Atenção a 
Clientes Ostomizados nos fizeram refletir sobre a necessidade de uma atenção mais 
específica voltada para esse público no que diz respeito ao ensinamento da 
manutenção de sua ostomia e da pele peri-ostomal.
De acordo com o objetivo proposto de identificar que ações podem ser 
desenvolvidas pelo enfermeiro para orientar os pacientes colostomizados, entramos 
em duas vertentes da enfermagem que são a enfermagem cuidadora e a 
enfermagem educadora.
Ao falar das ações de assistência da enfermagem, identificamos que todos os 
autores pesquisados concordam que a fase pré-operatória é o ponto de partida para 
o contato mais próximo com o paciente candidato à colostomia. Ao mesmo tempo, 
entendemos que esta é a fase onde a enfermagem educativa também fará sua 
abordagem.
A aproximação do enfermeiro ao paciente nesta fase caracteriza-se pela 
necessidade do profissional de obter algumas informações do cliente e, 
simultaneamente, realizar o processo inverso, fornecendo informações e orientações 
sobre sua patologia e sobre o procedimento ao qual irá se submeter.
Observamos em algumas pesquisas apresentadas que diversos pacientes 
relataram surpresa ao acordar da cirurgia e deparar-se com a colostomia e até 
mesmo com a presença de uma bolsa, caracterizando a falta da interação entre a 
enfermagem e o paciente e entendemos que este comportamento fere o código de 
ética, que diz que o paciente tem o direito de saber e decidir sobre a conduta 
terapêutica a ser adotada em seu favor (COFEN 311/2007).
42
Identificamos também neste trabalho o enorme transtorno psicológico que a 
colostomia causa a uma pessoa e por tudo que pesquisamos percebemos que a 
área sexual tem um significado extremamente acentuado, sendo justificado pela 
própria teoria das necessidades humanas de Maslow, como uma necessidade 
fisiológica, ou seja, uma necessidade vital.
Observamos que diversas necessidades humanas deixam de ser atendidas e 
nesse contexto, o enfermeiro tem papel fundamental no atendimento dessas 
necessidades, atuando no cuidado direto ou promovendo as ferramentas 
necessárias para a promoção do autocuidado. 
Diversos autores referenciados citaram o sentimento de repulsa do paciente 
pela alteração de sua imagem corporal e o complexo de inferioridade pela presença 
do estoma e a quase totalidade dos diversos pacientes, nos diversos trabalhos 
relataram a importância do apoio familiar e da paciência e atenção do parceiro. Por 
este motivo, o enfermeiro deve prover informações e ensinamentos não apenas ao 
paciente, mas à família, para que o apoio mútuo entre pessoas amadas fortaleça a 
adesão do paciente ao autocuidado e a superação de seus sentimentos negativos.
Consideramos importante reafirmar aqui o posicionamento de Gemelli e Zago
(2002) que relataram a necessidade do enfermeiro ter atenção a três elementos 
importantes no ensino do autocuidado, que são: ter conhecimento da doença de 
base do paciente; ter empatia e auto-conhecimento. Consideramos esse aspecto 
relevante para que o enfermeiro saiba como cuidar no aspecto físico e terapêutico, 
com seu conhecimento teórico, mas também, saiba se colocar no lugar do paciente, 
tratando o aspecto psicológico e emocional daquele ser humano.
Todo esse comportamento esperado do enfermeiro fundamenta-se na 
sistematização da assistência de enfermagem, que visa adaptar os cuidados às 
necessidades específicas do indivíduo, promovendo seu bem estar e buscando sua 
independência terapêutica.
43
5. CONCLUSÃO
Diante de todo contexto abordado, percebemos a necessidade de se preparar 
o paciente para encarar sua nova condição de vida, demonstrando que é possível 
retomar suas atividades da vida diária com uma qualidade de vida satisfatória, bem 
como proporcionar atendimento humanizado e de qualidade a esses pacientes.
Entendemos a importância do enfermeiro no que se refere à educação para o
autocuidado e no acompanhamento psicossocial desses clientes, entretanto, 
identificamos o déficit de enfermeiros com a especialização em estomaterapia ou 
que, pelo menos, tenham recebido treinamento específico nessa área.
Para o grupo, foi muito gratificante realizar este trabalho. Se por um lado, 
encontramos algumas limitações em termos de quantidade, por outro, tivemos 
informações preciosas nos trabalhos pesquisados.
A grande maioria dos trabalhos publicados tem sua origem no estado de São 
Paulo e a divulgação desse assunto é limitada apenas aos que buscam informações 
específicas, seja para quem trabalha nessa modalidade de cuidado, para um 
trabalho acadêmico ou para o interesse próprio de pessoas usuárias do serviço de 
atendimento ao paciente ostomizado, o que justifica a necessidade de um maior 
investimento na produção de trabalhos nessa área.
Avaliamos que os objetivos propostos foram alcançados quando conseguimos 
abordar neste estudo os sentimentos dos pacientes colostomizados, bem como seus 
medos, receios e questionamentos. Foi possível estabelecer algumas ações de 
assistência e educativas que o enfermeiro pode desenvolver para o cuidado desses 
pacientes e, mais importante, para o ensino do autocuidado; e finalizamos a 
investigação propondo uma organização do serviço de saúde baseada nos 
princípios do SUS e valorizando as necessidades dos usuários candidatos à 
colostomia, de modo a investir no seu potencial cuidador e em busca da própria 
autonomia.
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