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23/09/2021 20:30 Psicologia Social
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PSICOLOGIA SOCIAL
CAPÍTULO 1 - QUAIS SÃO OS
FUNDAMENTOS HISTÓRICOS E
TEÓRICOS DA PSICOLOGIA SOCIAL?
Tais Regina Ferraz da Silva
 
INICIAR
23/09/2021 20:30 Psicologia Social
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Introdução
Vamos começar este primeiro capítulo compreendendo a Psicologia Social
enquanto conhecimento científico e, para isso, é interessante refletir sobre alguns
pontos: o que é Psicologia e Psicologia Social? Como se deu a evolução desta
ciência? O que é a abordagem sócio-histórica e o que a distingue das demais?
Quais são as bases da inserção do indivíduo na sociedade? Que temas
fundamentais podem contribuir para o entendimento da Psicologia Social?
Seguindo estes quesitos, conceituaremos a Psicologia, e contaremos sua história
para, na sequência, enfatizar a Psicologia Social. Nossos estudos serão guiados
pela abordagem sócio-histórica, que será estudada com mais profundidade.
Vamos entrar em contato com os principais temas que vêm servindo como
alicerces da construção do conhecimento em Psicologia Social. Iniciaremos por
aqueles mais básicos, sobre o Indivíduo, a Linguagem e a Cultura, que contribuem
para a compreensão do ser humano, enquanto sujeito participante da sociedade
distinto das outras espécies.
Ao final, teremos o entendimento sobre dois conceitos que estão na raiz dos
estudos dos demais temas que interessam a Psicologia Social, a Ideologia e as
Representações Sociais.
Vamos lá? Acompanhe este capítulo com atenção! 
1.1 A evolução da Psicologia Social
A Psicologia Social é o segmento da Psicologia que estuda o comportamento do
ser humano na relação com outros seres humanos, grupos, organizações e
instituições sociais. Já a Psicologia é uma ciência que tem como objeto de estudo
o ser humano e seus fenômenos psicológicos, enquanto processos desenvolvidos
em nosso mundo interno, construídos a partir de nosso contato com o mundo
externo, ou seja, a Psicologia é a ciência que estuda a subjetividade humana
(BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2001).
Essas definições sintetizam os estudos iniciados no final do século XIX, que
passaram por múltiplos questionamentos, contradições e discussões entre
estudiosos e suas produções científicas.
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  A seguir, acompanharemos a evolução destes conceitos, desde sua origem até
chegarmos à concepção atual sobre este tema.
1.1.1 A fundação da Psicologia enquanto ciência
Enquanto conhecimento, a psicologia já gerava questionamentos desde a antiga
Grécia, com Sócrates, Platão, Aristóteles, mas o marco fundamental para que a
Psicologia fosse reconhecida como ciência foi a fundação do primeiro laboratório
de Psicologia Experimental, em 1879, na Universidade de Leipzig, Alemanha, pelo
cientista Wilhelm Wundt. 
Com a Revolução Industrial em curso, os questionamentos da ciência não ficaram
alienados deste contexto e paradigmas científicos se construíram neste período. O
Positivismo de Augusto Comte – que é considerado o pai da Psicologia Social – foi
o responsável pela exigência de maior rigor científico, também nos estudos de
ciências humanas. Neste momento histórico, os temas de psicologia, que antes
eram tratados pela filosofia, como pensamentos, percepções e sentimentos
humanos, passaram a constar na pauta de estudos científicos. Isso significa que a
psicologia passou a desenvolver-se com métodos e técnicas que, objetivamente,
permitiam a compreensão dos fenômenos humanos.  
Figura 1 - A revolução industrial trouxe grandes mudanças à nossa sociedade e influenciou a ciência,
que buscou responder questões daquele período. Fonte: conrado, Shutterstock, 2018.
Deslize sobre a imagem para Zoom
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Foi nesse contexto que Wundt e seus contemporâneos, Gustav Fechner, Edward
Titchener e William James, encontraram terreno fértil para plantar os
fundamentos da Psicologia Científica. Assim, a ciência foi sendo gerada e iniciou-
se a criação de uma linguagem própria para descrever os fenômenos psicológicos,
completando as características necessárias para que um conjunto de
conhecimentos seja considerado científico: objeto específico, linguagem rigorosa,
métodos e técnicas específicas, processo cumulativo do conhecimento e
objetividade (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2001).
Essa foi uma época produtiva, que desenvolveu ideias contraditórias relacionadas
à descrição dos fenômenos psicológicos. Já nos primeiros anos se formaram
escolas de pensamento, que colocam ao centro de seus interesses, diferentes
objetos de estudo, como a consciência, a percepção, o comportamento observável
ou o inconsciente. Os autores Bock, Furtado e Teixeira (2001) afirmam que
podemos falar em “Psicologias”, por não existir uma corrente de pensamento
única, que satisfaça as necessidades de entendimento de todos os estudiosos. 
O livro “Psicologias – uma introdução ao estudo da psicologia” (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2001) se
tornou um clássico e é indicado para quem está interessado em ter uma visão geral do estudo da
psicologia. Além de contar com mais detalhes o que estamos estudando neste capítulo, também
aborda as principais teorias e temáticas estudadas por esta ciência.  
Durante o século XX, desenvolveram-se três principais teorias: o Behaviorismo, a
Gestalt e a Psicanálise. 
O Behaviorismo foi desenvolvido por John Watson e teve grande aceitação nos
Estados Unidos. Os estudos eram baseados no comportamento observável e
foram enriquecidos pela introdução da “análise experimental do comportamento”
proposta pelo psicólogo Burrhus Frederic Skinner. Para ele, o comportamento
poderia ser controlado pelo estímulo às respostas esperadas e tanto o
comportamento reflexo como o intencional podiam ser condicionados.
VOCÊ QUER LER?
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A corrente Gestalt nasce na Europa como contraposição aos estruturalistas, que
estudavam os fenômenos psicológicos separadamente. Os principais estudiosos
foram Max Wertheimer e Wolfgang Köhler. Para eles, o ser humano precisa ser
estudado em sua totalidade, pela percepção, tida como o fenômeno central. Esses
autores propuseram que “o todo é maior do que a soma das partes” e que o
comportamento precisava ser estudado levando em consideração o contexto no
qual o sujeito se insere. Kurt Lewin utilizou-se destes princípios para fundar sua
teoria sobre a dinâmica dos grupos.
A Psicanálise iniciou-se com Freud, que era médico e estudava problemas
mentais. Ele construiu uma teoria consistente baseada na afetividade e na
sexualidade humana, tendo inaugurado o conceito de inconsciente. Para ele, toda
a experiência afetiva fica registrada no inconsciente e contribui para a
determinação dos comportamentos dos indivíduos durante todas as fases do seu
desenvolvimento. O indivíduo utiliza mecanismos de defesa que são inconscientes
e deformam a percepção da realidade, afastando pensamentos que possam ser
dolorosos ou desorganizadores do psiquismo (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2001).
Estas ramificações em diferentes abordagens, estimulam debates, por vezes
acalorados, entre os que defendem um ou outro ponto de vista. Porém são
debates que não tem vencedores nem vencidos, ao contrário servem ao
amadurecimento da jovem ciência psicológica.
1.1.2 Encontrando a Psicologia Social
Sendo parte da ciência psicológica como um todo, também a Psicologia Social
teve sua evolução baseada em múltiplas abordagens, com referenciais teóricos
legítimose plurais. De acordo com Maria Ferreira (2010), todos os teóricos da
Psicologia Social têm, no centro de seus estudos, as relações dos indivíduos, entre
si e com a sociedade ou cultura onde estão inseridos, porém existem oscilações
entre os entendimentos oferecidos pelas diferentes abordagens teóricas.
Dos primeiros livros que marcaram a fundação da Psicologia Social, um foi escrito
pelo psicólogo William McDougall, e outro pelo sociólogo Edward Ross. Ambos
mostram diferentes ângulos de visão sobre os fenômenos relacionados ao tema:
um centrado no indivíduo e outro centrado no contexto. As duas correntes
evoluíram separadamente no início, e a de McDougall, do pragmatismo
americano, serviu de base para estudos sobre atitudes, liderança, fenômenos
grupais, comunicação e motivação (FERREIRA, 2010).
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A Psicologia Social americana aderiu fortemente a este paradigma, buscando a
compreensão do comportamento social a partir do estudo dos indivíduos em
relações sociais. Sua utilização era, fundamentalmente, a alteração ou a criação
de atitudes, a fim de interferir nas relações grupais tornando-as mais harmônicas,
promovendo a produtividade dos grupos, com intervenções que minimizassem
conflitos. 
Essa tendência teve grande desenvolvimento após a II Guerra Mundial, fazendo a
Psicologia Social sempre mais neutra, natural e empírica, deixando de lado a força
das estruturas sociais e dos sistemas culturais como influenciadores dos
comportamentos humanos nas relações sociais.
A descrição dos processos psicológicos do indivíduo inserido em relações sociais,
no modelo difundido pelos norte-americanos, passou a ser considerada pouco
fértil, pois tal entendimento teórico não tinha aplicação prática na solução de
problemas ou em necessidades de transformação social, ou seja, o conhecimento
psicossocial produzido não conseguia explicar, prever ou intervir em
comportamentos sociais concretos. Instaurou-se então a chamada “crise da
Psicologia Social” pelo questionamento das suas bases conceituais e
metodológicas. 
Contraposta aos paradigmas norte-americanos, a Psicologia Social europeia se
desenvolveu com uma maior preocupação com o contexto social, sobretudo após
os movimentos de 1968. Essa corrente criticava a psicologia social americana por
ser ideológica, reprodutora dos interesses da classe dominante e construída em
um contexto específico, dificultando sua aplicação em outros países, com
diferentes condições histórico-sociais (LANE, 2006a).
Na América Latina, o modelo dos Estados Unidos influenciou fortemente o estudo
e a aplicação da Psicologia Social. Porém, no ano de 1976, em Miami, durante o
Congresso Interamericano de Psicologia, foram apresentadas críticas em sintonia
com as europeias, acompanhadas de propostas para uma psicologia mais voltada
à realidade. Neste período, surgiram as associações de Psicologia Social
Venezuelana (AVESPO), a Latino-Americana (ALAPSO) e, após o congresso
seguinte, de 1979, em Lima, veio a ser fundada também a Associação Brasileira
(ABRAPSO). Foi no congresso de 1979 que se consolidou a posição da América
Latina em trabalhar na construção de uma nova Psicologia Social, efetivamente
voltada para a compreensão dos fenômenos sociais dos países ali representados.
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Sílvia Lane (1933-2006) é uma personagem central na história da Psicologia Social no Brasil e na
América Latina, por ser uma precursora na mudança de paradigma que ocorreu no final dos anos 1970.
Foi fundadora da ABRAPSO, diretora da Faculdade de Psicologia da USP, escreveu o livro “O que é
Psicologia Social”, primeiro livro com uma abordagem sócio-histórica no Brasil. Coordenou o livro
“Psicologia Social – o homem em movimento”, em um momento carente de referenciais teóricos desta
abordagem. No artigo disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/pdf/tp/v17n1/v17n1a18.pdf
(http://pepsic.bvsalud.org/pdf/tp/v17n1/v17n1a18.pdf)>, você pode conhecer mais da biografia desta
importante estudiosa da Psicologia Social (SOUZA, 2009). 
A nova abordagem apresentou uma perspectiva crítica em relação à hegemonia
do modelo positivista, apontando para uma visão do ser humano como produto
histórico-social e, ao mesmo tempo, como construtor e transformador da
sociedade onde está inserido. Em termos teóricos, a abordagem se apoiou no
materialismo histórico, utilizando-o como referência para estudar os clássicos
temas da Psicologia Social, como linguagem, processos grupais, comunicação,
mas também inaugurando novas temáticas, como as representações sociais. Os
recursos metodológicos reducionistas foram abandonados, privilegiando aqueles
mais adequados à compreensão de fenômenos complexos, entendidos no seu
caráter dinâmico e sistêmico, com métodos qualitativos. Tendo como referência o
pressuposto de que o ser humano é um ser social, a nova abordagem propõe que
toda a Psicologia seja Psicologia Social, e neste sentido, todas as áreas desta
ciência devem se guiar pela mesma concepção histórico-social do ser humano
(BERNARDES, 2013). 
1.1.3 Psicologia Social no Brasil
A Psicologia Social dos Estados Unidos influenciou fortemente os estudos
brasileiros, pois muitos cientistas e professores obtinham por lá suas formações
complementares ou convidavam seus professores para lecionarem em cursos das
faculdades brasileiras. O primeiro livro de Psicologia Social publicado no Brasil, foi
a tradução de uma obra dos Estados Unidos. Os estudos giravam em torno de
VOCÊ O CONHECE?
http://pepsic.bvsalud.org/pdf/tp/v17n1/v17n1a18.pdf
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cultura e personalidade, diferenças individuais, atitudes e opiniões, interação
social, dinâmica de grupo, patologia social, política interna e internacional (LANE,
2006b). 
Em 1962 foi regulamentada a profissão de Psicólogo e criados os primeiros cursos
de Psicologia no Brasil. O mundo acadêmico começou a sentir alguma insatisfação
pela falta de foco na realidade cotidiana e nos problemas sociais brasileiros, nos
conteúdos de Psicologia Social (LANE, 2006b). Esta realidade contribuiu para que,
também no Brasil, se vivenciasse a crise da Psicologia Social, que já estava
amadurecendo em outras partes do mundo.
Figura 2 - Na Psicologia Social, o pesquisador estuda a inserção social dos indivíduos e também faz
parte da população pesquisada, mas se destaca por ser ele a ter a “lente de aumento” na mão. Fonte:
CoraMax, Shutterstock, 2018.
Deslize sobre a imagem para Zoom
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Os campos de atuação em Psicologia Social eram bastante limitados aos
interesses da classe dominante, e giravam em torno da gestão de recursos
humanos, publicidade e marketing. O único campo menos influenciado era o das
universidades, mas mesmo ali, havia poucas possibilidades de promover ações
concretas e transformadoras junto à comunidade, pois até aquele momento não
havia conhecimento científico suficiente que traduzisse nossa realidade social
(LANE, 2006b).
Segundo Bernardes (2013), o documento de criação da ABRAPSO expressa o
interesse do grupo brasileiro em redefinir o campo da Psicologia Social, propor
novas metodologias e novas práticas sociais, buscando construir um referencial
teórico baseado em diferentes princípios epistemológicos. Nos anos seguintes,
foram apresentadas propostas concretas para uma Psicologia Social fundada em
bases materialista-históricas e voltada para trabalhos comunitários (LANE, 2006a).
VOCÊ SABIA?
Você sabia que a produção de conhecimento em Psicologia Sócio-Históricaé bem
significativa? Desde 1986, a ABRAPSO edita a revista Psicologia e Sociedade, que
você pode acessar no endereço: <http://www.abrapso.org.br/conteudo/view?
ID_CONTEUDO=539 (http://www.abrapso.org.br/conteudo/view?
ID_CONTEUDO=539)>. Até 2001, publicou 13 números, depois passou a publicar na
plataforma Scielo <www.scielo.org (http://www.scielo.org)>, na qual também é
possível acessar outras revistas e artigos desse campo de conhecimento. Na busca
pelo assunto Sócio-Histórica, há uma lista de 29 títulos.  
A partir da década de 1980, iniciou-se uma produção de conhecimento específico
da realidade brasileira, fundamentada pela nova abordagem crítica da Psicologia
Social. Despontam autores como Sílvia Lane, Ana Bock e Wanderley Codo,
publicando embasamento teórico para uma revisão dos conceitos e para orientar
novas pesquisas na área. Foram então retomados temas como linguagem,
consciência, identidade, processos grupais, instituições sociais e incluído o tema
das representações sociais, que veio adquirindo grande importância na
compreensão da dinâmica social. Estava assim formado o embrião da Psicologia
Sócio-Histórica. 
http://www.abrapso.org.br/conteudo/view?ID_CONTEUDO=539
http://www.scielo.org/
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1.2 Psicologia Sócio-histórica
Na década de 1980, no Brasil, iniciou-se o desenvolvimento de uma nova
abordagem no estudo da Psicologia Social, pois faltava uma visão mais integral do
ser humano, uma visão mais concreta, referente a sua inserção no mundo material
de modo atuante e construtivo da própria realidade, não somente sujeito a ela.
Bock e Gonçalves (2007) ilustram sinteticamente esta insatisfação, citando os
extremos escolhidos pelos cientistas, na definição do objeto de estudo da
Psicologia, já desde o início, por exemplo, entre Titchener, que “concebeu o
homem como dotado de uma estrutura que permite que a experiência se torne
consciente”, e James, “que pensou o homem como um organismo que funciona
em um ambiente e a ele se adapta”. Estas visões dicotômicas “apenas ocorrem no
balanço do pêndulo: interno/externo; psíquico/orgânico;
comportamento/vivências subjetivas; natural/ social; autonomia/determinação"
(BOCK; GONÇALVES, 2007, p. 8). Para qualquer lado que vá o pêndulo, o
entendimento sobre os fenômenos será incompleto, pois faltará o outro lado. Isso
mostra que a necessidade de encarar as contradições presentes nos fenômenos
psíquicos a fim de avançar na sua compreensão.
Este contexto histórico e científico apresentou-se como terreno fértil para o
desenvolvimento da Psicologia Sócio-Histórica, enquanto ciência capaz de
produzir conhecimento, utilizando seus fundamentos filosóficos e metodológicos.
Vamos entender isso melhor a seguir. 
1.2.1 Construindo a abordagem Sócio-Histórica
A Psicologia Sócio-Histórica toma como base de estudos a Psicologia Histórico-
Cultural de Vigotski (1896-1934), que propõe uma possibilidade de superação das
visões dicotômicas, critica posições consideradas reducionistas e incentiva a
construção de uma Psicologia dialética (BOCK; GONÇALVES, 2007).
Em linha com a fundamentação marxista da Psicologia Histórico-Cultural, a
Psicologia Sócio-Histórica adota o materialismo histórico e dialético, como
fundamento filosófico, teórico e metodológico. Sua concepção de ser humano é
de indivíduo ativo e participante da história e da sociedade, e esta última é
concebida como uma construção histórica dos seres humanos que produzem sua
vida material em suas atividades, por seu trabalho. Já as ideias, são
representações da realidade material, e levam em si as contradições que se
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expressam nelas. A história é concebida como o movimento constante do fazer
humano, que produz ideias (inclusive a Psicologia) a partir da base material
(BOCK; GONÇALVES, 2007).
É dessa forma que a Psicologia Sócio-Histórica estuda a subjetividade humana e
sua construção a partir de relações sociais concretas, ao mesmo tempo em que
estuda as relações sociais construídas com a inserção dos indivíduos nos grupos,
organizações e instituições. 
É nessa relação dialética que a psicologia sócio-histórica trabalha. Afirma a
materialidade, mas nega o determinismo estrutural e a ordem natural dos
fenômenos, apresentando uma concepção muito profícua de que a
materialidade já contém a subjetividade historicamente incrustada, o que
significa que a materialidade não é física, e que a subjetividade não é ideia
pura: ambas são configuradas e configuram a história pela mediação do
trabalho (SAWAIA, 2014, p. 5). 
Figura 3 - A concepção de ser humano, para a Psicologia Sócio-Histórica, é de indivíduo ativo e
participante da história e da sociedade. Fonte: Rena Schild, Shutterstock, 2018.
Deslize sobre a imagem para Zoom
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A Psicologia Sócio-Histórica é bastante criticada pelas tendências da corrente do
liberalismo, pois além de propor uma nova linha teórico-metodológica, também
abriu espaço no estudo dos indivíduos em sociedade dentro da própria
cotidianidade, com o objetivo de construir conhecimento coerente com as
necessidades de intervenção na realidade política, econômica e social brasileira. 
VOCÊ SABIA?
Apesar das críticas, a literatura científica não possui obras publicadas
especificamente sobre a crítica da Psicologia Sócio-Histórica, mas registra várias
obras críticas ao liberalismo. Mas é possível acessar esse conhecimento em obras
relacionadas com Administração de Empresas, Economia, Negócios e Direito, que
tratam o ser humano como peça na engrenagem do mercado. É difícil encontrar
nelas uma argumentação explícita, mas se percebem ideias que aparentemente
têm a intenção de contribuir para o desenvolvimento dos indivíduos, mas
defendem a competição, o revanchismo, o individualismo, demonstrando caráter
ideológico. 
Em síntese, o novo paradigma que se apresentou, trouxe uma alternativa para a
abordagem dos fenômenos psicológicos. Os indivíduos não são retirados das suas
atividades cotidianas para serem estudados, muito pelo contrário. A participação
do estudioso em um contato mais próximo ao objeto de estudo é fundamental, a
fim de tratar com situações reais e cotidianas, não contaminadas por
artificialismos ou relações de submissão. Tal metodologia é eventualmente
criticada por aqueles que ainda estão presos à neutralidade científica desejada
por Augusto Comte nos primórdios da Psicologia Social, porém se mostra muito
coerente com os princípios da Psicologia Sócio-Histórica, que não está interessada
somente na descrição dos fenômenos, mas sim compreender as situações
concretas a fim de propor transformações, diferentemente das outras abordagens. 
1.3 Indivíduo, linguagem e cultura
O indivíduo objeto de nossos estudos é um ser inserido em uma cultura que é
diferente da de outras espécies, pois a cultura humana continua a desenvolver-se
e a tornar-se mais complexa, considerando a aquisição da linguagem (BONIN,
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2013).
Portanto, vamos prosseguir nossos estudos abordando os temas indivíduo,
linguagem e cultura, pois são as bases do entendimento da inserção do indivíduo
na sociedade. 
Vamos entender melhor esses temas a seguir.
1.3.1 O indivíduo
Uma velha discussão que os interessados por psicologia eventualmente trazem à
baila: os comportamentos humanos são biologicamente determinados, ou são
socialmente e culturalmente determinados? Vejamos a seguir.
Uma característica do indivíduo, que está na base de tudo o que ele pode vir a ser,
é o fatodele ser biológico, possuir um corpo, um sistema neurológico, um sistema
endócrino. Ao longo de sua evolução, houve um aprimoramento do seu cérebro,
dando aos filhotes humanos a faculdade de, ao entrarem em uma história que já
começou, poderem ser inseridos nela com o auxílio da família e das demais
instituições, exatamente partindo do aparato biológico disponível. Porém será no
decorrer do seu desenvolvimento que fará contato com a cultura que rege seu
grupo, por meio das inter-relações sociais, ou seja, a sociedade com suas regras,
valores, crenças e costumes. Por intermédio de seu amadurecimento biológico, o
indivíduo aperfeiçoará as estruturas físicas que lhe permitirão ao longo do tempo,
conhecer e aderir aos hábitos e costumes do seu grupo social. Para tanto, o
desenvolvimento da linguagem tem função fundamental (BONIN, 2013).
A aquisição da fala, mediada pelos familiares, trará consigo a construção e
organização complexa do pensamento, pois o ser humano aprende a simbolizar.
Essa faculdade será utilizada na construção da consciência de si e possibilitará o
estabelecimento de relações mais complexas com os demais. A partir daí será
capaz de se auto ajustar, planejando suas ações, construindo o seu ser no mundo e
tendo consciência de si mesmo. O indivíduo será inserido em grupos, aprenderá
como viver em sociedade e reproduzirá os comportamentos entendidos como
certos (BONIN, 2013).
O indivíduo não absorve passivamente as características culturalmente impostas.
Ele entra na sociedade, em um determinado momento histórico, e aprende a
cultura vigente, mas sendo um ser que atua no seu ambiente, também será
inserido na realidade na qual se encontra. O indivíduo constrói a sociedade e é
construído por ela.
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1.3.2 Linguagem
Segundo Lane (2006b), a linguagem se formou na medida em que os seres
humanos necessitaram cooperar para sua subsistência. Com o trabalho social e a
divisão do trabalho, os grupos humanos tiveram a necessidade de construir
códigos para poder transmitir informações uns aos outros. As atividades foram se
tornando mais complexas, exigindo uma linguagem mais completa. Com a criação
de símbolos, ela deixou de ter uma utilidade apenas prático-sensorial e foi se
tornando mais abstrata, a fim de atender às novas atividades criadas social e
historicamente, como arte, religião, educação, tecnologias. Assim, a linguagem se
tornou um produto e um instrumento social, podendo ser articulada com
significados objetivos, ou abstratos, metafóricos ou, ainda, nos neologismos e
gírias que caracterizam cada época.
A linguagem traz consigo as propriedades de comunicação e significação,
orientando-se no sentido da constituição da consciência dos indivíduos. Assim a
palavra reflete a origem social da consciência. A associação da linguagem com a
consciência destaca-se como chave para a compreensão do processo de
humanização, desenvolvendo as capacidades exclusivas dos seres humanos que
seriam planejar, analisar, reformular, refletir sobre a própria atividade. Com a
linguagem, o indivíduo pode operar mentalmente com objetos ausentes do seu
campo de percepção e vivência, pode evocar imagens, objetos, ações, relações,
mesmo quando não está presente para operá-los mentalmente, utilizando
também sua memória (SIQUEIRA; NUERNBERG, 2013). 
Greystoke – a Lenda de Tarzan, o Rei da Selva, é um filme (TOWNE; AUSTIN, 1984), que conta a história de
um garoto que foi criado por macacos. Quando se torna adulto, Tarzan é levado para a civilização e
inserido em uma linguagem e cultura diferentes das que conhecia, com todas as dificuldades que isto
pode representar. 
VOCÊ QUER VER?
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Para Vygotsky, citado por Siqueira e Nuernberg (2013), a linguagem é o veículo de
constituição da consciência, a partir do contexto das relações sociais, abrangendo
o conjunto das Funções Psicológicas Superiores, como: raciocínio lógico, memória
voluntária e atenção dirigida.  Lane (2006b) acrescenta que a aquisição da
linguagem uma condição essencial ao desenvolvimento intelectual, ou seja, ser
capaz de generalizar, abstrair, imaginar, superando o aqui e agora, planejando,
prevendo, lembrando, simbolizando e idealizando. Vamos compreender  três
pontos importantes de serem tocados, em matéria de linguagem:
o primeiro seria com relação ao sentido das palavras nos diferentes
contextos, ou em diferentes períodos, por exemplo, em 1800, os moradores
de uma determinada rua solicitaram que ela fosse iluminada. Os
responsáveis, então, providenciaram lampiões a querosene e os
implantaram em toda a extensão da rua, deixando os moradores muito
satisfeitos. Nos tempos atuais, a ideia de iluminação urbana é
completamente diferente, se nos pedissem para iluminar a rua, jamais
pensaríamos em lampiões;
Figura 4 - Os hieróglifos são símbolos gráficos criados pela necessidade de transmissão de
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o segundo ponto é a escrita. Além de criarmos símbolos mentais, também
inventou-se símbolos gráficos para representar no concreto os sons
emitidos, assim podemos perpetuar uma ideia, comprovar que uma
comunicação foi feita, e criar poesias, romances, contos, utilizando a
criatividade e a fantasia que também são funções superiores do
pensamento humano;
o terceiro ponto se refere ao poder que as palavras podem adquirir,
evocando comportamentos automáticos, podendo serem utilizadas como
estratégia de dominação. Lane (2006b) cita três exemplos: a hipnose, a
lavagem cerebral e o comando militar. O antídoto a este poder está ainda
nas palavras, pois podemos (e devemos) usá-las para questionar, buscar
ampliar o sentido, pensar sobre ele e colocar sempre o pensamento entre a
palavra e a ação.
A linguagem, então, é fundamental para a difusão dos valores, crenças e
pressupostos que uma sociedade entende como certos para regular o
comportamento de seus membros, ou seja, para difundir sua cultura.
1.3.3 Cultura
A palavra cultura é um termo rico de significado. Se formos ao dicionário
encontraremos diversas definições. Daquelas apresentadas pelo dicio.com, os que
nos interessam são: “conjunto dos hábitos sociais e religiosos, das manifestações
intelectuais e artísticas, que caracteriza uma sociedade” e “normas de
comportamento, saberes, hábitos ou crenças que diferenciam um grupo de outro”.
São dois significados que se complementam, pois as características de uma
sociedade, na prática, contribuem para que possamos diferenciar um grupo do
outro.
Com a palavra cultura, que estamos utilizando neste contexto, a expressão: “esta
pessoa não tem cultura”, não cabe, pois todos têm uma cultura, ou talvez
devêssemos dizer que é a cultura que nos tem, pois os indivíduos nascem e se
desenvolvem dentro dela.
informações históricas, considerados dos mais antigos modos de linguagem escrita. Fonte: Fedor
Selivanov, Shutterstock, 2018.
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Indo além da definição do termo, Bonin (2013, s/p) nos traz uma série de
definições, apontando alguns enfoques diferentes, que ele mesmo introduz:
cultura é “um conjunto de hábitos, instrumentos, objetos de arte, tipos de
relações interpessoais, regras sociais e instituições em um dado grupo”. Ele nos
chama a atenção para o fato que a cultura também se revela nos objetos utilizados
e/ou fabricados pelo homem, pois revelam usos e costumes.
A escola histórico-cultural, com a qual a Psicologia Sócio-Histórica tem grande
afinidade, entende a cultura como prática coletivae normativa, envolvendo
expectativas e formas de agir em conjunto. Assim, as ações e interpretações das
práticas cotidianas são transmitidas e repetidas pela história de um grupo e
constroem sua tradição cultural. Ou seja, os membros de uma sociedade ensinam
aos inexperientes aquilo que é tido como certo, pela manutenção do interesse, da
apresentação de um modelo de tarefa e modelos de inter-relações, dando suporte
Figura 5 - Podemos ver, graficamente, uma representação do significado de cultura, na qual
percebemos o caráter dialético do termo. Fonte: Rawpixel.com, Shutterstock, 2018.
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e apoio, segundo o nível de progresso de sua aquisição. Ao mesmo tempo, a ação
dos novatos não é passiva, mas participante nas tarefas do grupo. Estas tarefas, o
modo e os instrumentos para sua realização e o modo de relacionar-se adequado,
além de colocados em prática, vão sendo percebidos, classificados, interpretados
e compartilhados (BONIN, 2013). 
VOCÊ SABIA?
Até pouco tempo as mulheres deviam se casar virgens. De onde partiu esta ideia?
Alguns diziam que era uma questão religiosa, mas o ponto de partida foi uma
questão econômica. Os donos das terras queriam ter certeza que os herdeiros
fossem legítimos, então seus filhos deviam casar com mulheres virgens e fiéis. Em
concordância, os pais de mulheres queriam que suas filhas permanecessem virgens
até o casamento, do contrário perderiam seu valor, que não era moral, mas
econômico. Uma não-virgem não seria aceita na família do dono da terra e ter uma
filha não casada significava continuar sustentando-a economicamente. A religião,
que tinha muito interesse em colaborar com o dono da terra, contribuiu muito com
a difusão desta crença entre os fiéis seguidores. A regra foi defendida ao longo do
tempo, vindo a fazer parte da cultura, então servia também para quem não tinha
terras e quem não ia casar com o filho do dono. Sua força ficou mantida mesmo
quando o sistema econômico já havia mudado (SARTI, 2000). 
Em conclusão, Bonin (2013), considera necessário o estudo da produção e
reprodução do simbólico, os agentes, os receptores e as condições de produção,
além dos processos de formação de valores, a legitimação de status, a exclusão, as
estratégias de resistência e de aceitação, por serem estas as informações que
servem para identificar uma determinada cultura.
Em síntese, cultura é um conjunto de regras não escritas que regulam o
comportamento de um determinado grupo social. As pessoas acham que estas
regras estão certas, acham que devem ser seguidas, as seguem, ensinam aos seus
descendentes e cobram dos seus pares. A cultura de um povo tem uma construção
lenta, pois se baseia em símbolos, crenças e valores institucionalizados, que se
tornam pressupostos de base para qualquer pensamento ou ação, portanto são
reproduzidos, sem serem questionados, gerações após gerações.
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1.4 Ideologia e representações sociais
Para uma boa compreensão da dinâmica de inserção do ser humano no mundo
que o circunda, existem dois conceitos fundamentais que precisamos explorar:
ideologia e representação social. Ambos influenciam a formação de instituições
sociais, a construção da subjetividade humana, os processos grupais, a
comunicação interpessoal e mediática, enfim, todos os demais processos que
interessam à Psicologia Social, pois envolvem todo o desenvolvimento de uma
sociedade e de seus integrantes. 
Você pode encontrar uma conceituação mais detalhada e completa sobre ideologia no livro da
conhecida Coleção Primeiros Passos da Editora Brasiliense “O que é Ideologia” (CHAUÍ, 2008), da
filósofa brasileira Marilena Chauí, professora da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da
Universidade de São Paulo.  
Ideologia e representações sociais são constructos relativamente recentes das
ciências humanas, políticas e sociais. Chauí (2008) nos conta que o termo
‘ideologia’ surgiu no início do século XIX, em um livro de Destutt de Tracy,
chamado “Eléments d’Idéologie”, que tinha como objetivo elaborar uma ciência
sobre a gênese das ideias. Já o termo representações sociais é ainda mais recente,
segundo Oliveira e Werba (2013). O termo foi utilizado pela primeira vez por Serge
Moscovici, em seu estudo sobre a representação social da Psicanálise.  Vamos
entender melhor esses dois conceitos importantes a seguir. 
1.4.1 Ideologia
A concepção do termo ‘ideologia’ teve sua evolução desde a Grécia antiga.
Guareschi (2013) conta que Machiavelli, discutindo o uso que os príncipes faziam
de força e fraude para ganhar o poder, expõe ideias semelhantes às utilizadas na
atualidade pelos poderes dominantes, com o intuito de se legitimarem. O filósofo
Francis Bacon (1561-1626) se aproximava da concepção atual do conceito de
VOCÊ QUER LER?
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ideologia, com a teoria sobre as quatro classes de ídolos que nos dificultam chegar
mais próximos da verdade. Os ídolos seriam: o das cavernas (nossas
idiossincrasias, nosso caráter); da tribo (superstições, paixões); da praça (inter-
relações humanas pela linguagem) e do teatro (transmissão de tradições e
doutrinas dogmáticas e autoritárias pelo teatro, que hoje seriam os nossos meios
de comunicação social).
Posteriormente à criação do termo por Tracy, foi Karl Marx a utilizá-lo como uma
“forma falsa” que a classe dos proprietários usava para legitimar suas atitudes e
políticas de exploração dos operários.
Então o que é ideologia? Guareschi (2013) afirma que é um conceito complexo e de
difícil formulação. Ele apresenta um raciocínio baseado na composição de
possíveis entendimentos apresentados pelos estudiosos ao longo do tempo. Para
ele, ideologia vem apresentada com conotação positiva ou negativa, e também
pode ser identificada em duas dimensões, ou material-concreta, ou dinâmica-
prática. No cruzamento destes dois eixos, ele formula quatro tipos de tendências
de compreensão quanto à definição de ideologia.
Observando a figura acima, vemos que no quadrante 1, o sentido dado à ideologia
é positivo e material. Um autor com esta visão seria Mannheim, pois para ele
significa a cosmovisão das pessoas. No quadrante 2, com sentido positivo e
dimensão prática, está a visão de Therborn, que vê a ideologia como uma maneira
de se criar e manter relações sociais. No quadrante 3, o sentido é negativo e
concreto, conforme Marx, com “as ideias da classe dominante”. Já no quadrante 4,
a ideologia é uma prática negativa, que serve para criar ou manter relações
assimétricas e injustas, que seria a visão de Thompson (GUARESCHI, 2013). 
Quadro 1 - O esquema construído com base nos quadros apresentados por Guareschi (2013), busca
situar graficamente as diferentes visões teóricas do termo ‘ideologia’. Fonte: elaborado pela autora,
adaptado de Guareschi (2013).
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O Jovem Karl Marx (BONITZER, P.; PECK, 2017) é um filme que conta a história da juventude de Marx e
seu encontro com Friedrich Engels, parceria que produziu estudos e publicações importantes para
ampliarmos nossos conhecimentos de filosofia, sociologia, economia, enfim, o contexto para a
formação da subjetividade humana (MEDEIROS, 2017). Disponível em:
<https://www.cartacapital.com.br/revista/983/um-punk-chamado-karl-marx
(https://www.cartacapital.com.br/revista/983/um-punk-chamado-karl-marx)>. 
Para Guareschi (2013), a visão do quarto quadrante é a mais adequada, pois
ideologia é um conjuntode ideias falsas, enganadoras e que podem trazer
prejuízos, empregado por instituições com função de criar ou reproduzir relações
de dominação. Dessa forma, é preciso analisar em cada caso se as ideias são
enganadoras e prejudiciais e se a instituição que as emprega contribui para criar
ou reproduzir ações de dominação. A ideologia, então, assume a dimensão uma
estratégia de ação. Esta visão pode ser observada implicitamente em Marx,
quando emprega ideologia como um sistema de representações utilizado para
sustentar relações existentes de dominação, pela orientação das pessoas para o
passado ou para ideias que desviam-nas da busca por mudanças sociais.
Antes de prosseguir, vamos esclarecer o significado de dominação. Continuemos,
então, com Guareschi (2013, p. 85), que tão claramente propõe sua definição:
é uma relação, e se dá quando determinada pessoa expropria poder
(capacidades) de outro, ou quando relações estabelecidas de poder são
sistematicamente assimétricas, fazendo com que determinados agentes, ou
grupos de agentes, não possam participar de determinados benefícios,
sendo assim injustamente deles privados, independentemente da base
sobre a qual tal exclusão é levada a efeito. 
Existem diversas maneiras de se estabelecerem estratégias de dominação. Uma
delas é a universalização, por exemplo, quando vem dito que a globalização é um
fenômeno que contribui para o crescimento de todas as nações, pois tal afirmação
é uma falácia. Na verdade os países que possuem mais recursos e tecnologias se
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beneficiam da globalização bem mais do que aqueles menos desenvolvidos.
Podemos citar também a legitimação e justificação, com o exemplo de uma
empregada doméstica que afirma “é rico quem poupa”, pois tal expressão esconde
uma situação desigual e por vezes injusta, já que em grande parte dos casos é rico
quem explora o trabalho dos outros. A estigmatização (ligar determinados
estereótipos a indivíduos ou instituições) e a sacralização (referendar
características sobrenaturais a acontecimentos ou pessoas) também são
estratégias que podem contribuir para a criação e perpetuação de situações de
dominação (GUARESCHI, 2013). Uma outra estratégia, ainda, seria a da
naturalização, por exemplo, a ideia liberal de que todas as pessoas são iguais por
natureza e cada uma deve buscar sua própria realização, enquanto as
desigualdades são evidentes na nossa sociedade (SIKORSKY; RAMPAZZO, 2009).  
Figura 6 - A instituição escolar pode ser um exemplo de ideologia, como mostra a figura,
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O termo ‘ideologia’ passou a fazer parte do vocabulário da Psicologia Social
principalmente após o movimento de crítica que nos levou à fundação da
Psicologia Sócio-Histórica. É importante identificar o ideológico nos movimentos
de construção social, pois nossas instituições, via de regra, tendem a reproduzi-lo,
e quando não identificado e questionado, ele persiste, oportunizando todo o tipo
de situação de dominação, discriminação e exclusão social. 
1.4.2 Representações Sociais
Serge Moscovici iniciou os estudos sobre “representações sociais” motivado pela
sua insatisfação com os pressupostos positivistas e funcionalistas que não
conseguiam estudar a realidade em todas as suas dimensões. Oliveira e Werba
(2013) citam a definição elaborada pelo próprio Moscovici: 
por Representações Sociais entendemos um conjunto de conceitos,
proposições e explicações originado na vida cotidiana no curso de
comunicações interpessoais. Elas são o equivalente, em nossa sociedade,
aos mitos e sistemas de crença das sociedades tradicionais: podem
também ser vistas como a versão contemporânea do senso comum
(MOSCOVICI apud OLIVEIRA; WERBA, 2013, p. 92). 
Então, podemos dizer que as representações sociais são traduções de assuntos
complexos para uma linguagem mais habitual para um dado grupo e, sendo
baseadas no senso comum, são formadas não apenas por conteúdo objetivo, mas
carregam consigo afetos e sensações. 
O estudo das representações sociais em Psicologia Social nos leva a conhecer
como um grupo constrói o seu conjunto de saberes e a descrever como eles
afetam a sua realidade prática, uma vez que são as representações sociais que
direcionam suas ações cotidianas. Segundo Oliveira e Werba (2013), o estudo das
representações sociais nos ajuda a entender as diversas dimensões da realidade:
física, social, cultural e cognitiva, de forma objetiva e subjetiva.
A construção das representações sociais se inicia com a entrada na consciência do
indivíduo de algo diferente de tudo que ele tem registrado no seu psiquismo. O
processo interno é aquele de rejeitar o que é estranho, pois a tendência é negar
novas informações, percepções, sensações, que possam em qualquer modo nos
reproduzindo relações de dominação. Fonte: ESB Professional, Shutterstock, 2018.
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desestabilizar. O novo deverá ser integrado com algo que já faça parte da
subjetividade do indivíduo. Para tanto, existem dois processos básicos geradores
de representações sociais: a ancoragem e a objetivação.
A ancoragem é o processo utilizado para classificar e encontrar um lugar onde
‘encaixar’ o desconhecido dentro de algo que já seja familiar. Assim, a ancoragem
implica em um juízo de valor, pois precisamos classificar a nova ideia, pessoa ou
objeto e posicioná-la em uma categoria que já comporta semelhante dimensão
valorativa e precisa ser ‘ajustado’, a fim de poder ser posicionado dentro dela
(OLIVEIRA; WERBA, 2013).
Carvalho (2010), citando Leite, um pesquisador que realizou o estudo da
representação social da miséria relata um exemplo de ancoragem: os estudantes
universitários sujeitos da pesquisa assistiram um filme sobre a vida e o trabalho de
catadores de lixo e, ao serem chamados a interpretar a condição social de
pobreza, se detiveram no que os pobres não tinham, e não naquilo que tinham,
faziam ou eram. Como os universitários não tinham ideia prévia de situações de
extrema pobreza, representaram-na como ausência de emprego, casa, educação,
comida, tomando como paradigma suas próprias condições de vida para
interpretar aquela realidade a que buscavam dar um sentido.
A objetivação, por sua vez, é a concretização visível de uma realidade. Neste
processo, se busca unir um conceito com uma imagem para reproduzi-lo no
mundo exterior.
Carvalho (2010) apresenta um exemplo de objetivação citando Schulze, que
pesquisando sobre representações sociais de pacientes com câncer identificou
que, quando solicitados a explicar as causas da doença, representavam-na em
seus corpos como bola, tumor ou pinta de sangue seco. dando uma imagem
concreta a algo que, para eles, era apenas uma ideia.
As representações sociais não são estanques nem definitivas, elas podem mudar,
na medida que os integrantes do grupo aprofundam seu conhecimento ou alteram
seu sentimento sobre a realidade na qual se referem e os compartilhem com seus
pares.
1.4.3 Relação entre ideologia e representações sociais
Existe relação entre ideologia e representações sociais?
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Oliveira e Werba (2013) apontam uma diferença fundamental entre os conceitos,
pois se a ideologia for definida como algo pronto e acabado, as representações
sociais não poderão ter nenhuma relação com ela, já que estas são dinâmicas,
podendo, então sofrerem transformações. Em um segundo momento,as autoras
trazem a definição de ideologia proposta por Thompson: “ideologia é o uso das
formas simbólicas para criar ou manter relações de dominação” (THOMPSON apud
OLIVEIRA; WERBA, 2013, p. 97). Então, se ideologia é o uso de formas simbólicas
utilizadas na criação ou na reprodução de ações de dominação, seria possível
concluir que as representações sociais, sendo formas simbólicas, podem ser
ideológicas, porém essa afirmação não pode ser feita dessa forma. Para
afirmarmos que uma representação social é ideológica, será necessário, antes,
verificar se ela está servindo para criar ou reproduzir relações de dominação.
CASO
No dia 19 de fevereiro de 2018 foi publicada uma matéria (RATIER, 2018)
sobre uma situação que pode ilustrar alguns assuntos tratados neste
capítulo, como cultura, ideologia e representações sociais. A protagonista
é uma bolsista do curso de Direito de uma conceituada universidade
brasileira, em sua formatura. Em seu discurso de oradora da turma, ela
revela a ideologia dominante que exclui as pessoas pobres, apresenta
algumas representações sociais sobre como os pobres estudam e nos faz
compreender algumas características da cultura brasileira, apontando
alguns pressupostos de base sobre quem está autorizado a ocupar qual
espaço na educação de qualidade. A bolsista conta sua trajetória e de seus
colegas bolsistas, bastante discriminados, às vezes sem intenção
consciente, por colegas e professores. Você pode ler mais no site:
<https://novaescola.org.br/conteudo/10128/quem-e-a-aluna-
bolsista-cujo-discurso-de-formatura-viralizou-na-rede
(https://novaescola.org.br/conteudo/10128/quem-e-a-aluna-
bolsista-cujo-discurso-de-formatura-viralizou-na-rede)>. 
Para um entendimento mais objetivo, podemos utilizar os exemplos de ancoragem
e de objetivação descritos precedentemente. 
https://novaescola.org.br/conteudo/10128/quem-e-a-aluna-bolsista-cujo-discurso-de-formatura-viralizou-na-rede
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Como vimos, no exemplo de objetivação, pacientes de câncer, quando solicitados
a explicar as causas da doença, representavam-na em seus corpos como bola,
tumor ou pinta de sangue seco. Esta representação social é inócua, não está nem
criando, nem reproduzindo relação de dominação. Já no exemplo de ancoragem,
os estudantes universitários identificam a pobreza como não ter aquilo que eles
têm. Eles não conseguiram observar que aquelas pessoas pobres, os catadores de
lixo, também têm algo, são alguém, desenvolvem uma atividade. Esta
representação já se aproxima bastante de uma forma simbólica reprodutora de
uma situação de dominação.
Enfim, tanto ideologia quanto representações sociais são temáticas essenciais no
estudo da Psicologia Social, em particular, dentro da perspectiva da Psicologia
Sócio-Histórica, portanto, é importante mantê-las em mente para compreender
melhor nosso objeto de estudos.
Síntese
Concluímos o primeiro capítulo sobre Psicologia Social. Nele você pôde conhecer
os fundamentos históricos e teóricos desta disciplina, que são base para
aprofundar os temas referentes à Psicologia Social. 
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
conhecer a definição e a história da Psicologia e da Psicologia Social
enquanto ciência;
entender as bases teórica e epistemológica da abordagem Psicologia Sócio-
Histórica, pois é ela que está fundamentando os nossos estudos de
Psicologia Social;
aprender os temas que estão na base da inserção do ser humano na
sociedade e que fundamentam o estudo da Psicologia Social: o indivíduo, a
linguagem e a cultura;
compreender os conceitos de ideologia e representações sociais, que são
pontos importantes para o estudo da Psicologia Social na abordagem Sócio-
Histórica.
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Bibliografia
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23/09/2021 20:30 Psicologia Social
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