Prévia do material em texto
1ª Edição |Maio| 2014 Impressão em São Paulo/SP Comunicação alternativa ou suplementar Eduardo Garcia Catalogação elaborada por Glaucy dos Santos Silva - CRB8/6353 Coordenação Geral Nelson Boni Professor Responsável Eduardo Garcia Coordenadora Peda- gógica de Curso- EAD Roseli Leal Coordenação de Projetos Leandro Lousada Revisão Ortográfica Vanessa Almeida Projeto Gráfico, Dia- gramação e Capa Ana Flávia Marcheti 1º Edição: Maio de 2014 Impressão em São Paulo/SP Comunicação alternativa ou suplementar Sumário Capítulo I Comunicação: conceito e história 1 Comunicação 1.1 Entendendo um pouco mais 1.2 O conceito 1.3 Ainda algumas explicações 1.4 História da comunicação Gabarito Referências Bibliográficas .5 .49 .53 Capitulo 1 Comunicação: Conceito e história Neste primeiro capitulo você conhecerá um pouco mais sobre comunicação. Por meio deste ma- terial, que representa o capítulo 01 de 04 será pos- sível compreender o conceito de comunicação e seu desenvolvimento ao longo da história. Mais do que compreender um conceito, o material permitirá que você faça uma leitura dinâmica, como se estivesse participando de uma conversa. A proposta é fazer você se sentir em constante diálogo comigo, autor deste texto. Afinal, não é coerente pensar em comu- nicação sem a interação entre um ou mais locuto- res-emissores e interlocutores-receptores. Para que exista uma boa comunicação deve existir um bom diálogo. Nossas falas devem tornar-se, de um para outro, uma fala comum. Aliás, como vocês descobri- rão ao longo da leitura, comunicar é o mesmo que tornar uma ideia comum a todos. A proposta de estabelecer uma relação de troca com você tem a intenção de provocar uma leitura crítico reflexiva. Por esta razão, o material de avalia- ção, e as propostas de estudo ao final deste módulo, representam respostas ao diálogo proposto. É por meio dela que as interlocuções, sobre o que se en- tendeu do conteúdo e o que se construiu em nível de pensamento, serão possíveis. Pelos motivos expostos acima, peço que você leia com atenção, pense sobre o que está lendo, ana- lise, estabeleça relações com o seu cotidiano e com outras disciplinas que já tenha cursado ou aquelas as quais ainda está cursando. Dialogue com seu livro. Grife o que não entendeu (desenvolva pesquisa para- lela), pontue o que entendeu, formule pensamentos e faça anotações em seu livro, se preciso for. Desta forma, seus estudos ficarão dinâmicos, serão praze- rosos e você estará colocando em prática a comuni- cação. Mesmo porque, este material tem a intenção de ser um bom papo sobre o tema. Novamente, te- nha um bom estudo! Ou melhor, se comunique. 1 Comunicação: Começo esse texto trazendo a conhecida e célebre frase do grande e já falecido comunicador Chacrinha. Já de início, ao mencionar a personagem Chacrinha, fiz uso de algumas palavras “célebre – grande” para atribuir valor positivo à personagem. Se você observar o que fiz, vai entender o que sig- nifica fazer comunicação. Óbvio que não é só isso, mas o que fiz faz parte do processo de comunicação. Ao trazer as palavras célebre e grande, eu esta- beleci uma relação subjetiva com a ideia que tenho do apresentador. Expressei os meus valores pessoais sobre ele. As palavras usadas e escolhidas represen- tam o que eu acredito que ele seja. E ao ser, estas palavras expressadas em meu enunciado, se diluem e parecem representar uma verdade sobre o apresen- tador Chacrinha. Se forem repetidas inúmeras vezes por outras pessoas, estas palavras poderão represen- tá-lo de verdade. Pode ser que Chacrinha não seja “grandio- so”, como proposto pelo enunciado e que sua fra- se não seja “célebre”. Entretanto, pelo modo como foi construída a frase, muitas vezes ela não permite que seu contexto seja analisado criticamente, ou de modo reflexivo. Sua construção oracional induz a uma “representação” que acaba circulando no meio social como “verdadeira”. Comunicar algo, em mui- tos momentos, é fazer com que a ideia comunicada pareça uma verdade, muitas vezes inquestionável. Isso acontece porque uma das características da co- municação é a persuasão. Logo, comunicar é, entre tantas outras coisas, saber persuadir. Célebre e grandioso são palavras que podem confundir a percepção de quem recebe a mensagem comunicada. São tão fortes que passam a ser, em de- terminado momento, termos constituintes da rela- ção estabelecida entre o pensamento do interlocutor e o pensamento do locutor emissor da mensagem. Outros exemplos do uso de palavras representacio- nais, de caráter subjetivo, porém que induzem a uma “falsa” compreensão sobre o que o outro é, podem ser analisados. Como exemplo, leia as frases abaixo: O rei fará seu show de Natal no dia 22 de dezembro = Roberto Carlos A rainha dos baixinhos chegou = Xuxa O fenômeno entra em campo = Ronaldo Roberto Carlos não é rei, Xuxa não é rainha e Ronaldo não é um fenômeno, mas assim são repre- sentados, porque a estratégia de persuasão assim os representou. Comunicar é também convencer. Atuar e informar uma ideia, colocando nela marcas de sub- jetividade. Como dizia o Velho Guerreiro: Fonte: http://managementplus.com.br/quem-nao-se-comunica-se-trumbica/ 1.1 Entendendo um pouco mais Assim como o velho guerreiro, modo como Chacrinha ficou conhecido, Silvio Santos, Lula, Jô Soares, Ivete Sangalo, Hebe Camargo, Gandhi, Hi- tler, alguns líderes religiosos, entre tantos outros, foram conhecidos e reconhecidos como grandes comunicadores na história. O que há em comum en- tre essas personalidades é a capacidade de persuadir pelo discurso construído pro elas. Algumas propa- gandas fazem isso muito bem e induzem ao con- sumo de uma determinada marca. Portanto, quem faz comunicação consegue prender a atenção, para o bem ou para o mal, e por isso consegue persua- dir. Professores que conseguem estabelecer uma boa comunicação com seus alunos são aqueles que pren- dem a atenção de seu público. Penteado explica que: O homem está sempre atento, embora sua atenção se concentre em certas coisas em detrimento de outras. Sério problema da comunicação humana é atrair e manter a atenção. Em geral consideram-se quatro es- tímulos principais da atenção: Intensidade, repetição, modificação e contraste. (PENTEADO, 2001, p.18). Chacrinha serve como bom exemplo de comu- nicador, porque seu estilo, seu carisma, sua criativi- dade na comunicação contribuíram para o sucesso de sua forma de comunicar. Em seu desempenho como apresentador, há todos os estímulos necessá- rios para atrair a atenção de determinado público. Era intenso, repetitivo, mantinha o estilo, embora modificasse a fantasia e apresentasse contrastes en- tre questões sérias e irreverentes. Fonte: http://rd1.ig.com.br/televisao/musical-contando-a-trajetoria-de- -chacrinha-capta-63-milho Os mesmos recursos, citados anteriormen- te - intensidade, repetição, modificação e contraste - foram usados nestas linhas, na escrita deste livro. Perceba e preste atenção: os subtítulos e as palavras- -chave estão em negrito dando intensidade ao assun- to que será tratado. Em diversas ocasiões algumas palavras e significados são repetidos com o intuído de fixá-los, facilitando sua memorização, apreensão e compreensão. Embora, haja uma sequência textual para garantir a coesão e a coerência, há modificações consideráveis para que você tenha interesse em con- tinuar lendo o que escrevi sobre comunicação. Por ultimo, propositadamente, apresento vários contras- tes, na medida em que misturo textos acadêmicos - robustos com uma linguagem técnica e científica - com exemplos do cotidiano - constituídos de uma linguagem coloquial - do dia a dia, cheios de clichês e modismos. Talvez, um texto puramente acadêmico se tornaria chato em determinado momento, e um texto muito coloquial provocaria dúvidas sobre sua procedência. A mistura, o contraste pretende pren- der a atenção, estabelecendo relação entre academia científicae o cotidiano vivenciado. As pessoas apren- dem e entendem melhor, quando o conhecimento transmitido estabelece relações contraditórias. Assim também age qualquer outro comunica- dor. Como por exemplo, o Chacrinha. Mais do que apresentar um programa, conseguia persuadir com seu jeito discursivo, visto que prendia a atenção. Por isso, pode ser considerado um grande comunica- dor. Chacrinha criou, inclusive, alguns neologismos: trumbica, chacrete. Ele criou novas palavras e deu sentido a elas, criou um léxico alternativo para co- municar sua ideia. Essa capacidade de se fazer enten- der, criar um novo vocabulário e dar sentidos, criar uma personagem que atraía a atenção de determi- nado público; tudo isso passa a fazer parte de um esquema comunicativo. Tudo isso é comunicação. Esse processo criativo não é, apenas, um mérito de personalidades midiáticas. Como mencionado an- teriormente, as empresas de publicidade fazem isso a todo o momento. Elas criam palavras e inventam significados. As indústrias fazem isso, geralmente, com o intuito de marcar sua logomarca, na memó- ria do interlocutor. As instituições financeiras fazem isso. Os grupos sociais também o fazem. A todo tempo a comunicação se renova, se reinventa e se reconstrói. Comunicação é um processo dinâmico. Ou seja, seus meios se modificam a todo tempo. Ob- serve o seguinte exemplo abaixo: As palavras telefone e celular são palavras que entram em circulação por necessidade industrial, atendendo às atualidades tecnológicas e às emergên- cias econômicas. Ao criar determinados aparelhos, será necessário criar uma palavra que o represente. Assim como Chacrinha fazia uso de neologismos, a indústria também o faz. É a repetição da palavra que a tornará comum a todos, que a colocará em circula- ção na sociedade. Perceba que o uso da palavra celular, hoje, é corriqueiro por boa parte da população mundial. O profissional responsável por tornar algo comum, não só determinado produto, mas a palavra que o representa, é formado em comunicação. Tamanha é a complexidade do sentido e do conceito daqui- lo que Essa miscelânea de ações pode ser entendida como comunicação. Portanto, comunicação não é o mesmo que informação ou conhecimento, sinônimo de falar bem e escrever, segundo uma norma padrão da língua. Embora, tudo o que foi mencionado per- tença ao ato comunicativo, não se trata somente dis- so. Comunicação abrange uma série de técnicas de produção e está envolvida com questões econômicas e com os avanços tecnológicos. Comunicação é um ato político. Por isso é preciso entender que comuni- cação, mais que um significado é um conceito. 1.2 O conceito Comunicação, como proposto anteriormente, é um conceito. Foi com essa afirmação que terminei, ainda a pouco, o tópico anterior. Mas o que implica essa afirmação? O que significa dizer que comuni- cação é um conceito? Alguns estudiosos, teóricos e escritores o explicam da seguinte forma, na tentativa de tornar claro seu significado: A comunicação humana compreende miríades de formas, através das quais os homens transmitem e recebem ideias, impressões e imagens de toda ordem. A palavra comunicar vem do latim “communicare” com a significação de pôr em comum. Comunicação é convivência; está na raiz de comunidade. (PENTE- ADO, 2001, 01). Comunicação é um processo natural, uma arte, uma tecnologia, um sistema e uma ciência social. Ela pode ser um instrumento de legitimação de estruturas so- ciais e de governos, como também a força que os contesta e os transforma. Ela pode ser veiculo de autoexpressão e de relacionamento entre as pessoas, mas também pode ser útil recurso de opressão psico- lógica e moral. (BORDENAVE, 2009, Or.). Com as definições de Penteado e Bordenave, citadas acima, se torna mais fácil entender porque e como algumas pessoas podem ser consideradas si- nônimas de bom comunicador: 1) Elas transmitem com clareza suas ideias. 2) Causam uma impressão marcante e ao mesmo tempo exótica. 3) Produzem e apresentam uma imagem interessan- te de si. 4) Tornam comum a todos sua linguagem. Essas habilidades podem ser desenvolvidas em qualquer campo profissional: médicos, professo- res, advogados, filósofos etc. Em qualquer área de atuação, a todo o momento, muitos profissionais tornam-se ícones no ato de comunicar. Suas frases viram mania, sua imagem referência, seu jeito um estilo. Não é à toa que Bordenave (2009) afirma que a comunicação: excita, ensina, vende, distrai, entusiasma, dá status, constrói mitos, destrói reputações, orienta, desorienta, faz rir, faz chorar, inspira, narcotiza. Observe os símbolos abaixo, certamente você irá associá-los a algumas pessoas, ou a alguns aconte- cimentos históricos, ou a alguns valores morais: Cada qual em sua área, quem incorpora o con- ceito de comunicação em seu discurso consegue atrair, para junto de si, muitas pessoas. Comunicação é controle. Dispositivo de convencimento. E muitas personalidades, na história, compreenderam o poder gerado pela comunicação. Tenha sido para o bem ou para o mal, como explicitado acima, na citação de Bordenave. Alguns exemplos dessas personalidades: Fonte: http://www.brasilescola.com/geografia/os-neonazistas.htm Fonte: http://mestres.folha.com.br/pintores/06/ Dentro desse seleto grupo de grandes comu- nicadores, talvez a presença da imagem de Hitler assuste ou cause descontentamento. Assim como a imagem da suástica trazida ao lado da pomba, de Pablo Picasso, na página anterior. No entanto, foi Hitler e sua equipe, juntamente com o poeta alemão Guido List 4, quem transformou a suástica em um símbolo de poder, controle, política, totalitarismo e morte. O poder da comunicação de Hitler talvez seja um dos maiores testemunhos do que um “co- 4 Cf: http://www.brasilescola.com/historiag/suastica.htm municador” pode fazer. Sua persuasão foi tamanha, porém os efeitos causados de dor, medo e morte só puderam ser analisados após o termino da Segundo Guerra. Hitler tinha o dom da persuasão e sua equi- pe trabalhava muito bem esse princípio. A própria suástica representa este tipo de trabalho. Em sua ori- gem a suástica, como explicado pela revista Mundo Estranho, significa: "condutora do bem-estar". Conhecida como símbo- lo de boa sorte pela maioria das culturas, a suástica ornamentava as moedas da Mesopotâmia 3 mil anos antes de Cristo e também aparecia na arte de povos como os bizantinos e os primeiros cristãos. Os índios maias, da América Central, e os navajos, da Améri- ca do Norte, também a retrataram - e ainda hoje ela continua a ser usada como símbolo de fortuna pelos hindus. Existem dois tipos de suástica: uma com os braços virados em sentido horário, outra voltada para o sentido oposto. Essa última, tida como noturna, se- ria usada em rituais de magia negra. A primeira - con- siderada um símbolo solar e, portanto, diurno - é a da boa sorte. Quando foi fundado o Partido Nacional- -Socialista alemão, em 1920, a suástica solar foi ado- tada como seu emblema principal por sugestão do poeta Guido Von List. Com o fim da Segunda Guer- ra, em 1945, o símbolo foi oficialmente aposentado, mas continua sendo usado por grupos neonazistas .5 5 mundoestranho.abril.com.br/materia/qual-e-a-origem-da-suastica-o- -simbolo-nazista Hitler foi mentor de um dos sistemas de comu- nicação de maior poder, já registrado na história. Ele foi capaz de trabalhar o plano simbólico, utilizar-se de retórica para convencer, abusar do saber cien- tifico, e criar uma politica eugênica. Como mostra Cohen (1992), em seu documentário Arquitetura da destruição, Hitler conseguiu convencer que a morte era um bem necessário, e a arquitetou de modo ra- cional e voraz. Não é a toa que Bordenave (2006), em síntese, alerta que a comunicação também pode servir para destruir. Em outras palavras, a comunica- ção também se traduz como opressão moral. É por essas e tantas outras explicações que co- municaçãopode ser considerada um conceito. Ela engloba uma série de considerações, na medida em que atua. Por isso, é muito importante entendê-la e decifrar seu conceito. Perceber como esse conceito pode ser desenvolvido, quando aplicado como alter- nativo ou suplementar. O próprio Bordenave (2007) destaca que a comunicação foi o canal, pelo qual os padrões de vida, dados pela cultura, foram transmi- tidos aos grupos sociais. Certamente, sua explicação indica que comunicação alternativa ou suplementar caracteriza um sistema que atinge, culturalmente, de- terminado grupo social. Este sistema atende e toca este determinado grupo, levando a mensagem dese- jada e tornando-a comum, a quem quer que seja, a ideia transmitida. 1.3 Ainda algumas explicações Antes de abordar a história da comunicação, acredito ser necessário entender o que é um concei- to. Afinal, desde o inicio se afirma que comunicação é um conceito. Quando pensamos em comunicação, é preciso entender todo valor que essa palavra recu- pera. Conceito é isso: um conjunto de valores, his- toricamente, acumulados em torno de determinada palavra. Entretanto, o que significa a comunicação ser um conceito? O que significa por em uso a co- municação, como conceito? Como fazer deste con- ceito algo prático? Hardy-Vallée (2013), por exem- plo, explica conceito como o conhecimento mais geral, aplicado a um objeto ou a uma situação. As abordagens dos autores Penteado (2001) e Borde- nave (2009) sobre comunicação, apresentadas no tópico anterior, são exemplos do que Hardy-Vallée denomina “conhecimento geral”. O conhecimento é geral porque foi acumulando- -se ao longo do tempo. Pense na palavra animal. Ela é uma generalização, característica primeira de um ser que vive. O animal é um conceito genérico que pode apontar: animal racional e animal irracional – homem e bicho. Homem pode ser um conceito que indica: homem, qualidade de um animal racional que se apli- ca ao ser homem e ao ser mulher, etc. Com relação à comunicação, isso também se aplica. Observe: Isso significa que qualquer processo denomi- nado comunicação deverá atender aos pressupostos gerais do seu conceito. Essa necessidade ocorre por- que o conceito é identificador, definidor, categori- zador. Portanto, se comunicação é entendido como um conceito, é possível que a palavra que o repre- senta traga consigo, de modo implícito, todas as atri- buições elencadas no esquema acima. Em síntese, comunicação, posta como uma palavra que indica generalidade, será uma palavra que indica também uma categoria. Categoria pode ser pensada, aqui, como algo que dá noção de pertencimento. Ou seja, qualquer ação que tenha em seu processo os atributos men- cionados anteriormente pertencerá – se encaixará – na categoria de comunicação. A ação comunica- tiva ou comunicação se coloca em prática de várias maneiras para atender diversos interesses, embora se encaixe nos pressupostos de sua generalidade. Por ser uma categoria genérica, o conceito de comunicação permite que, segundo sua função so- cial e seus objetivos práticos, se construa e se des- dobre em subcategorias. Cada qual para atender di- ferentes necessidades e demandas sociais diferentes. Observe o esquema abaixo: O exemplo trazido acima indica que, embora os três itens sejam tipos de comunicação, cada um é uma forma diferente de desenvolvê-la e aplicá-la. Comuni- cação assistiva, embora seja comunicação é diferente de comunicação alternativa, que embora seja comuni- cação é diferente de comunicação suplementar. A palavra comunicação indica a generalidade de uma prática. Ela identifica a função primeira das subcategorias, que são a especificidade de como o ato de comunicação se desenvolverá. Sua definição funcional se torna clara e objetiva. A palavra comu- nicação, mais que uma prática, é um conceito. Walker (2011) define que comunicação é tornar comum algo com alguém. Nada de novo. Isso apon- ta que a comunicação ocorre em um diálogo, uma troca entre duas ou mais pessoas – e isso também já foi dito. Walker (2011) também defende que comu- nicação é um processo geral de emissão, transmissão e recepção de mensagens – e isso também já foi dito. Agora, prestando atenção, vamos refletir. Você pode ter pensado em Walker como um grande teó- rico da comunicação, porque o contexto no qual o nome dele foi apresentado já induz o pensamento a isso. Não que este jovem rapaz não possa vir a ser um grande teórico da comunicação daqui a al- guns anos, entretanto, no momento em que escreveu as palavras trazidas acima, ele era um estudante de comunicação. Walker é um pseudônimo de um es- tudante de comunicação. A explicação que ele deu sobre comunicação, em 2011, compunha um Slide Share de apresentação universitária, publicado em uma rede social. A intenção de trazer a explicação do jovem estudante se baseia em duas propostas: 1) A boa comunicação comunica uma ideia, antes mesmo de enunciá-la, porque a indica pelo contexto. 2) Walker foi claro e sintético. Esses dois princípios podem ser analisados, segundo a teoria linguística Saussuriana. De acordo com Saussure (2006), a linguagem – comunicação – em síntese, acontece pela troca de informação, me- diada pelo signo mental, que depende do significante e do significado. Logo, a personagem A pensa e sente necessida- de de expressar seu pensamento, sua ideia para a per- sonagem B e por esse motivo emite sua mensagem de modo claro. A personagem B recebe a mensagem de A, ou seja, os significantes enunciados por A. No entanto, não basta receber a mensagem, é necessá- rio que os significados sejam comuns aos dois para que a compreensão e a interpretação da mensagem aconteçam. Isso pode ser entendido como “senti- do”, “nexo”, identificação com o signo linguístico, aceitação: comunicação estabelecida. Todavia, fique atento, mesmo que em muitos momentos haja clare- za, é possível que haja informação, o que não signi- fica que houve comunicação. Comunicação é encon- tro de ideias, em torno de um propósito, dentro de um contexto. Para entender melhor o que foi dito até o mo- mento, um exemplo é bem ilustrativo e bem simples. Neste exato momento, eu estou pensando em algo, algo que eu tenho conhecimento, porque vivenciei ao longo da vida e aprendi em contato com culturas diferentes, em lugares pelos quais passei. Vou ex- pressar meu pensamento para o meio social, emito um significante: Se você morar nas regiões do centro-oeste, sul, sudeste ou nordeste, provavelmente você não enten- deu o significado do significante que enunciei. Há um desequilíbrio. O nosso pensamento não é co- mum, não houve comunicação entre nós. Embora você tenha decifrado o conjunto de letras e a forma- ção sonora da palavra, ela não faz sentido para você. Eu, sendo A, informei algo, mas não comuniquei – não tornei comum minha ideia – a você, B. A ideia é clara em meus pensamentos, porém eu não atingi meu objetivo: o de me fazer entender pelo outro. Houve a emissão de uma palavra, mas não houve comunicação. Agora pense no seguinte contexto: Por meio da contextualização, teberemba passa a ser entendido, ganha significado, se torna comum, entra em circulação no meio social. Teberemba é o nome dado, no Amazonas, ao cajá. O mesmo ocorre com a fruta-pão, a seriguela, ou o açaí – que há al- guns anos eram conhecidos no Pará, mas desconhe- cidos em boa parte dos estados do Brasil. Para finalizar, retomo o que Chacrinha dis- se: Quem não se comunica se trumbica. A palavra “trumbica” é um significante que ganha significado, pelo contexto no qual está inserido. O dicionário diz que o significado de trumbicar é o mesmo que se dar mal. Logo, quem não se comunica se dá mal, porque não consegue deixar claro para o outro suas ideias. Darei outro contexto. Em outro contexto, eu explicava sobre verbo transitivo e percebi que os (as) alunos (as) não estavam entendendo. Expliquei e re- expliquei inúmeras vezes. O problema não eram as informaçõesdadas. O problema estava no não en- tendimento da palavra “transitar”. Ela não era co- mum a todos, os (as) alunos (os) não conseguiam relacionar a ideia à explicação, que para mim A, era clara e objetiva. Eles não a processavam, era estra- nho. Após explicar o significado da palavra “tran- sitar”, tornei minha ideia comum a todos, mais que uma explicação, coloquei em prática a comunicação de ideias. Como explica Bordenave (2006), comunicação é a produção social de sentidos por meio das relações interpessoais. Não só a prática de tornar comum de- terminadas ideias, porém os meios utilizados para tornar comuns as ideias devem ser levados em con- sideração. Mesmo que esses meios sejam conside- rados alternativos, complementares ou assistivos. O conceito de comunicação pede que os significados se tornem comuns no meio no qual, ou para o qual forem enunciados. A priori, é preciso saber, principalmente para o desenvolvimento do trabalho educacional, que nem sempre os significados de determinadas palavras são as mesmas para o professor e para seu aluno. O pro- fessor, considerado como elite cultural tem um maior aprofundamento linguístico, enquanto que seus alu- nos estão em processo de aprendizagem da comple- xidade da linguagem. Às vezes, não há comunicação porque o professor emite uma palavra pensando em determinado contexto e o aluno a entende em outro contexto. Na educação, é preciso que se coloque em prática uma avaliação dos conhecimentos prévios do saber linguístico dos alunos ou entender qual nature- za sígnica será significativa aos seus alunos. Por exemplo, se houver um aluno ouvinte, a ora- lização é o meio para se estabelecer comunicação. Se houver aluno surdo, a sinalização será o meio para se estabelecer comunicação. Pode parecer estranho, con- tudo é baseado nesse princípio que a maioria dos pro- gramas de televisão traz, no canto da tela, um intér- prete de LIBRAS, sinalizando. É fundamentado nesse princípio que as escolas regulares devem contratar e ter em seu quadro vários intérpretes de LIBRAS, pro- fessores interlocutores ou professores bilíngues. Você sabia que o Brasil, na atualidade, é um país bilíngue? Isso significa que a comunicação deve con- siderar as duas línguas nacionais: Língua Portuguesa oral e a Língua Brasileira de Sinais. O primeiro passo, para a boa comunicação, é a escolha certa da língua a ser usada na aplicabilidade dos signos linguísticos, no processo de diálogo. Pense nisso. A escolha fará toda diferença. 1.4 História da comunicação A comunicação humana é pré-histórica. É in- trínseca a história da linguagem e do pensamento. Aliás, não é possível falar de comunicação sem falar de linguagem, como não é possível falar de lingua- gem sem falar de pensamento. No caso das pinturas parietais, mais conhecidas como pinturas rupestres, elas são vestígios da necessidade humana de criar re- presentações para comunicar o pensamento, princí- pio de linguagem: Lopera (1995) explica que as pinturas parietais indicam relação com ritos ou crenças mágicas. Para os homens do paleolítico superior, representar os animais por meio do desenho era possuí-lo no pla- no simbólico. O que o autor nos afirma mostra que os desenhos tinham a função de comunicar a ideia de soberania do homem sobre outros animais. Isso representa o modo como o homem pensava sua re- lação com o mundo a sua volta. A pintura rupestre era uma espécie de represen- tação e exercia a mesma função que a escrita dos dias atuais. O mesmo autor expõe que, no período neo- lítico, as pinturas já eram bem próximas de um sis- tema de escritura. Costela (2002, p.14) exemplifica: O homem aprendeu a desenhar e, nas paredes das cavernas, reproduziu figuras de animais e cenas da vida primitiva. Um dia o homem gravou uma marca à qual atribuiu significado e a partir desse primeiro sinal, lançou os fundamentos daquilo que viria a ser escrita. (COSTELA, 2002, p.14). Ao observar as pinturas rupestres e sua função comunicativa e ao observar a escrita em seu modo primário, é possível entender que o desejo de se co- municar sempre esteve presente nas ações humanas. Flusser (2010, p.25) destaca: Etimologicamente escrever origina-se do latim scri- bere que significa riscar. A palavra grega graphein significa gravar. Portanto escrever era originalmente um gesto de fazer uma incisão sobre um objeto, para o qual se usava uma ferramenta cuneiforme que fun- damentava o estilo da escrita. Depois de certo tempo os egípcios foram os primeiros a usar tinta, ou seja, pintavam letras. (FLUSSER, 2010, p.25). Se pensarmos na palavra “primitivo”, dando a ela o significado de primeiros passos, é possível en- tender que, ainda hoje, no século XXI, o desenho, a “incisão” em uma folha de papel, continua sendo a primeira manifestação da escrita. No processo de alfabetização, Martins (2007) denomina estes dese- nhos de “garatuja”. Se pensarmos na palavra “primitivo”, dando a ela o significado de primeiros passos, é possível en- tender que, ainda hoje, no século XXI, o desenho, a “incisão” em uma folha de papel, continua sendo a primeira manifestação da escrita. No processo de alfabetização, Martins (2007) denomina estes dese- nhos de “garatuja”. Segundo a pesquisadora (2007, p. 01): nenhuma das produções infantis pode ser considera- da uma atividade sensório-motora apenas, descom- prometida e ininteligível, pois todas elas desempe- nham a função de um registro, expressam a neces- sidade de comunicação dos sujeitos que as realizam. É através dessas produções que a criança estabelece uma relação de intercâmbio com o mundo que a cer- ca. Portanto, tanto o desenho quanto a produção da escrita devem ser consideradas atividades que, além de envolver uma operacionalidade prática, o manejo dos instrumentos e matérias, envolve o uso de uma simbologia complexa que se revela por meio dos sig- nos gráficos, fruto de um complexo exercício mental, emocional e intelectual. (MARTINS, 2007, p.01) As informações trazidas por Flusser (2010) e Martins (2007) mostram que não somente a escrita representa uma evolução no processo de comunica- ção, como também a tecnologia usada para realizá-la. Ou seja, hoje é possível observar que as pessoas es- crevem cada vez mais por meio de um teclado, sejam eles mini teclados, pequenos teclados. Neste aspecto, a evolução da escrita, como meio de comunicação, passa por uma série de instrumentos, tecnologias in- ventadas e aperfeiçoadas pelo homem, ao longo da história. A imagem abaixo também pode ser pensada relacionando-a à escrita: Todo escrever é um gesto que organiza os sinais grá- ficos e os alinha. E os sinais gráficos são, direta ou indiretamente, sinais para os pensamentos. Quem es- creve, teve de refletir antes. Escreve-se para colocar o pensamento nos trilhos correto. Ao escrever o pensa- mento é alinhado. (FLUSSER, 2010, p. 20). É importante entender que foi o sistema de escrita que possibilitou ao homem normatizar seu pensamento, alinhá-lo. Não é gratuito o fato de a gramática ensinada na escola se denominar de “Gra- mática Normativa”. A norma empregada na escrita procura torná-la lógica, mesmo quando tenta expres- sar temas abstratos. Quando o ser humano aprende a alinhar seu pensamento, ele aprende a organizar o pensamento. É a linearidade, por meio da escrita, que propicia a narrativa do tempo. Os povos, cujas línguas não tinham escrita representativa, sofreram, na maioria das vezes, um processo de aculturação linguística. Ou seja, o que se conhece por história e o que se tem registrado na história é a imposição de povos que dominavam a escrita sobre os povos que não sabiam escrever. A comunicação por meio da es- crita deixa impressa a cultura do povo que a domina. O exemplo a seguir pode romper com certa cro- nologia da história da comunicação, porém tornará simples o entendimento do que significa soberania e poder pela comunicação escrita. O filme Central doBrasil pode ser entendido como o relato da subor- dinação de quem não sabe escrever a quem possui essa habilidade. A personagem Dora, escrevedora de cartas, é o retrato do poder da escrita sobre aqueles que não escrevem: Quem pagava para Dora escrever cartas fica- va a mercê de sua palavra, porque não era capaz de verificar se o que foi escrito relacionava-se com o tema proposto. Dora podia manipular a mensagem. Ela tinha o poder da escrita e com esse poder escre- via a história do outro. Ela exercia controle. Flusser (2007) explica: Escrever uma língua é descrever realidade. É criá-la. A língua é a realidade e a escrita sua ordem. Quem ordena a língua ordena o próprio pensamento. Cada língua tem uma personalidade própria proporcionan- do ao intelecto um clima especifico de realidade. [...] A estrutura da língua é idêntica à estrutura do mundo. [...] O sujeito é o efeito do objeto. (FLUSSER, 2007). Assim, a escrita é capaz de atuar no cognitivo e alterar a forma como se opera o pensamento. As re- presentações não são soltas. Com a escrita os signos possuem significantes e significados, como mostra- do no início deste capítulo. Entretanto, ao mesmo tempo em que a escrita aperfeiçoou a comunicação, ela também separou os povos em duas classes: alfa- betizados e analfabetos. Na Idade Média, por exemplo, os escribas, em sua grande maioria, eram sacerdotes católicos. A eles foi dado o papel de serem responsáveis pelos regis- tros, leituras, interpretação e análise de documentos que haviam sido escritos em aramaico. Os padres medievais eram homens alfabetizados, estudiosos de filosofia e por esse motivo detinham o poder. O povo, rebanho da igreja, na sua grande maioria era analfabeto. Não escreviam e não liam. Dependiam dos sacerdotes da igreja para entender os ensina- mentos da época, que se baseavam nos valores bíbli- cos. A Bíblia, e sua leitura, exigia a interpretação de um homem do clero para que fosse compreendida. O povo não tinha acesso às escrituras da Bíblia, dire- tamente. De modo atemporal, os analfabetos medie- vais já eram submetidos à mesma condição apresen- tada no filme Central do Brasil. Na Idade Média, a habilidade de leitura e a ha- bilidade de se comunicar pela escrita era um ato de glorificação. A sapiência era uma dádiva de Deus, enviada por intermédio do Senhor. A escrita sempre foi, mesmo quando um simples desenho, uma neces- sidade humana. Ela significa poder. Campos-Garcia (2013) aponta que ser analfabeto é estar em um terri- tório onde todo tipo relações de poder está em jogo. A escrita cria uma hierarquia social. Tanto politica, quanto economicamente, a escrita é considerada o meio de comunicação padrão, convencional. Outras formas são consideradas alternativas. Por conta disso, o primeiro modelo de comuni- cação que pode ser denominado alternativo ou com- plementar é a comunicação iconográfica medieval. Os ícones da igreja procuravam comunicar a Bíblia, ensiná-la ao povo analfabeto. A igreja católica me- dieval entendeu que era necessário utilizar desenhos para ensinar a palavra de Deus a todos os seus fiéis, a fim de atingir seu rebanho formado por homens analfabetos. As figuras serviam para complementar a proposta comunicativa. Os ícones tentavam subs- tituir à escrita. Os desenhos, considerados obras de arte, tentavam explicar as passagens bíblicas ao povo. Por esses e outros motivos, os ícones podem ser considerados a primeira forma de comunicação alternativa, porque desde o surgimento da fala e da escrita o homem entendeu que o normal, o correto, o convencional, o esperado é estabelecer comuni- cação pela escrita e pela fala. Qualquer outro meio passou a ser considerado alternativo ou suplementar. Embora, se tenha mencionado, primeiramente, a escrita, não se pode deixar de tecer alguns apon- tamentos sobre a fala. O próprio Penteado (2011) afirma que a escrita sucede a linguagem oral. Fala é comunicação. Isto parece óbvio. Entretanto, é muito importante entender quais os tipos de fala são pos- síveis. Você sabia que existem duas modalidades de fala? E que hoje, o reconhecimento dessas modali- dades modificou o significado da palavra fala? Pois é, existem dois tipos de fala. As pessoas podem falar com a boca ou com as mãos. Ambas as modalidades caracterizam a linguagem verbal. Ambas são complexas, legítimas e significativas. No Brasil, por exemplo, como explica Campos-Garcia (2012), há duas línguas nacionais, sem hierarquia de valor: Língua Portuguesa oral e a Língua de Sinais Brasileira. São modalidades de fala diferentes. A pri- meira é oral auditiva e a segunda visual motora. A primeira é usada, naturalmente, pelos ouvin- tes e a segunda é usada, naturalmente, pelos surdos. Ouvintes oralizam, surdos sinalizam (se for conside- rado o processo natural de desenvolvimento). Por- tanto, oralização e sinalização não devem ser con- fundidas com grunhidos e gestualidade. Estas foram tentativas de se comunicar, já a fala é um meio evo- luído que o ser humano desenvolveu para expressar seu pensamento: comunicar. Ao entender as generalidades sobre comuni- cação, você terminou o primeiro capítulo. Agora é hora de aplicar seus conhecimentos. Bom trabalho! 43 1- Quando se atribui valor positivo ou negativo a de- terminado produto, personalidade, objeto ou coisa por meio da comunicação, significa que o emissor colocou em prática: a) O caráter subjetivo com o intuito de atender o real valor do que foi enunciado, porque a comunicação é livre de qualquer caráter de persuasão. b) O caráter subjetivo com o intuito de revelar valores que foram construídos para esclarecer e tornar claro o que cada coisa realmente representa para sociedade. c) O caráter subjetivo com o intuito de persuadir o in- terlocutor, dando-lhe a impressão de que o enunciado do emissor é uma verdade e por isso deve ser aceita. d) O caráter subjetivo com o intuito de não persu- adir o interlocutor, dando-lhe a impressão de que o enunciado do emissor é uma verdade e por isso deve ser representada. 2- Assista ao filme, Narradores de Javé, dirigido por Eliane Caffé. Após assistir ao filme, escreva um texto analisando onde e como o conceito de soberania por meio da comunicação escrita se apresenta. Aponte Atividade: Testando seus conhecimentos 44 quais as consequências dessa soberania. 3- Responda: Quais são as modalidades comunica- tivas que se tornaram convencionais? Como elas se apresentam ao considerar os ouvintes e os surdos? 4- Qual o primeiro sistema de comunicação que pode ser considerado alternativo? 5- Elabore, em 2 páginas, uma síntese deste capítu- lo. Ela deve conter os principais aspectos abordados neste texto. gabarito 49 Unidade 1 1-Quando se atribui valor positivo ou negativo a de- terminado produto, personalidade, objeto ou coisa por meio da comunicação, significa que o emissor colocou em prática: a) O caráter subjetivo com o intuito de atender o real valor do que foi enunciado. Porque a comunicação é livre de qualquer caráter de persuasão. b) O caráter subjetivo com o intuito de revelar valores que foram construídos para esclarecer e tornar claro o que cada coisa realmente representa para sociedade. c) O caráter subjetivo com o intuito de persuadir o interlocutor, dando-lhe a impressão de que o enunciado do emissor é uma verdade e por isso deve ser aceita. d) O caráter subjetivo com o intuito de não persu- adir o interlocutor, dando-lhe a impressão de que o enunciado do emissor é uma verdade e por isso deve ser representada. 2-Assista ao filme, Narradores de Javé, dirigido por Gabarito Aplicando seus conhecimentos 50 Eliane Caffé. Após assistir o filme escreva um texto analisando onde e como o conceito de soberania por meio da comunicação escrita se apresenta. Aponte quais as consequências dessa soberania. 3-Responda: Quais são as modalidades comunicati- vas que se tornaram convencionais? Como elas se apresentam ao considerar os ouvintese os surdos? Resposta: Escrita e fala. A fala por meio da orali- zação pelos ouvintes e sinalização pelos surdos. 4-Qual o primeiro sistema de comunicação que pode ser considerado alternativo? Resposta: As ícones medievais. 5-Elabore, em 02 páginas, uma síntese deste capitu- lo. Nele deve conter os principais aspectos aborda- dos neste texto. Atividade: Aplicando seus conhecimentos 52 53 BERSCH, Rita. Introdução a tecnologia assistiva. Porto Alegre, RS: CEDI, 2008. BRASIL. Surdocegueira e Deficiência Múltipla. Co- leção A Educação Especial na Perspectiva da Inclu- são Escolar. MEC/Brasília, 2010. BRASIL. Dificuldades de comunicação e sinalização: Surdocegueira e Múltipla Deficiência Sensorial. Co- leção Saberes e Práticas de inclusão. MEC/Brasília, 2006. BORDENAVE, Juan E. Díaz. O que é comunicação. São Paulo, SP: Brasiliense, 2007. _____________. Além dos Meios e mensagens: in- trodução á comunicação como processo, tecnologia, sistema e ciência. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009. CAMPOS-GARCIA, Eduardo de. Beleza e Feiura: o que ficou para a escola. In: CAMPOS-GARCIA, Eduardo de; NEGRISOLLI, Douglas. (Orgs). AR- TEDUCAÇÃO: Concepções. São Paulo/Rio de Ja- Referências 54 neiro: SP/RJ. Livre Expressão, 2013. ___________. O Surdo na EJA: inclusão frente ao jogo do pertencimento. In: CORTADA, Silvana. Pe- dagogia de A a Z – Volume 12: EJA Educação de jovens e adultos e seus diferentes contextos. Jundiaí, SP: Paco Editorial, 2013. ___________. O que todo pedagogo precisa saber sobre LIBRAS. Salto, SP: Schoba, 2012a. ___________. Ensaios sobre educação: Para pensar o surdo, a LIBRAS, a pedagogia e a fonoaudiologia. Salto, SP: SCHOBA, 2012b. ___________. Deficiência: Gênese e Crítica de um conceito. Dissertação de Mestrado – orientação de Márcia Tiburi. São Paulo, SP: Universidade Presbite- riana Mackenzie, UPM-SP, 2011. ___________. LIBRAS: O silêncio que fala. In: 13 COLE. Campinas, SP: UNICAMP, 2011. Dis- ponível em: http://alb.com.br/arquivo-morto/ edicoes_ante riores/anais17/txtcompletos/sem13/ COLE_2597.pdf Acesso em 24 de outubro de 2013 as 14h 06 minutos. COSTELA, Antonio F. Comunicação – Do grito 55 ao satélite. 5ºEdição. Campos do Jordão, SP: Man- tiqueira, 2002. COORDENADORIA NACIONAL PARA IN- TEGRAÇÃO DA PESSOA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA; SECRETARIA ESPECIAL DOS DIREITOS HUMANOS (Brasil). CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DA PESSOA COM DE- FICIÊNCIA: Protocolo facultativo à convenção so- bre os direitos da pessoa com deficiência. Brasília: CORDE, 2007. 48p. DELIBERATO, Débora; SHAMESHIMA, Fa- biana Sayuri; PONSONI, Adriana. Adaptação de Histórias por meio da comunicação suplementar e alternativa para alunos com paralisia cerebral. In: Revista Ciência e extensão. Universidade Estadual paulista Júlio de Mesquita Filho, 2007. Disponível em: http://ojs.unesp.br/index.php/revista_proex/ article/view/215/126 Acesso em 20 de outubro de 2013 as 14h Diário oficial da Cidade de São Paulo. São Paulo, SP: Numero 212, em 11 de novembro de 2011. Disponí- vel em: http://educacaobilingue.com/2011/11/12/ emebs/ Acesso em 30 de outubro de 2013 as 1h. DIJK, Jan Van. Confronto entre a criança surdo- 56 cega e o mundo exterior como tornar seu mundo viável através de estrutura organizada. In: Proje- to Horizonte. (2006). Disponível em: http://www. ahimsa.org.br/centro_de_recursos/projeto_ hori- zonte/CONFRONTO_ENTRE_A_CRIANCA_ SURDOCEGA_E_O_MUNDO.pdf Acesso em 16 de outubro de 2013 as 18h DIGIAMPIETRI, Maria Carolina Casati. Linguísti- ca e Línguas de Sinais: História, concepções e pes- quisa. In: Ensaios sobre educação: Para pensar o sur- do, a LIBRAS, a pedagogia e a fonoaudiologia. Salto, SP: SCHOBA, 2012. DUARTE, Maria Lúcia Batezat. O desenho como ele- mento de cognição e comunicação: ensinando crian- ças cegas. In: 27ª Reunião Anual da ANPEd, 2004 - progesp.ufba.br. Disponível em: www.progesp.Ufba .br/ twiki/ pub/ G E C/TrabalhoAno2004/o_de- senho_como_elemento.pdf Acesso em: 13 de outu- bro de 2013 as 01h 54minutos. FLUSSER, Vilém. A escrita. São Paulo, SP: Anna Blume, 2010. ___________. Língua e Realidade. São Paulo, SP: Anna Blume, 2007. 57 GARCIA, Alex. As Origens da Educação de Sur- docegos / Princípios Orientadores na Educação de Surdocegos. Disponível em: http://www.plane- taeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo=667 Acesso em: 09 de outubro de 2013 as 14h 30minu- tos. GARCIA, Nely. Como desenvolver programas de orientação e Mobilidade: Orientação e Mobilidade – conhecimentos básicos para inclusão do deficiente visual. Brasília, DF: MEC-SEESP, 2003. GESSER, Audrei. LIBRAS, que Língua é essa? São Paulo, SP: Parábola, 2009. GUERRA, Gleidis Roberta. Ensaio sobre as con- tribuições da fonoaudiologia no âmbito escolar. In: CAMPOS-GARCIA, Eduardo de. (Org.). Ensaios so- bre educação: Para pensar o surdo, a LIBRAS, a peda- gogia e a fonoaudiologia. Salto, SP: SCHOBA, 2012. HARDY-VALLÉE, Benoit. Que é um conceito? 1º Edição. São Paulo, SP: Parábola, 2013. HONORA, Márcia; FRIZANCO, Mary Lopes Es- teves. Livro Ilustrado de Língua Brasileira de Sinais. São Paulo, SP: Ciranda Cultural, 2009. 58 KELLER, Helen. A história da minha vida. Rio de Janeiro, RJ: José Olympio, 2008. KELLER, Helen - Lutando contra as trevas. RJ, Fundo de Cultura, C. 1957. LOPERA, José Alvarez; ANDRADE, José Manuel Pita. História Geral da Arte. Espanha: Del Prado, 1995. LORENA, Patrícia Quitério. Tecnologia assistiva e comunicação alternativa. Disponível em: http://www. bengalalegal.com/ca-comunicacao-alternativa Acesso em 04 de novembro de 2013 as 15h 48 minutos. LULKIN, Sérgio Andrés. O discurso moderno na educação dos surdos: práticas de controle do cor- po e a expressão cultural amordaçada. In: SKLIAR, Carlos. A Surdez: Um Olhar Sobre as Diferenças. Porto Alegre, RS: Mediação, 2011. MANZINI, Eduardo José. Tecnologia assistiva: de- finição, descrição e aplicação. In: Rev. bras. educ. es- pec. vol.14 no.3 Marília Sept./Dec. 2008. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ar ttext&pid=S1413-65382008000300013 Acesso em: 24 de outubro de 2013 as 18h MARTINS, Maria Anita Viviani. A evolução do gra- 59 fismo e a escrita alfabética em crianças de dois a seis anos. In: Trindade, V.; Trindade, N; Candeias, A. A. (Orgs). A unicidade do conhecimento. Évora, Por- tugal: Universidade de Évora, 2007. Disponível em: http://pt.scribd.com/doc/12694104/A-EVOLU- CAO-DO-GRAFISMO-E-A-ESCRITA-ALFABE- TICA-EM-CRIANCAS-DE-DOIS-A-SEIS-ANOS Acesso em 27 de outubro, as 13h 41 minutos. MEDEIROS, Luiza Regina; FREDIANI, Baiard Ta- deu; GIUSTINA, Alessandro Della. (Orgs.). Manual de Acessibilidade. Florianópolis, SC: IPUF, 2011. NASCIMENTO, Fátima Ali Abdalah Abdel Cader Educação infantil; saberes e práticas da inclusão : dificuldades de comunicação e sinalização: surdoce- gueira/múltipla deficiência sensorial. [4. ed.] / ela- boração Profª Ms. Fátima Ali Abdalah Abdel Cader Nascimento - Universidade Federal de São Carlos – UFSC/SP, prof. Shirley Rodrigues Maia – Associa- ção Educacional para a Múltipla Deficiência - AHI- MSA. – Brasília: MEC, Secretaria de Educação Es- pecial, 2006. 79 p.:il. PENTEADO, J.R. Whitaker. A técnica da comuni- cação humana. 13º Reimpressão. São Paulo, SP: Pio- neira, 2001. 60 PITANE. Portal de Informações sobre tecnologias Assistiva para pessoas com necessidades especiais. A tecnologia assistiva e as pessoas cegas ou com baixa visão. Minas Gerais: Pontifícia Universidade Católi- ca de Minas Gerais PUC-MG, 2011. Disponível em: http://www.contagem.pucminas.br/pitane /index. php?option=com_content&view=article&id=87:a- -tecnologia-assistiva-e-as-pessoas-cegas-ou-com- -baixa-visao&catid=49:ta-na-cegueira-e-bai- xavisao&I temid=68 Acesso em: 30 de outubro de 2013, as 18h 22 minutos. POLISTCHUK, LLana; TRINTA, Aluízio, Ramos. Teorias da comunicação: o pensamento e a prática da comunicação social. Rio de Janeiro, RJ: Elsevier, 2003. PERLIN, Gladis. Identidades surdas. In:SKLIAR, Carlos. (Org.). A surdez: um olhar sobre as diferen- ças. Porto Alegre, RS: Mediação, 2011. QUADROS, Ronice Muller de; KARNOP, Lodenir Becker. Língua de Sinais Brasileira: estudos linguísti- cos. Porto Alegre, RS: Artmed, 2004. RIZOLLI, Marcos. Artista, Cultura, Linguagem. Campinas, SP: Akademica, 2005. REVISTA NOVA ESCOLA. A importância da garatu- 61 ja. Edição 228 – dezembro. São Paulo, SP: Abril, 2009. SAUSSURE, Ferdinand. Curso de linguística geral. 27º Edição. São Paulo, SP: Cultrix, 2006. SARTORETO, Mara Lúcia; BERSCH, Rita. O que é um sistema de símbolos gráficos? O que é o PCS? O que é o software Boardmaker?. Disponível em: http://www.bengalalegal.com/boardmaker Acesso em 22 de outubro de 2013 as 15h SKLIAR, Carlos. OS ESTUDOS SURDOS EM EDUCAÇÃO: Problematizando a normalidade. In: SKLIAR, Carlos (Org.). A surdez: um olhar sobre as diferenças. Porto Alegre, RS: Mediação, 2011. SAC. In: Bengala Legal. Disponível em: http:// www.bengalalegal.com/sbraille acesso em 14 de no- vembro de 2013 as 8h 04minutos. WALKER, Maninho. Surgimento e conceito de co- municação. Disponível em: http://www.slideshare. net/maninhoskywalker/surgimento-e-conceito-co- municao Acesso em 12 de outubro de 2013 às 2h 17minutos. ZAPOROSZENKO, Ana; ALENCAR, Gizeli Apa- recida Ribeiro de. Comunicação alternativa e parali- 62 sia cerebral. Maringa, PR: Universidade estadual de Maringá, 2008. http://veja.abril.com.br/noticia/esporte/ginastica- -artistica-transforma-vida-de-criancas-autistas Aces- so em 15 de novembro de 2013 às 23h http://clubedamafalda.blogspot.com.br/ Acesso em: 09 de outubro de 2013, às 16h 02 minutos. http://www.dicio.com.br/comunicacao/ Acesso em: 09 de outubro de 2013, às 16h 30 minutos. http://managementplus.com.br/quem-nao-se-co- munica-se-trumbica/ Acesso em: 09 de outubro de 2013, às 16h 52 minutos. http://www.priberam.pt/dlpo/celular [consultado em 09-10-2013]. Acesso em: 09 de outubro de 2013, às 17h 34minutos. http://www.globalrockart2009.ab-arterupestre.org. br/arterupestre.asp Acesso em 12 de outubro de 2013, às 20h 33minutos. http://alfredopaschoal.arteblog.com.br/285434/ Liturgia-medieval/ Acesso em 14 de outubro de 2013, às 16h 59minutos. 63 http://pipocamoderna.com.br/alo-alo-terezinha- -celebra-o-mundo-criado-pelo-chacrinha-2/8279 Acesso em 15 de outubro de 2013, às 19h 18 minutos. http://entretenimento.uol.com.br/famosos/silvio- -santos/ Acesso em 15 de outubro de 2013, às 19h 22 minutos. http://www.comunicadorcorporat ivo.com. br/2012/02/serie-grandes-comunicado res-hebe- -camargo/ Acesso em 15 de outubro de 2013, às 19h 27 minutos. h t t p : / / p t . w i k i p e d i a . o r g / w i k i / L u i z _ In%C3%A1cio_Lula_da_Silva Acesso em 15 de ou- tubro de 2013, às 19h 30 minutos. h t t p : / / w w w . u r b a n o . j e x . c o m . b r / cantinho+do+discente/gandhi Acesso em 15 de outubro de 2013, às 22h 58 minutos. http://rd1.ig.com.br/televisao/musical-contando- -a-trajetoria-de-chacrinha-capta-63-milhoes/206310 Acesso em 18 de outubro de 2013, às 12h 42 minutos. http://mestres.folha.com.br/pintores/06/ Acesso em 18 de outubro de 2013, às 13h 36 minutos. 64 http://www.brasilescola.com/historiag/suastica.htm Acesso em 18 de outubro de 2013, às 13h 48 minutos. http://mundoestranho.abril.com.br/materia/qual- -e-a-origem-da-suastica-o-simbo lo-nazista Acesso em 18 de outubro de 2013, às 13h 59 minutos. http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/sur- dosegueira.pdf h t t p : / / p t . w i k i p e d i a . o r g / w i k i / H e l e n _ Keller#Publica.C3.A7.C3.B5es http://helenkeller1880.vilabol.uol.com.br/ http://www.bengalalegal.com/surdez-ceg#301 http://prodeaf-tradutor-para-libras.softonic.com. br/android Acesso 18 de outubro de 2013 às 15h. h t t p : / / s a c i . o r g . br/?modulo=akemi¶metro=1954 http://www.contagem.pucminas.br/pitane/index. php?option=com_content&view=article&id=87:a- -tecnologia-assistiva-e-as-pessoas-cegas-ou-com- -baixa-visao& catid=49:ta-na-cegueira-e-baixa- 65 -visao&Itemid=68 Acesso em: 30 de outubro de 2013 às 15h. http://alfabetizacaocefaproponteselacerda.blogs- pot.com.br/2013/01/sinais-de-libras-com-os-pes. html Acesso em: 18 de outubro de 2013 às 18h http://www.ahimsa.org.br/centro_de_recursos/ projeto_horizonte/O_ALFABETO_MANUAL_ LORM_PARA_SURDOCEGOS.pdf Acesso em 18 de outubro às 19h 22 minutos http://euacheiprimeiro.com/blog/2012/06/08/apa- relhos-de-surdez-historia-desen volvimento-e-tecno- logia/ Acesso em 18 de outubro de 2013 às 23h http://ouvidobionico.org/modelos-implantes- -cocleares/ Acesso em 19 de outubro de 2013 às 1h 20minutos. http://sacescola.blogspot.com.br/2010/03/impor- tancia-do-uso-da-bengala.html Acesso em 19 de ou- tubro de 2013 às 3h. http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secreta- rias/subprefeituras/calcadas/index.php?p=37189 Acesso em 19 de outubro de 2013 às 4h 50minutos 66 http://www.movimentolivre.org/artigo.php?id=45 Acesso em 19 de outubro de 2013 às 4h 15 minutos http://www.desenvolvimentosocial.sp.gov.br/a2si- tebox/arquivos/documentos/274.pdf Acesso em 15 de novembro de 2013 às 1h LEI Nº 10.436, DE 24 DE ABRIL DE 2002. LEI Nº 9.394, de 1996.