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Sistema Renal – Formação da Urina Yasmin Azevedo Neves Como Funciona a Regulação da Pressão Arterial Através do Sistema Renina Angiotensina Aldosterona – Hormônios Antidiuréticos, Peptídico Natriurético Atrial e PTH RENINA: É uma proteína que é produzida nos rins por células endoteliais dos vasos das arteríolas aferentes dos glomérulos; na parede interna das arteríolas aferentes bem próximas dos glomérulos encontra-se as células justaglomerulares que tem a capacidade de produzir a proteína renina e se armazena nos rins. O sistema renina angiotensina aldosterona é um mecanismo do corpo para conseguir um ajuste da pressão arterial sistêmica em médio e longo prazo e vai ser ativado quando houver uma diminuição de pressão arterial. Com essa diminuição, a renina vai ser liberada e transformada em renina ativa que será liberada na corrente sanguínea. Uma vez na corrente sanguínea, ela vai encontrar uma proteína chamada de angiotensiniogênio (que é liberado pelo fígado), que vai se juntar com a renina para dar origem a angiotensina 1 que possui capacidade vasoconstritora (que aumenta a pressão arterial). Quando a angiotensina 1 passa pelos pulmões ela vai encontrar enzimas conversoras que converterá a angiotensina 1 em angiotensina 2; que cairá na corrente sanguínea sendo responsável pela indução do aumento da pressão arterial. A angiotensina 2 vai atuar de algumas maneiras: * Vasoconstrição onde induz a contração das arteríolas (aumento da pressão arterial) * Atua nos rins promovendo retenção de sal Esse sistema, envolve o sistema renal, adrenal, o fígado, hipófise posterior e o endotélio dos vasos. As 3 substâncias principais envolvidas são: renina, angiotensina e aldosterona. O sistema tem início nas células justaglomerulares que são responsáveis pela produção de renina, e essas células estão situadas nas arteríolas aferentes do néfron. Ao lado delas, situam-se as células da mácula densa que funcionam como sensores de sódio no túbulo contorcido distal. As arteríolas aferentes também são inervadas por fibras do sistema nervoso simpático e apresentam barorreceptores (sensores de pressão). 3 fatores que servem como gatilho para a liberação de renina: 1-queda da pressão arterial que pode ser sentida pelos barorreceptores 2-ativação do sistema nervoso simpático 3-redução da concentração de sódio nos túbulos contorcidos que é sentida por meio das células máculas densas Isso tudo aumenta a reabsorção de sódio e água e consequentemente o aumento da PA. Se a pressão estiver mais elevada, os estímulos para a secreção de renina são reduzidos e consequentemente a pressão também será reduzida. - Hormônio Antidiurético (ADH): O corpo conta com um sistema de feedback muito eficaz para regular a osmolaridade e a concentração do sódio plasmático. Esse mecanismo atua por meio da alteração na excreção renal de água, independentemente da excreção de solutos. Um efetor importante desse feedback é o hormônio antidiurético (ADH), também conhecido por vasopressina. Quando a osmolaridade dos líquidos corporais se eleva para valores acima do normal (isto é, os solutos, nos líquidos corporais ficam muito concentrados), a glândula hipófise posterior secreta mais ADH, o que aumenta a permeabilidade dos túbulos distais e ductos coletores à água. Esse mecanismo aumenta a reabsorção de água e reduz o volume urinário, porém sem alterações acentuadas na excreção renal dos solutos. Quando ocorre excesso de água no corpo e, por conseguinte, diminuição da osmolaridade do líquido extracelular, a secreção do ADH pela hipófise posterior diminui, reduzindo, consequentemente, a permeabilidade dos túbulos distais e ductos coletores à água; isso, por sua vez, leva à excreção de maiores quantidades de urina mais diluída. Assim, a secreção do ADH determina, em grande parte, a excreção renal de urina diluída ou concentrada. - Hormônio Peptídico Natriurético Atrial: Ele controla o volume sanguíneo do corpo. Temos um volume sanguíneo pré-determinado, se o volume sanguíneo estiver muito elevado aumenta a pressão. Esse hormônio promove a diminuição do volume sanguíneo, sua resposta é ativar a enzima chamada de guanilato ciclase que vai aumentar o GMP (sinalizador intracelular que vai ter resposta nos rins). Se aumentar o GMP nos rins, terá efeitos para a diminuição no volume sanguíneo como: Diminui a reabsorção de sódio nos túbulos distais. Aumentar a taxa de filtração glomerular (o sangue vai ser mais filtrado eliminando mais líquidos). Quando um indivíduo estimula a produção desse hormônio, vai urinar mais. - Hormônio PTH: O paratormônio (PTH) é um peptídeo secretado pelas células principais das glândulas. Ele é responsável pelo aumento na concentração de cálcio no sangue e estimula a reabsorção óssea. Os rins promovem a rápida remoção de todo o hormônio com 84 aminoácidos dentro de minutos, mas não consegue remover muitos dos fragmentos durante horas, grande parte da atividade hormonal é induzida pelos fragmentos. O paratormônio (PTH) é produzido por glândulas paratireoides, onde é responsável pela concentração de cálcio e fósforo no sangue (Ca:P) e em quantidades adequadas nos líquidos extracelulares. Nos rins, o PTH estimula diretamente a reabsorção de cálcio, diminui a reabsorção de fosfato, o que causa um aumento na excreção de fosfato, e estimula a atividade de 1 α hidroxilase, a enzima responsável pela formação de 1,25 (OH)2D. A regulação da reabsorção de cálcio é medida pelo PTH nos túbulos distais. O PTH estimula a inserção da altura de canais de cálcio apicais, facilitando a reabsorção de cálcio. Formação da Urina – Concentrada e Diluída Para que as células do corpo funcionem normalmente, elas devem estar banhadas por líquido extracelular com concentração relativamente constante de eletrólitos e outros solutos. A osmolaridade é determinada pela quantidade de soluto (principalmente, cloreto de sódio) dividida pelo volume do líquido extracelular. Assim, a concentração de cloreto de sódio e a osmolaridade do líquido extracelular são em grande parte reguladas pela quantidade de água extracelular. Toda a água corporal, por sua vez, é controlada pela: (1) ingestão de líquido, regulada por fatores determinantes da sede; (2) excreção renal de água, controlada por múltiplos fatores que influenciam a filtração glomerular e a reabsorção tubular. Os rins normais têm extraordinária capacidade de variar as proporções relativas de solutos e água na urina em resposta aos diversos desafios. Quando existe um excesso de água no corpo e queda da osmolaridade do líquido corporal, os rins podem excretar urina com osmolaridade de até 50 mOsm/L, concentração correspondente a cerca de um sexto da osmolaridade do líquido extracelular normal. Ao contrário, quando existe déficit de água no corpo e a osmolaridade do líquido extracelular se eleva, os rins podem excretarurina com concentração de 1.200 a 1.400 mOsm/L.. - Mecanismos Renais Para A Excreção De Urina Diluída: Quando ocorre grande excesso de água no corpo, o rim é capaz de excretar o equivalente a 20 L/dia de urina diluída, com concentração tão baixa quanto 50 mOsm/L. O rim executa essa função pela manutenção da reabsorção de solutos, ao mesmo tempo que deixa de reabsorver a maior parte da água do líquido tubular nas partes distais do néfron, incluindo o túbulo distal final e os ductos coletores. A figura acima demonstra as respostas renais aproximadas em seres humanos após a ingestão de 1 litro de água. Observe que o volume urinário aumenta, por cerca de seis vezes o normal, 45 minutos após a ingestão da água. Contudo, a quantidade total de soluto excretada permanece relativamente constante, já que a urina formada fica diluída e a diminuição da osmolaridade urinária diminui de 600 para cerca de 100 mOsm/L., portanto, após a ingestão de água em excesso, o rim elimina do corpo esse excesso, porém sem aumentar a excreção de solutos. O filtrado glomerular recém- formado tem osmolaridade semelhante à do plasma (300 mOsm/L). Para excretar o excedente de água, há necessidade de diluição do filtrado à medida que ele passa ao longo do túbulo. A diluição é produzida pela reabsorção de solutos, em escala maior que a água. À medida que o líquido flui pelo túbulo proximal, os solutos e a água são reabsorvidos em proporções equivalentes, ocorrendo pequena alteração da osmolaridade; ou seja, o líquido do túbulo proximal permanece isosmótico ao plasma, com osmolaridade de aproximadamente 300 mOsm/L. Conforme o líquido chega ao ramo descendente da alça de Henle, a água é reabsorvida, por osmose, e o líquido tubular atinge o equilíbrio com o líquido intersticial adjacente da medula renal que é bastante hipertônico — cerca de 2 a 4 vezes a osmolaridade do filtrado glomerular inicial. Portanto, o líquido tubular fica mais concentrado à medida que flui pela alça de Henle, em direção à medula interna. No ramo ascendente da alça de Henle, especialmente no segmento espesso há ávida reabsorção de sódio, potássio e cloreto. Entretanto, essa porção do segmento tubular é impermeável à água, mesmo em presença de grande quantidade de ADH. Portanto, o líquido tubular fica mais diluído à medida que flui pelo ramo ascendente da alça de Henle até o início do túbulo distal, ocasionando a redução progressiva da osmolaridade para cerca de 100 mOsm/L, quando ele chega ao tubular distal. Dessa forma, independentemente da presença ou da ausência do ADH, o líquido que deixa o segmento tubular distal inicial é hiposmótico, com osmolaridade de apenas um terço da osmolaridade do plasma. Quando o líquido diluído no túbulo distal inicial passa para o túbulo convoluto distal final, ducto coletor cortical e ducto coletor, ocorre reabsorção adicional de cloreto de sódio. Na ausência do ADH, essa porção do túbulo também é impermeável à água, e a reabsorção extra de solutos faz com que o líquido tubular fique ainda mais diluído, diminuindo sua osmolaridade para valores em torno de 50 mOsm/L. A falha na reabsorção de água e a reabsorção continuada de solutos levam à produção de grande volume de urina diluída. Em resumo, o mecanismo de formação de urina diluída consiste na reabsorção contínua de solutos, a partir dos segmentos distais do sistema tubular sem reabsorção de água. Em rins saudáveis, o líquido que deixa a alça descendente de Henle e o túbulo distal inicial é sempre diluído, independentemente do nível do ADH. Na ausência desse hormônio, ocorre diluição maior da urina no túbulo distal final e nos ductos coletores, além da excreção de grande volume de urina diluída. - Os Rins Conservam Água Excretando Urina Concentrada: A capacidade do rim, de formar urina mais concentrada que o plasma, é essencial para a sobrevivência dos mamíferos terrestres, inclusive dos seres humanos. A água é continuamente perdida do corpo por várias vias, incluindo os pulmões, por evaporação para o ar expirado, o trato gastrointestinal, pelas fezes, a pele, por evaporação e sudorese, e os rins, pela eliminação de urina. Consumo de líquido é necessário para compensar essa perda, mas a capacidade dos rins em produzir pequeno volume de urina concentrada minimiza a ingestão de líquido necessária para manter a homeostasia, função especialmente importante quando ocorre escassez de água. Quando ocorre déficit hídrico no corpo, os rins geram urina concentrada por continuar a excretar solutos, ao mesmo tempo em que aumenta a reabsorção de água, diminuindo o volume de urina formado. O rim humano pode produzir urina com osmolaridade máxima de 1.200 a 1.400 mOsm/L, 4 a 5 vezes a osmolaridade do plasma. Os requerimentos básicos para a formação de urina concentrada incluem: (1) nível alto de ADH que aumenta a permeabilidade dos túbulos distais e ductos coletores à água, permitindo que esses segmentos tubulares reabsorvam água com avidez; (2) alta osmolaridade do líquido intersticial medular renal que produz o gradiente osmótico necessário para a reabsorção de água em presença de altos níveis de ADH. O interstício medular renal que circunda os ductos coletores é normalmente hiperosmótico; dessa forma, quando os níveis do ADH estão elevados, a água se desloca, através da membrana tubular, por osmose para o interstício renal e, então, retorna à circulação sanguínea pelos vasas recta. Assim, a capacidade de concentração urinária é limitada pelo nível de ADH e pelo grau de hiperosmolaridade da medula renal. Esse processo envolve a atuação do mecanismo multiplicador de contracorrente. O mecanismo multiplicador de contracorrente depende da disposição anatômica peculiar das alças de Henle e dos vasa recta, dos capilares peritubulares especializados da medula renal. No ser humano, cerca de 25% dos néfrons correspondem a néfrons justaglomerulares, com alças de Henle e vasa recta que mergulham profundamente na medula renal antes de retornarem ao córtex. Algumas das alças de Henle ocupam todo o trajeto até as extremidades das papilas renais que se projetam da medula até a pelve renal. Paralelamente às longas alças de Henle, estão os vasa recta que também descem sob forma de alças rumo à medula, antes de retornarem ao córtex renal. E finalmente os ductos coletores, que conduzem a urina pela medula renal hiperosmótica antes de sua excreção.
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