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@Mednoparaguaai VENDA PROIBIDA Tainara Brito GENERALIDADES Ao contrário do musculo esquelético que os se contrai quando recebe estimulo, o musculo cardíaco tem células especializadas que tem automaticidade, essas células marca passo tem despolarização espontânea lenta durante a diástole (fase 4) devido uma corrente positiva que vai para o seu interior transportada por íons de Na e Ca. Essa despolarização é mais rápida no nodo sinoatrial e diminui ao longo das vias de condução (NAV, feixe de His, sistema de Purking). Disfunções na geração ou condução desses impulsos causam anormalidade no ritmo cardíaco sendo chamadas de arritmas. CLASSIFICAÇÃO Segundo local de origem • Supraventricular • Ventricular Segundo a frequência cardíaca • Bradiarritmias • Taquiarritmias Segundo o mecanismo de produção • Alteração na formação do impulso nervoso Automaticidade alterada → Intensificação do automatismo (por estimulo β-adrenérgico ou hipopotassemia onde ↑ a FC ou por estimulo parassimpático que libera acetilcolina e ↓ a FC) → Batimento ectópico (frequência das células marca-passo latente é maior que a frequência do nodo SA-fase 4) → Lesão tecidual direta (IAM onde temos menos tecido para conduzir impulso causando bradiarritmias) Atividade deflagrada → Pós-despolarização precoce (acontece antes da repolarização) → Pós-despolarização tardia (acontece depois da repolarização) • Alteração na condução do impulso nervoso → Reentrada (taquiarritmias) é a causa mais comum de arritmias. Resulta em reexitação do musculo ventricular causando contração prematura. → Bloqueio na condução (bradiarritmias) → Vias acessórias (taquiarritmias) ANTIARRITMICOS NO GERAL A maior parte dos antiarrítmicos suprime a automaticidade bloqueando canais de Na ou Ca reduzindo a proporção desses íons em relação ao K. Isso diminui a inclinação da despolarização da fase 4 (diastólica) e aumenta o limiar de descargas para uma voltagem menos negativa, diminuindo a frequência de descargas, principalmente em células com atividade marca-passo ectópicas. E nos casos de reentradas os antiarrítmicos agem impedindo essa reentrada e reduzindo a velocidade e condução (classe 1) ou aumentando o período refratário (classe 3), dessa forma convertem bloqueio unidirecional em bidirecional. Infelizmente vários antiarrítmicos tem ação pro- arrítmica. A inibição dos canais de K alarga o potencial de ação e pode prolongar o intervalo QT aumentando o risco de desenvolver taquiarritmias ventriculares (torsades de pointes) que oferecem risco a vida. CLASSE MECANISMO DE AÇÃO OBSERVAÇAO 1a Bloqueador dos canais de sódio Torna lenta a despolarização de Fase 0 nas fibras musculares dos ventrículos 1b Bloqueador dos canais de sódio Encurta a repolarização de Fase 3 nas fibras musculares dos ventrículos 1c Bloqueador dos canais de sódio Torna muito lenta a despolarização de Fase 0 nas fibras musculares dos ventrículos 2 Bloqueador do adrenoceptor β Inibe a despolarização de Fase 4 nos nós SA e AV 3 Bloqueador dos canais de potássio Prolonga a repolarização de Fase 3 nas fibras musculares dos ventrículos 4 Bloqueador dos canais de cálcio Inibe o potencial de ação nos nós SA e AV CLASSE 1 Atuam bloqueando os canais de Na+ voltagem-sensíveis. Esses fármacos classe 1 se ligam rapidamente a canais de sódio que estão abertos ou inativados, por isso tem um alto grau de bloqueio em tecidos que são despolarizados frequentemente (isso se chama dependência de uso) e possibilita que bloqueie células que estão disparando uma frequência anormalmente alta sem interferir na frequência normal baixa de batimentos cardíacos CLASSE 1a Principais representantes são: quinidina, procainamida, disopiramida MECANISMO DE AÇÃO Se ligam a canais de Na abertos e inativados impedindo o influxo de Na e reduzindo a velocidade de entrada rápida durante a fase 0. Diminui a inclinação da despolarização espontânea da fase 4, inibe canais de K e bloqueia canais de cálcio. Diminui velocidade de condução e amenta a refratariedade. USOS TERAPÊUTICOS - Quinidina: várias arritmias incluindo taquiarritmias atriais, juncional e ventricular - Procainamida IV arritmias atriais e ventriculares agudas, mas vem sendo substituído por cardioversão, desfibrilação e amiodarona. - Disopiramida: arritmias ventriculares, manutenção de ritmo sinusal na FA ou flúter. @Mednoparaguaai VENDA PROIBIDA Tainara Brito FARMACOCINÉTICA - Quinidina: rapidamente absorvido após administrar oral. Alta biotransformação pela CYP3A4 gerand0o metabolitos ativos - Procainamida: 2-3h duração, depois de passagem hepática gera a napa que prolonga a duração do potencial de ação. Eliminação renal - Disopiramida: rapidamente absorvida após administração oral. Eliminação renal de 50% do fármaco. EFEITOS ADVERSOS - Quinidina: cinchonismo, diarreias hipopotassemia, efeito anticolinérgico, hipersensibilidade, hipotensão, bradicardia, bloqueio AV - Procainamida: hipotensão - Disopiramida: boca seca, retenção urinaria, visão turva, constipação ILUSTRAÇÃO CLASSE 1b Principais representantes: lidocaína, fenitoina e mexiletina MECANISMO DE AÇÃO Bloqueiam o canal de Na, encurtam a repolarização da fase 3 e diminuem a duração do potencial de ação USOS TERAPÊUTICOS - Lidocaína: alternativa quando não temos ou não podemos usar amiodarona na fibrilação ventricular ou taquicardia ventricular - Mexiletina: tratamento crônico de arritmias ventriculares associada a amiodarona. FARMACOCINÉTICA - Lidocaína: IV pois se biotransforma muito. - Mexiletina: bem absorvida após administração oral. Biotransformada no fígado e eliminada por via biliar. EFEITOS ADVERSOS - Lidocaína: nistagmo, sedação, fala enrolada, parestesia, agitação, confusões, convulsões - Mexiletina: náuseas, emese e dispepsia. ILUSTRAÇÃO CLASSE 1c Principais representantes são propafenona e flecainida MECANISMO DE AÇÃO - Flecainida: suprime a ascensão da fase 0 nas fibras de Purkinje e miocárdicas, o que reduz a velocidade de condução, mas tem pouco efeito na duração do potencial de alçai e no período refratário. - Propafenona: (é um β-bloqueador não seletivo)retarda a condução em todo tecido cardíaco, mas não bloqueia os canais de K. USOS TERAPÊUTICOS - Flecainida: manutenção do ritmo sinusal no flúter atrial e fibrilação em pacientes sem doença cardíaca estrutural e tratamento de arritmias ventriculares refratarias. Seu efeito inotrópico negativo pode agravar ainda mais casos de IC. - Propafenona: controle do ritmo da fibrilação ou flutter atrial e profilaxia da taquicardia supraventricular paroxística em pacientes com taquicardias AV reentrantes. FARMACOCINÉTICA - Flecainida: bem absorvida via oral e biotransformada no fígado e eliminadas via renal - Propafenona: biotransformada em metabolitos ativos e eliminada por via renal e fecal. EFEITOS ADVERSOS - Flecainida: visão turva, tontura, náuseas - Propafenona: broncoespasmos por seu efeito em β-Bloqueadores devendo ser evitada em asmáticos, hipotensão, bradicardia, bloqueio AV ILUSTRAÇÃO CLASSE 2 São β-bloqueadores, atuam reduzindo a despolarização da fase 4, dessa forma deprimindo a automaticidade, prolongando a condução AV e diminuem frequência e contratilidade cardíaca. Usados no tratamento de taquiarritmias causadas por aumento de atividade simpática, flúter, fibrilação atrial e taquicardia por reentrada no nó AV. METOPROLOL é o representante mais usado atualmente, é intensamente biotransformado no fígado por CYP2D6 e entra no SNC. ESMOLOL também é um β-bloqueador,mas de ação curta usado por via IV em arritmias agudas que ocorrem durante cirurgias ou situações de emergência. É rapidamente biotarnsformado pela esterase nos eritrócitos. CLASSE 3 São bloqueadores dos canais de K e assim diminuem o efluxo de potássio durante a repolarização das células cardíacas. Atuam prolongando a duração do potencial de ação sem alterar a fase 0 de despolarização ou o potencial de repouso da membrana, mas prolongam o período refratário. Todos os fármacos dessa classe têm potencial para induzir arritmias. AMIODARONA Contem iodo e está estruturalmente relacionada a tiroxina. Atua prolongando a duração do potencial de ação e do período refratário. Usada para tratar taquiarritmias ventriculares e supraventriculares refratarias graves, além de fibrilação e flutter atrial É absorvida incompletamente por via oral e sua meia vida vai até semanas, se distribui intensamente pelo tecido adiposo. @Mednoparaguaai VENDA PROIBIDA Tainara Brito Seus efeitos adversos incluem: fibrose pulmonar, neuropatia, hepatotoxidade, depósitos corneais, neurite optica, cianoses e hipo ou hipertireoidismo DRONEDARONA É menos lipofílica, tem meia vida menor e não tem moléculas de iodo comparada a amiodarona. Usada para manter o ritmo sinusal na fibrilação ou flutter atrial; Contraindicada para pacientes com sintomas de insuficiência hepática ou fibrilação atrial permanente SOTALOL Embora seja da classe 3 esse fármaco é um β- bloqueador não seletivo potente. Atua bloqueando a corrente de saída rápida de K (retificação retardada), o que prolonga a despolarização e a duração do potencial de ação e período refratário efetivo. Usado na manutenção do ritmo sinusal em pacientes com fibrilação atrial, flutter ou taquicardia supraventricular paroxística refrataria e também auxilia no tratamento de arritmias ventriculares CLASSE 4 São os bloqueadores dos canais de Ca não diidropiridinas sendo Verapamil e diltiazem. O Verapamil tem ação maior no coração que nos músculos lisos vasculares e o diltiazem tem ação intermediaria. No coração esses fármacos se ligam aos canais voltagem sensíveis abertos e despolarizados diminuindo assim a corrente de entrada levada pelo cálcio, prevenindo a repolarização, o que resulta em diminuição da velocidade da despolarização espontânea da fase 4. Além disso diminuem a velocidade de condução nos tecidos que dependem de corrente de cálcio como nodo AV e AS. São mais eficazes em arritmias atriais como taquiarritmias supraventriculares de reentrada e na redução da frequência ventriculares no flutter e na fibrilação atrial OUTROS ANTIARITMICOS DIGOXINA Inibe a bomba Na/K ATPasa diminuído o período refratário nas células miocárdicas e prolongando o período refratário efetivo e diminuído a velocidade de condução no nodo AV. Usada na fibrilação e flutter atrial ADENOSINA Diminui a velocidade de condução, prolonga o período refratário e diminui a automaticidade do nodo AV. Por via IV é a escolha para abolir taquicardia supraventricular aguda. Causa rubor, dor torácica e hipotensão SULFATO DE MAGNESIO magnésio é necessário para o transporte de sódio, cálcio e potássio através das membranas celulares. Atua diminuído a velocidade de formação dos impulsos no nó SA e prolonga o tempo de condução no tecido cardíaco Usada em arritmia potencialmente fatal como torsades de points e arritmias induzidas por digoxina
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