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Universidade Estadual de Campinas UNICAMP Faculdade de Engenharia Mecânica Departamento de Engenharia Térmica e de Fluidos IM351-Tecnologia da Combustão Conteúdo do 3° Capítulo 3 Balanço de Massa e Energia nos Processos de Combustão. __________________________1 3.1 Cálculo da Quantidade Teórica de Ar Necessária Para a Combustão _____________________1 3.2 Coeficiente de Excesso de Ar - Análise de Gases e Expressões Para a Determinação do Excesso de Ar_______________________________________________________________________________4 3.2.1 Determinação do Coeficiente de Excesso de Ar (α) _________________________________________ 5 3.2.2 Equações Fundamentais da Combustão___________________________________________________ 5 3.2.3 Equações Para o Cálculo de α__________________________________________________________ 6 3.2.3.1 Fórmula Por Carbono ______________________________________________________________ 6 3.2.3.2 Fórmula Por Oxigênio _____________________________________________________________ 7 3.2.4 Verificação de Erros nas Medições ______________________________________________________ 8 3.3 Analisadores de Gases ____________________________________________________________9 3.3.1 Aspectos a Serem Considerados Durante a Análise de Gases Utilizando-se o ORSAT _____________ 11 3.3.2 Analisadores de Gases FYRITE e BACHARACH _________________________________________ 11 3.3.3 Analisadores Contínuos______________________________________________________________ 12 3.4 Cálculo do Volume dos Produtos da Combustão _____________________________________12 3.4.1 Volume de Gases Triatômicos (VRO2 = VCO2 - VSO2)________________________________________ 12 3.4.2 Volume Teórico de Nitrogênio ________________________________________________________ 13 3.4.3 Volume Teórico de Vapores de Água nos Gases (VoH2O) ____________________________________ 13 3.5 Determinação da Entalpia dos Gases dos Produtos da Combustão ______________________15 3.6 Exemplo de Cálculo _____________________________________________________________16 3.7 Eficiência e Balanço Térmico _____________________________________________________19 3.8 Balanço Térmico e Perdas de Calor ________________________________________________21 3.9 Cálculo das Perdas de Calor ______________________________________________________23 3.9.1 Perdas com Gases de Escape (q2) ______________________________________________________ 23 3.9.2 Perdas Por Combustão Química Incompleta (q3) __________________________________________ 23 3.9.3 Perdas Por Combustão Mecânica Incompleta (qf)__________________________________________ 24 3.9.4 Perdas de Calor Para o Ambiente (q5)___________________________________________________ 25 3.9.5 Perdas com o Calor das Escórias e das Cinzas (q6)_________________________________________ 26 3.9.6 Cálculo do Consumo de Combustível ___________________________________________________ 27 3.9.7 Equação de Balanço de Energia _______________________________________________________ 27 3.10 Metodologia e Instrumentação Para Avaliação de Caldeiras _________________________28 3.10.1 Classificação dos Testes em Caldeiras __________________________________________________ 28 3.10.2 Recomendações Para a Avaliação de Caldeiras ___________________________________________ 29 3.10.3 Seqüência de Elaboração dos Dados de um Teste de Balanço em Caldeiras Para Biomassa (Combustível Sólido em Geral) __________________________________________________________________________ 30 3.10.4 Instrumentação Específica Para Testes em Caldeiras _______________________________________ 32 3.10.5 Pesquisa do Processo de Combustão em Fornalhas de Caldeiras a Bagaço ______________________ 34 3.11 Exemplo de Resultados de Avaliação de Caldeiras Industriais________________________36 3.12 Referências __________________________________________________________________43 Tecnologia da Combustão Cap. 3 Balanço de Massa e Energia nos Processos de Combustão LPC (Comb-Cap3.doc) - Jul/2002 Página 3.1 3 Balanço de Massa e Energia nos Processos de Combustão. Electo Silva Lora Júlio F. Happ O balanço de massa e energia nos processos de combustão é o primeiro passo para proceder-se ao dimensionamento ou a avaliação de eficiência de uma fornalha. 3.1 Cálculo da Quantidade Teórica de Ar Necessária Para a Combustão A reação de combustão de um dado combustível com o ar atmosférico pode ser esquematizada da seguinte maneira. (VCO2 + VSO2 + VH2O) (VN2 + VO2 + Vva) (VCO + VH2 + VCH4)Combustível + Va = 1 + 2 + 3 Onde Va corresponde ao volume de ar fornecido e cada parêntesis corresponde respectivamente a: (1) Produtos da oxidação completa (CO2, SO2 H2O). Durante a combustão de biomassa, o teor de SO2 é muito inferior ao teor de CO2, portante assume-se que o volume dos gases triatômicos RO2 = CO2 + SO2 é praticamente igual que a CO2; (2) Ar em excesso da combustão, umidade do combustível e do ar; (3) Produtos da oxidação incompleta: VCO > VH2 > VCH4. A presença de quantidade significativos de CO, H2 e CH4 nos gases resultantes da combustão é um indicador de que a mesma procedeu em regime inadequado. O cálculo dos volumes de ar e gases nos processos de combustão permite: Selecionar os ventiladores de tiragem induzida (VTI ou exaustores) e forçada (VTF ou sopradores); Projetar os condutos de ar; Determinar a velocidade relativa entre os gases e as superfícies de aquecimento (define a transferência de calor por convecção). Volume de ar teórico (Vao). É a quantidade de ar teoricamente necessária para a combustão total de 1 kg de combustível e se calcula a partir das Tecnologia da Combustão Cap. 3 Balanço de Massa e Energia nos Processos de Combustão LPC (Comb-Cap3.doc) - Jul/2002 Página 3.2 reações de combustão dos elementos que compõe (reações estequiométricas). Reações estequiométricas de combustão. São as reações de combustão dos componentes elementares do combustível com o oxigênio, o calor liberado nas mesmas é representado por ∆Q1 e pode ser obtido em tabelas na literatura: C + O2 → CO2 + ∆Q1 S + O2 → SO2 + ∆Q2 2H2 + O2 → 2H2O + ∆Q3 C + ½ O2 → CO + ∆Q4 para 1 kmol de cada elemento. Por exemplo, os calores de formação (JANNAF, 1971) para: CO2: (∆Q1)298,15K = -353,146±O,046 kJ/mol H2O: (∆Q3)298,15K = - 241,595 kJ/mol CO: (∆Q4)298,15K = - 110,436±0,167 kJ/mol Substituindo os valores aproximados das massas moleculares dos diferentes compostos obtém-se as seguintes fórmulas que permitem realizar o balanço de massa: 12kg C + 32kg O2 = 44kg CO2 32kg S + 32kg O2 = 64kg SO2 4kg H2 + 32kg O2 = 36kg H2O ou para 1 kg de cada componente: 1kg C + 2,66kg O2 = 3,66kg CO2 1kg S + 1kg O2 = 2kg SO2 1kg H2 + 8kg O2 = 9kg H2O Para passar a quantidades volumétricas dividimos as massas pelas respectivas densidades (Trembovlia et al, 1991), dadas para condições normais de temperatura e pressão (temperatura de 0ºC e pressão de 0,1013 Mpa). ρO2 = 1,429 kg/m3 ρCO2 = 1,925 kg/m3 ρSO2 = 2,86 kg/m3 ρH2O = 0,805 kg/m3 Portanto, obtemos: 1 kg C + 1,866m3 O2 = 1,904m3 CO2 1 kg S + 0,7m3 O2 = 0,7m3 SO2 1 kg H2 + 5,6m3 O2 = 11,1m3 H2O Tecnologia da Combustão Cap. 3 Balanço de Massa e Energia nos Processos de Combustão LPC (Comb-Cap3.doc) - Jul/2002 Página 3.3 Resumindo: 1 kg de C necessita 1,866 m3 de O2 e obtém-se 1,904 m3 de CO2 1 kg de S necessita 0,7 m3 de O2 e obtém-se 0,7 m3 de SO 1 kg de H2 necessita 5,6 m3 de O2 e obtém-se 11,1 m3 de H2O Considerando-se que 1 kg de combustível contém: Ct/100 kg de carbono St/100 kg de enxofre Ht/100 kg de hidrogênio Ot/100 kg de oxigênio Então, para a combustão de um 1 kg de combustível é preciso uma quantidade de oxigênio igual a soma de que necessitarão os elementos que compõe para a sua combustão. O superescrito “o” será utilizado para definir os volumes teóricos, ou seja, quando não existe ar em excesso. V C S H O m kgOo t t t t 2 1866 100 0 7 100 5 6 100 1 1 429 100 3= + + −, . , . , . , . , / (3.1) V C S H O O o t t t t 2 1866 0 375 5 6 0 7 100= + + −, .(, . ) , . , . (3.2) Deve-se notar que a composição do ar seco é de: O2 → 21,000 % vol. N2 → 78,050 % vol. Ar → 0,920 % vol. CO2 → 0,030 % vol. Portanto: V V C S Hao O o t t t t= = + + −20 21 0 0889 0 375 0 265 0 03330, , .( , . ) , . , . (3.3) Pode-se corrigir a Equação 3.3 levando-se em conta a umidade do ar. Para isto, calcula-se um fator f de correção do ar seco para a umidade do mesmo. Normalmente a diferença devido a umidade do ar será desprezível. Tecnologia da Combustão Cap. 3 Balanço de Massa e Energia nos Processos de Combustão LPC (Comb-Cap3.doc) - Jul/2002 Página 3.4 3.2 Coeficiente de Excesso de Ar - Análise de Gases e Expressões Para a Determinação do Excesso de Ar Na prática é preciso administrar um volume de ar Va maior que o Vao teórico necessário para se obter combustão completa do combustível por causa da dificuldade de garantir mistura perfeita do ar com o combustível e do tempo limitado de permanência deste na câmara de combustão. Daí surge o conceito de excesso de ar necessário para a combustão, muito importante para a correta operação de fornos e caldeiras. O coeficiente de excesso de ar (α) é a relação entre o volume de ar teórico e real necessários para a combustão, representado pela expressão: α = V V a a o (3.4) Pode ser expresso como fração ou porcentagem, e é determinado na saída da fornalha ou da caldeira. Utiliza-se algumas vezes o índice de excesso de ar (e) que representa o ar excedente administrado à fornalha, ou seja: α = 1 + e (3.5) A Tabela 3.1 apresenta a relação entre o valor do coeficiente de excesso de ar em fornalhas para a queima de bagaço, o tipo de fornalha e a umidade deste combustível. Tabela 3.1 - Dependência do coeficiente de excesso de ar (α) da umidade do bagaço e do tipo de fornalha Umidade do bagaço (%) Tipo de fornalha 50 40 30 - Fornalha de ferradura - Fornalha de grelha basculante 1,6-1,8 1,3-1,4 1,3-1,5 1,25-1,30 1,2-1,3 1,15-1,25 Prieto (1981) Como se observa na Tabela 3.1, uma redução na umidade permite trabalhar com um coeficiente de excesso de ar menor, devido às partículas mais leves permitirem uma melhor mistura ar-combustível. Similarmente, sistemas mais avançados com uma maior porcentagem de partículas queimadas em suspensão permitem operar com α menores. O valor ótimo do excesso de ar αótimo é função do tipo e características do combustível assim como do tipo de fornalha. Em geral, em sistemas modernos de combustão, o coeficiente de excesso de ar (α) toma os seguintes valores (Beaton e Silva, 1991): Tecnologia da Combustão Cap. 3 Balanço de Massa e Energia nos Processos de Combustão LPC (Comb-Cap3.doc) - Jul/2002 Página 3.5 Combustíveis sólidos: 1,15 - 1,30 Combustíveis líquidos: 1,05 - 1,10 Combustíveis gasoso: 1,02 - 1,05 α > αótimo consumo excessivo de energia elétrica nos ventiladores devido ao volume excedente de ar e gases que são movimentados pelos mesmos. Além disso o ar em excesso é aquecido no pré-aquecedor o que constitui uma perda de calor adicional; α < αótimo combustão química e mecânica incompleta (nos produtos da combustão aparecem CO, H2, CH4, e partículas sólidas parcialmente queimadas). 3.2.1 Determinação do Coeficiente de Excesso de Ar (αααα) É possível, a partir de dados experimentais sobre a composição dos gases produzidos pela combustão determinar-se o coeficiente de excesso de ar, ou seja: α = f(CO2, O2, CO, H2, CH4) onde: CO2, O2, CO, H2, CH4 - concentrações volumétricas destes compostos nos produtos da combustão, % A análise de gases que se realiza durante a avaliação de caldeiras permite estimar: O grau de otimização do processo de combustão, ou seja, a perda de calor por combustão química incompleta; As condições de combustão do combustível (coeficiente de excesso de ar); O caráter da combustão em diferentes zonas do forno (dinâmica da combustão); As infiltrações de ar nos dutos dos gases. 3.2.2 Equações Fundamentais da Combustão A metodologia para a elaboração dos dados de análise de gases está baseada na equação fundamental da combustão (deduzida a partir da equação de equilíbrio do oxigênio), ou seja, uma vez que o oxigênio representa cerca de 21% do volume do ar, os átomos de oxigênio presentes nos produtos da combustão devem representar esta fração volumétrica. A equação fundamental da combustão (Jzmalian, 1975) é: a) Para a combustão incompleta: Tecnologia da Combustão Cap. 3 Balanço de Massa e Energia nos Processos de Combustão LPC (Comb-Cap3.doc) - Jul/2002 Página 3.6 21 = RO2 + O2 + β.RO2 + (0,605 + β).CO b) Para a combustão completa (CO = 0) 21 = RO2 + O2 + β.RO2 onde: β = − + +2,35 H 0,126 0 0,038 N C 0,375 S t t t t t (3.6) Sentido físico de ββββ (Característica do combustível ou Coeficiente de Bunte) - Relação entre o consumo de oxigênio do ar para oxidação do hidrogênio livre do combustível e para a formação de gases triatômicos (RO2) e se utiliza para relacionar os produtos da combustão com a composição elementar do combustível. Por exemplo, para o bagaço da cana-de-açúcar, calculando pela Equação 3.6, o valor de β é aproximadamente 2,24 x 102. As equações fundamentais da combustão estão baseadas no balanço de oxigênio e podem ser utilizadas para comprovar se existe algum erro na análise da composição dos gases produzidos pela combustão. Assim, pela equação da combustão completa conhecendo-se β e o teor de oxigênio nos gases, pode-se determinar o teor de gases triatômicos (RO2). A equação fundamental da combustão incompleta permite calcular o conteúdo de CO nos gases produzidos pela combustão a partir dos dados sobre o conteúdo de O2 e RO2. Assim, se a análise dos produtos da combustão for incompleta (somente RO2 e O2), e assumindo-se apenas CO como produto da combustão incompleta, pode-se calcular o seu teor pela expressão: CO = 21- RO - (RO + O + 0,605 2 2 2β β ⋅ ) (3.7) 3.2.3 Equações Para o Cálculo de αααα 3.2.3.1 Fórmula Por Carbono Os parâmetros β e CO2máx dependem apenas da composição elementar do combustível e constituem-se em características importantes do mesmo. CO2máx é o teor máximo de CO2 durante a queima de um combustível (equação 3.8), para: α β = CO onde: CO2 2 má x má x CO2 21 1, = + (3.8) para o caso da combustão completa (α=1) e VO2=0. Tecnologia da Combustão Cap. 3 Balanço de Massa e Energia nos Processos de Combustão LPC (Comb-Cap3.doc) - Jul/2002 Página 3.7 Quando não se dispõe de dados sobre a composição elementar do combustível, o calor de CO2máx pode ser determinado a partir dos resultados da análise de gases pelas seguintes expressões (Ravich, 1987). a) Para o caso da combustão completa: 100 O 4,76 - 100 CO = CO 2 2máx 2 (3.9) b) Para o caso da combustão incompleta: CO = CO + CO + CH 100 - 4,76 (O 2 CH - 0,5 CO - 0,5 H 1002 2 4 2 4 2 má x − ) (3.10) 3.2.3.2 Fórmula Por Oxigênio Vejamos primeiramente a dedução da fórmula. A concentração de oxigênio excedente nos gases pode-se expressar como: O2 = ⋅ ⋅0,21 ( -1) V V . 100a o gs α (3.11) onde: Vgs → volume de gases secos. A concentração de oxigênio excedente é determinada com referência ao volume de gases secos porque os vapores de água são condensados e separados antes do analisador de gases. Segundo as equações estequiométricas de combustão o volume de oxigênio consumido é aproximadamente igual à soma dos volumes de CO2 e SO2 obtidos. Portanto, partindo do volume de gases secos, por hipótese: V V V VN VO VN Vgso CO SO o o o ao= + + = + =2 2 2 2 2 (3.12) conseqüentemente: Vgs = α Vao (3.13) Substituindo na Equação 3.11: O2 21 1 = −( )α α (3.14) Separando α obtemos: Tecnologia da Combustão Cap. 3 Balanço de Massa e Energia nos Processos de Combustão LPC (Comb-Cap3.doc) - Jul/2002 Página 3.8 α = − 21 21 2O (3.15) Fórmula mais exata: α = − ⋅ − 210 02 21 2 2 , O O (3.16) Para o caso de combustão incompleta: α = − − − − 21 21 (O 0,5 CO H CH2 2 40 5 2, ) (3.17) 3.2.4 Verificação de Erros nas Medições Combustão Completa Conhecida a concentração de oxigênio O2 nos produtos da combustão e o coeficiente β, se calcula o valor da concentração de gases triatômicos RO2 (equação 3.18) e se compara com o valor medido. RO O 2 221 1= − + β (3.18) Recomendações sobre a seleção do parâmetro para o controle do coeficiente de excesso de ar: I. Desvantagens da utilização da concentração do CO2 como parâmetro de cálculo: A concentração de CO2 nos produtos da combustão depende não apenas de α, mas também do tipo e composição do combustível; conteúdo de CO2 nos produtos de combustão na presença de combustão química não completa não é uma função unívoca do coeficiente de excesso de ar, inclusive para uma composição constante do combustível (o mesmo valor de CO2 pode corresponder a mais de um valor de α); Durante o trabalho da caldeira com uma mistura de dois ou mais tipos de combustíveis o método de controle por CO2 não é aplicável uma vez que uma pequena variação na correlação entre os combustíveis que se queimam provoca variação no valor de CO2máx. II. Vantagens do controle pela concentração de O2: A variação da composição do combustível ou da correlação quantitativa de diferentes combustíveis praticamente não influencia o conteúdo de O2 nos produtos da combustão, já que a dependência O2 = f(α) para diferentes tipos de combustíveis, durante a combustão completa, não se afasta muito da curva teórica. Tecnologia da Combustão Cap. 3 Balanço de Massa e Energia nos Processos de Combustão LPC (Comb-Cap3.doc) - Jul/2002 Página 3.9 Infiltração de Ar Através dos interstícios da fornalha e dutos de gases, que trabalham a uma pressão menor que a atmosférica, introduz-se uma quantidade de ar adicional do meio ambiente (infiltrações). No sentido do movimento dos gases a quantidade de ar aumenta continuamente. Até a superfície de aquecimento i o excesso de ar dos gases produto da combustão é determinado pela seguinte expressão: α α = + f n=1 i∑ ∆α inf il (3.19) onde: ∆α inf ilf - infiltração de ar ambiente na fornalha. Durante o projeto de caldeiras determina-se o excesso de ar na saída da fornalha αf e se assumem as infiltrações nas superfícies de aquecimento segundo a Tabela 3.2. O coeficiente de excesso de ar a ser introduzido juntamente com o combustível pode ser estimado por: αcomb = αf - ∆inf ilf (3.20) 3.3 Analisadores de Gases São os instrumentos de medição que permitem conhecer a composição, em fração volumétrica, dos produtos da combustão, ou seja, os dados necessários para o cálculo do coeficiente de excesso de ar. Classificação: - Analisadores volumétricos (por absorção) - Por absorção de radiação infravermelha - Por suscetibilidade magnética - Com célula eletrolítica Tecnologia da Combustão Cap. 3 Balanço de Massa e Energia nos Processos de Combustão LPC (Comb-Cap3.doc) - Jul/2002 Página 3.10 Tabela 3.2 - Valores recomendados da infiltrações nas superfícies de aquecimento Superfície ∆∆∆∆αααα1 Fornalha (∆α1) Com forro metálico Sem forro 0,015 0,100 Condutos de gases das superfícies de aquecimento Feixe de tubos situados na saída da fornalha (festón) Superaquecedor Feixe de convecção (cada parte) Economizador Pré-aquecedor de ar tubular Pré-aquecedor de ar regenerativo 0,00 0,03 0,05 0,02 0,03 0,02 Tanquero (1987) Analisadores volumétricos: Baseiam-se na absorção seletiva dos gases por soluções absorventes. A diferença de volume de gás após cada absorção indica o componente gasoso e sua quantidade volumétrica. Uma vez que a amostra é de 100 mil de gás, os volumes absorvidos já indicam a porcentagem (%) dos componentes. Os analisadores volumétricos são os mais utilizados em aplicações industriais e os de menor custo (ORSAT, FYRITE, BACHARACH). Na Figura 3.1 é mostrado um esquema de um analisador tipo ORSAT, que é utilizado para a análise de CO2, O2 e CI em uma faixa de 0,2-100% com uma margem de erro de aproximadamente 2,0%. Alguns equipamentos analisam também H2 e CH4 por combustão residual. o tempo para uma análise é de cerca de 15 minutos. Os reagentes utilizados são: para o CO2 - solução de hidróxido de potássio; para o O2 - solução de pirogalato de potássio; para o CO - solução de β- naftosulfato de cobre; e uma solução confinante - solução aquosa de sulfato de sódio (inerte em relação aos principais componentes da amostra). Figura 3.1 - Esquema de um analisador tipo ORSAT Tecnologia da Combustão Cap. 3 Balanço de Massa e Energia nos Processos de Combustão LPC (Comb-Cap3.doc) - Jul/2002 Página 3.11 3.3.1 Aspectos a Serem Considerados Durante a Análise de Gases Utilizando- se o ORSAT seqüência: CO2 → O2 → CO Deve-se respeitar rigorosamente esta seqüência, uma vez que as soluções absorvem de um componente, assim por exemplo, a solução de pirogalato de potássio também absorve o CO2 além de O2. 3.3.2 Analisadores de Gases FYRITE e BACHARACH Na Figura 3.2 é mostrado um esquema típico de um analisador volumétrico portátil (IPT, 1990). Estes analisadores apresentam um erro da ordem de 0,5%, portanto maior que o erro do ORSAT. O incremento do erro se deve ao fato de que não se controla com precisão o volume da amostra que se introduz. Solução absorventes: CO2 - hidróxido de potássio 33% O2 - solução a base de cromo Recomendações Verificar regularmente as soluções de CO2 e O2 utilizando como “gás padrão”: - ar ambiente: 29,9% O2 - ar expirador pelo homem: 4,0% de CO2 Capacidade de absorção das soluções: - CO2 - 350 amostras com 10% de CO2 - O2 -100 amostras com 10% de O2 Tecnologia da Combustão Cap. 3 Balanço de Massa e Energia nos Processos de Combustão LPC (Comb-Cap3.doc) - Jul/2002 Página 3.12 Figura 3.2 - Esquema de um analisador volumétrico portátil tipo FYRITE Devido a facilidade de uso e ao alto erro são recomendados principalmente para monitoramento de equipamento, mas não em testes de avaliação pelo balanço térmico. 3.3.3 Analisadores Contínuos São equipamentos custosos com tempo de respostas muito rápido. Classificam-se de acordo com o princípio de funcionamento: - Por absorção de radiação infravermelha: CO2 e CO - Por suscetibilidade magnética: O2 - Célula eletroquímica (ZnO): O2 Devem ser calibrados periodicamente com misturas padrões. 3.4 Cálculo do Volume dos Produtos da Combustão 3.4.1 Volume de Gases Triatômicos (VRO2 = VCO2 - VSO2) A partir das equações estequiométricas: - de 1 kg de carbono → 1,866 m3 de CO2 - de 1 kg de enxofre → 0,7 m3 de SO2 VRO2 = 1,866 C 100 + 0,7 S 100 t t (3.21) Tecnologia da Combustão Cap. 3 Balanço de Massa e Energia nos Processos de Combustão LPC (Comb-Cap3.doc) - Jul/2002 Página 3.13 ou: V S m kgRO t2 0 375 3 = 0,01866 (Ct + , . ), / (3.22) 3.4.2 Volume Teórico de Nitrogênio Procedente do ar: V V kgNa ao2 0 79= ⋅, , / m 3 (3.23) Procedente do combustível: VNC N 2 2 1 = N 100 t ⋅ γ (3.24) onde: γN2 - peso específico do Nitrogênio: γN2 ≈ 1,25 kg/m3 (em condições normais de pressão e temperatura). Substituindo: V kgNC2 = 0,008N m t 3, / (3.25) VNo 2 = V + VN a N c 2 2 (3.26) V kgNo 2 = 0,79 V + 0,008N ma o t 3⋅ , / (3.27) 3.4.3 Volume Teórico de Vapores de Água nos Gases (VoH2O) O vapor de água chega aos gases produzidos pela combustão por quatro vias: a) Reação do hidrogênio do combustível com o oxigênio (R) b) Umidade do combustível (W) c) Umidade do ar (d) d) Vapor de água para a atomização do combustível (q) As equações para o cálculo de cada componente são: ( ) , /V kgH O R2 = 11,1 H 100 = 0,111H m t t 3 (3.28) (V oH O o O2 ) = W 100 ; = 0,805 kg / mW t H H 3 2 2γ γ (3.29) Tecnologia da Combustão Cap. 3 Balanço de Massa e Energia nos Processos de Combustão LPC (Comb-Cap3.doc) - Jul/2002 Página 3.14 ( , /V kgH OO2 ) = 0,0124 .W m W t 3⋅ (3.30) ( )VH O O d ar H O 2 100 2 = d Va o⋅ ⋅γ γ (3.31) onde: d = 10 g devapor / kg de ar (umidade absoluta média do ar) γar = 1,293 kg/m3 - peso específico do ar γágua = 0,805 kg/m3 - peso específico do vapor de água ( . , , , /V kgH O o 2 1 293 1000 1 0 805) = 10.V = 0,0161 V md a o a o 3⋅ (3.32) Se queimadores de atomização com vapor (para óleo combustível) são utilizados: ( )VH Oo q2 = 1,24.Wq (3.33) onde: Wq = 0,3 - 0,35 kg de vapor/kg de combustível - quantidade de vapor empregada na atomização O volume teórico total de vapores de água é calculado como a soma de seus quatro componentes. V V V VH Oo Oo R H Oo W H Oo d H Oo q2 2 2 2 = (VH2 ) ( ) ( ) ( )+ + + (3.34) V H W V W kgH Oo t t ao q2 0111 0 0124 0 0161 124= + + +, . , . , . , . /, m e (3.35) Então o volume teórico de gases: V V V kggo No H Oo = V , mRO 32 + +2 2 / (3.36) Durante a combustão com α > 1 o volume real de produtos da combustão é maior que o volume teórico no volume de ar administrado em excesso na fornalha (α - 1) Vao e no volume de vapores de água contidos no mesmo 0,0161.(α - 1)Vao . V kgg = V + 0,0161.( -1).V mg o a o 3α , / (3.37) Por outro lado o volume real de produtos da combustão é composto pelo volume de gases secos Vgs e o volume dos vapores de água. V Vg gs= + VH O2 (3.38) Tecnologia da Combustão Cap. 3 Balanço de Massa e Energia nos Processos de Combustão LPC (Comb-Cap3.doc) - Jul/2002 Página 3.15 V V Vgs No ao = VRO2 + + − ⋅2 1( )α (3.39) V VH O Oo ao2 0 0161 1 = V H 2 + −, . ( ).α (3.40) O valor de Vg é calculado para condições de temperatura e pressão normais e de ser corrigido para a temperatura dos gases na seção da caldeira que está sendo calculada. A concentração de cinzas nos produtos da combustão é determinada pela expressão: µ = 10.A V , g / m t g 3⋅ aarr (3.41) onde: aarr é a fração da cinza arrastada pelos gases (assume-se a partir de dados experimentais para tipos diferentes de fornalhas). 3.5 Determinação da Entalpia dos Gases dos Produtos da Combustão Determina-se para o volume de gases obtidos durante a combustão de 1 kg de combustível. A entalpia real dos gases (para α > 1) é determinada pela expressão: h hg ao = h , kJ / kggo + −.( )α 1 (3.42) Onde: hgo = Entalpia teórica dos gases, kJ/kg hao = Entalpia teórica do ar, kJ/kg A entalpia teórica dos gases é calculada por: h V c t V c t V c tgo RO RO No N H Oo H O= ⋅ ⋅ + ⋅ + ⋅ ⋅2 2 2 2 2 2( ) ( . ) ( ) (3.43) + ⋅ ⋅ ⋅( )c t A acin t arr100 , kJ / kg Onde: (c.t)i = Entalpia do componente i do gás, kJ/m3 (c.t)cin = Entalpia da cinza, kJ/m3 e a entalpia teórica do ar é calculada pela equação: h c tao ar = V , kJ / kgao ⋅ ( . ) (3.44) Onde: (c.t)ar = Entalpia do ar, kJ/m3 Tecnologia da Combustão Cap. 3 Balanço de Massa e Energia nos Processos de Combustão LPC (Comb-Cap3.doc) - Jul/2002 Página 3.16 Os valores de entalpias dos componentes do gás, do ar e das cinzas encontram-se na Tabela 3.3 para diferentes temperaturas. Tabela 3.3 - Entalpias médias de 1 m3 de ar e gases e de 1 kg de cinzas Temperatura (oC) (c.t)CO2 kJ/m3 (c.t)N2 kJ/m3 (c.t)H2O kJ/m3 (c.t)O2 kJ/m3 (c.t)ar kJ/m3 (c.t)cin kJ/kg 100 169,98 129,79 150,72 131,71 132,30 80,80 200 357,55 260,00 304,38 266,92 266,28 169,14 300 558,93 391,88 462,64 406,71 402,77 263,76 400 772,04 526,69 626,34 500,86 542,61 360,00 Raznievic (1970) 3.6 Exemplo de Cálculo A partir dos dados sobre a composição elementar (base em massa de trabalho) do Eucalipto e conhecendo-se, também, a composição dos gases produzidos pela combustão na saída da fornalha (RO2f = 17,7% e O2f = 3,5%) e na saída da caldeira (RO2ge = 13,7% e O2ge = 7,01%), determinar: O volume de ar teórico e real necessários para a combustão; O volume de gases produtos da combustão do Eucalipto na saída da caldeira; A concentração de cinzas nos produtos da combustão; A entalpia dos gases produtos da combustão na saída da caldeira (tge = 200ºC). Solução: Composição química elementar do Eucalipto: Ct = 42,30% Ht = 4,11% Ot = 30,78% Nt = 0,21% St = 0,007% At = 0,504% Wt = 30% Volume de ar teórico: V S H kgao t t t= + + −0 0889 0 375 0 265 0 03330, , . ) , . , . , / (C mt 3 Vao = 0,0889 (34,30 + 0,375.0,007) + 0,265.4,11 - 0,0333.30,78 V kgao = 3,114 m3 / Coeficiente de excesso de ar na saída da fornalha: Tecnologia da Combustão Cap. 3 Balanço de Massa e Energia nos Processos de Combustão LPC (Comb-Cap3.doc) - Jul/2002 Página 3.17 Fórmula por Oxigênio: α f = 21 21- O = 21 21- 3,5 = 1,22 Fórmula por Carbono: Coeficiente de Bunte: β = 2,35 H t ⋅ − ⋅ + ⋅ + ⋅ 0 126 0 038 0 375 , , , O N C S t t t t β = 2,36 4,11- 0,126.30,78.0,21 34,30 + 0,375.0,007 = 6,987.10 -3 RO má x2 = 21 1+ = 21 1+ 6,987.10 = 20,85 %-3β α βf = RO RO , RO = 21 1+ 2 má x 2 2 má x α f = 20,85 17,7 = 1,18 Para os cálculos posteriores tomaremos o valor de αf determinado a partir da concentração de oxigênio nos gases. Comprovação dos resultados da análise dos gases: (1 + β) x RO2 + 02 = 21 (1 + 6,987 x 10-3) x 17,7 + 3,5 = 21,32 ≈ 21` Volume de ar requerido: Volume teórico de gases: V kga = V = 1,2.3,114 = 3,737 mao 3α⋅ / V SRO t2 0 375 = 0,01866.(C t + , . ) V kgRO2 = 0,01866 (34,30 + 0,375.0,007) = 0,64 m 3 / VN t2 0 008 = 0,79.V Na o + , V H W VN Oo t t ao2 0 111 0 01214 0 0161= + +, . , . , . V kgH Oo 2 = 0,111.4,11 + 0,01214.30 + 0,0161.3,114 = 0,87 m 3 / Tecnologia da Combustão Cap. 3 Balanço de Massa e Energia nos Processos de Combustão LPC (Comb-Cap3.doc) - Jul/2002 Página 3.18 Vgo Oo Oo = V + V + VRO N H2 2 2 V kggo = 0,64 + 2,46 + 0,87 = 3,97 m3 / Coeficiente de excesso de ar na saída da caldeira: αge = 21 21- O = 21 21- 7,01 = .52 αge = RO RO = 20,85 13,7 = 1,52 2 má x 2 Comprovação dos resultados: (1 + β) RO2 + O2 = 21 (1 + 6,987.10-3) 13,7 + 7,01 = 20,8 ≈ 21 Volume real de gases na saída da caldeira: V Vg ao = Vgo + −10161 1, .( ).α V kgg = 3.97 + 1,0161 (1,5 -1) 3,114 = 5,55 m3 / Concentração de cinzas nos produtos da combustão: µ = 10.A t .a V arr g Assumindo aarr = 0,6 µ = 10.0,504.0,6 5,55 = 0,545 g / m 3 A entalpia dos gases produzidos pela combustão na saída da caldeira (Tge = 200ºC): h V c t V c t V c t c t A ago RO RO No N H Oo H O cin t arr= + + +2 2 2 2 2 2 100.( . ) .( . ) .( . ) ( . ) . . h 0,64 . 357,55 2,46 . 260,0 + 0,87 . 304,38 + 169,14 . 0,604 100a o = + . ,0 6 hgo = 1133,75 kJ / kg hao = V (c.t) = 3.114.266,28 = 829,19 kJ / kgao ar Tecnologia da Combustão Cap. 3 Balanço de Massa e Energia nos Processos de Combustão LPC (Comb-Cap3.doc) - Jul/2002 Página 3.19 h hg ao = h . ( = 1133,75 + 829,19(1,5 -1) = 1548,34 kJ / kgao ge+ −α 1) 3.7 Eficiência e Balanço Térmico A eficiência ou rendimento, da caldeira pode ser expressada como eficiência bruta, ou eficiência líquida, considerado neste último caso o consumo de energia elétrica dos ventiladores, alimentadores de combustível, bombas e outros equipamentos auxiliares. A eficiência bruta pode ser calculada pela seguinte expressão: Balanço direto ηb d tQ = Q x 100 , %u (3.45) Onde: Qu = Calor útil Qdt = Calor disponível O calor útil, Qu, é a energia transferida a substância de trabalho e inclui os seguintes ítens: 1) Energia consumida para a evaporação da água de alimentação e o superaquecimento do vapor até as condições de pressão e temperatura requeridas; 2) Energia contida nas águas de extração contínuas e periódicas. A equação de cálculo útil é a seguinte: Q m C h m C has e asµ = (h + (h , kJ / kg vs vs e • • − −) ) (3.46) Onde: m vs • = Fluxo de vapor superaquecido, kg/s me • = Fluxo de extrações contínuas, kg/s hvs = Entalpia do vapor superaquecido, kJ/kg has = Entalpia da água de alimentação, kJ/kg he = Entalpia água das extrações contínuas, kJ/kg Esta entalpia é determinada como entalpia da água correspondente a temperatura de saturação para a pressão dentro do balão superior da caldeira. Define-se a fração de extrações como: Tecnologiada Combustão Cap. 3 Balanço de Massa e Energia nos Processos de Combustão LPC (Comb-Cap3.doc) - Jul/2002 Página 3.20 f m e e vs = m 100 , (%) • • (3.47) Quando a fe é menor que 2% o segundo termo da Equação 3-46 pode ser desprezado. O calor disponível é referido a unidade de massa do combustível kg, e pode ser calculado pela seguinte expressão: Qdt = PCI t + Qfc + Qpaa + Qat , kJ/kg (3.48) Onde: Qfc = Calor físico do combustível, definido pela expressão: Qfc = Cc . Tc kJ/kg (3.49) Onde: Ct = Calor específico do combustível, kJ/kg.K tc = Temperatura com que o combustível é alimentado a fornalha, oC Nas usinas açucareiras quando o bagaço é alimentado diretamente das moendas o bagaço chega às fornalhas a uma temperatura ao redor de 50ºC, e no caso de combustíveis líquidos o pré-aquecimento é feito com o objetivo de reduzir a viscosidade e melhorar a eficiência de atomização dos queimadores e pode chegar até 80-120ºC. Qpaa - Calor introduzido na fornalha pelo ar quando este é preaquecido fora da caldeira. Em caldeira a biomassa, geralmente, Qpaa = 0 Qpaa = Va.Ca.∆ta Ca = 1,33 ÷ 1,45 kJ/m3k (ta = 300 - 450 oC) Qat - Calor introduzido na fornalha pelo calor de atomização, considerado apenas em caldeiras que queimam combustíveis líquidos equipadas com queimadores de atomização por vapor. Qat = Gat (hat - 2510) Gat = Fluxo do vapor, kg/kg hat = Entalpia do vapor, kJ/kg 2510 = Entalpia do vapor saturado, kJ/kg Tecnologia da Combustão Cap. 3 Balanço de Massa e Energia nos Processos de Combustão LPC (Comb-Cap3.doc) - Jul/2002 Página 3.21 3.8 Balanço Térmico e Perdas de Calor A diferença entre o calor disponível, Qt e o calor útil, Qu é constituída pelas perdas de calor devido as seguintes causas: Q1 - Perdas de calor pela entalpia dos gases de saída da caldeira, devido a que os produtos da combustão saem da ultima superfície de aquecimento da caldeira com uma temperatura maior que a temperatura ambiente, e são calculadas com base na diferença das entalpias dos gases de saída e do ar ambiente; Q3 - Perdas de calor pela combustão química incompleta (Q3), devido a presença nos gases de combustão, em concentrações relativamente altas, de CO, H2, CH4 , e outros, o que é evidência, como já visto no Capítulo 1, de queima incompleta do combustível; Q4 - Perdas de calor pela combustão incompleta das partículas de combustível (Q4) que chamaremos combustão mecânica incompleta, e são devidas ao arraste das partículas de combustível pelos gases para fora da fornalha; Q5 - Perdas ao meio ambiente (Q5) pela transferência de calor das paredes externas; Q6 - Perdas de calor com as cinzas retiradas durante a limpeza da grelha (Q6); Assim, o balanço térmico da caldeira pode ser expresso pela seguinte equação: Q Qdt u = Q + Q + Q + Q + Q , kJ / Kg2 4 5 6+ 3 (3.50) Dividindo-se os termos desta equação por tdQ e multiplicando por 100, temos: 100 = qu + q2 + q3 + q4 + q5 + q6 , % (3.51) Como já foi visto na Equação 3.45: q u = Q Q 100 = u d t b⋅ η (3.52) Então, a eficiência pode ser expressa por: ηb = 100 - (q2 + ... + q6) (3.53) Assim, o balanço térmico expresso pela equação 3.52 seria o balanço térmico direto e o balanço pela equação 3.53 o indireto. Como o método direto precisa- Tecnologia da Combustão Cap. 3 Balanço de Massa e Energia nos Processos de Combustão LPC (Comb-Cap3.doc) - Jul/2002 Página 3.22 se conhecer o fluxo de combustível este torna-se particularmente apropriado para caldeira em que se use combustíveis líquidos e gasosos. para caldeiras operando com combustíveis sólidos só é possível aplicar o método indireto, que tem a vantagem de revelar quantitativamente as fontes de baixa eficiência. A Figura 3.3 apresenta um diagrama de fluxo de massa de uma caldeira a vapor. A Figura 3.4 representa o balanço térmico da caldeira; na mesma o fluxo Qp.ar é o calor absorvido pelo ar no aquecedor que é recirculado a fornalha. Figura 3.3 - Diagrama de fluxo de massa de uma caldeira a vapor Figura 3.4 - Balanço térmico de uma caldeira a vapor. Tecnologia da Combustão Cap. 3 Balanço de Massa e Energia nos Processos de Combustão LPC (Comb-Cap3.doc) - Jul/2002 Página 3.23 3.9 Cálculo das Perdas de Calor 3.9.1 Perdas com Gases de Escape (q2) ( )q h Q af o d t2 = h - 100 - q , %ge ge 4 α ⋅ ⋅ (3.54) Onde: hge = Entalpia dos gases de escape calculada a partir do coeficiente de excesso de ar (αge ) e a temperatura dos mesmos, kJ/kg o afh = Entalpia do ar a temperatura ambiente, kJ/kg. Esta perda q2 é a maior de todas e depende da temperatura dos gases de escape (tg) e do coeficiente do eixo de ar αge. A diminuição desta temperatura em 14 a 15ºC diminui a perda q2 e consequentemente aumenta a eficiência em aproximadamente 1%. Em caldeiras modernas para bagaço q2 é aproximadamente 15%. 3.9.2 Perdas Por Combustão Química Incompleta (q3) q V H Q i R d t i 3 = . 100 . % ∑ ⋅( ) (3.55) Onde: Vi = xi . Vgs = Volume dos produtos da combustão incompleta (Vcc , VH2 , VCH4) , m3/kg; xi = Fração volumétrica dos produtos da combustão incompleta; HRi = Entalpia dos produtos da combustão incompleta, kJ/m3. Substituindo os valores de xi e HRi na equação 3.55 temos: q CO CH H V Qgs d t 3 4 2126 4 358 2 108= + +( , . , . . ). / , % onde: CO , CH4, e H2 é o conteúdo, em %, destes elementos no produto da combustão. Em caldeiras modernas a bagaço as perdas q3 são de 0,5%. V Hgs m = 1,866 C + 0,375 S RO + CO + CH + 2 C . Z t t 2 4 n (3.56) Z = 100 - q 100 4 : coeficiente de correção perdas por incombustão mecânica. Tecnologia da Combustão Cap. 3 Balanço de Massa e Energia nos Processos de Combustão LPC (Comb-Cap3.doc) - Jul/2002 Página 3.24 3.9.3 Perdas Por Combustão Mecânica Incompleta (qf) Determina-se a partir do balanço térmico das cinzas (Figura 3.3): C.At = m A A Ag g silos silos arr . . . . + m + m . arr . (3.57) Onde: At = Conteúdo de cinzas do combustível, % Ag, Asilos, Aarr = Conteúdo de cinzas nos resíduos extraídos da grelha, dos silos de cinzas localizados abaixo do feixe de convecção e no arraste, % m, msilos, marr = Fluxo de resíduos, kg/s A Figura 3.3 mostra esquematicamente o balanço de cinzas de uma caldeira a bagaço. Dividindo a equação anterior por (C . At): 1 = m + m .A C.A + m . . silos t g g t silos arr arr t A C A A C A . . . . . (3.58) ou, 1 = ag + asilos + aarr Onde: ag, asilos, aarr = Fração do conteúdo total de cinzas do combustível nos resíduos extraídos da grelha, dos silos de cinzas localizados embaixo do feixe de convecção e no arraste. Esta equação permite calcular o valor de aarr a partir dos valores experimentais de ar e asilos, consequentemente: aarr = 1 - ag - asilos (3.59) Considerando a entalpia de reação do coque como Hcoque = 32,78 MJ/kg ]Q/A.,).C/(C.a)C/(C.a)C/(C.a[q td t arrarrarrsilossilossilosggg 83271001001004 −−−−++++−−−−++++−−−−==== (3.60) Da equação do balanço de cinzas: a A g g g g = m C.A = m . C 100 - C A . t g t . / 100 (3.61) Tecnologia da Combustão Cap. 3 Balanço de Massa e Energia nos Processos de Combustão LPC (Comb-Cap3.doc) - Jul/2002 Página 3.25 m C Ag t . . . = a - Cg g100 1 100 (3.62) C C C A Cg g t g∑ = mC = a - C . g g . . .100 100 (3.63) Onde: ∑Cg = Fluxo total de carbono fixo nos resíduos retirados da grelha, kg/s Portanto: Q g Q A C kJ kgc t g 4 100= C C = 327,8 a - C g g g ∑ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ , / (3.64) e portanto q Qg dt 4 = Q . 100 , %4g (3.65) Da mesma maneira pode-se demonstrar as expressões para o cálculo de q4silos e qarr e finalmente a equação 3.60. Em caldeiras modernas para bagaço q4 varia de 1 a 4% 3.9.4 Perdas de Calor Para o Ambiente (q5) C Q t tconvi pi ar. .( )5 = Fiα∑ − (3.66) Onde: αconv i = Coeficiente de transferência de calor por convecção tpi = Temperatura da superfície exterior da caldeira Fi = Área sa superfície da parede exterior da caldeira Na prática, q5 se determina por nomogramasq m m vsnom vs 5 = q5nom ⋅ . . (3.67) Onde: q5nos = Perdas de calor para o ambiente para uma produção nominal de vapor, % (Figura 3.5). mvsnom . = Produção nominal de vapor, t/h Tecnologia da Combustão Cap. 3 Balanço de Massa e Energia nos Processos de Combustão LPC (Comb-Cap3.doc) - Jul/2002 Página 3.26 3.9.5 Perdas com o Calor das Escórias e das Cinzas (q6) q a Cesc esc6 = A . t / Q t esc d t. . (3.68) Onde: Cesc = Calor específico da escória Tesc = Temperatura da escória Em caldeiras modernas para bagaço q6 menor que 0,1%. Observações (a) Para combustíveis sólidos, o calor específico do combustível é determinado por: Cct = C = 100 - w 100 + C w 100c s t a t (3.69) Onde: Ccs = Calor específico da massa seca de combustível Ca = Calor específico da água Alguns valores de scC Antracita Ccs = 0,921 kJ/kg.K Carvão mineral Ccs = 0,962 kJ/kg.K Carvão pardo Ccs = 1,088 kJ/kg.K Turfa Ccs = 1,297 kJ/kg.K Xisto Ccs = 1,046 kJ/kg.K Óleo combustível Ccs = 1,74 + 0,0025 tc kJ/kg.K (b) As perdas Q2 podem ser calculados como Q2 = Q - Qg.e. a (3.70) Qg.e = Calor sensível dos gases de escape Q a C tg e O arr cinz g e. . . . . = V C + V C + A g.s gs H O H t 2 2 ⋅ ⋅ 100 (3.71) Qa = Calor sensível dos gases de escape Qa = (Cat . taf + 0,0016 da hva) Vo . αg.e. (3.72) da = Conteúdo de umidade do ar, g/kg hva = 1,97 tag , kJ/kg: entalpia do vapor d’água do ar. Tecnologia da Combustão Cap. 3 Balanço de Massa e Energia nos Processos de Combustão LPC (Comb-Cap3.doc) - Jul/2002 Página 3.27 (c) As perdas Q6 incluem também as perdas de calor pela estrutura da caldeira: q G C Q resf resf d t6 = (t - t 1002resf iresf ∑ ⋅ . ) (3.73) Onde: ∑Gresf = Fluxo do fluido de resfriamento (água, ar) kh/s resf 2 resf t,t1 = Temperatura do fluido de resfriamento da estrutura,entrada e saída. q resf6 = = 0,1 - 0,35% 3.9.6 Cálculo do Consumo de Combustível kg/s , Q )h - (h m + )h - (h m =B gv t d aaeeaavsvs . ηηηη (3.74) 3.9.7 Equação de Balanço de Energia PCIT + αf ha.f + (αg.e - αf) hA.f = 654 QQQQ + h + )h - (h C m 3g.ea.avs vs . ++++++++++++ (3.75) PCIt = ii f.ag.eg.ea.avs vs . Q)h - (h + )h - (h C m ∑∑∑∑ ==== ++++αααα 6 3 )h(h C m a.av.s sv −−−− (3.76) Fig. 3.5 - Perdas de calor a meio ambiente. 1. Caldeiras com superfície convectiva. 2. Caldeira sem superfície convectiva. Tecnologia da Combustão Cap. 3 Balanço de Massa e Energia nos Processos de Combustão LPC (Comb-Cap3.doc) - Jul/2002 Página 3.28 1 - Fornalha 2 - Superfícies evaporativas 3 - Superaquecedor 4 - Economizador 5 - Aquecedor de ar Figura 3.6 Esquema de perdas em caldeira. 3.10 Metodologia e Instrumentação Para Avaliação de Caldeiras 3.10.1 Classificação dos Testes em Caldeiras Dependendo do objetivo, os testes podem-se dividir em dois grupos: industriais e de pesquisa. Os testes industriais realizam-se com o objetivo de determinar as características energéticas e as dificuldades de operação das caldeiras. por sua vez, este teste pode ser classificado em: Testes de balanço: determinação da eficiência e perdas de calor, da carga máxima e das condições ótimas de operação da fornalha. Testes de ajustes de regime: determinação do coeficiente de excesso de ar ótimo, da distribuição ótima da vazão de ar pelos queimadores e fileiras de bicos de injeção. Determinação da carga máxima e dos limites de operação dos diferentes elementos da caldeira. Os testes de pesquisa podem incluir: Pesquisa das características aerodinâmicas da fornalha; Pesquisa do processo de combustão na fornalha; Tecnologia da Combustão Cap. 3 Balanço de Massa e Energia nos Processos de Combustão LPC (Comb-Cap3.doc) - Jul/2002 Página 3.29 Pesquisa do processo de deposição das cinzas (z) e escórias nas superfícies de aquecimento; Pesquisa do desgaste erosivo e corrosivo das superfícies de aquecimento; Avaliação e ajuste dos circuitos de circulação natural. 3.10.2 Recomendações Para a Avaliação de Caldeiras Para que os resultados dos testes sejam representativos é preciso garantir a operação da caldeira em regime estacionário. Na bibliografia especializada (Parilov e Ushakov, 1986 e Trembovlia et. al., 1991) existe uma série de recomendações a fim de garantir o exposto. As principais são: (1) Tempo mínimo de operação da caldeira desde a partida até o início do teste: a) Caldeiras com fornalhas de queima em suspensão e refratário leve (camada isolante e invóculucro metálico) - não menos de 36 horas; b) Caldeiras antigas com refratário de tijolos e paredes de grande espessura - não menos de 48 horas; c) Caldeiras com grelhas mecânicas - não menos de 24 horas. (2) Tempo de manutenção da carga pesquisada antes do teste: - 3 horas (3) Duração do espaço entre dois regimes experimentais (se a diferença de carga não é maior de 20-25%): a) Caldeiras com refratário leve - menos de 2 horas; b) Caldeiras antigas com parede refratária de grande espessura - não menos de 4 horas. (4) Variação permissível da carga durante o teste: ± 10% (5) Duração do teste durante a determinação da eficiência pelo método inverso: - não menos de 3 horas; (6) Oscilações permissíveis dos parâmetros de trabalho da caldeira durante os testes (em comparação com os valores nominais): Geração de vapor Caldeiras com capacidade 51-200 t/h ........................................ ±6% Caldeiras com capacidade de até 50 t/h .................................... ±15% Pressão Caldeiras com capacidade 51-200 t/h ........................................ ±12% Caldeiras com capacidade de até 50 t/h .................................... ±15% Temperatura da água de alimentação e do ar quente ..................................... ±15% Tecnologia da Combustão Cap. 3 Balanço de Massa e Energia nos Processos de Combustão LPC (Comb-Cap3.doc) - Jul/2002 Página 3.30 A Figura 3.7 mostra os pontos de medição e os parâmetros monitorados durante o teste de balanço térmico e a pesquisa de processos na fornalha de uma caldeira RETO CV/25/18 que utiliza bagaço como combustível. Na parede da fornalha localiza-se um conjunto de orifícios para a medição das temperaturas (com pirômetro de sucção ou ótico) e a tomada de amostras de gases. 3.10.3 Seqüência de Elaboração dos Dados de um Teste de Balanço em Caldeiras Para Biomassa (Combustível Sólido em Geral) Durante a avaliação de caldeiras são geralmente utilizadas as norma ASME (ASME, 1965). A metodologia de cálculo das perdas de calor em caldeiras, para a determinação da eficiência pelo método indireto, é praticamente a mesma das norma ASME com as seguintes diferenças: Os cálculos baseiam-se no poder calorífico inferior, o que está mais em correspondência com o processo real numa caldeira de vapor, pois o calor sensível de condensação dos vapores de água não é tecnicamente aproveitável; É realizada uma classificação das perdas mais em correspondência com as causas que as provocar. Isto facilita o diagnóstico de problemas; É realizada uma classificação das perdas mais em correspondência com as causas que as provocar. Isto facilita o diagnóstico de problemas de operação com base nos resultados da avaliação da caldeira. Em seguida é proposta uma seqüência de cálculo: I Recálculo da composição elementar do combustível (tomada de catálogos), atendendo aos valores reais de umidade w3 e do teor de cinzas do combustível utilizado nos testes. II Cálculo do poder calorífico PCIt e do calor disponível Qdt (equação 3.48). III Cálculo da entalpia dos gases de exaustão hg.e (hg.eo, hao, αg.e) pelas equações 3.42 a 3.44. IV Cálculo da entalpia do ar frio. hafo = V C tao af af (3.77) Onde: Caf = Calor específico do ar frio (kJ/m3 oC) e obtido da tabela seguinte: t (oC) Caf (kJ/m3 oC) 0 1,3188 100 1,3243 Tecnologia da Combustão Cap. 3 Balanço de Massa e Energia nos Processos de Combustão LPC (Comb-Cap3.doc) - Jul/2002 Página 3.31 Figura 3.7 - Pontos de medição e parâmetros monitorados durante o teste de balanço térmiconuma caldeira RETO (Beatón e Silva, 1991). 1 até 8 - orifícios para as medições na fornalha; Tmc, Tme, Tmci Tma - tomada de amostras de combustível, escória, cinzas e material arrastado com os gases; Tc, Te, Tag, Taf, Taa, Tvs - temperatura do combustível, escória, ar quente, gases, ar frio, água de alimentação e vapor superaquecido; Pb, Pvs, Paa - pressão do balão superior, do vapor superaquecido e da água de alimentação, Dvg - fluxo de vapor superaquecido; Rx - análise de gases, da - teor de umidade no ar; Be, Bc - vazão de escória e cinzas. V Cálculo das perdas com o calor sensível dos gases Q2 e q2. O cálculo de q2 assume-se um valor das perdas por combustão mecânica incompleta q4. VI Cálculo do volume de gases secos Vge (equação 3.39). VII Cálculo das perdas por combustão química incompleta q3. VIII Assume-se um valor da vazão de combustível C2. IX Cálculo das perdas por combustão mecânica incompleta q4. Comparação com o valor assumido de q4 no ponto V. X Determinação das perdas ao meio ambiente q5 (nomograma da Figura 3.5). XI Cálculo da eficiência ηb pela equação do balanço indireto. Tecnologia da Combustão Cap. 3 Balanço de Massa e Energia nos Processos de Combustão LPC (Comb-Cap3.doc) - Jul/2002 Página 3.32 XII Cálculo do calor útil Qu. XIII Determinação do valor calculado da vazão de combustível Cc pela equação: Cc = Qu 0,01 Q dt bη (3.78) XIV Determinação do erro entre o valor assumido da vazão de combustível Ca e o calculado Cc (Cc - Ca)/Cc menor que o erro permissível assumido, fim do cálculo. Do contrário volta-se ao ponto VIII considerando o valor calculado da vazão de combustível como o novo calor assumido. 3.10.4 Instrumentação Específica Para Testes em Caldeiras Medição da Temperatura dos Gases em Fornalhas A fonte de erro neste caso é a transferência de calor por radiação entre o termopar e as superfícies que o rodeiam. A solução é a proteção do termopar com cápsulas em forma de tubos concêntricos (Figura 3.28) com a sucção dos gases a alta velocidade por meio de um ejetor (aproximadamente entre 100- 120 m/s). Isto não elimina completamente o erro de medição, o que fica na faixa de 2,5 - 3,0%. Figura 3.28 - Termopar de sucção com três cápsulas de proteção (Trembovlia et al., 1991). A figura 3.9 apresenta um nonograma para a determinação do erro de medição de temperatura com um termopar de sucção: Tecnologia da Combustão Cap. 3 Balanço de Massa e Energia nos Processos de Combustão LPC (Comb-Cap3.doc) - Jul/2002 Página 3.33 ∆t = f(t,w,de) (3.79) Onde: ∆t = Correção do valor medido da temperatura t = Temperatura indicada pelo termopar, oC wg = Velocidade do gás do extremo do termopar, m/s de = Diâmetro equivalente interno da primeira cápsula, mm = de = d2 - d1, d1 - diâmetro do recobrimento do termopar. Figura 3.9 - Monograma para a determinação do erro da medição de temperatura com um termopar de sucção (Trembovlia et al., 1991). Tecnologia da Combustão Cap. 3 Balanço de Massa e Energia nos Processos de Combustão LPC (Comb-Cap3.doc) - Jul/2002 Página 3.34 Obtenção de Amostras de Cinza Volátil e Medição da Concentração no Fluxo de Gás Baseia-se na extração de uma amostra dos produtos da combustão com a separação posterior das partículas de cinzas. Deve-se garantir que a concentração e composição granulométrica sejam idênticas no fluxo extraído e no principal. Para isto deve se complementar: A caldeira deve operar em regime permanente; Deve tomar-se a amostra a uma distância maior que 5 metros equivalente de qualquer resistência local e de lugares com infiltrações intensas. A instrumentação utilizada para a extração de amostras são os chamados “tubos zero” que garantem a extração isocinética da amostra, por meio da igualdade da velocidade do fluxo principal e do extraído no ponto de sucção. 3.10.5 Pesquisa do Processo de Combustão em Fornalhas de Caldeiras a Bagaço Com os dados das medições de temperatura dos gases em diferentes pontos da fornalha pode-se construir o campo de temperaturas. Assume-se que a variação da temperatura entre dois pontos é linear e determinam-se os conjuntos de pontos de igual temperatura (isotermas). Na Figura 3.10 apresenta-se o campo de temperaturas na fornalha de um caldeira RETO, assim como o campo de concentrações de gases (Beatón and Silva, 1992). Estes campos de temperaturas e concentrações permitem avaliar: A existência de zonas com acúmulo de combustível; A localização do núcleo da chama; O efeito de injeção de ar secundário; O aparecimento de regimes de operação perigosos para as paredes de tubos da fornalha. Dixon (1984) apresenta resultados da medição da temperatura no núcleo da chama numa fornalha de queima em suspensão. Outras medições de interesse, de maior complexidade, são a medição de velocidade dos gases e do fluxo de calor em diferentes zonas da fornalha. Tecnologia da Combustão Cap. 3 Balanço de Massa e Energia nos Processos de Combustão LPC (Comb-Cap3.doc) - Jul/2002 Página 3.35 Figura 3.10 - Campo de temperatura e concentrações de gases na fornalha de uma caldeira (Beatón and Silva, 1992). Tecnologia da Combustão Cap. 3 Balanço de Massa e Energia nos Processos de Combustão LPC (Comb-Cap3.doc) - Jul/2002 Página 3.36 3.11 Exemplo de Resultados de Avaliação de Caldeiras Industriais Dados da Caldeira Caldeira: ZFW - SF 150 Capacidade Nominal: 80 t/h Fabricante: ZANINI Licença: FOSTER-WEELER Dados fornecidos pela usina Umidade (W) e teor de sacarose (Aç) do bagaço: Média do dia: W = 49,6%; Aç = 1,7 % 15:00/16:00/17:00h W = 48,6%; Aç = 1,7 % Tabela 3.11 - Dados coletados utilizando-se a instrumentação da própria da usina Vapor Superaquecido Temperatura (oC) CO2 (%)em Hora Vazão (t/h) Pressão (kg/cm2) Temp. (oC) Água de alimentaçã o Gás do Pré- aquecedor volume 16:05 70 20 300 100 180 15 16:10 68 20 300 100 180 14 16:15 64 20 300 100 180 13 16:20 74 20 310 100 180 14 16:25 62 20 300 100 170 15 16:30 72 21 310 110 180 14 Média 68,3 20,17 303,3 101,7 178,3 14,17 Dados obtidos com equipamento da UNICAMP Tabela 3.12. Dados obtidos com o analizador de gás TESTO 33 Temperatura (oC) Concentração em vol. (%) Base seca Hora Prod. da Combustão após o pré aquecedor de ar Ambiente O2 CO 16:00 151,05 31,9 4,20 0,300 16:05 150,72 31,9 5,18 0,360 16:10 150,6 31,9 5,18 0,200 16:15 150,4 31,9 5,53 0,046 Média 150,69 31,9 5,02 0,226 Tecnologia da Combustão Cap. 3 Balanço de Massa e Energia nos Processos de Combustão LPC (Comb-Cap3.doc) - Jul/2002 Página 3.37 Dados da análíse imediata: Tabela 3.13 - Resultados de análise imediata de amostras de bagaço e cinzas coletados na Usina (% em peso) Amostra Fixo Umidade* (%) Voláteis Cinzas Carbono Bagaço 9,9 76,6 11,1 12,3 Cinzas (*) Umidade é aquela medida no laboratório da UNICAMP, ou sej,a não é a mesma do ponto de coleta. - Análise imediata realizada nos laboratórios da UNICAMP Cálculos: Determinação do excesso de ar (α): O coeficiente de Bunte (β) é dado na literatura como sendo: β = 2,24 x 10-2 A partir da fração medida de oxigênio pode-se determinar a fração volumétrica de CO2: CO2 = 21 - O 1 + = 21 - 5,02 1 + 0,0224 = 15,63 % 2 β Estimativa da fração volumétrica do Nitrogênio, por diferença: N2 = 100 - (CO2 + O2 + CO) N2 = 100 - (15,63 + 5,02 + 0,226) = 79,12% Coeficiente de excesso de ar na saída da caldeira: Utilizando-se dos dados obtidos pelas medições da equipe da UNICAMP: Método 1: α = N N - 3,76 (O - 0,5 CO) = 79,12 79,12 - 3,76 x (5,02 - 0,5 x 0,226) 2 2 2 α = 1,304 Método 2: α = 21 21- O = 21 21 - 5,02 = 1,3142 Tecnologia da Combustão Cap. 3 Balanço de Massa e Energia nos Processos de Combustão LPC (Comb-Cap3.doc) - Jul/2002 Página 3.38 Método 3: α = CO = 20,54 15,63 = 1,314 2 max CO2 Utilizando-se a medição de CO2 da usina: α = 20,54 14,17 = 1,45 Determinação da eficiência térmica (η): Como base na composição do bagaço, obtida na literatura, deve-se convertê-la para os teores de umidade com os quais a caldeiraestava operando na data do teste. Da literatura, tem-se: Carbono Ct = 23,58% Hidrogênio Ht = 3,02% Enxofre St = 0,17% Oxigênio Ot = 21,74% Nitrogênio Nt = 0,10% Cinzas At = 1,79% Umidade Wt = 49,60% Total 100,00% A conversão é realizada utilizando-se a expressão abaixo: 1,02 = 49,6 - 100 48,6 - 100 = W - 100 W - 100 = K t 2 t 2 Portanto, a composição elementar para as condições de combustão do bagaço passa a ser: Carbono Ct = 23,58% x K = 24,05% Hidrogênio Ht = 3,02% x K = 3,08% Enxofre St = 0,17% x K = 0,17% Oxigênio Ot = 21,74% x K = 0,17% Nitrogênio Nt = 0,10% x K = 0,10% Cinzas At = 1,79% x K = 1,83% Umidade Wt = 48,60% Total 100,00% O poder calorífico inferior na base de trabalho, pode ser calculado por: PCIt = 17.991 - 49 x Açt - 200,8 x Wt = PCIt = 17.991 - 49 c 1,7 - 200,8 c 48,6 = 8,142,82 kJ/kg O calor disponível do combustível é a soma do poder calorífico mais o calor físico do mesmo, ou seja: Tecnologia da Combustão Cap. 3 Balanço de Massa e Energia nos Processos de Combustão LPC (Comb-Cap3.doc) - Jul/2002 Página 3.39 Qdt = PCI t + CcTc = 8.148,82 + 1,34 x 31,9 = 8.191,57 kJ/kg O volume de ar teórico, necessário para a combustão do bagaço, é: Vao = 0,889 (C t + 0,375 St) + 0,265 Ht - 0,0333 Ot Vao = 0,0880 (24,05 + 0,375 c 0,17) + 0,265 c 3,08 - 0,0333 x 22,17 Vao = 2,22 m 3/kg O volume de gases triatômicos a serem produzidos pela combustão: R O22 = 0,01866 (C t + 0,375 St) R O22 = 0,01866 (24,05 + 0,375 c 0,17) = 0,45 m 3/kg O volume teórico de nitrogênio: VNo = 0,79 Vao + 0,008 N t = 0,79 x 2,22 + 0,008 x 0,1 = 1,75 m3/kg O volume teórico de água é: VN Oo 2 = 0,111 H t + 0,0124 Wt + 0,1261 Vao VN Oo 2 = 0,111 x 3,08 + 1,0124 x 48,6 + 0,0161 + 2,22 = 0,98 m 3/kg Para uma temperatura dos produtos da combustão após o pré-aquecedor, medida pelo analisador de gases TESTO-33, de 150,69ºC, obtém-se, por interpolação, as entalpias de CO2, N2, H2O, Cinzas e ar: ( . )c t CO2 = 264,51 kJ/m 3 ( . )c t N2 = 195,41 kJ/m 3 ( . )c t N O2 = 228,16 kJ/m 3 ( . )c t cin = 125,32 kJ/m 3 ; e (c.t)ar = 199.83 kJ/m3. Portanto, determinamos a entalpia teórica dos gases de escape da caldeira, assumindo que a fração das cinzas arrastada pelos gases é de 80%, o que resulta em: h A g o o O t = V (c.t) + V (c.t) + V (c.t) (c.t) aRO CO N N No N cin arr2 2 2 2 2 2 100 hgo = 0,45 264,51 + 1,75 195,41 + 098 228,16 + 125,32 1,38 100 0,8 hgo = 686,43 kJ/kg Tecnologia da Combustão Cap. 3 Balanço de Massa e Energia nos Processos de Combustão LPC (Comb-Cap3.doc) - Jul/2002 Página 3.40 Da mesma maneira a entalpia do ar, à temperatura de 150,69ºC, é: haro = (c. t) = V = 199,83 x 2,22 = 443,62 kJ / kgar aro E, a entalpia dos gases de exaustão pode ser estimado por: hgo = hgo + (α - 1) h o ar = hge = 686,43 + (1,314 - 1) x 443,62 = 825,73 kJ/kg A entalpia do ar frio calculado para uma temperatura ambiente de 31,9ºC e calor específico do ar ambiente de 1,3204 kJ/m3 ºC: haf = Vao Caf Taf = 2,22 x 1,3204 x 31,9 haf = 93,51 kJ/kg Com base nestes dados, calculamos as perdas de calor. Inicialmente, calcula-se as perdas com cinzas (q4), assumindo que a fração de cinzas arrastada com os gases, e removida no lavador de gases, é da ordem de 80% e que a fração de cinzas atribuída a escória é de 20%, temos: q 4 = (a C 100 - C a C 100 - C 327,8 A Q = esc esc esc arr arr arr t d t) q4 578191, 1,83x 327,8 ) 50,2 - 100 50,20,8 + 7 - 100 7(0,2 ==== q4 = 6,02% As perdas com gases de escape (q2) q 2 = h - x h Q (100 - qge af o d t 4 α ) = 825,51 - 1,314 x 93,51 8191,57 x 100 - 6,02 = 8,06 %100 Para o cálculo das perdas por combustão química incompleta é necessária a determinação do volume de gases secos: Vgs = 1,86 C + 0,375 S CO + CO x 100 - q 100 t t 2 4 = 1,86 24,05 + 0,375 x 0,17 15,63 + 0,226 x 100 - 6,02 100 Tecnologia da Combustão Cap. 3 Balanço de Massa e Energia nos Processos de Combustão LPC (Comb-Cap3.doc) - Jul/2002 Página 3.41 Vge = 2,66 m3/kg E, as perdas por combustão química incompleta (q3) são: q3 = 126,4 CO V Q 100 = 126,4 x 0,226 x 2,66 8191,57 x 100 = 0,93 % gs d t As perdas de calor para o meio ambiente por convecção (q5) são determinadas por nomograma, e resulta em: q m s vs = q m = 0,75 80 68,3 = 0,88 %5 nom vanom ⋅ ⋅ Portanto, a eficiência térmica da caldeira é: η = 100 - (q2 + q3 + q4 + q5) η = 100 - (8,06 + 0,93 + 6,02 + 0,88) = 84,11 % Sabendo que a produção de vapor superaquecido foi de: mvs ⋅ = 68,3 t / h = 18,97 kg / s e com uma pressão e temperatura do mesmo de: Pvs = 20,17 kg/cm3 e Tvs = 303,3 oC a entalpia do vapor superaquecido é de: hvs = 2987,85 kJ/kg e para a água de alimentação a Tas = 101,7ºC a sua entalpia é de: has = 421,0 kJ/kg Portanto podemos calcular o fluxo de calor útil produzido pela caldeira: Qu vs ⋅ ⋅ = m (hvs - has) = 18,97 (2987,85 - 421,0) = 48,693,14 kW O consumo de bagaço pode ser calculado pela expressão: C = Q 0,01 Q = 48,693,14 0,01 x 8,191,57 x 84,11 u d t ⋅ η C = 7,07 kg/s = 25,44 t/h Considerando, que o valor mais freqüente para as perdas por combustão mecânica incompleta (q4), situa-se na faixa de 3 a 4%, e para as perdas por combustão química incompleta (q3) na faixa de 0,3 a 0,5%, pode-se assumir Tecnologia da Combustão Cap. 3 Balanço de Massa e Energia nos Processos de Combustão LPC (Comb-Cap3.doc) - Jul/2002 Página 3.42 que a eficiência da caldeira poderia alcançar 86,5%. Assim, para a mesma produção de vapor superaquecido o consumo de bagaço cairá para: C = 6,9 kg/s = 24,88 t/h ou seja a redução de consumo será de: ∆C = 25,44 - 24,88 = 0,56 t/h ou, assumindo uma safra de 6 a 8 meses e um fator de utilização de caldeira de 80% (20% do tempo paradas de manutenção ou outras) a economia de bagaço em uma safra poderia ser da ordem de 1.935,4 a 2.580,5 toneladas ou assumindo um preço de venda de US$ 11.00 por tonelada de bagaço, significaria uma renda para a usina da ordem de US$ 21,289.40 a US$ 28,385.30 por ano. Conclusões: 1) O coeficiente de excesso de ar, na saída da fornalha, recomendado para caldeiras que queimam bagaço é de 1,3. Considerando as infiltrações de ar que ocorrem no percurso dos gases até o exaustor, o coeficiente de excesso de ar na saída da caldeira deve estar na faixa de 1,5 a 1,6. Porém, os valores obtidos nos testes de 1,304 (com base nas medições de oxigênio e monóxido de carbono do TESTO-33), 1,314 (com base apenas na medição do teor de oxigênio pelo TESTO-33) e 1,45 (com base na medição de CO2 utilizando o analisador FRYTE pelo pessoal de operação da usina) são menores que o esperado, o que pode constituir a causa do teor relativamente alto de monóxido de carbono nos gases de exaustão; 2) O teor de carbono fixo, encontrado nas cinzas retiradas do separador úmido, de 50,2%, é alto. Geralmente, o teor de carbono fixo nas cinzas arrastadas pelos gases é da ordem de 20%. Assumindo, que a fração de cinzas arrastadas pelos gases nesta caldeira é de 80%, foram calculadas as perdas por combustão mecânica incompleta de 6,02%. E este valor excede o normalmente encontrado em caldeiras que queimam bagaço em 2 a 3%; 3) Os resultados apresentados acima indicam a possibilidade de se incrementar a eficiência da caldeira, porém devido a quantidade limitada de medições estes resultados tem um caráter preliminar, necessitando da realização de testes incomplementares. Tecnologia da Combustão Cap. 3 Balanço de Massa e Energia nos Processos de Combustão LPC (Comb-Cap3.doc) - Jul/2002 Página 3.43 3.12 Referências ASME, “Power Test Code. Steam Generating Units (ASME PCT 4.)”, ASME, New York, 1965. Babger P.., Morkin. M., Walsh J.J., Veitch J., “Status of Industrial wood fueled systems”, American Society of Agricultural Engineers, Paper No. 87-6004, 1987. Barroso, J. e Barrera, F., “Sobre la realización de pruebas termotécnicas a los generadores de vapor que combustionan bagazo”, Ingenieria Energetica, 1988, Nº 2,pp. 164-170. Barroso, J.; Oliva, L. 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Tecnologia da Combustão Cap. 1 Combustão Cap. 2 Combustíveis Cap.3 Balanço de Massa e Energia nos Processos de Combustão Introdução 3.1 Cálculo da Quantidade Teórica de Ar Necessária Para a Combustão 3.2 Coeficiente de Excesso de Ar - Análise de Gases e Expressões Para a Determinação do Excesso de Ar 3.2.1 Determinação do Coeficiente de Excesso de Ar 3.2.2 Equações Fundamentais da Combustão 3.2.3 Equações Para o Cálculo de Alfa 3.2.3.1 Fórmula Por Carbono 3.2.3.2 Fórmula Por Oxigênio 3.2.4 Verificação de Erros nas Medições 3.3 Analisadores de Gases 3.3.1 Aspectos a Serem Considerados Durante a Análise de Gases Utilizando-se o ORSAT 3.3.2 Analisadores de Gases FYRITE e BACHARACH 3.3.3 Analisadores Contínuos 3.4 Cálculo do Volume dos Produtos da Combustão 3.4.1 Volume de Gases Triatômicos (VRO2 = VCO2 - VSO2) 3.4.2 Volume Teórico de Nitrogênio 3.4.3 Volume Teórico de Vapores de Água nos Gases 3.5 Determinação da Entalpia dos Gases dos Produtos da Combustão 3.6 Exemplo de Cálculo 3.7 Eficiência e Balanço Térmico 3.8 Balanço Térmico e Perdas de Calor 3.9 Cálculo das Perdas de Calor 3.9.1 Perdas com Gases de Escape (q2) 3.9.2 Perdas Por Combustão Química Incompleta (q3) 3.9.3 Perdas Por Combustão Mecânica Incompleta (qf) 3.9.4 Perdas de Calor Para o Ambiente (q5) 3.9.5 Perdas com o Calor das Escórias e das Cinzas (q6) 3.9.6 Cálculo do Consumo de Combustível 3.9.7 Equação de Balanço de Energia 3.10 Metodologia e Instrumentação Para Avaliação de Caldeiras 3.10.1 Classificação dos Testes em Caldeiras 3.10.2 Recomendações Para a Avaliação de Caldeiras 3.10.3 Seqüência de Elaboração dos Dados de um Teste de Balanço em Caldeiras Para Biomassa (Combustível Sólido em Geral) 3.10.4 Instrumentação Específica Para Testes em Caldeiras 3.10.5 Pesquisa do Processo de Combustão em Fornalhas de Caldeiras a Bagaço 3.11 Exemplo de Resultados de Avaliação de Caldeiras Industriais 3.12 Referências Cap. 4 Transferência de Calor em Fornalhas Cap. 5 Queimadores Cap. 6 Fornos Cap. 7 Gaseificação Cap. 8 Poluição do Ar Por Produtos de Combustão Cap. 9 Refratários e Isolamento
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