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Hysla Maria-P8 Conceitos de identidade e identificação -identidade: -Identidade é o conjunto de caracteres físicos, funcionais e psíquicos, natos ou adquiridos, porém permanentes, que tornam uma pessoa diferente das demais e idêntica a si mesma. - O art. 307 do Estatuto Penal vigente define assim a identidade: “O conjunto de caracteres próprios e exclusivos de uma pessoa.” -Isso, em sentido estrito, refere a identidade como sendo a “identidade física”. É que, no sentido amplo, além da identidade física, inclui todos os elementos que possam individualizar uma pessoa, como: estado civil, filiação, idade, nacionalidade, condição social, profissão etc. -E, a ratificar essa asserção, verifica-se o enorme número de dispositivos legais que exigem a identificação civil para o exercício de direitos. Basta comparar o número de pessoas identificadas civilmente pelo processo datiloscópico com relação ao número de criminosos identificados pelo mesmo processo. -Todavia, ocorre que o nome dado a uma pessoa, bem como o estado civil, a filiação, a idade, a nacionalidade, a condição social, a profissão e outros, não deixa marca indelével na sua estrutura física, podendo ser modificados a qualquer instante. -Daí a afirmação de Leonídio Ribeiro, um dos baluartes da identificação civil no Brasil, sobre as exigências que deveriam ser feitas a um sistema de identidade: -Ao lado da identidade positiva, que confere um único nome a determinada pessoa, com direitos e obrigações a ela inerentes, deve-se considerar a identidade negativa, que impede atribuir ao indivíduo o uso de nome que lhe não cabe, anulando os atos que o mesmo, porventura, tenha praticado indevidamente, com fins ilícitos ou criminosos. -Afirmava Amado Ferreira (1948) que: -Para se falar de identidade pessoal inconteste, indelével, nos indivíduos de vida jurídica, tem-se de fixar o nexo de identidade entre o nome (personalidade jurídica) e o homem (pessoa física). -Este nexo de identidade há de ser estável, inalterável, permanente, derivado dos caracteres físicos do homem e que reúna todas essas condições. Tem-se de procurar, para cada homem, não um nome civil, mas um nome inapagável, natural, um nome antropológico. -E observava esse autor que “o nome civil que, simbolicamente, sintetiza a personalidade de alguém, representa tão somente a individualidade jurídica da pessoa que o traz e não a natural. É um atributo artificial, alterável, mutável pelo indivíduo físico”. -E, à procura de referido nome antropológico de cada pessoa, os povos, as autoridades, as nações conceberam processos de identificação dos mais diversos e variados, dos mais simplórios aos mais esdrúxulos, até descobrir o datilograma. ▸Identificação -Identificação já é o processo que compara esses caracteres, procurando as coincidências entre os dados previamente registrados e os obtidos no presente. Por outras palavras, identificação é um conjunto de procedimentos diversos para individualizar uma pessoa ou objeto. -Em virtude da infinidade de arranjos genéticos possíveis, cada indivíduo tem os seus caracteres próprios, desde a concepção até muito depois de seu decesso. -Requisitos técnicos: -Para que um processo de identificação seja aplicável, é necessário que preencha cinco requisitos técnicos elementares, a saber: •Unicidade ou individualidade: é a condição de não ver repetido em outro indivíduo o conjunto dos caracteres pessoais, isto é, apenas um único indivíduo pode tê-los •Imutabilidade: é a condição de inalterabilidade, por toda a existência, dos caracteres; por outras palavras, Hysla Maria-P8 são caracteres que não mudam com o passar do tempo. O peso do corpo é um dos caracteres mais mutáveis da pessoa, sua altura, ainda que bem menos mutável, varia etc. •Perenidade: é a capacidade de certos elementos de resistirem à ação do tempo •Praticabilidade: é a condição que torna o processo aplicável na rotina pericial. É, enfim, a qualidade que permite que certos caracteres sejam utilizados, como: custo, facilidade de obtenção, facilidade de registro etc. Métodos há que podem ser de excelente qualidade em termos de identificação (p. ex., perfil de DNA); todavia, seu elevado custo, bem como a dificuldade material de aplicação, dificulta sua utilização rotineira •Classificabilidade: é a condição que torna possível guardar e achar, quando preciso, os conjuntos de caracteres que são próprios e identificadores das pessoas. Isto é, a possibilidade de classificação para facilitar o arquivamento e a rapidez de localização em arquivos. -identificação criminal: -Por óbvio, a identificação criminal, ainda que, como mencionamos anteriormente, seja menos frequente que a civil, sempre preocupou mais os povos. Com efeito, eis que havia a necessidade de caracterizar desde logo e a distância os agentes criminosos, até como forma de facilitar a sua segregação do grupo social. -Nessa esteira, os procedimentos concebidos através dos tempos para a identificação criminal foram os mais diversos, mas sempre deixando marcas evidentes. -Nesse sentido, civilizações mais antigas utilizam as mutilações como forma de punir e, ao mesmo tempo, identificar o criminoso. Tal o que acontece, de acordo com a lei islâmica, com o ladrão que, após um julgamento sumário, tem a mão direita amputada por desarticulação. -A marcação com ferrete (ferro em brasa), por queimadura, foi bastante utilizada tanto na Europa quanto no Brasil. Por exemplo, no reinado dos Capetos, marcava-se com ferrete que representava a flor de lis da Casa de Bourbon, na região deltóidea ou na região escapular, os criminosos, depois de julgados e condenados, quer à prisão, quer às galés. As prostitutas eram marcadas com ferrete em um dos quadrantes superiores da mama esquerda, de modo a que o uso dos decotes ousados da época não lhes permitisse esconder a marca. -(Esses se constituíram em métodos de identificação empíricos). -Mais modernamente, a evolução das legislações ocidentais não deu mais guarida a esse tipo de marcações empíricas, passando a se procurar por outras formas de individualizar as pessoas menos cruentas e por mais práticas que, afinal, atendessem aos cinco critérios elencados anteriormente. -Dessa forma começaram a aparecer os denominados métodos científicos, que, por sua vez, podem ser divididos em três grandes grupos, a saber: •Métodos antropométricos: Bertillonage, método geométrico de Matheios, método odontológico de Amoedo, método otométrico de Frigério •Métodos antropográficos: método craniográfico de Anfosso, método onfalográfico de Bert e Viamay, método flebográfico de Tamassia, método flebográfico de Ameuille, método radiográfico de Levinsohn, método oftalmoscópico de Levinsohn •Métodos dermopapiloscópicos: impressões digitais, impressões palmares, impressões plantares e poroscopia. -Método de Bertillon (Bertillonage) -idealizado por Alphonse de Bertillon, em Paris, e aplicado desde 1879 – baseia-se na fixidez e na variedade do esqueleto: medem-se os diâmetros transverso e anteroposterior do crânio; a estatura; a envergadura e os comprimentos do antebraço, do pé, dos dedos médio e mínimo do lado esquerdo. Consta de: Hysla Maria-P8 •Assinalamento antropométrico: medições corporais •Assinalamento descritivo = fotografia sinalética = foto frente e perfil direito de 5 × 7 cm •Assinalamento segundo marcas particulares = manchas, marcas, cicatrizes etc. -O método de Bertillon foi utilizado no fim do Brasil Império e no começo da fase republicana, trazido pelos penalistas que visitavam a França e ficavam maravilhados com os seus resultados. E isso era possível à época porque a carceragem de Paris contava com apenas uns 200 condenados. Sua aplicabilidade nos termos continentais do Brasil, bem comopara um número infinitamente maior de detentos, restringiu bastante seu uso e fez com que a euforia inicial cedesse a uma realidade diferente. -Inobstante, o ranço da bertillonagem se encontra, aqui e acolá, em diversos documentos de identidade em que se colhem, além dos dados da identificação civil (nome, filiação, idade, nacionalidade, estado civil, profissão etc.), elementos que correspondem aos antigos assinalamentos antropométrico (altura e peso), descritivo (as fotografias sinaléticas usadas nos passaportes até a década passada) e segundo marcas particulares (tipo e cor de cabelos, cor de olhos pela íris esquerda, manchas congênitas, cicatrizes etc., como constava de algumas carteiras de identidade, como as fornecidas pelo Exército, anteriores à uniformização nacional dos centros de identificação pela Polícia Civil) -Outros métodos A seguir são apresentados os demais métodos científicos, citados anteriormente: •Método geométrico de Matheios: consiste na confrontação de medidas, sobre fotografia, da face. Esse método é a essência do exame prosopográfico e prosopométrico (cf. infra), em uso até a década passada em alguns laboratórios e/ou a pedido de determinadas autoridades •Método odontológico de Amoedo: consiste no levantamento dos dentes de ambos os arcos dentais, superior e inferior, com o assinalamento das particularidades de cada dente •Método otométrico de Frigério: baseado nas formas e nas medidas dos pavilhões auriculares •Método craniográfico de Anfosso: determina os perfis cranianos e os ângulos formados pelo 1o e 3o quirodáctilos direitos •Método onfalográfico de Bert e Viamay: constituído pelo levantamento gráfico da cicatriz umbilical •Método flebográfico de Tamassia: representado pelo levantamento das ramificações venosas do dorso da mão •Método flebográfico de Ameuille: consiste no levantamento fotográfico das veias da fronte •Método radiográfico de Levinsohn: constituído pelo levantamento radiográfico minudente dos metacarpianos e metatarsianos. ▸Fundamentos da prosopometria -Consiste na decomposição analítica das proporções do rosto, segundo a metodologia geométrico-matemática proposta por Ghyka (1939), que verificou que as citadas proporções obedecem à regra do “número de ouro” ou cânon pitagórico, de acordo com a fórmula: -fundamentos da datiloscopia: -Conquanto a datiloscopia, como processo científico, seja de uso relativamente recente, as vantagens do seu uso já foram descobertas pelos chineses no século XII a.C. quando, para que os contratos tivessem valor oficial, deviam levar aposta, além da assinatura e dos carimbos habituais na região, a impressão de um dedo, geralmente polegar ou indicador dos signatários. -Essa é uma prova que os chineses intuíam existir nos desenhos formados pelas cristas papilares das polpas digitais, característicos de individualidade. Essa Hysla Maria-P8 utilização empírica, pela proximidade, foi adotada também pelos japoneses, no século VII da nossa era. -o marco mais significativo são os trabalhos desenvolvidos por Juan Vucetich, um dálmata que migrou para a Argentina e que em 1891, como chefe de Polícia da Província de Buenos Aires, na cidade de La Plata, elaborou um sistema em extremo simples e altamente eficaz que, publicado em 1901, logo foi aceito pela Argentina e pelo Brasil (1905). -O processo está baseado na observação das figuras formadas pelas cristas papilares das polpas digitais. Essas cristas são formadas pelas ondulações da derme que aparecem entre o 6o e o 7o mês da vida intrauterina e que são revestidas pela epiderme da área. -A datiloscopia preenche todos os requisitos de um processo infalível de identificação, isto é: variedade, imutabilidade, praticabilidade e classificabilidade. ▸ Variedade. Os arranjos dos desenhos papilares são incontáveis, levando em consideração os elementos: qualitativos (formas dos desenhos); quantitativos (número de cristas entre dois pontos do desenho); acidentais (cicatrizes) e topográficos (localização das figuras). ▸ Imutabilidade. Desde em torno do 6o ao 7o mês de vida intrauterina até que a putrefação as destrua, as cristas papilares são invariavelmente as mesmas no mesmo indivíduo. Elas resistem, ao passar dos anos, à ação dos agentes físicos e químicos desde que não destruam a camada germinativa, diretamente apoiada sobre a derme através da membrana basal ou basilar. Quando certos processos patológicos atingem a derme papilar, como é o caso da hanseníase avançada ou da doença de Meleda, eles provocam deformações das cristas papilares, com desarranjos e, até, ilegibilidade dos dermatóglifos. ▸ Praticabilidade. A datiloscopia é técnica segura, de baixo custo, de fácil execução, não sujeita ao subjetivismo dos profissionais que realizam as coletas. ▸ Classificabilidade. Tanto o sistema de Vucetich quanto o de Galton-Henry permitem, sem maior trabalho, a classificação de milhões e milhões de individuais datiloscópicas em pequenos espaços, que, depois, podem ser achadas com a maior facilidade, notadamente no presente, com os processos informatizados. -Sistema datiloscópico de Vucetich -Vucetich observou nos desenhos datiloscópicos três grandes conjuntos de cristas papilares que formam os sistemas: central ou nuclear, o mais importante, em torno do qual se localizam dois outros; basal; e marginal -Esses três sistemas de cristas dermopapilares podem variar em suas dimensões – notadamente o nuclear, que se encurva, paulatinamente, no sentido axial para, ao depois, tornar-se assimétrico para um ou outro lado. No local da existência de ponto(s) de confluência entre os três sistemas, cria-se uma figura típica denominada delta (D) ou trirrádio. Em função dessa figura, as impressões poderão: •Não ter delta ou trirrádio •Ter um delta ou trirrádio à direita ou à esquerda do observador •Ter dois deltas, um de cada lado. -Um passo adiante, Vucetich observou as suas quatro figuras básicas: arco, presilha interna, presilha externa e verticilo, segundo: não apresenta delta, apresenta um delta à direita ou à esquerda e apresenta dois deltas (bilateral), respectivamente Hysla Maria-P8 -As configurações que aparecem nos dedos, para fins de classificação, se dividem em quatro formas fundamentais que se designam por letras quando se encontram no polegar e por números quando se encontram em qualquer um dos outros dedos, exceto o polegar -Algumas situações especiais recebem notações próprias: •Ausência de falange (0) •Cicatriz que impede a classificação (X) -Denomina-se desenho digital o desenho formado pelas cristas papilares da polpa digital da falange distal de cada quirodáctilo, tal como aparece no dedo. Reserva-se o termo datilograma, ou impressão digital, à reprodução do desenho digital quando impresso sobre um suporte. -Vale lembrar que em um datilograma as linhas impressas correspondem às cristas papilares, e os intervalos que as separam, aos sulcos interpapilares. Apontam-se, ainda, os sistemas de linhas, deltas, linhas diretrizes e pontos característicos como elementos construtivos do datilograma -Os quatro datilogramas básicos de Vucetich: arco (A); presilha interna (B); presilha externa (C); verticilo (D). -Qualquer que seja o acidente (trípode, bifurcação, ângulo, ponta de linha, ilhota, ponto) que o constitua, o delta deve ser localizado, tanto quanto possível, no ponto de divergência das linhas diretrizes, ou à sua frente, o mais próximo desse ponto. ▸ Arco. É o datilograma adéltico, constituído de linhas mais ou menos paralelas e abauladas que atravessam ou tendem a atravessar o campo digital, podendo muitas vezes apresentar, ao centro, as linhas angulares ou que se verticalizam, ou ainda assumir configurações semelhantes a uma presilha. ▸ Presilha interna. É o datilogramaque apresenta um delta à direita do observador e um núcleo constituído de uma ou mais linhas que, partindo da esquerda, vão ao centro do desenho, curvam-se e voltam ou tendem a voltar ao lado de origem, formando uma ou mais laçadas de perfeita inflexão. ▸ Presilha externa. É o datilograma que apresenta um delta à esquerda do observador e um núcleo constituído de uma ou mais linhas que, partindo da direita, vão ao centro do desenho, curvam-se e voltam ou tendem a voltar ao lado de origem, formando uma ou mais laçadas de perfeita inflexão. ▸ Verticilo. É o datilograma que se caracteriza pela presença de um delta à direita e outro à esquerda do observador e um núcleo de forma variada, apresentando pelo menos uma linha curva à frente de cada delta -formula datiloscópica: -Também denominada individual datiloscópica, é representada por uma fração em cujo numerador se colocam os datilogramas dos dedos da mão direita (série) e no denominador, as configurações de cada dedo da mão esquerda (secção). Em ambos os casos, a sequência dos datilogramas é a mesma (polegar, indicador, maior, anular e mínimo): -por exemplo: -atos de identificação: -Para proceder ao exame datiloscópico é necessária uma sequência de passos e atividades que podem ser esquematizadas como: •Tomada (registro de caracteres): exige a mesa datiloscópica, com tampo de aço inoxidável ou mármore; placas de vidro, ou mármore, para receber a tinta que será espalhada sobre o dedo do identificado; prancheta de madeira com cinco canaletas para receber a ficha datiloscópica, rolo datiloscópico para espalhar a tinta sobre a placa; tinta preta tipográfica da melhor qualidade e fichas datiloscópicas . Das várias formas Hysla Maria-P8 como podem ser colhidos os datilogramas – impressão na prancheta, impressão rolada e impressão pousada –, a que oferece melhores resultados, isto é, a que melhor permite observar todos os pontos característicos, é a impressão rolada -Verificação desses caracteres e classificação: a classificação e a comparação de datilogramas necessitam da mesa do datiloscopista, de ampliadores de imagem (lupas, microscópios estereoscópios) e dos arquivos de fichas datiloscópicas •Recolhimento e transporte de suportes de datilogramas -Evitar encostar ou tocar nas superfícies portadoras das impressões (podem ser feitos engradados de madeira, de modo a proteger certos objetos – copos, garrafas etc. –, evitando atritos que apaguem as impressões. Os pontos de apoio devem ser feitos aproveitando as extremidades do objeto) -Usar luvas para evitar a contaminação com impressões estranhas ao suporte •Comparação entre os caracteres obtidos na cena do crime e os que se encontram nos arquivos datiloscópicos. -revelação dos datilogramas: -Nos suportes podem encontrar-se vários tipos de datilogramas, como: •Impressões digitais positivas e visíveis, por exemplo, mãos sujas de graxa, de sangue, de tinta etc., são fotografadas, buscando-se o melhor foco, isto é, a nitidez mais absoluta. Posteriormente, as fotografias poderão ser ampliadas para facilitar as comparações •Impressões digitais positivas e latentes podem ser encontradas em superfícies lisas de objetos metálicos, de vidro, de madeira, de frutas, de papel etc. Muitas delas podem ser fotografadas com iluminação especial, outras serão inicialmente (a menos que a superfície esteja empoeirada) “reveladas” •Impressões digitais negativas, por exemplo, impressões sobre massa de vidraceiro ou massa plástica. Estas podem ser fotografadas com precisão, isto é, com equipamento de aproximação, e usadas como “negativo” para se obter a imagem inversa com silicone de alta qualidade (o mesmo utilizado para moldagens de precisão, em prótese). Para “revelar” impressões latentes, torna-se necessário o uso de substâncias que desempenhem essa função. As substâncias reveladoras podem ser pulverulentas, líquidas ou gasosas. ▸ Pulverulentas. Em geral pós finíssimos que revelam a impressão de duas maneiras •Combinando-se com o cloreto de sódio, eliminado pelo suor, ou •Aderindo mecanicamente à umidade e à oleosidade das impressões. -A cor do pó a ser empregado pode ser bem diferente: branco, preto, vermelho etc. A escolha da cor dependerá da cor do suporte onde se encontram as impressões. Os pós mais usados são: •Sudão-III (vermelho para revelação em documentos e objetos de superfícies lisas) e scharlach rot, ou vermelho-escarlate, ambos revelam quimicamente, uma vez que coram a secreção oleosa que impregna as impressões deixadas no local •Cerusa ou alvaiade de chumbo, branco, para suportes escuros e opacos •Peróxido de manganês, a plumbagina, o negro de fumo, o toner (para suportes claros) •Amido iodado ou iodeto de amido (quando o suporte é tecido) -também podem ser empregadas as seguintes fórmulas, segundo Alcântara (1982): -pó branco (oxido de zinco), pó pardo ou cinza, pó amarelo, pó fluorescente, pós negros ou pretos -▸ Líquidas. São corantes dispersos em um solvente. As substâncias reveladoras líquidas mais usadas são: a solução alcoólica (70º) saturada de Sudão-III, quando o suporte é de vidro (depois de 24 horas as impressões aparecem em vermelho) e o nitrato de prata. -Utilizando-se o nitrato de prata, este se combina com o cloreto de sódio, dando nitrato de sódio e cloreto de prata. Depois de receber o nitrato de prata, o suporte é banhado em água, ficando o cloreto de prata, insolúvel, aderente às impressões. Toda essa etapa é feita, vagarosamente, em câmara escura. Depois leva-se à luz de 100 watts durante 15 minutos para só então receber a última lavagem e ser exposto ao ar. As impressões Hysla Maria-P8 reveladas em banho fotográfico apresentam-se com a coloração amarronzada. ▸ Gasosas. Dentre as substâncias reveladoras gasosas, destacam-se: •Vapores de iodo (para suportes de papel e de pano) •Vapores de ácido ósmico (para qualquer tipo de suporte) •Vapores de ácido fluorídrico (apenas quando o suporte é de vidro). -Para revelar uma impressão digital em uma folha de papel, coloca-se em uma cápsula de porcelana areia para ser aquecida. Sobre a areia quente deitam-se tintura de iodo ou palhetas de iodo metaloide. Por cima dos vapores desprendidos coloca-se o suporte, que assim vai exibir a impressão latente. -Interpretação -A identificação se faz verificando os pontos característicos de cada uma das impressões: a “problema” achada no local e a de um suspeito. Os pontos característicos consistem em particularidades que apresentam as linhas papilares no seu percurso através da polpa digital, às vezes interrompidas, de modo a formar certos desenhos ou figuras distintos, inconfundíveis, de fácil pesquisa e peculiares a cada desenho -Verificação dos pontos característicos entre duas impressões digitais: a encontrada no local de crime (A); e a colhida do suspeito (B). -Os pontos característicos são apontados em ambas as impressões (de preferência ampliadas) por setas numeradas, iniciando-se pelo ângulo inferior direito e progredindo, circularmente, no sentido dos ponteiros do relógio até completar um ou mais giros, de acordo com o número de coincidências. -A coincidência de cada ponto característico representa uma probabilidade de 4n, em que n = no de pontos característicos. -Quando há de 12 a 20 pontos característicos coincidentes entre a impressão “problema” e a de um suspeito, a identificação é considerada positiva.
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