Prévia do material em texto
FACULDADE DE TECNOLOGIA DE ITAQUERA PROF. MIGUEL REALE Apostila de Desenho Técnico Prof. Me. Daniel José Toffoli SÃO PAULO, 2017 2021 ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ Desenho Técnico Introdução Esta apostila nasceu da necessidade de um material de apoio para as aulas de Desenho Técnico dos cursos de Automação Industrial, Fabricação Mecânica e Mecânica: Processos de Soldagem da Fatec Itaquera – Prof. Miguel Reale que contemplasse o essencial das normas e técnicas que regem o Desenho Técnico, bem como auxiliasse no desenvolvimento das habilidades necessárias para a confecção de desenhos com instrumental. Apresentam-se brevemente cada uma das normas necessárias e, em seguida, aplicam-se tais normas em uma atividade prática proposta, o que colabora também para o desenvolvimento das técnicas necessárias para o manuseio dos instrumentos. O autor espera que com este material os alunos se sintam motivados a praticar o Desenho Técnico, o que é essencial para seu domínio enquanto linguagem gráfica nas áreas de Engenharia e Tecnologia. 1 Créditos das irasutoya.com ilustrações:storyset.com ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ Desenho Técnico O Desenho Técnico O desenho faz parte da história da humanidade desde tempos remotos. Pinturas rupestres são exemplo da necessidade de expressão e comunicação escrita de nossos ancestrais. Desde aqueles tempos até os dias atuais muita coisa tornou-se obsoleta, mas esta necessidade de expressão e comunicação escrita continua presente e, quiçá, cada vez mais importante no atual mundo que nos cerca de toda sorte de informações a uma velocidade inimaginável até pouco tempo. É necessidade que urge, com o mundo globalizado, fazer-se entender, seja através da comunicação oral ou da escrita, em qualquer parte do globo. Neste contexto, o desenho técnico, que é a linguagem gráfica que se baseia em normas técnicas para transmitir informações de maneira objetiva, clara e precisa, torna-se imprescindível no dia a dia de um profissional das áreas de Engenharia e Tecnologia, que usa esboços, croquis, esquemas, desenhos de perspectivas e de vistas, entre outros, para comunicar-se eficientemente com os setores de produção, manutenção, montagem etc. no que tange a formas, dimensões e posições de peças, dispositivos ou máquinas. Desta maneira, o desenho técnico diferencia-se de outros tipos de desenho, chamados aqui genericamente de desenhos artísticos, visto que os últimos são manifestações de emoções e sentimentos dos autores e, como tal, não seguem normas quanto a sua confecção, leitura e interpretação. Normas técnicas As normas técnicas que serão estudadas neste curso são: NBR 10.068 – Folha de desenho – leiaute e dimensões NBR 8402 – Execução de caracter para escrita em desenho técnico NBR 8403 – Aplicação de linhas em desenhos – tipos de linhas – largura das linhas NBR 8196 – Emprego de escalas NBR 10.126 – Cotagem em desenho técnico NBR 10.067 – Princípios gerais de representação em desenho técnico NBR 12.298 – Representação de área de corte por meio de hachuras em desenho técnico 2 Valores para a altura nominal “h” em mm 2,5 3,5 5 7 10 14 20 Proporções Letras maiúsculas = 10/10 h Letras minúsculas (c) = 7/10 h Distância entre pautas = 16/10 h Distância entre letras ≅ 2/10 h Espessura do traço = 1/10 h Distância entre palavras = 6/10 h Tabela extraída da NBR 10.068 – Folhas de Desenho – Leiaute e Dimensões Formato do papel Margem Largura da Linha conforme NBR 8403 Esquerda Direita A0 25 10 1,4 A1 25 10 1,0 A2 25 7 0,7 A3 25 7 0,5 A4 25 7 0,5 Prof. Daniel Toffoli 3 4 5 6 7 8 9 AutoCAD SHX Text 0° AutoCAD SHX Text 45° AutoCAD SHX Text Aluno AutoCAD SHX Text DTG-001 AutoCAD SHX Text AI119__ AutoCAD SHX Text Prof. Silvestre Neto 10 Confira este exercício no nosso canal do 11 12 13 14 15 16 17 CONCORDÂNCIAS E TANGÊNCIAS CONCORDÂNCIAS CONCORDÂNCIA DE DUAS RETAS POR MEIO DE UM ARCO DE RAIO “R”. Concordar dois elementos, sejam eles retas ou arcos, significa uni-los através de um arco que seja, ao mesmo tempo, tangente a ambos. Através do traçado de concordâncias, pode-se elaborar diversos perfis. 1) Obter o ponto O no cruzamento das paralelas r’ e s’ traçadas a uma distância R de r e s. 2) Obter A e B (pontos de concordância) traçando as perpendiculares OA̅̅ ̅̅ ̅ e OB̅̅ ̅̅̅. CONCORDÂNCIA DE UMA RETA E UM ARCO POR MEIO DE UM ARCO DADO. CONCORDÂNCIA DE UMA RETA E UM ARCO POR MEIO DE UM ARCO DADO. CONCORDÂNCIA EXTERNA 1) Obter O2 no cruzamento de r’// r com o arco de raio R1+R2. 2) Obter To ligando O1 a O2. 3) Obter Tr traçando O2Tr̅̅ ̅̅ ̅̅ ┴ r. CONCORDÂNCIA INTERNA 1) Obter O2 no cruzamento de r’// r com o arco de raio R2–R1. 2) Obter To ligando O1 a O2. 3) Obter Tr traçando O2Tr̅̅ ̅̅ ̅̅ ┴ r. CONCORDÂNCIA DE DOIS ARCOS DADOS POR MEIO DE OUTRO ARCO DADO. CONCORDÂNCIA DE DOIS ARCOS DADOS POR MEIO DE OUTRO ARCO DADO. CONCORDÂNCIA EXTERNA 1) Obter O3 no cruzamento dos arcos de raio R1+R3 e R2+R3. 2) Obter T1 e T2 ligando O3 a O1 e O3 a O2. CONCORDÂNCIA INTERNA 1) Obter O3 no cruzamento dos arcos de raio R3–R1 e R3–R2. 2) Obter T1 e T2 ligando O3 a O1 e O3 a O2. 18 CONCORDÂNCIAS E TANGÊNCIAS TANGÊNCIAS Tangente é a reta que intercepta a circunferência em apenas um ponto. PONTO MÉDIO DE UM SEGMENTO DE RETA. TANGENTES À CIRCUNFERÊNCIA A PARTIR DE UM PONTO P. 1) Centro na extremidade do segmento de reta, arco maior que a metade, traçar arco 2) Repetir procedimento acima com a ponta seca do compasso na outra extremidade, determinando P e Q. 3) A reta PQ̅̅ ̅̅ passa pelo ponto médio M. 1) Unir P a O. 2) Obter o ponto médio M do segmento de reta PO̅̅ ̅̅̅. 3) Obter T (ponto de tangência) no cruzamento da circunferência dada com a circunferência de raio R e centro M (arco capaz de 90º para PO̅̅ ̅̅̅). TANGENTE EXTERNA COMUM A DUAS CIRCUNFERÊNCIAS. TANGENTE INTERNA COMUM A DUAS CIRCUNFERÊNCIAS. 1) Com centro em O1, traçar a circunferência auxiliar de raio R1-R2. 2) Obter T1 com o arco capaz de 90º para O1O2̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅̅ . 3) Obter A unindo O1 a T1. 4) Obter B traçando O1A̅̅ ̅̅ ̅̅ //O2B̅̅ ̅̅ ̅̅ . 1) Com centro em O1, traçar a circunferência auxiliar de raio R1+R2. 2) Obter T2 com o arco capaz de 90º para O1O2̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅̅ . 3) Obter A unindo O1 a T2. 4) Obter B traçando O1A̅̅ ̅̅ ̅̅ //O2B̅̅ ̅̅ ̅̅ . 19 20 21 22 23 24 25 26 ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ Desenho Técnico PerspectivasPerspectivasPerspectivasPerspectivas A principal razão pela qual peças e componentes são representados por meio de perspectivas em desenho técnico é a facilidade de compreensão que o modelo tridimensional proporciona, até mesmo para pessoas que não possuem treinamento específico em desenho. Isso porque a perspectiva é uma representação bidimensional (feita no plano do papel) que tenta se aproximar da maneira como enxergamos o mundo ao nosso redor (ou seja, com informações referentes às três dimensões: comprimento, largura e altura). Os tipos mais comuns de perspectiva são apresentados a seguir: Perspectiva verdadeira (ou cônica)Perspectiva verdadeira (ou cônica)Perspectivaverdadeira (ou cônica)Perspectiva verdadeira (ou cônica) A perspectiva cônica recebe este nome porque as linhas do desenho convergem para pontos denominados pontos de fuga (assim como, em um cone, as arestas convergem para o vértice); os pontos de fuga representam o horizonte (daí o nome de perspectiva verdadeira, por se aproximar da maneira como percebemos o mundo e os objetos ao nosso redor). Observe o desenho abaixo, que foi feito utilizando dois pontos de fuga (um na extremidade direita e outro na esquerda): repare que as margens da rua e as linhas que formam a porta e a parte do teto da casa que está à direita convergem para o ponto da direita, enquanto que as linhas da janela o fazem para o ponto mais à esquerda. Pontos positivos desta representação: proximidade do modelo desenhado com a realidade, facilidade de interpretação do desenho. Ponto negativo desta representação: trabalhosa execução, uma vez que cada linha é representada com uma angulação diferente. 27 ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ Desenho Técnico Perspectiva cavaleiraPerspectiva cavaleiraPerspectiva cavaleiraPerspectiva cavaleira Na perspectiva cavaleira, o observador tem a perspectiva de quem observa uma das faces do objeto diretamente pela frente (consequentemente, comprimento e altura são representados perpendicularmente entre si, ao contrário do que acontece na perspectiva verdadeira). A largura do objeto, que estaria entrando no plano do papel e não seria visível no caso deste posicionamento do observador, é então rebatida para a lateral do desenho (esquerda ou direita) com um ângulo que pode ser de 30o, 45o ou 60o. Quanto maior o ângulo, maior a distorção do desenho, fator pelo qual é comum aplicar-se neste tipo de perspectiva um coeficiente de redução na largura (coeficiente este tão maior quanto maior for o ângulo, como pode ser observado abaixo). Ponto positivo desta representação: facilidade de execução através de instrumental de desenho, já que as medidas sobre cada um dos eixos (comprimento, altura e largura) são todas paralelas entre si. Pontos negativos desta representação: distorção do objeto, necessidade de adotar um coeficiente de redução para as medidas de largura. Perspectiva Perspectiva Perspectiva Perspectiva isométriisométriisométriisométricacacaca Na representação de objetos por meio da perspectiva isométrica, trabalha-se com um sistema de eixos que formam entre si o ângulo de 120o. Através desta representação, mantém-se a facilidade proporcionada pela perspectiva cavaleira de representar as arestas de comprimento, as de largura e as de altura todas paralelas entre si, mas sem a necessidade de aplicar um fator de correção para uma das dimensões apenas. É daí que vem o nome isométrica (o prefixo iso significa “mesma“, “igual”; logo, a perspectiva isométrica usa o mesmo coeficiente de 28 ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ Desenho Técnico correção para evitar distorções em todos os eixos, ou ainda, pode-se ignorar tal coeficiente de correção, que é próximo da unidade, e trabalhar com as mesmas medidas do objeto para desenhar em escala natural). Há dois tipos de elementos que requerem atenção especial quando representados em perspectiva isométrica: planos oblíquos em relação aos eixos isométricos e elementos cilíndricos. Abordemos primeiramente a representação de planos oblíquos, ou inclinações, como por exemplo o telhado da casa ilustrada anteriormente. A pergunta que sempre vem à mente de quem está iniciando os trabalhos com a perspectiva isométrica é: “com que ângulo se representa o plano inclinado?” Duas regras importantes devem ser lembradas sempre que esta pergunta surgir: 1. Não importa o ângulo do plano oblíquo! 2. Planos oblíquos não são representados em sua verdadeira grandeza. Tais afirmações costumam causar espanto e incredulidade nos estudantes, que se esquecem de que a perspectiva isométrica é uma representação do sólido nas suas três dimensões não estando o observador posicionado diretamente em frente a nenhuma face do mesmo, como ocorre na perspectiva cavaleira. Nesta, o plano inclinado é sim representado em verdadeira grandeza e com o ângulo específico, se e apenas se tal plano encontrar-se na face representada de frente ao observador. Esta situação (face de frente ao observador), porém, não ocorre nunca na perspectiva isométrica. 29 ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ Desenho Técnico A maneira mais fácil de representar os planos oblíquos, então, é, em um primeiro momento, representar o sólido como se tais planos não estivessem presentes. No caso da casa ilustrada anteriormente, poder-se-ia representar o telhado como um paralelepípedo de altura correspondente à altura do telhado. A determinação da angulação viria da ideia de que os lados do telhado se encontram na metade do tamanho do comprimento da casa – mede-se, portanto, a distância de A até B (metade do comprimento) e, posteriormente, de B até C (altura do telhado). Observe que o segmento ������ pode então ser desenhado sem que se use conscientemente algum ângulo ou comprimento específico. Dado o exposto, recomenda-se, ao se representar uma perspectiva isométrica, desenhar-se primeiro, sobre os eixos isométricos, o paralelepípedo que envolve o sólido a ser representado, usando comprimento, largura e altura máximos, e posteriormente “lapidar-se” este paralelepípedo de maneira semelhante ao que foi explicado no parágrafo anterior para o desenho do telhado. Desta maneira, tem-se também, desde o início do traçado do desenho, a percepção do espaço a ser ocupado, o que auxilia na sua distribuição no espaço disponível. 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 NÃO DESISTA! 40 41 42 illustrations by Storyset</a> Imagem: STORYSET.COM<a href="https://storyset.com/people">People CILÍNDRICAS ORTOGONAIS PROJEÇÕES 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 DESAFIO! 53 Cortes 54 55 56 57 58 59 Compare-a com as vistas... Você consegue descobrir o erro nesta perspectiva? 60 61 62 d8e16e6fc597afebcf0dcadef78147ccd1254e079bb6ec94b3cbbb73cc3875a2.pdf edb189c8fc656704402a89a50b3fb75ed07e40d1ee847fb4a79139684a25424e.pdf Apostila zero.pdf Aula - Caligrafia Técnica Apostila DT DJT Model (1) Apostila DT DJT Model (2) Apostila DT DJT Model (3) Apostila DT DJT Model (4) Apostila DT DJT Model (5) edb189c8fc656704402a89a50b3fb75ed07e40d1ee847fb4a79139684a25424e.pdf Sheets and Views Model edb189c8fc656704402a89a50b3fb75ed07e40d1ee847fb4a79139684a25424e.pdf Apostila DT DJT Model (6) Apostila DT DJT Model C1 Apostila DT DJT Model C2 Apostila DT DJT Model C3 Apostila DT DJT Model C4 Apostila DT DJT Model C5 Apostila DT DJT Model C6 Apostila DT DJT Model C7 Apostila DT DJT Model E1 Apostila DT DJT Model E2 Apostila DT DJT Model E3 Apostila DT DJT Model E4 Apostila DT DJT Model E5 Apostila DT DJT Model E6 Apostila DT DJT Model E7 edb189c8fc656704402a89a50b3fb75ed07e40d1ee847fb4a79139684a25424e.pdf edb189c8fc656704402a89a50b3fb75ed07e40d1ee847fb4a79139684a25424e.pdf edb189c8fc656704402a89a50b3fb75ed07e40d1ee847fb4a79139684a25424e.pdf edb189c8fc656704402a89a50b3fb75ed07e40d1ee847fb4a79139684a25424e.pdf edb189c8fc656704402a89a50b3fb75ed07e40d1ee847fb4a79139684a25424e.pdf edb189c8fc656704402a89a50b3fb75ed07e40d1ee847fb4a79139684a25424e.pdf edb189c8fc656704402a89a50b3fb75ed07e40d1ee847fb4a79139684a25424e.pdfedb189c8fc656704402a89a50b3fb75ed07e40d1ee847fb4a79139684a25424e.pdf edb189c8fc656704402a89a50b3fb75ed07e40d1ee847fb4a79139684a25424e.pdf edb189c8fc656704402a89a50b3fb75ed07e40d1ee847fb4a79139684a25424e.pdf edb189c8fc656704402a89a50b3fb75ed07e40d1ee847fb4a79139684a25424e.pdf blank595x842 edb189c8fc656704402a89a50b3fb75ed07e40d1ee847fb4a79139684a25424e.pdf edb189c8fc656704402a89a50b3fb75ed07e40d1ee847fb4a79139684a25424e.pdf edb189c8fc656704402a89a50b3fb75ed07e40d1ee847fb4a79139684a25424e.pdf edb189c8fc656704402a89a50b3fb75ed07e40d1ee847fb4a79139684a25424e.pdf blank595x841 edb189c8fc656704402a89a50b3fb75ed07e40d1ee847fb4a79139684a25424e.pdf d8e16e6fc597afebcf0dcadef78147ccd1254e079bb6ec94b3cbbb73cc3875a2.pdf d8e16e6fc597afebcf0dcadef78147ccd1254e079bb6ec94b3cbbb73cc3875a2.pdf d8e16e6fc597afebcf0dcadef78147ccd1254e079bb6ec94b3cbbb73cc3875a2.pdf d8e16e6fc597afebcf0dcadef78147ccd1254e079bb6ec94b3cbbb73cc3875a2.pdf