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resumo Habermas

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1
LIMA, C. R.M; Gómez, M. N.G. Discursos hebermasianos. Rio de Janeiro:IBICT, 2010.468p. Versão eletrônica 2012.
DURÃO. A.B. A política deliberativa de Habermas. Veritas - Revista de Filosofia da PUCRS. 2011.
RESUMO[footnoteRef:1] [1: Trabalho para a disciplina Teoria Política Geral do Estado do curso de Direito da Faculdade Independente do Nordeste- FAINOR.] 
HABERMAS
A contribuição social e política para o contexto atual
No capítulo, "Pressupostos da teoria social hebermasiana trabalho e interação” o autor Clodomiro José Bannwart Júnior convida a analisar uma reflexão hebermasiana e permeia os seus escritos, principalmente em se tratando da teoria crítica da sociedade, na qual fixa o diagnóstico das sociedades contemporâneas.
Antes do convite à reflexão, Jürgen Habermas é conhecido por suas teorias sobre a razão comunicativa e a esfera pública sendo considerado como um dos mais importantes intelectuais da atualidades. Sua preocupação com as questões políticas aparecem desde a sua tese de doutorado quando realizou uma pesquisa empírica sobre a participação estudantil na política alemã, intitulada “Estudante e Política” (Student und Politik). Habermas doutorou-se em 1954 e em 1961 conquistou sua livre-docência com a tese intitulada “Mudanças estruturais do espaço público”. Em 1954, Habermas tornou-se assistente de Theodor Adorno (1903-1969), no Instituto de Pesquisa Social de Frankfurt de 1956 a 1959, mais conhecido como Escola de Frankfurt.
Tendo em vista, a fixação do elemento fundamental da crítica de Habermas é direcionada ao pressuposto defendido pelo positivismo: a premente ideia de que a razão técnica engloba as capacidades da razão humana como um todo. Autores como Adorno, Horkheimer e Weber foram, de certo modo, os responsáveis por fazer chegar a Habermas a ideia de que a razão instrumental exerce um controle cada vez maior sobre o conjunto da natureza, das forças produtivas e do espaço social. Recuperar a discussão que vincula Trabalho e interação em Hegel e Marx não é senão indicar um possível caminho para lutar contra a universalização da razão técnica e instrumental em sua pretensão de ser a única forma possível de racionalidade.
A análise dessa dimensão dialética entre linguagem, Trabalho e interação permite a Habermas distinguir diferentes paradigmas, pois, se a relação dialética entre representação e trabalho configura uma relação paradigmática entre sujeito e objeto, a dialética no âmbito da interação configura outro modelo de paradigma: o da intersubjetividade. Segundo Habermas, Marx teria seguido o mesmo caminho delineado por Hegel, no entanto, revendo a conexão entre Trabalho e interação através da dialética entre forças produtivas e relações de produção, Marx teria assimilado a categoria de trabalho na mesma perspectiva hegeliana, visualizando-a como componente de emancipação, a partir do momento em que a criação do produto possibilitaria a geração de autoconhecimento no sujeito. Porém, Habermas direciona a Marx semelhante crítica endereçada a Hegel, dizendo que o equívoco cometido por Marx foi o de não ter explicado suficientemente a conexão entre Trabalho e interação, mas antes ter reduzido a ação comunicativa (interação) à instrumental (trabalho).
Na visão de Habermas o que se projetava em Marx era uma dialética entre sujeito e objeto como condição universal (praticamente ontológica) que, representada fundamentalmente pela categoria de trabalho, mantinha-se subjacente à reprodução material da espécie. O pressuposto de Habermas é que o paradigma da produção de Marx não mais se sustenta, seja de um ponto de vista teórico, seja ainda da experiência histórica. Nem o proletário nem a tecnologia envolvida na base da produção sinalizam interesses emancipatórios. Pelo contrário, o aumento da tecnologia produziu a intrumentalização das atividades humanas e serviu ainda, sob a rubrica da ciência, de fonte de legitimação do sistema de dominação.
É manifesto que Habermas reconhece o papel de crítica do qual o pensamento de Marx é portador, no entanto, não admite que seja possível para uma teoria que pretende ser crítica, eleger como base paradigmática de análise o status científico proveniente das ciências naturais, restringindo, dessa forma, o alcance de sua reflexão tão somente à síntese do homem com a natureza pela categoria ‘trabalho’.
Para Habermas, a filosofia deve preservar-se enquanto crítica e toda teoria da sociedade que reivindica ser autorreflexão da história da espécie não pode simplesmente negar a filosofia. Sem desconsiderar a síntese técnica – produto da mediação entre homem e natureza, Habermas almeja levar também em consideração, no plano da interação, a síntese prática – resultado da mediação entre os sujeitos no plano institucional e cultural
A insistência de Habermas em manter as esferas de Trabalho e interação separadas, apontando a heterogeneidade e a irredutibilidade de uma a outra é precisamente para evadir-se da possível junção de progresso técnico e comportamento racional da vida. Mantendo a postura, segundo a qual o progresso técnico por si não é portador de emancipação, Habermas sinaliza para as consequências que podem ser originadas da confluência entre Trabalho e interação, destacando, como principal, a consolidação da ideologia tecnocrática
A decorrente tecnificação do mundo moderno impôs, também no campo da moral e do direito, uma racionalidade de índole instrumentalizada que converteu as questões prático-morais ao âmbito das decisões de ordem técnica. Com esse procedimento, não foi possível a razão fundar uma orientação normativa orientada pela autonomia do sujeito, mas, antes, fez a conversão do homem a objeto da ciência, como se o mesmo fosse um elemento entre outro da natureza, passível de domínio e de manipulação. A razão instrumentalizada passou a preocupar-se, tão somente, com a definição de fins condicionados às circunstâncias dadas. Em lugar de fins últimos se devem buscar fins adequados a meios disponíveis. Na carência de um fim último, o sujeito moderno passou a flexibilizar sua ação por uma lógica meio-fim, em que o fim, não sendo determinado, senão circunstancialmente, possibilita a transformação do homem em objeto, cuja ação torna-se passível de manipulação e de instrumentalização.
O autor conseguiu fazer que se extraísse de seus escritos uma compreensão de sociedade diferente daquela ilustrada na ótica de Adorno, Horkheimer e Weber. O ponto fundamental de sua análise sedimenta-se na projeção da intersubjetividade linguística no âmbito da ação social. Em análises suscitadas pelos estudos linguísticos de Wittgenstein e da filosofia hermenêutica, notou que os sujeitos estão desde sempre unidos em decorrência da intersubjetividade enraizada nas estruturas da língua. É por esse motivo que acredita ser a reprodução da vida social caracterizada pela linguagem como pressuposto fundamental indispensável. Tendo em consideração que a vida humana carrega consigo a singular distinção de compreensão pela língua, não menos viável será a formulação de uma teoria crítica que privilegie a linguagem – esfera da reprodução simbólica – como componente distinto da noção de trabalho – esfera da reprodução material – associando-se para cada um dos dois componentes, categorias diferentes de racionalidade. Os conceitos de Trabalho e interação apresentam-se como categorias distintas, porém, igualmente fundamentais para a reconstrução do desenvolvimento histórico.
O que Habermas reivindica é uma análise mais detalhada da ‘interação’ e ao fazer isso direciona um arsenal crítico a Marx, por este não ter conseguido apreender de modo satisfatório, no desenvolvimento das sociedades, o potencial da ação comunicativa. Marx teria localizado os processos de aprendizagem, inerentes à evolução social, na esfera das forças produtivas sem levar em consideração a importância das ‘visões de mundo’, das ‘representações morais’ e das considerações culturais no processo de ‘formação de identidade’ – componentes igualmente significativos para serem debitados na conta daevolução social.
Para Habermas, a leitura reducionista de Marx, que aloca a evolução social apenas no desenvolvimento das forças produtivas, deve ser ampliada para levar em conta uma melhor compreensão dos componentes mencionados, principalmente, das estruturas normativas.
O fôlego que se busca assegurar à teoria da evolução social está, entre outras coisas, alocado na tentativa de dar sequência a uma teoria social crítica capaz de recuperar o otimismo no futuro de uma sociedade emancipada.
Ao mesmo tempo em que Habermas pontua sobre o meio social, nos estudos de Durão (2011), “A política Deliberativa de Habermas” o autor se vê obrigado a realizar uma tradução sociológica da política deliberativa, discutindo e demonstrando como a autolegislação dos cidadãos, realizada por meio dos discursos práticos, assim como as negociações sob condições equitativas na esfera pública podem orientar a tomada de decisão das instituições do estado de direito, na medida em que o poder comunicativo, que surge da liberdade comunicativa dos cidadãos no plano da ação comunicativa, realizada no mundo da vida, neutraliza o poder social dos grupos de pressão e se converte no poder administrativo empregado pelas instituições políticas, de tal modo que seja capaz de impor as frágeis relações de solidariedade social presente no mundo da vida sobre os meios especializados na integração funcional, o poder na política e o dinheiro no mercado. Contudo, esta concepção procedimental da política e do direito pressupõe uma série de idealizações, que se chocam com as investigações empíricas provenientes da sociologia, a qual entende a política, inicialmente, a partir da perspectiva da luta estratégica por posições de poder e determinada por uma constelação previamente dada de interesses ou dos efeitos de regulamentação e controle de caráter sistêmico.
Antes de começar a tradução sociológica da política deliberativa, Habermas tem que demonstrar que a teoria discursiva da democracia oferece uma imagem descentrada da sociedade moderna, uma vez que, superada a filosofia da consciência, já não é mais possível encontrar um centro capaz de organizar e programar a sociedade como um todo. Habermas lança mão da comparação entre a política deliberativa e as duas teorias normativas habituais da democracia, a teoria liberal e a teoria republicana, as quais pressupõem uma concepção política centrada no Estado.
A política deliberativa considera que as teorias liberal e republicana somente representam alternativas completas para a teoria de democracia, porque ambas se mantêm prisioneiras da filosofia da consciência. O liberalismo parte de um conceito de sujeito em pequeno formato, composto pelos cidadãos enquanto sujeitos portadores de liberdades subjetivas de ação, o que lhes faculta escolher racionalmente segundo uma constelação de interesses previamente dados; enquanto o republicanismo introduz a ideia do povo como um macro-sujeito social, capaz de chegar à autoconsciência de sua identidade através da organização política da comunidade.
Como a política deliberativa prescinde dos pressupostos da filosofia da consciência, sintetiza elementos de ambas as teorias, contudo, os reinterpreta discursivamente, por isso tem pretensões normativas mais fortes do que a concepção liberal, porém mais fracas do que a republicana, Em concordância com o republicanismo, a teoria discursiva considera que a democracia se baseia na autodeterminação dos cidadãos; por outro lado, aceita a tese liberal mais realista da separação entre sociedade e Estado, assim como a ideia de estado de direito, porque, na sociedade complexa, não é razoável esperar que uma cidadania virtuosa possa organizar politicamente a sociedade. Além do mais, as frágeis relações de solidariedade do mundo da vida somente podem se impor, sobre os sistemas funcionais, se o poder comunicativamente gerado pelos cidadãos puder penetrar nas estruturas políticas do estado de direito, que são especializadas em tomar decisão, e se transformar em poder administrativo.
Habermas utilizou a comparação entre os três modelos de democracia (o liberal, o republicano e o discursivo) com a intenção de mostrar que a política deliberativa oferece uma teoria normativa da democracia compatível com a imagem descentrada da sociedade complexa. Contudo, isso representa uma condição necessária, mas não suficiente, porque não prova que o modo de socialização discursivo da política deliberativa é possível nas condições da sociedade complexa.
As teorias sociológicas chamam a atenção da política deliberativa para o déficit existente entre o modelo normativo de democracia e a realidade do processo político nas sociedades modernas, marcadas pela luta entre interesses e as disfunções dos sistemas sociais. Habermas qualifica este déficit entre norma e realidade de tensão externa entre facticidade e validade, já que a validade resultante das operações discursivas da esfera pública e das instituições governamentais do estado democrático de direito é prejudicada pela facticidade social, que surge por causa do conflito de interesses entre os cidadãos, por um lado, e pela facticidade social dos sistemas funcionais, que executam suas funções sociais indiferentemente às regulamentações democráticas dos cidadãos2.
Depois de mostrar como as próprias concepções sociológicas contemporâneas se vêm obrigadas a recuperar a deliberação comunicativa no processo político, como ocorre com a teoria da decisão racional ou, então, fracassam perante a necessidade de explicar a integração social na sociedade complexa sem os pressupostos comunicativos, como acontece com a teoria dos sistemas, Habermas inicia a tradução sociológica da política deliberativa.
O centro do sistema político está organizado de forma poliárquica, porém possui um núcleo composto pelas instituições do estado de direito: o complexo parlamentar (órgãos legislativos, partidos políticos, eleições, etc.), os poderes judiciário e executivo, que têm competência formal para tomar decisão. A capacidade de ação das instituições do núcleo depende de sua complexidade organizativa: portanto, é maior no governo e menor no complexo parlamentar, por causa de sua abertura aos problemas gerados na sociedade. O centro possui, além do mais, uma periferia interna constituída pelas instituições públicas que exercem funções delegadas pelas instâncias estatais, como as universidades, as fundações ou as câmaras de comércio.
Para isto, o poder gerado comunicativamente deve ultrapassar as barreiras ou eclusas introduzidas pelo sistema político; estas eclusas represam os fluxos de comunicação e permitem filtrar as manifestações procedentes das associações das pessoas, assim como os interesses sociais não transparentes que constituem o poder social; de fato, as represas do sistema político contribuem para a constituição da opinião pública, pois obrigam os grupos sociais a elaborar os problemas, buscar o consenso e dotá-lo da força capaz de pressionar os órgãos especializados em tomar decisão. Neste caso, o poder comunicativo se converte em poder administrativo e evita que o poder administrativo se programe a si mesmo ou que seja determinado pelo poder social.
Habermas argumenta, contudo, que estas travas à formação democrática da opinião e da vontade são eficientes quando se considera a “esfera pública em estado de repouso”, porém podem ser superadas em situações nas quais surge uma consciência de crise entre os membros da sociedade, que se sentem ameaçados por políticas públicas.

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