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SUSTENTABILIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A disciplina de Sustentabilidade é uma ferramenta da atualidade para atender aos profissionais das áreas afins 
sempre no sentido de estabelecer visão doutrinária diante dos novos temas diretamente relacionados a 
desenvolvimento sustentável e consumo consciente. 
Através dela é possível examinar as relações entre a temática ambiental e a do 
 consumo. Além disso, é possível visualizar a 
mobilização das sociedades para a criação de um 
conjunto de ideias, de valores e de significados 
sobre sua produção e seu consumo com 
dimensionamento de futuro. O estudo da 
sociedade de consumo e da educação ambiental 
como caminhos para a sustentabilidade traz à tona a 
visão do consumidor como novo ator social. 
 
Ademais, com a gradual inserção do consumo 
consciente é possível o sonho de se conseguir um 
meio ambiente essencial à sadia qualidade de vida, 
impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever 
de defendê-lo e preservá-lo para a presente e futuras 
gerações. 
 
COM ISSO, ESPERAMOS SUA PARTICIPAÇÃO EFETIVA NA DISCIPLINA. MÃOS À OBRA! 
 
AULA 1 - DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: CONCEITOS E OBJETIVOS 
Nesta aula serão abordados conceitos de desenvolvimento sustentável. Veremos, também, os objetivos e 
metas do desenvolvimento sustentável no mundo atual. 
AULA 2: A PRÁTICA DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 
Nesta aula serão discutidos os vários aspectos do funcionamento da natureza (ciências naturais) e da 
sociedade (ciências humanas) e suas tensões (degradação socioambiental) em relação ao desenvolvimento 
sustentável. 
AULA 3: DA QUESTÃO AMBIENTAL PARA O CAMPO DO CONSUMO 
Nesta aula serão discutidos os aspectos da explosão populacional ao impacto do consumo. Veremos, também, 
a questão do consumidor como novo ator social. 
AULA 4: EDUCAÇÃO AMBIENTAL 
Nesta aula será apresentada a questão da educação ambiental como uma ferramenta de auxílio na 
conscientização da sociedade sobre a necessidade do desenvolvimento sustentável. 
AULA 5: PREOCUPAÇÃO MUNDIAL 
Nesta aula será abordado um histórico sobre as conferências internacionais que definiram a sustentabilidade 
como meta, e a gestão ambiental como principais instrumentos nestes processos. 
AULA 6: LEGISLAÇÃO E POLÍTICAS PÚBLICAS 
Nesta aula, teremos a apresentação da trajetória legal e das políticas públicas brasileiras relacionadas à gestão 
ambiental e à educação ambiental. 
AULA 7: SUSTENTABILIDADE 
Nesta aula, aprenderemos os conceitos e aspectos da Sustentabilidade. Teremos, também, a discussão de 
seus objetivos na sociedade atual. 
AULA 8: AÇÕES SUSTENTÁVEIS 
Nesta aula, discutiremos ações relacionadas à sustentabilidade, além de vermos também a questão dos 
benefícios trazidos por ela a sociedade. 
AULA 9: CONSUMO CONSCIENTE 
Nesta aula, faremos uma discussão sobre os conceitos de consumo consciente, pontuando seus pontos fortes 
e fracos no contexto social atual. 
AULA 10: TECNOLOGIAS LIMPAS 
Nesta aula, abordaremos a questão da Produção (tecnologias limpas) e consumo sustentáveis. Veremos, 
também, a sustentabilidade em relação ao consumo e a publicidade. 
---------------------- 
BIBLIOGRAFIA 
Fique atento aos livros que servirão de base para o conteúdo das aulas, bem como para sua consulta: 
GADOTTI, Moacir. Educar para a sustentabilidade. São Paulo: Instituto Paulo Freire, 2008. 
PORTILHO, Fátima. Sustentabilidade ambiental, consumo e cidadania. São Paulo: Cortez, 2005. 
TRIGUEIRO, André. Mundo sustentável: abrindo espaço na mídia para um planeta em transformação. São 
Paulo: Globo, 2005. 
--------------- 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
--------------------- 
 
 
 
A DISCIPLINA DE SUSTENTABILIDADE TEM COMO OBJETIVOS: 
 Proporcionar os conhecimentos sobre desenvolvimento sustentável promovendo ações para minimizar 
possíveis impactos ambientais. 
 Possibilitar a capacidade de identificar as características e requisitos das questões envolvendo o meio 
ambiente e a sociedade de consumo. 
 Possibilitar o conhecimento dos aspectos relativos à Sustentabilidade desenvolvendo ações que 
possibilitem sua implantação. 
 Especificar e implementar medidas necessárias ao desenvolvimento de uma sociedade de consumo 
consciente com objetivando a sustentabilidade. 
 Diligenciar condicionantes e medidas necessárias para alcançar-se um desenvolvimento sustentável. 
 Implementar processos de melhoria contínua nos mecanismos de defesa ambiental e de combate ao 
consumo supérfluo. 
 
AULA 1 - DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: CONCEITOS E OBJETIVOS 
O rastro deixado pela humanidade sobre a Terra está por toda parte. É particularmente visível e não deixa 
dúvidas quando observado desde o céu com o efeito smoog nas 
grandes cidades e chaminés de indústrias esfumaçadas, até a 
terra firme, com 40% das florestas naturais da superfície do 
planeta convertidas em áreas de criação de gado e cultivo de 
agricultura. As estatísticas de conversão e desmatamento são 
frequentemente contestadas, pois o falso orgulho nacional quase 
sempre distorce esses dados para que as coisas pareçam 
melhores do que na realidade estão, tanto para o público interno 
como para o externo (Dourojeanni e Pádua, 2007). Será que 
através de mudanças nas políticas públicas unidas e a prática do 
desenvolvimento sustentável poderemos reverter este cenário 
para melhor um dia? 
Então, o mundo dá voltas? E para que continue a dar voltas com as pessoas dentro dele, precisaremos tomar 
algumas atitudes agora. Essas atitudes têm de estar ligadas a um uso do meio natural sem excessos e com 
responsabilidade ambiental, para que tenhamos a sustentabilidade dos recursos e a sobrevivência humana, 
ou seja, o desenvolvimento sustentável. 
MAS, O QUE É DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL? 
Para entendermos o significado de desenvolvimento sustentável, vamos ler uma história: 
A preocupação com os problemas ambientais ganhou escala e maior repercussão no final da década de 60 e 
início da década de 70. Tal preocupação parecia ter foco local, e sua solução resumia-se à criação de 
regulamentações relacionadas ao controle das fontes de poluição. Discussões formais sobre os impactos 
ambientais causados pelo desenvolvimento e pela industrialização aconteceram com a criação do Clube de 
Roma, em 1968, na Itália, formado por cientistas preocupados com os impactos provocados pelo crescimento 
econômico e com a disponibilidade de recursos naturais do planeta. Foi fundado por Aurélio Peccei, industrial 
e acadêmico italiano, e Alexander King, cientista escocês (Hernandez, 2009). 
Esses dois vocábulos (desenvolvimento sustentável) ainda não tinham formado a parceria que hoje se tornou 
sobejamente conhecida de todos. Isso porque o principal objeto das discussões ocorridas nesse evento estava 
centrado na defesa do meio ambiente humano, no bojo de um problema global mais amplo: os ditames do 
modelo de desenvolvimento econômico dos países de Primeiro Mundo. 
Estes, num determinado estágio de sua industrialização, se viram na perspectiva da escassez dos recursos 
naturais, surpreendendo-se diante das limitações do meio ambiente no que dizia respeito à destinação final 
dos rejeitos – sólidos, líquidos e gasosos – tanto do processo industrial quanto dos hábitos de consumo da 
população (Brunacci e Philippi Junior, 2009). 
Ainda segundo os mesmos autores, tal ênfase na defesa do meio ambiente humano, perante a questão 
ambiental do modelo de desenvolvimento de cunho predatório, foi resultado de um despertar da consciência 
ecológica em nível global, que buscou além das questões de âmbito local ou regional, as quais, nas décadas de 
1950 e de 1960, já incomodavam as agências estatais de controle ambiental das nações industrializadas e 
incrementavam as atividades dos movimentos ambientalistas. 
O começo dos estudos do relacionamento entre o meio ambiente e o crescimento econômico foi marcado 
pelo relatório Os limites do crescimento, escrito porJay Forrest e Dennis Meadows, do Instituto Tecnológico 
de Massachusetts (MIT). O trabalho enfatiza que a exploração e degradação dos recursos naturais limitariam o 
crescimento da economia mundial. Elaborado pelo Clube de Roma, esse relatório vendeu mais de 30 milhões 
de cópias em 30 idiomas, tornando-se o livro sobre meio ambiente mais vendido da história. Tratava 
essencialmente de problemas cruciais para o futuro desenvolvimento da humanidade. 
Utilizando modelos matemáticos, o estudo chegou à conclusão de que o planeta Terra não suportaria mais o 
crescimento populacional por causa da pressão sobre os recursos naturais e energéticos e do aumento da 
poluição, mesmo considerando o avanço das tecnologias (Hernandez, 2009). 
A concepção de desenvolvimento sustentável tem suas raízes fixadas na Conferência das Nações Unidas sobre 
Meio Ambiente Humano, realizada em Estocolmo, capital da Suécia, em julho de 1972, segundo Brunacci e 
Philippi Junior (2009). 
Segundo Funiber (2009), o termo desenvolvimento sustentável, como é, foi estabelecido pela International 
Union for The Conservation of Nature (IUCN), embora sua popularidade tenha origem no relatório “Nosso 
futuro comum” ou relatório Bruntland (WCED, 1987), preparado pela Comissão Bruntland das Nações Unidas, 
no qual se lê: “O desenvolvimento sustentável satisfaz às necessidades atuais sem comprometer a 
capacidade de futuras gerações satisfazer suas próprias necessidades”. 
Analisemos que os componentes substantivos nesta definição são as questões de equidade, tanto entre uma 
mesma geração como entre diferentes gerações, a fim de que todas as gerações, presentes e futuras, 
aproveitem o máximo sua capacidade potencial. Porém, a maneira como as atuais oportunidades estão 
distribuídas não é, na realidade, indiferente. Seria estranho que estivéssemos preocupados profundamente 
com o bem-estar das futuras gerações e deixássemos de lado a triste sorte dos pobres de hoje. No entanto, 
atualmente, nenhum desses dois objetivos tem assegurada a prioridade que merece. Consequentemente, 
talvez uma reestruturação, das pautas concernentes à distribuição de renda, à produção e ao consumo em 
escala mundial seria uma condição prévia necessária a toda estratégia viável de desenvolvimento sustentável. 
Vemos que o conceito de desenvolvimento sustentável surgiu em um contexto de crise econômica e da 
revisão de paradigmas de desenvolvimento. A crise econômica na maior parte do mundo, a instabilidade, o 
aumento da pobreza, etc., colocavam em dúvida a viabilidade dos modelos convencionais, inclusive, a própria 
ideia de “desenvolvimento” havia sido sustada das políticas ante a urgente necessidade de estabilizar as 
economias e recuperar o crescimento econômico (Funiber, 2009). 
O surgimento da ideia do desenvolvimento sustentável teve repercussões importantes em todos os meios – 
graças aos esforços da Comissão das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD) – 
devido à necessidade de renovar concepções e estratégias, buscando o desenvolvimento das nações pobres e 
reorientando o processo de industrialização dos países mais avançados 
O conceito convencional de desenvolvimento se referia ao processo de melhoria das condições econômicas e 
sociais de uma nação. O enfoque da Comissão buscou ir além da dimensão econômica e social, tratando de 
incluir a questão ambiental como um dos elementos centrais da concepção e da estratégias de 
desenvolvimento, ainda segundo Funiber (2009). 
Ainda segundo o mesmo autor, ao qualificar o desenvolvimento como o adjetivo “sustentável”, incorpora-se 
um conceito de capacidade de subsistir ou continuar. A sustentabilidade expressa uma preocupação com o 
meio ambiente para que as gerações futuras o utilizem e o desfrutem da mesma forma que a presente. Neste 
caso, “desenvolvimento” não é sinônimo de “crescimento”. Crescimento econômico é entendido como 
aumentos na renda nacional. Em contrapartida, o desenvolvimento implica algo mais amplo, uma noção de 
bem-estar econômico que reconhece componentes não monetários. Estes podem incluir a qualidade do meio 
ambiente. 
É importante ressaltar que o desenvolvimento sustentável exige que se definam prazos, com qual ordem de 
prioridades, a que níveis e escalas e quais recursos econômicos utilizar para obter a sustentabilidade. Essa 
tarefa é muito complexa, dados os aspectos sociais, políticos e elementos técnicos implicados, por exemplo, 
na superação da pobreza, em que a sustentabilidade pode ser inalcançável, mesmo em prazos relativamente 
longos (Funiber, 2009). 
Outro problema a ser considerado é o da 
interpretação. Na bibliografia sobre o 
tema excedem as definições de 
desenvolvimento sustentável incorretas 
ou distorcidas que, frequentemente, 
alteram a ideia original. Por exemplo, 
uma grande parte da literatura disponível 
tende reduzir o conceito a uma mera 
sustentabilidade ecológica ou a um 
desenvolvimento ecologicamente 
sustentável, preocupando-se apenas com 
as condições ecológicas necessárias para manter a vida humana ao longo das gerações futuras, segundo Bifani 
(1997 apud Funiber, 2009). Esse enfoque, embora útil, é claramente reducionista, por não considerar as 
dimensões social, econômica e política do termo. 
Para concluirmos a aula, vamos atentar para o que coloca Genebaldo Freire Dias (2004): 
DESENVOLVIMENTO AMBIENTALMENTE SUSTENTÁVEL 
O desenvolvimento econômico e o bem-estar do ser humano dependem dos recursos da Terra. O 
desenvolvimento sustentável é simplesmente impossível se for permitido que a degradação ambiental 
continue. 
Os recursos da Terra são suficientes para atender às necessidades de todos os seres vivos do planeta se forem 
manejados de forma eficiente e sustentada. Tanto a opulência quanto a pobreza podem causar problemas ao 
meio ambiente. 
O desenvolvimento econômico e o cuidado com o meio ambiente são compatíveis, interdependentes e 
necessários. A alta produtividade, a tecnologia moderna e o desenvolvimento econômico podem e devem 
coexistir com um meio ambiente saudável. Vemos que há diversas formas de interpretar o conceito de 
desenvolvimento sustentável, mas todas têm as mesmas características e devem derivar para um consenso 
quanto ao conceito básico e quanto às estratégias necessárias para sua consecução. De acordo com Ignacy 
Sachs, a adjetivação deveria ser desdobrada em socialmente inclusivo, ambientalmente sustentável e 
economicamente sustentado pelo tempo. Dessa forma, destaca-se que o conceito de desenvolvimento 
sustentável não é único, mas converge para um consenso. Sua essência é cada vez mais difundida e assimilada 
pelas organizações, o que possibilita um direcionamento em suas atitudes e na definição de suas estratégias 
(Hernandez, 2009). 
DESENVOLVIMENTO SOCIALMENTE SUSTENTÁVEL 
A chave para o desenvolvimento é a participação, a organização, a educação e o fortalecimento das pessoas. 
O desenvolvimento sustentado não é centrado na produção, é centrado nas pessoas. Deve ser apropriado não 
só aos recursos e ao meio ambiente, mas também à cultura, história e sistemas sociais do local onde ele 
ocorre. Deve ser equitativo, agradável. 
Nenhum sistema social pode ser mantido por um longo período quando a distribuição dos benefícios e custos 
– ou das coisas boas e ruins de um dado sistema – é extremamente injusta, especialmente quando parte da 
população está submetida a um debilitante e crônico estado de pobreza. Vemos que há diversas formas de 
interpretar o conceito de desenvolvimento sustentável, mas todas têm as mesmas características e devem 
derivar para um consenso quanto ao conceito básico e quanto às estratégias necessárias para sua consecução. 
De acordo com Ignacy Sachs, a adjetivação deveria ser desdobrada em socialmente inclusivo, ambientalmente 
sustentável e economicamente sustentado pelo tempo. Dessa forma, destaca-se que o conceito de 
desenvolvimento sustentável não é único,mas converge para um consenso. Sua essência é cada vez mais 
difundida e assimilada pelas organizações, o que possibilita um direcionamento em suas atitudes e na 
definição de suas estratégias (Hernandez, 2009). 
ATIVIDADE PROPOSTA 
Olhe ao seu redor e reflita sobre ações que poderia tomar para que contribuísse para o desenvolvimento 
sustentável de seu bairro. Faça uma pesquisa sobre se políticas públicas no seu município incentivam ações 
que contribuam com as que você poderia tomar para preservar mais o meio ambiente. 
Assista ao belíssimo vídeo sobre o futuro do homem e da Terra. 
http://www.youtube.com/watch?v=JW-DzkZM6YM&feature=related
Na próxima aula, você estudará os seguintes assuntos: 
- Aspectos do funcionamento das ciências naturais, ciências humanas e degradação socioambiental. 
- A relação da sociedade, impacto ambiental e sobrevivência, às vistas do desenvolvimento sustentável. 
AULA 2: A PRÁTICA DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 
Uma sociedade sustentável do ponto de vista ambiental atende às necessidades atuais de sua população em 
relação a alimentos, água e ar limpos, abrigo e outros recursos básicos sem comprometer a capacidade de as 
gerações futuras atenderem às suas necessidades. Viver de forma sustentável significa sobreviver da renda 
natural fornecida pelo solo, pelas plantas, pelo ar e pela água e não exaurir ou degradar as dotações de capital 
natural da Terra, que fornecem essa renda biológica (Miller Junior, 2007). Imagine que você ganhou na loteria 
R$ 1 milhão. Se investir esse dinheiro e obter 10% de juros ao ano, terá uma renda anual sustentável de R$ 
100 mil sem exaurir seu capital. Então, qual seria o seu estilo de vida se você gastar R$ 110 mil ao ano? 
SUSTENTÁVEL & INSUSTENTÁVEL - Se gastar R$ 110 mil ao ano, seu capital acabará em cerca de alguns anos. 
Segundo Miller Junior (2007), a lição aqui é conhecida: proteja seu capital e viva da renda que ele oferece. 
Exaura, desperdice ou esbanje seu capital e você sairá de um estilo de vida sustentável para um insustentável. 
NÍVEIS DE EXISTÊNCIA FÍSICO, BIOLÓGICO E SOCIAL 
Há três níveis ou sistemas distintos de existência que obedecem às suas próprias leis (Dias, 2004). São eles: 
 FÍSICO - O planeta físico, sua atmosfera, hidrosfera e litosfera (rocha e solos), que seguem as leis da física e 
da química. 
 BIOLOGICO - A biosfera, com todas as espécies de vida, que obedecem às leis da física, química, biologia e 
ecologia. 
 SOCIAL - A tecnosfera e a sociosfera, o mundo das máquinas e construções criadas pelo homem, governos 
e economias, artes, religiões e culturas, que seguem leis da física, da química, da biologia, da ecologia e 
também das leis criadas pelo homem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As leis geradas pelo homem, que regulam sociedades e economias, são muito variáveis de acordo com as 
circunstâncias e com o tempo. Uma vez que o fenômenos ambientais obedecem às mesmas leis físicas, eles se 
comportam, em sua maioria, da mesma forma, em qualquer lugar, embora sua complexidade possa levar a 
enormes variações locais (Dias, 2004). Similaridades e diferenças, leis físicas comuns e grande variedade de 
manifestação dessas leis caracterizam o planeta Terra (Dias, 2011). 
A RELAÇÃO DA SOCIEDADE, IMPACTO AMBIENTAL E SOBREVIVÊNCIA, ÀS VISTAS DO 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 
A busca de um modelo de desenvolvimento sustentável e de sua consequente implantação já ocorre em 
algumas décadas, alicerçada na visão crítica da organização da sociedade humana e impulsionada pelos 
diversos problemas de caráter ambiental e social, tais como o aquecimento global, a ocorrência de grandes 
desastres ecológicos, a existência de grandes populações que vivem em condições de profunda pobreza e a 
má distribuição de 
riqueza natural humana. 
 
 
 
 
 
 
 
Um resultado importante desta discussão é a crescente conscientização sobre as significantes interferências 
que sistemas humanos impõem aos sistemas naturais, sobre o desequilíbrio ambiental resultante das mesmas 
sobre os impactos irreversíveis que tal desequilíbrio pode ter sobre os referidos sistemas humanos e naturais 
(Reis, Fadigas e Carvalho, 2005). 
 
Neste contexto, o modelo de desenvolvimento sustentável deve ser capaz não só de contribuir para a 
superação dos atuais problemas, mas também de garantir a própria vida, por meio da proteção e manutenção 
dos sistemas naturais que a tornam possível. Esses objetivos implicam na necessidade de profundas mudanças 
nos atuais sistemas de produção, organização da sociedade humana e de utilização de recursos naturais 
essenciais à vida no planeta, ainda segundo os mesmos autores. 
----- 
Vemos que a questão do desenvolvimento sustentável está presente em nossa sociedade, representada por 
um amplo conjunto de discussões e pela produção de textos e projetos, no âmbito internacional e local. Por 
exemplo, no Brasil, a Constituição de 1988 reflete esse quadro, com a inserção dessa questão em seu art. 225 
(Philippi Junior, Malheiros e Aguiar, 2005): Artigo 225: 
“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à 
sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo 
para as presentes e futuras gerações.” 
Para aprofundarmos o assunto, vamos ler o texto abaixo dos mesmos autores: 
O documento do Ministério do Meio Ambiente (MMA 2011) cita que uma pesquisa do Conselho Internacional 
de Iniciativas Ambientais Locais (ICLEI – International Council for Local Environmental Initiatives) revelou que: 
Até novembro de 1996, mais de 1.800 cidades em 64 países, envolveram-se em atividades de Agenda 21 local 
– A21L. Entre elas, o ICLEI constatou que: 933 cidades em 43 países já tinham estabelecido um processo de 
planejamento para o desenvolvimento sustentável, e outras 879 estavam apenas iniciando (p.12). 
Para aprofundarmos o assunto, vamos ler o texto abaixo dos mesmos autores: 
 
 
 
O documento do Ministério do Meio Ambiente (MMA 2011) cita que uma pesquisa do Conselho Internacional 
de Iniciativas Ambientais Locais (ICLEI – International Council for Local Environmental Initiatives) revelou que: 
Até novembro de 1996, mais de 1.800 cidades em 64 países, envolveram-se em atividades de Agenda 21 local 
– A21L. Entre elas, o ICLEI constatou que: 933 cidades em 43 países já tinham estabelecido um processo de 
planejamento para o desenvolvimento sustentável, e outras 879 estavam apenas iniciando (p.12). 
 
 
Portanto o processo de construção do desenvolvimento sustentável deve priorizar estudo e compreensão das 
questões sociais, econômicas, ambientais, tecnológicas e políticas, presentes na sociedade humana e no meio 
ambiente no qual se insere. 
Diversos trabalhos vêm sendo elaborados no campo do assunto, na busca de princípios metodologias e 
ferramentas de avaliação. Eles têm como objetivo colaborar para a reversão dos processos de degradação 
ambiental, consumo elevado de recursos naturais e desigualdade socioeconômica, alcançando assim melhoria 
da qualidade de vida os seres do planeta de forma sustentável. 
É preciso, portanto, contribuir na construção de políticas e processos de planejamento e gestão que 
direcionem o desenvolvimento em patamares sustentáveis. Aqui, percebe-se que entre os principais 
problemas no processo de gestão ambiental, se verifica que, em geral, não há um pleno reconhecimento da 
importâncias das políticas ambientais, como também ocorre um despreparo de órgãos públicos de gestão e 
sociedade, frente à complexidade dos assuntos ambientais. 
INDICADORES DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 
Segundo Funiber (2010), uma forma de medir o desenvolvimento é através de indicadores, os quais 
normalmente estão relacionados apenas com questões econômicas. Contudo, quando se busca um caminho 
para o desenvolvimento sustentável, os indicadores devem ter de considerar as dimensões econômica, social 
e ambiental:É necessário, entretanto, que se busque formas de comunicação desses indicadores, de modo que possam ser 
compreendidos por todos os atores da comunidade, onde, então, a educação ambiental assume papel vital 
nesse processo. Para tornar isso possível, será preciso rever formas de comunicação dos indicadores ou 
mesmo fazer uma reavaliação daqueles atualmente em uso (Philippi Junior, Malheiros e Aguiar, 2005). 
Pense que todas as coisas estão conectadas. O mundo é organizado em sistemas que são formados por três 
componentes: elementos, interconexões e funções. Os sistemas são mais do que a soma de suas partes. São 
dominados pelas inter-relações e seus propósitos, e organizados segundo uma hierarquia, segundo Dias 
(2011). Será que ainda podemos ter esperança para a prática do desenvolvimento sustentável na atual cultura 
social que vivemos, assim preservando o meio para presentes e futuras gerações? 
 
 
 
 
 
 
 
 
Leia o 
texto de Fonseca e Bursztyn sobre Mercadores de moralidade: a retórica ambientalista e a prática do 
desenvolvimento sustentável. 
Nesta aula, você: 
Analisou os aspectos do funcionamento das ciências naturais, ciências humanas e degradação 
socioambiental. 
Relacionou sociedade, impacto ambiental e sobrevivência, às vistas do desenvolvimento sustentável. 
Reconheceu indicadores de desenvolvimento sustentável. 
AULA 3: DA QUESTÃO AMBIENTAL PARA O CAMPO DO CONSUMO 
O crescimento populacional vem causando sérios impactos degradadores sobre o meio ambiente neste 
século. O desenvolvimento da indústria, comércio bem como os diversos ramos do meio rural e urbano são 
considerados determinantes para as mudanças ambientais (Crescimento populacional e desenvolvimento 
sustentável) . 
Segundo o mesmo site, o crescimento populacional ou demográfico vem sendo analisado por cientistas como 
razão do uso intensivo dos recursos naturais. Os estudos demonstram que os países com um rápido 
crescimento demográfico vêm enfrentando dificuldades para gerar um desenvolvimento econômico 
sustentável. 
 
 
 
 
 
http://www.scielo.br/pdf/asoc/v10n2/a13v10n2.pdf
http://www.scielo.br/pdf/asoc/v10n2/a13v10n2.pdf
 
 
lguns argumentam que o planeta já está lotado, e em especial os países desenvolvidos, como os Estados 
Unidos, onde taxas de consumo de recursos ampliam o impacto ambiental de cada pessoa. Outros encorajam 
o crescimento populacional como uma forma de estimular o crescimento econômico. 
 
1. Aqueles que não acreditam que a Terra está superpovoada apontam que a expectativa de vida média 
de 6,5 bilhões de pessoas é maior hoje do que já foi em qualquer época do passado, e está previsto 
que aumentará ainda mais. De acordo com essas pessoas, o mundo pode suportar mais alguns bilhões 
de habitantes. Também acreditam que o crescimento populacional representa o recurso mais valioso 
do mundo para solucionar problemas ambientais e outros, e para estimular o crescimento econômico 
em razão do aumento de consumidores. Alguns consideram qualquer forma de regular a população 
uma violação de créditos religiosos. Outros veem isso como uma invasão da privacidade e liberdade 
pessoal para se ter um número de filhos que quiserem. Determinados países em desenvolvimento e 
alguns membros das minorias de países desenvolvidos consideram o controle populacional uma forma 
de genocídio, cujo intuito é impedir que sua economia e suas forças políticas cresçam. 
 
2. Já os que propõem a diminuição e uma possível interrupção no crescimento populacional têm uma 
visão diferente. Eles apontam que falhamos ao suprir as necessidades básicas de cerca de um a cada 
cinco indivíduos. Se não fornecermos ou não pudermos fornecer apoio básico para cerca de 1,4 bilhão 
de pessoas hoje, como iremos fazê-lo para 2,4 bilhões de pessoas (projeção até 2050)? Aqueles que 
propõem a diminuição no crescimento populacional advertem que há duas sérias consequências caso 
a taxa de natalidade não declinem de forma drástica. Primeira, em algumas áreas, a taxa de 
mortalidade pode aumentar em razão do declínio das condições da saúde e ambientais (algo que 
acontece hoje em determinadas regiões da África). Segunda, o uso de recursos e os danos ambientais 
podem se intensificar conforme mais consumidores aumentam suas já grandes pegadas ecológicas em 
países desenvolvidos e em alguns países em desenvolvimento, como China e Índia, que estão passando 
por um rápido crescimento econômico. 
O aumento da população e o conseqüente crescimento do consumo podem elevar os estresses ambientais, 
com doenças infecciosas, danos na biodiversidade, desmatamento de florestas tropicais, redução da pesca, 
escassez de água, poluição dos mares e mudanças climáticas. Os que defendem esse ponto de vista 
reconhecem que o crescimento populacional não é a única causa desses problemas. No entanto, eles 
argumentam que a adição de centenas de milhões de pessoas em países desenvolvidos e de bilhões em países 
em desenvolvimento só pode intensificar os problemas ambientais e sociais existentes. Esses analistas 
acreditam que as pessoas devem ter liberdade de gerar quantos filhos quiserem, mas somente se isso não 
reduzir a qualidade de vida das pessoas agora e no futuro, seja pelo enfraquecimento da capacidade da Terra 
de sustentar a vida, seja por rupturas sociais. De acordo com o ponto de vista deles, a limitação da liberdade 
dos indivíduos – um esforço de proteger a liberdade de outros indivíduos – é a base da maioria das leis nas 
sociedades modernas. Pois bem, essa é a grandeza, multiplicada por 6 (mais ou menos) da quantidade de 
nossa espécie (Hommo sapiens). 
Surpreendente não? A partir desses números, que não conseguimos nem imaginar o tamanho, é que 
começamos a analisar nosso poder de consumo da natureza. 
“Uma explosão de consumo por uma única espécie está afetando os céus, a terra, as águas e a fauna.” 
Continuando nossa discussão, segundo Paul Hawken (2007), os problemas a serem enfrentados são vastos e 
complexos, mas se resumem a isto: 6,5 bilhões de pessoas estão procriando exponencialmente. O processo de 
atender a seus desejos e suas necessidades está privando a Terra de sua capacidade biótica 
de produzir vida; uma explosão de consumo por uma única espécie está afetando os céus, a terra, as águas e a 
fauna. 
Para discutir a relação entre os homens e o meio ambiente, é fundamental uma reflexão sobre o cenário em 
que essas questões emergiram: a modernidade. Com o termo modernidade, pretende-se incluir ou definir um 
processo que se inicia por volta do século XV, na Europa, marcado por profundas transformações em todas as 
dimensões da vida humana – da produção, da sociabilidade, da representação simbólica do mundo, das 
relações sociais e de poder -, fenômeno que, ao longo de 500 anos, se estendeu por todo o planeta, 
transformando os diferentes contextos (físicos e sociais) em que, progressivamente, foi acontecendo (Zioni, 
2009). Segundo a mesma autora, esse processo tem maior visibilidade na organização capitalista das relações 
de produção e consumo, mas não pode ser confundido com ela. Ainda que contemporâneos e bastante 
relacionados, a modernidade não os reduz ao curso de expansão capitalista, mesmo que esta venha 
moldando todos os campos da atividade humana. Por modernidade, entende-se algo maior que o ethos 
de uma sociedade marcada pela apropriação privada da produção, pelo uso intensivo de energia e de 
tecnologia, pela racionalização da vida. 
Ethos é uma espécie de síntese dos costumes de um povo. O termo indica, de maneira geral, os traços 
característicos de um grupo, do ponto de vista social e cultural, que o diferencia de outros. Seria assim, um 
valor de identidade social (Dicionário Aurélio, 2003). 
Por modernidade, entende-se, ainda, um projeto histórico de construção e representação da vida social que 
se desenvolveu a partir de dois pilares: o pilar da emancipação e o pilar da regulação (Santos, 2000 apud Zioni,2009), projeto esse criador e criatura não só das sociedades modernas e contemporâneas, como também das 
formas hegemônicas de conhecimento e representação do mundo – social e natural – dessas sociedades, o 
conhecimento científico, a razão. 
Não podemos discutir sobre sociedade e meio ambiente e deixar de falar sobre população. O papel dado à 
população, segundo vários autores, reflete menos conflitos de evidências do que de interpretação da mesma 
evidência. Os estudos de caso com populações regionais têm sugerido cautela nas associações “população – 
transformação”. Isso, porém, não solapa o papel da população como importante força indutora de mudanças 
ambientais, mas acentua seu significado no contexto da organização tecnológica e sociocultural (Dias, 2004). 
Segundo o mesmo autor, quando esses estudos foram conduzidos regionalmente e em áreas que exibiam 
condições socioambientais 
similares, foram encontradas correlações fortes. Muitos estudos comparativos ofereceram evidências 
estatísticas que sustentavam correlações diretas entre crescimento populacional e desflorestamento. 
Bilsborrow e Okhoto-Ogendo (1999) citam diversos estudos que comprovaram tais correlações (Brasil, Haiti e 
Bolívia); entretanto, caracterizam-nas como “casuais”. Um estudo mais acurado foi desenvolvido na 
Guatemala, e a correlação direta foi estabelecida. No nosso estudo sobre a região de Taguatinga, Ceilândia e 
Samambaia, em 1996-1999 (Dias, 1999), essa correlação foi muito clara, inclusive com outros vetores sociais, 
como a violência, o desemprego, o aumento da emissão de gases estufa e outros. 
O mesmo autor acredita que essa correlação será diminuída com a redistribuição de terras e diminuição do 
crescimento populacional. Acrescentam uma dura crítica ao governo brasileiro pela sua omissão no “Sexto 
Encontro Ministerial sobre o Ambiente na América Latina e Caribe” (Brasília, março de 1989), por não fazer 
constar na “Carta de Brasília” uma palavra sequer sobre crescimento populacional, apesar de tê-lo 
considerado “of the highest priority”, citam. 
Aqui, cria-se um impasse: 
 
Um outro estudo relevante, buscando a compreensão dessas inter-relações, foi conduzido por Myers (1995 
apud Dias, 2004). Esse autor, enfatiza, falando sobre biodiversidade, que existem muitos elos que fazem o 
quadro muito mais complexo do que uma simples equação população/biodiversidade. 
Acrescenta que o crescimento populacional não é o único fator que está produzindo as mazelas ambientais 
conhecidas, não sendo mais que uma variável dentre as demais. São também importantes os tipos de 
tecnologia, o suprimento de energia, os sistemas econômicos, as relações comerciais, as persuasões políticas, 
as estratégias políticas e um conjunto de outros fatores que podem reduzir ou agravar o impacto do 
crescimento populacional (é óbvio que os padrões de produção e consumo estão por trás disso tudo, via 
“modelo de desenvolvimento”). 
 
Esse crescimento passa a ser significativo, em termos de produção de pressão ambiental, quando ele excede à 
capacidade de oferta de recursos naturais de um país aos seus habitantes ou quando excede a capacidade dos 
seus planejadores de desenvolvimento. 
Falando em população, não podemos deixar de entrar no contexto político. A palavra política, derivada do 
grego polis (cidade), tem sido empregada ao longo do tempo para designar o conjunto de atividades exercidas 
sobre a vida coletiva, assim como as reflexões sobre essas atividades e a instituição encarregada de sua 
implementação, o Estado. 
Atos políticos podem ser definidos como aqueles que dizem respeito à regulação de determinadas ações, que 
proíbem ou permitem à totalidade dos membros de um grupo, ou parte deles, uma determinada forma de 
ser. A palavra política, assim, designa não somente atos relacionados à conquista e à manutenção do poder, 
mas também uma série de atividades inerentes à vida coletiva (Zioni, 2008). 
Segundo a mesma autora, por poder entende-se a capacidade de, em uma relação social, um indivíduo ou 
grupo impor sua vontade a outros e, assim, determinar a forma de comportamento dos que se submetem a 
esse indivíduo ou grupo. Ao longo da história várias formas de conquista e manutenção do poder foram 
desenvolvidas no interior de diferentes sociedades visto que essa relação assimétrica vincula-se 
necessariamente a uma desigualdade social preexistente. 
PODER ECONOMICO - O poder econômico repousa na capacidade que a posse dos bens considerados vitais 
em determinadas situações, confere a quem os possui, no sentido de determinar o comportamento alheio. 
PODER IDEOLOGICO - O poder ideológico, por sua vez, consiste na propriedade que determinados grupos 
possuem para criar e difundir valores – que lhes são próprios – para o conjunto da sociedade. 
PODER POLITICO - O poder político, enfim, consiste na posse dos instrumentos mediante os quais se podem 
coagir outros indivíduos (Zioni, 2008). 
1. Ainda conforme a mesma autora, nas sociedades antigas, de pouca complexidade tecnológica e/ou posse 
comunal dos bens de produção, o poder ideológico representava a estratégia predominante de 
dominação. 
2. Nas sociedades modernas, de maior complexidade tecnológica e diferenciação social, o poder econômico 
passou a impor-se sobre as outras formas; em situações extremas, passou a ocupar lócus específico dos 
outros poderes como o Estado (poder político), a arte, a cultura, a ciência, a educação (poder ideológico). 
3. Nas sociedades contemporâneas, extremamente complexas, esses três tipos de poderes coexistem e se 
desenvolvem no sentido de que “fundamentam e mantém uma sociedade de desiguais” (Bobbio e Bovero, 
1994 apud Zioni, 2008). Desde o período moderno da história ocidental, a noção de sociedade está 
compreendida na noção de Estado-Nação, termo que designa um conjunto de indivíduos que 
compartilham uma identidade cultural e, na maioria das vezes, um espaço geográfico. 
 
O MUNDO ESTÁ SUPERPOVOADO? 
Para concluir a aula: 
A verdade é que tem gente demais no mundo! 
 
A população de 2017 está em cerca de 7,3 bilhões e está projetada para crescer em cerca de 1 bilhão na 
próxima década. Deve alcançar 9,6 bilhões de pessoas até 2050. 
Os problemas que conhecemos hoje, serão apenas pequenas demonstrações do que pode acontecer com a 
nossa qualidade de vida, se os rumos da escalada humana não sofrerem redirecionamentos. Além de 
redirecionamentos, precisamos de controle na questão do consumo e melhor consciência ambiental. 
 
O aumento da população e o consequente crescimento do consumo podem causar fenômenos prejudiciais à 
vida na Terra? 
Resposta: Elevar os estresses ambientais, com doenças infecciosas, danos na biodiverdidade, desmatamento 
de florestas tropicais, redução da pesca, escassez de água, poluição dos mares e mudanças climáticas. 
 
Leia o texto de Cintia Panarotto sobre o “Meio ambiente e o consumo sustentável: alguns hábitos 
que podem fazer a diferença”. 
 
Nesta aula, você: 
Analisou os aspectos da explosão populacional ao impacto do consumo. 
Reconheceu a questão do consumidor como novo ator social. 
AULA 4: EDUCAÇÃO AMBIENTAL 
A sociedade humana, empurrada por padrões de consumo insustentáveis, impostos por modelos de 
desenvolvimento insanos, completados por um mórbido e renitente crescimento populacional, tornou-se 
mais injusta, desigual e insensível de poucas décadas para cá. Agora experimenta um profundo colapso de 
ética e de valores humanísticos, verificável em suas atitudes diárias, permitindo o crescimento da corrupção, a 
corrosão da democracia e o alargamento do fosso entre ricos e pobres (Dias, 2004). 
 Vamos acrescentar a essa fala de Genebaldo Freire Dias todas as alterações ambientais globais, induzidas por 
dimensões humanas: poluição atmosférica, poluição das águas, dos solos, perda da biodiversidade, entre 
outros. 
Em nenhum período conhecido da história humana, ela precisou tanto de mudançade paradigma, de uma 
EDUCAÇÃO renovadora, libertadora. Mais do que produzir painéis solares mais baratos, reciclar e dotar os 
carros de células de combustível, em vez de petróleo, precisamos de um processo mais completo, que 
http://www.caxias.rs.gov.br/procon/site/_uploads/publicacoes/publicacao_5.pdf
http://www.caxias.rs.gov.br/procon/site/_uploads/publicacoes/publicacao_5.pdf
promova o desenvolvimento de uma compreensão mais realista do mundo. No século XX, o ser humano 
involuiu, ética e espiritualmente (Dias, 2004). 
O papel da educação ambiental nesse contexto torna-se mais urgente. Precisamos oferecer mais formação. A 
educação ainda “treina” o estudante, para ignorar as consequências ecológicas dos seus atos. 
 
Segundo Paulo Freire, famoso educador brasileiro, hoje reconhecido 
internacionalmente: 
Isso significa que a educação depende de adesão voluntária, depende 
de quem a incorpora e não de quem a propõe. 
No Relatório para a UNESCO de 1996, da Comissão Internacional sobre 
Educação para o século XXI, a educação aparece como indispensável à 
humanidade na construção dos ideais de paz, da liberdade e da justiça 
social como também para o desenvolvimento contínuo, tanto das 
pessoas como das sociedades, do século XXI em diante (Pelicioni, 
2009). 
Aqui, vemos que para falar de educação ambiental, temos que admiti-la 
como processo de educação política que busca formar para que a 
cidadania seja exercida e para uma ação transformadora, a fim de 
melhorar a qualidade de vida da coletividade. A abordagem sociocultural 
permite a ação pró-ativa e transformadora, proposta pela educação 
ambiental, se efetive, já que implica em formação para uma reflexão 
crítica (Pelicioni, 2009). 
A educação ambiental se coloca numa posição contrária ao modelo de desenvolvimento econômico vigente 
no sistema capitalista selvagem, em que os valores éticos, de justiça social e solidariedade não são 
considerados nem a cooperação é estimulada, mas prevalecem o lucro a qualquer preço, a competição, o 
egoísmo e os privilégios de poucos em detrimento da maioria da população (Pelicioni e Philippi Junior, 2005). 
 
MAS, ENFIM, QUAL É A DEFINIÇÃO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL? 
Educação ambiental é um instrumento que pode proporcionar 
mudanças na relação do homem com o ambiente e surge como 
respostas à preocupação da sociedade com o futuro da vida 
(alterado de: O que é educação ambiental, acessado em, 
20/04/2011). 
A educação ambiental também pode ser chamada de EA, sua 
abreviação, e tem como proposta principal a superação da 
dicotomia entre natureza e sociedade, através da formação de 
uma atitude ecológica nas pessoas. Um dos seus fundamentos é 
a visão socioambiental, que afirma que o meio ambiente é um 
espaço de relações, é um campo de interações culturais, sociais 
e naturais (a dimensão física e biológica dos processos vitais). 
Ressalte-se que, de acordo com essa visão, nem sempre as 
interações humanas com a natureza são daninhas, porque 
existe um copertencimento, uma coevolução entre o homem e 
seu meio. Coevolução é a ideia de que a evolução é fruto das 
interações entre a natureza e as diferentes espécies, e a 
humanidade também faz parte desse processo, segundo o mesmo site. 
HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL 
1965 - Keele Conference on Education and Countryside 
1969 - Conferência da Biosfera 
1972 - Primeira Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano 
1977 - A primeira Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental 
1987 - Congresso Internacional em Educação e Formação Ambientais 
1992 - Congresso Internacional em Educação e Formação Ambientais 
A educação ambiental (EA) na década de 1960, ainda não estava bem delineada e, por vezes, era confundida 
com educação conservacionista, aulas de ecologia ou atividades propostas por professores de determinadas 
disciplinas, que ora privilegiavam o estudo compartimentalizado dos recursos naturais e as soluções técnicas 
para os problemas ambientais locais, ora visavam despertar nos jovens um senso de maravilhamento em 
relação à natureza (Pelicioni, 2002 apud Pelicioni, 2009). 
Vários autores apontam a Keele Conference on Education and Countryside, realizada em 1965, na 
Universidade de Keele (Inglaterra), como um marco a partir do qual o termo Environmental Education 
(educação ambiental), que circulava em meios específicos, alcançou ampla divulgação (Martin e Wheeler, 
1975 apud Pelicioni, 2009). 
 
Pouco tempo depois, na Grã-Bretanha, implantou-se o Conselho para Educação Ambiental, voltado para a 
coordenação de organizações envolvidas com os temas educação e meio ambiente. Já em 1970, segundo 
Pelicioni (2009), o Conselho para EA fazia o seguinte alerta por meio de um relatório: 
... pessoas diferentes atribuem diversos significados {à EA}, e também muitos dos que usam o termo não têm 
certeza do que querem dizer. Parte da confusão emerge da tendência de ministrantes de diversas disciplinas 
em se apropriar do termo “ambiental” para sua área, qual seja ecologia, geografia, história, arqueologia, 
arquitetura, planejamento, sociologia ou estudos rurais. Alguns pensam exclusivamente em termos de 
ambientes naturais, outros em ambiente urbano ou em qualquer estágio do ambiente construído. 
No Brasil, durante a década de 1960, ocorreu uma nova onda de produção legislativa – o novo Código 
Florestal, a nova Lei de Proteção aos Animais e a criação de vários parques nacionais e estaduais. Entretanto, 
continuavam não sendo discutidos problemas fundamentais como o estilo de desenvolvimento que o país 
deveria adotar, a poluição, o zoneamento das atividades urbano-industriais, entre outros. Como observa 
Drummond (1997): 
 
No final da década de 1960, percebemos que a problemática ambiental suscita debates no mundo: A UNESCO 
(em colaboração com outras entidades) organiza a Conferência Intergovernamental de Especialistas sobre as 
Bases Científicas para Uso e Conservação Racionais dos Recursos da Biosfera, ou simplesmente, a Conferência 
da Biosfera. Esse evento, em Paris, deu continuidade ao tema da cooperação internacional em pesquisas 
científicas, que havia sido inicialmente abordado, em 1949, na Conferência Científica das Nações Unidas sobre 
a Conservação e Utilização de Recursos (Pelicioni, 2009). 
Após Estocolmo e seguindo sua recomendação de número 96, que atribuiu grande importância estratégica à 
EA, dentro dos esforços de busca da melhoria de qualidade ambiental, foram realizados diversos encontros 
nacionais, regionais e internacionais, dentro os quais, destacaremos o de Tbilisi, o de Moscou e o do Rio de 
Janeiro (Brasil). Para conhecermos estes encontros, vamos ler as informações de Genebaldo Freire Dias 
(2004): 
Tbilisi, 1977: A primeira Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental (Conferência de Tbilisi) 
foi realizada em Tbilisi na capital da Geórgia, CEI (ex-URSS), de 14 a 26 de outubro de 1977, organizada pela 
UNESCOA, em cooperação com o Pnuma, e constituiu-se num marco histórico para a evolução da EA. 
 
Até o presente, a Conferência de Tbilisi é a referência internacional para o desenvolvimento de atividades de 
educação ambiental. 
Esta Conferência produziu um documento, publicado em 1980, chamado “Livro Azul”, que até hoje é uma 
importante fonte de consulta para ações em EA. 
DE UMA FORMA SINTÉTICA, O DOCUMENTO EXPLICA QUE: 
1. Mediante a utilização dos avanços da ciência e da tecnologia, a educação deve desempenhar uma 
função capital com vistas a criar a consciência e a melhor compreensão dos problemas que afetam o 
meio ambiente. Essa educação há de fomentar a elaboração de comportamentos positivos de conduta 
com respeito ao meio ambiente e à utilização de seus recursos pelas nações. 
 
2. O EA deve dirigir-se a pessoas de todas as idades, a todos os níveis, na educação formal e não formal. 
Os meios de comunicação social têm a grande responsabilidade de por seus enormes recursosa 
serviço dessa missão educativa. 
 
3. A EA, devidamente entendida, deveria constituir uma educação permanente, geral, que reaja às 
mudanças que se produzem em um mundo em rápida evolução. Essa educação deveria preparar o 
indivíduo, mediante a compreensão dos principais problemas do mundo contemporâneo, 
proporcionando-lhe conhecimentos técnicos e qualidades necessárias para desempenhar uma função 
produtiva, com vistas a melhorar a vida e proteger o meio ambiente, prestando a devida atenção aos 
valores éticos. 
 
4. Ao adotar um enfoque global, sustentado em uma ampla base interdisciplinar, a EA cria uma 
perspectiva dentro da qual se reconhece a existência de uma profunda interdependência entre o meio 
natural e o meio artificial, demonstrando a continuidade dos vínculos dos atos do presente com as 
consequências do futuro, bem como a interdependência entre as comunidades nacionais e a 
solidariedade necessária entre os povos. 
 
Moscou, 1987: Dez anos depois da Conferência de Tbilisi, trezentos especialistas de cem países e 
observadores da IUCN, reuniram-se em Moscou, CEI (17 a 21 de agosto de 1987) para o Congresso 
Internacional em Educação e Formação Ambientais, promovido pela Unesco/ Unep/IEEP, conhecido como o 
Congresso de Moscou. 
O Congresso objetivou a discussão das dificuldades encontradas e dos progressos alcançados pelas nações, no 
campo da EA, e a determinação de necessidades e prioridades em relação ao seu desenvolvimento, desde 
Tbilisi. Fez uma análise da situação ambiental global e não encontrou sinais de que a crise ambiental houvesse 
diminuído. Ao contrário, o abismo entre as nações aumentou e as mazelas dos modelos de desenvolvimento 
econômico adotados se espalharam pelo mundo, piorando as perspectivas para o futuro. 
 
Concordou-se que a EA deveria, simultaneamente, preocupar-se com a promoção da conscientização, 
transmissão de informações, desenvolvimento de hábitos e habilidades, promoção de valores, 
estabelecimento de critérios e padrões, e orientações para resolução de problemas e tomada de decisões. 
Portanto, deveria objetivar modificações comportamentais nos campos cognitivos e afetivos. 
Rio-92: A Conferência do Rio, ou Rio-92, como ficou conhecida a Conferência das Nações Unidas sobre o 
Meio Ambiente e Desenvolvimento (Unced ou Earth Summit), veio contrariar os que gostam de tornar as 
coisas mais complicadas. Através do capítulo 4, Seção IV da Agenda 21, a Rio-92 corroborou as 
recomendações de Tbilisi para a EA. 
Ficou patente a necessidade do enfoque interdisciplinar e da prioridade das seguintes áreas de programa 
 
Mas a Agenda 21, um programa de ação de 800 páginas, não restringe a EA à Seção IV. A EA está presente em 
quase todos os 39 capítulos do documento, prevendo ações até o século XXI. 
A Rio-92 também endossou as recomendações da Conferência sobre Educação para Todos, realizada na 
Tailândia (1990), que incluiu o tratamento da questão do analfabetismo ambiental. Esse tipo de analfabetismo 
foi classificado como o mais cruel, pernicioso e letal para a perda contínua e progressiva da qualidade de vida 
no planeta. 
No capítulo 36 da Agenda 21 sugere-se a implantação de Centros Nacionais ou Regionais de Excelência 
especializados em Meio Ambiente. 
É importante termos a percepção de que a discussão da educação ambiental transcende a educação formal e 
os próprios encontros especializados no assunto, mas parte também da educação familiar e social. Somente 
através da união desses fatores é que poderemos ter esperança de que a preservação ambiental, para nosso 
presente e futuro no planeta, realmente aconteça, assim gerando a tão almejada sustentabilidade. 
Mesmo com toda sua capacidade científica e tecnológica disponível, o ser humano ainda tem fortes limitações 
para previsões. Os prognósticos, em sua maioria falham. O desenvolvimento de armas químicas e nucleares, o 
surgimento de ameaças globais à estabilidade dos sistemas que asseguram a vida na Terra e um bilhão de 
pessoas excluídas das benesses alcançadas pela humanidade não foram previstos por ninguém. Nessa 
escalada, a história revela momentos de lucidez e brilhantismo da espécie humana, ao lado de episódios 
desastrosos, bisonhos, inusitados, outros revestidos de uma estupidez absoluta (Dias, 2004). 
Mas para nossa alegria, os momentos de brilhantismo e lucidez estão, hoje, chamando a atenção para uma 
reversão de paradigmas e incentivando a reflexão de nosso papel como fator determinante no meio natural. É 
somente começarmos a listar as reuniões de discussão sobre os modelos de educação que podem 
transformar os pensamentos e as atitudes. 
Com isso liste, de forma cronológica, as principais reuniões e/ou conferências que discutiram a educação 
ambiental como um fator de desenvolvimento sustentável. 
Resposta: 
- Keele Conference on Education and Countryside, 1965 
- Conferência da Biosfera, 1969 
- Primeira Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, 1972 
- A primeira Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental, 1977 
- Congresso Internacional em Educação e Formação Ambientais, 1987 
- Rio-92, 1992. 
A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL: SUSTENTABILIDADE 
Vivemos nos dias atuais uma época de acontecimentos estranhos e fatos inusitados que se manifestam em 
relação ao clima e ao aparecimento de grandes problemas nas áreas produtivas de alimento do planeta. Tais 
problemas se devem a maléfica influência do modo de vida que a humanidade escolheu para seguir, que 
promove uma grande pilhagem dos recursos naturais que nosso mundo tem a oferecer e, por isso mesmo, 
esse mesmo planeta que nos acolheu, tende a tentar “se livrar” de nossa presença como se fossemos um 
corpo estranho. Deixamos o planeta fraco e doente e, através de práticas danosas, provocamos a ira da mão 
natureza e encontramos a encruzilhada de nossas existências. Ou mudamos a forma como exploramos os 
recursos naturais, e passamos a viver a sustentabilidade ou pereceremos de forma brutal e emersos em 
nossos próprios resíduos. 
Essa mudança de rumos; deverá ser traçada através da implementação de programas capazes de promover a 
importância da educação ambiental e a importância da adoção de práticas que visem a sustentabilidade e a 
diminuição de qualquer impacto que nossas atividades venham a ter no ecossistema que nos circunda e 
mantém. Através de um debate amplo e profundo de nossas necessidades e um correto entendimento de que 
a forma como atuamos hoje, só nos levará para a destruição e o aniquilamento. 
Compreender que aplicando uma política que promova a importância da educação ambiental voltada 
principalmente para a sustentabilidade já nas escolas primárias, criaremos nas novas gerações a devida 
mentalidade conservacionista e será muito mais fácil implementar políticas que visem à 
utilização sustentável dos recursos planetários no futuro. No entanto, é necessário que além da educação 
ambiental ou sustentabilidade ambiental, às práticas contrárias sejam combatidas e punidas rigorosamente já 
nos dias de hoje. Unir o empresariado e convencer as grandes corporações e os produtores rurais de que 
essas práticas não representarão diminuição de lucro para os seus empreendimentos e sim, em muitos casos, 
a criação de um importante diferencial que poderá alavancar seus negócios e abrir novas oportunidades de 
obter uma lucratividade ainda maior do que a atual. 
Essa prática de convencimento, também se enquadra numa política de educação ambiental voltada para a 
sustentabilidade. Contudo, o público alvo será muito mais impermeável e reticente quanto à adoção dessas 
práticas. Tratando-se de gestores e de grandes empresários, apenas a visão de que poderão lucrar ou reduzir 
http://www.atitudessustentaveis.com.br/conscientizacao/educacao-ambiental-qual-a-funcao-da-educacao-ambiental/
http://www.atitudessustentaveis.com.br/categoria/sustentabilidade/
http://www.atitudessustentaveis.com.br/categoria/ecossistema/custos atuais será capaz de permitir um convencimento eficiente nesse grupo de indivíduos. Da mesma forma, 
a aplicação de dispositivos punitivos e uma legislação que trate de forma dura e eficiente os abusos; servirá 
como amparo para inibir os mais insistentes e menos afetos aos novos objetivos. 
Muito mais que a simples causa do meio ambiente, a educação ambiental voltada para a sustentabilidade 
analisa um amplo espectro de fatores que leva em consideração também os indivíduos afetados pelas 
atividades e ameaças a comunidades sujeitas às conseqüências danosas das práticas predatórias. Assim deve-
se também ter em mente que a educação ambiental voltada para a sustentabilidade tem que prever a 
redução da vulnerabilidade dessas pessoas. 
COMO SER SUSTENTAVEL 
Nos tempos atuais, o termo sustentabilidade é tão batido e repetido a exaustão pela mídia que é 
praticamente impossível encontrar alguém que nunca tenha ouvido falar em meios de vida 
mais sustentáveis ou formas de levar uma existência em acordo com o bem estar do planeta em que vivemos. 
Contudo, para muitos o conceito de ser sustentável ainda é algo estranho e longe de suas realidades. Afinal de 
contas, como nossas atitudes de pessoas normais e sem pretensões megalomaníacas poderia afetar o planeta 
e provocar alguma ameaça a existência de toda a raça humana? Como eu, que sou apenas uma formiguinha 
nesse enorme mundo, poderia contribuir para refrear a devastação do meio ambiente e a escandalosa onda 
de poluição e destruição de recursos naturais que nos assola? 
Apesar da possível incompreensão e do absurdo que possa parecer, ser sustentávelindividualmente pode 
mesmo ajudar a resguardar a vida em nosso planeta e provocar um recuo na sanha poluidora que o homem 
vive hoje. Mas; como? 
Basta ter pequenas atitudes sustentáveis ao longo de sua existência. Assim, o “ser sustentável” transforma-se 
numa legião de formiguinhas que juntas podem mudar o mundo e a forma como a humanidade afeta 
negativamente a vida em nosso mundo. Medidas simples como economizar e reciclar papel. Reciclar latas e 
embalagens; não queimar lixo; economizar água e energia elétrica através de um uso mais racional desses 
recursos; garantir que as empresas que fornecem bens e serviços para você tenham também a mesma 
preocupação e recusando-se a consumir produtos de origem ilícita ou que tenham sido obtidos (extraídos ou 
fabricados) através de meios prejudiciais a natureza. 
Agindo desta forma, você acabará por criar “uma onda” que se propagará ao seu redor e provocará novas 
mudanças em outras pessoas que, por sua vez, gerarão ondas em torno de si em uma pirâmide do bem que se 
espalhará por toda a sociedade. 
É claro que ser sustentável num mundo de altíssimo consumo e onde as pessoas valem pelo que podem 
consumir e pelo que tem e não pelo que são e pelos exemplos que produzem; esse modo de vida tem lá os 
seus percalços e seus inconvenientes. Mas, com o passar do tempo e com a evolução da mentalidade geral e 
da educação ambiental que for fornecida para as pessoas comuns; essa forma de vida será aceita por toda a 
sociedade como a única forma realmente possível de prolongarmos a nossa existência nessa nossa ínfima e 
adorável bola de pedra que chamamos de Terra. 
Muito em breve; o “ser sustentável” estará colocado para a humanidade de uma forma até mesmo forçosa. 
Pois, no ritmo em que a degradação ambiental e a exploração dos recursos naturais ocorrem; o ser humano 
colocará sua própria existência em perigo, caso não mude seus conceitos e nem reveja a forma de encarar sua 
presença e sua interferência na natureza. As alterações climáticas e os problemas que só vemos aumentar a 
cada dia; deixarão bem claro que a mudança será uma questão de vida ou de morte. 
http://www.atitudessustentaveis.com.br/sustentabilidade/como-ser-sustentavel/ 
Nesta aula, você: 
 
Analisou a questão da educação ambiental como uma ferramenta de auxílio na conscientização da 
sociedade. 
Reconheceu que a educação ambiental é necessária para o desenvolvimento sustentável. 
AULA 5: PREOCUPAÇÃO MUNDIAL 
Como podemos relacionar a sociedade e a natureza de uma forma harmônica e não depreciativa? 
Esta é uma questão polêmica a qual ainda hoje o homem tem muita dificuldade em responder. 
Segundo Hammes (2004), algumas das paisagens mais admiradas são produtos da degradação ambiental 
ocasionada pela própria natureza. 
A erosão provocada pelos ventos ou pela água contorna esculturalmente as rochas, contribuindo para a 
formação dos solos. Já, a intervenção nas regiões selvagens pelo ser humano, ocorre à custa de grande 
prejuízo ecológico. 
Será que o homem é o grande vilão da alteração maléfica do meio ambiente? Isso tem solução? A gestão 
ambiental pode ajudar nisso? 
POLÍTICA E O MEIO AMBIENTE 
Para começarmos a falar sobre gestão ambiental, temos, obrigatoriamente, que falar sobre política. 
Ao instituir uma política ambiental, é necessário que o governo estabeleça os objetivos, defina as estratégias 
de ação, crie as instituições e estruture a legislação que a contém e que orienta sua aplicabilidade. 
Esse universo de implementação da política constitui o sentido da gestão ambiental. 
Com isso, a gestão ambiental é, portanto, a implementação pelo governo de sua política ambiental, pela 
administração pública, mediante a definição de estratégias, ações, investimentos e providências institucionais 
e jurídicas, com a finalidade de garantir a qualidade do meio ambiente, a conservação da biodiversidade e o 
desenvolvimento sustentável (Philippi Junior e Maglio, 2009). Segundo os mesmos autores é preciso salientar 
que existem outras definições para gestão ambiental, mas o conceito original, segundo a Lei 6.938/81, diz 
respeito à administração, pelo governo, do uso de recursos ambientais, por meio de ações ou medidas 
econômicas, investimentos e providências institucionais e jurídicas, com a finalidade de manter ou recuperar 
a qualidade do meio ambiente, assegurar a produtividade dos recursos e desenvolvimento social. 
http://www.atitudessustentaveis.com.br/sustentabilidade/como-ser-sustentavel/
A Encyclopedia Britannica (1978 apud Verocai, 1997) realça a visão de gestão relacionando-a ao uso racional 
de recursos naturais: o controle apropriado do meio ambiente físico, para propiciar seu uso com o mínimo 
abuso, de modo a manter as comunidades biológicas, para o benefício continuado do homem. 
Já Hurtubia (1980 apud Philippi Junior e Maglio, 2009) coloca a perspectiva da gestão ambiental relacionada 
ao uso produtivo de recursos naturais em atividades primárias. A tarefa de administrar o uso produtivo de um 
recurso renovável sem reduzir a produtividade e a qualidade ambiental, normalmente em conjunto com o 
desenvolvimento de uma atividade. 
SUPORTE DOS ECOSSISTEMAS 
Outro enfoque relaciona a gestão ambiental ao conceito de capacidade de suporte dos ecossistemas. 
Tentativa de avaliar valores-limites das perturbações e alterações que, uma vez excedidos, resultam em 
recuperação bastante demorada do meio ambiente, e a tentativa de manter os ecossistemas dentro de suas 
zonas de resiliência, de modo a maximizar a recuperação dos recursos do ecossistema natural para o homem, 
assegurando sua produtividade prolongada e de longo prazo (Interim Mekong Committee, 1982 apud Philippi 
Junior e Maglio, 2009). 
*RESILIENCIA-Capacidade de um ecossistema retornar ao seu estado de equilíbrio dinâmico, após sofrer uma 
alteração ou agressão. 
GESTÃO AMBIENTAL 
Numa visão mais moderna, a gestão ambiental desenvolve-se com base na formulação de uma política 
ambiental, em que estejam definidos os instrumentos de gestão a serem utilizados (controle ambiental, 
avaliação de impactos ambientais, planejamento ambiental, objetos de conservação ambiental, planos de 
gestão etc.). Como elementos dessa política, devem ser também definidos os critérios de uso, de manejo e de 
controle da qualidade dos recursos ambientais(Philippi Junior e Maglio, 2009). 
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Nos últimos anos, o conceito de gestão vem sendo utilizado para incluir, além da gestão pública do meio 
ambiente, os programas de ação desenvolvidos por empresas e instituições não-governamentais para 
administrar suas atividades dentro dos modernos princípios de proteção do meio ambiente. 
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Estes podem complementar a ação pública em aspectos não relacionados com a ação normativa e de 
controle, que é exclusiva da instância governamental. Dessa forma o conceito de gestão ambiental tem 
evoluído na direção de uma perspectiva de gestão compartilhada entre os diferentes agentes envolvidos e 
articulados em seus diferentes papéis, segundo os mesmos autores. 
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Gestão ambiental é, portanto, um processo político-administrativo de responsabilidade do poder constituído, 
destinado a, com participação social, formular, implementar e avaliar políticas ambientais a partir da cultura, 
realidade e potencialidade de cada região, em conformidade com os princípios de desenvolvimento 
sustentável. 
QUALIDADE AMBIENTAL 
 
A preocupação com a qualidade ambiental vem crescendo com a evolução da sociedade, paulatinamente, à 
medida que os problemas se tornam cruciais e exigem soluções. 
Soluções essas que vêm sendo tomadas pelo poder público em seus códigos e nas demais legislações, muitas 
vezes exigindo intervenções diretas nos diferentes níveis de governo. 
O conhecimento de situações como essas, não só pelos cidadãos locais, mas especificamente por viajantes de 
outros estados e países, observa-se no século XIX como a oportunidade de troca de experiências, levando a 
inovações e ao aperfeiçoamento das tecnologias usuais (Bruno, 2009). 
Conforme o mesmo autor, essa troca de experiências ganhou maior amplitude no século XX, destacando-se 
sua última década, quando as conferências internacionais assumem o papel dos viajantes do século anterior, 
tornando-se mais que pontos de troca de experiências, à medida que passam a ser também os locais de 
assinaturas de convenções e de protocolos internacionais. 
É por esses documentos que os países signatários desses acordos se comprometem com o propósito firme de 
cuidar do meio ambiente, com a finalidade de criar condições propícias à qualidade de vida de suas 
populações. 
 
Em sua evolução, a sociedade volta-se globalmente para preservar o meio ambiente em prol das gerações 
futuras. Com decisões socioeconômicas tomadas em prol da manutenção dos recursos ambientais, as 
repercussões se fazem sentir especialmente nas atividades urbanas, pois é nas cidades que hoje se concentra 
a maioria da população mundial, cerca de 80%. 
 
Nesse panorama de encontros e discussões sobre o meio ambiente, destaca-se a importância da formação de 
profissionais que saibam compreender as diferentes dificuldades de suas sociedades, podendo então 
contribuir com soluções adequadas, não predatórias e voltadas para a conservação, a preservação e o 
controle dos recursos da natureza (alterado de Philippi Junior, Roméro e Bruna, 2009). 
 
 
Leia o artigo “O que é gestão ambiental”. 
http://w3.ualg.pt/~jmartins/Gest%C3%A3oAmbiental.pdf
Para entender o histórico dos movimentos ambientalistas que discutiram, ao longo do tempo, a questão da 
sustentabilidade, leia agora as reflexões de Pelicioni(2009). Em seguida, leia o texto sobre a “Conferência das 
Nações Unidas sobre meio Ambiente e desenvolvimento”, de Kohler e Philippi Junior (2005) 
 
Nesta aula, você: 
Verificou o histórico sobre as conferências internacionais que definiram a sustentabilidade como meta. 
Reconheceu a gestão ambiental como principais instrumentos nestes processos. 
 
 
AULA 6: LEGISLAÇÃO E POLÍTICAS PÚBLICAS 
Nesta aula, teremos a apresentação da trajetória legal e das políticas públicas brasileiras relacionadas à gestão 
ambiental e à educação ambiental. 
 
Desde o princípio, o homem interage com o meio ambiente esforçando-se em descobrir as charadas da 
natureza. A condição rude do homem primitivo não o impediu de ser criativo para melhor viver. Os registros 
da pré-história revelam sua enorme capacidade organizativa e coordenação motora diferenciada. Fazendo uso 
desses talentos, no afã de evitar seu próprio aniquilamento ante a natureza selvagem, o homem conquistou o 
mundo (Pedro e Frangetto, 2009). 
 
Segundo os mesmos autores, não se pode negar que a disputa homem versus natureza mostra, a princípio, 
instintiva atitude do ser inteligente em busca de um equilíbrio de forças com tudo que na imensidão o 
circunda. 
 
A harmonia com o meio ambiente, porém, é obstruída pelo aumento do número de pessoas, bem como pelo 
consumo em larga escala dos recursos ambientais. Sem a administração desses recursos, é impossível tê-los 
acessíveis a todos. 
 
Com isso surge as políticas públicas, que deveriam regular o uso desses recursos, necessários para a vida da 
sociedade, de forma justa e com igualdade. 
Será que é isso que observamos das políticas públicas atuais do Brasil? 
 
POLÍTICAS PÚBLICAS RELACIONADAS AO MEIO AMBIENTE 
 
Antes de mais nada, para podermos nos situar nas políticas públicas relacionadas ao meio ambiente vamos a 
alguns esclarecimentos conceituais: 
 
Segundo Sorrentino et al. (2005), a palavra política origina-se do grego e significa limite. Dava-se o nome de 
 ao muro que delimitava a cidade do campo. só depois se passou a designar polis o que estava contido no 
interior dos limites do muro. O resgate desse significado, como limite, talvez nos ajude a entender o 
verdadeiro significado da política, que é a arte de definir os limites, ou seja, o que é o bem-comum 
(Gonçalves, 2002, p. 64). 
 
Para Arendt (2000), a pluralidade é a “condição pela qual” (conditio per quam) da política, implica e tem por 
função a conciliação entre pluralidade e igualdade. Quando entendemos política a partir da origem do termo, 
como limite, não falamos de regulação sobre a sociedade, mas de uma regulação dialética sociedade-Estado 
que favoreça à pluralidade e a igualdade social e política. 
 
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon105/docs/17SU_aula05_reflex%C3%B5es_de_Pelicioni.pdf
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon105/docs/17SU_aula05_Confer%C3%AAncia_das_Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas_sobre_Meio%20Ambiente_Desenvolvimento.pdf
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon105/docs/17SU_aula05_Confer%C3%AAncia_das_Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas_sobre_Meio%20Ambiente_Desenvolvimento.pdf
Por seu turno, o ambientalismo coloca-nos a questão dos limites que as sociedades têm na sua relação com a 
natureza, com suas próprias naturezas como sociedades. Assim, resgatar a política é fundamental para que se 
estabeleça uma ética da sustentabilidade resultante das lutas ambientalistas (Sorrentino et al., 2005). 
 
Munidos desses preceitos, entenderemos melhor o histórico das políticas públicas de meio ambiente em 
nosso país (não que a mesma seja justificável em seus erros e acertos, mas está hoje da forma como se 
apresenta por determinantes históricos). 
 
POLÍTICA AMBIENTAL 
 
Até o início do século XX, o campo político e institucional brasileiro não se sensibilizava com os problemas 
ambientais, embora não faltassem problemas e nem vozes que os apontassem. A abundância de terras férteis 
e de outros recursos naturais, enaltecida desde a Carta de Caminha ao rei de Portugal, tornou-se uma espécie 
de dogma que impedia enxergar a destruição que vinha ocorrendo desde os primeiros anos da colonização. 
 
A degradação de uma área não era considerada um problema ambiental pela classe política, pois sempre 
havia outras a ocupar com o trabalho escravo. As denúncias sobre o mau uso dos recursos naturais não 
encontravam ecos na esfera política dessa época, embora muitos denunciantes fossem políticos ilustres, 
como José Bonifácio, Joaquim Nabuco e André Rebouças. 
 
Nenhuma legislação explicitamente ambiental teve origem nas muitas denúncias desses políticos, que podem 
ser considerados os precursores dos movimentos ambientalistasnacionais e que, já nas suas origens, 
apresentavam uma tônica socioambiental dada pela luta contra a escravatura, a monocultura e o latifúndio. 
 
Somente quando o Brasil começa a dar passos firmes em direção à industrialização, inicia-se o esboço de uma 
política ambiental. A adesão do Brasil aos acordos ambientais multilaterais das primeiras décadas do século 
XX, praticamente não gerou nenhuma repercussão digna de nota na ordem interna do país. Tomando como 
critério a eficácia da ação pública e não apenas a geração de leis, pode-se apontar a década de 1930 como o 
início de uma política ambiental efetiva (Barbieri, 2010). 
 
EVOLUÇÃO DA POLÍTICA AMBIENTAL 
 
Conforme Barbieri (2010), uma data de referência é o ano de 1934, quando foram promulgados os seguintes 
documentos relativos à gestão de recursos naturais: 
 
 
Outras iniciativas governamentais importantes desse 
período foram: criação do Parque Nacional de Itatiaia, 
o primeiro do Brasil e a organização do patrimônio 
histórico e artístico nacional. As políticas públicas 
dessa fase procuram alcançar efeitos sobre os 
recursos naturais por meio de gestões setoriais (água, 
florestas, mineração, etc), para as quais foram sendo 
criados órgãos específicos, como o Departamento 
Nacional de Recursos Minerais, Departamento 
Nacional de Água e Energia Elétrica e outros. 
 
 
Os problemas relativos à poluição só seriam sentidos 
em meados da década de 1960, quando o processo 
de industrialização já havia se consolidado. No início 
dessa fase, na década de 1930, o rio Tietê, por 
exemplo, era usado para lazer de muitos paulistanos, 
que se tornaria inviável algumas décadas depois. Até 
meados da década de 1970, a poluição industrial 
ainda era vista como um sinal de progresso e, por 
isso, muito bem-vinda para muitos políticos e 
cidadãos. 
 
 
POLÍTICA DE COMANDO E CONTROLE 
 
Enquanto as mudanças ocorriam no Brasil, no mundo iniciava-se uma política de comando e controle 
(Command and Control Policy), que assumiu duas características muito definidas, segundo Lustosa, Cánepa e 
Young (2003): 
 
 A imposição pela autoridade ambiental, de padrões de emissão incidentes sobre a produção final (ou 
sobre o nível de utilização de um insumo básico) do agente poluidor. 
 A determinação da melhor tecnologia disponível para abatimento da poluição e cumprimento do padrão 
de emissão. 
 
A razão de ser dessa política é perfeitamente compreensível. Dado o elevado crescimento das economias 
ocidentais no pós-guerra, com a sua também crescente poluição associada, é necessária uma intervenção 
maciça por parte do Estado. 
 
Este não pode mais se apoiar simplesmente na disputa em tribunais, caso a caso (esfera do Direito Civil), 
sendo necessário dispor de instrumentos vinculados ao Direito Administrativo, mais adequados a essa 
atuação maciça. 
 
Entretanto, essa política “pura” de comando e controle apresenta uma série de deficiências, como a 
morosidade de sua implementação, segundo os mesmos autores. 
 
 
 
 
POLÍTICA AMBIENTAL NO MUNDO 
Tentando solucionar os problemas, de certo modo acumulados e agravados ao longo do tempo, os países 
desenvolvidos encontram-se hoje numa terceira etapa da política ambiental e que, à falta de melhor nome, 
poderíamos chamar de política “mista” de comando e controle. 
 
Nessa modalidade de política ambiental, os padrões de emissão deixam de ser meio e fim da intervenção 
estatal e passam a ser instrumentos, dentre outros, de uma política que usa diversas alternativas e 
possibilidades para a consecução de metas acordadas socialmente. Temos assim, a adoção progressiva dos 
padrões de qualidade dos corpos receptores como metas de política e a adoção de instrumentos econômicos 
– em complementação aos padrões de emissão – no sentido de induzir os agentes a combaterem a poluição e 
a moderarem a utilização dos recursos naturais, ainda conforme Lustosa, Cánepa e Young (2003). 
 
O Brasil, após a Conferência de Estocolmo de 1972, quando as preocupações ambientais se tornam mais 
intensas, embora nessa ocasião o governo militar brasileiro não reconheceu a gravidade dos problemas 
ambientais e defendeu sua ideia de desenvolvimento econômico, na verdade um maldesenvolvimento, em 
razão da ausência de preocupações com o meio ambiente e a distribuição de renda. Porém, os estragos 
ambientais mais do que evidentes e a colocação dos problemas ambientais em dimensões planetárias 
exigiram do poder público uma nova postura. Em 1973, o Executivo Federal cria a Secretaria Especial do Meio 
Ambiente e diversos estados criaram sua agências ambientais especializadas, como a Cetesb no Estado de São 
Paulo e a Feema no Estado do Rio de Janeiro (Barbieri, 2010). 
 
POLÍTICA AMBIENTAL NO BRASIL 
O mesmo autor também mostra que, em matéria ambiental, o Brasil também seguiu uma tendência 
observada em outros países. Onde os problemas ambientais são percebidos e tratados de modo isolado e 
localizado, repartindo o meio 
ambiente em solo, ar e água, 
e mantendo a divisão dos 
recursos naturais: água, 
florestas, recursos minerais e 
outros. Só no início da 
década de 1980 é que 
passariam a ser considerados 
problemas generalizados e 
interdependentes, que 
deveriam ser tratados 
mediante políticas 
integradas. 
 
A legislação federal sobre 
matéria ambiental nessa fase 
procurava atender problemas 
específicos, dentro de uma abordagem segmentada do meio ambiente e percebe-se isso através dos textos 
legais abaixo 
Foi com o advento da Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio 
Ambiente, que conhecemos uma definição legal e passamos a ter uma visão global de proteção ao meio 
ambiente. Ela foi editada com o fito de estabelecer a política nacional do meio ambiente, seus fins, 
mecanismos de formulação, aplicação, conceitos, princípios, objetivos e penalidades devendo ser entendida 
como um conjunto de instrumentos legais, técnicos, científicos, políticos e econômicos destinados à 
promoção do desenvolvimento sustentado da sociedade e da economia brasileira. Embora tenha sido editada 
no início da década de 1980, continua sendo de fundamental importância para o meio ambiente (Funiber, 
2009). 
POLÍTICAS PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL 
Para compreendermos as políticas públicas de educação ambiental, vamos ler o texto de Sorrentino et al. 
(2005), que fala sobre “A questão da educação ambiental como política pública”. Com esse texto, podemos 
perceber a discussão da educação ambiental nas políticas públicas no Brasil, que ainda está em fase de 
amadurecimento e também é muito polêmica. 
A QUESTÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO POLÍTICA PÚBLICA 
 
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon105/docs/17SU_aula06_A_quest%C3%A3o_da_educa%C3%A7%C3
%A3o_ambiental_como_pol%C3%ADtica_p%C3%BAblica.pdf 
 
Segundo Ferreira (apud Tavolaro, 1999) "As políticas públicas estão hoje a meio caminho entre um discurso 
atualizado e um comportamento social bastante predatório: por um lado, as políticas públicas têm 
contribuído para o estabelecimento de um sistema de proteção ambiental no país; mas, por outro, o poder 
público é incapaz de fazer cumprir aos indivíduos e às empresas uma proporção importante da legislação 
ambiental" (p. 107). Tal quadro parece repetir-se no momento em que descemos ao nível estadual. A mesma 
autora coloca que a implementação dessas políticas restringiu-se ao caráter preservacionista da questão, 
além das agências estaduais de meio ambiente atuarem de forma marginal, com poucos recursos, e 
desconectadas das demais políticas. Vista desse ângulo, por que apostar tantas fichas na internalização da 
questão ambiental pelas políticas públicas municipais no caso brasileiro? Temos que ter em mente que: “a 
sociedade não é o lugar da harmonia, mas, de conflitos e de confrontos que ocorrem em suas diferentes 
esferas (da política, da economia, das relações sociais, dos valores, etc.).” A diversidade de opções 
ambientalistas resulta numa certa conflituosidade

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