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Responsabilidade Civil por Lesão Corporal

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Direito Civil IV | Maria Eduarda Q. Andrade 
 
 
 
A lesão corporal pode ser divida em lesão 
corporal de natureza LEVE e natureza 
GRAVE. 
® Estão no art. 949 e 950 do CC. 
 
¨ Lesão corporal leve 
Dispões o art. 949 do CC: 
No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, 
ofensor indenizará o ofendido das despesas 
do tratamento e dos lucros cessantes até ao 
fim da convalescença, além de algum outro 
prejuízo que o ofendido prove haver 
sofrido. 
® Trata-se de lesões corporais 
transitórias, isto é, que não deixam 
marcas. 
 Serão pagas pelo agente causador do dano 
as despesas do tratamento, podendo ser 
despesas hospitalares, médicas, etc. 
® Lesões corporais exageradas, 
incluindo tratamento no estrangeiro, 
o juiz pode glosá-las. 
 
® Lucros cessantes 
Aquilo que a vítima deixou de ganhar em 
virtude do acidente. Podem ser os dias de 
trabalhos perdidos. 
Devendo ser pagos até a alta médica ou até 
ficar em condições de retornar ao trabalho 
normal. 
® A expressão “além de algum outro 
prejuízo que o ofendido prove haver 
sofrido”: permite que a vítima 
pleiteie, também, reparação de dano 
moral. 
 
 
 
Ou seja, os danos morais dependem do 
caso concreto. 
¨ Lesão corporal de natureza grave 
O CC trata de forma generalizada a lesão 
corporal grave, em um único artigo, o 
mesmo que a lesão de natureza leve: art. 
949. 
® Há a previsão de indenização das 
despesas do tratamento e dos lucros 
cessantes, além de algum outro 
prejuízo que o ofendido prove haver 
sofrido. 
® É claro que nesse caso os valores da 
indenização serão mais elevados. 
Em caso de lesão corporal de natureza 
grave, pode abranger todas as despesas 
médicas e hospitalares, como cirurgias, 
aparelhos ortopédicos, fisioterapia, etc. 
Importante: quanto ao dano estético. 
Para que se caracterize deformidade, é 
preciso que haja o dano estético. O que se 
indeniza, nesse caso, é a tristeza, o vexame, 
a humilhação. 
® Dano moral decorrente da 
deformidade física. 
 
® Há hipóteses de cumulação do dano 
patrimonial com o estético, este 
como aspecto do dano moral. 
Lesão corporal e inabilitação para o 
trabalho. 
É espécie de lesão grave. Está disposto no 
art. 950 do CC: 
“Se a ofensa resultar defeito pelo qual o 
ofendido não possa exercer o seu ofício ou 
profissão, ou se lhe diminua a capacidade 
Responsabilidade Civil e Lesão Corporal 
 
Direito Civil IV | Maria Eduarda Q. Andrade 
 
de trabalho, a indenização, além das 
despesas do tratamento e lucros cessantes 
até ao fim da convalescença, incluirá pensão 
correspondente à importância do trabalho 
para que se inabilitou, ou da depreciação 
que ele sofreu. 
Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, 
poderá exigir que a indenização seja 
arbitrada e paga de uma só vez”. 
® A inabilitação refere-se à profissão 
exercida pela vítima e não a qualquer 
atividade remunerada. 
 
® O grau de incapacidade é apurado 
mediante perícia médica. 
 
® A indenização abrange o pagamento 
das despesas de tratamento, o 
ressarcimento dos lucros cessantes e, 
ainda, uma pensão correspondente 
ao grau de redução da capacidade 
laborativa. 
 
E se a lesão causar uma redução na 
capacidade de trabalho, ou seja, não for 
100%? 
O pagamento dos lucros cessantes deve ser 
feito de modo integral até a obtenção da 
alta médica, ou seja, até que a vítima esteja 
em condições de retornar ao trabalho 
normal. 
Daí por diante, corresponderá a uma 
porcentagem do salário que deveria 
receber normalmente, proporcional à 
redução de sua capacidade laborativa. 
® Se a pessoa não conseguir provar ou 
então o lesado não consegue 
demonstrar qualquer renda, adota-se 
por base o salário mínimo. 
 
Lesão Corporal e idosos aposentados. 
Não há de se falar em pagamento de 
pensão pela redução ou incapacidade 
laborativa quando a vítima se encontrava: 
1. Incapacitada de exercer qualquer 
atividade, por problemas de saúde 
ou mesmo pela ancianidade; 
2. Por estar aposentada e não estar 
exercendo atividade suplementar. 
Tais hipóteses não irão acarretar pensão, 
uma vez que não colaboravam 
economicamente para o seu sustento. 
Entretanto, se a vítima se encontrava 
aposentada, mas exercia outras atividades, 
seja no lar, em serviços suplementares, que 
passam a ser executados por terceiros, o 
prejuízo neste caso é evidente e, portanto, 
indenizável. 
Qual o tempo de duração da pensão no 
caso de lesão corporal que inabilita para o 
trabalho? 
Segundo entendimento do STF: a pensão 
mensal por incapacidade laborativa deve 
ser vitalícia, vez que, se a vítima sobreviveu 
ao acidente, não cabe estabelecer limite 
com base na duração de vida provável. 
® Pensão mensal é vitalícia, não 
devendo ser limitada ao tempo 
provável de vida da vítima. 
® Deve ser convertida em 
porcentagem sobre o salário mínimo. 
® Enquanto viver, ela terá direito. 
Importante: se o lesado haver recebido 
auxilio do instituto de previdência, não 
significa que irá afastar a indenização. 
® A pensão não pode ser reduzida se a 
vítima melhorou de vida. 
 
 
Direito Civil IV | Maria Eduarda Q. Andrade 
 
Pagamento de pensão a menores que 
ainda não exercem atividade laborativa. 
Como dispõe o art. 950 o pagamento de 
pensão para a hipótese de o ofendido não 
poder exercer o seu ofício ou profissão, ou 
lhe diminuir o valor do trabalho. Deverá ser 
fixada, pois, com base nos rendimentos 
auferidos pelo lesado, no exercício de sua 
profissão ou ofício. 
Mas, e no caso do menor que ainda não 
exerce atividade laborativa? 
Dependendo da lesão (da proporção) que 
pode se argumentar que como o menor 
ainda não exerce atividade laborativa, 
somente poderá pleitear a reparação do 
dano com base no art. 949 do CC, sem 
direito à pensão mensal e vitalícia. 
® Por não saber qual profissão ele irá 
exercer, estaria assim pleiteando 
dano futuro. 
Entretanto, há lesões que prejudicam o 
exercício de qualquer profissão. Nesse caso, 
o dano não é futuro, nem representa 
indenização de meras expectativas: pois é 
certo e atual. 
® O valor a ser fixado dependerá de 
circunstâncias futuras. 
® Pode ser fixado com base no salário 
mínimo e por arbitramento. 
® Leva-se em conta especialmente a 
situação sócial do ofendido, o meio 
em que vive e a profissão exercida 
por seus pais e irmãos. *** 
Importante: está com asteriscos pois é algo 
de se questionar na doutrina, pois tal 
requisito quer dizer que, se os membros da 
família composta por trabalhadores braçais, 
podendo presumir-se que o menor seguirá 
a mesma trilha.

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