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DOCÊNCIA EM SAÚDE EMPREENDEDORISMO 1 Copyright © Portal Educação 2012 – Portal Educação Todos os direitos reservados R: Sete de setembro, 1686 – Centro – CEP: 79002-130 Telematrículas e Teleatendimento: 0800 707 4520 Internacional: +55 (67) 3303-4520 atendimento@portaleducacao.com.br – Campo Grande-MS Endereço Internet: http://www.portaleducacao.com.br Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - Brasil Triagem Organização LTDA ME Bibliotecário responsável: Rodrigo Pereira CRB 1/2167 Portal Educação P842e Empreendedorismo / Portal Educação. - Campo Grande: Portal Educação, 2012. 99p. : il. Inclui bibliografia ISBN 978-85-8241-172-8 1. Empreendedorismo. I. Portal Educação. II. Título. CDD 658.421 2 SUMÁRIO 1 EMPREENDEDORISMO ............................................................................................................ 4 1.1 Característica do comportamento do empreendedor .......................................................... 5 1.2 Perfil do Empreendedor – características comuns que proporcionam o sucesso do empreendedor .................................................................................................................................... 14 2 O QUE É EMPOWERMENT ...................................................................................................... 19 2.1 Porque empowerment, às vezes, não dá certo? ................................................................... 21 3 CRIANDO A EMPRESA ............................................................................................................ 24 3.1 Ser Empreendedor................................................................................................................... 25 3.2 Passo a passo para a busca de oportunidade de negócios ................................................ 27 3.3 Análise dos Riscos .................................................................................................................. 29 4 DEFINIÇÃO DO NEGÓCIO ....................................................................................................... 31 4.1 Plano de Negócio..................................................................................................................... 31 4.1 Elaboração do Plano de Negócio ........................................................................................... 37 4.2 Estrutura do Plano de Negócio .............................................................................................. 38 5 ABERTURA DE EMPRESA ...................................................................................................... 41 5.1 Classificação da Empresa ...................................................................................................... 44 6 GESTÃO EMPRESARIAL ........................................................................................................ 46 7 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL ........................................................................................... 48 3 8 ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA .......................................................................................... 49 8.1 Decisões estratégicas ............................................................................................................. 50 9 A PESQUISA SOBRE EMPREENDEDORISMO ...................................................................... 57 9.1 Detalhes do Programa sobre empreendedorismo para o Brasil ......................................... 71 10 AMBIENTE DO SISTEMA – CONCEITO .................................................................................. 80 10.1 Administração do tempo ......................................................................................................... 89 REFERÊNCIAS ................................................................................................................................... 96 4 1 EMPREENDEDORISMO Empreendedor - A existência de pessoas empreendedoras é o requisito básico para o surgimento de qualquer ramo de iniciativa empresarial. Todas as relações humanas surgem pela motivação de pessoas com espírito empreendedor. A criação de novas empresas, a introdução de inovações nas empresas já existentes e mesmo a dinamização de uma instituição depende da forma empreendedora das pessoas. Os estudos revelam que regiões que mais se desenvolveram são aquelas onde concentram uma maior quantidade de empreendedores. O potencial e as habilidades empreendedoras estão latentes em algumas pessoas que manifestam interesse em empreender, quer seja através da criação de uma nova empresa própria, ou mesmo empreendendo inovações e novos negócios para as empresas em que trabalham. 5 A contribuição ao desenvolvimento econômico e social é dada pelos empreendedores na medida em que criam empregos, geram impostos, fortalecem a concorrência, inovam e produzem riquezas. Por isto são chamados de agentes de desenvolvimento e de mudança. O empreendedor deve estar motivado pela auto-realização, desejo de assumir responsabilidades e independência e novos desafios. O empreendedor considera irresistível ter esta postura pessoal, estando sempre buscando novas idéias, seguidas sempre da ação. As realizações em sua totalidade constroem a ação empreendedora para as pessoas com capacidade de agir, de tomar decisões para que seus sonhos, visões e projetos transformem-se em realidade, utilizam-se da própria capacidade de combinar recursos produtivos, capitais, matéria-prima e trabalho - para realização de obras, fabricando seus produtos e prestando serviços destinados a satisfazer necessidades de pessoas. Para que tenhamos uma melhor compreensão das características do comportamento empreendedor estaremos colocando as principais dentro do comportamento assumido. 1.1 Característica do comportamento do empreendedor: Busca de oportunidades e iniciativa: Faz as coisas antes de solicitado ou mesmo antes de ser forçado pela circunstância; Agem para melhorar seus negócios em novas áreas, produtos e/ou serviços; Aproveita as oportunidades fora do comum para começar um negócio, obtêm financiamentos, equipamentos, terrenos, local de trabalho ou assistência. 6 Persistência: Age diante de um obstáculo; Age repetidamente ou muda de estratégia a fim de enfrentar um desafio ou superar os obstáculos; Assume responsabilidade pessoal pelo desempenho necessário para atingir metas e objetivos. Comprometimento: Faz sacrifícios pessoais ou despende esforços extraordinários para completar uma tarefa; Colabora com seus empregados ou se coloca no lugar deles, se for necessário, para terminar o trabalho; Realiza esforços para manter os clientes satisfeitos e coloca em primeiro lugar a vontade do mesmo, em longo prazo, acima do lucro em curto prazo. Exigência de qualidade e eficiência: Encontra formas de realizar as coisas melhor, mais rápidas ou mais barato; Realiza os produtos/serviços além dos padrões de excelência; Desenvolve os procedimentos para assegurar que os trabalhos sejam terminados em tempo ou atendam os padrões de qualidade previamente combinados. Correr riscos calculados: Calcula os riscos atentamente, avaliando várias alternativas; Trabalha para reduzir os riscos ou controla os resultados; 7 Coloca-seem situações que implicam desafios ou riscos moderados. Buscando desafios e/ou riscos moderados. Estabelecimento de metas: Estabelece metas e objetivos que são desafiantes e que tem significado pessoal; Definem metas de longo prazo, claras e específicas; Busca objetivos de curto prazo, e que são mensuráveis. Busca informações: Dedica-se pessoalmente em obter as informações de clientes, fornecedores e concorrentes; Busca alternativas de como fabricar um produto ou fornecer um serviço; Consulta especialista para obter assessoria técnica ou comercial. Planejamento e monitoramento sistemáticos: Planeja dividindo as tarefas por grandeza e com os prazos definidos; Rever os planos constantemente, levando em conta os resultados obtidos e as mudanças circunstanciais; Controla os registros financeiros e utiliza os mesmos para tomar decisões. Persuasão e rede de contatos: Faz uso da estratégia deliberadamente para influenciar ou persuadir os outros; 8 Usa pessoas-chave como agentes para atingir seus objetivos; Desenvolve e mantém relações comerciais. Independência e autoconfiança: Busca autonomia em relação às normas e os controles; Defende seu ponto de vista, mesmo que esteja diante da oposição ou dos resultados iniciais desanimadores; Age com confiança na sua capacidade de complementar uma tarefa o de enfrentar um desafio novo. Assim, o empreendedor é motivado pela autoconfiança, com desejo de assumir as responsabilidades e a independência, buscando não somente a satisfação econômica. Considera irresistíveis os novos empreendimentos e está sempre buscando novas idéias, que serão seguidas pela ação. O empreendedor fica o tempo todo se auto-avaliando, se autocriticando e controlando seu comportamento em busca do autodesenvolvimento. Para se tornar um empreendedor de 9 sucesso, o indivíduo precisa reunir imaginação, determinação, habilidade de organizar, de liderar pessoas e de conhecer tecnicamente as etapas e os processos do seu empreendimento. Dificilmente encontraremos um empreendedor com todas as características, elas representam apenas um referencial que possibilita uma auto-avaliação, a partir daí você terá condições de definir seus pontos fortes e fracos e optar por um programa de aperfeiçoamento pessoal, visando desenvolver seus aspectos da sua personalidade necessários ao bom desempenho. Criatividade, seriedade, disciplina e paixão pelo que faz, leva o possuidor destas quatro características a ser um empreendedor. As duas iniciais Seriedade e Disciplina são necessárias em todas as ações de nossa vida, e tornam o empreendimento forte, seguro, capaz de resistir às dificuldades impostas pelo ambiente externo, como no caso de uma crise financeira. A criatividade, juntamente com o espírito empreendedor, deixa a empresa em condições reais de enfrentar muitas adversidades, bem como ajuda na busca pela melhoria constante do seu produto e/ou serviço, atento as necessidades dos consumidores. Com a Paixão o empreendimento será diferenciado. Trabalhar em algo que proporciona prazer e retorno financeiro é um privilégio sem dúvida. Deixar a empresa com um toque pessoal, a organização, uma pintura diferente, um quadro, um cartaz, será o diferencial, proporcionando muito mais orgulho. Existem, contudo, várias outras características muito comuns à pessoa com espírito empreendedor. Um bom exemplo da importância do perfil empreendedor é que o número de pequenas empresas e de trabalhadores autônomos aumenta a cada ano. Desde o início dos anos 70, essa tendência, vem se afirmando. No Canadá, no final de 1998, 17% da mão de obra era composta de trabalhadores autônomos. Cerca de 50% do PIB do país é hoje gerado pelas PME (Pequenas e Médias Empresas). Com o conceito canadense que define como PME toda empresa que emprega até 100 pessoas, 98% das empresas canadenses são PME. Destas, 75% têm menos de (05) cinco empregados e 90% delas menos de 20. Entre 1980 e 1998, houve um aumento de 20% de PME no Canadá. 75% dos empregos criados encontram-se no setor terciário. Cabe ressaltar que as 10 empresas dirigidas por mulheres aumentaram de 10% a 30% durante os últimos 20 anos e, 90% dessas empresas empregam menos de 10 pessoas e cerca de 50% delas são de comércio varejista. O fenômeno empresarial mais marcante da última década foi, sem dúvida, o crescimento do trabalho autônomo. Entre 1976 e 1988, 35% dos empregos criados foram de trabalhadores autônomos, entre 1989 e 1998, esta taxa se elevou a 74%. De 1995 a 1997, 70% dos empregos criados no Quebec, foram de trabalhadores autônomos (sem empregados). Entre 1976 e 1996, percebem-se mais uma vez a evolução da participação das mulheres, que passou de 19,6% para 31,2% nesta categoria de emprego. (Matte, 1998). As demandas por educação e formação empreendedora não advêm somente das pessoas que desejam se lançar no mundo dos negócios por conta própria. Dizem respeito igualmente a todas as áreas das ciências humanas e administrativas. Por exemplo, é imprescindível instaurar várias mudanças estruturais, com vistas a melhorar o apoio à iniciativa empreendedora. Os organismos e os ministérios que oferecem programas de apoio são muitos, mas não podem recrutar pessoas que realmente conheçam os assuntos e tenham uma formação suficientemente sólida na matéria. Os técnicos que oferecem apoio, os funcionários dos órgãos como o SEBRAE, aqueles dos ministérios e organismos governamentais vinculados à economia, os graduados de todas as áreas que farão carreira nas grandes organizações devem, cada vez, mais sua evolução à compreensão de que a grande maioria de sua clientela é composta de trabalhadores autônomos, pequenos empreendedores e pequenos, médios empresários. Aprofundando os estudos sobre empreendedorismo podemos verificar, na realidade, que os pesquisadores sobre empreendedorismo concordam em dizer que a origem desse conceito esta nas obras de Cantillon, que era um banqueiro no século XVIII. Porém, hoje seria qualificado de investidor em capital de risco. O interesse de Cantillon era pelos empreendedores não era um fenômeno isolado na época. Interesse este que se harmonizava com o ideário dos pensadores liberais da época que exigiam, entre outros, liberdade plena para que cada um pudesse tirar o melhor proveito dos frutos de seu trabalho. 11 Também existe uma corrente de pensamento que antecedeu aos fisiocratas, como Quesnay, Turgot, Morellet, Trudaine. Cantillon vivia em Paris, mas era irlandês. No Reino Unido, onde nascia a Revolução Industrial, Cantillon buscava na época nichos de mercado para investimentos lucrativos. Diante deste cenário, a análise do risco era o centro para que pudesse tomar a decisão. “Para ele, o empreendedor era aquele que comprava matéria-prima por um preço certo para revendê-la a preço incerto”. Ele entendia, no fundo, que se o empreendedor lucrava além do esperado, isto ocorrera porque ele havia inovado: fizera algo de novo e de diferente. O tema empreendedorismo foi utilizado pela primeira vez na língua francesa no início do século XVI, para designar os homens envolvidos na coordenação de operações militares. Mais tarde, por volta de 1765 o termo começou a ser utilizado na França para designar aquelas pessoas que se associavam com proprietários de terras e trabalhadores assalariados. Contudo, era utilizado também nessa época, para denominar outros aventureiros tais como construtores de pontes, empreiteiros de estradas ou arquitetos. Um século depois, Say estabeleceu uma diferença entre os lucros do empreendedor e aqueles do capitalista. O economista francês Jean Baptiste Say (1796), grande admirador da revolução industrial britânica, fenômeno que ele gostaria de ter visto aplicado na França, pôde ser identificadocomo o pai do que hoje se convencionou chamar de empreendedorismo. Devemos, porém, creditar a Schumpeter a consolidação do conceito dessa disciplina - o empreendedorismo - à inovação, ao fato de se criar coisas novas e diferentes. Schumpeter tem pouco a ver com os empreendedores hoje em dia. Este último tem o papel de atuar como empreendedor dentro de uma organização, e o denominamos "intra-empreendedor". Aliás, com Baumol (1993), ficou claro a diferença entre empreendedor organizador de empresa e o empreendedor inovador. Como já havíamos colocado no início desta obra, vários economistas tais como Knight, apresentaram sistemas de transferência do conhecimento que nos fazem entrar na era da sociedade do aprendizado. Com a moderna forma de implantar os sonhos de que se torna uma realidade dentro dos conceitos acima descritos, podemos ainda, colocar que hoje o empreendedorismo é uma ciência estudada dentro dos melhores campos universitários do Brasil e fora dele. 12 No Brasil uma eclosão empreendedora como poucas vezes se viu na história. Mesmo no interior do país, existem culturas empreendedoras muito diversas de uma região para a outra. O empreendedorismo não é praticado da mesma forma em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Porto Alegre, em Recife, Ouro Preto e assim por diante. As culturas empreendedoras são regionais e locais. No entanto, vivemos no mundo, um período de grande urbanização. Não é certo que a configuração das camadas sociais no meio urbano propicie uma transmissão da cultura empreendedora de melhor qualidade. Após esta parte de esclarecimentos e colocação dos vultos da criação do tema empreendedorismo como cadeira acadêmica, podemos dar continuidade nos tópicos: - um empreendedor é motivado pela auto-realização; - o empreendedor assume responsabilidades e independência, buscando não somente a satisfação econômica, considerando irresistíveis os novos empreendimentos; e - está sempre propondo novas idéias, que serão seguidas pelas ações. O empreendedor está sempre se auto-avaliando, se autocriticando e controlando seu comportamento em busca do autodesenvolvimento. Para tornar-se um empreendedor de sucesso, o indivíduo precisa reunir imaginação, determinação, habilidade de organizar, de liderar pessoas e de conhecer tecnicamente as etapas e processos do seu negócio. Convém lembrar que estamos vivendo um clima de mudanças no Brasil que mostra no dia a dia a batalha entre as forças inovadoras e as forças conservadoras. Se não formos atores do processo, seremos figurantes. Não há como escapar, é melhor atuar, criar, viver não apenas por viver, apenas respirando, mas sempre mantendo dentro da alma a certeza de que estamos vivendo com progresso, garantindo o futuro próprio e de toda a família. Ser empreendedor na concepção da psicologia é ter alta necessidade de realização, além das características comportamentais, e não implica necessariamente em atuações empresarial. 13 O empreendedor deve realizar tarefas com metas e objetivos bem-definidos, resolver problemas com decisão e iniciativa, e enfrentar desafios, enfim deve saber desafiar padrões e ir além do pensamento comum que caracteriza a maioria das pessoas. Por volta de 1800, Jean Baptiste Say utilizou o termo empreendedor em seu livro “Tratado de Economia Política”. Segundo Say, o empreendedor é o responsável por “reunir todos os fatores de produção e descobrir no valor dos produtos a reorganização de todo capital que ele emprega o valor dos produtos, o juro, o aluguel que ele paga, bem como os lucros que lhe pertencem”. Segundo Drucker, o empreendedor sempre está buscando a mudança, reage a ela e a explora como sendo uma oportunidade. Embora muitas vezes a maioria dos conceitos, estudos e pesquisas efetuadas sobre empreendedores refiram-se a área de negócios, é importante frisar que este deve ser vislumbrado em todos os ramos de atividade humana como as artes, o esporte, a política, a música entre outras. 14 1.2 Perfil do Empreendedor – características comuns que proporcionam o sucesso do empreendedor Objetivo definido – Os objetivos funcionam como um motor que impulsiona a empresa e as pessoas que nela trabalham, sem os objetivos definidos, dificilmente nos moverá na direção certa; Visão global – Enxergar as oportunidades que pessoas normais não enxergam, é ficarem atentos as mudanças do mundo dos negócios; Velocidade – O aspecto velocidade poderá ser determinante para o êxito da atividade não se deixa para amanhã o que poderá ser feito agora, este é o lema do empreendedor. Porque amanhã ele estará envolvido com outro projeto planejado; Iniciativa – Ter iniciativa para solucionar os problemas e falhas antes delas acontecerem; Planejamento – O planejamento é fundamental para o empreendedor através dele, fica atento aos riscos, e sabe da viabilidade ou não da sua idéia; Persistência – Os empreendedores não desistem facilmente, sempre procuram uma forma de continuar apesar das eventuais dificuldades, pois nem sempre as coisas vão andar as mil maravilhas, mas o importante é persistir em busca de nossos sonhos e não desistir nunca; Ousadia – É a busca de fazer coisas diferentes, que ninguém ainda fez, é quebrar padrões, o importante é quebrar regras de trabalho em busca de maior produtividade; 15 Persuasão – É saber mostrar que todos podem ganhar com sua idéia, é saber vender a idéia aos outros; Competência – Ter competência é bastante importante para colocar as idéias em prática, pois é necessário disciplina, preocupação, perfeição e cuidados com detalhes para que tudo possa correr da melhor maneira possível; Autoconfiança – O empreendedor tem que acreditar nos seus objetivos, no seu sonho, o empreendedor tem a consciência de que seu sucesso depende da sua confiança. Também é essencial levar em conta a importância dos itens: Dados e características da comunicação 16 Este tema é muito importante em qualquer momento da vida de uma empresa. A comunicação segura e bem trabalhada vai garantir boa parte do sucesso do empreendedor, tanto no que diz respeito à comunicação com os empregados como com fornecedores e até mesmo concorrentes: Tudo é possível de ser resolvido com uma boa conversa. Conhecer o rumo de atividade Através da experiência própria ou através de revistas, informativos, livros, pesquisas em universitários, com outros empreendedores, etc., para aproveitar e identificar oportunidades, sempre pesquisando nas melhores fontes, promovendo sua curiosidade por novos caminhos que levam ao progresso da empresa. Liderança Administrar é planejar, executar e controlar. Você precisará, muito mais do que ser um chefe, ser um líder, legitimando suas ordens e decisões para que o grupo trabalhe seguindo sempre os objetivos gerais da organização. Você vai precisar dar ordens, mas sempre que o empregado compreender de forma transparente porque aquela decisão foi tomada, não ocorrerá nenhuma situação mais traumática, a ordem vai sair como algo natural e necessário. O líder é um facilitador do trabalho do grupo e deverá também promover a união do mesmo. Organização O espaço físico da empresa, os documentos, as pessoas, as máquinas, enfim, tudo aquilo que está interagindo para um objetivo final, seja um produto ou serviço, precisa estar bem ordenado, limpo, transmitir uma boa impressão ao cliente ou ao fornecedor. Todos os recursos da empresa precisam estar muito bem ordenados para aperfeiçoar o processo que leva ao produto final ou à prestação do serviço. Planejamento 17 Imprevistos sempre podem acontecer, mas um bom planejamento estratégico, de curto e longo prazo, vai lhe proporcionar uma maior segurança, você estará maisbem amparado, principalmente se você destinar uma reserva mensal para contingências, para situações não previstas. Crie o seu plano, coloque no papel todas as suas idéias já a partir do momento em que decidiu optar por abrir um negócio próprio. Inclua no seu planejamento estratégico itens, informações tais como: Tipo de produto que você irá produzir ou serviço que irá prestar, determinando assim o seu ramo de atividade.Exponha no papel várias idéias, várias razões práticas e pessoais que justifiquem a sua escolha; Local onde você desenvolverá suas atividades: em muitos empreendimentos, a melhor escolha do ponto é um dos principais fatores do sucesso, sempre aliado a um ótimo atendimento. É muito importante estar onde está o seu cliente e, se possível, distante de um concorrente direto. o Verifique todos os detalhes, como, por exemplo, se o ponto tem fácil acesso, se tem estacionamento, segurança. o Verifique na Prefeitura o com os moradores se existe alguma obra prevista para aquela região. o Analise também se a dimensão do ponto atende às necessidades da sua atividade. o Verifique as instalações elétricas e hidráulicas, veja quais reformas serão necessárias e qual a periodicidade de obras de conservação. Seus consumidores, qual o seu mercado consumidor potencial. Faça pesquisas que lhe informem vários dados estatísticos dos moradores do bairro, o mesmo da cidade e 18 estado onde você iniciará suas atividades, principalmente no que diz respeito à idade, sexo, renda e grau de instrução. o Utilize questionários, faça entrevistas, analise o ambiente. o Converse também com parentes e amigos, fornecedores e até mesmo com concorrentes; Com os concorrentes, busque informações, faça uma análise detalhada de seus produtos e serviços, verifique suas qualidades, anote possíveis defeitos, veja como você pode fazer melhor, crie diferenciais. Faça a avaliação de todas as possibilidades de fornecedores; e um catálogo com o maior número possível de informações sobre todos os fornecedores de produtos ou serviços ligados ao seu ramo de atividade. As características do novo empreendedor normalmente dependem de mudanças. A única coisa constante na vida é a mudança. A mudança que costuma causar desconforto (por que nos leva ao desconhecido) é a mola propulsora da sociedade. É a mudança que resolve os problemas, mudando paradigmas, evolui, é a melhora que adapta e avança. Vivemos há alguns anos um clima de mudança no Brasil que mostra todo dia a batalha entre as forças inovadoras e as forças conservadoras. Se não formos atores do processo seremos figurantes. Não há como escapar, é melhor atuar, criar, viver não apenas por viver, apenas respirando, mas sempre mantendo dentro da alma a certeza de que estamos vivendo com progresso, garantindo o futuro próprio e de toda a família. 19 2 O QUE É EMPOWERMENT É um novo estilo gerencial que prima pelo fortalecimento do poder decisório dos funcionários. Com o empowerment, concedem-se às pessoas que trabalham em uma empresa, oportunidades de participarem ativamente dos processos e escolhas organizacionais. Por que é importante aderir ao empowerment? Para sobreviver num mundo de negócios marcado, atualmente, por forças intensas e por mudanças rápidas. Não confundir empowerment ... Com pura e simples participação; Com mera constituição de equipes; com caos. Etapas para a implementação do empowerment Existem seis etapas que orientam a implementação de um programa de empowerment com sucesso. São elas: Tolerância a erros; Desenvolvimento de confiança; Visão; Fixação de metas; Avaliação; 20 Motivação. Tolerância a erros: Faz parte da essência do empowerment a tolerância a erros por parte da empresa. Contudo, isto não quer dizer que a empresa deva tolerar toda a sorte de erro. Existem erros que podem e precisam ser tolerados, se a empresa realmente objetivar o comprometimento de seus funcionários, e existem erros impossíveis de se tolerar. Desenvolvendo confiança: Empowerment é antes de tudo uma questão de confiança. Somente haverá funcionários desejosos de contribuírem para o sucesso organizacional, se houver confiança na relação entre empresa e seu pessoal. Visão: Empowerment não é sinônimo de caos. Por isso, todo projeto de empowerment, para gerar efeitos positivos, precisa estar alicerçado sobre uma “visão”. 21 Fixação de metas: De igual modo, metas precisam ser estabelecidas. As metas concentram os objetivos idealizados para o cumprimento da missão. Avaliação: Uma organização que implementa o empowerment quer mudar sua forma de gerenciar seu pessoal. Como todo projeto, portanto, o empowerment precisa de avaliações para medir a distância entre o planejado e o alcançado. Motivação: A motivação é parte indissociável de qualquer projeto de empowerment, uma vez que apenas empregados motivados são capazes de se comprometer com a missão organizacional. A motivação passa pelo reconhecimento. Uma empresa pode reconhecer o esforço de seus funcionários, premiando-os, oferecendo-lhes bons salários, segurança no emprego e oportunidades de crescimento profissional. 2.1 Porque empowerment, às vezes, não dá certo? 1. Porque os programas orientados para o uso da técnica são cheios de contradições; 2. Porque os executivos e gerentes sabotam os programas de empowerment, ainda que não percebam que o fazem; 3. Porque os funcionários têm dúvidas quanto ao que venha a ser a técnica; 4. Porque é sempre difícil mudar. As coisas não acontecem num passe de mágica. 22 Inserimos essa parte sobre o empowerment para a vida do empreendedor, exatamente para que todos os que estão fazendo este curso possam, de forma exata, aprofundar seus conhecimentos e noção do que um empreendedor de sucesso necessita conhecer para alcançar o sucesso na vida como empresário. De alguma sorte no passado se dizia, “o tal empresário chegou ao topo porque teve sorte”. Isso porque não era tratada como ciência como ocorre hoje, onde mérito é dado a devida pesquisa, pois, sem a mesma não existe condições de alcançar o sucesso. Portanto, se faz necessário o planejamento, controle financeiro, o controle emocional, e principalmente o conhecimento do ramo de atividade no qual se propõe investir seu tempo, seus recursos ou do grupo que vão investir no seu sonho. Deve o futuro empreendedor ter acima de tudo, condições e se encontrar motivado e motivar as pessoas que irão fazer parte do seu sonho. Deve o mesmo, sempre buscar informações sobre o mercado, seus concorrentes e o que os mesmos estão fazendo, para se manter no mercado, ou seja, utilizando uma técnica conhecida nos programas de qualidade que é o Benchmarking: comparar o que está sendo feito e melhorar, descartando o que não se faz necessário, para seu investimento, que se encontra planejado e sempre buscando alcançar o sucesso. No mundo globalizado e altamente competitivo, as empresas no mundo inteiro estão realizando. Para que todos tenham a verdadeira noção do significado da técnica de benchmarking, segue abaixo: É uma estratégia de gestão voltada para o aprendizado. Através do benchmarking, uma organização procura identificar as melhores práticas empresariais para aplicá-las a sua realidade. O resultado é o aperfeiçoamento da organização que se propõe a elaborar o estudo de benchmarking. Trata-se de um evento contínuo, ou seja, a organização que o faz não pode acreditar que benchmarking é um evento único no tempo, que dispensa modificações e reavaliações. Também possui as características: É um processo de coleta de informações valiosas; 23 É um aprendizado; Requer disciplina; Implica em permanência, ou seja, as organizações precisam reconhecer a sua importância e viabilidade como ferramenta de auxílio, devendo promover estudos de benchmarking sempre. 24 3 CRIANDO A EMPRESA O Processo de criação da empresa de algumas etapas que precisam ser estudadas previamente e de forma objetiva, permitindo assim levar o negócio a atingir o objetivo de sucesso esperado pelos seus idealizadores. As principais etapas que podem ser considerados, neste momento, envolvem os seguintes tópicos: Motivação Decisão Busca de Oportunidade Idéia Elaboração do Projeto Busca de informação Negociação do Projeto Sócios e Agentes Financeiros Instalações e Formalização da Empresa Legislação 25 Local Formação da Equipe Básica Lançamento das Operações Penetração no Mercado Fornecedores Clientes Consolidação da Empresa Desenvolvimento da Equipe Consolidação da Imagem no Mercado Aprimoramento Tecnológico. Estas são as etapas que o futuro empreendedor deve ter como um caminho a ser seguido, para que seu empreendimento obtenha o sucesso necessário para que no futuro possa expandir sem medo de enfrentar os concorrentes de igual para igual, pois com o diferencial você planejou suas ações como empreendedor. 3.1 Ser Empreendedor São muitos os motivos pelos quais as pessoas decidem montar sua própria empresa, podemos citar algumas depois dos caminhos colocados no primeiro módulo desta obra, são os seguintes: Sensação de liberdade; Provar que é capaz; Certeza do sucesso; Disposição para desenvolver idéias; Vontade de ser seu próprio patrão; Desejo de ganhar mais dinheiro; Para aplicar os recursos disponíveis, e 26 Por estar desempregado. Abrir sua própria empresa é um desafio, é um risco que o empreendedor deve assumir dificuldades nos aspectos emocionais quanto à necessidade de aceitação, afeto, reconhecimento e dificuldades em assumir erros, podem levar a um sentimento de insegurança com relação às decisões a serem tomadas. Para tanto, existe necessidade de um ato de vontade direcionada à solução destas dificuldades. É preciso enfrentá-las até que se alcance o equilíbrio, harmonia e persistência para começar novamente quando errar ou fracassar. Criar um negócio, mantê-lo e expandi-lo, só se consegue ao longo do tempo. Os aspectos da personalidade do empreendedor são capazes de influenciar o sucesso da empresa. É preciso que ele conheça suas características psicológicas no sentido de desenvolvê-las na direção do perfil do empreendedor bem-sucedido. Dentro do mercado globalizado em que hoje vivemos, o empreendedor deve estar atento ao fato que a globalização da economia e a abertura dos mercados a concorrência, ampliando desafios e perspectivas para novos empreendimentos, bem como o crescimento dos sistemas de parceria como franquia, terceirização e formação de pólos empresariais têm contribuído para criação de novos negócios. Além disso, novas tecnologias avançadas, sobretudo de informática, comunicação e produção afetam cada vez mais as empresas e suas operações. O empreendedor de hoje também precisa ser ético nos negócios, se preocupar com a qualidade, buscar e dominar informações, entender o que deseja o cliente e preservar o meio ambiente e as ações sociais na comunidade circunvizinha da empresa. 27 3.2 Passo a passo para a busca de oportunidade de negócios A busca de oportunidades de negócios é dedicar-se às pesquisas de dados e informações que possibilitem identificar um ramo ou setor da economia que seja propício ao investimento de novos negócios. Significa envolver-se num processo de descoberta dos melhores caminhos para a concretização de empreendimentos que tenham possibilidades de sucesso. Uma oportunidade pode ser entendida como uma circunstância, ocasião ou rumo da ação que vale a pena ser seguida e explorada, para se criar um núcleo de atividades de uma empresa, segundo os critérios de grupos de clientes almejados, necessidades atendidas e tecnologias utilizadas. 1º. Passo – organização das atividades: Para iniciar qualquer atividade, é imprescindível que exista um planejamento prévio para facilitar a execução das tarefas a que se propõe o empreendedor. Inicialmente, ele deve definir se pretende conduzir seu negócio sozinho ou em sociedade e, neste caso, o perfil do(s) sócio(s) que deseja ter. É importante, também, atentar para uma infra-estrutura mínima de apoio (local para reuniões/estudos, compra de material de escritório/revistas/livros, telefone, etc.,) e para os prazos definidos. 2º- Passo – direcionamento estratégico: Empreendedor deve escolher algumas áreas de ataque para centrar seus esforços e não dispensar energias atirando para todos os lados. Os pontos indicados para compor o direcionamento estratégico são: Estabelecer objetivos, levando em conta seus anseios, a fim de balizar a escolha do negócio de acordo com sua satisfação ou conveniência. Análise de pontos fortes e fracos – o empreendedor deve considerar suas forças e fraquezas, baseando-se em algumas áreas principais, como: Formação educacional formal, habilidades, interesses, relacionamento com outras pessoas, conhecimentos e experiências. Avaliação de recursos e capacidades - o que, efetivamente dispõe o 28 empreendedor para abrir sua empresa: capital, capacidade administrativa e gerencial, acesso à mão-de-obra, acesso a terrenos, imóveis e tecnologia denominados. Concepção dos princípios norteadores da busca de oportunidades que são a essência do direcionamento estratégico e que foram apontados a partir dos objetivos, pontos fracos, fortes, recursos e capacidades identificadas pelo empreendedor. 3º- Passo – Identificação do nicho de oportunidades: Oportunidades existem em toda a parte. Dessa forma, cada empreendedor pode identificar um determinado nicho, isto é, o local onde estão as suas oportunidades específicas, estritamente vinculadas à sua capacidade competitiva em que ele desfruta uma vantagem diferencial. Assim, o nicho de oportunidades estabelece áreas mercadológicas que se coadunam com as peculiaridades do empreendedor: 4º- Passo – análise das fontes de oportunidades: Existem inúmeras fontes de idéias sobre oportunidades, que podem ser divididas nos seguintes grupos: Fontes no ambiente interno de empresas – geralmente se relacionam a uma ou várias necessidades de determinadas empresas de um ramo; Fontes relacionadas ao ambiente externo nacional, como necessidades não satisfeitas, deficiências, “hobbies” ou modismos, imitação criativa, patentes e licenças, feiras nacionais, entre outras; Fontes relacionadas ao ambiente externo internacional – novidades trazidas do exterior, câmaras de comércio, agentes de comércio exterior, catálogos e feiras internacionais. Fontes relacionadas ao ambiente futuro – são as dos negócios que exploram conceitos vanguardistas, ligados a futuras mudanças. 29 3.3 Análise dos Riscos O conhecimento de alguns aspectos da vida das empresas deve permitir a avaliação o grau de atratividade do empreendimento, subsidiando a decisão do futuro empresário na escolha do negócio que pretende desenvolver. Basicamente, os riscos do negócio referem-se a: Sazonalidade: Caracteriza-se pelo aumento ou redução significativas da demanda pelo produto em determinada época do ano. Os negócios com maior sazonalidade são perigosos e oferecem riscos que obrigam os empreendedores a manobras precisas. Quando em alto grau, é considerado fator negativo na avaliação do negócio. Efeitos da economia: Análiseda situação econômica é questão importante para a avaliação da oportunidade de negócio, já que alguns deles são gravemente afetados, por exemplo, por economias em recessão. Controles Governamentais: Setores submetidos a rigorosos controles do governo, nos quais as regras podem mudar com freqüência, oferecem grande grau de risco e são atraentes para pequenos investidores. 30 Existência de Monopólios: Alguns empreendedores podem enfrentar problemas por atuar em áreas em que haja monopólios formados por “mega organizações”, que dominam o mercado, definido as regras do jogo comercial. No Brasil, a comercialização de pneus, produtos químicos em geral e tintas são exemplos típicos de segmentos fortemente monopolizados. Setores em estagnação ou retração: Estes setores há uma procura menor que a oferta de bens/serviços, o que torna a disputa mais acirrada. Nas épocas de expansão e prosperidade de negócios, ao contrário, novos consumidores entram no mercado, promovendo a abertura de novas empresas. Barreiras à entrada de empresas: Referem-se a obstáculos relacionados com: exigência de muito capital para investimento; alto e complexo conhecimento técnico: Dificuldades para obtenção de matéria- prima; Exigência de licenças especiais; Existência de contratos, patentes e marcas que dificultam a legalização da empresa e outras. 31 4 DEFINIÇÃO DO NEGÓCIO O empreendedor deve definir seu negócio, que consiste na descrição sumarizada dos três elementos fundamentais de qualquer empreendimento: 1- As necessidades do cliente – por que os clientes buscam o produto/ serviço? Que necessidade ou desejo eles apresentam em relação à área de atividade da empresa (alimentação, lazer, etc.); 2- Os grupos de clientes – quem são eles? 3- A forma de atendimento das necessidades dos clientes – que tecnologia ou processo produtivo deve ser utilizado para satisfazer as necessidades dos clientes? 4.1 Plano de Negócio O plano de negócio é um documento escrito que tem o objetivo de estruturar as principais idéias e opções que o empreendedor analisará para decidir quanto à viabilidade da empresa a ser criada. Numa visão mais ampliada, o plano de negócio tem as seguintes funções: 32 Avaliar o novo empreendimento do ponto de vista mercadológico, técnico, financeiro, jurídico e organizacional; Avaliar a evolução do empreendimento ao longo de sua implantação: para cada um dos aspectos definidos no plano de negócio, o empreendedor poderá comprar o previsto com o realizado; Facilitar, ao empreendedor, a obtenção de capital de terceiros quando o seu capital próprio não é suficiente para cobrir os investimentos iniciais. Alguns pontos devem ser observados na elaboração do plano: Equilibrar tanto interesse próprio quanto de terceiros, sobretudo quanto há apoio financeiro de terceiros; Determinar um prazo para a conclusão dos estudos; Fazer, num prazo determinado, uma agenda de trabalhos; Relacionar entidades e profissionais a serem consultados; Dar extensão adequada ao plano de negócios, sem resumir ou estender demasiadamente as informações; Analisar todos os aspectos componentes da estrutura do plano com informações de natureza quantitativa e qualitativa; Adotar, quanto à divulgação do plano de negócio, posturas adequadas nos momentos oportunos, como, por exemplo, não divulgar informações antes da operacionalização da idéia. Negociação: Tendo em vista o montante de recursos necessários à implantação do negócio, o empresário deverá providenciá-los, seja através da formação societária ou até mesmo, de linhas de crédito de apoio à criação e ao desenvolvimento de micro e pequenas empresas, oferecidos pelas instituições financeiras. A sociedade: São muitos e freqüentes os problemas gerados com a formação de “sociedade”: 33 Formação de sociedade com pessoas que não se complementam, podendo gerar no futuro disputa pelos mesmos espaços; Constituição de sociedade entre sócios, amigos e/ou parentes sem os dados conhecimentos tecnológicos, habilidades administrativas e objetivos comuns; Não definição de um planejamento estratégico e operacional, discutindo antes de dar início ao negócio, itens que possam surgir como fatores de atrito no futuro; Identificação da forma de distribuição de lucros; Identificação dos papéis exercidos pelos integrantes da sociedade, bem como o limite de autonomia. - Aspectos importantes para encontrar o sócio ideal: Após alguns conceitos descritos nesta obra, até agora podemos verificar que todo caminho traçado para o empreendedor, que por ventura necessite de ajuda financeira de terceiros, deve tomar as seguintes providências, para que seu sonho seja um empreendimento de sucesso: Analise se os objetivos dos sócios são os mesmos, tendo em vista o grau de ambição de cada um e a dimensão que aspiram para o negócio; Divida as tarefas antes de montar a empresa. Defina o campo de atuação de cada sócio e escolha os funcionários em conjunto, principalmente quando se trata do contador; A participação de capital de cada sócio deve ser igual, caso contrário, as cotas devem ser bem-definidas; 34 Defina com antecedência a retirada “pró-labore”, a distribuição dos lucros e o quanto será reinvestido na própria empresa (durante quanto tempo), caso um dos sócios entre apenas com o capital, esse item se torna mais importante ainda; Determine o horário de trabalho de cada sócio. Estabeleça quem trabalha em feriados e quando cada tira férias; Estabeleça o grau de autonomia de cada sócio e até que ponto um dos envolvidos pode tomar uma decisão sozinha; Determine se os familiares poderão ser contratados e quanto por parte de cada sócio; Defina o que acontece com a sociedade quando um dos sócios morrerem ou não puder mais trabalhar; Determine o esquema de sucessão da empresa; Escreva esses e outros pontos que possam gerar atritos futuros em um contrato assinado por todos os sócios. Plano financeiro: Com relação às linhas de crédito disponíveis no mercado, as mesmas deverão ser analisadas devendo o empreendedor observar as condições oferecidas (carência, prazo para pagamento, encargos e limite). A maioria das instituições financeiras exige garantia (real e/ou aval) no total de 130 a 150% do fator financiado, ou seja, 30 a 50% acima do montante liberado. Exemplo: num financiamento de uma máquina de 100.000,00 Reais, a empresa deverá oferecer entre R$ 130.000,00 e R$ 150.000,00 como garantia real (bens da empresa ou dos sócios), desde que não sejam considerados bens de família. 35 Instalações e formalização Percebendo a instalação e a formalização da empresa, faz-se necessário uma série de providências e observações, quais sejam: o Verificar se o local atende às especificações do projeto, em termos de área adequada à produção e/ou serviços prestados, proximidade com os mercados consumidores e fornecedores e existência de mão-de- obra especializada nas imediações do local; o Solicitar a busca prévia junto à prefeitura a fim de verificar possíveis impedimentos em relação à montagem do negócio, tendo em vista o plano diretor urbano do município; o Existem atividades cujo negócio depende de formalização de sociedade, não sendo permitido o registro como firma individual. É o caso das prestadoras de serviços de profissão regulamentada e do serviço de representação comercial por conta de terceiros. Os estrangeiros que não possuem o visto permanente, também estão sujeitos a algumas restrições quanto a formação da empresa (sua natureza jurídica) e atividade explorada; o Verificar a existência de áreas industriais na prefeitura do município onde pretendeinstalar-se, pois, na maioria das vezes, estas áreas são financiadas e/ou subsidiadas, além de possuírem infra-estrutura adequada para a instalação; o A formalização da empresa prevê uma série de procedimentos burocráticos de registros, sendo estes diferentes de acordo com a atividade da empresa, seja ela indústria, comércio o serviço. Operacionalização: O entendimento das questões aos aspectos técnicos do empreendimento, o futuro empresário deve considerar os seguintes tópicos: A localização – em nível macro e micro; As instalações, os equipamentos e os mobiliários; 36 A descrição técnica do produto/ serviço; processo produto/ operacional – tecnologia, arranjo físico e controle de qualidade; A equipe de recursos humanos; Os aspectos técnicos do negócio constituem a parte mais peculiar de um empreendimento, pois é este campo que permite a diferenciação entre uma e outra empresa. Estratégia Competitiva: A empresa está inserida num ambiente de negócios dinâmico que precisa ser continuamente monitorado pelo empreendedor. Só assim estará mais bem preparado para a tomada de decisões estratégicas relacionadas à implantação do novo negócio quanto aos aspectos mercadológicos, técnicos, financeiros, jurídicos e operacionais: Aspectos Mercadológicos – mudanças que afetam o comportamento do público da empresa. Com relação à concorrência, em que aspectos o novo negócio poderá superá-la: produto, preço, propaganda ou distribuição; Aspectos Técnicos – mudanças que influenciam a localização da empresa; maquinário, tecnologia utilizada e processos operacionais; Aspectos Financeiros - Linhas de financiamento oferecidas: políticas governamentais, qual será o montante de recurso próprio que será investido, margem de lucro desejável; Aspectos Jurídicos – mudanças nas normas e instrumentos jurídicos que dificultam ou facilitam a abertura de novas empresas; Aspectos Organizacionais – novas posturas sindicais, gerenciais, relações de parceria, definição do perfil dos integrantes da equipe. 37 4.1 Elaboração do Plano de Negócio O plano de negócios abrange os diversos aspectos do empreendimento: analisa as oportunidades que originam a idéia do negócio; examinam o Mercado, os aspectos técnicos e financeiros; analisa os aspectos jurídicos e organizacionais da abertura do empreendimento e, finalmente, avalia a viabilidade da implantação da idéia. Para cumprir esta ampla gama de análise e funções, o Plano de Negócio deve ter uma estrutura seqüenciada e lógica, que permite ao empreendedor planejar o seu próprio esforço pessoal para elaboração dos estudos necessários: levantamento de dados, análise das informações, consulta a terceiros, decisões a serem tomadas entre outras ações. A estrutura do Plano de Negócio é composta por três partes principais, antecedidas por um Sumário Executivo e pela Qualificação dos Empreendedores e finalizada por uma Conclusão. Caso precise, poderá ser incluído um anexo contendo documentos de natureza técnica e jurídica. 38 4.2 Estrutura do Plano de Negócio Sumário Executivo: Qualificação Pessoal do (s) Empreendedores Parte 1- Aspectos Mercadológicos: A busca e seleção das oportunidades; A definição do negócio; O estudo de mercado: 1- Clientela; 2- Concorrentes (diretos e indiretos); 3- Fornecedores. Parte 2- Aspectos Operacionais Administrativos e Jurídicos: Aspectos Operacionais: 1- Localização (em nível macro/micro), 2- Processo operacional, Tecnologia, Instalações; 3- Equipamentos, máquinas, mobiliário, material de consumo, serviços técnicos. Aspectos Administrativos: 1 - Estrutura organizacional; 2- Descrições das funções principais e atividades de controle; 3 - Definições da equipe de recursos humanos (quantitativa e qualitativa). Aspectos Jurídicos: 1- Regime jurídico da empresa; 2- Estrutura societária; 3- Aspectos fiscais e tributários; 4- Registro de nome da empresa e de patentes tecnológicas; 39 5- Aspecto burocrático de abertura da empresa. Parte 3- Aspecto Econômico – Financeira Estimativa de investimento de capital; Análise econômica – financeira do investimento; Projeção de fluxo de caixa; Estimativa de capital de giro; Estrutura dos custos e formação do preço de venda. Conclusão: Estratégia competitiva do negócio; Avaliação final do empreendimento. Anexos: Documentos de natureza jurídica. O Sumário Executivo é uma versão condensada do Plano de Negócios, devendo comportar um texto com, no máximo, duas laudas. Não se trata de uma introdução ou justificativa do projeto e, sim, de um sumário das definições principais do Plano de Negócio. É conveniente, logo após o Sumário Executivo, apresentar a Qualificação Resumida do(s) Empreendedor (es), destacando sua experiência empresarial e formação acadêmica; não se trata de um Curriculum Vitae tradicional e, sim, um resumo, pois o empreendedor não está à procura de empresa. Na primeira parte do Plano de Negócios, os Aspectos Mercadológicos envolvem três estudos principais: A busca e a seleção das oportunidades; A definição do negócio; O estudo do mercado consumidor – concorrentes- fornecedores. 40 Na segunda parte do plano de negócios, analisam-se os Aspectos Operacionais, Administrativos e Jurídicos. Na terceira parte do Plano de Negócios, depois de analisar os aspectos mercadológicos e técnicos do negócio, deverão ser avaliados os Aspectos Econômico – Financeiros. Após desenvolver os estudos das três partes do Plano de Negócios, o empreendedor deverá elaborar uma conclusão sobre o seu projeto: definir a estratégia competitiva do negócio, com a preocupação de orientar as principais decisões estratégicas para entrar no Mercado- política de preço, de distribuição, de propaganda e promoção de parcerias com outras empresas, de atração e manutenção das pessoas que comporão a equipe inicial, entre outras decisões. 41 5 ABERTURA DE EMPRESA O tempo tem mostrado que a abertura de novos negócios, baseados na criatividade e no dinamismo do cidadão brasileiro, é fundamental para o desenvolvimento do nosso País. No entanto, apenas vontade e coragem não são suficientes para o sucesso de um empreendimento. Para encarar tão grande responsabilidade, o novo empresário precisa conhecer os aspectos e fases que envolvem a abertura de um negócio, as características e o tamanho do mercado no qual pretende atuar, a legislação pertinente, os padrões de qualidade e, não menos importante, como obter o capital necessário para a instalação e a operação do empreendimento. Estes fatores, aliados à afinidade com a atividade a ser desenvolvida e à competência gerencial, são essenciais para o sucesso do negócio. Este material visa orientar o futuro empresário sobre os fatores que determinam o sucesso de um empreendimento, bem como sobre a rotina burocrática para o registro da nova empresa. Decisão quanto à forma jurídica: Apresentamos a seguir, as formas jurídicas mais comuns na construção de uma Micro ou Pequena Empresa, bem como comentários a respeito de empresas com participação de capital estrangeiro, produtor rural e autônomo. Firma individual: É aquela constituída por uma única pessoa responsável ilimitada e individualmente pela Empresa (ou pelos seus atos), onde o nome da firma será o do titular. Este tipo de forma jurídica se aplica a atividades de indústria e/ou comércio, sendo que o ativo e o passivo (estoques, máquinas, contas a pagar, etc.), podem ser transferidos a outra Pessoa Jurídica, porém a Empresa em si, por se firmar individual, é intransferível. Cabe destacar, portanto, que a Firma Individual não pode servendida nem admite sócios. Sociedade Comercial por Quotas de Responsabilidade Limitada (Ltda.). 42 Neste caso, a Empresa será constituída por dois ou mais sócios, com atividade industrial e/ou comercial, e a responsabilidade de cada um é limitada à importância do capital social, dividido em quotas e distribuído proporcionalmente entre eles. Sociedade Civil (S/C Ltda.) É a empresa constituída, obrigatoriamente por duas ou mais pessoas, tendo por objeto apenas a prestação de serviços. As Sociedades Civis, reguladas pelo Código Civil, não podem praticar atos de comércio. Sociedade Civil de Profissão Regulamentada. As Sociedades Civis podem ser de profissão regulamentada, desde que, todos os sócios exerçam, através da empresa, atividades de profissões legalmente regulamentadas. A sociedade pode ser constituída por sócios com profissões diferentes, desde que cada um desempenhe as atividades próprias de sua profissão e que devem constar como objeto social da empresa. Exemplos: a - Dois médicos montam uma Clinica Médica S/C Ltda., desde que não realizem serviços próprios de hospitais, b- Um engenheiro se associa a um arquiteto e constituem uma S/C Ltda. Algumas atividades estão excluídas deste regime fiscal, tais como as sociedades de representação comercial; de administradoras de bens móveis e imóveis; prestadoras de serviços de propaganda e publicidade; estabelecimentos de ensino, e hospitais. Neste caso, na esfera do Governo Federal temos: - De acordo como Lei nº. 9.430, de 27/12/96, a partir de janeiro de 1997, as sociedades civis de prestação de serviços profissionais relativos ao exercício de profissão legalmente regulamentada passaram a ser tributadas pelo Imposto de Renda de acordo com as normas aplicáveis às demais pessoas jurídicas, ficando extinto o regime especial de não incidência do IRPJ previsto para elas no decreto-lei de nº. 2.397/87. Passaram a contribuir também, para a seguridade social – COFINS – com base na receita bruta da prestação de serviços auferida a 43 partir do mês de abril de 1997. Sociedade Civil de Uniprofissionais. A Prefeitura do Município de São Paulo também concedeu benefícios às Sociedades Civis de Profissões Regulamentadas, uniprofissionais, ou seja, quando dois ou mais sócios exercem a mesma atividade em profissões legalmente regulamentadas. O Decreto nº. 22.470 de 18 de julho de 1996, §, I, Inc. I a VIII e artigos 22 e 24, determina quais os profissionais que podem constituir uma Sociedade Uniprofissional. Exemplos: a) Dois ou mais engenheiros constituem uma empresa de prestação de serviços de engenharia; b) Dois ou mais advogados constituem uma empresa de prestação de serviços na área de advocacia. Nestes casos, o ISS é recolhido anualmente com base na quantidade de UFIR determinada pela Prefeitura, multiplicado pelo número de profissionais habilitados, sócios, empregados ou não, que prestem serviços em nome da sociedade ( Artigos 22 e 24, §, 2º.). Exemplo: 166, 9436 UFIR X 2 sócios. Obs.: Desde 01/01/96 a UFM foi extinta e substituída pela UFIR (Lei 11.960/95). Este tipo de empresa está dispensado da emissão de notas fiscais e da escrituração dos livros fiscais de Prefeitura, emitindo somente recibos. Empresa Binacional no Mercosul. O tratado de Empresas Binacionais estabelecido entre Brasil e Argentina, promulgado através do Decreto- Lei nº. 619 e 29 de julho de 1992 permitem a criação de empresas com objetivo de explorar qualquer atividade econômica autorizada pela legislação do país de sua sede, ressalvadas as limitações estabelecidas por disposição constitucional. As empresas Binancionais terão sede, necessariamente, na República Federativa do Brasil o na Sede Social, devendo agregar à sua denominação ou Razão Social as palavras 44 “Empresa Binacional Brasileiro- Argentina” ou as iniciais “E.B.B.A”. As Empresas Binacionais com sede, em um dos dois países poderão estabelecer, no outro, filiais, sucursais ou subsidiárias, obedecendo as respectivas legislações nacionais quanto ao objeto, forma e registro. Produtor Rural. O Produtor Rural que explore o imóvel com criações (rãs, peixes, minhocas, escargots, camarão, etc.,), ou cultivos (feijão, frutas, cogumelos, milho, soja, hortaliças, flores, etc.,), não precisa abrir uma empresa, bastando providenciar um registro como Produtor Rural no Posto Fiscal da Secretaria da Fazenda que jurisdiciona o seu estabelecimento rural. A própria Secretaria da Fazenda deverá ser consultada quanto ao fornecimento do talão de Notas Fiscais do Produtor, cuja emissão é obrigatória na circulação de mercadorias. Cabe lembrar que, quando o Produtor Rural passa a transformar um produto em um produto manufaturado (agroindústria), há necessidade de se abrir uma empresa. Autônomo. O registro de autônomo para prestação de serviços pessoais, ambulantes, bancas de jornal e uma série de outras atividades da mesma natureza, poderá ser feito na Prefeitura do Município onde reside o interessado. O autônomo prestará serviço como Pessoa Física, podendo emitir recibo próprio de profissional autônomo ou nota fiscal tributada, caso a Prefeitura do Município autorize, estará sujeito ao Imposto Sobre Serviços (ISS) e ao recolhimento previdenciário para o INSS através de carnê. 5.1 Classificação da Empresa 1- Setor da Economia Primário; Secundário; Terciário. 45 2- Setor de Atividade Agrícola; Pecuária; Industrial; Comercial; Prestadora de Serviços; Financeira; Transporte e Comunicação. 3- Formalidade Jurídica Sociedade Civil; Sociedade Mercantil; Firma Individual. 4- Ramo de Atividade Diversos 5- Porte Microempresa; Empresas de Pequeno Porte; Empresa de Médio Porte; Empresa de grande Porte. 46 6 GESTÃO EMPRESARIAL As áreas abaixo representam, de forma sintetizada, a composição de uma estrutura de gestão empresarial. Administração e Finanças. Tem como principal objetivo o planejamento, controle e gerenciamento da estrutura da empresa, envolvendo as áreas: contábil, financeira, compras, contas a pagar/receber, serviços gerais, entre outras. Comercial. Tem como principal objetivo definir as estratégias de marketing, vendas, atendimento a clientes, comercialização, publicidade e divulgação do produto/serviços. Tecnologia de Informação. 47 Tem como principal objetivo acompanhar o lançamento e implantação de novas tecnologias, visando a melhoria contínua dos produtos e serviços, bem como criar condições para o gerenciamento e disseminação das informações. Recursos humanos. Tem como principal objetivo criar políticas que contribuam para contratar e reter talentos, desenvolver programas de treinamento e capacitação de funcionários. 48 7 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL Administração Financeira GESTÃO ADMINISTRATIVA Recursos Humanos Comercial Tecnologia da Informação 49 8 ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA O conceito de administração estratégica tem evoluído através do tempo e continuará evoluir. Como resultado, é perceptível a falta de consenso sobre o que precisamente o termo significa. Apesar do impasse, a administração estratégica é executada em muitas organizações atualmente – e muitas delas se beneficiam significativamente. Podemos com isso, definir que o processo de administração estratégica pode acontecer das seguintes formas: O Processo de administração estratégica: Análise do ambiente: - Interno; - Externo. Estabelecendo a Diretriz Organizacional: Missão ObjetivoFormulação da Estratégica Implementação da Estratégia; Controle estratégico. 50 8.1 Decisões estratégicas No dia a dia de uma empresa, dois tipos de decisão são tomados pelos seus dirigentes: Decisões de natureza operacional: Referem-se a questões ligadas às operações corriqueiras da empresa. Exemplo: - a decisão de prolongar o horário de trabalho durante certo período para concluir um serviço do cliente; - a aprovação do Currículo de um profissional a ser contratado; - a autorização de uma compra de material de consumo e assim por diante. Estas decisões operacionais caracterizam-se por influir apenas no fluxo normal das atividades da empresa, sendo a maioria delas de natureza rotineira e burocrática, e, portanto, facilmente delegáveis. Decisões de natureza estratégica: Referem-se aos problemas cujas soluções influenciam os negócios da empresa por um período de médio e longo prazo, ou seja, tomadas hoje, não produziram apenas efeitos imediatos, mas que se estenderam pelos próximos anos. Por exemplo: - a decisão de lançar um novo produto ou serviços; - a adoção de nova tecnologia ou mudança no processo operacional; - a entrada em um novo mercado, entre outras. Devido aos altos riscos, as decisões estratégicas são responsabilidade dos dirigentes, embora se recomende a participação da equipe de empregados, visando comprometê-la com a busca dos resultados esperados. Assim podemos representar graficamente os níveis estratégicos para ser analisado e colocado em prática no dia a dia de um empreendedor de sucesso: 51 O gráfico de planejamento pode ser visto da seguinte forma: Após a análise, ainda podemos colocar que o planejamento para o empreendedor é uma estratégia de gestão empresarial que compreende as organizações como projetos a serem construídos através da elaboração de seus principais componentes. O projeto final, além de primar pela otimização de cada elemento organizacional, precisa garantir a harmonia entre as 52 partes constituintes. Essa estratégia encontrou na arquitetura física alguns princípios importantes que foram adotados, como: Finalidade do projeto; Criação de uma “moldura” para a realização da vida; Concepção de projetos à frente da própria época; O projeto é fruto do trabalho de muitos; Primado da finalidade; Adequação arquitetônica; Materiais estruturais; Disponibilidade de tecnologias colaterais necessárias. Finalidade do projeto Criação de uma “moldura” para a realização da vida; Concepção de projetos à frente da própria época; O projeto é fruto do trabalho de muitos; Primado da finalidade; Adequação arquitetônica; Materiais estruturais; Disponibilidade de tecnologias colaterais necessárias. 53 Este modelo afirma a natureza sistêmica das organizações. Segundo o modelo de congruência, os componentes organizacionais que fazem parte do projeto de concepção organizacional devem guardar completa harmonia entre si. São considerados elementos cruciais a serem objetos da congruência: Trabalho; Pessoal; Organização formal; Organização informal. Dez passos para o planejamento estratégico: Introdução dos novos conceitos relativos à arquitetura organizacional; Diagnóstico; Estabelecimento de propósitos, valores e missão; Identificação de fatores influenciadores externos; Finalização da visão de futuro; Período de transição; Consenso e alinhamento entre os membros da organização; 54 Ação; Celebração de vitórias e correção de erros; Construção de um clima favorável à mudança. Podemos observar através dos Dez passos que os empreendedores podem desenvolver as ações para atingir o sucesso e superar a concorrência após aprender como se realizar as mudanças com o planejamento em busca do sucesso sem muitos cortes do seu pessoal. Portanto, para nós este não é o caminho mais correto a ser adotado por qualquer empreendedor que investe em seu corpo de funcionários com suas habilidades profissionais mais aforados. A seguir, o gráfico nos mostra como atingirmos o sucesso tão desejado. Agora que temos algumas ferramentas para melhorar nossa estratégia de melhorar o investimento de nossa vida, podemos desenvolver o planejamento estratégico para colocar as partes do sucesso da empresa. 55 Com esta medida de melhorar as fases de diagnósticos estratégicos para realizar um bom desempenho para implementar as ações de análise do ambiente da empresa, mas quando estamos formando uma empresa para chegarmos onde desejamos com nosso empreendimento. 56 No primeiro módulo, colocamos que deve o novo empreendedor realizar estudos antes da implantação dos processos de montar investimentos de longo e médio prazo. Devemos deixaras emoções de lado, mas não muito distante. Coloque a razão na proporção de 80 a 20%, do planejamento, onde podemos verificar os pontos fortes e fracos do nosso investimento. Após muita pesquisa do ambiente mercadológico e os demais métodos de melhoria do caso de montar antes o seu investimento, podemos observar muito os estudos profundos (como bem colocam os mestres do empreendedorismo como ciência) e não iniciar antes do estudo profundo sobre o ramo ou atividade, na qual queira desenvolver. Segue mais um gráfico que pode e deve ampliar os horizontes como empreendedor no mundo globalizado, no qual estamos vivenciando e competindo para os mercados abertos onde o que pesa são os produtos, os serviços prestados depois das vendas e muito mais. O novo empresário deve ter em mente a sempre busca de informações precisas e bem-orientadas. Os pontos fortes e neutros da análise interna podem observar dentro das análises mais profundas, que devem ser orientadas de muita pesquisa e muito estudo, sem desistir do seu foco principal que é o investimento da nova empresa. 57 9 A PESQUISA SOBRE EMPREENDEDORISMO Iniciar-se na pesquisa no campo do empreendedorismo, é como entrar em um imenso bazar. Encontra-se de tudo, para todos. Mas como encontrar o que mais nos convém e que elementos serão de maior utilidade para o projeto que se quer realizar? A maioria dos pesquisadores especializou-se em outras disciplinas. Foi somente a partir dos anos 80 que se formaram doutores em empreendedorismo propriamente dito. Observando-se o campo do empreendedorismo, constata-se que a grande maioria dos pesquisadores está classificada dentro de uma das três categorias seguintes, de acordo com o cliente de sua pesquisa: 1) O cliente é um pesquisador universitário; 2) O cliente é um empreendedor operacional; 3) O cliente concebe políticas públicas (organismos de estado e para-estatais). A origem de sua clientela pode ser explicada não apenas pela trajetória do pesquisador, mas também pela disciplina que ele escolheu estudar. Por exemplo, os pesquisadores do empreendedorismo oriundos das ciências econômicas contam geralmente com mais clientes que concebem políticas públicas que os pesquisadores que provêm de outras disciplinas. Quando se escuta dizer que um pesquisador considera hermética determinada pesquisa e pergunta a quem se destina, trata-se provavelmente de um pesquisador cujo cliente principal é um empreendedor operacional, mas que está fazendo um comentário sobre uma pesquisa realizada por um pesquisador cujo cliente é um pesquisador universitário ou um concebedor de políticas públicas. Quando se escuta dizer que uma pesquisa está mal-estruturada, trata-se provavelmente do comentário de um pesquisador cujo cliente habitual é um pesquisador 58 universitário ou um concebedorde políticas públicas, mas que está comentando uma pesquisa cujo cliente é um empreendedor operacional. No caso do cliente objeto da pesquisa é uma pessoa que deseja se tornar ou já é empreendedora, mas quer melhorar a sua performance. Nesse caso, a tese a ser privilegiada pode se resumir da seguinte maneira: "Como pensa o empreendedor que organiza seu sistema de atividades?" Como se estrutura seu pensamento para definir um sistema de atividades empreendedoras?" Várias grades permitem categorizar as pesquisas sobre ciências humanas e administrativas. Aquela criada por Burrell e Morgan (1979) é particularmente útil. Ela divide os pesquisadores em quadrantes: o humanismo radical, o estruturalismo radical, o funcionalismo e o interpretativo. Esta grade estabelece uma distinção entre os métodos de análise das teorias sociais, separando as abordagens subjetivas das objetivas. O que é "objetivo" apresenta geralmente menos riscos, pois pode ser mais facilmente medido. Tal circunstância permite definir as categorias subjetivas, maximizando, assim, as possibilidades de teorização. Como quase todo mundo se dedicava a esse tipo de pesquisa quando resolvi fazer um estudo sobre empreendedorismo, decidi pesquisar outra coisa. De fato, já existiam várias excelentes pesquisas sobre o mundo do empreendedor, pesquisas que nos informam e melhoram nosso conhecimento, mas quase nenhuma delas tinha como tema o modo de pensar do empreendedor. Na época, buscava-se identificar uma maneira de abordar o tema que permitisse ao futuro empreendedor melhor estruturar seu pensamento de modo que seu potencial fosse otimizado na prática do empreendedorismo. Buscava-se uma abordagem que permitisse elaborar estruturas de pensamento que facilitassem o aprendizado de uma profissão, mais especificamente, da profissão de empreendedor. Isto permitiria também integrar e melhor utilizar os conhecimentos e o saber oriundos das pesquisas positivistas, em benefício da prática daquela profissão. A meta era encontrar uma ou mais maneiras, de abordar o tema que fossem complementares àquelas tradicionalmente utilizadas em nosso campo de estudo. 59 A metodologia dos sistemas flexíveis, desenvolvida por Peter Checkland na Inglaterra, me pareceu permitir uma abordagem interessante para melhor estruturar os meios utilizados no empreendedorismo. A metodologia de Checkland, comumente chamada SSM ("Soft Systems Methodology"), foi concebida para estruturar um método de ação para situações complexas e difíceis. Ela engloba sete etapas interligadas, sendo 2 - as etapas de nº. 3 e 4 se apóiam em modos de pensamento sistêmico. Essas (7) Sete etapas aparecem no quadro abaixo. Sete etapas da metodologia dos sistemas flexíveis de Checkland: 1. A situação ainda não estruturada que traz o problema 2. A situação problemática expressa 3. Enunciados de base dos sistemas pertinentes 4. Modelos conceituais 5. Comparação entre 4 e 2 6. Mudanças desejáveis e possíveis 7. Ação para melhorar a situação problemática Checkland, 1981: 163 Esta metodologia é útil, sobretudo para que administradores possam estabelecer correlações em situações complexas e difíceis. Ela foi concebida como sistema de auto- aprendizado. Este método não havia servido, até então, outros fins que aquele para o qual havia sido concebido: propiciar a um agente organizacional, um instrumento de reflexão para melhor organizar seu pensamento e eventualmente a ação seguinte. Esse método foi utilizado de modo empírico, com vistas a reconstituir os fatores que são a base dos sistemas dos empreendedores e de sua evolução. Tratava-se de cartografar posteriormente o modelo sistêmico, implícito ou explícito, que havia sido elaborado para conceber e instaurar um sistema de atividade empreendedora. Foi assim que fui levado a circunscrever um processo visionário (Filion, 1990b; 1991; 1993b). Hoje, 60 os processos empreendedores e visionários tornaram-se domínios comuns da pesquisa. Mas o que foi encontrado até aqui a esse respeito permanece embrionário, mesmo que o tema esteja na moda. Das centenas de artigos publicados sobre visão empreendedora, apenas alguns decorrem de pesquisas um pouco mais aprofundadas. Aliás, existe uma confusão no que diz respeito à definição do termo "visão". A maioria das pessoas que utilizam o termo "visão" o faz no sentido da imagem, maneira de ver ou de conceber determinado fenômeno e não no sentido de uma projeção de uma imagem desejada e buscada para o futuro. Além da concepção de uma metodologia de pesquisa empírica, minha principal contribuição reside, eu penso, nas demonstrações inter-relacionadas entre os elementos do pensamento sistêmico dos atores estudados e como eles se relacionam entre si para explicar seu aprendizado e sua progressão. De fato, a análise minuciosa das atividades dos atores empreendedores e sua classificação em categorias revelaram as inter-relações entre essas atividades e três níveis relacionais distintos: primário, secundário e terciário. O nível primário é aquele do círculo de pessoas próximas: é o da influência exercida sobre as pessoas. O nível secundário é o da rede dos negócios: a rede trabalha para que as coisas se realizem. Mas os empreendedores dedicam muito tempo a relacionamentos que não podem ser enquadrados nem no primeiro, nem no segundo nível. Por exemplo, eles discutem com os clientes e fornecedores, participam de exposições industriais. Assim o terceiro nível de relacionamento é o do aprendizado: o que prepara para conceber a ação. Existem graus de influência de um nível a outro. O que parece ser muito particular aos empreendedores em crescimento, é o aprendizado por antecipação, isto é, eles aprendem e procuram aprender o que necessitam saber em função daquilo no qual, prevêem que farão. Assim, o sistema de atividades do empreendedor não consiste apenas em definir contextos e encontrar fios condutores para o que desejam realizar, mas também em adquirir conhecimentos que lhe permitam trabalhar melhor. Se, durante vários anos realizou-se estudos sobre particularmente o caso dos empreendedores de sucesso e em plena evolução, estudou-se também, várias pesquisas sobre outras categorias de empreendedorismo e os trabalhadores autônomos. 61 Quanto mais as pesquisas sobre empreendedores avançavam, mais se descobria a importância das categorias e das tipologias necessárias para melhor compreender os sistemas de atividades em questão (Filion, 1998c; 1999a). Por exemplo, a grande confusão que cerca a definição dos trabalhadores autônomos atribui-se em grande parte, ao fato de não distinguirmos os autônomos voluntários dos involuntários. Se esta distinção fosse estabelecida claramente pelas pessoas que trabalham em organismos de apoio, seria muito mais fácil interagir e organizar sistemas de apoio e estruturar os quadros necessários. Considerado do ponto de vista do sistema de atividade, o empreendedor é aquele que define contextos organizacionais em torno de fios condutores por ele estabelecidos. Existe uma grande demanda de pesquisas sobre os modelos reflexivos e cognitivos que nos permitirão melhor compreender tanto os fundamentos quanto as diversas etapas da evolução do empreendedor. As abordagens sobre sistemas, cartografia cognitiva e outros paradigmas subjetivistas, oferecem possíveis caminhos. Pode-se antecipar também, caminhos no futuro dentro da concepção de novas linguagens, como a da "metamodelização". Existe ampla gama de assuntos que levam à pesquisa em empreendedorismo, assuntos tão elementares como o que se refere às ferramentas necessárias para progredir melhor e mais rapidamente no campo das análises setoriais. Devemos também aumentar o conhecimento sobre temas como a identificação de oportunidades de negócios, um assunto fundamental para o empreendedor, mas que, paradoxalmente,
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